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HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NO CONTROLE DE INVASORAS
NA CULTURA DA SOJA
GUZZO, Felipe1
DALA ROSA, Josimar1
BATTISTI, Alan1
ZATTI, Joelito1
CIEPLAK, Alex1
SILVA, Paulo1
DALASTRA, Thales1
MATTEI, Greice2
ALMEIDA, Mauro2
DALLAGNOL, Lilian2
MEIRELES, Ronaldo2
OLIVEIRA, Framciele2
PILAU, Janine2
TREVIZAN, Katia2
URIO, Elisandra2
WEIPPERT, Rosangela2
[email protected]
RESUMO: No cenário agrícola mundial a soja desponta como a mais importante oleaginosa cultivada no
planeta. As plantas daninhas são uma das principais barreiras encontradas na tentativa de aumento da produção
dessa commodity agrícola. A utilização de herbicidas pré-emergentes com atividade residual, na operação de
manejo da soja, tem se tornado uma prática comum para diminuir a competição inicial exercida pelas plantas
daninhas. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência de herbicidas pré-emergentes no controle
de plantas daninhas na cultura da soja BMX ATIVA. O experimento foi conduzido na área experimental do
Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai (IDEAU), no município de Getúlio Vargas no estado
do Rio Grande do Sul. O delineamento experimental foi realizado em blocos completos casualizados, com seis
repetições. Os tratamentos foram três herbicidas (Boral®-sulfentrazona, Spider®-Diclosulan e Classic®Clorimurom-Etílico) e uma testemunha. Foram avaliados o espectro de plantas no local do ensaio, os efeitos
residuais sobre as plantas infestantes, por meio de avaliação da quantidade de plantas remanescentes, e a
produtividade da cultura, sobre isso obtive-se resultados a onde o herbicida diclosulan que teve maior controle
sobre as plantas daninhas, não obteve a maior produtividade perdendo para o herbicida sulfentrazona, que foi o
mais produtivos.
Palavras-Chave: Herbicidas pré-emergentes, Glycine max, plantas daninhas.
ABSTRACT: In world agricultural scenario soybeans emerged as the most important oilseed crop in the world.
Weeds are one of the main barriers faced in trying to increase production of this agricultural commodity. The use
of pre-emergence herbicides with residual activity in soybean management operation, has become a common
practice to reduce the initial competition exerted by weeds. This study aims to evaluate the efficiency of preemergence herbicides in weed control in soybean BMX ACTIVE. The experiment was conducted in the
experimental area of the Educational Development Institute of High Uruguay (IDEAU) in the municipality of
Getúlio Vargas in the state of Rio Grande do Sul. The experiment was conducted in a randomized complete
block design with six replications. Treatments were three herbicides (Boral®-sulfentrazone, Spider®-diclosulan
and Classic®-Clorimurom-Ethyl) and a witness. They evaluated the spectrum of plants in the trial site, the
residual effects on the weeds, by assessment of the amount of remaining plant and crop productivity, about it we
obtained results where the herbicide diclosulan that had greater control over weeds, did not get the highest
productivity losing to the herbicide sulfentrazone, which was the most productive.
1
2
Acadêmicos do 7º período do Curso de Agronomia da Faculdade IDEAU. E-mail: [email protected].
Docentes do Curso de Agronomia da Faculdade IDEAU
2
Keywords: pre-emergent herbicides, Glycine max, weeds.
1 INTRODUÇÃO
A soja pode ser descrita como uma leguminosa da espécie Glycine max (L.),
procedente de uma outra espécie silvestre (Glycine ussuriensis), originária da região Norte e
Central da China. A soja cultivada é uma espécie de verão, porém, algumas espécies são
perenes na natureza e foram também introduzidas em diversos países (Estados Unidos,
Argentina, Paraguai, etc), onde diversas modificações foram inseridas no sentido de melhorar
suas características agronômicas. Estes melhoramentos genéticos foram os principais
responsáveis pela transformação da soja em uma cultura de importância mundial (SILVA et
al., 2009).
A soja foi a grande responsável pelo surgimento da agricultura comercial brasileira,
acelerando a mecanização das lavouras, modernizou o transporte, expandiu a fronteira
agrícola, colaborando para a tecnicidade e produção de outras culturas, além de patrocinar o
desenvolvimento da avicultura e da suinocultura brasileira. A geração de tecnologias
contribuiu para que o Brasil aumentasse sua produção de soja, passando a ocupar o segundo
lugar entre os maiores produtores de soja do mundo (DALLAGNOL, 2000).
