DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO COMPLEMENTAR NA CULTURA
DA SOJA
João Henrique Deczka, Alex Natã Bazzanezi, Daniel Tonetta, Jackson Huzar
Novakowiski, Diogo Davi Follmann, Nathany Ribeiro Chiquito, Itacir Eloi Sandini
(Orientador), e-mail: [email protected].
Universidade Estadual do Centro-Oeste
Ciências Agrárias - Agronomia
Palavras-chave: Adubação foliar, florescimento, Glycine max.
Resumo:
Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio
complementar via foliar na cultura da soja, foi conduzido um experimento na
cidade de Pinhão/ PR na safra 2012/2013, na Fazenda Pinhal Ralo. As
variáveis analisadas foram produtividade, massa de mil grãos, altura de
inserção da vagem, altura de planta e número de grãos por planta. A aplicação
de nitrogênio foliar foi testada com doses de 0, 5, 10, 15 e 20 L ha -1 do produto
comercial. Ao analisar a variável massa de mil grãos, foi observada diferença
significativa entre as diferentes doses, já para outras variáveis analisadas não
houve diferença significativa. A aplicação de nitrogênio complementar mostrase como uma alternativa para aumento de massa de grãos da cultura da soja.
Introdução
A soja (Glycine max) é uma oleaginosa que pode ser consumida in
natura ou utilizada como matéria-prima básica para a produção de farelo e
óleo. No Brasil, na safra 2012/2013 o seu cultivo ocupou uma área estimada
em 27,72 milhões de hectares (Conab, 2013), fazendo com que o país fosse
um dos maiores produtores mundiais. Um dos principais fatores responsáveis
por altas produtividades na cultura da soja é o nitrogênio (N), que pode ser
obtido do solo a partir da decomposição da matéria orgânica, de fertilizantes
nitrogenados e da associação simbiótica com bactérias do gênero
Bradyrhizobium através da fixação do N atmosférico (CAMPOS, 1999). É o
nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja, pois os grãos são
muito ricos em proteínas, neste contexto, a nutrição e a adubação adequada
são essenciais para uma produção eficiente, sendo que a disponibilidade de N
deve estar sincronizada com o requerimento da cultura em quantidade, forma e
tempo. A fixação biológica de nitrogênio na soja é feita por bactérias que
pertencem ao gênero Bradyrhizobium que se associam simbioticamente as
plantas, formando estruturas especializadas nas raízes da soja, chamadas
nódulos. A fixação de nitrogênio pelas bactérias aumenta à medida que a
planta se desenvolve, pois a planta e as bactérias estão em uma relação de
simbiose. Segundo Novakowiski et al. (2011), quanto maior a quantidade de
foto assimilados que a planta fornece para a bactéria, mais eficiente será a
fixação de nitrogênio realizada pela mesma, atingindo o seu máximo
rendimento no início da fase de enchimento de grão. A partir de essa fase, a
planta começa a translocar seus foto assimilados para os grãos, diminuindo a
quantidade de N fixada biologicamente, fazendo-se assim necessária uma
forma externa de complementação da adubação nitrogenada. Desta forma, o
objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio foliar
na adubação de complementação na cultura da soja.
Materiais e métodos
O experimento foi conduzido na Fazenda Pinhal Ralo, município de Pinhão, PR
na safra agrícola 2012/2013. O clima da região é classificado como
mesotérmico úmido sem estações secas e com verões amenos. A área
experimental possui solo do tipo Latossolo Bruno Típico. O experimento foi
implantado em blocos casualizados, com quatro repetições, cada unidade
experimental constituída de quatro linhas com espaçamento de 0,40 m e
comprimento de 6,0 m com área útil para avaliação de 5,4 m², sendo avaliadas
as duas linhas centrais, desprezando-se 0,50 metros de cada cabeceira da
parcela.
