0
FACULDADE ASSIS GURGACZ
DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA
E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE
RENASCENÇA-PR
CASCAVEL
2013
1
GIOVANA PAOLA MATIAS
DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA
E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE
RENASCENÇA-PR
Trabalho de conclusão de curso
apresentado a Faculdade Assis Gurgacz,
FAG, curso de Farmácia.
Prof. Orientador: Claudinei Mesquita da
Silva.
Prof.ª coorientadora: Leyde D.
Peder.
CASCAVEL
2013
de
2
GIOVANA PAOLA MATIAS
DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA
E TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE
RENASCENÇA-PR
Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da Faculdade Assis
Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Farmácia, sob a orientação do Professor Claudinei Mesquita da Silva.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Claudinei Mesquita da Silva
Mestre
_______________________________
Emerson da Silva Machado
Especialista
_______________________________
Maria das Graças Hirata Takizawa
Mestre
Cascavel, 01 de Novembro de 2013.
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que contribuíram
direta ou indiretamente em minha formação
acadêmica.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram no decorrer desta jornada,
especialmente a Deus, a quem devo minha vida;
A minha mãe Soeli e meu padrasto Derly que sempre me apoiaram nos
estudos e nas escolhas tomadas;
Aos meus avós maternos pelo apoio, incentivo e compreensão;
Ao orientador Prof. Claudinei Mesquista da Silva que teve papel
fundamental na elaboração deste trabalho;
À professora coorientadora Leyde D. de Peder pela
atenção e
esclarecimento de dúvidas sempre que necessário;
À professora e coordenadora Patrícia Lucca pela competência e
incentivo durante o período acadêmico;
À enfermeira Cleide Soster pela disposição em ajudar e colaborar direta
e indiretamente para a realização de algumas etapas desta pesquisa;
A todos os pacientes, muito obrigada pela disponibilidade e paciência
durante a coleta de dados e realização do estudo;
Aos meus colegas pelo companheirismo e disponibilidade para me
auxiliar em vários momentos;
Por último, manifesto um profundo reconhecimento à minha família pelo
apoio incondicional ao longo destes anos. Expresso sentimento idêntico em
relação a todos os meus amigos de longa data;
A todos que me ajudaram a ser quem sou que depositaram confiança
em mim e para os quais sou uma esperança. Muito Obrigada.
5
SUMÁRIO
REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 06
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 21
ARTIGO .................................................................................................................... 26
NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA ....................................................................... 38
`
6
REVISÃO DA LITERATURA
GLÂNDULA DA TIREOIDE
A tireoide é uma glândula endócrina importante que proporciona
harmonia no funcionamento do organismo. É a maior das glândulas endócrinas
e está localizada na parte anterior do pescoço. Mede cerca de cinco cm de
diâmetro e pesa cerca de 30 gramas, mas com grande possibilidade de
crescimento, uma vez que há relatos na literatura médica da presença de
bócios com mais de um quilo (SAAD et al., 2007).
A tireoide que produz hormônios responsáveis pela regulação de todo o
metabolismo do nosso organismo. Os hormônios produzidos são regulados
pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, através do feedback positivo e negativo.
A tireoide produz a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) pela estimulação do
hormônio tireoestimulante hipofisário (TSH) produzido na hipófise, que por sua
vez é regulada pelo hormônio liberador da tireotrofina (TRH) produzido no
hipotálamo (BLATT et al., 2007).
O que garante o funcionamento regular da tireoide é a glândula hipófise,
que se localiza na base do cérebro. Essa glândula produz uma substância
denominada TSH, ou Hormônio Estimulador da Tireoide que, pelo sangue,
chega à tireoide e a estimula para que produza mais T3 e T4. O TSH é um
hormônio glicoproteico. Também pertencem a essa família de hormônios
glicoproteicos o hormônio luteinizante (LH), o folículo-estimulante (FSH) e a
gonadotrofina coriônica (HCG). Estes são compostos por duas subunidades, a
subunidade α e a subunidade β que confere especificidade biológica a cada
hormônio. Além da especificidade que confere ao TSH, a cadeia β é também
responsável pela sua ligação ao seu receptor (TSHr). Quando a hipófise
secreta o TSH, ela o faz para regular a secreção de T4 (tiroxina) e T3
(triiodotironina) (GRAF E CARVALHO, 2002; SAAD et al., 2007).
Qualquer alteração nesta regulação pode provocar distúrbios na
glândula tireoide, podendo ocasionar tanto um hipotireoidismo, causado pela
diminuição dos níveis dos hormônios tireoidianos, quanto um hipertireoidismo,
causado pelo aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos (MILHORANSA;
SOARES, 2009).
7
A prevalência de hipotireoidismo no Brasil não é conhecida com precisão
devido à falta de estudos nesta área, mas estima-se que esteja entre 5% e
10%, sendo mais frequente no sexo feminino. A prevalência de hipertireoidismo
no Brasil está em torno de 6,5%, mas pelo excesso de iodo na dieta
provavelmente essa doença deve estar se tornando mais prevalente (DUARTE
et al., 2009).
HIPOTIREOIDISMO
O hipotireoidismo se caracteriza pela produção diminuída de hormônios
tireoidianos (HT), ou raramente, como um estado clínico resultante da
produção de uma ação inadequada destes hormônios em nível celular.
Dependendo do aumento ou diminuição na produção desses hormônios,
variações no quadro clínico do paciente podem ocorrer com maior ou menor
gravidade. Os hormônios tireoidianos são importantes reguladores metabólicos
durante a vida toda; porém, durante o início da vida é que sua atuação é de
fundamental relevância para o desenvolvimento do indivíduo (MURAHOVSCHI,
1994; SETIAN, 2002).
Um número considerável de medicamentos pode contribuir para o
hipotireoidismo, sendo que um dos mais comuns é o Lítio, usado no tratamento
de algumas desordens psiquiátricas. Outra causa do hipotireoidismo é a
deficiência de iodo, essencial para a produção dos hormônios da tireoide, que
se dá ou pela carência de exposição ao iodo ou por seu excesso (GÜELL,
1998; LA FRANCHI, 1998).
Muitas mulheres desenvolvem o hipotireoidismo transitório durante ou
depois da gravidez, havendo risco de nascimento prematuro e pré-eclampsia
com maior risco durante os últimos três meses, onde pode ocorrer uma forte
pressão sanguínea da mãe e afetar o feto. Este tipo de hipotireoidismo
transitório tem se mostrado mais comum na Europa onde as mães estão
menos expostas ao iodo do que as mães norte-americanas (LA FRANCHI,
1998).
A principal forma de hipotireoidismo pode ser causada por cirurgia ou
por tratamento com iodo radioativo. A forma primária idiopática desta doença
está associada a anticorpos circulantes antitireoidianos, que pode bloquear o
8
receptor de hormônio estimulante da tireoide (BARZEL EUA, 1995; KHAIRA
JS, 1999).
Em alguns casos, medicamentos, como amiodarona e lítio podem agir
como esses anticorpos. O hipotireoidismo pode coexistir com outras doenças
auto-imunes como Diabetes Mellitus, doença de Addison, anemia perniciosa,
vitiligo e hepatite crônica. Ele também pode ser associado a anomalias
renais (FRANKLYN et al.,1998).
Doenças auto-imunes ocorrem quando o sistema imunológico produz
anticorpos que atacam o seu próprio tecido. Algumas vezes, vírus ou bactérias
podem produzir essa mesma resposta, apesar de alguns autores acreditarem
que fatores genéticos estejam aí envolvidos (LA FRANCHI, 1998).
Sintomas do hipotireoidismo, como intolerância ao frio, ganho de peso,
pele seca, constipação intestinal ou lentidão mental e física podem ser
confundidos com os sinais normais ou efeitos do envelhecimento (REHMAN et
al., 2005).
Doenças como depressão e demência podem ser causadas ou
agravadas por hipotireoidismo. Pode também ser responsável pela síndrome
do túnel cárpico, problema de pé (fraqueza muscular), reações musculares
mais lentas, ataxia e neuropatia. Em idosos com múltiplas doenças, o uso de
diferente tipo de medicação e seu efeito colateral pode imitar ou mascarar os
sintomas de hipotireoidismo. As anormalidades laboratoriais decorrentes de
hipotireoidismo são bastante variadas: macrocitose com ou sem anemia,
colesterol e triglicerídeos elevados, hiponatremia inexplicável e elevação das
enzimas creatinoquinase e lactato desidrogenase (REHMAN et al., 2005).
Alguns estudos sugeriram que o hipotireoidismo deve ser avaliado em
doentes com anormalidades nos rins. Esta deficiência hormonal pode conduzir
a doenças renais: uma vez que os hormônios da tireoide são responsáveis pelo
crescimento e desenvolvimento dos rins, que têm uma influência no transporte
da substância através membrana e modificar o metabolismo electrolítico. Isto
leva a déficits de função renal, associado com a redução do débito cardíaco
(KATZ, 1975).
Ele também pode causar glomerulopatia (nefrítica e / ou síndrome
nefrótica) e ocorrem em diversas formas de doença renal crônica, inclusive em
pacientes em hemodiálise, assim, piorar o prognóstico. A maioria das
9
anomalias renais (estruturais, metabólicas e morfológicas), causada por
hipotireoidismo pode ser revertido após a suplementação com tiroxina
(KAPTEIN EL, 1996).
A avaliação da tireoidopatia como causa de obesidade deve ser
criteriosa. Quando avaliamos o hipotireoidismo como causa de obesidade
devemos verificar um aspecto clínico diferencial importante: o hipotireoideo
apresenta redução no crescimento, enquanto o obeso exógeno é maior.
