UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO CLARA PERRONI ACIDENTES DE TRÂNSITO COM PORTADORES DE HABILITAÇÃO PROVISÓRIA MACEIÓ - AL 2013 CLARA PERRONI ACIDENTES DE TRÂNSITO COM PORTADORES DE HABILITAÇÃO PROVISÓRIA Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof Ms. Alessio Sandro de Oliveira Silva MACEIÓ - AL 2013 CLARA PERRONI ACIDENTES DE TRÂNSITO COM PORTADORES DE HABILITAÇÃO PROVISÓRIA Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. APROVADO EM ____/____/____ ____________________________________________ PROF MS. ALESSIO SANDRO DE OLIVEIRA SILVA ORIENTADOR: ___________________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO BANCA EXAMINADORA ____________________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA 3 DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa aos meus filhos, netos, demais familiares e amigos especiais. Os quais entenderam que este empenho, faz parte do meu estilo pessoal. Portanto, sempre incentivaram, mesmo quando muitas vezes tive de me ausentar do convívio familiar e social, ao longo de toda minha jornada. 4 AGRADECIMENTOS Agradecemos especialmente ao Sr. Pablo Alves Araujo, Diretor responsável da RETRAN da cidade de Medeiros Neto, órgão credenciado do DETRAN Salvador, para emissão das carteiras de habilitação da região. Sua gentileza foi de fundamental importância, autorizando o levantamento do cadastro dos acidentes ocorridos em 2012 e ainda cedeu a funcionária Ariza Bomfim Soares, atendente de habilitação, para a convocação dos motoristas e coleta do cadastro dos acidentes e preenchimento dos questionários. Esta colaboração foi a pedra fundamental da realização desta pesquisa. A participação da Srta. Paula Silva Oliveira e Sra. Lucinéia Pinheiros também foi um passo decisivo, em varias fases da pesquisa. O Prof. José Vicente Cardoso Santos foi um colaborador efetivo em todo trabalho, disponibilizando incondicionalmente um cabedal de conhecimentos, que proporcionou enriquecimento dos fatos apresentados. Esta pesquisa não poderia ser realizada se eu não tivesse contado com a competência despretensiosa, solidariedade e abnegação, em todos os momentos de duvidas onde precisei de estímulo e esclarecimentos, meu incansável orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho. À todos minha gratidão. 5 “O especialista é aquele que na área do saber, já cometeu todos os erros”. Albert Einstein 6 RESUMO Este trabalho trata da análise dos acidentes de trânsito com portadores de habilitação provisória, as tendências e a correlação de variáveis a estes fatos. Considera-se que, com a implantação do novo código de trânsito brasileiro, as autoridades e a sociedade em geral criaram expectativas em torno da possibilidade da redução da mortalidade no trânsito. Neste sentido considera-se como problema de pesquisa a observação a análise do trânsito com perfil interdisciplinar o questionamento se os dados estatísticos sobre os acidentes não são oriundos de acidentes de trânsito com motoristas portadores de CNH provisória? Para esta análise consideram-se diversas hipóteses e o objetivo geral de investigar as causas mais comuns que podem favorecer a ocorrência dos acidentes de trânsito, especificamente com aqueles motoristas que ainda estão de posse da habilitação provisória, e, como objetivos específicos a análise de acidentes de trânsito com motoristas portadores de CNH provisória; a investigação das causas mais comuns dessa ocorrência para propor soluções; o processo de conhecimento de quais situações ocorre o acidente; o processo de comparação do numero de acidentes ocorridos no mesmo período com os demais motoristas; e, proporcionar uma revisão de literatura na área. A metodologia da pesquisa foi de cunho bibliográfico lastreada em dados estatísticos oriundos de bases governamentais, da literatura pertinente nas áreas da psicologia, educação, tecnologias, bem como da legislação em vigor sobre o tema, assim, trata-se de uma revisão de literatura de caráter documental e histórico de forma descritiva aos fatos analisados. A presente pesquisa se desenvolveu em 4 etapas, a citar: o levantamento do número de acidentes; a investigação dos acidentes; a aplicação dos questionários para os motoristas com CNH provisória, e, a aplicação dos questionários elaborados especificamente para os motoristas com CNH provisória que não cometeram acidentes; e aplicação de questionários com motoristas de CNH definitiva: e a execução passo a passo na sua sequência linear e com coleta de dados dividida em etapas e de forma aquisitiva em questionários de pesquisa que refletem as variáveis eleitas para análise. Por fim, apresentamos as considerações finais ao tema bem como recomendações ao trato do mesmo. Palavras-chave: Habilitação provisória. Acidentes de trânsito. 7 ABSTRACT This paper deals with the analysis of traffic accidents in patients with temporary clearance, trends and correlation of variables to these facts. It is considered that, with the implementation of the new Brazilian Traffic Code, In this sense, it is considered as a search problem observing the traffic analysis with profile interdisciplinary questioning whether the statistics on accidents are not coming from car accidents with drivers suffering from temporary CNH? For this analysis are considered different hypotheses and the overall goal of investigating the most common causes that may favor the occurrence of traffic accidents, specifically those drivers who are still in possession of temporary clearance, and specific objectives of the accident analysis transit drivers with provisional CNH carriers; research into the causes of this common occurrence to propose solutions; knowledge of the process which the accident situations occur, the process of comparing the number of accidents in the same period with the other drivers and, provide a review of the literature in this area. In this sense it is used as research methodology die bibliographic backed by statistical data bases from government, the relevant literature in the fields of psychology, education, technology, as well as the legislation on the subject, so it is a literature review of documentary and historical character of the facts analyzed descriptively. This research was developed in four stages, quote, raising the number of accidents, accident investigation, the questionnaires for drivers with provisional CNH, and the questionnaires designed specifically for drivers with provisional CNH accidents did not commit; par with the execution and step in its linear sequence and with data collection and divided into stages so acquisitive in survey questionnaires that reflect the variables chosen for analysis. Finally, presents the concluding remarks and recommendations to the theme of the same tract. Keywords: Provisional driver's license. Traffic accidents. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1- Dirigibilidade diária ................................................................................ 46 Gráfico 2- Permanece no local do crime ................................................................ 47 Esquema 1 – Questão da pesquisa e hipóteses mínimas ................................... 49 Esquema 2 – Objetivos: geral e específicos ........................................................ 50 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Estágios do processo de pesquisa .......................................................... 42 Tabela 2 - Varáveis de Pesquisa (por questionário) ................................................. 45 10 LISTA DE SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; CTB - Código de Trânsito Brasileiro; DETRAN - Departamento Nacional de Trânsito; EAD - Educação a Distância; OMS - Organização Mundial da Saúde; UTI - Unidades de Terapias Intensivas; SUS – Sistema Único de Saude. 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 16 2.1 O Trânsito: Conceitos e Definições ................................................................. 16 2.2 A Carteira Nacional de Habilitação .................................................................. 17 2.2.1 O porte............................................................................................................. 17 2.2.2 A competência ................................................................................................ 17 2.2.3 Requisitos ....................................................................................................... 17 2.2.4 Categorias ....................................................................................................... 17 2.4 Tendências e Mega-Tendências ....................................................................... 21 2.5 Jovens no Trânsito e os Acidentes .................................................................22 2.6 Prevenção de Acidentes....................................................................................37 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 40 3.1 Ética .................................................................................................................... 40 3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 40 3.3 Universo ............................................................................................................. 42 3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 42 3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 42 3.6 Plano para Coleta dos Dados ......................................................................... 43 3.7 Plano para a Análise dos Dados ...................................................................... 44 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 APÊNDICE ................................................................................................................ 54 ANEXOS ................................................................................................................... 60 13 1 INTRODUÇÃO Os acidentes de trânsito, em sua grande maioria, são causados por excesso de velocidade, estado de embriaguez do condutor, imperícia, imprudência, negligência entre outros. Concomitantemente a isto verifica-se que, apesar deste cenário e da violência associada ao mesmo, tem-se o fato de que a violência aparece de inúmeras formas, pretendo chamar a atenção para a que tem como palco as ruas e estradas do nosso país, promovidas a partir do uso do veículo, e que resulta em acidentes de trânsito. Isto é, por desrespeito aos limites impostos pelas leis que geralmente são desconhecidos pelos condutores de veículos. As autoridades há muitos anos vem propondo medidas legais que pudessem reduzir o número de acidentes de trânsito. Neste sentido em 23 de setembro de 1997 através da lei 9.503 foi instituído o novo código de trânsito brasileiro, que passaria a vigorar em 22 de janeiro de 1998 com o estabelecimento da lei nº 9.602. O novo código apresenta punições severas àqueles que desrespeitarem a lei, multas bastante altas e medidas administrativas implacáveis. Assim, com a implantação do novo código de trânsito brasileiro, as autoridades e a sociedade em geral criaram expectativas em torno da possibilidade da redução da mortalidade no trânsito. Contudo, ainda não foram apresentados trabalhos científicos que comprovassem a eficácia das leis quanto a redução dos acidentes de trânsito, excetuando-se os processos educativos continuados Quem conduz o veículo é um ser muito complexo, e a direção veicular lhe dá mais complexidade, podendo desencadear muitos comportamentos originários do poder que esta máquina pode proporcionar. Diante dos fatos, uma gama de situações e comportamentos subjetivos pode eliciar e incentivar a violência. Percebemos então, que muitas pesquisas devam ser realizadas no sentido de colaborar para termos mais materiais e mais conhecimento sobre o assunto. Foi também o que nos motivou esta realização. Paralelamente a isto, os novos paradigmas educacionais tem permitido o uso de tecnologia cada vez mais acentuada para dotar o aluno de capacidade de extensão de sala de aula, e, neste