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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E
TECNOLOGICAS
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FRANCISCO ASSIS COSTA JÚNIOR
DIAGNÓSTICO DA LOGISTICA NUMA CONSTRUTORA EM
MOSSORÓ - RN
MOSSORÓ-RN
2011
1
FRANCISCO ASSIS COSTA JÚNIOR
DIAGNÓSTICO DA LOGISTICA NUMA CONSTRUTORA EM
MOSSORÓ - RN
Monografia apresentada à Universidade Federal
Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento
de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a
obtenção do título Bacharel em Ciência e
Tecnologia.
Orientador: Prof. Dra. Sc. Maria Aridenise
Macena Fontenelle – UFERSA
MOSSORÓ-RN
2011
2
FRANCISCO ASSIS COSTA JÚNIOR
DIAGNÓSTICO DA LOGISTICA NUMA CONSTRUTORA EM
MOSSORÓ – RN
Monografia apresentada à Universidade Federal
Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento
de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a
obtenção do título Bacharel em Ciência e
Tecnologia.
DATA DE APROVAÇÃO: __/__/__
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Dra. Maria Aridenise Macena Fontenelle – UFERSA
Presidente
_________________________________________________
Prof. Dr. Sc. Eric Amaral Ferreira – UFERSA
Primeiro Membro
_________________________________________________
Prof. Ms. Sc. André Duarte Lucena – UFERSA
Segundo Membro
3
AGRADECIMENTO
Aos meus pais, pelo apoio incondicional, conselhos e compreensão.
Aos amigos presentes diariamente ou não, mas que sempre pude contar.
A minha turma, pelo companheirismo e estudos ao longo tempo que estivemos juntos.
A minha namorada, pela cumplicidade e apoio.
A minha orientadora, pela compreensão e paciência durante todo o trabalho.
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RESUMO
A logística é de importância, na atualidade, para um melhor gerenciamento de um processo
produtivo. A construção civil sofre constantemente com problemas de transporte,
armazenagem, retrabalho, grande volume e resíduos, entre outros que podem ser amenizados
com uma aplicação logística adequada. Com base nisso foi realizado um estudo teórico dos
conceitos logísticos e diagnosticado em uma construtora em Mossoró-RN por meio de um
estudo de caso envolvendo entrevista, questionário e observações diretas. Desta maneira, foi
possível uma melhor compreensão da logística no meio da construção civil, assim como
também a avaliação desta em uma empresa mossoroense.
Palavras-chaves: Logística. Fluxo de materiais. Fluxo de informações.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Elementos básicos da logística .............................................................................. 9
Figura 2 – Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes - o “ciclo
crítico”. ................................................................................................................................ 10
Figura 3 – Fluxo logístico ................................................................................................... 11
Figura 4 – SCH – Gerenciamento da cadeia de suprimento................................................... 12
Figura 5 – Interface da logística com produção e marketing ................................................. 13
Figura 6 – Logística na construção civil .............................................................................. 14
Figura 7 – Fluxo de produção na construção civil ................................................................. 15
Figura 8 – Fluxo logístico com a logística reversa ................................................................ 16
Figura 9 – Representação esquemática do processo logístico direto e reverso ....................... 17
Figura 10 – Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso ............................................ 18
Figura 11 – Fachada do escritório da construtora analisada .................................................. 25
Figura 12 – Organograma reduzido da empresa .................................................................... 25
Figura 13 – Solicitação de compra ou contratação ................................................................ 27
Figura 14 – FVM (Ficha de Verificação de Materiais) .......................................................... 28
Figura 15 – Material estocado – Almoxarifado ..................................................................... 29
Figura 16 – Material estocado – Almoxarifado ..................................................................... 29
Figura 17 – Material estocado - Tijolo.................................................................................. 30
Figura 18 – Material estocado .............................................................................................. 31
Figura 19 – Material estocado .............................................................................................. 31
Figura 20 – Material estocado – Tinta .................................................................................. 32
Figura 21 – Material estocado – Cimento parte interna – Local forrado evitando a umidade . 33
Figura 22 – Material estocado – Cimento parte externa – Local fechado para proteção ......... 33
Figura 23 – Movimentação horizontal – Carro-de-mão ......................................................... 34
Figura 24 – Movimentação vertical – Guincho ..................................................................... 35
Figura 25 – Movimentação vertical – Jaú ............................................................................. 35
Figura 26 – Movimentação vertical – Elevador .................................................................... 36
Figura 27 – Movimentação vertical – Elevador .................................................................... 36
Figura 28 – Movimentação vertical – Andaimes ................................................................... 37
Figura 29 – Cronograma da obra .......................................................................................... 38
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Papel da logística reversa dentro da cadeia produtiva na construção civil sob ponto
de vista da sustentabilidade .................................................................................................. 19
Quadro 2 – Ferramentas e aspectos analisados no diagnóstico da logística ........................... 21
Quadro 3 – Resumo das principais questões abordadas pelo questionário ............................. 22
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CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 9
2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE LOGÍSTICA ........................................................ 9
2.2 LOGÍSTICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................................................... 13
2.3 LOGÍSTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................... 16
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 20
4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 24
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .......................................................................... 24
4.2 PROCESSO LOGÍSTICO .............................................................................................. 26
5 ANÁLISE DE RESULTADOS ....................................................................................... 39
5.1 PROCESSO DECISÓRIO.............................................................................................. 39
5.2 GERENCIAMENTO DE PEDIDO ................................................................................ 39
5.3 FLUXO FÍSICO............................................................................................................. 40
5.4 MELHORIAS PARA A LOGÍSTICA ............................................................................ 41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 43
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1 INTRODUÇÃO
O setor da construção civil, nos últimos anos, vem tendo uma competição muito
acirrada e em conjunto com as evoluções tecnológicas, essa indústria, passou a ter uma nova
visão que valoriza os aspectos produtivos, o surgimento de novas técnicas para que as
empresas possam ter um melhor desempenho em suas edificações.