O crescimento da cultura da soja no mundo e principalmente no Brasil esteve sempre
associado aos avanços científicos e a disponibilização de tecnologias ao setor produtivo. A
mecanização e a criação de cultivares altamente produtivas adaptadas às diversas regiões, o
desenvolvimento de pacotes tecnológicos relacionados ao manejo de solos, ao manejo de
adubação e calagem, manejo de pragas e doenças, além da identificação e solução para os
principais fatores responsáveis por perdas no processo de colheita, são fatores promotores
desse avanço, entretanto existem ainda alguns fatores limitantes da produtividade (FREITAS
et al., 2011).
Dentre os fatores que contribuem para esta limitação podem-se destacar a presença de
plantas daninhas como sendo o principal fator de redução da produção econômica na cultura
da soja. Essas plantas constituem grande problema para a cultura da soja e a necessidade de
controlá-las, um imperativo. As perdas de produção em razão da infestação da área de lavoura
por plantas daninhas podem ser significativas, dependendo da espécie, densidade e a
distribuição da planta daninha. A invasora prejudica a cultura, porque com ela compete pela
luz solar, pela água e pelos nutrientes, podendo, dependendo do nível de infestação e da
3
espécie, dificultar a operação de colheita e comprometer a qualidade do grão (FREITAS et al.,
2011). Segundo Pittelkow (2009), dependendo do período de convivência, as infestações de
plantas daninhas podem afetar os componentes da produção como o número de vagens por
plantas e a massa dos grãos, além da produtividade.
Em função disso, Voll, et al (1997) enfatiza que o controle de plantas daninhas assume
um papel muito importante no manejo das lavouras de soja e na economia do produtor. Esse
controle deve ser entendido como um sistema de manejo integrado, ou seja, um conjunto de
práticas de manejo do solo e da cultura, que desfavoreçam o estabelecimento e a competição
das plantas daninhas com a cultura, bem como propiciam o seu controle por meios
preventivos mecânicos, químicos e biológicos associados às condições ambientais existentes.
Para Erasmo, E.A.L. et al (2004), o sistema de plantio direto pode reduzir a densidade
de plantas daninhas na área, pois a cobertura morta pode promover a liberação de compostos
alelopáticos e reduzir a disponibilidade de radiação solar. Mesmo assim, segundo Gomes e
Christoffoleti (2008) ainda são necessárias medidas de controle das plantas daninhas,
principalmente com o uso de herbicidas. Porém, Rodrigues (1993), informa que no sistema de
semeadura direta, a origem e a quantidade da cobertura morta sobre a superfície do solo
podem comprometer a capacidade de um herbicida residual atingir o solo em virtude da
retenção do produto pela palha, não permitindo o contato do produto com o solo.
O método mais utilizado para controlar as invasoras é o químico, isto é, o uso de
herbicidas. Suas vantagens são a economia de mão de obra e a rapidez na aplicação. Para que
a aplicação dos herbicidas seja segura, eficiente e econômica, exigem-se técnicas refinadas. O
reconhecimento prévio das invasoras predominantes é condição básica para a escolha
adequada do produto, que resultará no controle mais eficiente das invasoras (FREITAS et al.,
2011).
A eficiência dos herbicidas aumenta quando aplicados em condições favoráveis. É
fundamental que se conheçam as especificações do produto antes de sua utilização e que se
regule corretamente o equipamento de pulverização, quando for o caso, para evitar riscos de
toxicidade ao homem e à cultura.
Oliveira (2015) define os herbicidas como substâncias químicas capazes de selecionar
populações de plantas. Sendo que o termo seleção refere-se à capacidade que essas
substâncias tem em provocar a morte de certas plantas e outras não. Com base em Oliveira
(2015), pode-se dizer que o uso de herbicidas previne a interferência das plantas daninhas
principalmente no início dos ciclos das culturas, período durante o qual normalmente são
causadas as maiores perdas. É um aspecto importante quando na população de plantas
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daninhas presentes encontram-se espécies de difícil controle após a emergência, ou quando as
plantas daninhas são indesejáveis durante todo o ciclo da cultura, como no caso de áreas
destinadas à produção de sementes. Além disto, o uso de herbicidas proporciona um controle
mais efetivo nas linhas de plantio, onde muitas vezes outros métodos de controle não têm a
mesma eficiência.
