UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Curso de pós-graduação Gerenciamento de Projetos com Ênfase nas Práticas do PMI PAULO ANDRÉS VILLEGAS VIERA Influência da Linguagem Corporal na Comunicação no Ambiente Corporativo São Paulo 2010 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Curso de pós-graduação Gerenciamento de Projetos com Ênfase nas Práticas do PMI PAULO ANDRÉS VILLEGAS VIERA Influência da Linguagem Corporal na Comunicação no Ambiente Corporativo Artigo apresentado no curso Gerenciamento de Projetos com Ênfase nas Práticas do PMI, da Universidade São Judas Tadeu. Orientador: Prof. Nelson Rosamilha São Paulo 2010 Para aquela que tão pacientemente me escutou nos momentos de silêncio durante a elaboração deste trabalho. AGRADECIMENTOS À Patrícia, pelos diversos esclarecimentos referentes à esta área tão comum e natural ao ser humano, ao mesmo tempo um tema tão vasto e complexo. “O que os olhos não veem, o coração não sente” Provérbio popular, anônimo RESUMO VIERA, Paulo. Influência da Linguagem Corporal na Comunicação no Ambiente Corporativo. Artigo. Curso de Gerenciamento de Projetos com Ênfase nas Práticas do PMI, da Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, 2010. Este artigo teve por objetivo explorar a influência da linguagem corporal, um tipo de linguagem não-verbal, dentro da execução de um projeto no âmbito corporativo. Três casos de uso foram empregados, enfocando nas diferentes praticas de comunicação, evidenciando a linguagem corporal, e os efeitos dessas práticas na compreensão do escopo do projeto e na execução do mesmo. Palavas-chave: comunicação; projeto; escopo; compreensão. ABSTRACT This article explored the influence of body language, a kind of non-verbal comunication, over the execution of a project. Three user cases were exposed, focusing on the diferent practises of communication, with emphasis in body language, and its effects at the understanding of the scope of the project and the execution of the project. Keywords: communication; project; scope; compreension. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Modelo Shannon e Weaver …................................................................ 23 Figura 2 – Modelo de Lasswell …............................................................................ 25 Figura 3 – Modelo de Jakobson …........................................................................... 26 Figura 4 – Modelo Básico de Comunicação, segundo PMBOK …........................... 41 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Características da Linguagem Corporal segundo o tipo de postura do indivíduo …............................................................................................................... 34 Quadro 2 – Visão do território pessoal segundo o tipo de postura do indivíduo ….. 37 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13 2 COMUNICAÇÃO ................................................................................................... 14 2.1 Por que as pessoas se comunicam? ........................................................... 14 2.2 Definição ….................................................................................................. 14 2.3 Conceitos de Comunicação …..................................................................... 15 2.3.1 Temporalidade …................................................................................... 16 2.3.2 Contexto …............................................................................................ 17 2.3.3 Localidade …......................................................................................... 17 2.3.4 Código …............................................................................................... 18 2.3.5 Transmissão …...................................................................................... 19 2.3.6 Realimentação ….................................................................................. 21 2.4 Modelos de Comunicação …......................................................................... 22 2.4.1 Modelo de Shannon e Weaver ….......................................................... 22 2.4.2 Modelo de Lasswell …........................................................................... 24 2.4.3 Modelo de Jakobson …......................................................................... 26 2.4.4 Modelo de Gerbner …........................................................................... 27 2.4.5 Modelo de Newcomb …......................................................................... 28 2.4.6 Modelo Matilda e John Riley …............................................................. 29 2.5 Objetivos …................................................................................................... 29 2.6 Tipos ….......................................................................................................... 30 2.6.1 Comunicação Verbal …......................................................................... 30 2.6.2 Comunicação Não-Verbal …................................................................. 30 2.6.2.1 Leitura Corporal e Territorial …...................................................... 36 2.6.3 Comunicação de Massa ….................................................................... 39 2.7 Comunicação sob a Ótica do PMI …............................................................. 41 2.8 Evolução da Comunicação no Âmbito Corporativo …................................... 42 2.8.1 Gestão e comunicação até início do século XX …................................ 42 2.8.2 A gestão sistemática de controle: por meio da comunicação …............ 45 2.8.3 Esforços da Gestão de Recursos Humanos …..................................... 46 2.9 Tecnologias da Comunicação e desenvolvimento da mesma …................... 48 2.9.1 O telégrafo e comunicações internas distância …................................. 48 2.9.2 A comunicação escrita em meados do século XIX …............................ 49 2.9.3 A máquina de escrever …...................................................................... 51 2.9.4 Evolução das Tecnologias de Cópia ….................................................. 53 2.9.5 Inovações em Armazenamento: Arquivamento Vertical ….................... 55 2.10 As dimensões da Comunicação Interna ….................................................. 57 2.10.1 A comunicação de cima para baixo …................................................. 57 2.10.2 A comunicação de baixo para cima …................................................. 60 2.10.3 Comércio por escrito e Encontros Face a Face ….............................. 62 2.11 Influência da Linguagem Não-verbal na Compreensão da Mensagem …... 66 3 CASOS DE USO ….............................................................................................. 68 3.1 Situação Histórica de Execução de Projetos …............................................ 69 3.2 Incidência de Retrabalho ou Erros na Execução do Projeto ….................... 70 3.3 Resumo dos Projetos Usados como Exemplo …......................................... 70 3.3.1 Gazeta Press versão três …................................................................. 70 3.3.2 Novo Gazeta Esportiva …..................................................................... 71 3.3.3 Hotsite Dia dos Namorados ….............................................................. 71 3.4 Dinâmica dos Projetos ….............................................................................. 72 3.4.1 Sem Comunicação Presencial tanto com Cliente como com Membros da Equipe ….................................................................................................................. 72 3.4.2 Dinâmica do Projeto Sem Comunicação Presencial com o Cliente mas com Comunicação Presencial com a Equipe …...................................................... 75 3.4.3 Comunicação Presencial com todos os envolvidos ….......................... 77 3.5 Métodos de Comunicação Empregados …................................................... 77 3.6 Tempo de Desenvolvimento …...................................................................... 78 3.7 Clareza do Escopo ….................................................................................... 79 3.7.1 Gazeta Press versão três ….................................................................. 79 3.7.2 Novo Gazeta Esportiva …..................................................................... 79 3.7.3 Hotsite Dia dos Namorados ….............................................................. 80 3.8 Quantidade de Retrabalho …........................................................................ 80 3.9 Interpretação dos Resultados …................................................................... 81 4 CONCLUSÃO …................................................................................................... 82 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS …................................................................. 83 6 GLOSSÁRIO …..................................................................................................... 84 13 1 INTRODUÇÃO Tipicamente, ao se mensurar o esforço necessário para a execução de um projeto, mensura-se o tempo e os recursos necessários para a criação do produto, o alvo do projeto. Ao relegar o tempo dispendido coma comunicação envolvida no projeto, nota-se uma deterioração nos prazos e mesmo na qualidade do produto, decorrentes a problemas com a compreensão sobre qual é o real alvo do projeto. Diversos fatores influenciam a comunicação, como o contexto, a cultura das partes envolvidas, tecnologia. Porém, grande parte das informações são transmitidas através de um meio que não emprega nenhuma tecnologia recente, é compreendido quase que universalmente e expõe, por si mesmo, boa parte do contexto. Tal meio é a linguagem não-verbal e, mais especificamente, a linguagem corporal. Este artigo discorre sobre a comunicação, mostrando como a maneira de lidar com a mesma evolui no âmbito das empresas, e como a linguagem não-verbal exerce influência na comunicação e na compreensão da mensagem, e por conseguinte no sucesso da execução do projeto. 14 2 COMUNICAÇÃO 2.1 Por que as pessoas se comunicam? Considerando o ritmo de vida nas cidades grandes, a rotineira falta de tempo, a solidão pode se tornar um alívio bem-vindo para o stress e irritações do dia-a-dia. É fato que as pessoas necessitam de momentos de solidão, mais vezes do que conseguem. Por outro lado, todas as pessoas possuem um ponto onde não desejam mais estarem sozinhas. Além deste ponto, a solidão muda de uma condição agradável para uma condição dolorosa. Em outras palavras, as pessoas necessitam de relacionamentos. As pessoas necessitam de comunicação. 2.2 Definição A comunicação é o ato de comunicar, estabelecer relacionamentos com os outros, a transmissão de informação entre sujeitos ou objetos. Num contexto empresarial, envolve todos os recursos e técnicas para a divulgação de uma mensagem para um público, que pode ser grande ou pequeno, homogêneos ou heterogêneos. A comunicação afeta tanto os seres humanos (comunicação interpessoal) como animais e plantas (comunicação intra ou inter-espécies), sendo o termo também empregado para a troca de informações entre máquinas (telecomunicações, novas tecnologias e seus híbridos ). Comunicação é considerada uma vasta área de estudo multidisciplinar. Entre as subdisciplinas da comunicação, incluem-se a teoria da informação, comunicação intrapessoal, comunicação interpessoal, marketing, publicidade, propaganda, 15 relações públicas, análise do discurso, telecomunicações e jornalismo. Cada uma das subdisciplinas enfocam-se num aspecto da comunicação ou numa utilização específica, tornando difícil a tarefa de chegar a um consenso sobre a definição de comunicação. E se as áreas concordam com o que definem ser um processo, as opiniões divergem quanto ao descrever esse processo. Uma corrente de pensamento, reunida por trás da Ciência da Informação e Comunicação oferece uma abordagem comunicativa centrada na transmissão de informações. Ela está interessada tanto na interação homem-computador como no processo psicológico de transmissão de conhecimentos (com o apoio da neurologia cognitiva). A segunda tendência, impulsionada pela psicologia social, centra-se na comunicação interpessoal (dupla de pessoas ou grupos maiores). A conversa é então considerado como um sistema complexo que leva em conta tudo o que acontece quando as pessoas interagem, e envolve tanto os aspectos cognitivos, afetivos e inconscientes. Neste contexto, consideramos que a informação transmitida é sempre múltipla, a transmissão da informação é apenas parte do processo de comunicação e que os diferentes níveis de significação circulam simultaneamente. Finalmente, uma terceira linha, derivada da psicanálise, lida com comunicação intra-psíquica, o monólogo interior, com o enfoque no papel do subconsciente na psique humana. 2.3 Conceitos de Comunicação Diversos fatores fazem parte do processo de comunicação. A comunicação, por si, desempenha diversos fatores, desde a transmissão de informação até mesmo 16 a definição de identidade: a imagem que uma empresa tem perante o mercado, por exemplo, é confirmada por outros indivíduos, e tal confirmação dá-se por comunicação. O fato de que o papel, status e posição dos atores estão claramente identificados permite estabelecimento adequando da comunicação, a fim de evitar implicações ruins, conflitos, perda de credibilidade e outras falhas de comunicação. Outros fatores também desempenham papel no estabelecimento da comunicação, como um código comum, que na comunicação entre pessoas é o idioma. Inglês é amplamente utilizado para a comunicação em diversas áreas (ciência da computação, negócios). Dependendo do contexto, no entanto, os idiomas têm um estatuto de comunicação muito diferentes. Pela sua própria natureza, os idiomas usados pela ONU são seis inglês, espanhol, francês, russo, árabe e chinês. 2.3.1 Temporalidade Uma mensagem que perdura ao longo do tempo (a mensagem não é excluída quando ela é enviada) é chamado de atemporal. Por exemplo, uma mensagem escrita em um livro representa o conceito atemporal. Uma mensagem é efêmera, dita temporal, quando está relacionada ao contato entre as entidades de comunicação. Por exemplo, uma discussão oral é efêmera, temporal. Acabada a conversa, não existe um registro permanente, preservando a mensagem do jeito que ela originalmente se desenvolveu. O conceito de temporalidade é importante para entender a validade de uma mensagem. Mesmo uma mensagem entendida como atemporal pode não fazer mais sentido passado um determinado tempo. Por exemplo, um e-mail solicitando uma reunião com todos os integrantes de um projeto deixa de fazer sentido após passada a data da dita reunião, tenha a reunião ocorrido de fato ou não. Então, embora o e- 17 mail possa ser visualizado após a data da reunião, sua mensagem original perde o sentido, podendo, no entanto, ganhar outras interpretações, como um comprovante de que uma reunião foi solicitada. 2.3.2 Contexto A comunicação é gravado em um contexto. Pode ocorrer em um determinado momento em um determinado lugar, e para uma situação de um determinado evento. Embora este ambiente, que não faz parte da comunicação propriamente dita, mas que acompanha a presente comunicação, é chamado de contexto. O ambiente pode gerar ruído, atrapalhando a transmissão da mensagem. 