sentido, a internet (a rede word wid web) em todo o mundo tem se transformado em instrumento educativo crescente, não só aspecto 14 corporativo como também no aspecto acadêmico e até mesmo doméstico, permitindo-se então a expansão do número de habilitados e pré-habilitados. Considera-se que a partir da observação, o pesquisador estabelece para o fenômeno uma solução provisória denominada hipótese, que será ou não confirmada mediante a experimentação e é considerada como o problema da pesquisa. Assim neste caso, por se tratar de tema complexo, a análise do trânsito necessita do engajamento interdisciplinar, no qual cada área do conhecimento contribuirá com seus dados e aportes específicos e, ao mesmo tempo, se aliará às demais na construção de novos conhecimentos, ou seja, trata-se de problema que envolve não somente os aspectos legais como também atuação de diversos profissionais para o trato do mesmo, a citar: o psicólogo, o educador, o legislador (advogado, força coercitiva governamental etc). Desta maneira, com as estatísticas atuais o Brasil está no 5º lugar no ranking mundial de acidentes de trânsito. Portanto merece maior atenção e muito interesse de todos aqueles que se preocupam em preservar o bem estar e a vida de todos que gostaríamos que não fizessem parte destes fatos. Objetivando darmos a nossa contribuição para a sociedade, realizamos este trabalho, que esperamos estar possibilitando levantar mais alguns subsídios, de cunho cientifico, para a área do trânsito. Existem poucos trabalhos que possam orientar seguramente, porque cresce assustadoramente os acidentes no trânsito. Mesmo porque, quem está conduzindo o veículo é um ser humano, que pela sua própria natureza, já é muito complexo, somando-se a complexidade que o automóvel lhe proporciona, forma-se um conjunto de fatores que por si só, pode desencadear muitos comportamentos que pode ser de grande periculosidade. Diante disto, e de outros fatores intrínsecos ao trânsito, temos visto acontecer fatos que muitas vezes não acreditamos que seja real. Com isto questiona-se se esta estatística não é oriunda de acidentes de trânsito com motoristas portadores de CNH provisória? Com base neste questionamento são hipóteses da pesquisa: a) Os motoristas com CNH provisória cometem menor número de acidentes; b) Os motoristas com CNH provisória cometem menor número de acidentes porque querem receber a CNH definitiva; c) Os motoristas com CNH provisória provocam menor número de acidentes porque a 15 CNH definitiva só será fornecida se durante a vigência do prazo desta, o mesmo não cometer infrações de sua responsabilidade. Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo geral verificar o número de acidentes que são envolvidos os motoristas de CNH provisória. Como objetivos específicos da pesquisa, temos: Análise de acidentes de trânsito com motoristas portadores de CNH provisória; Investigar as causas mais comuns dessa ocorrência para propor soluções; Conhecer em que situação aconteceu o acidente; Comparar com o numero de acidentes ocorridos no mesmo período com os demais motoristas proporcionar uma revisão de literatura na área. 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 O Trânsito: Conceitos e Definições O trânsito, de automóveis, acabou se tornando um espaço público de todos e de ninguém ao mesmo tempo. A cada ano que passa aumenta número de óbitos por acidentes no Brasil, assim, pode-se considerar que os traumas deixam inúmeras consequências, tais como lesões físicas irreparáveis e psicológicas, e é em busca de prevenção que devemos caminhar orientando cidadãos. Neste sentido a definição de trânsito segundo o CTB é a utilização das vias por pessoas, veículos e animais para circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga. Pode-se encará-lo como um espaço público onde o cidadão tem o dever de utilizá-lo, sem constituir perigo ou obstáculo para os demais elementos que nele circulam. Segundo Vasconcelos (1985), o trânsito é uma negociação permanente do espaço, de forma coletiva e invariavelmente conflituosa e não ocorre de forma igualitária entre as pessoas. O mesmo autor ainda considera que, se, por um lado, temos direitos, por outro, temos o poder das relações, influenciando e também determinando o acesso aos espaços e aos deslocamentos. (VASCONCELOS, 1985). Visando ter maior conhecimento, sobre o trânsito, saber porque ocorre certos comportamentos a psicologia do trânsito vem oferecendo contribuições neste sentido. Segundo Rozestraten (1988), a psicologia do transito pode, ser definida como uma área que estuda, através de métodos científicos válidos, os comportamentos humanos no trânsito e os fatores e processos externos e internos, conscientes e inconscientes que provocam ou os alteram. Em síntese: é o estudo dos comportamentos-deslocamentos no trânsito e de suas causas. Mesmo que esta psicologia possa ser vista principalmente como uma psicologia aplicada, ela possibilita, no entanto, contribuições valiosas para o estudo fundamental e teórico do comportamento humano e dos processos psíquicos ai implicados. 17 2.2 A Carteira Nacional de Habilitação A Carteira Nacional de Habilitação (CNH), também conhecida como carta/carteira de motorista, carta/carteira de habilitação ou, simplesmente, carta, carteira ou habilitação, é o nome dado ao documento oficial que, no Brasil, atesta a aptidão de um cidadão para conduzir veículos automotores terrestres. 2.2.1 O Porte O seu porte é, portanto obrigatório ao condutor de qualquer veículo e a mesma contém fotografia, os números dos principais documentos do condutor, entre outras informações (como a necessidade de uso de lentes corretivas, por exemplo), podendo ser utilizada como documento de identidade no Brasil, não sendo válida como identidade em território internacional, tal como as carteiras de identificação do(a) CREA, OAB, CFA, CRM, etc. 2.2.2 A Competência Assim, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, compete ao DENATRAN expedir a Carteira Nacional de Habilitação, no entanto, compete aos órgãos executivos estaduais, o DETRAN, aferir através de exames se o candidato está ou não habilitado a conduzir. 2.2.3 Requisitos O candidato à obtenção da CNH deve preencher os seguintes requisitos: I ser penalmente imputável; II - saber ler e escrever; III - possuir carteira de identidade ou equivalente. IV - possuir CPF e V - Ser maior de 18 anos. 2.2.4 Categorias A CNH auferida pelo DENATRAN é categorizada de acordo com o tipo de veículo que o condutor está habilitado a conduzir. Os interessados em obter uma CNH devem se submeter a exames de aptidão que são específicos para cada uma 18 das categorias. As categorias A e B são as categorias iniciais, portanto, qualquer cidadão que satisfaça os requisitos para adquirir uma habilitação pode se submeter aos exames destas duas categorias. No entanto, para obter uma CNH da categoria C, o condutor deve antes possuir uma da categoria B. Da mesma forma que um condutor deve possuir uma CNH da categoria C antes de obter uma das categorias D ou E, salvo se o candidato já possuir a categoria B há pelo menos 2 anos, neste caso ele poderá se habilitar na categoria D. Assim, a categoria A - habilita a condução de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral (motos, triciclos etc); a categoria B - habilita a condução de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista (carros de passeio); a categoria C - habilita a condução de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas (caminhões) e utilizado para transporte de até 8 pessoas. 2.3 A Atualidade dos Acidentes de Trânsito no Brasil Neste cenário transcrito e com lastro no que preconiza Clark (1995) bem como as estatísticas governamentais sobre o tema relatadas em DENATRAN (1997), observa-se que os paradigmas legais das categorias das CNH, o porte das mesmas e as práticas ancestrais e atuais atestam-se que os estudos atuais dos acidentes de trânsito no Brasil são escassos e, quando existem, carecem de generalidades, pois, refletem localidades no espaço e no tempo. Não obstante passam a gerar ações e desdobramentos previstos em lei, mas, desconhece-se o perfil dos respectivos motoristas e o uso, porte e práticas das suas respectivas CNHs. Segundo Rozestraten (1988), que o simples ato de dirigir um carro, há uma enorme quantidade de fatores a serem considerados. No carro temos a gasolina, o duto da gasolina, o carburador e dezenas de outras peças que podem apresentar defeitos. No ambiente outra serie de fatores, não somente da via com asfalto esburacado, ou com um semáforo desregulado, mas toda a quantidade de carros em volta do seu que podem provocar um acidente. Além disso, a quantidade de fatores que envolvem o próprio individuo: seus olhos, seus ouvidos, sua capacidade 19 de atenção, de discriminação, de previsão e de decisão. É praticamente impossível dizer quantos fatores estão funcionando e integrando quando está guiando um carro. Com resultado do mau funcionamento de um ou alguns desses fatores os acidentes acontecem. O acidente pode ser considerado como uma disfunção do sistema homemvia-veículo que, em circunstâncias normais, funciona muito bem. Porém, uma vez que o sistema consiste em uma enorme quantidade de fatores, é possível que um fator desvie tanto do normal que o sistema não consiga mais adaptá-la ou colocar outros mecanismos e fatores em seu lugar. Um dos conceitos que está ganhando mais adesão no campo da pesquisa de acidentes é que a causa do acidente é multifatorial. Ao considerar sobre o fator humano na participação do acidente DCE trânsito e como protagonista principal que ele é, oportuno é transcrever aqui diversos autores, tendo em vista, sobretudo, causas psicológicas, psicofisiológicas, até mesmo patológicas, citadas pela Organização Mundial de Saúde sobre acidentes de trânsito. Com relação às causas objetivas, físicas, orgânicas, fisiológicas, do motorista, em geral são possíveis de constatar, enquanto que as subjetivas, psicológicas e psicofisiológicas são difíceis de apurar. Ao se falar sobre as componentes da personalidade do condutor oportuno será inicialmente, transcrever alguns textos a respeito. Personalidade – Segundo G. W. Allport: “Personalidaded é a organização dinâmica, dentro do individuo, daqueles sistemas que determinam o seu ajuste no ambiente”. Segundo H. J. Eysenck: “A personalidade, se é que ela tem algum significado, significa as normas relativamente permanentes e bem definidas do comportamento, dos hábitos e tendências que uma pessoa desenvolve através de toda a sua vida,” Caráter – Segundo Theobaldo M. Santos: “Caráter é o conjunto das indicações e tendências que diferenciam um indivíduo do outro. É o conjunto das disposições que levam o indivíduo a reagir de certa maneira às impressões exteriores: ele se traduz na conduta voluntária do homem em face dos valores que orientem a sua personalidade. O caráter não é o todo do indivíduo, mas somente o que o individuo possui como resultante de heranças que se vêm cruzar nele”. 