Oliveira (2015) destaca ainda que há flexibilidade em relação à época de aplicação,
principalmente em áreas de grande extensão, também é um fator importante, pois o controle
das plantas daninhas pode ser feito de maneira escalonada, adequando-se ao maquinário,
implementos e mão-de-obra disponível. O controle químico das plantas daninhas também
apresenta rendimento operacional elevado, demandando pequena quantidade de mão-de-obra
quando comparado a outros métodos de controle.
Para os autores, o uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas é hoje o
método mais eficiente e especialmente em grandes áreas. No entanto o controle químico
dessas plantas tornou-se uma técnica eficaz, sendo feito comumente de modo extensivo
incluindo áreas relativamente livres de infestação, que não necessitariam de aplicações de
herbicidas.
Para Vargas et al, (1999) apesar da grande facilidade e dos benefícios de se utilizar
apenas herbicidas na cultura da soja cada vez mais os agricultores estão procurando
alternativas de manejo para controlar plantas daninhas tolerantes ou resistentes a herbicidas
entre diversas formas citadas na literatura de prevenir ou manejar a resistência de plantas
daninhas, uma delas é a associação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação.
O controle químico na soja ocorre de diversas maneiras, podendo ser tanto na
semeadura convencional, quanto no sistema de plantio direto. Essas aplicações são
normalmente realizadas após a semeadura, em pré-emergência (PRE) ou em pós-emergência
(PÓS) das plantas daninhas (FREITAS et al., 2011).
Os herbicidas pré-emergentes são os tipos usados para evitar o surgimento de plantas
daninhas em primeiro lugar, ou, são aplicados antes da germinação das sementes das ervas ou
da emergência de suas plântulas. Quando aplicado, ele age como uma barreira sufocando as
sementes de erva daninha e matando-as antes de germinar. Contudo alguns herbicidas de préemergência necessitam ser incorporados ao solo, para maior eficiência, sendo por isso
aplicado antes do plantio da cultura, no denominado pré-plantio incorporado.
Em plantios de semeadura direta a palha pode interferir numa maior ou menor eficácia
dos produtos conforme suas características físico-químicas. Segundo Correia e Resende
(2001) a solubilidade em água é a principal característica, a qual confere maior ou menor
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capacidade de um herbicida em atingir o solo no sistema de semeadura direta. Outras
características, no entanto, podem exercer essa influência, como a pressão de vapor e o
coeficiente de partição octanol-água (Kow).
Atualmente no mercado de produtos químicos brasileiro existem variados princípios
ativos com diferentes modos de ação sobre as plantas infestantes. Dentre alguns desses
herbicidas de controle pré-emergente, destacam-se alguns princípios ativos como, a
sulfentrazona, diclosulam e o clorimurom etílico. A família das sulfoniluréias (clorimurom)
foi descoberta e desenvolvida inicialmente pela Du Pont a partir de 1975. Caracteriza-se por
ser um grupo de herbicidas que tem altos níveis de atividade em baixas doses de aplicação.
Oliveira (2001), ressalva que as moléculas desse grupo, em geral, são ativas tanto
através de via foliar quanto via solo; existe também uma grande diversidade de interações
com culturas e plantas daninhas, o que resulta em diferentes especificidades dos produtos em
termos de seletividade, época de aplicação, espectro de controle e culturas nas quais podem
ser utilizados.
O clorimurom-etílico é registrado como um herbicida seletivo de pós-emergência.
Segundo a EMBRAPA (2006), entende-se por herbicida seletivo pós-emergente aquela
substância que tenha especificidade em sua ação, ou seja, não afeta de forma danosa a cultura
principal e controla o mato quando aplicada uniformemente sobre o solo úmido após a
brotação das plantas daninhas.
Oliveira (2001) destaca que culturas sensíveis após a aplicação de Clorimurom
incluem sorgo, algodão e arroz. Entre as culturas menos sensíveis incluem-se a soja e o trigo.
