A Informatização no Ensino de Cálculo para o Curso de Ciências Farmacêuticas Marisa V. Capela, Jorge M. V. Capela, Maria H. S. S. Bizelli, Romeu Magnani Depto de Físico-Química , IQ, UNESP, 14800-900,Araraquara, SP E-mail: [email protected], [email protected], [email protected] Atualmente recebe-se muita informação fora da escola, por meio das mais diversas mídias e com velocidade alucinante, tornando-se a cada dia mais difícil estimular os alunos a prestar atenção às aulas convencionais. Esse processo de globalização da informação vem preocupando educadores e pesquisadores, levando-os a propor e praticar novas metodologias para o processo ensino-aprendizagem Nesse sentido, a exploração de novas possibilidades pedagógicas com o uso da tecnologia tem-se mostrado um dos caminhos mais promissores para o ensino da disciplina Cálculo Diferencial e Integral. A disponibilidade de tecnologia, aliada às dificuldades que vinham sendo encontradas em sala de aula, levou a área de Matemática do Instituto de Química da Unesp de Araraquara a questionar os métodos tradicionais do ensino de Cálculo. O objetivo deste trabalho foi integrar um sistema de computação algébrica às aulas de Cálculo Diferencial e Integral. Isso foi realizado junto aos alunos do curso de Farmácia Bioquímica da Unesp de Araraquara, através do software Mathcad, com atividades propostas para serem executadas no laboratório de informática. Essa incorporação do computador como recurso didático facilitou a compreensão de conceitos e expandiu os limites e variações de aplicações. O aluno pôde resolver problemas envolvendo modelos matemáticos elaborados a partir de situações reais, entendendo os conceitos envolvidos. Além disso, pôde resolver e obter soluções analíticas e numéricas, visualizando graficamente e interpretando os resultados, bem como fazer simulações e conjecturas. O uso efetivo do computador, longe da idéia de que ele viria a substituir o professor, levou ao estabelecimento da idéia de experimentação em matemática e a uma nova relação professor-aluno, marcada por uma maior proximidade, interação e colaboração. Também contribuiu para uma melhoria do trabalho docente em sala de aula, valorizando o aluno como sujeito ativo do processo educativo. Como conseqüência, definiu-se uma visão diferente do papel do professor na preparação, condução e avaliação do processo de ensino- aprendizagem. O papel do professor muda de um mero transmissor de informações para o de um orientador ou facilitador no processo de ensino aprendizagem. Experiências de ensino de matemática com aulas no laboratório de informática têm sido desenvolvidas com bons resultados na compreensão e interpretação dos conceitos importantes que fundamentam as imagens da tela do computador. Um outro aspecto importante é o fato de que, ao aliviar o aluno de tarefas enfadonhas, o professor pode propor-lhe problemas mais elaborados. Dessa forma, foi possível apresentar os conteúdos de Cálculo de uma forma mais dinâmica e atual, minimizando as dificuldades inerentes a essa disciplina. Conclui-se dessa experiência, que os computadores estão trazendo mudanças significativas para o ensino, no que diz respeito à importância do que deve ser ensinado e aprendido. Além disso, afetam profundamente a dinâmica em sala de aula e, em longo prazo, poderão implicar em mudanças substanciais no currículo. Todavia, não se deve concluir daí que o lápis e o papel tornaram-se obsoletos, cabendo ao professor e aos alunos decidir quando e como as máquinas devem ser utilizadas. Um dos maiores perigos é os alunos tornarem-se meros espectadores e apertadores de botões. Referências [l] A. F. A. Aguiar, A. F. S. Xavier, J. E. M. Rodrigues, Cálculo para Ciências Médicas e Biológicas. Editora Harbra, São Paulo, 1988. [2] J. M. V. Capela, M. V. Capela, Notas de aula para o Curso de Ciências Farmacêuticas. Araraquara, São Paulo, 2000. [3] J. Stewart, "Cálculo", Pioneira Thomson Learning, São Paulo, v. 1 e 2, 2001. [4] G. B. Thomas, "Cálculo", Pearson Education do Brasil, São Paulo, v. 1 e 2, 2002. 205