Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Estudo de variáveis da oxidação do grafite através do método Hummers e redução do óxido de grafeno 1* 1 1 1 Eduardo G. C. Neiva (PG), Carolina F. Matos (PG), Hiany Mehl (PG), Sergio H. Domingues (PG), Marcela M. Oliveira2 (PQ) e Aldo J. G. Zarbin1 (PQ). 1-Grupo de Química de Materiais, Departamento de Química – UFPR, Curitiba – PR. 2-Departamento de Química e Biologia – UTFPR, Curitiba – PR. E-mail: [email protected] Palavras Chave: método Hummers, óxido de grafeno. O grafeno é um material constituído de átomos de carbono com hibridização sp2 organizados em uma única camada. Devido às suas propriedades excepcionais, tais como alta área superficial, transmitância óptica, estabilidade térmica, condutividade, entre outras. Diversas metodologias são encontradas na literatura para sua obtenção. Entretanto, a maioria destes métodos apresenta baixo rendimento, o que os tornam inviáveis para a síntese de grafeno em larga escala. Uma alternativa para este problema é a síntese de óxido de grafeno reduzido (rGO). Este método parte da oxidação química do grafite, através do uso de ácidos e agentes oxidantes como o permanganato de potássio (método Hummers)[1]. Em seguida, o óxido de grafite obtido é esfoliado em água, levando a uma dispersão de óxido de grafeno (GO), o qual é posteriormente reduzido com agentes redutores, gerando o rGO. Apesar de diversos trabalhos na literatura utilizarem esta metodologia, pouca importância tem sido dada ao grau de oxidação do óxido de grafite produzido por esta rota. Neste trabalho, reportamos o estudo da oxidação do grafite por meio de modificações no método Hummers e obtenção de GO e rGO utilizando diversas variáveis durante a síntese. Resultados e Discussão Para oxidação do grafite através do método Hummers modificado foram utilizados dois grafites, os quais possuem tamanhos de flakes e purezas diferentes. Após a verificação do melhor grafite por análise termogravimétrica (TGA) e difração de raios X (DRX), foram realizadas variações nas condições de oxidação desse grafite, tais como temperatura e tempo de reação, resultando em três diferentes amostras. Estas amostras foram esfoliadas em H2O ou etileno glicol (EG), utilizando diferentes tipos de ultrassom, sendo posteriormente centrifugadas para remoção de grafite não oxidado e óxido de grafite não esfoliado. Medidas DRX, TGA, espectroscopias a 36 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química UV-Vis, FTIR-ATR e Raman indicaram que as variações dos parâmetros resultaram em mudanças no rendimento de oxidação do grafite, na quantidade de grupamentos funcionais e no grau de organização estrutural do GO, e diferenças na concentração de GO disperso nos dois diferentes meios estudados. Na figura 1 está apresentado o espectro de UV-Vis das diferentes dispersões nos diferentes solventes, onde observa-se que as dispersões obtidas em H2O exibiram maiores concentrações que as preparadas em EG, e que quanto maior o rendimento de oxidação do grafite, maior a concentração da dispersão. Todas as amostras de GO obtidas foram reduzidas utilizando dois diferentes redutores (borohidreto de sódio e EG), para analisar a eficiência de ambos na obtenção do óxido de grafeno reduzido (rGO). dispersão em H2O dispersão em EG 3 Absorbância Introdução GO C GO B GO A 2 1 0 200 300 400 500 600 700 800 Comprimento de onda / nm Figura 1. Espectros de UV-Vis das amostras de GO em H2O e EG. Conclusões Através de modificações na metodologia para a oxidação do grafite, como mudanças na temperatura e no tempo de reação, foi possível obter óxidos de grafite, GO e rGO com diferentes características e propriedades. Agradecimentos CNPq, CAPES, INCT-Nanocarbono, (Pronex F. Araucária/CNPq) ____________________ 1 NENNAM Hummers, W. S.; Offeman, R. E. J. Am. Chem. Soc. 1958, 80, 1339.