20 Certamente, há personalidades que ficam profundamente afetadas, quando no volante. Os autores consultados, em especial Klein (1994), afirmam que após a Segunda Guerra Mundial, o automóvel particular converte-se em fenômeno de massa em todo o mundo. Ele torna-se artigo de consumo e símbolo de status social, impulsionado pelo forte aparato de propaganda das economias capitalistas, que destacam a mobilidade individual e a prosperidade material sem precedentes. Assim, ainda de acordo com o mesmo autor, verifica-se que a produção mundial anual de automóveis cresceu de 11 para 53 milhões entre 1950 e 1995. Em especial nos EUA verificou-se que 1970 e 1988, o volume do tráfego aumentou de 1,78 trilhões de km percorridos por veículos para 3,24 trilhões (TAPIA-GRANADOS, 1998). Desta maneira uma frota de veículos cada vez maior, circulando no mundo inteiro, trouxe, além dos acidentes de trânsito, um aumento significativo na poluição do ar, no índice de ruídos e na transformação degradante da paisagem urbana, o que sobremaneira afeta o ambiente de convivência humano e a sua psiquê bem como os aspectos do organismo, pois, apenas como exemplo de desdobramento do feito, o excesso de gases liberados pelos motores dos automóveis concorre decisivamente para uma proporção considerável das doenças respiratórias. No Brasil, verifica-se que, na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, o número de dias com índices inadequados de concentração de poluentes já alcança cerca de 10% do total (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1993). Segundo estes autores, outro aspecto a ser considerado refere-se à perda de qualidade de vida, causada pela impossibilidade de encontrar espaços destinados à convivência social diante da crescente construção de espaços exclusivamente para os veículos. Assim, além de representar um grande problema de saúde pública, os acidentes de trânsito implicam um custo anual de 1% a 2% do produto interno bruto para os países menos desenvolvidos (MELLO-JORGE; LATORRE, 1994). Esses números e estes desdobramentos expressam bem o drama social decorrente da motorização em sociedades em desenvolvimento, como o Brasil, e a necessidade premente de se trabalhar a diminuição dos motoristas não habilitados ou com habilitação vencida em trânsito no país, quiçá no mundo. Neste sentido a implantação do novo código de trânsito brasileiro já preconiza ações de detecção, correção e punição para os motoristas incidentes e reincidentes nestas infrações. 21 Com a revisão de literatura na área verifica-se também que o uso das novas tecnologias da comunicação e informação facilita sobremaneira as ações no setor bem como a alimentação de base de dados para ações e correlações futuras ao mesmo bem como as correlações sobre o trânsito de motoristas portadores de CNH provisórias. 2.4 Tendências e Mega-Tendências Assim, a nova legislação impõe prazos diferenciados para as renovações das CNHs e faculta instrumentos de mensuração mais eficazes em casos de acidentes com portadores de CNHs provisórias o que permitirá ações futuras para a minimização destas situações bem como a educação continuada para motoristas que enquadram-se neste cenário. Desta forma, o que verifica-se é que, mesmo sem dados para consubstanciarse correlações sobre o trânsito de portadores de CNHs vencidas com possíveis acidentes de trânsito na área, verifica-se uma ocorrência ou indicativo de ocorrências de forte possibilidade de correlação na área, pois, com as mudanças das regras positivadas na legislação atual sobre o tema, a visibilidade de acidentes com participação de motoristas com este tipo de enquadramento tem aumentado sobremaneira o que tem indicado uma forte correlação entre estes fenômenos, não obstante, ainda não tem-se números fidedignos sobre os mesmos. Com isto deve-se também registrar que, para se punir um motorista infrator, por exemplo, seria necessário conhecer os atenuantes e agravantes constantes do seu prontuário ou base de dados, pois, além de ter equipamentos técnicos que permitissem mensurar a infração, deve-se ter dados que registrem as reincidências e o porte ou não porte de CNHs devidamente regulamentadas. Este cenário possibilita, de forma qualitativa, uma forte recomendação do adotar de medidas preventivas mais eficazes e eficientes à área bem como na proteção de vidas envolvidas nos respectivos acidentes. Possibilita-se também o proporcionar de uma educação continuada na área e de ações ou campanhas que minimizem estes efeitos. Também deve-se registrar que as questões culturais, pois a transformação de valores referentes ao trânsito, seus aspectos legais e seus desdobramentos para toda a sociedade precisam ser modificados no sentido de aumentar a proteção à vida. 22 Com o exposto verifica-se então que a pesquisa de revisão de literatura sobre os portadores de CNH provisória ainda estão por registrar-se na literatura vigente e nos banco de dados dos órgãos de competência. Entretanto, a partir de janeiro de 2009 a nova lei que entrou em vigor, obriga os novos condutores que fizeram o curso para obtenção da primeira habilitação, terem a permissão para dirigir (PPD), ou seja uma CNH provisória, valida por um ano. Sendo que durante este período não poderá levar mais de quatro pontos, para poder receber a CNH definitiva. Decorrido um ano, ele terá trinta dias para solicitar a carteira definitiva, que terá validade por cinco anos. 2.5 Jovens no Trânsito e os Acidentes Em estudos publicados nos Statical Yearbook (1999), Demografic Yearbook (1998), Ministério da Saúde (2000) e Fundação IBGE (2000), foi verificado os óbitos ocorridos no transito, para interesse da saúde pública. Podendo assim tabular os transtornos ocasionados através do veículo a motor. Foram estudados 61 países e 51 localidades brasileiras. A taxa de mortalidade especifica foi distribuída em números de veículos por habitante e o número de óbitos por veículo. Em cada amostra, inicialmente (internacional e brasileira) foi subdividida em três grupos, de acordo com o número de veículos por habitante, para estudo da relação entre os três índices. Obtiveram os resultados para as estimativas internacionais , assim como, as do Brasil, informando, quanto maior o número de veículos por habitante, menor o número de óbitos, por acidentes de trânsito por veículo. Perfazendo na ordem de 1.067 para as estimativas internacionais, e de 0.515 para as do Brasil. Portanto, deve-se pensar em efetuar pesquisas para verificar porque ocorre maior número de óbitos por veículo nas regiões com menor número de veículos por habitante, para que as políticas de prevenção de acidentes possam utilizar desses resultados. O número de mortalidade específico por acidentes de trânsito de veículos a motor, calculada a partir do número de óbitos da população residente é usualmente utilizada para avaliar a importância dos acidentes de trânsito do ponto de vista da saúde publica. Todavia, a taxa de mortalidade especifica por acidentes de trânsito 23 não mede concomitantemente o índice de violência no trânsito de um país ou de uma região. O que melhor poderia informar os melhores denominadores para os óbitos por acidentes de transito seriam o número de quilômetros rodados ou horas rodadas. Entretanto, esses fatores não são estimáveis. Conforme estudo realizado pela SEADE em 1977, informa que o melhor indicador do grau de violência no trânsito é o número de óbitos por veículo. Informa ainda, que depende mais do grau de desenvolvimento dos transportes por veículos a motor do que o número de habitantes. No Brasil o número de veículos distribuídos entre capitais e unidades da federação foi obtido por meio do DENATRAN (1997) Foram realizadas 51 observações referentes a 25 UF (capitais e interior) e o Distrito Federal. Os números do DENATRAN divergem dos Statical Yearbook para o Brasil que, por sua vez guardam relação com os dados do Registro Nacional de Veículos (RENAVAM – Projeto DENATRAN - Ministério da Justiça). Esses dados são preliminares porque o projeto estava em fase de desenvolvimento. Para os óbitos por acidentes de trânsito de veículos a motor distribuídos por residências nas 51 observações selecionadas foi utilizado o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Em 1997, os óbitos classificados com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) que ao contrário do CID-9 em vigor até 1995, não destaca os acidentes de trânsito de veículos a motor. Para verificar os acidentes de trânsito, foi utilizado o total dos óbitos por transportes, deduzidos os ocorridos com aeronaves, embarcações, trens, bondes, bicicletas e outros acidentes fora das vias públicas. Sendo que os óbitos por acidentes de trânsito representam em média 98% do total de óbito por acidentes de transportes. Os dados de óbitos do DENATRAN não foram utilizados, porque eram registros de vítimas falecidas no local do acidente. No Brasil, as cidades de Goiânia, Belo Horizonte, Vitória, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre são usualmente apontadas como cidades com alto índice de violência no trânsito. Entretanto, os grandes centros apresentam elevado número de veículos por habitante e reduzido número de óbitos por habitante, mas, tem também, reduzido número de óbitos por veículo. Portanto, a violência que se propaga, não pode ser constatada pelas evidências. Dentre as 51 cidades observadas, São Paulo se destacou especialmente, porque apresentava o menor número de óbitos por veículo no Brasil. Portanto, a 24 elevação do número de veículos por habitante é sempre acompanhada pela redução do número de óbitos por acidentes de trânsito por veículo. Nas duas amostras o número de óbitos por veículo atua como fator contrário a elevação do número de veículos por habitante. No caso internacional a queda do número de óbitos por veículo é tão significativa que acaba por reduzir a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito. No Brasil a queda do número de acidentes de transito apenas ameniza a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito nas regiões mais desenvolvidas. O grau de violência no trânsito verificado utilizando como parâmetro os óbitos por veículo fornece a proporção da distância que existe entre os países, maior que a descrita pela taxa de mortalidade por acidentes de trânsito. No Brasil a utilização do número de óbitos como indicador do grau de violência no trânsito inverte os resultados oriundos da utilização da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito. Para explicar esse fenômeno da relação da relação inversa, entre veículos por habitante e óbito por veículo, deve-se considerar que as regiões e os países mais desenvolvidos e com maior número de veículos por habitante, em geral possuem frotas modernas e de melhor qualidade, os motoristas recebem mais treinamento e qualificação. Quando o SEADE em 1977 sinalizou que o menor número de veículos de uma área em relação à outra não significa apenas maior número de pessoas com necessidade de conhecer e aplicar as regras de trânsito, mas que a história do seu processo de aprendizagem para interagir com o veículo automotor é mais antiga. Este é provavelmente um dos fatores que explica em parte, porque nos Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Itália, o número de mortes provocadas pelo trânsito em proporção ao número de veículos é menor do que no Estado de São Paulo Quando é utilizada a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito podemos concluir que as regiões mais desenvolvidas do país apresentam maior grau de violência no trânsito. Já ao se utilizar o número de óbitos por veículo permite isolar da violência no trânsito o efeito causado pelo elevado grau de desenvolvimento dos transportes por veículos a motor nas regiões mais desenvolvidas Ao dirigir o foco da atenção da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito para o número de óbitos por veículo e levantar os fatores, os quais explicam o número de óbitos por veículo que acompanham o eleva do número de veículos por 25 habitante, podem também contribuir para a formulação de política de prevenção de acidentes de transito. Associando-se ao número de acidentes de trânsito devido ao número de habitantes e o número de veículos, vem se destacando o comportamento do motorista, como o principal fator responsável pelo AT (acidentes de trânsito). Conforme conferência em Roma da OMS (l984), concluíram que é necessário um conhecimento maior das culturas e das condições de vida locais para que as atitudes dos motoristas possam ser compreendidas. A partir desses resultados implantar programas de capacitação, reabilitação e educação para formação de motoristas mais adaptados e ajustados no trânsito. Concluindo que ainda a privação cultural dos países subdesenvolvidos vai ocasionar, ainda, muitos mortos por acidentes de trânsito e o Brasil, deterá a quinta colocação no mundo, que em nada nos conforto, por tempo indeterminado. Middendorf (1976) relata ainda sobre o comportamento do motorista que a forte conexão entre agressividade e trânsito se localiza mais na faixa jovem. Cita que a frustração pode levá-los a