COMPARAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE CÁLCIO EM SOJA 1 INSTITUIÇÃO REALIZADORA SEEDS Serviço Especial em Diagnose de Sementes Ltda CNPJ 91.356.055/0001-94 Endereço: Rua João de Césaro, 255 - Sala 06 - Bairro Rodrigues CEP 99070-140 - Passo Fundo - RS Fone/Fax: (54) 3313 4046 E-mail: [email protected] Estação Experimental Endereço: Passo do Miranda – Passo Fundo - RS 2 EMPRESA SOLICITANTE IRMÃOS CIOCCARI E CIA LTDA CNPJ no. 94.644.671/0004-81 BR 392 - km 253 - Zona Rural - CEP 96570-000 Caçapava do Sul - RS 3 AUTOR Luiz Gustavo Floss Engenheiro Agrônomo, MSc., Pesquisador CREA/RS 111.921 E-mail: [email protected] 4 TÍTULO DO TRABALHO Comparação de diferentes fontes de cálcio na adubação da cultura da soja (Glycine max), safra 2010/2011. 5 INTRODUÇÃO A cultura de soja (Glycine max (L.) Merrill) ocupa área, no Brasil superior a vinte e dois milhões de hectares. A grande abrangência e, em algumas situações, o cultivo sucessivo de soja na mesma área, levam a uma série de problemas, como as doenças, por exemplo. A adubação de tal cultivo é feita com base em análises de solo. Para tanto, é preciso que essa adubação seja eficiente. Alguns nutrientes podem melhorar a nutrição das plantas e aumentar o rendimento de grãos. O uso de cálcio junto aos fertilizantes para a semeadura da soja auxilia no aumento dos teores desse nutriente diante da concentração da capacidade de troca de cátions, que em muitos casos impossibilita a sua absorção por parte da planta. 1 6 OBJETIVO O presente trabalho teve como objetivo comparar diferentes fontes de cálcio para a cultura da soja utilizando produto da FIDA denominado "Fidagran". 7 MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Estação Experimental SEEDS, localizado no Passo do Miranda, Passo Fundo, RS. A análise de solo do local do experimento está na Tabela 1. Tabela 1 - Resultados das análises de solo do local do experimento Profundidade 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm Argila (%) pH H2O 5,9 5,9 5,9 5,4 43,3 52,7 55,6 55,6 Al Ca Profundidade 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm Profundidade 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm Ind. SMP 6,3 6,0 6,0 5,6 Mg H+Al P (mg/dm3) 12,7 8,9 6,5 3,9 CTC Bases 3 (cmolc/dm ) 0,0 0,0 0,0 0,0 5,2 4,2 3,9 2,6 2,2 2,1 2,2 1,4 S B 25 12 13 15 0,5 0,4 0,2 0,2 K (mg/dm3) 149 73 45 28 3,1 4,4 4,4 6,9 10,9 10,9 10,6 11,0 Mn (mg/dm3) 6,4 6,0 5,5 5,6 72 60 59 37 M.O. (%) 3,7 2,6 2,2 1,9 Saturação Al (%) 0 0 0 0 K 3,5 1,7 1,1 0,7 Zn Cu 1,62 0,74 0,48 0,88 2,12 2,23 2,81 2,61 Utilizou-se 55 kg.ha-1 do cultivar BMX Potência, totalizando uma densidade de 30 plantas.m-2, o qual foi semeado em 11/12/10. A adubação foi realizada junto com a semeadura utilizando 300 kg.ha-1 da fórmula 08-28-18. As sementes foram tratadas com imidacloprido + tiodicarbe (Cropstar) na dose de 300 mL.100 kg sementes-1, carbendazim + tiram (Derosal Plus) na dose de 200 mL.100 kg sementes-1, cobalto na dose de 5 g.100 kg sementes-1, molibdênio na dose de 50 g.100 kg sementes-1 e inoculante (Masterfix) na dose de 100 mL.100 kg sementes-1. O controle de plantas daninhas foi realizado na fase de 2 trifólios com glifosate (Roundup Ultra) na dose de 2 L. ha-1. O controle de moléstias foi feito com duas aplicações de trifloxistrobina + cyproconazole (Sphere Max), uma no estádio de R 1 e outra em R 5.1, ambas as aplicações na dose de 150 mL.ha-1. No controle de pragas usou-se triflumurom (Certero), na dose de 30 mL.ha -1, nos estádios de R 1 e R 5.1, e imidacloprido + beta-ciflutrina (Connect), na dose de 750 mL.ha-1, no estádio de R 5.1. Os dados da precipitação pluvial no período da realização do experimento está na Figura 1. 