2.3.3 Localidade Quanto ao espaço, a comunicação pode ser: ▪ Localizada: concentrado em um único lugar, como numa discussão entre duas pessoas fisicamente próximas de si; ▪ Não-localizada: disponível em qualquer lugar, como por exemplo um sítio na internet ou extranet; ▪ Deslocalizada: o local de emissão é muito longe do local de recepção, como é o caso de uma conversa telefônica. A localidade está ligada à expressão de contato entre as entidades: a troca de informações pode ocorrer de diversas formas e em diversos níveis simultaneamente quando a comunicação ocorre em um único lugar, ao passo que as opções diminuem drasticamente no caso de uma conversa telefônica, por exemplo. 18 2.3.4 Código O código (informação) é um conceito muitas vezes invocados para a visão mecanicista de comunicação. No entanto, raramente é necessário, que se aplica apenas a situações muito hierárquica e autoritária: interface homem-máquina, as relações homem-animal, etc. Por extensão e de uma forma pessimista, a noção de código é muitas vezes utilizado para o estudo das relações humanas. Neste quadro simplificado, para se comunicar, o transmissor e o receptor devem ter um código comum. A comunicação é, então, caracterizada principalmente pela utilização de um código, que estabelece a correspondência entre um signo e seu significado para ser comum aos interlocutores. A ausência de um código comum entre transmissor e receptor é uma das fontes de fracasso na comunicação, onde cada uma das partes envolvidas presume que os outros empregam o mesmo código, embora este não necessariamente seja o caso. Este tipo de situação, o não uso de um código comum na comunicação, aparece com frequência quando as partes envolvidas provêm de culturas diferentes. Um exemplo seria gerente de projeto americano ficar chocado ao ver sua equipe francesa exigir o material para trabalho. Elucidação feita, esta equipe gostaria de pedir pelo material (embora usassem palavras familiares a ambos, o sentido diferia para cada uma das partes). Usando-se os mesmos elementos do exemplo anterior, outra confusão ocorreria ao determinarem algumas datas para um projeto. Ao se determinar a data inicial de uma fase para 06/06 e a data final para 12/06, surgiria a dúvida: a duração desta fase do projeto é de seis dias (sendo a data final doze de Junho) ou de quase seis meses (sendo a data final seis de Dezembro)? Um outro exemplo: um colega do Japão, que pretende mostrar o grande respeito que sente pela família de um colega europeu, ao aceitar um convite para 19 jantar, traz para a família anfitriã uma flor considerada uma das mais belas do Japão: um crisântemo. Constrangimento para a família, para quem esta flor é um símbolo do cemitério. Nos exemplos anteriores é demonstrado o efeito de mal-entendimento que o código pode exercer sobre a comunicação, mas em si não explica a compreensão da mensagem. O código vai além do idioma ou da cultura, possibilitando comunicação em situações onde não existe um código óbvio ou evidente: surdos ouvindo a música através das vibrações da mesma pelo cor (e portanto serem capazes de receber uma mensagem que, a princípio, estaria fora de alcance), relacionamentos entre estrangeiros sem palavras comuns. Ainda sob o aspecto da compreensão, o uso de um código comum ou a sua rigorosa observação não implica em compreensão da mensagem. Exemplo disso é um computador, capaz de analisar frases e identificar erros gramaticais. Apesar de ser capaz de confrontar as mensagens com um código estabelecido (a gramática, neste caso), o código em si não impugna entendimento. Ao mesmo tempo, a falta de um código comum, por mais simples que seja, prejudica grandemente o sucesso da comunicação. No mesmo exemplo dos estrangeiros sem um idioma comum, caso eles não consigam estabelecer nenhum tipo de código comum, seja gestual ou até mesmo a leitura corporal, não conseguirão forma de fato um relacionamento. 2.3.5 Transmissão A comunicação consiste em transferir uma mensagem entre contatos estabelecidos. O estabelecimento de contatos envolve certos riscos, especialmente quando à "abertura" e ao "fechamento" de comunicação. O risco de intrusão, ausência de resposta, bloqueio e abandono são alguns dos fatores a serem levados em consideração na transmissão. Este é um assunto relevante quanto à confidencialidade da mensagem. 20 Durante a comunicação, diversos canais de transmissão podem surgir, transmitindo mensagens simultaneamente, como uma conversa entre duas pessoas, onde mensagens são enviadas tanto por voz como por outros meios, como linguagem corporal. A transmissão depende de uma série de procedimentos acordados entre as partes, chamados de protocolos. Aguardar o tom de discagem ao usar o telefone, pedir ao interlocutor para repetir uma informação para assegurar o correto recebimento da mensagem são exemplos de procedimentos empregados para assegurar que a comunicação ocorra corretamente, isto é, que as mensagens sejam transmitidas com sucesso. A implementação de um protocolo requer a definição de padrões desenvolvidos. Existem protocolos formalmente definidos, como a gramática de um idioma, ao passo que outros protocolos são aprendidos com a convivência, em geral implícitos na cultura de um povo, como movimentar a cabeça para cima e para baixo enquanto outra pessoa fala, para indicar a compreensão ou aceitação da mensagem transmitida. Note que protocolos informais são um fator que pode influenciar negativamente a transmissão, caso as partes envolvidas assumam como implícitos esses protocolos. Este tipo de situação surge quando pessoas de culturas distintas estabelecem comunicação. Um outro fator ajuda a diferenciar a transmissão do código. Um exemplo seria duas pessoas tentando se comunicar, ambas conhecendo o mesmo idioma, porém com culturas distintas ou convivências diferentes. Embora as palavras sejam as mesmas (o mesmo código), as ideias que ambas as partes tentam expressar não são transmitidas com sucesso: o código não consegue carregar a informação entre as partes. 21 2.3.6 Realimentação A mensagem de realimentação (feedback, em Inglês) é a mensagem, verbal ou não-verbal, que é enviada pelo receptor para o transmissor. Isto implica numa comunicação de via dupla, ou seja, onde as partes envolvidas atuam ao mesmo tempo como transmissores e receptores de mensagens. A compreensão da mensagem pode ser diferente para o receptor do que é para o transmissor. Nesse ponto a mensagem de realimentação pode ser utilizada conforme a necessidade, incluindo, mas não limitado, para: ▪ Confirmar o recebimento da mensagem; ▪ Recusar a recepção da mensagem; ▪ Procurar clarificação; ▪ Estimular a discussão; ▪ Debate completo. O conceito de mensagem de realimentação é derivado do trabalho de Norbert Wiener, matemático norte-americano, sobre cibernética (WIENER, 1948). Tal trabalho surge nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. É o salto tecnológico da transição de cartões perfurados para computadores, e o aparecimento dos primeiros computadores baseados em tecnologias eletrônicas. Este conceito permitiu que os cientistas sociais, a partir de um sistema de comunicação linear (unidirecional), elaborar o desenho de um processo circular (bidirecional). Podemos distinguir duas formas de realimentação, de acordo com Wiener: ▪ A realimentação negativa, o que leva a um fenômeno de estresse, com um possível efeito de bola de neve (aumento 22 da tensão entre os comunicadores). Entre os seres humanos seria irritação entre duas pessoas; ▪ A realimentação positiva, pode ser considerada como um fenômeno de regulação, que pode diminuir a comunicação mas tende a mantê-la estável e equilibrado. Este regulamento tem muitas formas, incluindo a reformulação ou questionamento. Estas duas formas de realimentação visam garantir o recebimento da mensagem. Existe um terceiro caso, onde a mensagem de realimentação não é expressa, criando uma barreira à comunicação: não se sabe se a mensagem foi recebida de fato ou não. A mensagem de realimentação tem levado a definir modelos teóricos e sistema de informação (no plano operacional, organizacional, de tomada de decisão). 2.4 Modelos de comunicação Muitos teóricos da comunicação já tentaram conceituar o que é a comunicação. Esta não é uma lista exaustiva aqui, ambos os modelos são numerosos e complementares. 2.4.1 Modelo de Shannon e Weaver O modelo de Claude Shannon e Weaver é um simples modelo linear de comunicação: este é reduzido a sua forma mais simples, a transmissão de uma mensagem. O modelo pode ser resumido da seguinte forma: 23 Figura 1 – Modelo Shannon e Weaver Aparecendo na Teoria Matemática da Comunicação (1948), este modelo foi empregado por dois matemáticos, Claude Shannon (pai de muitos outros conceitos modernos de computador) e Warren Weaver (vertente científica, estendendo o modelo na direção de instituições de grande porte), para ilustrar as informações colhidas durante o trabalho de medição durante a Segunda Guerra Mundial por Claude Shannon (o último foi contratado pela Weaver no Instituto de Investigação Científica e Desenvolvimento para explorar os sinais contendo partes de códigos inimigos criptografados, em meio à interferência ). Inicialmente, a pesquisa de Shannon não dizia respeito à comunicação, mas à inteligência militar. Weaver fez as "traduções", como o conceito de interferência como “ruído”, o conceito de sinal como " mensagem ", o conceito de codificador como " emitente ", o conceito de set-top box como "receptor ". Até o final de sua vida, Claude Shannon defendeu-se contra a retomada do chamado modelo para nada mais além que considerações matemáticas. O modelo, segundo Shannon e Weaver, é de fato ilustrativo. No entanto, tal modelo tem sido muitas vezes interpretado literalmente, enquanto revelando a forte influência do modelo behaviorista de Pavlov (estímulo-resposta). 24 Este modelo, apesar de sua imensa popularidade (ele é frequentemente citado como o "modelo canônico de comunicação) não se aplica a todas as situações de comunicação e tem muitas falhas, falhas reveladas com as seguintes questões: ▪E se há múltiplos receptores? ▪E se a mensagem leva tempo para alcançar os receptores? ▪E se mensagens múltiplas (até mesmo contraditórias) chegam ao receptor ao mesmo tempo? ▪E se houver perda de parte da mensagem? ▪E assim estão em jogo os meios de sedução, ameaça ou coerção (ou seja, fatores externos que não são explicitamente transmitidos pela mensagem)? ▪E se a mensagem contém novos símbolos desconhecidos para o receptor? Além de sua linearidade, o modelo de Shannon e Weaver acredita que o receptor é passivo. Pesquisas realizadas pela disciplina Ciências da Informação e Comunicação mostram que esta premissa é simplista e falsa. 2.4.2 Modelo de Lasswell Harold Lasswell, um cientista político e psiquiatra americano, desenvolveu um modelo focado na comunicação em massa. Para ele, a comunicação é descrita respondendo-se as perguntas "Quem diz?”, “O que diz?”, “Através de qual canal?”, “Para quem?” e “Com quais efeitos?". É a recuperação estrita das cinco perguntas dirigidas a qualquer retórica de Aprendizagem Quintiliano. ▪Quem: corresponde ao estudo sociológico dos meios de comunicação, agências ou emissores; 25 ▪O que: se refere ao conteúdo da mensagem, a análise do conteúdo; ▪Através de que meio ou canal: todas as técnicas utilizadas para disseminar as informações num determinado momento em uma dada sociedade; ▪Para quem: o público ou os receptores; ▪Com quais efeitos: a analisar e avaliar a influência da mensagem sobre a audiência. Figura 2 – Modelo de Lasswell Este modelo descreve a comunicação como um processo de influência e persuasão, muito próximo à publicidade. Este modelo vai além da mera transmissão da mensagem (embora continue a ser centralizado) e, em particular, considera os conceitos de medidas de comunicação, a capacidade de múltiplos transmissores e receptores e efeitos de um aviso. No entanto, é questionável a mesma base que as críticas contra o modelo de Claude Shannon e Weaver. Na verdade, Lasswell vê a comunicação como uma relação de autoridade e persuasão, além de negligenciar a mensagem de retroalimentação, ignorar as noções de psicologia e sociologia, em ambos os lados da relação de comunicação. O receptor é sempre considerado como passivo, o que ainda é impreciso, pois geralmente há interação entre o emissor e o receptor, que não é levado em conta este modelo. 26 2.4.3 Modelo de Jakobson Este modelo alternativo, com base na linguística, é proposto por Roman Jakobson, linguista russo (1896-1982). Jakobson desenvolve um ponto de vista que, em vez de se concentrar sobre a transmissão de uma mensagem, baseia-se na própria mensagem, evitando os perigos da técnica de manipulação. Este modelo é composto por seis fatores. Em cada um desses fatores está ligado a função da mensagem, explicitado por Jakobson. Figura 3 – Modelo de Jakobson Os seis fatores podem ser resumidos da seguinte forma: ▪O remetente (emissor), relacionada com a função expressiva da mensagem; ▪A mensagem, ligada à função poética da mensagem; ▪O destinatário (receptor), relacionados com a função conativa 27 da mensagem; ▪O contexto, todas as condições (econômicas, sociais e ambientais entendimento, principalmente) e influências externas ao seu relacionado com a função referencial da mensagem; ▪O código, o simbolismo utilizado para a transmissão da mensagem, relacionada com a função metalinguística da mensagem; ▪O contato (canal), a ligação física, psicológica e sociológica entre o transmissor e o receptor, ligado à função fática da mensagem. Note o aparecimento ou o reaparecimento dos últimos três conceitos (contexto, o código, entre destinatário e contato) que complementam muito a visão geral sobre o que é uma comunicação. Este trabalho está vinculado ao impulso da linguística de Ferdinand de Saussure, o conceito de Shannon e Weaver e a filosofia de John L. Austin. 2.4.4 Modelo de Gerbner George Gerbner, sociólogo da década de 1950, tinha a ambição de formular um modelo geral de comunicação. Ele apresentou em 1956 um processo muito mais complexo do que os anteriores. Seu modelo é baseado em duas propostas fundamentais: ▪Ele liga para o contexto da mensagem e permite que ele aprenda sobre o significado da mensagem. 28 ▪Ele descreve o processo de comunicação como uma matriz bidimensional: uma percepção e uma outra dimensão para o controle. A característica especial deste modelo é que ele pode ser aplicado a diferentes formas de comunicação, dependendo do contexto. É um ato de comunicação interpessoal entre duas pessoas, mas também contempla o processo mais complexo de comunicação de massa. 2.4.5 Modelo de Newcomb Theodore M. Newcomb, 1953, propôs um modelo triangular ABX, tornando-se o primeiro a introduzir o papel da comunicação no relacionamento social. Newcomb regista duas dimensões das relações sociais. A atitude, que é a qualidade do vínculo emocional, e a união, que é a especificidade da ligação. Através destas duas grades de análise, ele vai olhar para o equilíbrio ou desequilíbrio de um relacionamento social. Um relacionamento é dito ser equilibrado quando as atitudes têm a mesma orientação. Sua hipótese é que todas as pessoas estão à procura de equilíbrio na situação de comunicação. Se não for alcançado, então as pessoas buscam reduzir o desequilíbrio ou terminar o relacionamento. Observa-se também que as relações são formadas geralmente em torno de um objeto (tema de conversa, uma pessoa, uma paixão comum). Newcomb expõe mais tarde oito diagramas de relacionamento, incluindo quatro modelos equilibrados e quatro modelos desequilibrados. O modelo de Newcomb levanta o fato que qualquer situação de comunicação está na presença de indivíduos caracterizados por atitudes, motivações, e que qualquer situação de comunicação pode ser uma maneira de mudar um 29 relacionamento. A comunicação é aqui entendida como um processo dinâmico e complexo, e não simplesmente mecânico. 