NOT AN OFFICIAL UNCTAD RECORD Riscos Regulatórios no Setor de Petróleo e Gás Natural Adriano Pires 09/06/2004 1 Agenda Objetivo Risco Regulatório: Conceitos Impactos do Risco Regulatório Conclusões 2 Objetivo Objetivo: examinar como o risco regulatório afeta o setor de petróleo e gás natural. 3 RISCO REGULATÓRIO: CONCEITOS 4 Características do Setor de Infra-estrutura Parcela considerável do investimento apresenta-se como projeto-específico (sunk cost). Longos prazos de construção e maturação dos investimentos. Presença de economias de escala, o que exige considerável escala mínima. Indivisibilidade dos equipamentos e descontinuidade técnica requerem o crescimento da oferta à frente da demanda. Flutuação da demanda obriga a manutenção de significativa capacidade ociosa. Setor de infra-estrutura é particularmente vulnerável a incertezas e instabilidades. 5 Riscos do Setor Risco Econômico Inflação Desvalorização cambial Risco de Mercado Racionamento, falta de crescimento Risco Político Os efeitos “Requião” e “Rosinha” Risco Regulatório: Falta de transparência, consistência e estabilidade nas regras do jogo 6 Objetivos da Regulação Serviço Público Adequado Equilíbrio Econômico-financeiro Estimular a Competição 7 Fixação de Tarifas x Atração de Investimentos Aumentos tarifários: reduzem popularidade e produzem efeitos macroeconômicos adversos Investidores antecipam a vulnerabilidade de imobilizar capital Existe forte apelo político ao controle tarifário Baixa credibilidade gera alto custo capital ou baixo volume de investimentos Tentação a reduzir o valor real das tarifas. Resultado: aumento de tarifas ou racionamento 8 Fixação de Tarifas x Atração de Investimentos Exemplo: Argentina Lei de Emergência (2002): Quebra de contratos de concessão da distribuição e transporte. Tarifas congeladas levaram à falta de investimentos e déficit atual de infraestrutura e à falta de gás. 9 Estado Regulador x EstadoEmpresário Estado-Regulador Poder concedente regula a conduta dos agentes, fixa tarifas e executa o planejamento Estado-Empresário Dirige empresas Como assegurar estatais (ex. MME um ambiente preside os conselhos competitivo de administração da não discriminatório? Eletrobrás e Petrobras) 10 Agenda INDÚSTRIA DO PETRÓLEO 11 Abertura da Indústria do Petróleo Atividade Antes 1997 E&P Monopólio Petrobras Mercado Aberto 38 empresas atuantes Refino Monopólio Petrobras Mercado Aberto Petrobras: 95,8% Depois 1997 Visão 2003 Petrobras: 82% dos Blocos Petrobras: 90% dos dutos e terminais de petróleo e derivados GN: 100% da rede nacional. Controla TBG e 25% da TSB. Transporte Monopólio Petrobras Livre Acesso às Instalações Imp. & Export. Monopólio Petrobras Mercado Aberto Distribuição Mercado Aberto Mercado Aberto Líquidos: Entrada de novos Revenda Mercado Aberto Mercado Aberto Crescente participação de Importações marginais agentes (27% Gasolina e OD) postos bandeira branca Abertura aumentou número de agentes, mas gerou pressão competitiva limitada 12 Política de Preços de Derivados da Petrobras Preços da Gasolina – Petrobras x Golfo do México 1,2 1,0 29/12/02: Último reajuste no Governo FHC (+12,8%) Jan/03: Início Governo Lula 50% 20/3/03: Invasão no Iraque 40% 30% 20% R$/litro 0,8 10% 0,6 0% -10% 0,4 -20% 30/4/04: Único reajuste no Governo Lula (-6,5%) 0,2 -30% -40% 0,0 2/1/02 6/5/02 Gulf Coast Fonte: EIA e ANP 5/9/02 9/1/03 13/5/03 Petrobras 12/9/03 16/1/04 -50% 20/5/04 Diferença (%) 13 Política de Preços de Derivados da Petrobras Preços do Óleo Diesel – Petrobras x Golfo do México 1,4 1,2 29/12/02: Último reajuste no Governo FHC (+11,3%) 40% 30/4/04: Único reajuste no Governo Lula (-8,6%) Jan/03: Início Governo Lula 30% 20% R$/litro 1,0 10% 0,8 0% 0,6 -10% -20% 20/3/03: Invasão no Iraque 0,4 -30% 0,2 -40% 0,0 2/1/02 -50% 6/5/02 Gulf Coast Fonte: EIA e ANP 5/9/02 9/1/03 13/5/03 Petrobras 12/9/03 16/1/04 20/5/04 Diferença (%) 14 Abastecimento e Lucro da Petrobras Lucro líquido de R$ 17,8 bilhões em 2003: 120% superior ao de em 2002 Abastecimento: elevação no lucro líquido de 308% em relação a 2002 15 Política de Preços de Derivados da Petrobras Política de preços adiciona riscos ao entrante Dominância da Petrobras no Refino e Importações Intervenção Governamental na Fixação dos Preços