comportamentos antisociais. No adulto, os desejos e aspirações remotos de poder, se acentuam na condução do veículo. Em alguns indivíduos, comportamentos regressivos fazem com que procurem por uma válvula de escape. Transgressor acredita que está totalmente certo. Portanto, fazê-lo entender da sua atitude ilícita é de fundamental importância para a modificação de seu comportamento. A partir da identificação de fatores causais planejarem campanhas de educação, prevenção e conscientização de atos sociais mais aceitáveis. Conforme descrevem Baudier et.al. (1994) que as transgressões como fenômeno social devem assim serem analisados. No âmbito organizacional e social. Sendo que os comportamentos de autodestruição, como o alcoolismo e a drogadicção, se apresentam constantemente e com maior frequência. Nessa circunstância pode provocar deslocamento desses impulsos quando está de posse da direção do veículo. West et. al., (1993) estudaram mediante aplicação de questionários, o desvio social leve, caracterizado por comportamentos que levam o individuo a AT. Os acidentes de trânsito se qualificam como infrações culposas ou premeditadas contra os regulamentos de mais simples, e em geral, acontecem em circunstâncias cotidianas de trânsito, as quais, muitas delas, levam a ocorrências de acidentes. Os 26 motivos do ser humano tomar tais atitudes são os comportamentos transgressores, que o fazem não respeitar os regulamentos de trânsito. A transgressão, conforme citam Hess e Heberil (1967) é uma infração intencional do socialmente aceito e regulado. Sendo um reflexo do condutor onipotente. Os condutores jovens do sexo masculino cometem mais erros e transgressões perigosas com maior frequência e transgressões. Em estudos efetuados pelo DENATRAM (1997) informaram que 73,1% dos casos, os principais envolvidos em AT são pessoas do sexo masculino são jovens, 24.32% do total tem idade de 15 a 24 anos. Klein (1994) mostra o predomínio masculino de mortes no trânsito, em especial no grupo de 20 a 64 anos, que atinge cinco vezes mais homens do que mulheres. No período de 1977 a 1989, a tendência media da mortalidade por AT foi de leve ascensão, quase exclusivamente em razão do aumento das mortes por vitimas do sexo masculino (em todas as faixas etárias) exceto no Rio de Janeiro, onde o sexo feminino também apresentou tendências crescentes. (MELLO JORGE; SATORRE. 1994). Murray e Lopes (1996), quando analisaram a mortalidade no sexo masculino, utilizando o cálculo de anos potenciais de vida perdidos, observaram que os AT constituem a segunda causa das mortes por todas as causa, havendo uma diminuição após 25 anos de idade (WHO, 1976). Na França, o inquérito Barométre Santé, realizado em novembro de 1992, que incluiu 315 jovens entre 18 e 24 anos, menciona que, entre estes, os AT são os problemas de saúde mais importantes (69,3%) três de cada quatro mortes na faixa de 15 a 19 anos são causadas por AT, e, embora corresponda a 10,5% da população, essa faixa etária contem 25% das vítimas dos acidentes de trânsito. Ainda em 1992, na faixa de 18 a 24 anos, as estatísticas de AT apontavam: 2.315 mortes, 11.997 ferimentos graves e 40.809 ferimentos leves (BAUDIER et. al. 1994). Nos EUA, os jovens também são as maiores vítimas no trânsito. Segundo estatísticas de 1983, 50% dos motoristas envolvidos em acidentes fatais pertenciam a faixa de 16 a 29 anos. E em todas as faixas etárias foi observado que os acidentes ocorrem uma vez e meia maior nos três primeiros anos em que o motorista adquire sua carteira (licença) para dirigir, do que nos anos subsequentes. Uma vez que juventude, pouca pratica na condução de veículos e falta de adaptação geral no 27 trânsito está fortemente associado ao maior risco de AT (KAISER, 1979), o grupo etário mais atingido é de jovens, tendo em vista o fato de que é nessa fase que conseguem a CNH, e consequentemente tem menor experiência para dirigir. Os estudos de Erils Erilsson (1972) evidenciam a vulnerabilidade do adolescente e sua busca de auto-afirmação. Observaram então, que os adolescentes e jovens apresentam falta de habilidades nas tarefas de direção simulada, mas suas respostas a um questionário nem sempre mostram atitudes e opiniões compatíveis com uma direção segura. Outro estudo demonstra que os jovens não apresentam dificuldades motoras o que se supõe então que é o estilo de dirigir mais importante do que as habilidades psicomotoras. Em 1993, no hospital das clínicas da Universidade Estadual de Campinas, estudo realizado com cem doentes traumatizados escolhidos aleatoriamente para realização de etanolemia observou que 36 estavam alcoolizados, sendo a maioria jovens de 15 a 35 anos, e, entre estes, vinte tiveram acidentes automobilístico. (MANTOVANI et. al. 1995). Conforme descreve Rozestraten (1988) que existem fatores acidentogênicos ligados a personalidade. Esses fatores são desajustamento sociais e pessoais que levam o indivíduo a propensão para acidentes. Alguns são motoristas que usam o veículo para descarregar seus impulsos. Cita ainda, que nesta abordagem não pretende apresentar uma lista completa de fatores acidentogênicos no elemento humano. Nem se aprofundar nesses fatores, entretanto, apenas se restringirá à fadiga e as drogas, sem tratar uma destas separadamente. Quanto à fadiga ao consultar as estatísticas disponíveis, pode-se observar que o número de acidentes no fim do expediente, quando todos voltam para casa, depois de oito horas de trabalho, é bem maior do que o início do dia. E bastante raro no trânsito de uma grande cidade dormir ao volante. Isto é mais comum à noite, numa estrada monótona, até bem familiar, com poucos estímulos que possam chamar a atenção. O que acontece no trânsito de uma grande cidade é a diminuição da vigilância, associada a pressa de chegar em casa e estar com a família. Hulbert (1977) apud, Rozestraten realizou pesquisas com simulador com pessoas que não dormiram por 24 horas, e verificou que começaram a cochilar dentro de uma hora. Comparando com a tarefa de vigilância em laboratório Wilkinson (1969) verificou que mesmo que a pessoa esteja sonolenta é capaz de 28 manter sua atenção desperta durante alguns minutos. Mas quando a tarefa é monótona por mais de trinta minutos, ela não consegue manter a concentração. Alguns estudiosos informam que esta monotonia ocasiona como se fosse um efeito hipnótico. No relato da pesquisa citada, menciona algumas modificações de comportamento que constituem avisos de fadiga. Aparecem lapsos de atenção, dos quais nós somos conscientes; reações de desaceleração são mais demoradas e atrasadas em relação às exigências da estrada; há menos correções no volante; há mais movimentos corporais, tais como, esfregar o rosto, fechar os olhos e esticar-se; as respostas galvânicas da pele são reduzidas ao enfrentar eventos que surgem no tráfego. No que tange às drogas Rozestraten (1988), apresenta algumas colocações gerais, cuja importância foi bem frisada. A droga é definida pela World Health Organizacion. Como qualquer substância que, absorvida por um organismo vivo pode modificar uma ou mais funções, incluindo assim drogas terapêuticas e não terapêuticas. Existem muitas drogas que além do efeito terapêutico possuem efeitos colaterais negativos que podem deteriorar o desempenho de motorista. Para cada individuo os efeitos colaterais diferenciam. A quantidade de drogas no organismo não é fácil ser estabelecida, exceto o álcool. É necessário para evitar acidentes de transito motivados por drogas evitar o consumo de drogas que diminuem a atenção, que causam sonolência, que perturbem a percepção ou que diminuem a rapidez nas reações motoras. Em geral, quanto menos droga melhor. Rozestratem cita que dará ênfase em especial ao consumo de álcool, em virtude de já haver legislação a esse respeito. Concentração de álcool na corrente sanguínea foi recentemente atualizada e diminuiu o grau que poderia conter, que ainda não era considerada infração por embriaguez. As evidências do consumo abusivo de álcool influenciaram o congresso Brasileiro a implantar, em 2008, a lei 11.705 que reduz para zero o nível de alcoolemia permitido, aumenta a penalidade administrativa e criminaliza o condutor que dirige com 0,6 dcg ou mais de álcool por litro de sangue. Como já é um problema de saúde pública, o seu monitoramento é essencial para conhecer padrões de consumo e segmentos populacionais mais vulneráveis, 29 aspectos fundamentais para subsidiar políticas publicas de promoção da saúde e prevenção de comportamentos de risco. Em 2006 foi implantado pelo Ministério da Saúde o sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas (VIGETEL) nas 26 capitais de estados brasileiros e no DF. Na VIGETEL foi incluído o monitoramento do uso abusivo de álcool e em 2007 foi incorporada a questão sobre direção de veículos monitorizados após consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Com o objetivo de analisar a proporção de adultos que dirigem alcoolizados nas capitais brasileiras e no DF, após a instituição da lei nº 11.705. Todos os entrevistados pela VIGETEL mais de 54.000 indivíduos com idade maior ou igual a 18 anos e são realizadas, no mínimo, 2.000 entrevistas por cidade. Uma das questões da entrevista abordou o consumo de álcool. Considerou-se como abusivo o consumo de mais de cinco doses de bebida alcoólica para homens e mais de quatro para mulheres em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias. Aqueles que relataram consumo abusivo questionou-se se haviam dirigido veiculo motorizado após beber. Em 2007, a VIGETEL, iniciou a coleta de dados em julho, em 2008 em abril e em 2009 em janeiro. O termino se deu em dezembro para 2007 e 2008. No total foram entrevistados 54.521 indivíduos em 2007, 54.353 em 2008 e 22.009 em 2009 até o mês de maio. Foi analisada a frequência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas e direção segundo a idade e escolaridade em 2008 e comparada a cada mês nos períodos avaliados pela VIGETEL em 2007 e março de 2009, considerando-se intervalo com 95% de confiança e nível de significância de 5%. Os dados foram ponderados segundo a distribuição sociodemográfica do censo de 2000, para representar a população adulta total de cidade. Dos dados referentes ao ano de 2008, para o conjunto da população adulta (maior de 18 de idade) das 27 cidades estudadas, mostram que 1,5% (n= 815) dos indivíduos referiam ter conduzido em pelo menos uma ocasião nos últimos 30 dias, veiculo motorizado após consumo abusivo de bebida alcoólica, sendo essa proporção maior que (PL 0,05) em homens (3,0%) do que em mulheres (0,3%). A prática de dirigir após consumo abusivo de bebida alcoólica apresentou maior frequência na faixa etária entre 25 e 43 anos (4,0% em homens e 0,7% em mulheres) e no estrato de escolaridade acima de 11 anos de estudo (5,6% em 30 homens e 0,9% em mulheres). Em 2007, estas frequências foram de 2,0% na população geral, sendo 4,0% em homens e 0,3% em mulheres. Portanto, a proporção de frequência de adultos que dirigem após consumo abusivo de bebidas alcoólicas se manteve em 1,8% e 2,2% nos meses anteriores a implantação da lei 11.705, caindo de 1,3% em julho, mês seguinte a implantação da lei. Em estudo nacional de base populacional, realizado em 2005/2006 mostra que o consumo diário de bebidas alcoólicas atinge mais de 7% da população acima de 34 anos de idade e que 22% dos jovens entre 18 e 24 anos consomem bebidas de uma a quatro vezes por semana, com maior frequência entre homens. Entre 18 e 24 anos de idade, 40% referem consumo abusivo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, 37% entre 25 e 34 anos, 28% entre 35 e 44 anos, 20% entre 45 e 54 anos, caindo para 10% naqueles com 60 ou mais anos de idade. Este estudo mostra, ainda, que 8,2% dos homens referem dirigir rotineiramente após consumo de bebidas alcoólicas. Nos estudos em vários países reforçam a evidência de que a adoção de medidas legais que regulamentem alcoolemia e direção tem efetividade na redução de acidentes de transito. Na Austrália, houve redução de 50% do consumo