2.4.6 Modelo Matilda e John Riley Neste modelo é considerado primeiramente os seres humanos como indivíduos pertencentes a grupos. O emitente, renomeado comunicador, e o receptor são, portanto, distribuídos em grupos sociológicos primários (família, comunidade, pequenos grupos). Esses grupos sociológicos podem influenciar a maneira de ver, pensar e julgar de seus membros. Esses grupos operam no contexto social do qual depende. Este modelo de Matilda Riley e Riley Branca John White introduz novos conceitos, incluindo o contexto de pertencer a um grupo relacionado à sociologia. Além disso, este modelo é o primeiro a considerar a ideia de um ciclo de realimentação entre o transmissor e o receptor. Isso mostra que há reciprocidade e inter-influência entre os indivíduos. Este modelo é a origem do trabalho de Comunicação do Grupo. 2.5 Objetivos A Ciência da Comunicação engloba um amplo campo que pode ser dividido em vários níveis. Cada nível inclui aqueles que estão abaixo dele. Assim, a comunicação de massa é o nível no topo da pirâmide e, portanto, afeta todos os outros níveis. Relaciona-se com mais pessoas no tempo e no espaço do que outros e trata todos os níveis inferiores. Assim, de acordo com McQuail, há uma certa predominância da pesquisa em comunicação de massa. 30 Porém existe, de acordo com outras teorias, uma divisão em três níveis básicos de comunicação com base na sua versão. 2.6 Tipos 2.6.1 Comunicação Verbal A linguagem é uma representação analógica: o crescimento é contínuo entre a representação e o que é representado (tais como algarismos romanos de I a III, por exemplo). Em seguida, ele deve passar por um código ou uma convenção para expressar a quantidade de "V" para cinco, "X" para dez e assim por diante, que não têm relação analógica entre o representado e representação. Gregory Bateson disse que não há nada tabuliforme na tabela de palavra: Esta frase expressa a arbitrariedade do código utilizado pela linguagem para dizer o objeto "mesa", por exemplo. 2.6.2 Comunicação Não-Verbal A comunicação interpessoal é baseado em um emissor e um receptor. Entre os humanos, é a base da vida social. Existe consenso geral de que a compreensão é melhor, porém o número de receptores é limitada a uma única pessoa. A mensagem de realimentação é quase sistemática. Exemplos deste tipo de comunicação uma conversa pelo telefone, conversa oral. Dentro da comunicação oral também existe a parte não-verbal. A comunicação também ocorre pelo corpo. Assim é chamada de comunicação não-verbal ou tácita. 31 Comunicação não-verbal refere-se a qualquer forma de comunicação não tem o recurso ao verbo, isto é usado - conscientemente ou não - sem o auxílio das palavras. A comunicação não-verbal é uma área de interesse na psicologia e muitas formas de cuidados e medicamentos, mas também da etologia. Ela é frequentemente associada com a comunicação involuntária e inconsciente, porém não limitado à última. A língua de sinais usada por surdos e deficientes auditivos é um modo de comunicação verbal, pois é um som não derivados da fala humana, como está escrita. Comunicação não-verbal pode ser a comunicação para-verbal, ou seja, que acompanha de vocalização. Assim, quando o orador diz que ele deve ir para a direita e se movimenta a mão nesse sentido, é um exemplo de comunicação para-verbal. Cruzar os braços em sinal de defesa também é uma comunicação não-verbal, para dizer: "Eu me escondi atrás de minhas ideias, me deixe sozinho". As expressões faciais e posturas fazem parte da comunicação. Gestos podem transmitir uma mensagem mais forte, mais acentuada do que as palavras dizem. O tom de uma mensagem é também uma forma de não-verbal. Este é o jogo básico, nãoverbal, que define, por exemplo, um ator no teatro. Por que as pessoas fazem caras e agitar eles falando? Muitas vezes, para enfatizar o que eles dizem, mas às vezes contradizem. O paradoxo surge a partir desta segunda situação onde nós não sabemos o que fazer e como tomar. Esta diferença e o contraste são fontes de humor, a criatividade, mas também a ansiedade no dilema em que não se sabe o que pensar ou responder. Um balé coreografado comunicação verbal também é uma história, com seu vocabulário e gramática, como uma orquestra de concerto um instrumento de luta 32 contra todos os outros instrumentos, e uma sinfonia em que todos os instrumentos do jogo voz. Todas as artes plásticas são da ordem de uma comunicação não-verbal com a semântica (a relação significante-significado), a sua sintaxe (sinal de sinal de relações) e pragmática (relação sinal-efeito). Semântica, sintaxe e pragmática são os três ramos das teorias e práticas de comunicação. Costuma-se dizer que a comunicação é holística - ou seja, ela envolve a pessoa inteira - para enfatizar a importância do meio ambiente, a interferência na comunicação ambiental. Para Mucchielli, "não se pode não comunicar". Quer ficar em silêncio ou falar, tudo é comunicação. Os gestos, a postura, as expressões faciais, a maneira de ser, a maneira de dizer, a maneira que não dizer, todas essas coisas "falam" para o receptor. A comunicação é também uma forma de manipulação. Na verdade, muitas vezes comunica-se para manipular, modificar o ambiente ou o comportamento dos outros. Pode-se distinguir atos destinados ou comunicação não intencional (consciente ou inconsciente para o emitente e/ou destino) pode mobilizar tipo de processo distintos: ▪ Comunicação por atos que envolvam contato físico ou não com o outro (de abraços a golpes); ▪ Mensagens discreta (possivelmente quase subliminar) ou ostentação; ▪ Comunicação compreensível instintivamente pelos e protagonistas, imediatamente ou que exija conhecimentos de um código comum de sinais, ou uma cultura compartilhada (inatas ou adquiridas). Por exemplo, sacudindo a cabeça da esquerda para a direita não tem o mesmo significado no Brasil do que tem na Grécia (onde ela significa a aprovação); 33 ▪ Os sinais de trânsito, tatuagens, piercings, maquiagem, roupas, etc. pode também ser parte da comunicação nãoverbal, desde que respeitem o princípio básico: a captação total dos signos verbais; ▪ Costumes e roupas em geral, possivelmente desviados das suas funções normais são também um meio de comunicação não-verbal; ▪ Nos seres humanos, como exemplos: as manifestações do corpo (mais ou menos discreto ou ostensivo): atitudes corporais, olhares, sorrir, piscar os olhos, gesto ou aceno de cabeça ou de mão, ombros, tremor, contração, vermelhidão, lágrimas, risos, soluços, etc.; ▪ Comunicando-se com um outro que não é aparente ou é "irrelevante": Em alguns casos é uma comunicação com o além, o espírito de Deus, ancestrais, que é procurado, mas também o valor da comunicação para o grupo quando o ato não é realizado isoladamente e sem uma audiência. Os humanos e os animais têm uma vasta gama de meios de comunicação não-verbal. Nos seres humanos especificamente, a criação artística permite a expressão e/ou apropriação das emoções e conceitos difíceis de expressar em palavras. Pintar, cantar a música (sem usar palavras), dançar, artes marciais e escultura são formas de comunicação não-verbal (mas na maior parte voluntários). O corpo, através dos gestos dos braços, pernas, mãos, cabeça, envergadura do tronco, expressa concordância e discordância ao interlocutor. Para se entender o sistema de valores do outro e entrar em sintonia, é preciso ouvir mais, além das palavras. Mas não será apenas um movimento do corpo que vai revelar o que uma pessoa está pensando. Normalmente as emoções são reveladas por meio de um conjunto de movimentos simultâneos. 34 Um bom exemplo é uma pessoa honesta que demonstra esse estado de espírito com comportamento calmo, movimentos corporais descontraídos, olhar no olhar do outro, sorriso sincero, etc. Por outro lado, a pessoa desonesta dá alguns indicadores, tais como: costuma falar rápido, os olhos se movem muito, inclina-se para frente e para trás, passa a língua sobre os dentes e lábios, põe a mão sobre a boca quando fala, esfrega o nariz ou pisca os olhos, etc. Outro exemplo é a hostilidade que é demonstrada por uma pessoa através de movimentos fechados das pernas, braços e tornozelos, fala rápido, o rosto fica vermelho, punhos fechados, o dedo apontado para o outro, riso falso, sarcasmo, postura rígida, etc. Como a maior porcentagem de sua mensagem é recebida através da linguagem corporal, Nelda Shelton e Sharon Burton demonstram, no quadro a seguir, os tons de voz e as principais expressões corporais exibidas no ato da comunicação: Quadro 1 – Características da Linguagem Corporal segundo o tipo de postura do indivíduo AGRESSIVO PASSIVO ASSERTIVO Tom de voz Tom de voz alto sarcástico, arrogante, insolente e condescendente. Tom de voz Manso, baixo, tímido, voz trêmula, comprimida no tórax, ansioso, angustiado e inseguro. Tom de voz Seguro, confiante, uniforme, firme, modulado, relaxado e calmo. Postura Corporal Linguagem corporal intimidativa. Nervoso, rígido, firme, retesado, impaciente, dedos em riste, batidas de pé, soco na mesa, peito erguido com os braços para trás e olhar por cima, olhar fixo no do outro, mãos na cintura, etc. Postura Corporal Linguagem corporal de submissão. Vergado, ombros caídos, mostrando insignificância, olhar baixo, sem se fixar no olhar do outro, baixo tônus vital. Postura Corporal Linguagem corporal descontraída e relaxada, com movimentos abertos. Postura natural, bem posicionada, inclinada para frente, auto confiante , ereto, olhar firme e intermitente. 35 Expressões faciais Frio, zangado, ameaçador, carrancudo, olhos arregalados. Expressões faciais Cabeça e olhos abatidos, tímido, acanhado e inseguro. Expressões faciais Direto, autêntico, risonho e ar de feliz. Mãos e braços Dedos em riste, movimentos agressivos e acelerados e tremor nas mãos Mãos e braços Mãos nervosas, movimentos de retorcer, mãos juntas no meio das pernas. Mãos e braços Movimentos abertos, informais, espontâneos e despreocupados. Para um psicólogo, sociólogo, educador ou cuidador, a comunicação "não verbal" é, na maioria das vezes, a linguagem do corpo inconsciente - às vezes quase inaudível - da espécie humana. Na verdade, a comunicação flui - micro-movimento e - na maioria das vezes a reação descontrolada é um dos modos de comunicação de primatas, incluindo os símios e os seres humanos, especialmente, podem ser desenvolvidos para compensar quaisquer poderes do olfato e do meio evolução do cérebro. Este modo de comunicação não usa fonema diretamente, procurando representar-los ou simbolizar-los. A comunicação não-verbal usa as capacidades de interpretação imediata do cérebro (consciente e, às vezes, inconsciente) para decodificar o gestual e o micro-gestual humano: não é expresso pelos sinais linguísticos da linguagem audível, mas por vários movimentos involuntários do corpo. No entanto, uma análise de sinergia pode empregar itens mais confiáveis, como a luz ou a movimentos de sobrancelhas, nariz, boca, orelhas, ou a posição da parte superior e inferior do corpo, claramente diferenciar a postura do lado direito da do lado esquerdo, os sorrisos, as sobrancelhas ou piscar de olhos, bem como a questão sócio-cultural. Se tais fatores forem ignorados, a análise pode ser inválida e o risco de más interpretações é substancial. 36 2.6.2.1 Leitura Corporal e Territorial O uso do espaço é um sutil, mas poderoso fator no comportamento social e na comunicação organizacional intercultural, considerando as características oriundas das diferentes culturas. De modo geral, parece que os seres humanos criam territórios e definem fronteiras de nosso espaço. O uso do espaço contribui na definição da distância apropriada entre pessoas no conjunto interpessoal, inclusive no âmbito da comunicação organizacional. Para que servem vasos de plantas, arquivos, biombos, mesas, etc na empresa? Além de sua principal razão de existir (organização do espaço físico), possuem também a função de delimitar territórios físico e psicológico. Ao delimitar seu território, o cliente está dizendo ao vendedor: “Aqui eu tenho poder”, lembrando-o de que deve pedir licença para entrar no seu território. Território significa segurança e poder. Exemplo de comportamento de invasão de território físico: Sem devida autorização, um estranho se senta na cadeira de um gerente, usa o telefone do gerente, abre as gavetas da mesa, etc. Exemplo de comportamento de invasão de território psicológico: alguém toma a frente e faz algo que é da responsabilidade de outra pessoa, uma observação sobre o trabalho de dita pessoa em tom de crítica (sob o ponto de vista da pessoa em questão). Quando uma pessoa se sente invadida, seja no seu território físico seja no psicológico, pode se sentir ameaçada e, nesse caso, a tendência será de criar resistência ao invasor, podendo manifestar esse sentimento de várias formas: sonegando informações, tornando-se indiferente ao problema de trabalho do “invasor”, deixando de cooperar e finalmente, podendo adotar uma postura defensiva 37 numa negociação com ele, caminhando para o conflito destrutivo e não para a solução do problema. Em sua obra “O Corpo Fala”, Pierre Weil e Roland Tompakow (s.n) dizem que o território faz parte do “EU”. É o espaço pessoal e social. Eles definem isso assim: A territorialidade regula a densidade das espécies de seres vivos – ou seja, a distância ideal entre os seus componentes individuais, para as diversas manifestações da vida em comum. Para abrirem seus territórios (portas abertas), as pessoas precisam se sentir confortáveis, não ameaçadas e podendo confiar um no outro. (WEIL, TOMPAKOW, p. 222) Quando isso acontece, as pessoas se sentem mais próximas umas das outras, a confiança é mais presente, a comunicação é fluida, as pessoas se sentem seguras e o poder se desloca para o compartilhamento de informações. O importante é identificarmos os territórios alheios e, mediante uma postura de parceiro, conseguirmos, um do outro, a licença mútua para adentrarmos, respectivamente, um no espaço do outro, o necessário para construirmos as bases de uma relação produtiva. Nelda Shelton e Sharon Burton identificam como o espaço territorial é visto e utilizado pelo agressivo, pelo passivo e pelo assertivo. Quadro 2 – Visão do território pessoal segundo o tipo de postura do indivíduo AGRESSIVO PASSIVO ASSERTIVO Seu espaço vital é grande, a ponto de invadir o espaço do outro e não levar em conta suas funções e seus sentimentos. Seu espaço vital é pequeno. Acha normal os outros entrarem e ultrapassarem os seus limites. Deixa-se ser invadido tanto no seu território físico quanto no psicológico. Seu espaço vital é tão suficiente quanto o do outro para sentir-se respeitado e saber respeitar o outro. 