Mesmo sendo registrado como um herbicida pós-emergente o clorimurom apresenta
resultados satisfatórios em uso pré-emergente. Conforme Bianchi (2010), os produtos
comerciais à base de clorimurom-etílico aplicado em pré-emergência demonstraram ser uma
alternativa viável para uso junto com o glifosato na dessecação que precede a semeadura da
soja. Nessa modalidade de aplicação além de complementar o glifosato no controle de plantas
daninhas como buva (Conyza bonariensis/C. canadenses) e corriola (Ipomoea grandifolia),
possibilita ação residual sobre espécies daninhas sensíveis sem causar prejuízo para o
desenvolvimento da soja.
De acordo com Rodrigues e Almeida (1998), o diclosulam (N-[2,6-diclorofenil]-5etoxi-7-fluoro (1,2,4)triazolo-[1,5c]- irimidina-2-sulfonamida) é um herbicida do grupo
químico triazolo pirimidina sulfonanilidas indicado para o controle de dicotiledôneas em présemeadura incorporada ou em pré-emergência na cultura da soja. Este composto atua inibindo
a enzima acetolactato sintase (ALS) a qual é essencial para a síntese dos aminoácidos valina,
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leucina e isoleucina. Apresenta amplo espectro de controle como latifolicida, sendo que
também pode promover a supressão do crescimento de algumas gramíneas, como Cenchrus
echinatus, Brachiaria plantaginea, Brachiaria decumbens e Digitaria horizontalis.
Além disso, um trabalho de campo conduzido por Constantin et al. (2000), comprovou
que o herbicida diclosulam também apresenta boa performace no controle de ciperáceas,
desde que aplicado em doses superiores a 150 g há-¹.
O diclosulan é um herbicida amplamente difundido entre os agricultores, por ser um
produto seletivo para a cultura da soja e controlar com eficiência, quando aplicado em préemergência, diversas espécies de plantas daninhas infestantes desta cultura.
O sulfentrazone é um herbicida pertencente ao grupo químico aril triazolinonas,
utilizado pra controle de gramíneas e dicotiledôneas na cultura da soja, inibindo a enzima
protox. Segundo Rodrigues e Almeida (1998), quando a protox é inibida ocorre acúmulo de
proto IX no cloroplasto e este extravasa (via difusão) para o citoplasma, se oxidando
naturalmente formando protoporfirina IX. No citoplasma a protoporfirina IX atua como um
composto fotodinâmico e interage com o oxigênio, na presença de luz, promovendo
peroxidação de lipídios, causando destruição de membranas celulares, acarretando rápida
dessecação foliar nas plantas que emergem. Conforme Blanco e Velini (2005) o princípio
ativo Sulfentrazone é registrado no Brasil para as culturas de soja, cana-de-açúcar, café e
citros.
Os herbicidas pré-emergentes disponibilizados no mercado de agroquímicos para o
controle de plantas invasoras é muito grande e diversificado. As informações disponíveis a
respeito dos reais efeitos sobre o controle dessas plantas são escassas.
Dentro desse contexto, este trabalho objetiva avaliar a eficiência de alguns produtos de
ação pré-emergente (Sulfentrazona, Diclosulan e Clorimuron-Etilico), no controle de plantas
daninhas na cultivar de soja BMX ATIVA.
2 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida na área experimental do Campus III do Instituto de
Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai (IDEAU), no município de Getúlio Vargas,
Região do Alto Uruguai, do estado Rio Grande do Sul, definida geograficamente pelas
coordenadas 27º53’41.00” latitude sul e a 52º12'26.08" longitude oeste, estando a uma
altitude de 622 metros, sobre Latossolo Vermelho distrófico típico, (fonte Streck etal. Solos
do RS).
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Conduziu-se o ensaio entre novembro/2014 à março/2015. A semeadura foi realizada
sob o sistema de plantio direto, com cobertura de aveia preta, sendo essa dessecada com o
herbicida Glifosato trinta dias de antecedência ao plantio.
O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, com seis
repetições, e quatro tratamentos totalizando 24 parcelas. Os tratamentos consistem na
utilização de três herbicidas de ação pré-emergente com princípios ativos diferentes, (Boral®sulfentrazona, Spider®-Diclosulan e Classic®-Clorimurom-Etílico) e uma testemunha,
(Tabela 1).
Tabela 1: Lista dos tratamentos: nome comercial, princípio ativo dos herbicidas e dosagem.