O experimento foi implantado em sistema de plantio direto desta forma,
implantou-se o experimento sobre palhada de cevada colhida. A semeadura da
cultivar ND 5909RR foi efetuada em 10/12/2012. A adubação foi realizada com
uma aplicação, antes da semeadura, de 100 kg ha -1 de cloreto de potássio, e
de 150 kg ha-1 do fertilizante formulado 14-34-00 (NPK) no sulco de
semeadura.
O experimento apresentou 5 tratamentos, consistindo em diferentes doses de
aplicação de nitrogênio foliar, que foram: 0 L ha -1; 5 L ha-1; 10 L ha-1; 15 L ha-1
e 20 L ha-1 do produto comercial Nitamin (33% de N). A aplicação foi realizada
dia 11/02/2013 por meio de pulverizador costal de pressão constante à base de
CO2 equipado com pontas de pulverização de jato leque XR 110:02, espaçadas
em 50 cm uma da outra. A pressão de trabalho foi de 30 lb pol-2, resultando
num volume de calda de 200 L ha-1. Após a maturação, a soja foi colhida e
trilhada, determinando-se, então, a produtividade de grãos a 13 % de umidade.
A massa de mil grãos foi obtida através da contagem de 300 grãos, que depois
foi extrapolado para 1000 grãos. Os resultados foram submetidos à Análise de
Variância pelo programa estatístico Sisvar, e posteriormente á Análise de
Regressão polinomial.
Resultados e Discussão
Ao analisar a Figura 1, vemos que na variável produtividade não houve
diferença significativa entre as dosagens, porém incrementos importantes
foram observados, como, por exemplo em 10 Lha-1, que apresentou uma
produtividade de 251 kg ha-1 a mais que o controle. Já a dose de 5 Lha-1 obteve
um incremento de 209 kg ha-1. Com relação à massa de mil grãos (figura 2), o
melhor tratamento foi a aplicação de 20 L ha-1, com um peso de mil grãos de
170,5 g, seguido da dose de 5 L ha-1, com 168, 5 g.
Figura 1. Produtividade do cultivo da soja em diferentes doses de aplicação.
A partir da curva gerada pelos resultados de produtividade, se pôde calcular a
dose de máxima eficiência do nitrogênio foliar para a produtividade, sendo que
o valor encontrado foi de 10,87 L ha-1, com uma produtividade correspondente
de 3362 kg ha-1. Novakowiski et al. (2010), em um ensaio semelhante,
alcançou uma dose de máxima eficiência de 11,7 L ha -1 tendo um incremento
estimado de 73,19 kg ha-1.
Figura 2. Massa de mil grãos do cultiva da soja em diferentes doses de
aplicação.
Conclusões
A aplicação de nitrogênio mostra-se como uma possível alternativa para
adubação complementar na cultura da soja. A aplicação de 10 L ha-1 foi o
tratamento que apresentou o maior incremento de produtividade, que foi de 251
kg ha-1. A dose de máxima eficiência encontrada foi de 10,87 L ha-1.
Referências
CAMPOS, B. C. Dose de inoculante turfoso para soja em plantio direto.
Ciência Rural, Santa Maria, v. 29, 3. ed, p. 423-426, 1999.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra
brasileira.
Disponível
em
http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/13_06_06_09_09_27
_boletim_graos_-_junho_2013.pdf> acesso em 26 de agosto de 2013.
NOVAKOWISKI, J. H.; NOVAKOWISKI, J. H.; PACENTCHUK, F.; VIDAL, V.;
BAZZANEZZI, A. N.; SANDINI, I. E. Nitrogênio complementar: Alternativa para
incremento da produtividade da cultura da soja. In: Encontro Anual de Iniciação
Cientifica - EAIC, 20., 2011. Anais do evento. Ponta Grossa - PR.
NOVAKOWISKI, J. H.; SANDINI, I. E.; NOVAKOWISKI, J. H.; PACENTCHUK,
F.; BROETTO, D.; BREN, L. Nitrogênio complementar aplicado em diferentes
estádios de desenvolvimento da cultura da soja. In: Reunião Brasileira de
Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, 29., 2010. Anais do evento.
Guarapari – ES, 2010.
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