38 Pode-se obter informações de uma pessoa observando seu modo de se vestir, de usar penteados e de se pintar, assim como observando sua expressão corporal. O corpo fala todo o tempo e normalmente fala a verdade, pois enquanto se a mente preocupa-se em controlar o que está se dizendo, o corpo fica livre para expressar os sentimentos verdadeiros sobre a situação. O estudo que trata do uso do espaço é chamado de proxemics (do original). A proxêmica teve estudos oriundos do pioneirismo de Edward Hall (1959) que identificou três tipos de espaços: característica fixada, característica semi-fixada e informal. A característica “fixada” envolve o imaginário ou o concreto, mas com fronteiras estáveis e define o território. Goldhaber (1993) aponta que há, com frequência, um relacionamento aproximativo entre status e território nas organizações. Identificou três princípios desse relacionamento que tem forte influência na comunicação organizacional: (1) as pessoas mais elevadas de status que estão na organização têm mais e melhor espaço de ocupação; (2). as pessoas mais elevadas de status que estão nas organizações, protegem melhor seu território e (3) as pessoas mais elevadas de status na organização, facilmente, invadem o território das pessoas de status menor. Com base nas premissas conceituais apontadas acima, ao se analisar o espaço e movimento corporal no processo comunicacional nas organizações nos permite levar à identificação de certos gestos e posturas, em consideração ao status e ocupação do espaço e território mais ou menos fixados, padronizados, como frames específicos. Um ponto a se questionar é se a identificação dos movimentos e comportamentos específicos no âmbito organizacional é capaz até de constranger as pessoas que não fazem parte ou estão ingressando nesse contexto, sem conhecimento dos códigos linguísticos da comunicação verbal oral e não-verbal 39 empregados no funcionamento diário. Existem diferenças no uso corporal dos níveis superiores e inferiores, bem como entre o gênero masculino e feminino. A característica “semi-fixada” envolve a colocação de certos objetos e suportes que podem demonstrar o espaço a ser ocupado, tais como disposição de mesas, decoração, cadeiras, equipamentos, etc,. No processo comunicativo, a característica semi-fixada representa, discursivamente, o ambiente de abertura ou fechamento com maior ou menor acessibilidade, provocando certas posturas e gestos que geram interpretações, conforme os propósitos e orientações promovidos no ambiente organizacional. O espaço “informal” refere-se à proximidade física de uma pessoa para outra no cenário interpessoal. Hall destaca que a maioria das conversações interpessoais ocorre no espaço informal, mas o uso do espaço depende da variedade cultural, por exemplo, a cultura chinesa requer mais distância interpessoal. 2.6.3 Comunicação de Massa Comunicação de massa é a comunicação onde um emissor (ou um conjunto de emissores) dirigindo-se a todos os receptores disponíveis. Aqui, o entendimento é visto como o pior, porque o som é alto, mas muitos mais receptores. Ela raramente apresenta uma mensagem de realimentação, ou demora muito tempo (por exemplo, uma campanhas de fraldas, campanha considerada chata pelos consumidores, levando a um declínio nas vendas do produto de forma ostensiva). Este tipo da comunicação tem sido conceitualizada com o surgimento dos conceitos de organização de massas, cujos elementos são a padronização, o fordismo, taylorismo e publicidade. 40 Ao se falar de comunicação de massa, pensa-se em meios de comunicação como o rádio ou a televisão, mas qualquer situação onde ocorra a distribuição de uma mensagem de um número de emissores para um número maior de receptores tipifica uma comunicação de massa. Neste caso, um anúncio dentro de uma empresa, ou até mesmo uma reunião com todo o departamento, pode ser entendida dessa forma. Quando um gerente de projeto divulga as informações do projeto para todos os envolvidos, ele precisa levar em consideração quais são as pessoas que vão receber a mensagem e qual a melhor maneira de fazer com que a mensagem chegue de fato ao seu público-alvo, escolhendo a melhor maneira de transmitir a mensagem e levando em consideração a dificuldade em receber mensagens de realimentação, onde tais mensagens demoram a aparecer, muitas vezes de maneira indireta (da mesma forma que foi exposta no exemplo da campanha de fraldas). Um meio que permite a divulgação de informações a várias pessoas porém permite a realimentação é a internet: grupos de comunicação, tão multifacetados e completos quanto é o número de membros, a função do grupo e a personalidade de cada membro que compõe o grupo. A comunicação de massa não assume somente o aspecto formal: foi descoberto na década de 1960 que o uso generalizado de elevadores automáticos, que reduziu drasticamente o espaço para ascensoristas, removeu um importante polo de comunicação informal entre as etapas de um negócio (já que o ascensorista conhecia todo mundo e conversava com todos). Este papel foi parcialmente substituído por cantos de café, agora considerados indispensáveis nos escritórios e outros locais onde ocorrem discussões informais, muitas vezes importantes. 41 2.7 Comunicação sob a Ótica do PMI O PMBOK possui uma área de conhecimento especifica para comunicação. A área de comunicação recebe destaque, afirmando-se que o gerente de projetos pode passar um tempo excessivo comunicando as partes envolvidas no projeto, enfatizando que as partes envolvidas devem entender como as comunicações afetam o projeto como um todo. Segundo o PMBOK, diversas áreas de conhecimento estão envolvidas na comunicação. Dentro da área de conhecimento Comunicação são listados diversos elementos encontrados nos modelos de comunicação apresentados anteriormente, como o modelo emissor-receptor, mensagens de realimentação, processo de codificação e decodificação, ruido, entre outros. Figura 4 – Modelo Básico de Comunicação, segundo PMBOK Entre as áreas relacionadas, estão descritos elementos encontrados nos modelos de comunicação descritos anteriormente, dedicando espaço para a escolha do meio de comunicação adequado e também apontando a comunicação não verbal como técnicas de apresentação. Nesta área de conhecimento – técnicas de apresentação – estão listadas a linguagem corporal e design de recursos audiovisuais, reforçando a influência destas áreas para a transmissão da mensagem por parte do gerente, e mesmo dos outros 42 membros envolvidos no projeto. 2.8 Evolução da Comunicação no Âmbito Corporativo 2.8.1 Gestão e comunicação até início do século XX O período de 1850-1920 foi palco de grandes mudanças na estrutura das empresas, que foram de pequenas empresas geridas por um indivíduo operando em mercados a empresas locais e regionais, atendendo a mercados regionais ou nacional, estruturado empresas de capital de multi-divisional. Novas tecnologias, como a ferrovia e o telégrafo, ajudaram a ampliar o tamanho dos mercados disponíveis enquanto melhorias na cadeia de produção criaram novas oportunidades econômicas. A transformação da filosofia de gestão suporta este desenvolvimento, que de gestão sistemática, que são promovidas em nome da eficiência e eficácia sistêmica "racional" e impessoal, baseado em regras e padrões explícitos ao invés do conhecimento individual e tácito dos indivíduos em particular e avaliados como tais. Até o final do século XIX empresas eram geridas numa base ad-hoc, muitas vezes pelo proprietário. Oficiais geriam a distribuição em mercados distantes. As unidades de produção foram decompostos em processos distintos, sob a direção de um capataz. O proprietário era frequentemente remoto e a gestão delegada a um responsável da loja. A visão de gestão foi baseada em sucesso ou fracasso na personalidade do responsável da loja, suas características e não em noções generalizadas de ação gerencial. 43 De meados do século, em particular, o crescimento das ferrovias é muito favorável para arrecadação de capital para uso na propriedade, a propriedade da empresa é distribuída entre os acionistas. Os gestores locais devem, portanto, passar para os acionistas ou diretores que representam os acionistas um maior fluxo de informações financeiras, onde tal fluxo de informação é regular, mas não necessariamente frequente e muitas vezes limita-se ao nível operacional. Questões de segurança vieram junto da expansão das ferrovias, como por exemplo evitar colisões entre trens nas faixas, às vezes chamada de coordenação simples centralizada, que não poderia ser baseada unicamente na transmissão oral de informações. Desde o início eram necessários horários e regulamentos para coordenar o fluxo tráfego, e as comunicações tiveram de ser estabelecidas entre as estações de controle remoto para ajustar rotinas e gerenciar exceções às regras como respostas a eventos incomuns. As informações muitas vezes tomam uma forma escrita, como uma folha contendo os horários. Colisões em 1840 levaram algumas empresas a redefinir suas práticas de comunicação com a ambição de fazer uma ferramenta gerencial. Da mesma forma que os horários dos trens passaram a ser estabelecidos e publicados por um engenheiro, de modo que nenhuma mudança nos horários e procedimentos para a travessia ferroviária era aceita sem uma informação positiva sido enviada ao superintendente e que as ordens por escrito para confirmar esta mudança foram enviadas e compreendidas por todos os funcionários em causa, alguns gestores de empresas locais passaram a prestar um relatório mensal para ajudar a gestão centralizada, de modo a aprender com os erros do passado. Estes desenvolvimentos representam um desejo de ir além das memórias individuais e criar uma memória relacionadas às funções organizacionais, em vez de indivíduos específicos. Revelam também o aumento da confiança nos procedimentos e sistemas de escrita em vez de decisões dos indivíduos. Estas técnicas originalmente desenvolvidas para questões de segurança se estenderam gradualmente além deste ponto, de modo a investir em eficiência dos processos. 44 Na verdade, as empresas de transporte ferroviário observaram que o crescimento observado não necessariamente resultava em aumento proporcional nos lucros, e que ineficiências insignificante, em pequena escala, podiam acumular em grande escala, com efeitos catastróficos. Em 1856 um relatório concluiu que o custo por milha superior nas viagens já não era devido à falta de um sistema perfeito em detalhes, devidamente adaptados e aplicada com rigor. O relatório concluiu com duas recomendações: 1) estabelecimento de responsabilidades claro para cada posição, fazendo cada indivíduo responsável ao seu superior imediato (fluxo vertical); 2) criar um sistema de informação e procedimentos, uma auditoria de gestão, através do qual pode-se avaliar a eficácia de todos os subordinados e todos os aspectos das operações. O fluxo vertical de informações foi essencial para a filosofia de gestão. Segundo ela, para ser eficaz e bem sucedida, um sistema operacional deve ser capaz de fornecer a cada chefe de departamento um histórico completo de todas as diárias aspectos operacionais em todos os seus detalhes. Estes pontos foram repetidos por vários autores para ser uma ciência da gestão a partir da organização de comunicação e informação. A organização define o descrição clara dos deveres e responsabilidades, e exige a clareza da cadeia de comando. A comunicação diz respeito a uma apresentação regular de informações ao gestão de topo que dá uma visão precisa e contínuo progresso das operações, e permite a responsabilização de toda a cadeia. As informações são o registo sistemático e relatórios de processamento. A análise de custos que se desenvolve a partir de 1860 permite aos gestores comparar divisões ou linhas de outras empresas, mas também exige a partilha de 45 indicadores normalizados, que permitem o mensuramento, como por exemplo o custo da tonelada transportada por quilômetro ou a carga de passageiros transportada por quilômetro, no caso das empresas ferroviárias. 2.8.2 A gestão sistemática de controle: por meio da comunicação. Surge o Taylorismo, a teoria de gerenciamento desenvolvida por Frederick Winslow Taylor, um engenheiro mecânico norte-americano. Taylorismo é uma gestão sistemática, que procura melhorar os métodos de gestão em todos os níveis da organização, se concentrando na produção e, na medida que decompõe tarefas, supervisores e deficiência funcional de pagamento, à taxa de produção de peças. Muito antes de os refinamentos do taylorismo, a gestão sistemática se concentrava em dois princípios: 1) A dependência dos sistemas de ou promovidos pela administração, 2) A necessidade de cada nível para monitorar e controlar o desempenho do nível imediatamente inferior. A realização destes princípios é baseada 1) sobre a definição de tarefas e responsabilidades, combinado com uma forma padronizada para executar essas tarefas, 2) e uma maneira específica de coletar, manipular, analisar e transmitir informações. No que diz respeito à formalização das tarefas e funções e o gerenciamento das informações, Taylor diz que uma reunião para deliberar sobre a parte da gestão de todo este grande massa de conhecimentos tradicionais no passado era encontrado apenas na memória dos trabalhadores, e talentos e habilidades que adquiriram através de anos de experiência. A realização do segundo imperativo de gestão sistemática, avaliação e controle, tido como o próximo passo para melhorar o desempenho mais baixo, levou 46 a mudanças significativas no aumento do fluxo de informações. Relatórios, por exemplo, se tornaram menos descritivos e mais analíticos. O objetivo do plano de organização deve ser reunir conhecimento sobre o que move não só qualitativamente, mas quantitativamente, deve fornecer um meio de regulação. A palavra desempenho tornou-se a bandeira da gestão científica, no final do século XIX. A integração de funções vendas e marketing anteriormente delegadas a agentes independentes levaram a implementação de práticas sistemáticas de gestão para além das funções de apenas produção, como funções comerciais ou de pesquisa. 2.8.3 Esforços da Gestão de Recursos Humanos Simultaneamente, surgiram várias associações para melhorar o bem-estar dos trabalhadores, de modo a desenvolver programas sociais nas empresas, residências, bibliotecas, melhorar as condições de trabalho. Isso acontece com mais frequência para reduzir a disseminação de movimentos trabalhistas e ações alegação de que os contratantes aceitar estes programas. A percepção na gestão é a de transformação das relações comerciais entre os trabalhadores e o diretor proprietário, que pode ser representado no modelo dos laços familiares e mesmo paternalista. Percebendo que a fidelidade se torna um problema de mobilização de gestão intermediários, as empresas passam a desenvolver seus próprios programas ou, pelo menos, na extensão dessas associações para "humanizar" até certo ponto os lugares de trabalho. Entre o espectro diversificado de atividades desenvolvidas neste âmbito, e também para assegurar cooperação voluntária dos trabalhadores, podemos notar o aparecimento da revista comunicação interna ou instalação de jornal interno. Muitas oficinas foram além da gestão individual. 47 O chefe da organização não pode compartilhar a sua decisão com todos os trabalhadores pessoalmente. Mas um jornal interno, que é um folheto ou mesmo uma revista com várias páginas, oferece a oportunidade de vincular mais fortemente os interesses pessoais na oficina, além que ser um passo para evitar que a gestão assuma uma forma também mecânica em grandes fábricas. Se os modos de comunicação interna promoviam um ambiente mais humano e solidário, também funcionavam como reforço do controle em nome da eficiência, porém de forma indireta. Diferentes formas de reunião coletiva também se desenvolvem a partir dos anos 20. Com o desenvolvimento dos sindicatos da empresa é formalizada reuniões e negociações entre Administração e Representantes dos trabalhadores. As reuniões gerenciais relativas à gestão dentro da fábrica, envolvendo os gerentes e funcionários, também é crescente. Nas palavras de um gerente de fábrica, "o velho método de ir para o estúdio e gritar a cada capataz está fora de moda”. Nessa nova configuração, a ideia é conquistar a cooperação das autoridades de supervisão na oficina de planos de formação e apresenta sugestões para o bem da empresa. Através de reuniões frequentes e extensas expressões de opiniões diferentes, construiu-se uma espírito corporativo e um senso de responsabilidade para o sucesso da empresa como um todo. Em síntese, este sistema é o oposto do método militar de gestão. O sistema de comissões é particularmente bem adaptado para o objetivo de proporcionar um meio pelo qual os descontentes podem expressar seus sentimentos e proporcionar um grande alívio, de modo a localizar as causas da insatisfação. Além disso, afirma-se que esse sistema fornece um método de fiscalização inerente, no qual um executivo adquire dados confiáveis em todos os pontos fracos dos departamentos dedicados à produção, compra e venda, mesmo completamente inconsciente dos detalhes dos processos de produção e venda. 