2 Figura 1 - Precipitação durante o período de realização do experimento (11/12/10 à 15/04/2011). O ensaio foi constituído por 6 tratamentos (ver item 8), em 4 repetições, dispostos sob delineamento de blocos casualizados. A parcela experimental era constituída por 18 m2, sendo que para fins de avaliação considerou-se apenas 9 m2 (2 linhas espaçadas em 0,45 m por 10 m de comprimento). A colheita ocorreu em 15/04/2011. No Laboratório SEEDS, quantificou-se a massa de grãos colhidos por parcela, o peso de mil sementes (PMS) e a umidade nesses grãos. Posteriormente fez-se o cálculo para quantificar o rendimento de grãos (kg.ha-1) e o PMS, corrigindo-se a umidade de 13%. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e a comparação entre as médias foi feita pelo Teste de Tukey (P= 0,05%). 8 DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS Tabela 2 – Descrição dos tratamentos para avaliar o efeito do cálcio na soja Produtos Dose Época de aplicação --- --- T02 - Fidagran 200 kg/ha Semeadura T03 - Filler 200 kg/ha Semeadura T04 - Calcário calcítico 200 kg/ha Semeadura T05 - Calcário de concha 200 kg/ha Semeadura 4 L/ha Semeadura T01 - Testemunha T06 - Ca Agrichem 3 9 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados com peso de mil sementes e o rendimento de grãos são mostrados na Tabela 3. Tabela 3 – Peso de mil sementes (PMS) e rendimento de grãos de soja nos diferentes tratamentos. SEEDS, 2011 PMS Rendimento de grãos Tratamentos (g) (kg.ha-1) Testemunha 143,8 ns 4.119 b Fidagran 141,2 4.674 a Filler 141,2 4.455 ab Calcário calcítico 144,5 4.391 ab Calcário de concha 140,9 4.452 ab Ca Agrichem 141,1 4.655 a Média 142,1 4.458 C.V. (%) 1,6 3,98 ns: não significativo pelo teste de Tukey (p< 0,05). Médias seguidas da mesma letra, dentro de cada coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro. O peso de mil sementes não teve diferença significativa entre os tratamentos. O rendimento de grãos teve diferença significativa entre os tratamentos. O rendimento da soja com o Fidagran foi 13,5% superior à média do experimento. Na figura 2, observa-se os resultados de rendimento de grãos de forma gráfica. Figura 2 - Rendimento de grãos entre os tratamentos. SEEDS, 2011. Não houve sintomas de deficiência e nem fitotoxicidade de nutrientes nos tratamentos estudados. O uso de uma fonte de cálcio e enxofre, que possa ser colocada no sulco de semeadura para melhorar condicionamento do solo, foi facilitada com o uso do Fidagran, o qual pode ser aplicado na mistura com fertilizantes devido ser granulado. 4 Em contrapartida, as demais fontes são fareladas (filler, calcário calcítico e calcário de concha) ou líquida (Ca Agrichem), o que dificulta a mistura com os fertilizantes, e tem sua aplicação não homogênea no solo. 10 CONCLUSÕES Nas condições em que a pesquisa foi desenvolvida, os resultados obtidos permitem concluir que: a) O tratamento com Fidagran teve rendimento de grãos superior à testemunha; b) O Fidagran consiste em uma fonte de cálcio que pode ser adicionada ao fertilizante para aumento dos teores no solo; c) Não houve sintomas de deficiência e nem fitotoxicidade de nutrientes nos tratamentos; e, d) Facilidade de aplicação do Fidagran no sulco de semeadura, devido ser granulado. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 37., 2009, Porto Alegre. Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2009/20010. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009. 144p. IBGE. Indicadores agropecuários. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_200803comentarios.pdf (acessado em 14/04/08). IBGE:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/indicadoresagro_ 19962003/default.shtm. Acessado em 04/02/2010. Passo Fundo/RS, 02 de maio de 2011. Luiz Gustavo Floss MSc. Pesquisador SEEDS Técnico Responsável 5