de bebidas alcoólicas como causa de acidentes de trânsito de 1981 a 2001. Estes dados mostram a importância de se estabelecer políticas e medidas legais de restrição do consumo de álcool e direção de veículos, controle de propaganda de bebidas alcoólicas, proibição de venda aos menores, restrição de horários de venda de bebidas, medidas continuas de fiscalização, no sentido de reduzir os riscos de exposição a acidentes decorrentes do consumo abusivo de bebidas alcoólicas. No Brasil logo após a implantação da lei 11.750, houve uma queda no consumo e nos acidentes ocorridos por este motivo. Tudo porque na época houve maciça divulgação de mídia informando sobre as punições mais severas sobre esses fatos. Nos estudos atuais mostram uma retomada desse encontro. Isto vem de encontro, que a mídia e outros agentes devam fazer divulgações mais frequentes para inibir o abuso. Tendo em vista que não existe um órgão fiscalizador unificado para todas as cidades obedecerem às normas para fiscalização antes e após a implantação da lei 11.705 No inquérito Barométre Santé, a amostra de jovens focalizada apresenta 75,5% de bebedores ocasionais (uma a duas vezes por semana, ou finais de 31 semana, ou menos) e 8.3% de bebedores habituais (três a cinco vezes por semana) Entre esses jovens, 42,2% referem pelo menos uma bebedeira por ano (BAUDIER et. al. 1994). Informando, ainda, que o consumo geral de álcool, vem aumentando em vários países na faixa etária dos 18 a 35 anos, em fins de semana. Quanto maior o consumo geral de álcool, maior a frequência de beber e dirigir. O consumo per capita de álcool absoluto, segundo informações de 80, aumentou na região das Américas em países como a Columbia, o Chile, o Panamá e o Brasil. Sendo que o Brasil teve aumento de 31% foi o que mostrou maior incremento (YUNES; RAYS, 1994). As leis e a justiça Brasileira são excessivamente tolerantes com os motoristas alcoolizados, na Europa e nos EUA, a lei não faz muita diferenciação entre um motorista alcoolizado que mata uma pessoa e um crime premeditado. Comparando com os países que estão mais adiantados na prevenção de acidentes de trânsito, nossa legislação é permissiva e a aplicação da lei muito morosa. O novo código de trânsito foi de grande valia para a tomada de consciência do problema, mas o controle dos infratores é ainda limitado. . O Código Nacional de Trânsito, art. 89, inciso III, estabelece: É proibido a todo condutor de veículo dirigir em estado de embriaguez alcoólica ou sob efeito de substância tóxica de qualquer natureza. As penalidades estão ainda em fase de atualização, embora já se saiba que ainda será muito inferior a penalidades de outros países, onde a pena é praticamente automática para quem dirige embriagado. As consequências do álcool são múltiplas. Primeiro causa na grande maioria uma desinibição que propicia aceitação de risco muito superior ao normal. Também, diminui a vigilância da atenção, bem como, as capacidades visuais e do julgamento perceptivo de velocidade e de distâncias. São afetadas, além disso, as capacidades envolvidas na coordenação sensoriomotora. As pesquisas citam que a influência do álcool sobre o comportamento do motorista é bastante grande e as pesquisas são provenientes de vários países. Atualmente o bafômetro está tendo mais atuação para tirar os bêbados das estradas. Bem como, estudos visam poder atuar o bêbado, apenas por testemunhas e evidencias constatada. Em virtude de muitos motoristas alcoolizados causarem acidentes no trânsito. 32 As pesquisas apontam uma forte relação entre ingestão de álcool e AT. Há estudos que observam concentrações de 50 mg /100ml de álcool no sangue podem provocar inaptidão para a condução de veículos (OMS, 1884) Exames post-mortem de rotina em acidentados de trânsito observam uma percentagem importante dos motoristas mortos apresentam alcoolemia elevada. Em vários países, o álcool é responsável por 30% a 50% dos acidentes graves e fatais (OMS, 1984), o que é corroborado pelos dados do CDC (1993), os quais apontam presença de álcool em 50% de AT fatais e graves. Nos EUA, considera-se que um acidente fatal é relacionado ao álcool se o condutor ou pedestre apresentar, no momento do acidente, uma concentração de alcoolemia igual ou superior a 100 mg/dl, esse nível é considerado de intoxicação. Rehm (1993) relata que, de 321 motoristas estudados, 87 tiveram níveis de etanol acima de 100 mg/dl e nove estavam entre 50 e 100 mg/dl. Dos 87 motoristas intoxicados com nível de etanol acima de 100 mg/dl, 71 eram do sexo masculino e 16 do feminino. O autor enfatiza a necessidade de intervenção terapêutica em infratores reincidentes, uma vez que, para eles, medidas como punição e reeducação, tem se mostrado insuficiente. A importância do contexto sócio-cultural fica evidente nas estatísticas de hábito de ingestão etílica nos diversos estados dos EUA, onde o uso de álcool varia entre o Maximo de 63,8% e o mínimo de 25,4% sendo a maior entre os homens (CDC, 1995). A lei, a sociedade e a justiça brasileira começam a ter menos tolerância com os motoristas alcoolizados, pelo grande aumento de AT motivados pelos motoristas alcoolizados. Enquanto nos EUA e Europa, não faz diferenciação com os crimes premeditados e os que matam no trânsito por estarem alcoolizados. Geralmente no Brasil o crime no trânsito é considerado culposo, que não tem intenção de matar. Sendo muito complacente e permissiva para a aplicação da lei e ainda muito demorada. Após o novo código Nacional de Trânsito, promulgado em fevereiro de 1998 é que começou a vislumbrar algumas mudanças nesse aspecto. Portanto, teve importância no ponto de vista de conscientizar quanto ao problema, mas o controle real dos infratores é limitado. Nos EUA, entre janeiro e junho de 1992, foi realizada uma estimativa de 1943 mortos por AT na faixa de 21 a 27 anos (CDC, 1993) e 50% dessa totalidade estavam intoxicados por álcool (CDC, 1993). 33 Conforme estudo efetuado por Golduroz e Caetano (2004), apontaram que a OMS em l998, registraram que naquela oportunidade o Brasil ocupava o septuagésimo terceiro lugar dentre 153 países levantados no uso per capta de álcool na faixa etária dos jovens com 15 anos de idade. Considerando a evolução no consumo per capta nos anos de 1970 a 1990, em 137 países, registra-se no Brasil um crescimento de 74,5% no consumo de bebidas alcoólicas. A Associação Brasileira de Departamento de Trânsito (ABDETRAN, 1997) fez amplo estudo acerca do uso de bebidas alcoólicas e acidentes de trânsito em quatro capitais brasileiras: Salvador, Recife, Curitiba e Brasília. Neste estudo foi constatado que das 865 vítimas de trânsito, 27,2% apresentavam uma concentração de álcool no sangue. A maioria dos autores são unânimes em dizer que deve haver políticas públicas mais eficazes a fim de promover a conscientização do número alarmante de acidentes de trânsito relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas e demais substancias psicoativas Em artigo publicado em 19/02/2013, sobre atividades do governo: dados da pesquisa VIVA – Violência e Acidentes, citou que de acordo com o estudo, 22,3% dos motoristas e 21% dos pedestres envolvidos em AT, apresentavam sinal de embriaguez. No período da pesquisa, quarenta e duas mil pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito, mas iniciativas da Lei Seca vêm contribuindo para reduzir o numero de vítimas fatais. Citando, ainda, que no carnaval de 2013, por exemplo, já com a implantação da Lei Seca, as mortes caíram para 24%. O levantamento foi feito em 2011 e considerou-se apenas os atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que gastou 200 milhões apenas com internação das vítimas de trânsito. Stwart et. al. (1996) descrevem que os indivíduos bebem por três razões diferentes: 1) Para evitar ou reduzir estados emocionais negativos; 2) por motivos sócias, para reunir-se com outros; 3) para facilitar emoções positivas. Ao estudar uma amostra de 314 voluntários alunos de graduação de psicologia de duas Universidades do Canadá, esses autores concluíram que a maioria dos entrevistados (85%) preferia beber. O principal motivo desse comportamento foi o social, embora homens principalmente os menores de 21 anos, tivessem apresentado uma pontuação significativa no hábito de beber para facilitar emoções positivas. 34 Pelas numerosas pesquisas efetuadas, podemos informar quase que seguramente, que as pessoas mais jovens, e a ingestão de álcool são as maiores causas de acidentes de trânsito. Outros estudos levantam o porquê os indivíduos bebem. Outras também informam que alguns motoristas são mais propensos a cometerem mais acidentes. Conforme constatou McGuirfe (l976) numa pesquisa mais extensa que realmente existem motoristas com propensão para acidentes. Contudo as causas podem ser a temporal, dependendo no momento que estão enfrentando. Descobrir as razões que podem favorecer ou não, é uma tarefa difícil. Vai depender de características especificas de cada pessoa. Conforme já foi citado por Haeberil (1967) que à transgressão é uma infração intencional do socialmente aceito e regulado, Rozestraten menciona que o desajuste social, provocando acidentes por muitos motoristas é porque não ligam para as normas de trânsito, com também não devem ligar para outras normas em sua vida. Ainda que provavelmente estas mesmas pessoas certamente causem certo peso para a sociedade, decorrente das condutas transgressoras. Os quais, também, abusarão de todos os benefícios sociais e financeiros. Hobbs e Tilman (1949) constataram que em pesquisa realizadas com 96 motoristas de taxi, com quatro ou mais acidentes, com outro equivalente de 100 motoristas de taxi sem acidentes. Os resultados concluíram que os pluri acidentados estiveram 66% envolvidos com uma das agencias de justiça, serviço social e saúde pública e agencia de credito. Contra 9% dos não acidentados. Outra constatação de comportamentos antisociais foi através da pesquisa de Mayer e Treat (1977), aplicando uma bateria de questões e testes ligados a 20 características de personalidade, supostamente relacionadas com o comportamento do motorista. Aplicaram em dois grupos com acidentes e sem acidentes nos últimos três anos. Constaram que dos seis testes que melhor diferenciavam os dois grupos, cinco se referiam a desajustes sociais. Os pluri acidentados eram de pouca consciência de cidadania, tendências antisociais, atitudes pessimistas, sempre os outros eram responsáveis pelo ocorrido e atitude escolar negativa. Shinar, (1976), levantou também, algumas características próprias de motoristas que receberam premiação nos Estados Unidos da America (EUA) verificaram que esses motoristas de caminhão não diferiam dos outros motoristas quanto Q.I. (coeficiente intelectual), nem quanto a capacidades físicas; entretanto 35 eram maridos exemplares e pais muito responsáveis, dignos de confiança, sóbrios, econômicos e cautelosos, bem como, funcionários leais e esforçados. Também eram respeitados pelos outros, não eram agressivos nas estradas ou fora dela. Podendo, concluir que a maneira que o cidadão conduz sua vida e a maneira que ele dirige seu veículo está intrinsecamente condicionados na mesma proporção. Evidenciando que um ajustamento e equilíbrio na vida tem reflexos na conduta geral do indivíduo como um todo. Entretanto, argumenta Rozestraten que, nem sempre os acidentes são provocados por personalidade desajustada, pode ser motivada por alguns fatores circunstanciais. Podem estar passando por situações estressantes e difíceis em sua vida que poderá ter maior probabilidade de manifestar comportamentos perigosos na direção de um veículo. Como já foi citado por alguns pesquisadores, que o carro não é visto apenas como um meio de transporte. Muitas vezes ele se torna extensão do indivíduo. Faz parte de seu fetiche, símbolo de status e poder. Sendo assim, ele é usado para fins secundários. Devido a esses fatores, um numero alarmante de conflitos no trânsito é gerado porque os motoristas, não suportam que o seu veículo seja danificado por simples arranhões. Chegando a agressões físicas e que algumas vezes, acabam em morte. Muitas vezes, a mídia divulga as notícias quando o fato pode originar destaque. Muitos desses motoristas envolvidos em conflitos, pode ser uma pessoa que nunca havia evidenciado comportamentos sugestivos de delito. Entretanto, de repente, ele passa a ter atitudes violentas, como aconteceu recentemente com um motorista que teve seu veículo abalroado na traseira, e já saiu com uma barra de ferro e agrediu violentamente o outro motorista. Corazza (2011), cita que podemos resumir que existem três tipos básicos de comportamentos de motoristas de trânsito: - os cautelosos: aqueles motoristas que na vida respeitam normas, regras, o espaço dos outros, e também respeitam o trânsito; - os donos do mundo: briguentos, agitados, reclamações, insuportáveis, como se os outros motoristas não soubessem nada, e tudo devesse girar em torno deles; - os comportamentos mascarados: pessoas que parecem adequadas no trabalho ou em família, mas no trânsito, diante de um instrumento sob o seu controle direto tendem a revelar comportamentos agressivos, como se a mesma situação conseguissem se posicionar individualmente. 