48 Em todo caso, observa-se que a gestão sistemática é baseada no estabelecimento de dados e movimento. E não é por acaso que um discípulo de Taylor observa que o sistema de correio interno é um dos primeiros dispositivos a serem instalados com a nova forma de gestão. Mas se a filosofia de gestão sistemática cresce conforme a evolução de modos mais rápidos e dramáticos da comunicação interna, simultaneamente desenvolvem-se a tecnologia de comunicação subjacentes a esta nova gestão. 2.9 Tecnologias da Comunicação e desenvolvimento da mesma 2.9.1 O telégrafo e comunicações internas distância O desenvolvimento do telégrafo em meados do século XIX pareceu celebrar o momento em que os fluxos de informação nunca tinham viajado tão rapidamente e tão longe, como foi observado este comentário em homenagem a Morse após a que o primeiro cabo transatlântico: "O telégrafo aniquilou tanto o espaço e o tempo em a transmissão de informações. A largura do Oceano Atlântico e todas as suas ondas é reduzido a nada”. O uso do telégrafo estendeu-se especialmente no nível corporativo Londres, em 1850, porque a mensagem do terceiro diz respeito à transmissão dos preços das ações, mensagens comerciais e mensagens privadas. O telégrafo teve um profundo impacto em coordenação remota das atividades empresariais. As linhas telegráficas foram construídas essencialmente ao longo das linhas ferroviárias Companhias ferroviárias foram pioneiras na sua utilização, por exemplo, no controle e fiscalização dos comboios. O desenvolvimento do mercado da carne em Nacional inclinou-se também sobre a utilização simultânea de carros refrigerados e telégrafo para coordenar o fluxo. Logo os chefes das estações e da 49 direção do intercâmbio trocavam informações complementares, tais como otimizar os tráfegos dos carros. Para alguns setores produtivos, particularmente sensíveis pela controle do fluxo de produtos e equipamentos, a estrutura base é afetada. As informações sobre os preços dos produtos se movem mais rapidamente do que os próprios produtos, uma maneira de medir o estoque especializado enquanto a matéria-prima ainda estava em curso foi descoberta, novos mercados foram formados, papéis intermediários responsáveis por atenuar as variações nos preços desaparecem. Algumas grandes empresas instalam internamente o sistema de telégrafo. Além disso, estas mutações associadas com o fluxo de informações foram combinadas com transformação profunda de modos de produzir, reproduzir e processar informações escritas. 2.9.2 A comunicação escrita em meados do século XIX Neste período, a informação escrita era composta exclusivamente por correspondência externa. Os volumes eram geralmente pequeno o suficiente para ser tratado pelos proprietários e, muitas vezes por um ou mais assalariados. A correspondência era escrita, usando-se canetas de metal. Antes de serem enviadas, as cartas eram copiados à mão em um registro em branco. No século XIX século, a cópia de imprensa é uma primeira melhoria em termos de velocidade. Embora patenteada por Watt em 1780, sua distribuição ainda não começar realmente até o meio do século, tanto por causa de problemas técnicos (com tintas que não aderiam ao papel por muito tempo, até a invenção de anilina) e as aplicações imediatas serem poucas. 50 Note que a imprensa elimina o risco de erros de escrita depois do cadastro, de modo que o trabalho de cópia pode ser confiado a um funcionário menos qualificado. Além disso, o armazenamento de cartas foi centralizados e ordem cronológica em que foram escritas ou apresentadas. Quanto à correspondência recebida, ela era armazenado dobrada e, especialmente, em caixas de escritório (apelidadas de casinhas de pombo), muitas vezes classificados de acordo com origem, data, ou o registro que fosse mais conveniente. Cada carta tinha um formato diferente, e muitas vezes o beneficiário anotado ou fora do envelope com linhas curtas, pois foram dobrados, com o nome o remetente ou a data de um breve resumo do assunto. Quando as caixas estavam abarrotados, as cartas eram amarradas em feixes e armazenadas em um local seguro. O sistema era viável enquanto os volumes de correspondência eram baixos, e que as cartas de um ano para outro correspondente poderiam caber em um armário. Durante a segunda metade do século XIX, o crescimento do volume de correspondência levou a um número de melhorias que não quebra do início com o princípio de armazenamento em armários horizontal. Em 1874, os escritórios oferecem uma mesa Wooton patenteado escaninhos qualquer tamanho e bloqueado, e cujo conteúdo pode ser puxado através de um sistema ferroviário, e que pode satisfazer as exigências do maior operador de negócios da época. A próxima inovação foram as empresas de armazenamento de documentos, que elimina necessidade de dobrar, anotar fora das cartas dobradas e permite a expansão ilimitada. O armazenamento é em caixas e especialistas em mobiliário. O sistema tinha três vantagens: 1) A informação era mais facilmente acessível 2) Podiam ser organizadas de acordo com critérios de classificação muito mais flexíveis 3) O armazenamento dissociado de escritórios podiam ser 51 multiplicados. Com o volume crescente de correspondência uma série de problemas tornouse patentes, a velocidade de gravação máxima é de cerca de 30 palavras por minuto. A prensa mecânica permite copiar materiais imediatamente, mas fica pronta somente depois de vários dias. De mais o número de cópias é limitado. Quando a coordenação, em seu compromisso com a segurança, deve enviar um grande número de referências, que devem ser impressas, o processo tornava-se longo e caro. Mesmo com empresas especializadas em armazenamento, recuperação e reclassificação ainda era bastante complicado. 2.9.3 A máquina de escrever Após um século de esforços para mecanizar a escrita, um americano chamado Sholes, publica no ano 1860 uma série de patentes que levam a um produto comercialmente viável. Ao contrário do que os inventores do telégrafo e do telefone, Sholes inicialmente não tinha como alvo o mercado empresarial, mas um nicho mais restrito, os funcionários dos tribunais colocado no topo da lista dos prospectos, seguidos dos advogados Remington, editores, autores, pastores e outros, e só no fim é sugerido que o comerciante, o banqueiro, cada empresa pode fazer o trabalho de escrever e guardar muito tempo precioso. Inicialmente, as vendas eram raros, 4 mil máquinas de escrever foram vendidos entre 1874 e 1878 nos Estados Unidos. Em 1880, uma segunda empresa começou a fabricar-las. A descoberta da máquina de escrever pela comunidade empresarial superaquece o mercado em 1880. 18 mil unidades foram vendidas entre 1881 e 1884, em 1886 um total de 50 mil máquinas de escrever. Parte do sucesso é, provavelmente, devido à maior velocidade na escrita. Cedo Prospecto Remington salientou que a máquina pode produzir 75 palavras por 52 minuto, contra 24 caneta. Um primeiro efeito foi a separação das funções de criação e de escrita na produção de sua versão final. Se um gerente poderia compor um projeto e torná-la cópia de um funcionário, ele pode às vezes fazer os dois, ou, inversamente, um empregado ambiciosos, por seu lado poderia projetar e produzir cartas de rotina. Ocorreu uma separação completa dos conjuntos destas funções, com o uso da máquina de escrever. Uma nova classe de empregados, que digita na máquina, possivelmente sob ditado, se desenvolve no empresas. Essa diferenciação se baseia, em parte, nos argumentos destacando habilidades técnicas (por exemplo, digitar mais rápido) e as questões organizacional, melhorar o desempenho em todos os níveis da empresa. Muito rapidamente as escolas de negócios começam incluir como disciplina o datilografar formulários. Rapidamente tornou-se claro que a associação em ter uma carta ditada e em seguida digitada na máquina permite uma produção mais rápida e eficiente de cartas. As mulheres representavam uma proporção cada vez maior de digitadores em escolas de formação: 4% em 1871, 10% em 1880, 28% em 1890 e 36% em 1900. Estatística emprego são ainda mais radical: em 1890, 64% dos digitadores nos escritórios são mulheres e 77% em 1900 . A sociologia das profissões de escritório é radicalmente transformada. A máquina também apresenta uma série de benefícios secundários, a leitura é mais fácil (menos rabiscos ilegíveis) e pela mesma razão que a recuperação de documentos torna-se mais eficiente. Observa-se, então, uma grande força de trabalho e treinado em máquina de escrever contribuindo para a padronização de formatos. 53 2.9.4 Evolução das Tecnologias de Cópia A evolução da imprensa para copiar a produção de correspondência e arquivamento foram estreitamente correlacionadas no tempo e no espaço. A máquina de escrever não afetou necessariamente esse estado de coisas (a fita da máquina de escrever era impregnada com tinta e letras digitadas foram então passadas com anilina para a cópia de imprensa). Esse método de arquivamento, então, forçou a separar arquivamento de conexões de entrada e de saída, o que dificulta, por exemplo, reconstituir uma correspondência privada. A imprensa do rolo, que dá a possibilidade de cópia a partir do rolo de papel em um banco versão pré-cortada da mesma letra foi uma melhora inicial. Mas fazendo uma impressão própria era difícil, assumiu a congregação de correspondência, e as folhas cortadas eram irregulares, o que criou arquivos desordenados. A cópia é a mais avançada, e aqui também (à data do rolo de imprensa XVIII) é baseado numa tecnologia patenteada no início do século dezenove. O papel carbono originalmente não funcionava com penas, metálico ou não, a pressão necessária perfurava e estragava o papel e caneta. Com o papel carbono de um lado (o que não era o caso no início), uma folha de papel e um lápis comum poderiam ser usado para o original. Mas como nem caneta nem uma cópia carbono eram reconhecidos como formatos elegíveis para cartas comerciais, usar a cópia de carbono foi originalmente confinado aos usos limitados, tais como recibos ou telegramas. A ligação entre o transcrito e cópia carbono provou ser uma fonte de uma evolução significativa, fornecendo um método de produzir não uma, mas várias versões de um documento, mesmo que tenha sido digitado. As vantagens do sistema, cuja possibilidade foi demonstrada a partir do 1870 não impediu a adoção muito gradual. 54 Entre 1910 e 1913 uma comissão de economia e eficiência das práticas de escritório observou que, em 1912, em grandes empresas a cópia de carbono substituiu a imprensa em transferências de cópia para cópia e gravação de correspondência de saída. As pequenas empresas, no entanto, a cópia de imprensa ainda era amplamente utilizada. Os benefícios da cópia de carbono foram analisadas em três critérios: ▪ Consistência, reconhecendo a superioridade da cópia, onde cópias feitas com a imprensa se apagavam significativamente nos últimos 50 anos, mas não com cópias de carbono; ▪ Autenticidade, já que a cópia era feita ao mesmo tempo que o original; ▪ Custo. Anexado à máquina de escrever, a cópia tinha, assim, revolucionado a produção de uma pequena número de cópias na origem da correspondência. Mas com o desenvolvimento de empresas e orientações sobre a gestão sistemática, os gestores queriam comunicar cada vez mais procedimentos, normas, circulares e anúncios para um grande número funcionários. Era possível fazê-los circular, de mão em mão ou por correio, mas a ineficácia era evidente, pois dias ou semanas poderiam ser necessárias antes de todos os funcionários receberem as informações relevantes. E isso sem nenhuma cópia para reter forma de garantir o estabelecimento de uma memória local das instruções recebidas. Uma das tecnologias desenvolvidas no último quarto do século foi o estêncil, onde uma placa perfurada e que a tinta foi passada através dos orifícios para imprimir folhas abaixo. Edison patenteou um sistema deste tipo com um apontador de lápis elétrico em 1876. De prospecto, o dispositivo é o primeiro elogiado pela comunicação externa, a lista de preços, circulares publicidade e partitura musical, e todos no final da lista encontramos os comunicação interna "para os relatórios das companhias de seguros, os registros de empregados a participação dos agentes em 55 geral, e, em geral, para os fins da empresa de impressão privados, o dispositivo não tem igual. Em todos os casos, o princípio da reprodução foi iniciada no momento da produção documento. Isso não resolve o problema da duplicação de documentos após o fato. Os sistemas de fotocopiadora foram desenvolvidos, mas a sua utilização permaneceu limitada. Os dispositivos eram caro, o custo por mil exemplares era mais de 100 vezes mais caro do que cópias de carbono, e o dispositivo foi útil para as grandes empresas de se reproduzir complicado documentos, tabelas ou diagramas. A velocidade também foi limitada a alguns centenas por dia. 2.9.5 Inovações em Armazenamento: Arquivamento Vertical O crescimento de todas as formas de correspondência, de saída, de entrada, interno e correspondentes tornaram necessárias as opções de armazenamento que permitem a classificação e triagem adaptado às novas necessidades. As páginas de carbono, cópias da correspondência individualiza, que no passado eram previamente armazenadas nos registros em uma imprensa, passaram a usar sistemas verticais nos quais os documentos foram armazenados verticalmente em arquivos ou pastas, facilitando o armazenamento e reutilização de papel. A origem de armazenamento vertical vem dos cartões de biblioteca, e as linhas, com a divulgação do sistema decimal indexação Dewey. Em 1893 uma versão do sistema é desenvolvido para empresas com arquivos verticais e cartões de índice. Em 1911, o sistema vertical de armazenamento de arquivos praticamente suplantou todos os outros sistemas em grandes empresas: remover registros e permitir o acesso rápido às classes de documentos que foram removidos, sistemas para permitir que os corredores de reorganização pastas em uma gaveta, usando 56 etiquetas de identificação, mais facilmente visíveis e legíveis. Para remover um papel não era preciso remover o outro (que também foi o caso nas empresas de armazenamento). Gavetas maiores onde os arquivos podem ser alinhadas de modo a levou a um adensamento armazenamento mais compacto e, portanto, permitiu economizar espaço. Um manual do tempo enfatiza a dualidade do sistema "na definição de armazenamento vertical é aplicada a uma correspondência) o ato de colocar em um só lugar toda a correspondência relacionada com um lugar, um objecto, ou uma empresa correspondente, da loja na orla, na maioria das vezes em armários e atrás intercalares aumentam a velocidade, precisão e acessibilidade. A flexibilidade do sistema não implicou na redução do tempo de armazenamento, necessariamente. Foi o caso da cópia de imprensa. Muito rapidamente proliferam método de indexação múltipla. Os arquivos digitais podem ser adicionados, mas o pedido de acesso para mover primeiro passava por um índice temático. A modalidade de carta eliminava a necessidade de um índice separado, e provavelmente foi a única que experimentou o maior sucesso. O sistemas geográficos foram particularmente atraente para as empresas organizadas em distritos geográficos e dividindo a sua correspondência dessa maneira. O desenvolvimento destes sistemas de armazenamento, para maior acessibilidade e permitir modos descentralizados de arquivamento, tem acompanhado o desenvolvimento da correspondência Internamente a sua utilização como recurso de gestão gerencial sistemática em vez de um único processo de comunicação. Este acoplamento promoveu simultaneamente a proliferação de arquivos descentralizados e a correspondência interna. A correspondência interna é facilitada pela combinação de todos os arquivos de diversos subordinados com as do chefe de departamento. O princípio da construção de um arquivo único faz com que tempo seja poupado e elimina cartas desnecessárias, sendo usado por muitas das maiores empresas comerciais. 