Tratamentos
Nome comercial
Tratamento 1 Boral® - FMC
Princípio ativo
Ingrediente Ácido
Sulfentrazona
500g l-¹
Tratamento 2 Spider® - Dow Agrosciences Diclosulan
840g kg-¹
Tratamento 3 Classic® - DuPont
Clorimurom-Etílico 250g kg-¹
Tratamento 4 Testemunha
Sem aplicação
Fonte: Os Autores (2015).
As parcelas foram divididas em sete linhas no espaçamento de quarenta e cinco
centímetros entre elas com comprimento de quatro metros, totalizando 12,6 m² de área total
por parcela e 9 m² de área útil onde realizou-se a coleta dos dados, entre as parcelas deixou-se
um corredor com espaçamento de um metro.
Foi cultivada a variedade de soja BMX ATIVA, com tecnologia Roundup Ready®, de
elevado potencial produtivo e grupo de maturação estimado 5.6.
A área recebeu adubação química de base de 340 kg por hectare da formula 00-25-25,
seguindo as recomendações do Manual de Adubação e Calagem para os estados do RS e SC,
para um potencial produtivo esperado de quatro toneladas de grãos por ha. A recomendação
foi estimada seguindo a interpretação da análise, de amostras coletadas de 0 à 20 centímetros
de profundidade, em diferentes pontos da área destinada a implantação do experimento.
Seguindo os resultados da analise não se observou necessidade de correção do pH do solo
(calagem) antes da implantação do experimento, (Tabela 02).
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Tabela 2: Diagnóstico para adubação e calagem.
pH Ca Mg Al
---
---------------Cmolc/dm³-----------
6,2 3,2 3,9
A
H+Al CTCpH7 Al
M
A
V
K
-----%----- ------
------%------
-mg/dm³-
3,2
45,8
8,0 108,0
M
---
M
0,0 2,8
10,2
0,0
---
M
MB M
---
SMP MO Argila P
72,5 6,4
---
A
MB= Muito Baixo B= Baixo M= Médio A= Alto MA= Muito Alto
Fonte: Os Autores (2015).
A semeadura e adubação de base foram realizadas com uma semeadoura com sete
linhas de distribuição de sementes, equipada com sistema mecânico de distribuição e sulcador
de adubo tipo guilhotina. O adubo foi depositado a uma profundidade de oito centímetros do
nível do solo e as sementes com inoculante para fixação biológica de nitrogênio a três
centímetros, a população de sementes lançadas ao solo foi de setenta e duas sementes por
linha da parcela, totalizando aproximadamente quatrocentas mil sementes / ha.
As aplicações dos herbicidas foram realizadas com pulverizador costal motorizado,
operado com três bicos de jato plano tipo leque no espaçamento de cinquenta centímetros
entre bicos, regulado para depositar 150 l/ha de calda, com adjuvante, conforme
recomendações dos fabricantes de cada herbicida.
Para determinação da eficiência de controle dos tratamentos aplicados, foi utilizada
escala percentual, em que a nota zero correspondeu a nenhum efeito de controle, e a nota 100
significou morte completa das plantas daninhas (Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas
Daninhas, 1995), sendo realizadas avaliações aos vinte dias após semeadura e aplicação do
herbicida correspondente, trinta dias após semeadura e quarenta dias após semeadura.
Após a última avaliação efetuamos uma aplicação complementar com herbicida
Glifosato, seguindo-se as recomendações do fabricante. Realizou-se também o manejo de
controle e prevenção de pragas e doenças.
Ao complemento da maturação fisiológica da soja, foram colhidas as cinco linhas
centrais de cada parcela (9/m²) para verificação de produtividade da área, realizando a
pesagem e determinação de umidade dos grãos colhidos na parcela, sendo que as duas linhas
laterais de bordadura permaneceram no campo
A colheita foi realizada de forma manual e a debulha com um batedor de cereais
tratorizado. A produtividade da soja foi avaliada em kg há-¹ à 13 % de umidade.
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e comparados
utilizando-se o teste de tukey a 5 % de significância com o auxílio do programa Assistat.
9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação a eficiência dos herbicidas sobre as plantas daninhas Euphorbia
heterphylla, Ipomoea grandiola, nota-se que não houve diferença significativa entre os três
tratamentos na primeira e última avaliação realizada, porém na avaliação aos 30 dias houve
diferença significativa de controle entre o tratamento a base de clorimurom e diclosulan, o
maior percentual de eficiência de controle foi verificada na avaliação realizada aos trinta dias
pós-plantio e aplicação dos produtos, no tratamento a base de diclosulan. No geral das
avaliações observou-se um melhor eficiência do princípio ativo diclosulan sobre essas plantas
% de Controle de controle de plantas daninhas
daninhas, (Figura 1).