Analisar a velocidade de crescimento através da curva ponderal e estatural é o
primeiro passo. A seguir, deve-se distinguir entre a simples constatação de
doença presente na tireoide com disfunção do órgão. A presença de
autoanticorpos séricos, por exemplo, indica a ocorrência de provável tireoidite,
mas não que já esteja ocorrendo um hipotireoidismo clínico. A dosagem do T4
livre
baixa,
acompanhada de elevação do TSH,
que
caracteriza
o
hipotireoidismo (DAMIANI D, 2007).
Para que se possa diagnosticar a presença do hipotireoidismo, basta um
exame de sangue onde se possa dosar o TSH e os hormônios T3 e T4 Livre.
Caracteriza-se o hipotireoidismo quando o paciente apresenta TSH aumentado
e T4 livre baixo no sangue. Em alguns casos desse distúrbio, considerados
mais leves ou iniciais, “pode-se encontrar TSH aumentado com T4 livre normal.
Ou seja, o nível de TSH aumenta antes que o nível de T4 livre caia abaixo do
normal. Essa situação, em que o TSH está elevado com T4 livre normal, é
chamada de hipotireoidismo subclínico” (DIEHL, 2011).
HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO
O Hipotireoidismo subclínico é uma disfunção caracterizada por valor
sérico aumentado do TSH com concentrações normais T3 e T4, na ausência
de sintomas clínicos manifestos. Esta entidade já foi denominada de
hipotiroidismo pré-clínico, diminuição da reserva da tiroide ou mixedema préclínico (EVERED DC, 2002).
Incide mais no sexo feminino, e principalmente em pacientes com mais
de 60 anos de idade, podendo alcançar, nesta faixa etária, índices de 15%. Um
estudo conduzido na comunidade de Whickham, na Inglaterra, a prevalência de
hipotireoidismo subclínico (SHT) foi de 6% a 7,5% no sexo feminino e 2,4% a
10
3% no sexo masculino. Mais recentemente, estudo realizado no Colorado,
Estados Unidos, em 25.862 indivíduos, TSH sérico elevado foi encontrado em
9,5%, comprometendo 20% da população idosa (CANARIS et al., 2000).
A progressão do SHT depende da causa e do grau de dano da função
tireoidiana. Quando a causa do SHT é tireoidite de Hashimoto, a progressão é
mais rápida, isto porque, nestas condições, o dano autoimune para a glândula
tiroide parece ser um processo contínuo. Anticorpo antitiroglobulina (antiTg) e,
principalmente,
o
anticorpo
antiperoxidase
tireoidiana
(anti-TPO),
são
marcadores úteis de progressão para hipotireoidismo clínico (ROSENTHAL MJ,
JAMA, 1987).
As causas desencadeantes do SHT são as mesmas do hipotireoidismo
clínico. As doenças autoimunes são as causas mais frequentes e responsáveis
por mais de 50% dos casos (TUNBRIDGE et al., 1981). A reposição
inadequada para o tratamento do hipotireoidismo clínico é outra causa de TSH
sérico elevado e, algumas vezes, a inadequação da dose é decorrente da
diminuição da absorção intestinal de levotiroxina (TUNBRIDGE et al., 1981).
A hipercolesterolemia ocorre concomitantemente com o hipotireoidismo
clínico, de moderado a severo, sendo um fator de risco para o desenvolvimento
da doença arterial coronariana. Elevação na concentração sérica de colesterol
total (CT) é provocada, principalmente, por um aumento na lipoproteína de
baixa densidade (LDL-c) do colesterol, refletindo uma diminuição no clearance
do LDL-c mais do que um aumento na sua produção. A diminuição na atividade
da lipase lipoproteica produz pequeno aumento dos triglicérides. Alterações
dos valores da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) do colesterol são menos
aparentes e menos consistentes (ALTHAUS et al., 1988).
No SHT, as concentrações de CT e do LDL-c estão, dentro dos valores
da normalidade, somente aumentando no hipotireoidismo clínico. Entretanto,
em alguns estudos, os valores de LDL-c estavam aumentados, enquanto que
os valores de HDL-c estavam diminuídos. Outros efeitos periféricos podem ser
observados no SHT, tais como encurtamento do tempo de reflexo aquíleo e
elevação sérica da concentração de mioglobulina (ROMALDINI et al., 1996).
11
TIREOIDITE DE HASHIMOTO
O médico, Hakaru Hashimoto, descreveu pela primeira vez em 1912, a
tireoidite linfocítica crônica. A tireoidite linfocítica é um infiltrado de T células e,
possivelmente, células B. A doença ocorre secundária a anticorpos
peroxidase/tiroglobulina ou ambos. Histologicamente, ela começa com raros
centros germinativos que se transformam em vários centros germinativos
maduros. Esta é também a razão pela qual estes pacientes têm um risco
aumentado de linfomas, geralmente linfoma não-Hodgkin (KAPTEIN EL, 1996;
KATZ, 1975).
A apresentação típica de um paciente com doença de Hashimoto são
mulheres jovens ou de meia-idade com um bócio firme, difuso bilateral. Como é
uma doença auto-imune, é muito mais comum em mulheres e, muitas vezes
associada a outras doenças auto-imunes. Também tem uma história familiar
positiva e componentes genéticos (HLA-DR5 e CTLA-4). Alguns dos sintomas
são: ganho de peso, depressão, transtorno bipolar, sensibilidade ao frio, fadiga,
bradicardia, infertilidade, menorragia, fraqueza muscular e perda de cabelo (O
INST. DA TIREOIDE, 2011).
É importante confirmar o diagnóstico com exames laboratoriais. Em
primeiro lugar, pedir um TSH, T4 livre e T3. Normalmente os níveis de TSH
estarão altos. Após a confirmação do diagnóstico, o tratamento consiste em
levotiroxina e a monitorização frequente da tireoide pelo exame físico. Além
disso, um PAAF é frequentemente recomendado quando há presença de bócio.
Uma ultrassom também é recomendada se um nódulo for percebido (O INST.
DA TIREOIDE, 2011).
O Instituto da Tiroide (2011) informa que iodo em excesso na
alimentação, uso de medicação com iodo, aplicação repetida de contrastes
radiológicos, podem fazer aparecer essa doença. Além desses fatores, o uso
médico de remédios como, por exemplo, o Interferon, “pode levar a maior
agressividade do sistema imunitário e desencadear Tireoidite de Hashimoto”
(INST. DA TIROIDE, 2011).
12
HIPERTIREOIDISMO
Este é um distúrbio mais comum em mulheres com idades entre 20 e 40
anos, conforme ensina Diehl, (2011). Os portadores desse distúrbio têm
aumento na dosagem de T3 e T4 e diminuição do TSH. Os principais sintomas
do hipertireoidismo, comumente, são fraqueza muscular; tremores nas mãos;
taquicardia; fadiga e cansaço fácil; perda de peso importante, mesmo
alimentando-se de forma normal; fome excessiva; diarreia ou aumento do
número de evacuações; irritabilidade, agitação, ansiedade; insônia; problemas
nos olhos (irritação, ardência ou dificuldades para enxergar); irregularidade
menstrual; suor excessivo e sensação de calor exagerado; infertilidade (DIEHL,
2011).
O médico Roberto Graves, afirma que também são causas de
hipertireoidismo alguns nódulos da glândula, bócio multinodular, uma doença
que acontece em pessoas mais idosas, geralmente com tireoides aumentadas
há muitos anos; tireoidite subaguda, que é a inflamação dolorosa da tireoide,
devido a uma infecção viral que destrói parte da tireoide e lança no sangue o
hormônio que estava armazenado dentro da glândula; tireoidite linfocítica e
tireoidite pós-parto (tipos de inflamação indolor da tireoide que podem levar a
uma descarga de hormônios tireoidianos no sangue e a um hipertireoidismo de
curta duração) e a ingestão de hormônio tireoidiano em excesso, para
tratamento de hipotireoidismo ou como componente de outras medicações (por
exemplo, “fórmulas” para emagrecer) (CAMARGO, 2011).
Esse distúrbio pode ser tratado com medicamentos os antitireoidianos
destinados a fazer com que diminua a produção hormonal da tireoide e os
betabloqueadores, drogas destinadas não ao bloqueio da produção de
hormônios tireoidianos, mas, sim, ao controle das manifestações como os
batimentos cardíacos acelerados, os tremores, a ansiedade e o calor
excessivo. Alguns casos, no entanto, requerem tratamento definitivo, como a
cirurgia para remoção de parte ou toda a glândula, e o iodo radioativo (DIEHL,
2011).
13
DOENÇA DE GRAVES
O
hipertireoidismo
da
Doença
de
Graves
é
caracterizado
imunologicamente por infiltração linfocitária da glândula tireoide e por ativação
do sistema imune com elevação dos linfócitos T circulantes, aparecimento de
autoanticorpos que se ligam ao receptor do TSH (TRAb) e que estimulam o
crescimento e a função glandular (ANDRADE VA, 2001).
As razões do desencadeamento deste processo auto-imune ainda não
estão completamente entendidas, mas estão possivelmente envolvidos fatores
como susceptibilidade genética, fatores constitucionais (hormônios sexuais e
alterações da função imunológica) e fatores ambientais (estresse, ingestão de
iodo e a ação dos agentes infecciosos). Do ponto de vista clínico, o
hipertireoidismo da Doença de Graves caracteriza-se por aumento difuso e
hiperatividade da glândula tireoide, associada ou não a oftalmopatia infiltrativa
e, mais raramente, ao mixedema localizado (ANDRADE VA, 2001).