36 O carro transforma-se em objeto de poder e auto afirmação, necessidade que surge, em muitos casos, para compensar inseguranças ou sentimentos de inferioridade. Corazza (2011) cita que na pesquisa efetuada 50% dos homens atribuíram ao veículo uma relação permeada de valores culturais. Evidenciando a intima relação que os motoristas têm com esse objeto, como se fossem partes de sua casa. Dentre esses 42% afirmaram que ao viajarem em trajetos longos, paravam para dormir, namorar, descansar, ouvir música, e até contatos on line com a família e amigos. Outros fazem lanche, se arrumam no espelho do carro e tantos outros comportamentos que se afigura como se estivem em algum setor de suas casas. Atualmente nos grandes centros, os congestionamentos obrigam os motoristas a passarem muito tempo dentro de seus veículos, obrigando desta forma, que o condutor amenize esse impasse, para usá-lo compensatoriamente, como extensão de suas casas. Portanto, se relacionando mais intimamente com seu veículo. Com este relacionamento mais estreito com o carro seus sentimentos podem ser mais exacerbados com relação a ele, e na eminência de qualquer esbarrão que o mesmo venha a sofrer, podem ter repercussões tão negativas incalculáveis. Em pesquisa realizada por Black (1966) na Inglaterra, época em que os carrões ostentavam luxo e design arrojados, ele escolheu uma amostra variada de pessoas de diferentes profissões e idades. Essas pessoas escolhidas eram facilmente sugestionáveis em hipnose e consentiam nisso. Na entrevista consciente, disseram que a segurança no carro é importante, que é bom usar a cinto de segurança, que os motoristas geralmente eram culpados dos acidentes, especialmente aqueles que conduzem em alta velocidade. Entrevistados sob hipnose apresentaram um quadro bem diferente; quase nunca se referiam a detalhes técnicos do modelo de carro, que deveria ser macio, rápido e baixo e ter um aspecto socialmente bem aceito. A segurança na estrada não era muito importante e os principais culpados dos acidentes de trânsito eram os motoristas que andam devagar. Que o cinto de segurança é algo afeminado e o melhor do carro é dar sentimentos de liberdade, de poder e superioridade e sentir-se dono de tudo (ROZESTRATEM, 1988). 37 2.6 Prevenção de Acidentes Quando se falam em prevenção de acidentes, de um modo geral, mostram as rodovias esburacadas e a falta de sinalizações, que devam ser melhoradas. Fatos que devam acontecer realmente. Entretanto, a maioria dos acidentes ocorre em lugares onde o condutor pode empreender maior velocidade. Hoffman et. al. (2011), informam que para prevenir acidentes deve existir educação para o trânsito, baseada em dados científicos. Porque para educar é necessário conhecer o fenômeno em toda sua totalidade. Rozestraten (2000) cita que a maior dificuldade na área do trânsito é convencer os dirigentes e docentes do país, que os problemas do trânsito são interdisciplinares e, como tal, devem ser tratados. Para tal, deverá haver uma construção paulatina, portanto não acontece momentaneamente. Deveria ter evoluído de acordo com a evolução do tráfego no país. Fato que contribuiria para levantamentos dos dados objetivos atualmente. Na década de sessenta a economia brasileira desenvolveu, através das grandes empresas automobilísticas, coincidindo com a época do reconhecimento da Psicologia como ciência no Brasil. Conforme cita Rozestraten (2000) que os países desenvolvidos naquela oportunidade, já estavam desenvolvendo pesquisas sobre a psicologia do trânsito. No Brasil a ênfase aconteceu na década de oitenta, quando foram realizados quatro congressos sobre a Psicologia do Trânsito, mostrando o claro desejo de se atualizarem nesta área em contribuir com a solidificação da mesma no Brasil. Informa ainda, que a Psicologia do Trânsito não difere inicialmente da metodologia aplicada em outras áreas da Psicologia. Esta metodologia é científica na medida em que procura descobrir relações existentes entre estímulos e variáveis independentes. Cita ainda que sobre determinar “causa” implica em contingência de eventos. Portanto, a base de todo trabalho do psicólogo em relação aos acidentes é a existência de uma explicação real, algo concreto no ambiente, no veiculo ou no homem que os causou. Considerando que os acidentes podem ser considerados uma disfunção do sistema homem-veículo-via que, em circunstâncias normais funciona muito bem. Porém, uma vez que mo sistema consiste em uma enorme quantidade de fatores, é possível que um fator desvie tanto do normal que o sistema já não consiga mais adaptá-lo ou colocar outros mecanismos e fatores em seu lugar. 38 O que significa que para tentar resolver os problemas de acidentes de trânsito, não é possível apenas realizar intervenções, pois este fenômeno (o trânsito) ainda não é suficientemente conhecido. Conforme Hoffman (2011) et al., informam que é preciso pesquisar para avaliar e intervir. Dizendo que para se obter resultados esperados, para minimizar os acidentes no trânsito, somente quando houver domínio suficiente sobre como, para quem e o que é preciso ensinar, além de conhecer como os indivíduos irão interagir com informação e conhecimento que lhes é fornecido. Portanto, a pesquisa psicológica aplicada ao trânsito constitui a forma mais indicada para obtenção dos fatores relevantes que se pretender obter. Citando, ainda Hoffman (2011), que não se pode confundir a avaliação dos fenômenos psicológicos, associados ao trânsito, com a aplicação de testes para obtenção da CNH, que também, pode ser uma forma de investigação, que entretanto, vem sendo utilizado de maneira ineficiente por parte dos psicólogos que se dedicam a esta atividade. Alchieri e Strocher (2002) alertam para o fato de que não existe padronização nacional dos testes que são aplicados, nem existe uma definição oficial por parte dos órgãos governamentais sobre que fenômenos precisam ser avaliados. Hoffman (2011) informa que o problema ocorre justamente pela falta de conhecimento sobre o fenômeno trânsito, portanto, fica complicado o que se deve avaliar quando alguém pretende obter uma CNH para primeira habilitação, bem como que instrumento utilizar. Os autores criticam que os resultados obtidos na avaliação psicológica para a obtenção da CNH, ficam restritos e assim informações sobre os fatos não são compartilhados com os demais profissionais que atuam na área, conforme afirmam Loureiro e Romaro (1987). Informam, ainda, que as informações são tão precárias, que ainda não se sabe quantas carteiras de habilitação são emitidas por dia no país, nem quantas avaliações psicológicas são realizadas diariamente para obtenção da CNH no país. Se uma pesquisa sistemática fosse realizada, obteríamos o perfil dos candidatos e todos os outras questões de interesse. Relatam ainda, que se a Psicologia como ciência pode e deve contribuir para prevenir os acidentes de trânsito, certa parcela de culpa é do psicólogo. Ou seja, por não estarem politicamente fortes e organizados para se fazerem ouvir, seja por não exercerem com cuidado necessário a profissão na área de trânsito. Bem como, 39 exercerem mais intervenções do que pesquisas, como se a área do trânsito não se alterasse ao longo dos anos e as intervenções feitas nas décadas passadas ainda pudessem ser realizadas do mesmo modo sem maiores modificações. Quanto ao Alchieri e Strocher (2002) informam que ao realizarem um levantamento sobre o estado da avaliação psicológica no trânsito, concluíram que apesar desta ser uma das mais antigas modalidades de atuação da psicologia no Brasil, até hoje não existe um consenso de como devem ser realizadas as intervenções nesta área. A atuação do psicólogo no trânsito ainda está limitada aos exames para obtenção da CNH, sem que o psicólogo perceba que sua participação precisa ser mais ampla. Por exemplo, trabalhando e avaliando com os profissionais de outras áreas a elaboração da sinalização, a construção de sinalização, a construção de veículos e rodovias, visto que todos esses setores visam melhorar a condição de vida humana. Hoffman et. al (2011), salientam que não é preciso só os órgão governamentais efetuarem as pesquisas de trânsito, qualquer psicólogo interessado pode realizá-las e divulgá-las através de simpósios, congressos e outros eventos científicos. Nas diversas colocações de vários autores, concluímos que na opinião deles; para pensarmos em iniciar qualquer trabalho, sobre prevenção o psicólogo precisa estar mais engajado nas políticas públicas sobre o trânsito, ter mais conhecimento e dedicação para atuar na área do trânsito e terem o conhecimento preciso do que realmente deve avaliar para os candidatos para obtenção da CNH, bem como, os instrumentos psicológicos serem efetivados com a realidade brasileira e ter um consenso geral. 40 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Ética A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº 93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A participação na pesquisa teve caráter voluntário e os respondentes foram informados previamente dos objetivos da pesquisa, da natureza sigilosa das informações, do resguardo do anonimato e da possibilidade de desistência do preenchimento do questionário a qualquer tempo caso desejassem, de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Portanto a identidade dos sujeitos da pesquisa foi preservada, conforme expressa a Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificarse ao responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 3.2 Tipo de Pesquisa A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com dupla, combinação de abordagem, a saber quanti-qualitativa. Os métodos quantitativos de pesquisa se baseiam no paradigma positivista, onde a racionalidade reina de forma absoluta. Dentre os grandes nomes dessa abordagem funcionalista se pode situar temporalmente três grandes autores, Demócrito, Descartes e Newton. Esses cientistas contribuíram de forma decisiva para que o pensamento científico alcançasse um elevado grau de linearidade. O método quantitativo de pesquisa tem no questionário uma de suas grandes ferramentas. É pelos resultados obtidos nessa técnica de coleta de dados que são feitas as induções, que hora confirmam as suposições inicialmente levantadas pelo pesquisador, e hora as refutam. Se por um lado os métodos quantitativos se fundamentam no pensamento positivista, os métodos qualitativos têm uma orientação antipositivista, ou seja, são norteados pelo paradigma interpretativo. Dessa forma, a racionalidade cede espaço 41 à subjetividade. A visão reducionista se amplia para a tentativa de entendimento aprofundado do objeto em estudo. Para alguns estudiosos, essas abordagens não são paradoxais. Na verdade, elas se completam. Uma preenche as lacunas que a outra não consegue suprir. De maneira análoga se pode dizer que elas são como matéria e espírito, que embora tenham naturezas diferentes formam um só corpo. Um discurso recente defendendo a importância dos dois enfoques é o de May (2004, p. 146): [...] ao avaliar esses diferentes métodos, deveríamos prestar atenção, [...], não tanto aos métodos relativos a uma divisão quantitativa-qualitativa da pesquisa social – como se uma destas produzisse automaticamente uma verdade melhor do que a outra -, mas aos seus pontos fortes e fragilidades na produção do conhecimento social. Para tanto é necessário um entendimento de seus objetivos e da prática. Como procedimentos metodológicos essa pesquisa se caracteriza como bibliográfica. Para que se pudesse obter um entendimento mais acurado do tema, que é complexo foi necessária essa busca em fontes variadas. Sendo assim, se acredita ter conseguido abarcar fontes de naturezas diversas e, em razão disso, chegar a um conhecimento mais abrangente do objeto pesquisado. De acordo com Gil (1994, p. 71) “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. Sendo assim, a pesquisa bibliográfica permitiu conhecer a atualidade do debate acerca dos métodos empregados na presente pesquisa. O presente estudo, portanto, viabiliza a utilização da pesquisa bibliográfica como meio para detecção de vieses para a atenuação do problema elencado. Esta pesquisa bibliográfica é lastreada em dados estatísticos oriundos de bases governamentais, da literatura pertinente nas áreas da psicologia, educação, tecnologias, bem como da legislação em vigor sobre o tema, assim, trata-se de uma revisão de literatura de caráter documental e histórico de forma descritiva aos fatos analisados. 