57 2.10 As dimensões da Comunicação Interna O desenvolvimento da comunicação interna dentro das empresas começa a ocorrer na segunda metade do século XIX, e nasceu da prática. Na verdade as teorias gerencial da empresa ignoraram a questão de formatos e de comunicação interna, começando a se preocupar somente no século XX. Se considerações de ordem prática regida a emergências, a transformação de tecnologias de produção, reprodução e arquivamento dos documentos acima descritos contribuíram para a formação, definições de tamanhos, tipos e funções no desenvolvimento da comunicação interna. 2.10.1 A comunicação de cima para baixo Com as empresas em crescimento, as comunicações de gestão por via oral ou mesmo por carta individual foram insuficiente para satisfazer as necessidades de coordenação, e levou o as empresas a desenvolver novos formatos para comunicar para baixo, como cartas circulares, ou simplesmente circulares, manuais de procedimentos, as instruções individuais, até mesmo históricos de comunicação interna. O princípio da circular é enviar um documento impresso com um grupo de correspondentes, para definição de procedimentos ou anunciar mudanças na hierarquia. Algumas indústrias ainda não conseguiam elaborar um sistema para emitir instruções para funcionários sobre os procedimentos ao abrigo dos regulamentos, como a definição do tempo presença, ou se comportar no trabalho. Mas no que diz respeito procedimentos na oficina eles ainda eram em grande parte, a critério do supervisor, e transmitidas oralmente ou por reuniões. 58 As companhias ferroviárias foram os primeiros a adotar o princípio de cartas circular, em parte porque os engenheiros não tinham experiência militar, mas sobretudo que a questão da coordenação de comboios surgiu de forma aguda, tanto que na prática muitos acidentes públicos tiveram grande eco na imprensa e no imaginário. Assim, estabeleceu procedimentos padrão em formulário impresso, que divulgadas pela voz hierárquica a todos os agentes envolvidos. Com o crescimento em tamanho e complexidade do final do século XIX, todas as empresas adotaram esse formato de transmissão de procedimentos e anúncios de mudanças nas redes de funcionários que devem coordenar. No primeiro ano de sua formação a companhia telefônica Bell, da Inglaterra, implementou uma circular aos seus agentes para definir as condições para a locação de seus telefones em casas e empresas. No caso das empresas ferroviárias, a organização muito plana, deve muitas cópias de circulares com o uso da impressão. Em áreas de produção, com fluxogramas mais profundo e mais estreito, as preocupações de divulgação a grupos menores, e é claro que a tecnologia de replicação de novo, baixando custos de reprodução de pequenos lotes, tem sido um recurso na implantação este tipo de comunicação interna para uma ampla gama de situações. A ligação entre os sistemas de gestão e circulares é feita nos tratados de gestão. Há uma classe de comunicação interdepartamental, que pode ser chamada por várias ordens. A ordem geral ou múltiplos, é emitida pelo diretor-geral a seus gerentes de departamento, que deveriam receber as mesmas instruções. A carta deste tipo exigem que os beneficiários cumpram um conjunto de condições, tais como circular para obter um melhor nível de desempenho de seus próprios subordinados, como chamando a atenção para uma falha de sistema, um excesso de procedimentos, onde um relaxamento geral de condições de trabalho nas unidades sob sua supervisão, etc. 59 A circular é um novo e interessante modo para os propósitos, pois a versatilidade da sua divulgação contribui fortemente para novas tecnologias de informação, mas como é um dispositivo de comunicação de cima para baixo é definido no sistema total de gestão. As circulares têm tanto o seu público e na largura conteúdo demasiado limitado para ser uma lembrança para a empresa. Este papel é exercido pelo manual de procedimentos ou instruções, projetado para fornecer memória processual, a finalidade suficientemente abrangente. Deve ser abrangente o suficiente para que qualquer homem novo no departamento, a instrução de leitura têm entendimento profundo das suas funções e seus responsabilidades, mesmo para uso universal. A coleção de operações e procedimentos negócio usual é referido como manual, e é surpreendente ver como o seu uso é universal. O manual pode assumir duas formas, a forma clássica do livro encadernado ou novo livro, o que permite uma variação de apenas uma mudança de folha. Se os processos foram transmitidos pelas circulares e manuais, um novo número de ordem deve ser transmitido diariamente para funcionários específicos. Inicialmente, essas instruções eram passadas oralmente, mas os advogados gestão sistêmica insistiram na necessidade de dar-lhes um caráter escrito, portanto, o desenvolvimento de formas, anotações e agendas. O jornal de comunicação interna, este método de comunicação descendente foi desenvolvido, ao mesmo tempo, em resposta a problemas colocados pelo crescimento das empresas e por causa da despersonalização dos trabalhadores e consistente erosão do compromissos dos mesmos com a empresa. A gestão, portanto, procurou injetar um elemento pessoal na fábrica, para humanizá-la através do envolvimento na elaboração do conteúdo. A afirmação era que todos os indivíduos deviam ser tratados por um ângulo humano e de uma forma a ilustrar as pessoais o quanto fosse possível, mostrando uma empresa viva e cheias de pessoas, ao invés de máquinas, realizando tarefas. Para aumentar o lado 60 pessoal, foi introduzido uma seção no jornal exibindo quem é quem na empresa, artigos periódicos sobre os trabalhadores com melhor desempenho, bem como as atividades coletivas dos clubes. Em muitos casos, empregados foram convidados a submeter artigos. Essas revistas eram, em geral, impressas no destino, porque a maioria eram instrumentos de educação e controle nas mãos da gerência. Ao se criar um boletim interno atraente e leve o suficiente para ganhar a atenção do começo ao fim, elimina-se a necessidade de sermões demasiado brutais, sendo possível, ocasionalmente, fornecendo recomendações. 2.10.2 A comunicação de baixo para cima A comunicação de baixo para cima era feita periodicamente sob a forma de relatórios para refletir o estado de funcionamento normal, ou relatórios especiais dedicadas às perguntas ou eventos. A produção de relatórios periódicos já estava em vigor em meados do século XIX, em que os agentes de vendas, dispersas geograficamente, enviou uma declaração trimestral de suas vendas, juntamente com um relatório nas condições do mercado e da concorrência na sua região. Quanto ao desenvolvimento de relatórios e tabelas de dados, as companhias ferroviárias foram pioneiras. Até a década de 1840, o relatórios foram escritos como cartas, inaugurada pela saudação, com algumas figuras e tabelas abaixo. De 1840 e com a extensão das redes relatórios ferrovia proliferar e alterar o conteúdo, em especial na sequência preocupações levantadas por uma série de acidentes. Ao longo dos meses, longas discussões com as cartas em prosa, deixaram espaço para muitos mais tabelas e conclusões sintéticas extraídas dessas tabelas. Além disso, o formato da tabela estava gradualmente normalizado, de modo a ser mais facilmente comparáveis de um mês para outro. 61 Criar tabelas comparativas envolve a coleta e compilação periódica de dados específicos. O mesmo período viu o desenvolvimento do uso de cartões impressos. Advogados para a gestão sistemática desempenharam um importante papel prescrevendo o design dessas folhas de dados, sugerindo uma organização tripartida (título, dados instruções especiais), dando o nome mais explícito possível: ao invés e “relatório mensal”, chamar de "relatórios de vendas mensais por agente". Em uma ideia um pouco diferente, o caminho da Estrada de Ferro Erie começa no mesmo período de tempo exigir relatórios sobre o estado e horário dos trens para melhorar a eficácia da coordenação. Estes relatórios eram telegrafados ao superintendente. Por causa de sua alta frequência e para poupar em custos de transmissão de telégrafo, o formato destas mensagens é rapidamente modificado de modo a assumir um formato padronizado tabular. Aqui percebe-se a estreita ligação entre as exigências de coordenação em uma escala de tempo mais curtos, a formatação e tráfego de dados. No início do século XX, o uso de gráficos tem por objetivo sistematizar o negócio. O gerente deve ter relatórios sobre as suas despesas, suas vendas lucros e perdas, mas deve ser capaz de ter uma forma que pode interpretar imediatamente e tirar conclusões para orientar as ações futuras. Em uma organização moderna, o gerente recebe essa informação através de um sistema de registros gráficos, um resumo simplificado contendo inúmeras estatísticas departamentais e relatórios especiais. A utilização de gráficos também é justificada pela pressão exercida sobre o tempo do gerente. Quando estas informações são apresentadas como um gráfico ou tabela não requer muito tempo para ser compreendido, de modo que um gerente muito ocupado terá o tempo necessário para estudar. Finalmente e mais importante, fornecer representações gráficas de transição entre relatório sobre as informações atuais permite a extrapolação com uma visão estratégica do futuro, porque este é importante, não os fatos em si mesmo, mas 62 como eles estão conectados. A grande vantagem é que os métodos gráficos são apresentados de modo que o leitor pode fazer suas deduções próprias, enquanto que com as palavras, o leitor deve aceitar conclusões já feitas. 2.10.3 Comércio por escrito e Encontros Face a Face Dentro deste período surgiu a reflexão sobre a necessidade de reuniões realizada por meio de gestão, particularmente sobre a necessidade manter registros escritos, tanto para o foco da discussão e acompanhamento. Se homem que é responsável pela execução de uma sugestão não comparece na reunião seguinte, há sempre a possibilidade de que ninguém vai pensar nessa sugestão na próxima reunião, a menos que seja mencionada. Ao receber um relatório, distribuído a cada participante antes da próxima reunião, cada participante torna-se mais cauteloso antes de embarcar em declarações ou promessas pelas quais ele sabe que não pode se responsabilizar. Tecnologias como forma de sobrecarga para documentos do projeto e visível por todos contribui mais para este intercalação de interação e co-presença de múltiplas formas de registro. Dentro da produção editorial recente, há um interesse convergente em sociologia, negócios e psicologia cognitiva para compreender as situações de instabilidade, ambivalência ou insegurança dos trabalhadores envolvidos em ambientes que caracterizada, organizacionalmente, os projetos. Os trabalhos de sociologia relacionam esses fenômenos a mudanças organizacionais, resultantes da flexibilidade do mercado de trabalho, aumentando a pressão pela desregulamentação dos mercados ou dispositivos de mobilização. Abordagens cognitivas, por sua vez, sensíveis aos efeitos do desenvolvimento da colaboração e distribuídos nos participantes, estudam a generalização das 63 ferramentas de comunicação para a criação de complexos sistemas relacionais entre stakeholders da empresa ou o processamento de materiais informativos, que operam através da criação de intranets. Apesar de responder a uma preocupação priori, muito diferentes, esses dois tipos de trabalho, cada um à sua maneira, estabelecer uma série relações entre forma de organização e o formato da atividade cognitiva no trabalho. Em grandes e médias empresas, a intranet é agora um área para investir em um conjunto muito diferente de jogadores, o computador e telecomunicações, principalmente, mas também serviços de comunicação, qualidade, gestão ou funcionários encarregados da estratégia organizacional. Uma verdadeira mobilização intra-organização foi criada para construir, guia, usar ou fazer uso intranet. Esta dinâmica é em grande parte produzida por meio de incentivos exercida por empresas de fora, através do discurso de consultores, os vereditos jornalísticos ou os efeitos da imitação entre empresas rivais. Mas uma características mais marcantes dessa mobilização, de serviços convergentes e serviços de informática responsável pela estratégia corporativa, é que nunca provavelmente a mudança organizacional tem sido fortemente associados com a implementação uma nova técnica de comunicação e processamento de informações. Gerentes e juntamente engenheiros mantêm a ideia de que é possível reconfigurar toda a empresa, sua lógica organizacional e seu modelo econômico, concebendo adequadamente a sua intranet. Para o estudo da implementação dessa mobilização, é primeiramente útil considerar alguns dos diferentes significados atribuídos ao conceito de intranet. Uma intranet refere-se principalmente a uma norma técnica. Pode ser definida como a linguagem de implementação, protocolos e ferramentas da internet dentro de uma rede local de computadores. 