O tratamento envolve o uso de beta-bloqueadores para combater a
hiperatividade autonômica e à utilização de propiltiouracilo (PTU) ou
Methimazole para diminuir a quantidade de hormônios liberados pela tireoide.
PTU é preferido, pois não só funciona para diminuir a liberação do hormônio,
mas também impede a conversão periférica de T4 para T3. O tratamento
definitivo envolve a utilização de iodo radioativo terapia (RAI) ou tireoidectomia.
RAI é claramente menos invasiva, mas demora meses para ter um efeito
completo (DAMIANI D, 2007).
IODO RADIOATIVO
O iodo radioativo foi empregado pela primeira vez em 1941 no
Massachussets General Hospital, quando Hertz e Roberts trataram pacientes
com hipertireoidismo. Esta forma de tratamento já vem sendo utilizada há
aproximadamente 60 anos sendo considerado de fácil administração, efeito
rápido e de baixo custo (WARD et al., 1986).
O tratamento com Iodo radioativo produz uma tireoidite intensa
secundária à radiação, seguida por progressiva fibrose intersticial e atrofia
glandular, resultando em destruição da capacidade de síntese da glândula
14
tireoide. Além disso, o tratamento com iodo radioativo pode induzir a alterações
de resposta imune aos antígenos tireoidianos, descritas como inicial e tardia.
Inicialmente, ocorre morte das células tireoidianas e liberação de antígenos na
circulação,
associada
com
elevação
das
imunoglobulinas
e
na
imunoreatividade celular contra o receptor do TSH. Posteriormente, pode
ocorrer ablação de todo o tecido tireoidiano e a consequente ausência de
antígenos tireoidianos levaria à redução da autoimunidade (DEGROOT L.J,
1997).
Em estudo comparativo entre custo de tratamento com drogas
antitireoidianas, radioterapia com I131 ou cirurgia, demonstra que o tratamento
com I131
apresenta
menor
custo,
melhores
índices
custo/eficácia
e
custo/efetividade, tanto em pacientes privados como no sistema público.
Apresenta como vantagem adicional à redução do volume glandular, dose
dependente, observada no primeiro ano de tratamento (PETERS H; FISCHER
C. et al., 1996).
OBESIDADE
De acordo com Ballone (2002), qualquer definição de obesidade é
arbitrária dado que não existe um parâmetro que separe com precisão os
indivíduos obesos dos não obesos. Este autor defende ainda que a obesidade
possui
duas
dimensões:
uma
antropométrica/fisiopatológica
e
outra
emocional/psicodinâmica. A primeira define como obeso aquele que possui
uma percentagem de gordura corporal acima de um determinado critério. Nas
mulheres, essa percentagem seria superior a 30% e nos homens a 25%. A
dimensão psicodinâmica define como obeso aquele indivíduo que está
insatisfeito com o seu próprio corpo, por ter o seu peso acima do ideal
antropométrico.
Borges, Guarisi, Giatti, e Bastos (2000) consideram que as definições de
obesidade deveriam basear-se em critérios de saúde, sobretudo em
estatísticas de morbilidade e mortalidade. Já segundo Lemos (2002), a
obesidade pode ser definida como um excesso de gordura corporal que leva,
com frequência, a uma perda significativa de saúde. A própria OMS consideraa uma doença por diminuir tanto a qualidade de vida como a esperança média
15
de vida dos indivíduos.
A OMS (2002) refere que a obesidade pode ser definida de uma forma
simples como uma condição de acumulação anormal ou excessiva de gordura
no organismo, o que acarreta um comprometimento da saúde.
No entanto, entre os indivíduos obesos, o grau de excesso de gordura, a
sua associação, distribuição e consequências para a saúde variam de indivíduo
para indivíduo. A obesidade é, deveras, uma situação grave, uma vez que
traduz uma acumulação excessiva, mais ou menos generalizada, de tecido
adiposo, induzindo um aumento de peso acima do valor considerado normal,
numa fração superior a 25% (GUERREIRO, 2011).
Também Czepielewski (2001) afirma que “a obesidade é uma
enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal,
associada a problemas de saúde”. Esta definição foi partilhada e defendida no
Congresso de Obesidade, Nutrição e Alimentação onde se definiu esta
patologia como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada
pode atingir graus capazes de afetar a saúde, tanto mais que, uma vez
instalada, tende a autoperpetuar-se, constituindo-se como verdadeira doença
crônica (CONEA, 2001).
A obesidade é uma realidade que atinge todos os estratos etários da
população, daí ser considerada como um dos maiores problemas de Saúde
Pública. Lioret et al., (2001) afirmam que, a obesidade é particularmente
preocupante nas crianças e nos adolescentes, pois estes estão em risco de se
tornarem, também, adultos obesos. Segundo Wang, Monteiro e Popkin (2002)
estima-se que 30% da população adulta esteja acima do peso normal, dos
quais 6,8 milhões são obesos. Esta doença alcança níveis epidêmicos em
vários países, como é o caso dos EUA em que 40% da população é obesa.
Ainda nos EUA, morrem por ano cerca 300.000 pessoas direta ou
indiretamente devido à obesidade.
A prevalência da obesidade na população adulta dos países ocidentais
varia entre os 20% e 50%, dependendo da região, sexo, idade e raça. Segundo
dados do NHANES III, nos EUA, 63% dos homens e 55% das mulheres com
idade superior a 25 anos, têm excesso de peso ou são obesos. (MUST A,
SPADANO J et al., 1999). Mais é importante salientar que a percentagem de
indivíduos obesos tem vindo a aumentar nas últimas décadas (STRAUSS et
16
al., 2001).
Estudos epidemiológicos sugerem uma marcada variabilidade individual
na susceptibilidade para a ocorrência de excesso de peso e de obesidade. Os
fatores genéticos determinam a susceptibilidade dos indivíduos para o excesso
de peso e para a obesidade quando expostos a determinados fatores
ambientais (OMS, 2004). Assim, os valores do IMC podem ser influenciados
de modo variável por fatores genéticos e ambientais. Separar o peso relativo
de cada um destes fatores é uma tarefa complicada devido ao fato de os
familiares
partilharem
uma
herança
genética,
mas,
simultaneamente,
partilharem um conjunto de exposições de natureza ambiental (OMS, 2004).
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS
Frente ao importante papel dos hormônios tireoidianos na regulação da
termogênese, a dinâmica do eixo hipotálamo-hipófise-tireoidiano na obesidade
já foi amplamente estudada. Quando se avalia a função tireoidiana no indivíduo
obeso, devem-se considerar os efeitos do balanço energético atual, caso esteja
submetido à dieta hipocalórica ou em plena hiperalimentação (ALVES RL,
2007).
Vários estudos foram conduzidos com administração de hormônios
tireoidianos em obesos com dieta restrita, na tentativa de reverter às alterações
metabólicas que conduzem à redução da taxa metabólica basal (TMB).
Diversos estudos utilizaram doses elevadas de T3, obtendo-se aumento do
nível sérico de T3 e correlação negativa com o peso final (ALVES RL, 2007).
Pacientes com hipotireoidismo pesam, em média, 15% a 30% mais que
indivíduos eutireoidianos. Mesmo após terapia adequada, cerca de 7% ainda
permanece acima do peso. Em estudo transversal, foi encontrada uma
associação discreta entre hipotireoidismo subclínico e IMC em mulheres, mas
uma associação em direção oposta em homens. Hipotireoidismo clínico ou
subclínico parece não ser mais comum em obesos do que indivíduos de peso
normal (ALVES RL, 2007).
Apesar disto, numa casuística de 72 indivíduos com obesidade mórbida
com
indicação
cirúrgica
de
derivação
gastrojejunal, a
incidência de
hipotireoidismo subclínico foi de 25%, tendo o TSH normalizado um ano após a
17
cirurgia em todos os indivíduos. Pacientes hipotireóideos em reposição com
levotiroxina apresentam variações na TMB quando se apresentam em
eutireoidismo, hipertireoidismo leve ou hipotireoidismo. As implicações destas
variações da TMB no IMC não estão definidas (IOSSA S; LIONETTI L, 2001).
Estudos nos quais T4 foi administrado à pacientes com hipotireoidismo
leve não mostraram mudança significativa de IMC em seguimento de até 6
meses. A leptina influencia a regulação central da função tireoidiana, através
do estímulo hipotalâmico do TRH. No hipotireoidismo, os níveis de leptina são
elevados, talvez como forma de contrapor ao acúmulo de lipídeos e energia na
ausência de T3 (IOSSA S, LIONETTI L, 2001).
O feedback negativo dos hormônios tireoidianos sobre a secreção de
TSH é exercido de várias formas: bloqueio da produção de TRH ou redução da
expressão de seus receptores de membrana no tireotrófico (REICHLIN, 1992;
KAKUCSKA, 1992), estímulo da secreção de outras substâncias hipotalâmicas
inibidoras do TSH, como a somatostatina (SCALON,
1991) e, a mais
importante, inibição da secreção de TSH por ação direta de T3 no tireotrófico
(SHUPNIK et al., 1986), sendo este proveniente principalmente da desiodação
intra-hipofisária do T4 circulante. Além disso, existe um efeito inibitório indireto
através da neuromedina B ou do GRP, que tem sua importância fisiológica
comprovada através de estudos que utilizaram inibidores da ação destes
peptídeos (MOURA et al., 2004).
A maior parte dos hormônios tireoidianos circula acoplada a proteínas
transportadoras, que são: a TBG (globulina ligadora de tiroxina), a TTR
(transtirretina) e a albumina. No homem aproximadamente 70% de T3 e T4
estão ligados a TBG, 10% do T4 é ligado à TTR e 15% são carreados pela
albumina. Enquanto uma pequena fração de T3 plasmático encontra-se ligado
à TTR e cerca 25% à albumina (UTIGER, 1996).
