O corpo também fala
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Ronaldo Cavalli, especialista em linguagem corporal
por Fernanda de Almeida
Apesar das inovações tecnológicas e da expansão do mundo virtual, as relações pessoais e profissionais ainda são
fortemente influenciadas por encontros presenciais, físicos. Por isso, estar preparado para as exigências do mercado de
trabalho inclui também autoconhecimento e domínio sobre o corpo e sobre os gestos. Não é à toa que um número
crescente de profissionais tem buscado conhecimentos na área de linguagem corporal.
Esse é o caso do representante de vendas, Denis Alves de Paula, 25, de Itatiba (SP). Há três anos, quando ainda
trabalhava na área de gestão de segurança privada, achou que cursos de linguagem corporal poderiam melhorar sua
atuação em consultorias e auditorias. “Quando você presta auditorias, tem que conseguir coletar informações que
muitas vezes o entrevistado não quer dar. Ao dominar a linguagem corporal é possível melhorar a relação com a outra
pessoa, ganhar a sua confiança e conseguir o que precisa para seu trabalho”, afirma.
Ronaldo Cavalli, especialista em linguagem corporal, vai além. “Há anos os profissionais vêm percebendo que para ter
sucesso na carreira é preciso mais do que executar bem suas atividades. Saber se relacionar e passar suas idéias com
clareza fazem parte das exigências atuais”, afirma Cavalli.
Atitudes mais comuns
A principal dificuldade em dominar a linguagem corporal geralmente está ligada a situações em que a pessoa diz coisas
com as quais não concorda ou acredita. Segundo a psicóloga Rosana Spinelli, “a linguagem corporal é inconsciente e
verdadeira, pois revela o que a pessoa sente, pensa ou quer dizer naquele momento. Aprender a ler esses sinais que o
corpo emite facilita as relações profissionais, pois permite perceber se o outro está receptivo à sua mensagem, disposto
a conversar e trocar experiências; se os gestos estão coerentes com o que se fala; se é o momento certo para falar,
mudar de assunto, tornar o papo mais interessante; ou se os seus gestos causam uma reação negativa no colega de
trabalho”.
Cavalli concorda e afirma que a melhor maneira do corpo não trair a fala é o profissional buscar viver em harmonia com
sua ética pessoal. “Se a pessoa trabalha com algo em que não acredita ou em uma companhia que não admira, será
difícil conciliar sua linguagem verbal com o que seu corpo está dizendo”.
Momento e local certos
Dominar a linguagem corporal exige percepção de espaço e de contexto. “A linguagem corporal é aprendida pela
cultura em que estamos inseridos e por isso nem todos os gestos têm os mesmos significados nas diferentes partes do
mundo”, afirma Rosana.
Em uma reunião, por exemplo, quando você for apresentar suas idéias é melhor que esteja de pé. “Neste caso, procure
olhar cada um nos olhos, sem levantar nem abaixar muito o queixo, para demonstrar interesse em ouvi-los também. Os
gestos não devem ser excessivos, para não demonstrar ansiedade, nem podem ser poucos, para não que a pessoa não
pareça desconfortável ou insegura”, orienta Cavalli. O especialista sugere também que, nos casos de reuniões em que
as pessoas ficam todas sentadas, o ideal é manter uma postura de 90 graus ou inclinada um pouco para frente.
Quando a pessoa fica inclinada para trás demonstra desinteresse.
Para Alves, os cursos de linguagem corporal de que participou o ajudaram numa melhor percepção do outro para
definir a postura mais adequada. “Uma das coisas mais interessantes foi aprender sobre o „rapport‟, uma série de
técnicas que faz com que você consiga criar uma conexão com a pessoa com quem está conversando. Por meio de
respiração, gestos e tom de voz é possível criar empatia e confiança, deixando o outro mais à vontade e a conversa
mais produtiva”, conta.
Certifique-se que está emitindo os sinais corretos
Atitudes muito comuns atrapalham a imagem do profissional e dificultam o relacionamento no trabalho. A psicóloga
Rosana Spinelli dá alguns exemplos:
- não cumprimentar as pessoas ou cumprimentá-las de qualquer jeito indica receio, descaso;
- olhar por cima das cabeças das pessoas e não em seus olhos denota desconfiança, não comprometimento;
- nariz empinado, olhos ameaçadores, queixo erguido dão ares de superioridade e podem representar arrogância;
- posturas subservientes, como ombros caídos, olhar para baixo, costas curvadas indicam passividade.
Site: http://www.canalrh.com.br/Mundos/saibacomo_artigo.asp?ace_news={5D4002D11AD6-4A51-8230-AA6F0184E707}&o={76976F5F-8031-4289-85BFBAACD93F99A4}&sp=L9R=9xQ4?16KU132Bp.PA0HT2HG/OyVD6:6
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