90
a
a
80
70
b
60
50
a b
b
c
c
c
Média de controle 20 DAA
40
Média de controle 30 DAA
30
Média de controle 40 DAA
20
10
0
Sulfrentazona
Diclosulan
Clorimurom
Herbicidas
Figura 1: Controle de Plantas Daninhas leiteiro (Euphorbia heterphylla L) e corda de viola
(Ipomoea grandiola).(%) avaliadas aos 20, 30 e 40 Dias após aplicação. Médias seguidas da
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Os Autores (2015).
No que se refere às médias das avaliações sobre as plantas daninhas, observou-se uma
significância do ingrediente ativo diclosulan sobre os demais ingredientes ativo (Figura 2).
10
a
Media geral do % de Controle das
plantas invasoras
80
70
b
60
b
50
40
30
20
10
0
0
Sulfrentazona
Sulf.
Diclosulan
Dicl.
Clorimurom
Clori.
Testemunha
Test.
Herbicidas
Figura 2: Controle de Plantas Daninhas (%) sob diferentes herbicidas. Médias seguidas da
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Os Autores (2015).
Com relação a produtividade de grãos, os resultados não mostram diferença
significativa entre os tratamentos e a testemunha (Figura 3). A cultivar de soja implantada no
experimento não apresentou nenhum sinal de fitotoxidade em nenhuma de suas fases de
desenvolvimento.
Produtividade
Produtividade de soja em kg ha-1
6200
6111 (A)
6100
6000
5900
5800
5833 (A)
5759 (A)
5648 (A)
5700
5600
5500
5400
Testemunha
Sulfamentrazona
Diclosulan
Tratamentos
Clorimurom
CV% 8,71
Figura 3: Produtividade média da soja nos diferentes tratamentos. Médias seguidas da mesma
letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV%= 8,71
Fonte: Os Autores (2015).
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A maior produtividade foi observada no tratamento onde se deu a aplicação de
sulfentrazona, porém este princípio ativo não obteve bons resultados de controle das plantas
daninhas avaliadas. O princípio ativo sulfentazona, sendo que este da mesma forma que o
tratamento a base de clorimurom-etílico não apresentou níveis de controle satisfatórios. Na
área onde se deu a instalação do ensaio, foi observado uma alta taxa de banco de sementes de
daninhas, o que pode ter influenciado na menor eficiência de controle desses herbicidas.
A parcela com o tratamento à base de diclosulan apresentou uma menor produtividade
em relação ao tratamento de sulfentrazona, no entanto foi o que melhor observou-se
resultados em relação a eficiência no controle das ervas daninhas avaliadas (Figura 3).
Segundo López et al. (2003), a redução de produtividade causada pela aplicação de um
herbicida nem sempre está associada à sintomas visuais de fitotoxidade aparente, que na
prática é conhecido popularmente por fitotoxidade invisível ou oculta.
Como também Velini et al. (1992), relata que é possível, herbicidas reduzirem a
produtividade das culturas sem manifestar efeitos visualmente destacáveis, bem como
herbicidas que causam injúrias acentuadas às plantas cultivadas, não afetarem o potencial
produtivo destas.
A utilização de herbicidas em pré-emergência é uma excelente ferramenta dentro de
sistemas que visam o manejo de plantas daninhas, principalmente para diminuir o banco de
sementes de daninhas e como um aliado de produtos de ação pós-emergente, reduzindo o
número e tamanho das plantas daninhas no momento dessas aplicações, Porém, a escolha dos
herbicidas e doses a serem utilizados deve ser feita de maneira criteriosa, a fim de evitar
problemas de injúrias à cultura e ou quedas no rendimento de grãos.
4 CONCLUSÃO
O herbicida diclosulan teve uma melhor eficiência no controle das plantas daninhas
avaliadas, porém teve uma diminuição em relação a produtividade, mesmo não diferindo
estatisticamente com os demais tratamentos e a testemunha.
Sendo assim, com base nesses resultados, mais estudos são necessários para identificar
a melhor opção de herbicida, com efeito, pré-emergente sem que a produtividade seja afetada.
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herbicidas pré-emergentes no controle de