Os hormônios tireoidianos regulam a atividade de algumas enzimas
importantes no transporte de lipoproteínas. A HMGCoA redutase tem sua
síntese
estimulada pelos hormônios tireoidianos. No hipertireoidismo não
ocorre aumento do colesterol sérico porque o T3 também induz a degradação
de LDL e Apo B, ao estimular a expressão dos receptores de LDL (DUNTAS,
2002).
De modo geral, cerca de 10 a 25% dos obesos mostram algum grau de
18
hipotireoidismo. Isso é um índice maior do que a população geral, cuja
incidência clínica fica entre 2% e 5%, sendo mais comum em mulheres. Essa
diferença na prevalência já é por si só, um forte indicativo dessa relação. E
parece haver mesmo uma explicação científica razoável que liga os obesos
com o hipotireoidismo (JIN et al., 2004).
Em uma das explicações possíveis, a leptina um hormônio produzido
especialmente pelo tecido gorduroso e que, logicamente, costuma estar
aumentada nos indivíduos obesos. A leptina, em concentrações acima do
normal, pode interferir negativamente na capacidade da glândula tireoide de
liberar os hormônios tireoidianos vitais na regulação do metabolismo do ser
humano (JIN et al., 2004).
Uma vez que a leptina se correlaciona com o grau de obesidade, quanto
maior for o IMC (Índice de Massa Corpórea), maior a chance de
desenvolvimento da doença, seja com claros sinais e sintomas (hipotireodismo
clínico) ou não tão manifesta (hipotireoidismo subclínico).
Diversos
estudos
têm mostrado a relação entre leptina e função tireoidea. A ação da leptina pode
ocorrer em todo o eixo hipotálamo-hipófise-tireóide, assim como sobre a
conversão de T3 a T4 (JIN et al., 2004).
A leptina pode regular a função tireoidea direta e indiretamente. Foi
demonstrado que a leptina estimula a secreção de TSH por estimular a
expressão do
gene do pró-TRH. Já foi evidenciada a de síntese local de
leptina, sugerindo-se um efeito direto deste hormônio sobre a secreção de TSH
(JIN et al., 2004).
Ortiga-Carvalho (2002) mostrou que a leptina “in vivo” tem um efeito
estimulatório sobre a liberação de TSH, enquanto que “in vitro” inibe a secreção
de TSH, sugerindo uma inibição autócrina/parácrina local. A diminuição da
leptina age como um mediador dessa adaptação do eixo hipotálamo-hipófisetireóide no jejum, pois o tratamento com leptina reduz a diminuição na
tiroxinemia observada no jejum (AHIMA et al., 1996; ORBAN et al., 1998;
NILLNI ET AL., 2000).
Legradi et al., (1997) demonstraram que o RNAm para o pro-TRH, que
diminui no jejum, é restaurado com a administração de leptina. Seoane et al.,
(2000) demonstraram haver um estímulo da leptina, na restauração da
secreção de TSH, inibida pelo jejum. No jejum, o mecanismo de regulação da
19
secreção de SHT está alterado, de tal forma que os baixos níveis destes estão
associados a uma resposta sub-normal de TRH e TSH (HERMUS et al., 1992).
A redução da atividade do TSH e do eixo hipófise-tireóide, que ocorre
durante o jejum, tem consequências dramáticas na concentração de leptina e
subsequente diminuição de melanocortina, levando à redução da síntese do
hormônio liberador da tirotrofina (TRH) e da sensibilidade do TSH. Têm sido
encontrados níveis mais elevados de TSH em indivíduos obesos do que em
magros. Entretanto, foi observado que o T3 era reduzido e o T4 e TSH não se
alteravam em crianças obesas após seis semanas de dieta hipocalórica e,
apenas o T3 era associado ao gasto energético de repouso (GER) (HERMUS
et al., 1992).
Em pacientes obesos, o hipotireoidismo subclínico (TSH ”4,38 µU/ml e
T3 e T4 normais) afeta o GER, somente quando o TSH está claramente acima
dos valores normais, e isto não muda a composição corporal e o perfil lipídico.
A dosagem dos níveis de TSH em obesos pode ser útil para avaliar a piora do
GER, em razão da diminuição dos efeitos periféricos dos hormônios da tireoide
(WANG et al., 2002).
O status nutricional pode influenciar a conversão periférica de T4 para
T3, alterando esses valores entre anoréxicos, desnutridos, eutróficos e obesos.
A perda de peso em indivíduos obesos está associada à redução do GER e
dos níveis circulantes de T3, e por outro lado, o exercício intenso aumenta os
níveis de hormônios da tireoide (WANG et al., 2002).
QUIMIOLUMINESCÊNCIA
Quimiluminescência é a produção de radiação luminosa eletromagnética
por uma reação química. Quando esta radiação é emitida a partir de um
sistema químico presente num organismo ou dele derivado, acaba sendo
conhecida como biolumenescência (ALBERTIN, R.; 1998).
O processo químico de quimiluminescência envolve a absorção, pelos
reagentes, de energia suficiente para a geração de um complexo ativado, o
qual se transforma em um produto eletronicamente excitado. Se esta espécie
excitada for emissiva, produz a radiação diretamente, caso contrário, pode
ocorrer à transferência de energia do estado excitado formado para uma
20
molécula aceptora apropriada, resultando na emissão indireta da radiação.
(CORREA FE; ROSSI VA, 2002).
As
condições
da
reação
tem
um
efeito
significativo
na
quimiluminescência. O tempo de reação e uma duração da radiação emitida
variam de períodos muito pequenos (menores que 1 s) até muitos longos
(cerca de 1 dia). A mudança de parâmetros experimentais como forma de
mistura dos reagentes, temperatura, concentrações de espécies reacionais ou
interferentes, pH, podem modificar totalmente a emissão, podendo até mesmo
extingui-la (CORREA FE; ROSSI VA, 2002).
21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AHIMA RS, PRABAKARAN D, MANTZOROS C, QU D, LOWELL B,
MARATOS-FLIER E, FLIER SJ. Papel da leptina na resposta
neuroendócrina ao jejum. Nature, v. 382, p.250-252, 1996
ALBERTIN, R.; ARRIBAS M. A. G.; BASTOS, E. L.; ROPKE, E.; SAKAI, P. N.;
SANCHES, A. M. M.; STEVANI, C. V.; UMEZU.; Quim Nova 1998, 21, 772.
ALTHAUS BU, STAUB JJ, RYFF-DE LÈCHE A, OBERHANSIL A, STAHELIN
HB. LDL/HDL-changes in subclinical hypothyroidism: possible risk factors
for coronary heart disease. Clin Endocrinol (Oxf) 1988; 28:157-63.
ALVES RL; Eixos hormonais na obesidade: causa ou efeito? Arq Bras
Endocrinol Metab vol.51 no1 São Paulo Feb. 2007
ANDRADE V.A; GROSS L. J; MAIA L. A. Tratamento do Hipertireoidismo da
Doença de Graves. Arq Bras Endocrinol Metab vol.45 no6. São
Paulo Dec. 2001
BALLONE, G. J.; ORTOLANI, I. V.; PEREIRA NETO, E. Da Emoção a Lesão.
Um Guia de Medicina Psicossomática. São Paulo. Ed. Manole 2002
BARZEL EUA. Hipotireoidismo. Diagnóstico e tratamento. Geriatr Med.
Clin. 1995,11 (2): 239-49.
BLATT, JUCELENE MARCHI; LANDMANN, ZULEIKA MACHADO. Alterações
das dosagens do hormônio tireoestimulante em pacientes atendidos em
um laboratório escola. Revista Brasileira de Análises clínicas, vol. 39(3): 227230, 2007.
BORGES, GUARISI, GIATTI, BORGES E BASTOS. Obesidade e
Hipercolesterolemia na Adolescência. Publicado na Revista de Ginecologia
& Obstetrícia, nº 2/2000
CAMARGO,
R.
Hipotireoidismo.
2011.
Disponível
<http://medicina.fm.usp.br/endoresidentes/roteiro/hipotireoidismo_rote.
Acesso em: 25 abr. 2013.
em:
>
CANARIS GJ, MANOWITZ NR, MAYOR G, RIDGWAY EC. The Colorado
thyroid disease prevalence study. Arch Int Med 2000;160:526-634.
CARMO I. Prevalência de obesidade na população portuguesa. Int J Obes
2000; 24 (suppl1): S19.
CONEA (2001). Congresso de Obesidade, Nutrição E Alimentação alerta
para o impacto da patologia em Portugal. Consultado em 27 de abril de
2013, disponível em saude.sapo.pt/gPN/293178.html.
22
CORREA FE.; ROSSI VA. A Quimiluminescência como ferramenta
Analítica: Do Mecanismo a aplicações da reação do luminol em métodos
cinéticos de analise. Quim. Nova Vol. 25, No. 6 1003-1011, 2002
CZEPIELEWSKI, M. (2001). Obesidade. Consultado em 24 de Abril de 2013,
www.abcdasaude.com.br/artigo.php?303.
DAMIANI D; Obesidade e doenças tireoidianas - mitos e realidades
Pediatria (São Paulo) 2007; 29(2): 82-83
DEGROOT LJ. iodo radioativo e o sistema imunológico 1997: 7:259-63.