A logística é uma ferramenta operacional que vem sendo bastante difundida no mundo,
onde as grandes empresas de vários setores a utilizam para otimizar e controlar melhor o fluxo
produtivo, tanto de bens, matéria-prima, como de informações.
Segundo Darkim apud (VIEIRA, 2002): “A logística pode ser definida como o
planejamento e a operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para
que os insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais de forma
econômica.” Ou seja, a logística tem o objetivo de gerenciar o fluxo de bens e informações
fazendo com que se eleve a produção, qualidade, podendo de reduzir custos, desperdícios e
prazos.
Não se pode esquecer o fluxo reverso que vem a ser o fluxo de bens e informações
oriundos do ponto de consumo para o ponto de obtenção. A logística reversa vem a ser a
administração destes fluxos por meio de canais de distribuição reversos, em que, parte dos
produtos distribuídos, com pouco uso após a venda, com ciclo de vida útil ampliado ou depois
de extinta a sua vida útil, retorna ao ciclo produtivo, readquirindo valor em mercados
secundário. Para Rogers e Tibben-Lembke apud (MARCONDES e CARDOSO, 2005)
Logística Reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo matérias
primas, estoque em processo, produto acabado e de informações relacionadas, desde o ponto
de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recuperação de valor ou descarte
apropriado.
Esse trabalho visa, através de um estudo de caso, diagnosticar a prática da logística
numa construtora em Mossoró.
9
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE LOGÍSTICA
De acordo Council of logistic Managment norte-americano apud (VIEIRA, 2002):
“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o
fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações
associados, cobrindo desde o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos
requisitos do consumidor.”
Já a Associação Brasileira de Logística (2011) define como:
“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem
eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado
e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender aos requisitos do cliente”.
Segundo Novaes (2004), a logística começa pela análise e o planejamento do projeto ou
do processo a ser implementado. Uma vez planejado e devidamente aprovado, passa-se à fase
de implementação e operação. Devido à complexidade dos problemas logísticos e à sua
natureza dinâmica, todo sistema logístico precisa ser constantemente avaliado, monitorado e
controlado. A figura 1 mostra os elementos básicos da logística.
Figura 1 – Elementos básicos da logística
Processo de
planejar, operar, controlar
Fluxo e Armazenagem
Matéria-prima
Produtos em processo
Produtos acabados
Informações
Dinheiro
ao ponto
de origem
de forma
econômica,
eficiente e efetiva
Fonte: (NOVAES, 2004)
ao ponto
de destino
Satisfazendo as
necessidades e
preferências dos
clientes
10
Ballou (2010) conceitua logística empresarial como:
“A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem,
que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o
ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço
adequados aos clientes a um custo razoável.”
Segundo o autor referido a definição anterior identifica atividades de importância
primaria para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço, que são:
Transporte; para algumas empresas é a atividade mais importante, pois ela absorve, em
média, de um a dois terço dos custos logísticos. Essencial pois nenhuma empresa pode operar
sem movimentar suas matérias-primas ou seus produtos acabados.
Manutenção de estoques; para atingir um grau razoável de acessibilidade de produto, é
necessário manter estoques, onde a administração deste envolve manter seus níveis tão baixos
quanto possível, ao mesmo tempo que provê a disponibilidade desejada pelos clientes.
Processamento de pedidos; Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico
com relação ao tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.
Ballou (2010) coloca estas três atividades logísticas em perspectiva notando-se sua
importância naquilo que pode ser chamado de ciclo crítico de atividades logística, chamandoas de atividades primárias. Como mostrado na figura 2.
Figura 2 – Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes - o “ciclo
crítico”.
CLIENTE
Processamento dos
pedidos dos clientes
(inclui transmissão)
Manutenção
de estoque
Fonte: (BALLOU 2010)
Transporte
11
No fluxo logístico, temos inicialmente a matéria-prima que será armazenada e depois se
tornará material em processo e ainda por fim será o produto acabado, isso acorre desde o
fornecedor inicial, depois fabricação do produto, passando por varejistas até o cliente final.
Mas o fluxo não apenas de produtos e insumos, temos também um fluxo de informações que
ocorre de ambos os sentidos, tanto do ponto de origem pra o destino quanto pra o ponto de
destino para a origem. Outro fluxo que acontece é o fluxo de dinheiro, no sentido contrário,
ou seja, vem do consumidor final passando pelos demais até o fornecedor inicial. A figura 3
ilustra o fluxo logístico.
Figura 3 – Fluxo logístico
Fornecedor
Manufatura
Distribuidor
Varejista
Consumidor
FLUXO DE INFORMAÇÕES
FLUXO DE MATERIAIS
FLUXO DE DINHEIRO
Fonte: (NOVAES, 2004)
Cadeia de suprimento vem a ser o longo processo necessário para converter a matériaprima, mão-de-obra e energia em produto final, desde os fornecedores, passando pelas
fabricas dos componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores e chegando ao
consumidor. A figura 4 demonstra o funcionamento de uma cadeia de suprimentos.