64 Para gerentes de TI, o nível técnico apresenta-se como o vetor de uma nova estratégia para reconstruir e reorganizar a sistema de informação da sociedade em torno de um único ponto central da rede. A criação de projetos de intranet nas empresas grandes revive a credibilidade para o guarda-chuva político de coerência e é o cerne da cultura serviços profissionais e de telecomunicações. A aplicação da intranet é uma forma de identificar e coordenar as ações díspares, dar ao negócio uma forma unificada e homogênea. Sua ambição é facilitar a estrutura de informação da empresa que oferece o sistema de informação igual a todos os seus órgãos. Anteriormente, o escritório da empresa foi verticalizado, o acesso a cada processo de negócio para outros permanecendo relativamente difícil, cada tipo de aplicação que permanece isolada em uma rede própria, com mensagens específicas e uma população de agentes específicos. Com a intranet e os caminhos da lógica, os diferentes elementos da empresa são pelo menos potencialmente acessível por todos a partir de cada estação de trabalho. Por um simples conjunto de comparações metafórica, no qual a intranet é a rede técnica, na construção de pontes cruzadas entre as áreas técnicas isoladas, ela também deve fazer isso com a estrutura organizacional da empresa estabelecimento de comércio e comunicação entre os diferentes segmentos profissionais. Esta representação unificada do sistema de informação da empresa é reforçado pela ambição de transformar a intranet e extranet, a fim de "ampliar" a empresa para seus clientes e fornecedores. A intranet permite a automação de primeiro e racionalização de certas atividades, determinados processos ou homogeneização da informação. Utilizar a intranet é reduzir os custos, reduzir o tempo. A intranet então, especialmente em sua extensão como extranet, permite a ligação mais direta com os clientes e fornecedores, para redução de custos na operação dos mercados mais fino e melhoria interfaces do negócio. Finalmente, a intranet é promovida como uma ferramenta que incentiva criatividade, autonomia e cooperação dos funcionários. A utilização da intranet permite o acesso sem dificuldade à informações, consultar 65 outras áreas da empresa, demonstrar curiosidade, criar novas conexões, a fim de facilitar a execução de projetos e engajar em novas atividades. Este compromisso entre produtividade e criatividade é o princípio da evolução das empresas de forma organização menos hierárquica, mais sensíveis à ativação de seu conhecimento, mais transparente na sua comunicação. A introdução de intranets gera mais flexibilidade, leveza e capacidade de resposta ao integrar as demandas culturais de maior autonomia no trabalho e na liberdade conquistada. Padrões básicos de trabalho no universo de produção taylorista - analítico objetivado, referência ao tempo homogêneo como uma medida de valor e como base de cálculo Tecno-econômica - fornecem a representação mesmos movimentos simples, robusto e atividade compartilhada, em termos de eficiência técnica e atividade técnica produzindo a eficiência econômica. Agora, esta unidade está cada vez mais comprometida. Em um crescente número de situações, já não é possível descrever e organizar o trabalho tecnicamente com um prazo de tempo homogêneo, muito menos a medida do valor produzido por este trabalho, sem o valor econômico reconhecido pelo mercado ou valor de utilidade social. A redução dos custos de acesso à informação. Do ponto de vista do usuário, com a intranet incorporada em primeiro lugar na interface do navegador (browser, programa de computador usado para acessar materiais na internet e outras redes de computadores), o único ponto de entrada da aplicação para aceder rapidamente a um conjunto de documentos e pessoas anteriormente inacessíveis. Com a diversidade de material publicado na intranet a empresa tornou, então, o acesso à informação direto e imediato, possibilitando significativa economias em recuperação de informação. Frequentemente, a história da busca de um documento e as condições de armazenamento para pesquisa são parte do contexto de inteligibilidade e relevância. Sobrecarga documentário pode ser interpretado como um empecilho para as pesquisas sobre as referências extra-textuais ao se confrontar com as informações 66 disponíveis. Um foco de trabalho para a tela do terminal de computador. Com a intranet, toda uma série de informações espalhadas por diversos dispositivos (e, fax qualidade de referência, diretório, códigos de sinalização, etc.) são orientado e apoiado pela mesma interface. O e-mail, alguns documentos em papel, terminais de computador dedicado a um tipo específico de aplicação convergem na tela computador pessoal. Assim, há uma concentração muito elevada de ferramentas informacional. Espalhadas por todo o ambiente de trabalho de informação, mobilização a atividades diárias de trabalho se traduzem e se sobrepõem em muitas janelas diferentes na tela do computador. Esta reconfiguração tem muitas implicações práticas nas atividades. 2.11 Influência da Linguagem Não-verbal na Compreensão da Mensagem A comunicação é o ato de transmitir uma mensagem, partindo de um emissor e chegando a um ou mais receptores. A transmissão da mensagem pode ocorrer por mais de um canal simultaneamente. Durante uma conversa entre duas pessoas, a maior parte da comunicação ocorre de maneira não-verbal, o que implica que é na comunicação direta, face a face, onde ocorre a maior troca de informações. Ao longo da evolução da comunicação e do gerenciamento da informação dentro das empresas, observa-se a padronização, a eficiência, afastando-se do contato pessoal e migrando cada vez mais para os meios digitais, padronizados. Esse gerenciamento não leva em consideração as partes da comunicação que não são registradas no papel, temporais, localizadas, que ocorrem na conversa direta, face a face entre as pessoas. 67 Durante as fases de um projeto, a maior parte do tempo é dispendida comunicando as partes envolvidas sobre o andamento do projeto, atualizando as informações sobre os progressos e eventuais empecilhos à execução do mesmo. Dessa forma, a maior parte dos problemas de atrasos e retrabalho nos projeto é por causa de problemas de definição e compreensão do escopo, o objetivo do projeto. O gerente de projeto se usa dos recursos de comunicação e de gerenciamento de informação fornecidos pelas empresas envolvidas, podendo passar por alto também o fator da linguagem não-verbal durante a comunicação. Diversos fatores devem ser levados em consideração na avaliação do resultado de um projeto, e a maneira como as informações são divulgadas, tanto dentro da equipe como com os stakeholders, é um dos mais críticos. Três casos de uso são usados para exemplificar a importância da maneira como a informação é transmitida, e o impacto da mesma na execução do projeto. 68 3 CASOS DE USO A empresa utilizada como fonte para os casos é a Fundação Cásper Líbero, entidade por trás do canal de televisão TV Gazeta, a faculdade Cásper Líbero, a rádio Gazeta e o jornal Gazeta Esportiva.net. Notoriamente, a Fundação não é uma empresa com foco em informática, porém conta com um departamento de informática, incluindo desenvolvimento interno de aplicativos, principalmente para prover suporte aos outros departamentos. Os aplicativos desenvolvidos usavam a Internet como base (chamados aplicativos web), onde tanto o desenvolvimento como hospedagem dos sistemas era gerenciado pelo departamento de informática. Ao longo dos anos, o processo de desenvolvimento de aplicativos mudou. Os casos de uso aqui apresentados representam uma das três principais fases experimentadas pelo departamento de informática para gerenciamento dos projetos quanto à comunicação, tanto interna quanto com os clientes. A primeira fase é identificável pela centralização da comunicação sobre uma única pessoa, intermediando os clientes com a equipe de desenvolvimento, apesar dessa pessoa não ser, a rigor, membro da equipe. Tipicamente, um coordenador web era alocado para ser o responsável pela comunicação com os clientes e a equipe de desenvolvimento, face ao fato que a Fundação possui um foco mais voltado à comunicação visual, fugindo do perfil dos membros da equipe de desenvolvimento. O coordenador web, neste caso, tornava-se a única ligação entre a equipe e o cliente, que não chegam a travar contato direto. Tal disposição não incentivava a comunicação entre a equipe e o coordenador, disposição reforçada pela própria disposição das mesas dentro do departamento, onde os membros da equipe ficavam fisicamente distantes uns dos outros, e por consequência distantes do coordenador, inibindo ainda mais a comunicação. 69 A segunda fase é marcada pela aproximação e integração dos membros da equipe junto do coordenador. O coordenador ainda exercia o papel de centralizador da comunicação, intermediário entre o cliente e a equipe. Os membros da equipe, no entanto, passaram a ser fisicamente realocados, de modo a estarem todos juntos na mesma sala, trabalhando em baias lado a lado. A terceira fase é marcada pela presença do cliente junto da equipe de desenvolvimento durante reuniões para discussão do escopo, detalhamento de escopo e apresentações de entregáveis, de modo a obter mensagens de realimentação por parte do cliente. Os casos de uso aqui empregados representam cada um uma das três fases mencionadas anteriormente, onde é demonstrada a relação entre a comunicação não-verbal e a quantidade de erros ou retrabalho na execução dos projetos, principalmente pela dificuldade de compreensão do escopo dos aplicativos por parte da equipe de execução, dificuldade de compreensão devida à própria dificuldade em se comunicar com o cliente ou o coordenador. 3.1 Situação Histórica de Execução de Projetos Os projetos para desenvolvimento de aplicativos web duravam tipicamente de dois a seis meses, contando com uma equipe de dois programadores, um webdesigner, um administrador de banco de dados e um coordenador. Os clientes tipicamente eram outros departamentos da Fundação, onde dois ou três colaboradores do departamento cliente eram escolhidos como o contato para auxiliar durante o planejamento e execução do projeto junto do departamento de informática. 70 3.2 Incidência de Retrabalho ou Erros na Execução do Projeto Era empregado um sistema de rastreamento de erros chamado Mantis para registro dos erros e retrabalhos nos sistemas por causa de alterações de escopo. Desse modo, era possível avaliar a quantidade de erros apresentados num sistema, identificar os pontos mais frágeis ou pontos do escopo que sofreram maior mudança, seja por não entendimento inicial do mesmo ou mudanças posteriores por parte do cliente. As ocorrências registrados ali eram classificadas como erros (comportamento diferente do acordado no escopo), desvios (comportamento diferente do que era esperado pelo cliente, porém não estava descrito no escopo, nem no escopo inicial nem no escopo detalhado) e alterações (retrabalho sobre uma determinada funcionalidade do sistema para refletir uma alteração solicitada pelo cliente ou uma mudança de escopo). 3.3 Resumo dos Projetos Usados como Exemplo 3.3.1 Gazeta Press versão três O projeto escolhido para representar o estilo de comunicação empregado na primeira fase, bem como os impactos da comunicação sobre a execução do projeto, tratava da melhoria de um portal de vendas de fotografias, o Gazeta Press. O projeto em questão era chamado de “Gazeta Press versão três”, por ser o terceiro projeto envolvido na construção ou melhoramento do portal de vendas. Para o projeto “Gazeta Press versão três” foram alocados um coordenador web, um administrador de banco de dados, um designer web e dois programadores. 71 Dois colaboradores do departamento de fotografias ficaram disponíveis para os esclarecimentos necessários e avaliações das entregas do projeto. 3.3.2 Novo Gazeta Esportiva O projeto escolhido para representar a segunda fase foi a reestruturação total do portal de notícias esportivas Gazeta Esportiva.net. Tal reestruturação visava a adequação aos novos planos do cliente para o portal, planos os quais o sistema anterior não era capaz de atender. O projeto era chamado de “Novo Gazeta Esportiva”. Para o projeto “Novo Gazeta Esportiva” foram alocados um coordenador web, dois analistas, um administrador de banco de dados, dois designers e quatro programadores. Cinco colaboradores do departamento do Gazeta Esportiva ficaram disponíveis para esclarecimentos e avaliações das entregas do projeto. 3.3.3 Hotsite Dia dos Namorados A terceira fase é representada por um projeto em parceria com um loja eletrônica, o BestShopTV.com, onde foi desenvolvido um aplicativo específico para o dia dos namorados, de modo a captar mais clientes e aumentar as vendas da loja eletrônica. Diferente dos projetos acima apresentados, este projeto, chamado de “Hotsite Dia dos Namorados”, envolvia o trabalho conjunto com outra equipe de desenvolvimento, responsável pela loja eletrônica em si, além do departamento de marketing, o cliente em si deste projeto. Para este projeto foram alocados um coordenador web, um analista, um designer web e um programador. Da equipe de desenvolvimento da própria loja 72 eletrônica foram alocados um administrador de banco de dados e dois programadores. Do departamento de marketing, dois colaboradores ficaram disponíveis para esclarecimentos e avaliações das entregas parciais do projeto. 3.4 Dinâmica dos Projetos 3.4.1 Sem Comunicação Presencial tanto com Cliente como com Membros da Equipe O coordenador web era o responsável pela comunicação do projeto, atuando como intermediário entre a equipe do projeto e o cliente. Fisicamente, os membros da equipe alocada para o projeto “Gazeta Press versão três” ficavam longes uns dos outros. A disposição do próprio departamento de informática contribuía para tal situação. O departamento, como um todo, era disposto na forma de um longo corredor, com baias dos dois lados. Os colaboradores eram distribuídos ao logo deste corredor agrupados por área de atuação. O coordenado sentava-se no final do corredor, contando com uma mesa, de modo que ele ficava de costas para a parede e o computador virado para ele. Era na mesa do coordenador que ocorriam as reuniões com a equipe. Por ser uma mesa retangular e relativamente pequena (cerca de dois metro de comprimento por um metro de largura), o coordenador ficava de um lado da mesa, enquanto os outros elementos da equipe, em geral os programadores, ficavam do outro lado. O computador era do modelo tubo catódico, anterior ao advento dos monitores de LCD (Liquid Cristal Display, display de cristal líquido). Tais modelos de 73 monitor ocupavam mais espaço na mesa, deixando o coordenador parcialmente escondido sob o ponto de vista dos outros membros da equipe. Pelo mesmo motivo, era difícil o coordenador conseguir exibir no monitor informações para os membros da equipe, por falta de espaço físico na mesa e por dificuldade em manusear o monitor de modo a proporcionar um ponto de vista mais adequado aos outros participantes da reunião. A mesa possuía uma chapa de metal, originalmente concebida para proteger as pernas de quem estivesse usando a mesa, pensando inclusive na sua utilização por mulheres usando saia. A chapa de metal impedia a aproximação da cadeira até a mesa, sob pena da pessoa bater os joelhos na chapa de metal, fazendo um alto ruído além do desconforto físico. As cadeiras dispostas na frente da mesa não tinham apoio para os braços por causa da falta de espaço naquele ponto do corredor. A cadeira do coordenador dispunha de apoio para os braços e para a cabeça. Como citado anteriormente, os programadores eram os membros da equipe que mais frequentemente participavam das reuniões, dados os constantes retrabalhos e ajustes de escopo do projeto. Dentro do corredor, os programadores ficavam posicionados na outra extremidade, de modo que os programadores passavam pelo departamento inteiro para chegar na mesa do coordenador. O cenário descrito aqui expõe uma série de barreiras para a clareza da comunicação. A distância entre os membros da equipe desmotivava a conversa pessoal, de modo que os membros empregavam comunicação via mensagens eletrônicas, mesmo quando os colegas estavam localizados somente a alguns metros de distância. A equipe não travava contato com o cliente, o que tornava o coordenador web a única fonte de informação sobre a necessidade do cliente e, por conseguinte, sobre o escopo do projeto. Para conversar com o coordenador, no entanto, existiam uma série de barreiras não-verbais que demoviam os outros membros da equipe a 74 tirar dúvidas, questionar pontos do escopo ou mesmo propor novas alternativas aos problemas enfrentados durante a execução do projeto. Primeiramente, a distância e o isolamento do coordenador no fim do corredor reforçava a inacessibilidade dele para os outros membros da equipe. Ter que caminhar o corredor todo era psicologicamente desgastante: apesar do corredor ser fisicamente pequeno – cerca de vinte metros – os membros da equipe, a maior parte dispostos numa das extremidades do corredor, passavam por praticamente todos os colegas de trabalho para chegar até o coordenador, o que reforçava a dificuldade de obter informações sobre o projeto. Na mesa do coordenador, as cadeiras eram dispostas de modo a reforçar a distância, quase uma luta: o coordenador, dentro de sua fortaleza, de costas para a parede (o que evidencia que os outros membros é que são os elementos estranhos ao cenário, quase que repelidos pela disposição do local). A chapa de metal impedia a aproximação das cadeiras, impedindo a aproximação dos funcionários até o coordenador, transmitindo a mensagem que eles não poderiam avançar mais e teriam que permanecer distantes enquanto o coordenador ditava as novas alterações. A simplicidade das cadeiras dos visitantes contrastava com a cadeira com encosto e apoio para os braços, reforçando a mensagem que o coordenador é que tinha o poder de decisão. Além disso, por não poderem apoiar os braços na mesa nem na cadeira, os outros elementos do grupo não tinham muita escolha entre manter as mãos abaixadas sobre o colo – num sinal de submissão - ou manter os braços cruzados – numa atitude de defesa ou não-aceitação do que o coordenador tinha a transmitir. A maior parte do corpo do coordenador permanecia escondido detrás da mesa, dificultando a chegada das mensagens transmitidas por linguagem corporal por parte do coordenador. 