DIEHL, Leandro A. Tireoide – Visão Geral. In Portal Endocrino. 2011; 142-127
Disponível em: <http://www.portalendocrino.com.br/tireoide_visaogeral.shtml.>
Acesso em: 01 maio. 2013
DUARTE, G.C.; TOMIMORI E.K.; CAMARGO R.Y.A. ET AL. The prevalence
of thyroid dysfunction in elderly cardiology patients with mild excessive
iodine intake in the urban area of São Paulo. Clinics, vol. 64: 135- 142, 2009
DUNTAS L.H. Thyroid Disease and Lipids. Thyroid. New York, v.12, n.4, p.
287-293, 2002.
EVERED DC, ORMSTON BJ, SMITH PA, HALL R, BIRD T. Grades of
hypothyroidism. Br Med J 2002; 1: 657-62
FRANKLIN HL, KOZAK MJ, CASHMAN LA, et al. Tratamento cognitivocomportamental do transtorno obsessivo-compulsivo em crianças: An
open clinical trial. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry.1998;37:412–9
GRAF, Hans; CARVALHO, Gisah Amaral. Fatores Interferentes na
Interpretação de Dosagens Laboratoriais no Diagnóstico de Hiper e
Hipotireoidismo. In. Arq Bras Endocrinol Metab 2002; 46/1:51-64).
GÜELL, R. Enfermedades del tiroides en niños y adolescentes. Barcelona,
España: Permanyer. 1998.
GUERREIRO, S. (2011). Emagrecer com conta, peso e medida. Medicina &
Saúde, 43, 38-39
HERMUS RM, SWEEP CG, VAN DER MEER MJ, ROSS HA, SMALS AG,
BENRAAD TJ, KLOPPENBERG PW. Continuous infusion of interleukin-1
beta induces a nonthyroidal illnes syndrome in the rat. Endocrinology,
v.131, p.2139-46, 1992.
INSTITUTO DA TIROIDE. Tireoidite de Hashimoto. 2011. Disponível em:
<http://www.indatir.org.br/a_tiroide_tiroidite_hashimoto.htm.> Acesso em: 25
abr. 2013
23
IOSSA S, LIONETTI L,. Equilíbrio de gordura e concentração sérica de
leptina em ratos normais, hipotireoidismo e hipertireoidismo. Int J Obes
2001; 25(3):417-25.
JIN L, ZHANG S, BURGUERA BG, COUCE ME, OSAMURA RY, KULIG E,
LLOYD RV. Leptin and leptin receptor expression in rat and mouse
pituitary cells. Endocrinology, 141:333-339, 2004.
KAKUCSKA I, RAND W, LECHAN RM. Thyrotropin-releasing hormone gene
expression in the hypothalamic paraventricular nucleus is dependent
upon feedback
regulation by both triiodothyronine and thyroxine.
Endocrinology. ; v. 130, p. 2845-50, 1992.
KAPTEIN ELES. Metabolismo dos hormônios da tireoide e doenças da
tireoide em insuficiência renal crônica. Endocr Rev. 1996; 17 (1); 45-63.
KATZ AI, EMMANOUEL DS, LINDHEIMER MD. Hormônio da tireoide e dos
rins. Nephron. 1975,15 (3-5): 223-49.
KHAIRA JS, FRANKLYN JA. Condições de
idosos. Praticante. 1999; 243 (1596): 214-8, 221.
tireoide
em
pacientes
LA FRANCHI, S. H. (1998). Triagem de distúrbios da tireoide em recémnascidos. In N. Lavin (Ed.), Manual of endocrinology and metabolism (pp. 393413). Boston:
LEGRADI G, EMERSON CH, AHIMA RS, FLIER JS, LECHAN RM. Leptin
prevents fasting-induced supresion of prothyrotropin-releasing hormone
messsenger ribonucleic acid in neurons of the
hypothalamic
paraventricular nucleus. Endocrinology, 138:2569-2576, 1997.
LEMOS, I. C. M. C. Influência da desnutrição intra-uterina na cicatrização
da parede abdominal de ratos lactentes avaliada mediante estudo
tensiométrico e da morfometria do colágeno. Curitiba, 2002, 89f. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal do Paraná.
LIORET, S., VOLATIER, J; BASDEVANT, A; POUILLOT, R., MAFFRE, J; &
MARTIN, A. Prevalência de obesidade infantil na França: INCA. Livro
Nutrição e Dieta. 36, 405-410. 2001
MILHORANSA, P.; SOARES, R. Hormônio de estimulador da tireoide (TSH)
e correlações laboratoriais. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de
Janeiro, v. 41, n. 2, p. 161-164, 2009.
MOURA, E.G; MOURA, C.C. Regulação da Síntese e Secreção de
Tireotrofina. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São
Paulo, v.48, n.1, fevereiro. 2004.
MURAHOVSCHI, J. (1994). Distúrbios do desenvolvimento. In Pediatria,
diagnóstico e tratamento (pp. 119-122). São Paulo, SP: Sarvier.
24
MUST A, SPADANO J, COAKLEY EH, FIELD AE, COLDITZ G, DIETZ WH:
The disease burden associated with overweight and obesity. JAMA 1999;
282 (16):1523-1529.
NILLNI EA, VASLET C, HARRIS M, HOLLENBERG A, BJORBAEK C, FLIER
JS. Leptin regulates prothyritropin-releasing hormone biosyntesis. J. Biol.
Chem. v.275, p.36124-33, 2000.
OMS - Organização Mundial de Saúde. Cuidados inovadores para
condições crônicas: componentes estruturais de ação. Relatório mundial.
Brasília, DF. 2002
ORBAN Z, BORNSTEIN SR, CHROUSOS GP. A interação entre a leptina e o
eixo hipotálamo-hipófise-tireóide. Horm Metab Res. v.30, p.231-5, 1998.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Obesidade: prevenindo e
controlando a epidemia global. Relatório da Consultadoria da OMS,
Genebra, (2004).
ORTIGA-CARVALHO TM, OLIVEIRA KJ, SOARES B A, PAZOS-MOURA CC.
O papel da leptina na regulação da secreção de TSH no estado
alimentado: em estudos in vivo e in vitro. Jornal da Endocrinologia,
174:121–125, 2002.
PETERS H, FISCHER C, BOGNER U, REINERS C, SCHLEUSENER H.
redução do volume da tireoide após radioiodoterapia do hipertireoidismo
de Graves: Resultados de um, estudo prospectivo, randomizado,
multicêntrico Eur J Clin Invest 1996; 26:59-63.
REHMAN SU; COPE DW, SENSENEY AD, distúrbios da tireoide em
pacientes idosos. Sul Med. J. 2005; 98 (5): 543-9.
REICHLIN S. Neuroendocrinologia. In Wilson, J.D. & Foster, D.W. eds.,
Williams Textbook of Endocrinology 8th ed. W.B. Saunders Company,
Philadelphia, p.135-219, 1992.
ROMALDINI J. H., SGARBI J. A., FARAH C. S. Disfunções Mínimas da
Tiroide: Hipotireoidismo Subclínico e Hipertiroidismo Subclínico. Arq Bras
Endocrinol Metab vol 48 nº 1 Fevereiro 2004.
ROSENTHAL MJ, HUNT WC, GARRY PJ, GOODWIN JS. Thyroid failure in
the elderly. Microsomal antibodies as discriminant for therapy. JAMA
1987; 258: 209-13.
SAAD, Mario J. A.; MACIEL, Rui M. B.; MENDONÇA, Berenice B.
Endocrinologia. 1ª Ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007. 1251 p.
25
SCALON MF. Controle neuroendócrino da secreção de TSH in: T
Braverman, L.E. & Utiger, R.D., A Tireoide – A Fundamental and Clinical Text,
6a ed. J.B. Lippincott Co., Philadelfhia, v. 1,p . 230-256, 1991.
SEOANE LM, CARRO E, TOVAR S, CASANUEVA FF, DIEGUEZ C.
Regulamento in vivo da secreção de TSH pela leptina. v. 92, p.25-9, 2000.
SETIAN, N. (2002). Hipotireoidismo congênito. In N. Setian
(Ed.), Endocrinologia pediátrica. Aspectos físicos e metabólicos do
recém-nascido ao adolescente (pp. 259-268). São Paulo, SP: Sarvier.
SHUPNIK MA, ARDISSON LJ, MESKELL MJ, BORNSTEIN J, RIDGWAY EC.
Triiodotironina (T3) regulação da transcrição do gene da subunidade TSH
é proporcional à ocupação do receptor nuclear T3. Endocrinology, v. 118, p.
367-71, 1986
STRAUSS RS, POLLACK HA: Epidemic increase in childhood overweight,
2001. JAMA 2001; 286 (22):2845-48.
TUNBRIDGE WM, BREWIS M, FRENCH JM, APPLETON D, BIRD T, CLARK
F, ET AL. Natural history of autoimmune thyroiditis. Br Med J 1981;282:25862.
UTIGER RD. The trioxide: physiology, hyperthyroidism, hypothyroidism,
and the painful trioxide. In: Felig P, Baxter JD, Frohman LA. Endocrinology
and Metabolism. 4.ed. New York, p. 435-519, 1996.
WANG, Y; MONTEIRO, C. & POPKIN, B. Trends of obesity and underweight
in older children and adolescents in the United States, Brazil, China, and
Russia. American Journal of Clinical Nutrition, 75 (6), 971-977. 2002
WARD LS, FILHO AC, MENABÓ E, RIBEIRO SRR, LIMA MC, MACIEL RMB.
Estudo da relação custo/efetividade no tratamento da doença de
Basedow-Graves. Rev Ass Med Brasil 1986; 32:147-54.
