Trabalho Elaborado por:
-Ana 8ºB nº1
-João Pinto 8ºB nº12
É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de
"orgias alimentares", no qual o paciente come num curto espaço de
tempo grande quantidade de alimento como se estivesse com muita
fome. O paciente perde o controle sobre si mesmo e depois tenta
vomitar e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como
medicações, com a finalidade de não ganhar peso.
Existe uma tendência popular em achar que a bulimia é o contrário da anorexia. A rigor
o contrário da anorexia seria o paciente achar que está muito magro e precisa engordar,
vai ganhando peso, tornando-se obeso e continua a julgar-se magro e continua
comendo. Isso seria o oposto da anorexia, mas tal quadro psiquiátrico não existe. Na
bulimia o paciente não quer engordar, mas não consegue conter o impulso para comer
por mais do que alguns dias. O paciente com bulimia tipicamente não é obeso porque
usa recursos extremos para eliminar o excesso ingerido. Enquanto a comunidade
psiquiátrica mundial não reconhecer o binge como uma patologia à parte seremos
obrigados a admitir que há 2 tipos de pacientes com bulimia: os que tentam eliminar o
excesso ingerido por vómitos ou laxantes e os pacientes bulímicos que não fazem isso e
acabam engordando, esse segundo tipo pode vir a constituir num outro transtorno
alimentar, o Binge. Os pacientes com bulimia geralmente apresentam 2 a 3 episódios
por semana, o que não significa que no resto do tempo esteja bem. Na verdade esses
episódios só não são diários ou mesmo mais de uma vez ao dia porque o paciente está
constantemente lutando contra eles. Esses pacientes pensam em comer o tempo todo.
A média de fracassos na tentativa de conter o impulso é duas vezes por semana.
Basicamente é um paciente com vergonha de seu problema, com sentimento de inferioridade e auto-estima
baixa. O paciente reconhece o absurdo de seu comportamento, mas por não conseguir controlá-lo sente-se
inferiorizado, incapaz de conter a si mesmo, por isso vê a si como uma pessoa desprezível. Procura
esconder dos outros seus problemas para não o desprezarem também. Quando existe um bom motivo como
ganhar muito dinheiro o paciente pode até sujeitar-se a expor seu problema, como vimos no programa Big
Brother primeira edição de 2002 na TV Globo. Os pacientes bulímicos geralmente estão dentro do seu peso
ou um pouco acima. Tentativas de dieta estão sempre sendo realizadas. Tentativas de adaptar os afazeres e
compromissos rotineiros com os episódios de ingestão e auto-indução de vómito tornam seu estilo de vida
bizarro, pois os episódios devem ser feitos às escondidas, mesmo das pessoas íntimas. Uma alternativa
para a manutenção de seu problema escondido é a opção pelo isolamento e distanciamento social, que por
sua vez gera outros problemas. Assim como a anorexia a Bulimia geralmente ocorre no adolescente,
predominantemente nas mulheres. Os assuntos das conversas preferidos são relacionados a técnicas de
emagrecimento. É comum o comportamento de esconder alimentos para futuros episódios.
É interessante notar que a bulimia não constitui uma completa perda do controle. O paciente consegue
planejar seus episódios, esperar para ficar sozinho e guardar alimentos, por exemplo. Essa incapacidade
parcial é intrigante para os leigos. Muitas vezes os maridos das pacientes julgam que a paciente faz tudo
porque quer e critica a esposa aumentando sua culpa. Essa atitude deve ser evitada, pois além de não
ajudar, atrapalha diminuindo ainda mais a auto-estima da paciente que sucumbe aos esforços por tratar-se.
A bulimia muitas vezes sucede aos episódios de anorexia.
Os antidepressivos tricíclicos já foram testados e apresentaram respostas parciais,
ou seja, os pacientes melhoram, mas não se recuperam completamente.
Carbamazepina e lítio também foram testados com uma resposta ainda mais
fraca. Os antidepressivos IMAO também apresentam uma melhora similar a dos
tricíclicos, porém melhor tolerado pelos pacientes por terem menos efeitos
colaterais. Mais recentemente os antidepressivos inibidores da recaptação da
serotonina vêem sendo estudados com boas respostas, mas não muito superiores
às dos tricíclicos. Os estimulantes por inibirem o apetite também apresentaram
bons resultados, mas há poucos estudos a respeito para se embaçar uma conduta
terapêutica.
Muitos pacientes só com psicoterapias apresentam remissão completa. Não há
uma abordagem especialmente recomendada. Pode-se indicar a psicanálise, a
terapia cognitivo-comportamental, terapias de grupo, grupos de auto-ajuda,
psicoterapias individuais.
Os repetidos episódios de auto-indução do vómito geram problemas
noutros sistemas do corpo. Ao se vomitar não se perde apenas o que se
comeu, mas os sucos digestivos também. Isso pode acarretar
desequilíbrio no balanço dos eletrólitos no sangue, afectando o coração,
por exemplo, que precisa de um nível adequando dessas substâncias
para ter seu sistema de condução eléctrica funcionante. As repetidas
passagem do conteúdo gástrico (que é muito ácido) pelo esófago acabam
por feri-lo podendo provocar sangramentos. Casos extremos de
rompimento do estômago devido ao excesso ingerido com muita rapidez
já foram descritos várias vezes. O intestino grosso pode sofrer
consequências pelo uso repetido de laxantes como constipação crônica,
hemorróidas, mal-estar abdominal ou dores.
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Bulimia