42 3.3 Universo A pesquisa foi realizada no DETRAN e na Auto-Clínica Medeiros Neto, no município de Medeiros Neto, situada no Extremo Sul da Bahia, no período no período de janeiro a dezembro de 2012. 3.4 Sujeitos da Amostra Foram convidados para participar da pesquisa portadores de 1ª CNH que cometeram acidentes. Também, foram convidados os portadores de CNH provisória que não cometeram acidentes e, da mesma forma foram aplicados questionários para os portadores de CNH definitiva, que cometeram acidentes e que da mesma forma atenderam o chamado e contribuíram livremente com a pesquisa. 3.5 Instrumentos de Coleta de Dados A coleta de dados foi feita mediante aplicação de questionários de pesquisa, nas suas diversas modalidades, após anuência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e indexada aos seguintes procedimentos, a citar: Tabela 1- Estágios do processo de pesquisa Estágio Procedimentos Investigar através do levantamento dos dados cadastrais no Estudo I prontuário dos motoristas inscritos no CIRETRAN o número de CNH provisória. Investigar através do levantamento dos prontuários dos Estudo II motoristas com CNH provisória quantos foram os motoristas que se envolveram em acidentes, no período determinado. Investigar através de questionário aplicado em X motoristas Estudo III selecionados aleatoriamente que provocaram acidentes no período planejado, obteremos os seguintes quesitos. Fonte: Dados da Pesquisa. Medeiros Neto/ Extremo Sul da Bahia. 2013. 43 Os resultados são tabulados da seguinte forma: a) Tratamento estatístico do estudo I; b) Tratamento estatístico do estudo II; c) Tratamento estatístico do estudo III; d) Correlacionar os resultados do estudo I com o estudo II; e) Correlacionar os resultados do estudo II com o estudo III; f) Correlacionar os resultados do estudo III com o estudo I; Estas diversas tabulações indicam o tratamento conjunto de todos os relatórios de forma comparativa e em consonâncias às realidades postas com a análise individual de cada ficha e a comparação do coletivo a cada uma, refletindo-se desta forma, a cultura em pesquisa e os seus desdobramentos. 3.6 Plano para Coleta dos Dados A pesquisa se desenvolveu em 4 etapas, a citar: o levantamento do número de acidentes; a investigação dos acidentes; a aplicação dos questionários para os motoristas com CNH provisória, e, a aplicação dos questionários elaborados especificamente para os motoristas com CNH provisória que não cometeram acidentes e a aplicação dos questionários para em um número determinado de motoristas portadores de CNH definitiva que cometeram acidentes. Assim, tem-se o fato de que foram emitidas 282 1ª CNH no ano de 2012 e que foram levantadas no CIRETRAN no município de Medeiros Neto as ocorrências de acidentes que totalizaram 275, e, além disto, registra-se o fato de que das 275 ocorrências 22 foram os portadores de 1ª CNH. Neste cenário também, deve-se registrar que foram aplicados 22 questionários nos portadores de 1ª CNH que cometeram acidentes; sendo que atenderam prontamente ao comunicado do DETRAN para responderem aos questionários. Também, tem-se o fato de que foram aplicados 22 questionários para os portadores de CNH provisória que não cometeram acidentes. Estes também compareceram prontamente atendendo o comunicado do DETRAN; e, da mesma forma foram aplicados 22 questionários para os portadores de CNH definitiva, que cometeram acidentes e que da mesma forma atenderam ao comunicado do CIRETAN. 44 3.7 Plano para a Análise dos Dados A análise dos dados foi codificada, digitada e analisada estatisticamente no programa Microsoft Office Excel 2003 e exposta através de gráficos. Após a tabulação dos dados e consolidação das informações obtidas junto aos pesquisados, procedeu-se as discussões. 45 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a definição das questões norteadoras da pesquisa e reflexo das mesmas nos questionários tem-se a etapa da análise dos itens respondidos pelos usuários do sistema bem como a descrição do tratamento de dados com o descarte e considerações das variáveis coletadas e da sua tabulação. Desta forma, tem-se a descrição do universo amostral e análise das amostras apresentadas na tabela 2. Tabela 2 - Varáveis de Pesquisa (por questionário) Questionário Varáveis de análise Idade do motorista; dirige seu próprio veículo; dirige diariamente; quantas horas; os motivos que dirige Questionário I nesta frequência; quais foram a sua reação ao (CNH provisória) cometer o acidente com as opções de: se colocou a disposição para esclarecimentos; se evadiu do local e os motivos para tal; Idade do motorista; dirige seu próprio veículo; dirige diariamente; quantas horas; os motivos que dirige Questionário II nesta frequência; quais foram a sua reação ao (CNH provisória) cometer o acidente com as opções de: se colocou a disposição para esclarecimentos; se evadiu do local e os motivos para tal; Idade do motorista; dirige seu próprio veículo; dirige diariamente; quantas horas; os motivos que dirige Questionário III nesta frequência; quais foram a sua reação ao (CNH definitiva) cometer o acidente com as opções de: se colocou a disposição para esclarecimentos; se evadiu do local e os motivos para tal; Fonte: Dados da Pesquisa. Medeiros Neto/ Extremo Sul da Bahia. 2013. 46 E, por fim, para todos os três tipos de questionários, o registro contínuo de eventuais inconformidades associada ao trabalho e aos seus desdobramentos (BRASIL, p. 1). Deve-se registrar também que optamos por permitir que os entrevistados pudessem externar de forma livre e desimpedida outras opiniões sobre o tema em espaço específico do questionário. A faixa de idade está variando de 18 anos, por imposição legal e 45 anos, de acordo com a amostragem analisada, pois, trata-se da idade do entrevistado mais velho registrado. Assim, de uma forma geral observa-se que os entrevistados mais velhos têm as respostas mais comprometidas e resenhadas. Observa-se uma proporção de quase metade dos entrevistados, independentemente de outras variáveis indexadas aos mesmos, tais como idade, sexo etc, não guiarem os seus próprios veículos o que reflete uma proporção equitativa entre particulares e pretensos candidatos de atuação profissional. Analisando-se os dados apresentados no gráfico 01, verifica-se que cerca de 80% dos entrevistados dirigem diariamente o que reflete um perfil de uso e necessidade do automóvel, mesmo em regiões não urbanas. Gráfico 1- Dirigibilidade diária Direção diária 20% 80% Fonte: Dados da Pesquisa. Medeiros Neto/ Extremo Sul da Bahia. 2013. . 47 Estas informações refletem a base das respostas dos questionários postos, não obstante, as declarações podem oscilar de acordo com o grau de lembrança e correlação dos entrevistados. A quantidade média de horas é superior a 8(oito), o que reflete as ações profissionais e as ações privadas de cunho autônomo e informal além de atendimento as próprias demandas pessoais. Verifica-se que o uso do veículo já é uma demanda real em todas as áreas. Verificou-se que, mesmo com respostas fechadas, as demandas e necessidade são a maior demanda e registra-se ai a utilidade pública das demandas por da carteira nacional de habilitação. No gráfico 2 verifica-se que a maioria dos entrevistados optou por informar que permanecem no local do acidente, cerca de 60%, conforme gráfico a seguir: Gráfico 2 - Permanece no local do crime Permanece no local do crime 10% 30% 60% Fonte: Dados da Pesquisa. Medeiros Neto/ Extremo Sul da Bahia. 2013. Colocando-se assim à disposição para esclarecimentos após o mesmo, o que registra uma forte declaração de responsabilidades, o que não reflete-se, sobremaneira, as práticas noticiadas. Registra-se que os poucos que optaram por informar da evasão o fazem por medo de represálias e procedimentos afins da população local ao acidente ou até mesmo por reações das vítimas ou familiares e conhecidos das mesmas. 48 Verificou-se que, no universo pesquisado, os principais motivos de evasão são o medo da represália e a indicação de outros esparsos e com pouco nexo. Nas observações livres registra-se a desconexão de respostas, a indicação de situações transversas, tais como o sinal amarelo, onde não sabe-se onde ou como recorrer para tal e falta de eficácia da lei ou culminações legais. A visão geral desta pesquisa nos orienta no sentido de que, por vários fatores o motorista com CNH provisória tem atitudes completamente diferentes dos motoristas com CNH definitiva. Neste contexto, podemos supor que existem fatores diversificados que contribuem para este fato. Pode ser a idade do motorista; pode ser a preocupação que tem porque está com uma CNH provisória e poderá perdê-la, a qualquer infração cometida. A diferença do número de acidentes cometidos entre os condutores com CNH provisória e definitiva é muito significativo. Poderíamos esperar que os motoristas menos experientes cometessem maior número de acidentes. Fato que realmente não foi constatado, porque de 275 acidentes, 22 foram com CNH provisória, portanto menor de 10%. Acreditamos que o fator excesso de confiança aliado a muitos outros pode contribuir para maior irresponsabilidade. Cabem agora, as diversas áreas da sociedade em geral, preocupadas com a classificação do Brasil em quinto lugar do mundo com vítimas fatais em acidentes de trânsito, pensar em soluções que possam advir destas constatações e muitas outras que deverão ser pesquisadas. Seria o caso de haver mais rigor e punições mais severas para os motoristas com habilitação definitiva, para que os mesmos tivessem a preocupação como os motoristas com habilitação provisória. Ou seja, habilitação é colocada erroneamente como definitiva, ela tem um tempo para ser revalidada, que poderá ser ou não, como já acontece atualmente, não é um direito adquirido definitivamente. Mas este tempo apesar de já ter ocorrido mudanças, ainda é muito longo. Na duração de 5 anos para os motoristas com idade inferior a 60 anos, é um longo período, que neste intervalo de tempo pode surgir muitos fatores que poderiam contribuir para possibilitar muita acomodação ao habilitado. As campanhas educativas poderiam informar que a habilitação não seria permanente, mas sim válida por determinado período, enquanto estes não cometessem atos considerados abusivos para continuarem dirigindo. Desta maneira as relações entre a questão da pesquisa e as hipóteses em análise podem ser esquematizado a seguir: 49 Esquema 1 - Questão da pesquisa e hipóteses mínimas Os motoristas com CNH provisória cometem menor numero de acidentes; As estatísticas é oriunda de acidentes de transito com motoristas portadores de CNH provisória? Os motoristas com CNH provisória cometem menor numero de acidentes porque querem receber a CNH definitiva; Pesquisa de Campo, Revisão de literatua, Discussão e Comentários finais Os motoristas com CNH provisória provocam menor numero de acidentes porque a CNH definitiva só será fornecida se durante a vigência do prazo desta, o mesmo não cometer infrações de sua responsabilidade; Fonte: Dados da Pesquisa. Medeiros Neto/ Extremo Sul da Bahia. 