26
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas
RBCF
DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE TRIIODOTIRONINA E
TIROXINA LIVRE EM OBESOS NA CIDADE DE RENASCENÇA-PR
MATIAS, P. Giovana1*; PEDER, D. Leyde2 MESQUITA, S. Claudinei2
1
2
Acadêmica do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz; Docentes do Curso do curso
de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz.
RESUMO
Os hormônios tireoidianos são produzidos na glândula tireoide. A síntese e
secreção dos hormônios tireoidianos é regulada pelo TSH através de um
sistema de retroalimentação negativo que envolve o hipotálamo, hipófise e a
glândula tireoide. As disfunções tireoidianas podem se apresentar de forma
insidiosa e com manifestações clínicas sutis. Nestes casos, os testes
laboratoriais são de extrema importância para o diagnóstico precoce. Assim,
este trabalho tem por objetivo avaliar a dosagem dos níveis séricos de T3 e
T4L em obesos para que possa auxiliar na prevenção, detecção e também no
estadiamento do hipotireoidismo. Após a aprovação do projeto pelo Comitê de
Ética e Pesquisa em Seres Humanos Institucional da Faculdade Assis
Gurgacz, selecionou-se uma amostra constituída aleatoriamente por 40
voluntários, de ambos os sexos, com IMC acima de 30 kg/m², para a dosagem
dos hormônios tireoidianos T3 e T4L. Nos resultados obtidos observou-se
alteração nas dosagens de triiodotironina, em apenas 1 caso (2,5%), sendo
este homem. Já a diminuição do hormônio tiroxina livre foi encontrada em 4
pacientes (10%), das quais estas eram mulheres. Este estudo apenas
enfatizou os distúrbios relacionados ao T3 e T4L, sendo que para uma melhor
avaliação das disfunções tireoidianas, seria a dosagem do TSH.
UNITERMOS: hormônios tireoidianos, hipotireoidismo, obesidade.
*Correspondência: Giovana Paola Matias, Curso de Farmácia, FAG – Faculdade Assis
Gurgacz, Avenida das Torres, 500 – Loteamento FAG – 85806-096 – Cascavel – PR, Brasil.
Email: [email protected].
27
INTRODUÇÃO
Os hormônios tireoidianos são produzidos na glândula tireoide em um
processo que envolve o transporte ativo do iodo para dentro do folículo através
do transportador transmembrana específico (NIS), sua oxidação e incorporação
em resíduos tirosina na molécula de tireoglobulina. Esta iodinação de tirosinas
resulta em resíduos monoiodinados (MIT) e diiodinados (DIT) que são
enzimaticamente ligados para formar tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). A
tireoglobulina iodinada que contém MIT, DIT, T4 e T3 são armazenadas como
polipeptídeo extracelular no colóide, próximo ao lúmen das células foliculares
da tireoide. A liberação dos hormônios é feita através da endocitose e digestão
lisossomal da tireoglobulina na célula folicular. Embora a tireoide produza
referencialmente T4, o principal hormônio tireoidiano circulante, é o T3 a forma
biologicamente ativa (YEN PM, 2001; FRIESEMA EC et al. 2005).
A síntese e secreção dos hormônios tireoidianos é regulada pelo TSH
através de um sistema de retroalimentação negativo que envolve o hipotálamo,
hipófise e a glândula tireoide. O hormônio liberador de tireotrófica (TRH) é um
hormônio secretado pelo hipotálamo e estimula os tireotrofos da hipófise a
secretarem TSH (hormônio tireotrófico). Tanto a secreção do TRH quanto do
TSH é regulada pelos níveis circulantes dos hormônios tireoidianos, secretados
pela tireoide em resposta ao estímulo do TSH (YEN PM, 2001).
A transformação metabólica do hormônio tireoidiano nos tecidos
periféricos envolve uma série de reações enzimáticas complexas, dentre as
quais a desiodação é o mecanismo para a ativação hormonal. As iodotironinas
desiodases tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2) catalisam esta reação. A iodotironina
desiodase tipo I (D1) catalisa a desiodação tanto do anel fenólico quanto do
anel tirosínico convertendo T4 a T3, T4 a rT3 e T3 e rT3 a T2, enquanto a
desiodase tipo 2 (D2) atua exclusivamente no anel fenólico das iodotironinas,
convertendo T4 a T3 e rT3 a T2 (LARSEN PR,1994).
Quando os níveis de T4 circulantes estão ajustados às necessidades
teciduais, este exerce uma retroalimentação negativa sobre a liberação de
TSH. Os níveis plasmáticos médios de iodeto também exercem um controle
importante sobre a função tireoidiana. Variações da ingestão de iodo em
quantidades fisiológicas modulam sua captação pelas membranas das células
28
folicelulares tireoglobulina. Em doses farmacológicas, o iodo bloqueia a síntese
de tireoglobulina, a liberação de T3 e T4 e o crescimento da tireoide (Efeito
Wolff-Chaikoff) (CAMARGO, 2011).
Em geral, a função tireoidiana está normal na obesidade. Valores
normais de T4 e valores normais ou elevados de T3 são relatados, sendo à
elevação de T3 provavelmente provocada pelo excesso de ingestão alimentar e
não pelo estado de obesidade em si. Os valores basais de TSH são normais e
a resposta ao TRH é imprevisível, podendo estar bloqueada, normal ou
elevada (GUERREIRO, 2009).
A dosagem dos níveis de TSH em obesos pode ser útil para avaliar a
piora do gasto energético de repouso, em razão da diminuição dos efeitos
periféricos dos hormônios da tireoide. O status nutricional pode influenciar a
conversão periférica de T4 para T3, alterando esses valores entre anoréxicos,
desnutridos, peso normal e obesidade (LOPES, 2002).
A ingestão de alimentos e a atividade física modulam a termogênese
basal, sendo que o jejum pode reduzir em até 40% o gasto energético de
repouso (GER). A perda de peso em indivíduos obesos está associada à
redução do GER e dos níveis circulantes de T3, e por outro lado, o exercício
intenso aumenta os níveis de hormônios da tireoide. Uma restrição limitada da
ingestão de alimentos que leve à perda de apenas 10% do peso corporal, está
associada à redução do GER, mecanismo este contraproducente e que está
associado ao chamado efeito ioiô da dieta (LOPES, 2002).
O diagnóstico de hipotireoidismo é especialmente importante quando é
feito durante a gestação, pois a falta de hormônios tireoidianos pode afetar
profundamente o desenvolvimento do bebê, provocando retardo mental e
atraso do crescimento. No entanto, esses problemas para o bebê são
prevenidos pelo tratamento precoce da mãe com a reposição de hormônio
tireoidiano (DIEHL 2011).
As disfunções tireoidianas podem se apresentar de forma insidiosa e
com manifestações clínicas sutis. Nestes casos, os testes laboratoriais são de
extrema importância para o diagnóstico precoce (YEN PM, 2001). Assim, este
trabalho tem por objetivo avaliar a dosagem dos níveis séricos de T3 e T4 livre
em obesos para que possa auxiliar na prevenção, detecção e também no
estadiamento do hipotireoidismo.
29
MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa é de caráter descritivo e exploratório. Após a
aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos
Institucional da Faculdade Assis Gurgacz (parecer no 233/2013), o termo de
consentimento livre e esclarecido foi assinado pelos voluntários. Uma amostra
constituída aleatoriamente por 40 voluntários, de ambos os sexos, com IMC
acima de 30 kg/m², usuários do Sistema Único de Saúde, foi selecionado na
cidade de Renascença-PR.
As amostras foram obtidas através da coleta de sangue em tubo de gel
separador, o material foi centrifugado por cinco minutos a 3000 rpm para a
obtenção do soro, e encaminhado ao laboratório particular na cidade de
Cascavel - PR, para a dosagem dos hormônios T3 e T4 livre, através de
técnica de quimioluminescência (Unissel DxI 800 da Beckman Coulter). Os
valores de referência utilizados para T3 estão entre 0,9 a 2,4 ng/mL e para T4L,
entre 0,7 a 1,8 ng/dL, para indivíduos adultos. Os resultados obtidos foram
tabulados no Microsoft Excel e transformados em gráficos e tabelas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A população do estudo consistiu de 40 pacientes, destes 32 eram
mulheres (80%), sendo a idade média de 55 anos, variando entre 31 a 83 anos,
com um IMC médio de 32,30 kg/m². A população masculina era constituída por
8 homens (20%), com uma idade média de 64 anos variando entre 56 a 82
anos e um IMC médio de 31,46 kg/m².
Observou-se alteração nas dosagens de triiodotironina, em apenas 1
caso (2,5%), sendo este homem. Já a diminuição do hormônio tiroxina livre foi
encontrada em 4 pacientes (10%), das quais estas eram mulheres.
Ao que se refere à diminuição hormonal de T3, este apresentou uma
concentração sérica de 0,7 ng/mL abaixo do limite inferior. Resultados
apresentados na figura 1.
30
2,50%
T3 Normal
97,50%
T3 Diminuído
Figura 1: Porcentagem de pacientes com T3 diminuído.
Com relação aos pacientes que se submeteram as dosagens do
hormônio triiodotironina (T3) observou-se na figura 1, uma porcentagem de
97,5% de T3 normal, e apenas 2,5% de T3 diminuído, sem haver alteração no
hormônio, tiroxina livre (T4L).
Estas alterações podem ocorrer em situações especiais como, recémnascidos, idosos com inanição, doença de graves, usuários de amiodarona. O
que se observa é a transformação do T3 em T3 reverso, níveis normais de TSH
e baixa de T3. Isso também é muito comum na Síndrome do Eutiroidiano.
(CAMPOS, 2003). Em algumas situações, como inanição, por exemplo, as
alterações podem significar uma tentativa de o organismo poupar gasto
energético, numa situação de carência (GOICHOT, 1998).