75 O fato do coordenador concentrar em si mesmo a comunicação com o cliente impedia, ao menos de modo formal, a comunicação da equipe com o cliente. Com todos esses fatores, a equipe não se sentia motivada a buscar o coordenador para tirar dúvidas. Acabada a reunião, eram comuns os comentários sobre o não-entendimento sobre o que fora transmitido na reunião, ou mesmo sobre o que se tratava a reunião. Ao ver o coordenador como alguém distante, que mandava ao invés de comunicar e cujas mensagens não eram claras ou mesmo não faziam sentido, a equipe assumia algumas premissas, deduzindo o que deveria ser executado. Este cenário se repetia quando o cliente se reunia com o coordenador. As reuniões entre o cliente e o coordenador também ocorriam na mesa do coordenador, gerando a mesma situação descrita anteriormente. Sem se sentir à vontade, o cliente não fazia muitos comentários sobre as necessidades do departamento, exceto quando uma entrega parcial era feita, quando as reais necessidade surgiam justamente por não serem atendidas pelo que fora produzido pelo projeto até aquele instante. Passada a avaliação do cliente sobre a entrega parcial, nova reunião era marcada com o resto da equipe, para o coordenador explicar que o que fora feito pela equipe não era o que ele havia explicado anteriormente. 3.4.2 Dinâmica do Projeto Sem Comunicação Presencial com o Cliente mas com Comunicação Presencial com a Equipe Dentro de um processo de melhoria dos projetos de desenvolvimento, dado o alto índice de retrabalho e atrasos na entregas nos projetos anteriores, o coordenador web alocou a equipe toda num local diferente, reunindo todos ao final do corredor do departamento, ficando ele mesmo junto da equipe. 76 Todos os dias, no período da manhã, a equipe era reunida para discutir quaisquer problemas ou sugestões que os membros quisessem expor. As pessoas ficavam de pé, formando um círculo no centro da sala, enquanto o coordenador começava a reunião, permitindo que os membros conduzissem a conversa, atuando como moderador da discussão. Com o corpo completamente exposto perante todos, cada pessoa conseguia explicar os problemas enfrentados. Por exemplo, enquanto um programador afirmava que sua parte estava dentro do prazo, suas mãos permaneciam fechadas atrás de si, o que levantou mais questionamentos, por fim revelando que o programador entendera de maneira equivocada uma determinada parte do processo. Da mesma forma, era nítido quando alguém discordava com soluções propostas ou modificações solicitadas pelo cliente. Durante o expediente, rápidas reuniões eram feitas nas baias, conforme a necessidade. A disposição do computador na baia, com o monitor virado para dentro do corredor, facilitava a visão de todos os envolvidos na reunião. A ausência de uma mesa de reunião ajudou a tirar a sensação de divisão entre os membros, como ocorria em projetos anteriores. Devido à dificuldades por parte do cliente, a comunicação entre o coordenador e os clientes raramente se dava presencialmente, mas quando ocorria, era no departamento do cliente, que consistia numa mesa pequena, retangular, onde o cliente ficava de costas para a parede, com o computador coltado para o cliente, e o coordenador ficava do outro lado da mesa (confronto/competição). 77 3.4.3 Comunicação Presencial com todos os envolvidos Todos os envolvidos no projeto, incluindo o cliente, participaram de reuniões presenciais onde o escopo era discutido, todos dispostos numa mesa circular. As reuniões com a equipe eram diárias, com todos os envolvidos de pé formando um círculo. Com a maior liberdade de acessar o coordenador do projeto e se expressar, os desenvolvedores conseguiam relatar problemas encontrados com maior rapidez, além de obterem uma maior compreensão do escopo. A equipe toda trabalhava na mesma sala, com baias nas paredes, de modo a não existir um obstáculo físico, central, entre os participantes. Propositalmente, a comunicação eletrônica foi evitada, de modo a permitir uma maior compreensão das mensagens, questionando de imediato pontos obscuros. 3.5 Métodos de Comunicação Empregados Cada um dos projetos empregava um método de comunicação que refletia a influencia da linguagem não-verbal empregada durante a execução dos projetos. O projeto Gazeta Press versão três usava como método primário de comunicação o e-mail, a despeito da proximidade física dos membros da equipe. Empregando somente o texto exibido no terminal do computador, as pessoas tentavam compreender qual era a mensagem transmitida. Sem a presença da pessoa emissora da mensagem, as mensagens eram suscetíveis a diversas interpretações, mais do que outros canais fossem usados para complementar a mensagem. 78 Reuniões presenciais eram eventuais, somente ao apresentar um determinado modulo do projeto aos membros da equipe, para apresentar problemas encontrados numa entrega parcial ou para exibir para o cliente os resultados da entrega parcial. Durante o projeto Novo Gazeta Esportiva, o e-mail era usado somente para formalidades entre a equipe do projeto e o cliente, dada as dificuldades para agendar reuniões presenciais. Entre os membros da equipe, as reuniões presenciais eram diárias, com duração de no máximo meia hora, utilizando e-mail para manter o histórico do que era discutido nas reuniões. No projeto Hotsite Dia dos Namorados foi empregado o mesmo método de reuniões presenciais diárias que foi utilizado no projeto Novo Gazeta Esportiva, desta vez ampliado de modo a envolver também o cliente. Quando o cliente não podia comparecer por algum motivo, o telefone era utilizado, permitindo compreender não somente o que era dito, mas também como era dito, informação crucial para perceber a clareza das informações transmitidas entre as partes, perceber resistência por parte do cliente apareceriam num e-mail. Com essa ou outras informações que não promoção da comunicação, as partes envolvidas se sentiam incentivadas para tirar duvidas ou contribuir com mais informações. 3.6 Tempo de Desenvolvimento O projeto Gazeta Press versão três tinha o prazo inicial de seis meses, porém acabou atrasando em mais de um ano, dada a quantidade de retrabalho. O projeto Novo Gazeta Esportiva tinha o prazo inicial de seis meses, porém nas reuniões iniciais a equipe determinou que o prazo estipulado não era factível, sendo reajustado para um ano. O projeto atrasou dois meses do prazo estipulado, 79 devido à problemas externos ao projeto que influenciaram a implantação do novo sistema, obrigando a execução de uma série de reajustes no sistema. O projeto Hotsite Dia dos Namorados recebeu o prazo de uma semana, e foi entregue no prazo. Não houve retrabalho neste projeto. 3.7 Clareza do Escopo Dentro da Fundação Cásper Libero, a clareza do escopo é compreendida como a quantidade de horas dispendidas na execução de um projeto, ou mesmo um modulo do projeto, comparada com a quantidade de horas gastas com correções, retrabalhos ou completa reconstrução do elemento em questão face a aderência com a necessidade apresentada pelo cliente e face a aderência quanto a real necessidade do cliente. 3.7.1 Gazeta Press versão três O projeto Gazeta Press versão três teve o tempo de execução estimado em 1056 horas, aproximadamente seis meses. O projeto terminou gastando 2112 horas, aproximadamente doze meses, dobrando a estimativa inicial. 3.7.2 Novo Gazeta Esportiva O projeto Novo Gazeta Esportiva teve o tempo de execução estimado em 1056 horas, aproximadamente seis meses. Em reuniões com a equipe, constatou-se que o prazo não era factível, sendo a estimativa reajustada para 2112 horas, 80 aproximadamente doze meses. O projeto terminou gastando 2464 horas, aproximadamente catorze meses, dois meses além da estimativa fornecida pela equipe. 3.7.3 Hotsite Dia dos Namorados O projeto Hotsite Dia dos Namorados teve o tempo de execução limitado a 40 horas, aproximadamente uma semana útil. Em reuniões com a equipe, determinouse que não era possível entregar todos os itens solicitados pelo cliente e foi proposta uma solução alternativa para atender as necessidades do cliente. O projeto foi entregue dentro do prazo acordado entre as partes. 3.8 Quantidade de Retrabalho O projeto Gazeta Press versão três gerou trezentas e sessenta e duas ocorrências de ajustes, sendo que sessenta e quatro porcento das ocorrências eram problemas no entendimento do escopo por parte da equipe de desenvolvimento. O projeto Novo Gazeta Esportiva gerou cento e quinze ocorrências, sendo que dezessete porcento das ocorrências eram problemas no entendimento do escopo por parte da equipe de desenvolvimento. O projeto Hotsite Dia dos Namorados gerou três ocorrências, sendo que nenhuma delas era oriundo de problemas na formação ou entendimento do escopo. 81 3.9 Interpretação dos Resultados Embora diversos fatores contribuam positivamente ou negativamente para a execução bem-sucedida de um projeto, a comunicação mostra-se um fator de grande peso, desencadeando uma série de problemas durante a execução do projeto. Nos projetos onde ocorriam problemas de comunicação, o índice de retrabalho era grande, gerando desgastes tanto dentro da equipe como com o cliente. 82 4 CONCLUSÃO Observa-se que a comunicação é crucial para o sucesso de um projeto. A clareza do entendimento do escopo do projeto influencia diretamente no custo do mesmo. Pelos casos de uso aqui apresentados, observa-se que a linguagem corporal influencia não somente na compreensão da mensagem transmitida, mas também influencia os membros presentes sobre futuras comunicações, incentivando ou inibindo o trafego de novas informações. A reunião presencial faz diferença para a compreensão das mensagens do projeto, pois a reunião presencial permite que o emissor expresse mais informações, complementando a ideia que ele quer transmitir ou relevando outros fatores que devem ser levados em consideração na execução do projeto. Mesmo quando a reunião presencial não é possível, seja por falta de tempo ou pelo alto custo de trazer todos os envolvidos juntos para um mesmo lugar físico, outros métodos de comunicação como telefone ou vídeo-conferencia permitem uma maior riqueza de informações, permitindo uma melhor compreensão das necessidades do cliente. Com a melhor compreensão do escopo, o retrabalho eh reduzido drasticamente, os custos são reduzidos, no sentido que não serem necessários gastos com recursos extras ou horas extras de esforço e a relação com o cliente deixa de sofrer deterioração dados os desgastes inerentes aos quase constantes retrabalhos nos produtos do projeto, mesmo após o encerramento do projeto. Quanto mais próximas estão as pessoas no meio de comunicação empregado durante o projeto, mais informações são transmitidas, a compreensão do escopo eh melhor e maiores são as chances do projeto ser bem-sucedido. 83 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADLER, Ronald B.; TOWNE, Neil Looking Out, Looking in 10ª Edição, [s.l.] Editora Hardcourt College, 2002. ANDERSON, R.J. et al. The Social and the Cognitive in Human-Computer Interaction [s.l.] Internationa Journal of Man-Machine Studies, 1993. DAVIS, F.A. Comunicação não-verbal São Paulo, Editora Summus, 1979. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1995 OFFICE OF TECHNOLOGY ASSESSMENT, Global Communications: opportunities for trade and aid [s.l.] Diane Publishing, 1995. PEASE, Allan Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal Rio de Janeiro, Editora Sextante, 2005. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, INC Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos 3ª Edição, Book Editor, 2004. WEL, Pierre; TOMPAKOW, Roland O corpo fala 5ª Edição, Petrópolis, Editora Vozes, 2009. WIENER, Norbert Cybernetics: Or Control and Communication in the Animal and the Machine Cambridge, MIT Press, 1948. 84 6 GLOSSÁRIO Ad hoc: expressão em latim que literalmente significa “para isto”, indicando que a solução é feita sob-medida, não generalizada e provavelmente não diretamente aplicável em outra situação que não a original. Behaviorista: restrição da psicologia ao estudo objetivo dos estímulos e reações no físico, com desprezo total dos fatos relacionado á almo ou psique. Cibernética: ciência que estuda as comunicações e o sistema de controle, não só nos organismos como também nas máquinas. Extranet: é uma extensão da intranet, onde algumas porções da rede, informações ou serviços são disponibilizados para parceiros ou indivíduos que não façam parte do quadro de funcionários, mas por alguma razão é interessante para a empresa que tais indivíduos tenham acesso a algumas das informações disponibilizadas na intranet, sem ter que fornecer o acesso total à intranet. Hotsite: um sítio na intranet, com tema específico e de curta duração de publicação, em geral elaborado para data festivas ou relevantes. Intranet: uma rede de computadores, compartilhando informações e serviços relacionado ao processos internos de uma empresa. Uma intranet é acessada, por princípio, somente de dentro das instalações da empresa, por conter informações sensíveis. Micro-gestual: um movimento percebido no corpo, de amplitude mínima e de duração na ordem de micro-segundos. Por sua natureza efêmera, é atribuído à manifestações do inconsciente do ser humano. Micro-movimento: ver micro-gestual. PMBOK: Project Management Book of Knowledge. O livro publicado pelo Instituto de Gerenciamento de Projetos (PMI, na sigla em inglês), contendo as melhores práticas para gerenciamento de projetos. Retórica: conjunto de regras relativas à eloquência de um discurso. Semiótica: estudo dos signos, não limitado aos signos relacionados à linguagem, estudando imagens, gestos, vestuários, ritos, entre outros. 85 Significado: em linguística, representa uma ideia, conceito ou noção sobre algo ou alguém. Signo: em linguística, é uma entidade, composta por uma ideia ou um conceito, denominado significado, e uma imagem acústica, chamada significando. Sinergia: ato ou esforço de vários partes distintas na realização de uma função ou ação coordenada. Stakeholders: no contexto de gerenciamento de projetos, são todos os interessados, de maneira positiva ou negativa, na execução de um projeto. Um stakeholder pode ser um patrocinador, um cliente ou qualquer pessoa que de alguma forma influencia ou é influenciada pela execução ou pela entrega do projeto. Webdesigner: profissional formado com capacitação para desenhar ou conceber a parte visual de sítios da intranet ou elementos que são veiculados em alguma rede de computadores.