Internos Importadores e novos agentes no refino: risco de preços da Petrobras abaixo do mercado internacional 16 Dilema da Intervenção Governamental Dilemas da Intervenção Governamental Evitar que altas de Elevar o superávit preço dos derivados primário do governo alimentem a Em 2003, Petrobras inflação. contribuiu com 12% do superávit primário (4,32% do PIB) 17 Tributos e Licenciamento de Atividades de E&P Lei Valentim (RJ): aplica ICMS nas importações por admissão temporária de equipamentos Lei 4117 (RJ): altera tributação do petróleo, cobrando 18% de ICMS na origem (revogada após 8 meses) Lei 4255 (RJ): requer autorização da Alerj para a instalação ou passagem de oleodutos Medida Provisória 164: incidência de PIS/COFINS nas importações de serviços e equipamentos: incerteza sobre créditos no E&P Instabilidade tributária e institucional: afeta os projetos em E&P e em transporte e inibe investimentos, principalmente no RJ 18 INDÚSTRIA DO GÁS NATURAL 19 Gás Natural: Regulação Inacabada Lei 9478/97: gás natural é visto como mais um derivado de petróleo Distorções Tarifa de transporte é negociada: acesso a infra-estrutura é incerto e marcado por longas negociações Em 2001, Portaria ANP 169 foi revogada e a 3 anos o tema está sem regulamentação específica. Não há mecanismo que incentive a entrada de novos carregadores e transportadores Transporte é autorizado: poucas garantias de monopólio para o investidor - possibilidade de by pass físico Não há prerrogativas para evitar discriminação na comercialização – preços são livres, mas a Petrobrás detém monopólio Trata superficialmente a separação corporativa do transportador e comercializador 20 Gás Natural: riscos no Brasil Quais os objetivos e instrumentos de política? Não se sabe o papel do setor privado: complementar a Petrobras? Contínuo enfraquecimento da ANP: regras estáveis? 21 Definição de uma nova política Três projetos encontram-se em andamento com o objetivo de definir uma política para o gás natural: Projeto de consultoria contratado pela ANP (MME envolvido) Objetivo: propor um modelo para o desenvolvimento para a indústria de gás natural no Brasil. Prazo: set/2004 Grupo de trabalho criado pela Portaria MME 432 de 19/11/03 Objetivo: estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do mercado, formação de preço, aproveitamento das reservas, adequação do marco regulatório e expansão da infra-estrutura. Prazo: mar/2004 Regulatory Power Sector Technical Assistance Project Banco Mundial Contratado pelo MME Objetivo: correção dos problemas regulatórios e fortalecimento institucional dos setores de gás natural e eletricidade. Prazo: dez/2007 Prazos e foco distintos poderão anular os efeitos positivos e alimentar a estratégia “empurrando com a barriga” 22 Gás Natural: Riscos têm dimensão regional Bolívia Reforma Legal: suspensão de novos contratos de risco compartilhado Nova Lei de Hidrocarburos: provável aumento dos royalties para novos empreendimentos Argentina Lei de Emergência: quebra de contratos de concessão da distribuição e transporte de GN Tarifas congeladas levaram à falta de investimentos e déficit de infra-estrutura e gás Instabilidade institucional: não dá previsibilidade e limita ganhos associados à integração dos mercados no Cone Sul 23 CONCLUSÕES 24 Investimentos estrangeiros em queda livre Entre 2002 e 2003, o investimento estrangeiro cai de US$ 19 para US$ 13 bilhões. Em energia, caiu de US$ 2 para US$ 1 bilhão Investimentos Estrangeiros em Energia (*) 4,0 25% 3,5 20% 3,0 US$ bilhões 2,5 15% 2,0 10% 1,5 1,0 5% 0,5 0,0 0% 1996 1997 1998 eletricidade, gás e água quente part. % total 1999 2000 2001 2002 2003 extração de petróleo e serviços relacionados part. % total (*) Extração de Petróleo e Serviços relacionados, Eletricidade, Gás Natural e Água Quente 25 Olhando o futuro... Volta dos capitais privados Eliminação dos gargalos e retomada dos investimentos privados. Dias melhores não virão Rigor fiscal é mantido, mas modelo não viabiliza participação privada. Volta ao passado Expansão dos investimentos estatais com abandono das restrições fiscais, colocando em risco o equilíbrio macroeconômico 26 Como Atrair Investimentos? Minimizar riscos é mais importante do que aumentar o retorno sobre capital 27 28