Em termos de definição, frequentemente há referência à diminuição do
T3, aumento do T3 reverso (T3r), uma forma metabolicamente inativa do
hormônio tireoidiano, com ou sem redução de T4, TSH normal ou baixo, em
pacientes criticamente enfermos (VASA, 2001; UMPIERREZ 2002; BURMAN,
2001).
Nos resultados obtidos para os níveis séricos de tiroxina livre, foi
possível observar na figura 2, que 13% da população em estudo, apresentaram
uma diminuição do T4 livre. E 88% apresentaram T4 livre normal.
31
13%
T4L Normal
T4L Diminuído
88%
Figura 2: Porcentagem de pacientes com T4 Livre diminuído.
A dosagem do T4 livre sanguíneo é o exame que nos dá realmente a
noção de quanto hormônio tireoidiano potencialmente útil há na circulação. Se
houver muito T4 livre circulante, haverá muita produção de T3 nos órgãos,
levando ao hipertireoidismo. Se houver pouco T4 livre circulante, haverá falta
de T3 para os tecidos, provocando o hipotireoidismo. Na prática clínica, a
dosagem de T4 livre acaba sendo, na maioria dos casos, mais útil que a
dosagem de T3 ou T3 livre (EVERED DC, et al., 2002).
Em um estudo realizado por Teixeira SF, et al., (2006), observaram-se,
por regressão linear, que o T4L diminuiu com a progressão da idade, porém,
em
análise
multivariada,
essa
associação
correlacionou-se de
forma
dependente com o TSH.
Brenta G. et al., (2013), determinaram isoladamente T4 livre em
pacientes ambulatoriais, a sensibilidade e especificidade do teste foram
calculadas em 82% e 94%, respectivamente, aumentando a probabilidade de
detecção da doença 22% no hipotireoidismo e para 60% no hipotireoidismo
subclinico. A associação de TSH e T4 livre aumenta a precisão no diagnóstico
de hipotireoidismo.
A tireoide é uma das principais glândulas do sistema endócrino. Os
hormônios tireoidianos (HTs) T3 e T4, atuam em quase todos os tecidos, com
ações sobre o desenvolvimento, crescimento, manutenção da termogênese e
metabolismo. A tireoide não é uma glândula autônoma, sendo a produção e a
32
secreção dos HTs reguladas pelo hormônio adeno-hipofisário, TSH. Este por
sua vez é estimulado pelo neurohormônio hipotalâmico, TRH. Ambos TSH e
TRH são controlados por um mecanismo de retroalimentação negativa exercido
pelos HTs (BRENT, 1997).
Segundo Santos (2004), as mulheres são afetadas pelo menos cinco
vezes mais que os homens. O inicio dos sintomas manifesta-se com mais
frequência na terceira e quarta década de vida, porém pode aparecer em
qualquer idade.
TABELA I. Pacientes que apresentaram alterações nas dosagens hormonais
de T3 e T4L, por sexo e idade.
IDADE (anos)
30 – 35
36 – 41
42 – 47
48 – 53
54 – 59
60 – 65
66 – 71
72 – 77
78 – 83
Total
MULHERES
T4L
2
1
1
4
HOMENS
T3
-
T4L
-
T3
1
1
Na tabela 1, pode-se observar a quantidade de homens e mulheres que
apresentaram alterações nas dosagens dos níveis hormonais de T3 e T4L.
Num intervalo de idade de 36 a 41 anos, duas mulheres apresentaram
T4L diminuído, e de 42 a 47 anos e 66 a 71 anos duas apresentaram uma
diminuição do T4L, totalizando 10% das mulheres, sem haver qualquer
modificação na dosagem de T3. Para a população masculina, somente 1
homem (2,5%) na faixa de 66 a 71 anos, apresentou algum tipo de disfunção
tireoidiana sendo essa, pela queda do hormônio T3. E tendo o T4L em
normalidade.
Em um estudo feito por Volpe R, (1993), que verificou a prevalência de
disfunções tireoidianas e teve como resultados que de 2 a 4% dos indivíduos
com mais de 65 anos de idade sofriam alguma disfunção na glândula da
tireoide. Vários fatores estão envolvidos na gênese de disfunções tireoidianas,
33
entre os quais os mecanismos autoimunes, os fatores genéticos relacionados
ao sistema HLA e os ambientais (VOLPÉ R, 1993).
Fatores como, hora da coleta de sangue, ingestão de iodo e diferenças
de sexo são bem aceitos como determinantes para os valores séricos de TSH
hormônios tireoidianos. Enquanto, idade, fase do ciclo menstrual e fumo
parecem influenciar os níveis séricos de TSH, T3 e T4 livres, mas os estudos
não são conclusivos (LAURBERG et al., 2001; HANSEN et al., 2004).
Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas em todo mundo sofram
de algum tipo de doença da glândula da tireoide (MOREIRA TD, 2001).
Em relação ao sexo, as disfunções tireoidianas afetam mais pacientes
do sexo feminino em relação ao sexo masculino. Isto ocorre devido aos
estrogênios aumentarem a concentração de Globulina ligante de Tiroxina
(TBG) e assim elevam as concentrações séricas de T4 e T3 no soro, sendo
que estes efeitos farmacológicos predominam durante a administração de
contraceptivos ou outros usos terapêuticos como reposição hormonal após a
menopausa e, também, durante a gravidez (MOREIRA TD, 2001).
TABELA II: Média do índice de massa corporal (IMC), por sexo e idade, n=40.
IDADE (anos)
30 – 35
36 – 41
42 – 47
48 – 53
54 – 59
60 – 65
66 – 71
72 – 77
78 – 83
Total
IMC (ẍ)
MULHERES
31,78
32,47
31,37
31,82
32,75
31,13
34,17
32,79
32,42
32,30
IMC (ẍ)
HOMENS
31,31
31,68
31,41
31,46
Pode-se verificar na tabela 2 a média do índice de massa corporal, da
população em estudo, por sexo e idade. Onde houve a diminuição dos HTs,
vistos na tabela 1, verifica-se que os mesmos apresentaram IMC acima de 30
kg/m2.
Frente ao importante papel dos HTs na regulação da termogênese, a
relação entre obesidade e a dinâmica do eixo hipotálamo-hipófise-tireoidiano
34
tem sido amplamente estudada, mas os mecanismos envolvidos permanecem
parcialmente compreendidos (LACOBELLIS et al., 2005).
Disfunção da tireoide esta associada às alterações no peso corporal,
temperatura do corpo, e repouso de energia independente da atividade física.
Além disso, o ganho de peso, muitas vezes desenvolve-se após o tratamento
da disfunção da tiroide. Tanto o hipotireoidismo subclínico e hipotireoidismo
são
frequentemente
associados
ao
ganho
de
peso,
diminuição
da
termogênese, e da taxa metabólica. (HOOGWERF BJ, et al., 1984).
Os obesos exibiram valor para T3 e T4L dentro do limite de normalidade
e/ou significativamente menor. Corroborando estes achados, Knudsen et al.
(2005) analisaram amostra de mais de 4.000 indivíduos eutireoideos, e
demonstraram que quanto maior o grau de obesidade maior o TSH e menor o
T4L, enquanto que o T3 não se alterou.
Sari et al., (2003) observaram que mulheres na pré-menopausa com
IMC ≥ 30 kg/m² apresentaram maior TSH e menor hormônios tireoidianos
livres, embora dentro da faixa de normalidade, quando comparadas a mulheres
de mesma faixa etária e IMC entre 18,5 e 25 kg/m².
Um estudo dinamarquês com 4.082 indivíduos eutireoideos mostrou que
o IMC associa-se positivamente com os níveis de TSH e negativamente com o
T4 livre, e que o ganho de peso em cinco anos apresenta correlação positiva
com o aumento progressivo de TSH (KNUDSEN et al., 2005).
Os estudos avaliando a função tireoidiana na obesidade são
controversos. Resultados na literatura demonstram que as concentrações de
TSH e HTs, podem apresentar-se aumentadas, diminuídos ou similares em
obesos comparados a indivíduos eutróficos (KNUDSEN et al., 2005).
CONCLUSÕES
Obesidade
e
disfunção
da
tireoide
são
doenças
comuns
e,
consequentemente, os clínicos devem estar particularmente atentos à
possibilidade de disfunção tireoidiana em pacientes obesos.
A prevalência de doenças tireoidianas em idosos é aproximadamente
duas vezes maior do
que indivíduos mais jovens,
ocorrendo mais
hipotireoidismo em relação ao hipertireoidismo, porém este estudo apenas
35
enfatizou os distúrbios relacionados ao T3 e T4L livre, sendo que para uma
melhor avaliação da prevalência do hipotireoidismo na população em estudo
seria a dosagem de outros parâmetros laboratoriais, como por exemplo, a
dosagem do TSH.
Utilizando os dados desse estudo, é conveniente recomendar aos
pacientes que obtiveram alterações nos níveis hormonais de T3 e T4L, que
procurem acompanhamento médico para a realização da dosagem do TSH,
para complementar o estudo, sobre uma possível disfunção tireoidiana, como
por exemplo, o hipotireoidismo.