2013. Que pode ser correlacionada com os objetivos da pesquisa, conforme demonstra o esquema 2: 50 Esquema 2 - Objetivos: geral e específicos Verificar o numero de acidentes que são envolvidos os motoristas de CNH provisória Análise de acidentes de transito com motoristas portadores de CNH provisória; Proporcionar uma revisão de literatura na área; Investigar as causas mais comuns dessa ocorrência para propor soluções; Conhecer em que situação aconteceu o acidente; Comparar com o numero de acidentes ocorridos no mesmo período com os demais motoristas; Proporcionar uma revisão de literatura na área; Fonte: Dados da Pesquisa. Medeiros Neto/ Extremo Sul da Bahia. 2013. A realização desta pesquisa tem o interesse de investigar as causas mais comuns que podem favorecer a ocorrência dos acidentes de trânsito, especificamente com aqueles motoristas que ainda estão de posse da habilitação provisória 51 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sentimos que esta pesquisa foi o inicio de uma contribuição para outros trabalhos semelhantes. Assim, nesta empreitada, tivemos de enfrentar algumas dificuldades iniciais. Não encontramos nenhuma pesquisa que pudesse servir de referencial, no que se tange aos acidentes de trânsito com CNH provisória. Esta constatação nos surpreendeu. Achávamos que seria um tema já bastante explorado, devido a relevância do fato. Porque um motorista com esta CNH provisória só receberá a definitiva se não cometer infrações dentro do período de vigência, da mesma. Sendo assim, ao deparamos com este fato tivemos maior interesse, mesmo com as dificuldades constatadas, que enfrentaríamos. Bem como, não encontramos material bibliográfico que pudesse enriquecer nosso trabalho. Esperamos que neste enfrentamento, pudemos alcançar nossos objetivos e contribuir neste sentido. Também, esperamos motivar que a outras pesquisas com este tema, sejam realizadas. O objetivo da pesquisa foi contribuir com os dados levantados num pequeno município da Bahia, cidade de Medeiros Neto, e a partir destes, motivar as autoridades da importância da realização de pesquisas de teor semelhante. Das 282 CNH provisórias emitidas de janeiro a dezembro de 2012, vinte e dois acidentes foram cometidos pelos portadores de CNH provisória, num total de 275 acidentes ocorridos na região. Constatando que menos de 10% foi a cifra verificada, por esses condutores. Um número bem reduzido, diante de 275 ocorridos no geral. Sendo assim, podemos pensar que na realidade existem fatores intrínsecos que poderão ser mais explorados. Portanto, gostaríamos de sugerir que esta pesquisa deverá ser continuada e outras semelhantes. Quiçá, futuramente, teremos elementos mais esclarecedores, para que possam surgir legislações mais efetivas para punir motoristas que abusam da permissividade, do excesso de confiança, e outros comportamentos, que podem ocasionar tantos transtornos. Um dos comportamentos que nos chamou a atenção, durante este trabalho e que reforça o sentido de continuar pesquisas com jovens, são as estatísticas sobre o número de vítimas fatais na faixa etária dos 19 aos 25 anos de idade e que em sua maioria estavam alcoolizados. Como na maioria dos casos ao completar 18 anos os jovens já querem estar de posse da CNH provisória, portanto com 19 anos já estão com a 52 CNH definitiva, seria um fator que poderia também, ser analisados em outras pesquisas. Os portadores de CNH provisória se não cometerem infração, muito em breve receberão a CNH definitiva. Cujo documento lhe concederá o direito de dirigirem por um período determinado. Refletindo sobre algumas respostas dadas nesta pesquisa, constatamos que alguns deles não dirigem ainda, ou dirigem muito pouco, porque estão esperando a definitiva, e tem receio de não consegui-la. Alguns noticiários divulgaram que alguns motoristas com este mesmo comportamento se envolveram em acidentes fatais, quando dirigiram pela primeira vez com a CNH definitiva. Todavia, verificando o número de acidentes gerais com acidentes com os portadores de CNH provisória, é um número tão irrisório, que nos chamam a atenção. Acreditamos que o período de 5 anos e outros fatores, pode eliciar e mobilizar atitudes de coragem, arrogância, valentia, agressividade e poder. Propiciando sensação de liberdade e de impunidade, provocadora de comportamentos de alta periculosidade contra si e contra os demais. Pensamos que a passagem do período de CNH provisória para a tão sonhada e divulgada CNH definitiva deva ser permeada de algumas determinantes que poderá exercer o poder de bloquear tanta permissividade que ela exerça. Acreditamos que deve haver bastante rigor e punições sempre muito severas em qualquer época da habilitação definitiva, inclusive a nomenclatura definitiva poderia ser abolida. Porque ela não é um direito adquirido permanente. Caberá outras pesquisas serem realizadas neste sentido. Todos nós somos responsáveis para colaborar no sentido da diminuição do número de acidentes no trânsito. Somos responsáveis quando do exercício da profissão liberamos um motorista, que demonstra tendências ao alcoolismo e as drogas. Somos responsáveis quando dirigimos nosso veículo e não damos prioridade ao pedestre ou a um motorista que pede passagem. Todos esses questionamentos e muitos outros objetivos mais amplos poderão servir de elementos para dar continuidade a esta pesquisa sui generis, a fim de contribuir para o progresso da ciência e da sociedade em geral. Durante o decorrer de nossa pesquisa bibliográfica, encontramos críticas sobre a psicologia de trânsito no Brasil e sobre o papel do psicólogo no trânsito, que ainda é precário e muito restrito, que ele não tem engajamento nas políticas públicas, sobre o trânsito, que parte da culpa sobre a ineficácia da prevenção de acidentes é dele, por não exercer ativamente seu papel; que os instrumentos 53 psicológicos necessitam ser atualizados e a avaliação psicológica para motoristas não tem consenso geral. Porque muito pouco se sabe sobre o trânsito, portanto não se pode educar sem conhecer para que e para quem vai servir essa educação e que não se sabe quantas carteiras de habilitação são emitidas diariamente, quantas avaliações psicológicas para primeira habilitação é feita diariamente e não se sabe o número de acidentes que acontece no país. Acreditamos, que em parte as criticas foram construtiva, algumas medidas já foram tomadas pelos conselhos de psicologia com relação a avaliação psicológica em geral e a avaliação psicológica para o trânsito, mas ainda não foram citadas pelos autores consultados. Quanto ao papel da pesquisa sobre o trânsito, sentimo-nos bastante confortáveis em salientar que numa pequena cidade do interior da Bahia, levantamos os dados sobre os acidentes ocorridos, sobre o número de carteiras de habilitação emitidas, e quantos acidentes ocorreram na região, e em que circunstâncias ocorreram no ano de 2012. Assim, esperamos estar contribuindo na área da psicologia e do trânsito no Brasil. 54 REFERÊNCIAS ABERASTURY, A. Adolescência normal. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023, 6024, 6027, 6028, 10520, 14724. 2003. ASTI VERA, Armando. Metodologia da investigação científica. Porto Alegre: Ed. Globo, 1974. BARROS, Aidil P. de; LEHFELD, Neide A. de S. Fundamentos de metodologia. São Paulo, McGraw-Hill, 1986. BASTOS, Lília da Rocha et al. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. 3. ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1982. BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro: Lei nº. 9.503 1997. DOU, Brasília, 23 set. 1993. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/ctb.htm Acessado em: 15/1/2009. ______. Constituição Federal Brasileira 1988. Texto consolidado até a Emenda Constitucional n° 58 de 23 de setembro de 2009. Brasília, 1988. 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[et al]. – São Paulo, 2010. 57 APÊNDICES Questionário I (CNH provisória com acidentes) 1 - Idade do motorista 2 - Dirige seu próprio veículo S() N() 3 - Dirige diariamente S() N() 4 - Quantas horas: 5 - Porque dirige nesta frequências? Marque as opções abaixo: A ( ) Por que gosta B ( ) Porque tem necessidade C ( ) Porque não tem experiência D ( ) Porque ainda não tem CNH definitiva E ( ) Porque tem medo e não obter não obter a CNH definitiva 6 - Qual foi a sua reação ao cometer o acidente? Marque as opções abaixo: A ( ) Se colocou a disposição para esclarecimentos; B ( ) Se evadiu do local. Se sim marque o porquê na(s) alternativa(s) abaixo: b1 ( ) Porque teve medo da represália; b2 ( ) Porque não quis arcar com as responsabilidades legais; b3 ( ) Porque não quis arcar com o ônus do acidente; b4 ( ) Outros motivos; Quais: 58 Questionário II (CNH provisória sem acidentes) 1 - Idade do motorista 2 - Dirige seu próprio veículo S() N() 3 - Dirige diariamente S() N() 4 - Quantas horas: 5 - Porque dirige nesta frequências? Marque as opções abaixo: A ( ) Por que gosta B ( ) Porque tem necessidade C ( ) Porque não tem experiência D ( ) Porque ainda não tem CNH definitiva E ( ) Porque tem medo e não obter não obter a CNH definitiva 6 - O que acha que faria se cometesse acidente ainda de posse da CNH provisória? Marque as opções abaixo: A ( ) Se colocou a disposição para esclarecimentos; B ( ) Se evadiu do local. Se sim marque o porquê na(s) alternativa(s) abaixo: b1 ( ) Porque teve medo da represália; b2 ( ) Porque não quis arcar com as responsabilidades legais; b3 ( ) Porque não quis arcar com o ônus do acidente; b4 ( ) Outros motivos; Quais: 59 Questionário III (CNH definitiva com acidentes) 1 - Idade do motorista 2 - Dirige seu próprio veículo S() N() 3 - Dirige diariamente S() N() 4 - Quantas horas: 5 - Porque dirige nesta frequências? Marque as opções abaixo: A ( ) Por que gosta B ( ) Porque tem necessidade C ( ) Porque não tem experiência 6 - Qual foi a sua reação ao cometer o acidente? Marque as opções abaixo: A ( ) Se colocou a disposição para esclarecimentos; B ( ) Se evadiu do local. Se sim marque o porquê na(s) alternativa(s) abaixo: b1 ( ) Porque teve medo da represália; b2 ( ) Porque não quis arcar com as responsabilidades legais; b3 ( ) Porque não quis arcar com o ônus do acidente; b4 ( ) Outros motivos; Quais: 60 ANEXOS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Declaro, por meio deste termo, que concordei em participar na pesquisa de campo referente à pesquisa intitulada “Acidentes de Trânsito com Portadores de Habilitação Provisória: Tendência ou Correlação”, desenvolvida pela pesquisadora Sr.(a) Clara Perroni. Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa e que fui devidamente informado(a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo. Fui também esclarecido(a) de que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde e outros. Minha colaboração se fará de forma não-anônima, por meio de entrevista semiestruturada a ser registrada em forma que questionário de pesquisa. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pelo pesquisador e seu orientadores e coordenadores. Fui ainda informado(a) de que posso me retirar desse(a) estudo / pesquisa / programa a qualquer momento, sem prejuízo para meu acompanhamento ou sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos. Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Medeiros Neto, Bahia, ______ de _________________ de _____ Assinatura do(a) participante: ________________________________ Assinatura do(a) pesquisador(a): ____________________________