12
Figura 4 – SCH – Gerenciamento da cadeia de suprimento
Fornecedores
de matériaprima
Fabricantes
de
componentes
Indústria
principal
Atacadista
e
distribuidores
Varejista
Consumidor
final
Fonte: (NOVAES, 2004)
Christopher (2009) define gerenciamento da cadeia de suprimentos como:
“Uma rede de organizações conectadas e interdependentes, trabalhando
conjuntamente, em regime de cooperação mútua, para controlar, gerenciar e
aperfeiçoar o fluxo de matérias-primas e informações dos fornecedores para os
clientes finais.”
De acordo com Ballou (2010):
“Estrategicamente, a logística ocupa posição intermediária entre produção e
marketing. Como é impossível dividir as funções de uma empresa sem alguma
sobreposição de responsabilidade pelo menos em algumas delas, atividades de
interface devem ser criadas. Estas são aquelas que devem ser gerenciadas por duas
ou mais áreas. O profissional de logística deve tratar com estas áreas de limbo entre
produção e marketing.”
13
Figura 5 – Interface da logística com produção e marketing
A Empresa
PRODUÇÃO
Atividades típicas:
 Controle de
qualidade
 Planejamento
detalhado
 Manuseio interno
 Manutenção de
equipamento
Interface:
 Programação
de produção
 Localização
industrial
 Compras
LOGÍSTICA
Atividades típicas:
Manutenção de
estoque
Processamento de
pedidos
Armazenagem
Manuseio de
materiais
Interface
produçãologística
Interface:
 Padrões de
níveis de serviço
 Formação de
preço
 Embalagem
 Localização de
depósitos
MARKETING:
Atividades típicas:
 Promoção/propaganda
 Pesquisa de
mercado
 Administração
força de vendas
Interface
marketinglogística
Fonte: (BALLOU 2010)
A figura 5 mostra exatamente a interface da logística com a produção e o marketing
citada pelo Ballou (2010), enfatizando a responsabilidade do marketing de gerar lucros para a
firma e a produção preocupa-se com a formação de produto e serviço e o controle de
qualidade.
2.2 LOGÍSTICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Segundo Silva e Cardoso (1998b) a logística aplicada à construção civil é entendida
como sendo um processo multidisciplinar aplicado a uma determinada obra que visa
garantir o abastecimento, armazenagem, o processamento e a disponibilização dos recursos
materiais nas frentes de trabalho, bem como o dimensionamento das equipes de produção e
a gestão dos fluxos físicos de produção. Tal processo se dá através de atividades de
planejamento, organização, direção e controle, tendo como principal suporte o fluxo de
informações, sendo que estas atividades podem se passar tanto antes do início da execução
em si, quanto ao longo dela. E que apesar das atividades de abastecimento, transporte,
formação de estoques e comunicação sempre terem existido nas empresas, a preocupação
com elas no âmbito da construção civil se dá normalmente isolada e só pode, portanto,
14
trazer benefícios isolados. A figura 6 apresenta um esquema da logística na construção
civil.
Figura 6 – Logística na construção civil
LOGÍSTICA - PROCESSO
 Abastecimento
PLANEJAMENTO
 Armazenagem
 Processamento de
ORGANIZAÇÃO
produtos
 Disponibilização nas
DIREÇÃO
frentes de trabalho
 Dimensionamento das
CONTROLE
equipes
 Gestão dos fluxos
físicos de produção
FLUXO DE INFORMAÇÕES
Fonte: (SILVA E CARDOSO, 1998a)
Segundo Vieira (2002) o setor de construção civil no Brasil representam percentuais
de 25% a 30% do custo total da obra. Para Formoso (1996) as perdas e desperdícios no
processo produtivo da construção civil se manifestam de várias formas:

perdas de matérias em transportes: excesso ou inadequado

por superprodução: produção de quantidades além das necessárias como
produzir volume de concreto maior ao que será utilizado no dia, espessura de
reboco superior ao projeto, etc.

utilização de materiais com características de desempenho superior ao
especificado

estocagem inadequada: falta de cuidados na armazenagem ou falta de locais
adequados

retrabalhos: ocasionados por inconformidades com as especificações ou por
baixa qualidades

tempo gasto com mão-de-obra para execução de retrabalhos

tempos ociosos com mão-de-obra por deficiência de planejamento das equipes,
etc.
Na construção civil pode-se afirmar que é adotado um sistema de produção
diferente, isso porque não é o produto em si que se movimenta e sim os trabalhadores e os
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insumos que se movimentam ao redor dela e em seu interior, o produto final é fixo, a
matéria-prima e insumos chegam até ele, assim a organização do trabalho é imprescindível,
uma vez que a movimentação é intensa com diferentes tipos de insumos, com medidas e
pesos específicos e diversificados e que, as vezes, requerem um manuseio especifico,
diferenciado. A figura 7 representa o fluxo dos trabalhadores e materiais na construção de
edificações.
Figura 7 – Fluxo de produção na construção civil
EDIFICAÇÃO
Fluxos de
trabalhadores e
materiais
Fonte: Autoria própria
“Analogamente, a logística interna de uma fabrica, na construção civil é chamada de
logística do canteiro de obras.” (MARCONDES, 2005). SILVA (2000) atenta sobre novos
conceitos relativos à gestão da logística de canteiro, tais com os de estudos de preparação e
de projeto de canteiro, onde estudos de preparação vem a ser o planejamento
tradicionalmente conhecido com uma etapa a mais no processo de produção que propicia a
discussão entre os diversos agente que irão atuar na construção da obra.
Para Silva e Cardoso (1998a):
“O processo logístico envolve uma série de atividades improdutivas no sistema de
produção de edifícios, ou seja, que não agregam valor ao produto diretamente,
porém a racionalização dos seus fluxos pode ter como conseqüência a redução do
tempo global do prazo de execução, que é um fator importante na determinação do
valor do produto. Desta maneira, a redução dos tempos de produção podem agregar
valor ao produto final e também reduzir os custos de produção.”
Silva e Cardoso (1998a) cita ações que podem vir a ser tomadas no sentido de
racionalizar os fluxos de informações na construção:
- Criação de um sistema de informação logística;
16
- Definição de um sistema de decisões;
- Eliminação de ruídos nos fluxos de informação;
- Aumento da velocidade de processamento e circulação das informações;
- Eliminação de informações duplicadas;
- Diminuição de estoques;
- Maior mecanização das atividades de movimentação interna no canteiro;
- Utilização de cargas e uso de pallets.
Em resumo pode-se concluir que a logística na construção civil necessita de um melhor
aprimoramento com uma analise com ênfase no fluxo de materiais, no processamentos de
dados e na destinação de resíduos.
2.3 LOGÍSTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Conforme Leite (2003):
“Entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja,
opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos
bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por
meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas
naturezas: econômico, ecológico, legal de imagem corporativa, entre outros.”
Figura 8 – Fluxo logístico com a logística reversa
Fornecedor
Manufatura
Distribuidor
FLUXO DE INFORMAÇÕES
FLUXO DE DINHEIRO
FLUXO DE MATERIAIS
FONTE: (NOVAES, 2004)
Varejista
Consumidor
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Com tal conceito de logística reversa tem-se um novo desenho do fluxo logístico, com
os materiais também retornando do consumidor para o fornecedor, conforme figura 8.
Daher (2006) explica que como logística reversa é um procedimento logístico, que diz
respeito ao fluxo de materiais que voltam à empresa por algum motivo. Sendo assim uma área
que normalmente não envolve lucro (ao contrário, apenas custos), muitas empresas não lhe
dão a mesma atenção que ao fluxo de saída normal de produtos. Mesmo a literatura técnica
sobre logística só agora começa a se preocupar com o tema.
Lacerda (2011) relata que o processo de logística reversa gera materiais reaproveitados
que retornam ao processo tradicional de suprimento, produção e distribuição. Este processo é
geralmente composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar,
separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até
os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte. E que existem variantes com relação ao
tipo de reprocessamento dos materiais, dependendo das condições em que estes entram no
sistema de logística reversa. Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver
acordos neste sentido. Podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de
comercialização. Podem ser recondicionados, desde que haja justificativa econômica. Podem
ser reciclados se não houver possibilidade de recuperação. Todas estas alternativas geram
materiais reaproveitados, que entram de novo no sistema logístico direto. Em último caso, o
destino pode ser o descarte final. A figura 9 ilustra o processo logístico direto e reverso e a
figura 10 as atividades típicas do referido processo.
Figura 9 – Representação esquemática do processo logístico direto e reverso
Materiais
Novos
Processo Logístico
Direto
Suprimento
Materiais
Reaproveitado
s
Fonte: (LACERDA, 2011)
Produção
Distribuição
Processo Logístico Reverso
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Figura 10 – Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso
Retornar ao
fornecedor
Revender
Materiais
Secundários
Expedir
Recondicionar
Embalar
Coletar
Reciclar
Descartes
Processo Logístico Reverso
Fonte: (LACERDA, 2011)
Desse modo a logística reversa pode-se destacar como um instrumento na construção
civil para dar um melhor destino aos resíduos, bens e produtos descartáveis, contribuindo para
o desenvolvimento sustentável, em dimensões ambientais e sociais, além de poder
proporcionar um retorno financeiro com o reaproveitamento de materiais, economizando
energia de trabalho e eliminando custo com os resíduos.
Marcondes e Cardoso (2005) destacam importantes diretrizes para justificar a aplicação
da logística reversa na construção civil:

os processos da cadeia produtiva da construção civil geram resíduos industriais de
diferentes características e em grande volume e massa, com expressivos impactos
ambientais;

as atividades de logística reversa já existentes na cadeia caracterizarem-se por
meio de iniciativas isoladas, e sem um devido grau de organização necessário para
serem reproduzidas e ampliadas;

o desenvolvimento sustentável do ambiente construído ser condição primordial
para a sustentabilidade do planeta.
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Quadro 1 – Papel da logística reversa dentro da cadeia produtiva na construção civil sob ponto
de vista da sustentabilidade
Objetivos
Benefícios
Ambiental
 Mitigar impacto ambiental dos  Redução do volume de deposição tanto
resíduos de fabricantes;
seguras quanto ilegais;
 Economizar recursos naturais.
 Atendimento/antecipação as exigências
de regulamentações legais/legislação;
 Economia da energia na fabricação de
novos produtos;
 Melhoria da imagem corporativa –
Consciência Econômica.
Econômica  Formalizar negócios existentes,  Facilidade no escoamento de produtos
arrecadando mais imposto;
“encalhados” no canal de distribuição
 Aumentar volume de negócios;
direto;
 Reduzir custos por meio da  Obtenção de recursos financeiros
substituição de matérias-primas
através da comercialização dos
primárias por secundárias;
resíduos industriais;
 Economizar energia e custos de  Incentivo à criação de novos negócios
disposição de resíduos.
na cadeia produtiva;
 Redução de investimentos em fabricas.
Social
 Gerar novos postos de trabalho.  Melhoria do desempenho de negócios
já existentes;
 Diminuição da poluição visual;
 Diminuição dos riscos de saúde e
higiene advindos de aterros;
 Melhorias da imagem corporativa –
Responsabilidade social.
Fonte: (MARCONDES e CARDOSO, 2005)
Os referidos autores apresentam um papel da logística reversa dentro da cadeia
produtiva da construção civil sob o seu ponto de vista, sintetizados no quadro 1.
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3 MATERIAL E MÉTODOS
A estratégia de pesquisa utilizada foi o estudo de caso que segundo Yin (1990): é uma
forma de se fazer pesquisa social empírica ao investigar-se um fenômeno atual dentro de seu
contexto de vida-real, onde as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente
definidas e na situação em que múltiplas fontes de evidência são usadas.
Estudo teórico sobre logística e sua aplicações na construção civil e o diagnóstico
realizado na construtora pesquisada embasaram o estudo de caso. O modelo do diagnóstico
(Quadro 2) proposto por Silva e Cardoso (1998a) foi utilizado para coleta de dados sobre uso
dos conceitos da logísticos na empresa estudada. Foram realizadas análise documental e
registros fotográficos durante a aplicação do questionário.
Os autores referidos sugerem que as observações sejam feitas todas no âmbito interno
da empresa, ou seja, o estudo está focado na gestão do processo logístico da empresa e não
leva em conta a análise do ambiente externo. O modelo genérico do diagnóstico estabelece
uma observação a partir dos fluxos de materiais e estratégia logística, dos fluxos de
informações e dos processos decisórios associados.
21
Quadro 2 – Ferramentas e aspectos analisados no diagnóstico da logística
Aspectos observados e analisados
Ferramentas / fontes
- Estratégia competitiva e de produção da
O papel da logística
empresa;
- Entrevista;
dentro da estratégia
- Critério de compra;
- Questionário para
da empresa
- Relação com os fornecedores;
caracterização da empresa
- Ações estratégicas.
Estudo de processo
de tomada de
decisões logísticas
- Pontos chaves de tomada de decisão dentro
do processo;
- Entrevista;
-agentes envolvidos nas diversas decisões;
- Questionário
- Subsídios para tomada de decisões.
- Documentos utilizados para registro de
informações;
Estudo dos fluxos de
informações
- Velocidades de processamento das
informações;
- Existência de duplicidades de informações;
- Formas de comunicação entre agentes
- Entrevista;
- Questionário;
- Análise de documentos
para troca de informações.
envolvidos.
- Principais equipamentos de movimentação
- Entrevista;
Estudo dos fluxos
no canteiro;
- Questionário;
físicos
Agentes responsáveis pela movimentação;
- Observações diretas nos
- Definição do arranjo físico do canteiro.
canteiros.
Fonte: (SILVA E CARDOSO, 1998a)
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Quadro 3 – Resumo das principais questões abordadas pelo questionário
Fluxo de informações
Quem participa? Quando ocorre?
Definição das características dos materiais
Informações/documentos necessários?
Documentos gerados?
Programação de suprimentos
Quem participa? Quando ocorre?
Informações/documentos necessários?
Quem faz o pedido? Como é feito o pedido?
Compra
Quem aprova? Qual o tempo de aprovação de
uma compra?
Programação da entrega
Recebimento
Zonas de estocagem e processamento
Pagamento
Requisição interna
Quem faz? Qual antecedência e periodicidade?
Como é feita?
Quem recebe? Procedimentos de não
conformidade? Quem é informado?
Quem participa da decisão? Quando é tomada a
decisão? Documentos gerados?
Quem aprova o pagamento?
Existem documentos de requisição interna de
matérias, ferramentas e equipamentos?
Quem faz o controle de estoque? Quem faz o
Controle
controle do uso de equipamentos e ferramentas?
Existem documentos para estes controles?
Reprogramação de materiais
Quem participa? Quem é informado?
Fluxos físicos
Origem dos materiais
Embalagem transporte externo e descarga
Zonas de estocagem
Zonas de processamento
Movimentação interna
Perdas e entulhos
Fonte: (SILVA E CARDOSO, 1998a)
De onde vem?
Acondicionamento especial?
Quem transporta e descarrega?
Localização? Quantas vezes houve mudança
nesta área? Duração de estoque? Materiais
processados?
Principais equipamentos. Processos de escolha.
Dificuldade de mecanização.
Perdas geradas. Principais razões das perdas?
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Silva e Cardoso (1998a) indicam que o questionário é a principal ferramenta de
investigação, e recomendam estruturá-lo em dois grandes blocos associados aos fluxos de
informação e aos fluxos físicos, caracterizando os agentes envolvidos, as formas de registro e
os veículos utilizados para a transmissão, além de permitir a identificação de alguns
problemas relativos à ambos os fluxos. O quadro 3 sintetiza as principais questões abordadas
no questionário.
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4 ESTUDO DE CASO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A Empresa analisada tem atuação em Mossoró há mais de duas décadas. Depois de
atuar em uma construtora pernambucana, em 02 de fevereiro de 1989, um engenheiro civil
resolveu ter sua própria construtora, com a parceria do irmão, fundou a empresa em questão.
Está iniciou suas atividades com a realização de obras públicas. Já na década de 90, começou
o trabalho com incorporações, grandes obras públicas também estão em seu portfólio.
Além de obras públicas, como a expansão da rede de saneamento básico e a construção
de milhares de casas vinculadas ao programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal,
as edificações comerciais também constam em seu currículo, como a imponente sede da
distribuidora de alimentos, em Mossoró, e agora o moderno Centro Empresarial. Uma forte
marca da organização é a pontualidade, além do compromisso com a qualidade na prestação
de serviços e responsabilidade social. A construtora aposta na garantia da qualidade como
diferencial em seus serviços, hoje conta com a certificação no ISO 9001/2008 e ainda tem
destaque no nível A do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat –
PBQP-H.
Em seu portfólio a instituição tem um ginásio de esporte, um memorial, uma praça de
convivência, a sede de uma grande distribuidora de alimentos e um moderno centro
empresarial. Atualmente a empresa tem em andamento seis obras na cidade de Mossoró, onde
destaca-se um edifício composto por 23 (Vinte e três) pavimentos e um conjunto habitacional
popular com mais de 800 casas. Na figura 11 tem-se do escritório da empresa em questão.
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Figura 11 – Fachada do escritório da construtora analisada
Fonte: Autoria própria
Pode-se afirmar que é uma empresa familiar, mas com uma forte tendência à
profissionalização. Possui uma estrutura organizacional tradicional, apresentando uma
departamentalização por funções, passagem por uma forte formalização de sua estrutura
definindo as atribuições de cada função. A figura 12 ilustra o organograma simplificado da
instituição estudada.
Figura 12 – Organograma reduzido da empresa
Presidente
Suporte Técnico
Financeiro
Administrativo
Comercial
Fonte: Autoria própria
RH
26
A empresa possui cerca de 20 funcionários em seu escritório e de 50 a 100 funcionários
por obra, totalizando mais de 500 funcionários, além de fazer uso da mão-de-obra de
subcontratadas, como as empresas de projetos (arquitetônico, hidráulico, elétrico, etc.) de
instalações de gás,
instalações de
incêndio,
manutenção
de
elevadores,
gesso,
impermeabilização, montagem de esquadrias e recolhimento de entulho.
De acordo com o engenheiro chefe do suporte técnico estão sempre visando melhorar
sua competitividade com aquisição de novos equipamentos, contratação de consultores e de
novos profissionais, parcerias com clientes; fornecedores; projetistas outras construtoras e
subempreiteiros, investimentos em informática; projeto; RH e tecnologia de produção,
mudanças organizacionais e gerenciais, padronização de procedimentos administrativos e de
execução e de forma moderada participam de férias e seminários.
4.2 PROCESSO LOGÍSTICO
O início do empreendimento da construtora começa com os projetos (arquitetônico,
hidráulico, elétrico, orçamento, entre outros). Esses documentos são elaborados por
subcontratadas, que projetam de acordo com o perfil de empreendimento desejado pelos
diretores da empresa. Após a aprovação dos projetos tem-se os preparativos para o início da
construção, é nesse momento que se define os materiais a serem utilizados na obra.
Para iniciar a execução da edificação tem-se a chegada dos primeiros materiais e de
ferramentas. Estes mencionados vêem do depósito de materiais de construção em caminhões
da própria empresa. As dimensões do canteiro de obra são estimadas em função do número de
trabalhadores estipulado que participará diariamente da obra. Seu layout é posicionado
considerando o melhor fluxo logístico. Essa escolha é realizada de forma empírica pelo
engenheiro em conjunto com o mestre e o técnico.
Na obra de casas habitacionais, como é um terreno muito extenso, tem-se o canteiro de
obra central, e canteiros secundários menores para prestarem uma assistência mais rápida aos
trabalhadores.
Para a aquisição de material ou serviço da obra, o engenheiro desta deve mandar com
uma certa antecedência uma solicitação de compra ou contratação, onde nesta consta o
material ou serviço a ser contratado, a quantidade e o prazo para a chegada da solicitação.
Esse material ou serviço já é antecipadamente definido no projeto, ou decido pelo engenheiro
27
da obra, em conjunto com o mestre de obra e o técnico. O almoxarife controla o estoque para
que o material não falte ou fique em excesso na obra. A figura 13 apresenta o modelo de
solicitação a contratação usado na empresa estudada.
Figura 13 – Solicitação de compra ou contratação
Fonte: Autoria própria
Essa solicitação vem para o setor de compras que analisa o material e faz contato com
os fornecedores capazes de abastecer ou realizar o serviço no tempo hábil requerido e realiza
a compra. Este entrega o pedido diretamente na obra que é recebido pelo almoxarife. Ao
receber o material o almoxarife confere se este está de acordo e preenche a Ficha de
Verificação de Materiais – FVM. Nesta ficha, tem um controle de qualidade, onde será
colocado se o material está em boas condições e está de acordo com o que foi solicitado. Caso
se constate uma desconformidade, além de constar na FVM (Figura 14), o suporte técnico é
avisado para tomar a devidas providências, para que o material correto chegue ao local no
tempo estimado, ou com menos atrasos.
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Figura 14 – FVM (Ficha de Verificação de Materiais)
Fonte: Autoria própria
As obras têm os seus locais de estocagem do material decidido pelo engenheiro da
obra, mestre e técnico. Os materiais e ferramentas menores ficam todos no almoxarifado,
situado no canteiro de obra. Como comentado anteriormente, na obra de construção de casas
habitacionais devido a grande extensão do local temos canteiro principal e outros secundários,
tendo assim por conseqüência outros almoxarifados. As figuras 15 e 16 ilustram o
almoxarifado da obra estudada.
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Figura 15 – Material estocado – Almoxarifado
Fonte: Autoria própria
Figura 16 – Material estocado – Almoxarifado
Fonte: Autoria própria
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Os materiais de maior volume ficam estocados na periferia do terreno ao redor do
produto sendo construído (figura 17 a 20), escolhidos pelo engenheiro ou o mestre ou ainda o
técnico, dentre as figuras a seguir mostra alguns produtos em pallets (figura 18 e 20).
Figura 17 – Material estocado - Tijolo
Fonte: Autoria própria
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Figura 18 – Material estocado
Fonte: Autoria própria
Figura 19 – Material estocado
Fonte: Autoria própria
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Figura 20 – Material estocado – Tinta
Fonte: Autoria própria
Alguns materiais merecem uma atenção maior na estocagem como é o caso do cimento
(figura 21 e 22) que é muito sensível a umidade e necessita de local arejado e protegido das
intempéries, o vidro e as pedras de mármores e granitos que são de um custo maior e podem
vir a quebrar.
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Figura 21 – Material estocado – Cimento parte interna – Local forrado evitando a umidade
Fonte: Autoria própria
Figura 22 – Material estocado – Cimento parte externa – Local fechado para proteção
Fonte: Autoria própria
A movimentação interna de materiais é executada em sua maioria pelos ajudantes, o
transporte horizontal é realizado em carros-de-mão (figura 23), com baldes e manualmente. Já
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o transporte vertical e mecanizado, dispondo de elevadores, guinchos e jaus, mas em alguns
locais da obra ainda temos o uso de andaimes e escadas (figuras 24 a 28).
Figura 23 – Movimentação horizontal – Carro-de-mão
Fonte: Autoria própria
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Figura 24 – Movimentação vertical – Guincho
Fonte: Autoria própria
Figura 25 – Movimentação vertical – Jaú
Fonte: Autoria própria
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Figura 26 – Movimentação vertical – Elevador
Fonte: Autoria própria
Figura 27 – Movimentação vertical – Elevador
Fonte: Autoria própria
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Figura 28 – Movimentação vertical – Andaimes
Fonte: Autoria própria
No escritório do canteiro de obra faz uso computador que serve para ter um
acompanhamento da obra. Nele é colocado os processos já executados, e que faltam executar.
Tem-se também o controle dos processos realizados pelas contratadas, isso auxilia na
expedição documentos que demonstram a produção da terceirizada para o devido pagamento.
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Figura 29 – Cronograma da obra
Fonte: Autoria própria
No escritório encontra-se também um quadro com o cronograma da obra, conforme
figura 29, que possibilita assim um fácil entendimento para o acompanhamento da obra não só
para os gerenciadores, mas como também para os demais participantes da obra e os que
visitam a construção. É importante também no gerenciamento de materiais, para programar
melhor os pedidos, não havendo assim usa super lotação no estoque ou a falta de algo.
É constante o número de reuniões acompanhamento da obra, tomada e repasse de novas
decisões e manutenção de informações.
Os resíduos materiais em parte são reaproveitados quando observava-se que isso é
possível, mas a maioria é depositado em um determinado local e recolhido por uma empresa
terceirizada.
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5 ANALISE DE RESULTADOS
5.1 PROCESSO DECISÓRIO
Na construtora em questão tem-se que as tomadas de decisão das atividades logísticas
envolvem vários agentes que participam do processo de produção, como os engenheiros das
obras, projetistas, mestres de obra, técnicos, almoxarifes, compradores, entre outros.
Inicialmente os diretores decidem qual o empreendimento será realizado e aos poucos
amadurecem a idéia. A empresa terceirizada responsável e o diretor técnico participam das
decisões no projeto como: layout do empreendimento, cronograma da obra, características da
maioria dos materiais. Porém, algumas definições dos insumos ocorrem durante a execução
do empreendimento.
Apesar de não haver uma designação formal, no canteiro de obras, as atividades
logísticas em grande parte são assumidas pelo engenheiro da obra. Este é quem agenda e
coordena a maioria das reuniões entre os agentes e participa das principais tomadas de
decisão, quando não as toma individualmente.
O mestre, o técnico e o almoxarife participam das tomadas de decisões tanto
influenciando nelas quanto decidindo as de menor importância, ou ainda as tomadas
rotineiras. O almoxarife, por exemplo, decide o momento de requerer os materiais mais
usados, como areia, cimento, entre outros.
O processo de aquisição de materiais é centralizado no escritório no setor de compras. O
diretor, ciente das necessidades e do cronograma das obras, elabora um planejamento
periódico de compras não tendo quase influencia no andamento da obra.
5.2 GERENCIAMENTO DE PEDIDO
As primeiras informações são locadas nos projetos e ficam disponíveis tanto no
escritório da empresa quanto na obra, e lá ficam até o final do empreendimento.
Devido a aplicação do sistema de gestão de qualidade o gerenciamento de pedidos
obteve uma grande melhoria, com o surgimento de documentos para a solicitação de materiais
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(Figura 13), para pedidos aos fornecedores e para conferência no recebimento (Figura 14).
Além de uma maior velocidade no fluxo dessas informações.
No escritório da obra tem-se um telefone celular para que haja um contato direto com a
sede da empresa, subcontratadas. Por meio dele chegam muitas informações necessárias como
chegada de insumos, novas decisões. As reuniões realizadas também são um importante meio
de repasse de informações.
Em alguns momentos observou-se a duplicidade de dados, como por exemplo, a
quantificação dos materiais que já existiam nos projetos e as vezes era refeita na obra pelo
engenheiro, devido a uma falta de confiança nos dados.
5.3 FLUXO FÍSICO
Na análise dos dados foi percebido que o projeto do canteiro não segue uma
metodologia, é elaborado de forma empírica.
Dos materiais estudados observou-se que alguns eram embalados em forma de pallets
(Figura 18). O transporte e descarga dos materiais na obra era realizada na maioria das vezes
pelo fornecedor, porém os funcionários da produção normalmente ajudam o descarrego. Essa
descarga é feita manualmente ou com o auxilio de carros-de-mão. As areias e os agregados
são despejados diretamente nos locais de armazenagem.
As zonas de estoque são definidas de acordo com a experiência e o bom senso dos
engenheiros e mestres das obras. Como regra procuram posicionar os materiais de uso mais
freqüente mais próximo ao seu local de utilização. Apenas quando o material exigia é que se
faz uma armazenagem apropriada.
Na movimentação vertical são utilizados elevadores de obra, guinchos, escadas e
andaimes. Para o transporte horizontal, são usados carros-de-mão, jericas, latas e
manualmente também.
41
5.4 MELHORIAS PARA A LOGÍSTICA
O primeiro e principal passo para a melhora da logística é a definição de políticas
estratégicas para a sua gestão, que deve levar em conta um melhor relacionamento com os
fornecedores, metas a médio e longo prazos para a melhoria da eficiência logística.
A organização das atividades ficava dividida entre diversos agentes, o que diminui a
possibilidade de ganhos com a intervenção da logística. A empresa poderia criar uma função
administrativa para coordenar o processo logístico ou ainda formar um fórum permanente
para tomada de decisões e distribuição de tarefas.
A falta de um projeto de canteiro proporciona uma dificuldade de armazenamento e de
fluxo de materiais, considera-se necessário a priorização da elaboração desse projeto levando
em conta as diversas fases da obra.
Para um melhor deslocamento interno dos materiais recomenda-se a utilização dos
mapas de fluxos e a realização dos tempos de ciclos de transporte dos diversos materiais na
obra. Com sistema de gestão da qualidade houve uma grande melhora no fluxo de
informações, principalmente nos registro de controle de processo, mas ainda foi observado a
falta de alguns deste, por exemplo, não foram detectados registros para controle de uso de
equipamentos em obra.
A logística reversa pode ser aplicada para dar-se um melhor destino aos resíduos
podendo ter uma maior serventia e proporcionar assim uma economia, além de uma
contribuição para o desenvolvimento sustentável e uma boa imagem social e ambiental para a
construtora.
Destaca-se também que a construtora deve sempre estudar a viabilizada da aquisição de
novos sistemas e equipamentos que possibilitem uma melhora no desempenho do fluxo de
informações e de materiais.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o exposto no trabalho cumpre-se o objetivo de diagnosticar o uso da logística
numa construtora em Mossoró e ainda propor melhorias para eficiência e a eficácia dos
referidos da empresa em questão.
Com o método apresentado no capitulo 3 e os conceitos e definições discutidos no
capitulo 2 foi possível realizar o estudo de caso na construtora, analisando os processo
logísticos, através das tomadas de decisões, do fluxo de materiais e do fluxo de informações
identificando assim os principais problemas da logística nas construções da firma analisada.
O estudo demonstra que é possível melhorar o sistema de produção das obras com uma
aplicação dos conceitos de logística, definindo primeiramente as políticas estratégicas e
procedimentos para sua gestão. É necessário uma melhor definição do papel cada agente neste
processo.
Este trabalho de diagnostico da logística em uma construtora em Mossoro-RN permitiu
identificar a necessidade de um aprimoramento logístico na empresa, como criar uma função
para coordenar a logística ou um fórum de discussão desta, necessidade de projetar o canteiro
de obra, a utilização de mapas de fluxos e realização dos tempos de ciclos dos diversos
transportes de materiais, a aplicação da logística reversa para um melhor destino dos resíduos,
além da aquisição de novos equipamentos e com isso abrir possibilidades de novos estudos
nesta área, não só para a instituição estudada, mas também para construtoras da cidade de
Mossoró.
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REFERÊNCIAS
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<http://www.aslog.org.br/novo/a_aslog.php> Acesso em: 31 maio 2011.
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44
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YIN, Robert K. Estudo de Caso, planejamento e metodos. 2.ed. Sao Paulo: Bookman,
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diagnóstico da logistica numa construtora em mossoró