ABSTRATC
Thyroid hormones are produced in the thyroid gland. The synthesis and
secretion of thyroid hormones is regulated by TSH through a negative feedback
system involving the hypothalamus, pituitary and thyroid gland. The thyroid
dysfunction may present insidiously and subtle clinical manifestations. In these
cases, laboratory tests are extremely important for early diagnosis. This study
aims to evaluate the dosage of serum T3 and FT4 in obese so you can assist in
the prevention, detection and also in the staging of hypothyroidism. After the
project was approved by the Ethics and Human Research Institutional Faculty
of Assisi Gurgacz, we selected a sample of 40 randomly by volunteers of both
sexes, with a BMI above 30 kg / m², for the dose of hormones thyroid T3 and
FT4. Results in an alteration in the dosage of triiodothyronine in only 1 case
(2.5%), and this man. Already the reduction of free thyroxine hormone was
found in 4 patients (10%), which these were women. This study only
emphasized the disorders related to T3 and FT4, and for a better assessment of
thyroid dysfunction, TSH would be.
KEYWORDS: thyroid hormones, hypothyroidism, obesity.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRENT G. Hormônios da tireoide (T3 e T4) In: Conn P.M & Melmed
S.Endocrinology, 1a ed., New Jersey, 19: 291-306,1997.
BRENTA G. VAISMAN M, SGARBI J.A, BERGOGLIO L.M, ANDRADA N.C,
BRAVO P, ORLANDI A.M, GRAF H. Diretrizes clínicas práticas para o
manejo do hipotiroidismo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013; 57/4
BURMAN KD, WARTOFSKY L. A função da tireoide na unidade de
cuidados intensivos. Critical Care Clin 2001; 17(1): 43-57.
36
CAMARGO,
R.
Hipotireoidismo.
2011.
Disponível
em:
<http://medicina.fm.usp.br/endoresidentes/roteiro/hipotireoidismo_rote.
>
Acesso em: 25 abr. 2013.
CAMPOS, S. Endocrinologia/Glândulas - Doenças mais comuns da
glândula tireoide. Idelco Ltda. 2003
DIEHL, Leandro A. Tireoide – Visão Geral. In Portal Endócrino. 2011; 142-127
Disponível em: <http://www.portalendocrino.com.br/tireoide_visaogeral.shtml. >
Acesso em: 13 de setembro de 2013.
EVERED DC, ORMSTON BJ, SMITH PA, HALL R, BIRD T. Grades of
hypothyroidism. Br Med J 2002; 1:657-62.
FRIESEMA EC, JANSEN J, VISSER TJ. Thyroid hormone transporters.
Biochem Soc Trans. 2005; 33:228-32.
GOICHOT B, SAPIN R, SCHLIENGER JL. Síndrome do doente Eutireóideo:
achados fisiopatológicos recentes. Rev Med Interne 1998; 19(9): 640-8.
GUERREIRO, Natália. Abordagem da disfunção tiroideia subclínica. 2009.
In Rev Port Clin Geral 2009;25h17min-82.
HANSEN PS, HEGEDUS L. Grande influência genética na regulação do
eixo hipófise-tireóide: um estudo de gêmeos dinamarqueses saudáveis. J
Clin Endocrinol Metab 2004; 89: 1181–1187.
HOOGWERF BJ, NUTTALL FQ. Regulação do peso a longo prazo no
tratamento de hipertireoidismo e hipotireoidismo. Am J Med 76: 963 -970,
1984.
KNUDSEN N, LAURBERG P, RASMUSSEN LB, BULOW I, PERRILD H,
OVESEN L, JØRGENSEN T. Pequenas diferenças na função da tireoide
podem ser importantes para Índice de Massa Corporal e a ocorrência de
obesidade na população. J Clin Endocrinol Metab 2005; 90: 4019–4024.
LACOBELLIS, G., M. C. RIBAUDO, ET AL. Prevalência de obesidade não
complicada em uma população de italianos obesos. Obes Res, v.13, n.6,
Jun, p.1116-22. 2005.
LARSEN PR, BERRY MJ. Type I iodothyronine deiodinase: unexpected
complexities in a simple deiodination reaction. Thyroid. 1994; 4:357-62.
LAUBERG P, PEDERSEN IB, KNUDSEN N. Ingestão de iodo ambiental
afeta a doença da tireoide não maligna. Tireoide 2001; 11:457–69
LOPES, Homero J. De Jesus. Função Tireoidiana. Principais Testes
Laboratoriais e Aplicações Diagnósticas. 2002.
37
MOREIRA, TEMIS D. et al. A Incidência do hipotireoidismo correlacionado
a alterações lipídicas e a importância da investigação laboratorial. Ano VII
no 43 p. 128 e 130. São Paulo: Sky/Anima, 2001.
SANTOS, Wesley P. Hormônios Tireoidianos. (2002). Disponível em:
www.maringa saude.com. br. Acesso em 15 de outubro de 2013.
SARI R, BALCI MK, ALTUNBAS H, KARAYALCIN U. The effect of body
weight and weight loss on thyroid volume and function in obese women.
Clin Endocrinol 2003; 59: 258– 262.
TEIXEIRA SF, REUTERS SV, ALMEIDA PC, FERREIRA MM, WAGMAN BM,
REIS AA, COSTA LJ, VAISMAN M. Avaliação clínica e de sintomas
psiquiátricos no hipotireoidismo subclínico. Rev. Assoc. Med.
Bras. vol.52 no.4 São Paulo July./Aug. 2006
UMPIERREZ GE. Síndrome do doente Eutireóideo. Southern Med J 2002;
95:506-13
VASA FR, MOLITCH ME. Problemas endócrinos nos pacientes
cronicamente criticamente enfermos. Clin Chest Med 2001; 22(1):193-208
.
VOLPÉ R. Tireoidite subaguda ou (De Quervain). A Tireoide Hoje 1993;
3:253
YEN PM. Physiological and molecular basis of thyroid hormone action.
Physiol Rev. 2001; 81:1097-142.
38
NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA
REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/
BRAZILIAN JOURNAL OF PHARMACEUTICAL SCIENCES
Forma de apresentação de manuscritos
Estrutura:
Cabeçalho: constituído por: Título do trabalho, que deve ser breve e indicativo
da exata finalidade do trabalho; Autor(es) por extenso, indicando a(s)
instituição(ões)
a(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O autor para
correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço
completo, incluindo o eletrônico. Estas informações devem constar na margem
esquerda do texto e logo após a filiação.
Resumo: deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo metodologia,
resultados e conclusões, não excedendo 200 palavras.
Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de
natureza genérica. Observar o limite máximo de 6 (seis) unitermos.
Resumo em português: deve ser apresentado junto ao resumo em inglês e
ser antecedido do título do artigo em português. O conteúdo deve e
acompanhar o resumo em inglês.
Unitermos em português: devem acompanhar os unitermos em inglês e estar
abaixo do Resumo.
Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação
com outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem
ser substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, nos
quais tais revisões tenham sido apresentadas.
39
Material e Métodos: a descrição dos métodos usados deve ser breve, porém
suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do
trabalho. Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido
extensamente modificados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos
em humanos e em animais devem, obrigatoriamente, fazer referência à
aprovação do Comitê de Ética correspondente.
Resultados e Discussão: deverão ser apresentados de forma concisa e em
ordem lógica. Tabelas ou figuras, quando possível, devem substituir o texto, na
apresentação dos dados. Sempre que pertinente, fornecer as faixas, desvios
padrão e indicar as significâncias das diferenças entre os valores numéricos
obtidos. A discussão deve se restringir ao significado dos dados obtidos e
resultados alcançados, procurando, sempre que possível, relacionar sua
significância em relação a trabalhos anteriores da área. Especulações que não
encontram justificativa para os dados obtidos devem ser evitadas. É facultativa
a apresentação desses itens em separado.
Conclusões: quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto.
Agradecimentos: devem constar de parágrafo à parte, antecedendo as
referências bibliográficas, e ser compatíveis com as exigências de cortesia e
divulgação.
Referências bibliográficas: devem ser organizadas de acordo com as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR-6023, ordenadas
alfabeticamente no fim do artigo incluindo os nomes de todos os autores. A
exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos
autores. Para exemplos, consultar o site www.bcq.usp.br.
Apresentação dos originais: Os trabalhos devem ser apresentados em lauda
padrão (de 30 a 36 linhas com espaço 1,5), utilizando o programa Word for
Windows. Os trabalhos, acompanhados de carta de encaminhamento assinada
por todos os autores, devem ser enviados, apenas por via eletrônica.
40
Informações Adicionais:
Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser apresentadas no
texto pelo(s) nome(s) do(s) autor(es), com apenas a inicial em maiúsculo,
seguidas do ano de publicação. No caso de haver mais de três autores, citar o
primeiro e acrescentar a expressão et al. Caso haja mais de uma citação com
mesmos autores e mesmo ano de publicação, diferenciá-las com letras
minúsculas junto ao ano.
Ilustrações: As ilustrações (gráficos, tabelas, fórmulas químicas, equações,
mapas, figuras, fotografias) devem ser incluídas no texto, o mais próximo
possível das respectivas citações. Mapas, figuras e fotografias devem ser,
também, apresentados em arquivos separados e digitalizadas em formato TIF
ou JPG com resolução de 300 dpi. Cada fascículo da BJPS reproduzirá, na
capa, figura escolhida de um dos trabalhos. As tabelas devem ser
numeradas consecutivamente em algarismos romanos e as figuras em
algarismos arábicos, seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem
aparecer em maiúsculas apenas no título ou na legenda, respectivamente.
Legendas e títulos devem acompanhá-las nos arquivos separados, assim como
no texto.
Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e substâncias
químicas
devem estar de acordo
com as regras
internacionais de
nomenclatura. A grafia dos nomes de fármacos deve seguir, no caso de artigos
nacionais, as Denominações Comuns Brasileiras (DCB) em vigor, podendo ser
mencionados uma vez (entre parênteses, com inicial maiúscula) os registrados.
Download

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas