PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5 – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS 5.1 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.1 - Justificativas O Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos enfocará as condições ambientais dos terrenos expostos, que sofram alterações no relevo ou no sistema natural de drenagem ao longo da Faixa de Domínio (FD), áreas de apoio às obras, além das atividades que promovem estas alterações. Tais atividades resultam em alterações dos processos do meio físico, sobretudo em áreas sensíveis, que podem provocar erosões, ravinamentos, voçorocamentos, assim como instabilização de encostas e maciços, levando há cenários de degradação ambiental. Assim, o controle de processos erosivos configura-se de fundamental importância para evitar focos de degradação no contexto da execução das obras. A erosão é um processo natural que tem como agentes principais, nas regiões tropicais, a água e o vento, este especialmente nas áreas onde ocorrem solos francamente arenosos. Os processos erosivos podem ser favorecidos em razão do comprimento e forma dos gradientes, a movimentação do relevo, as características e a composição dos solos e o tipo de uso e cota do lençol freático. A erosão acontece, principalmente, através de escoamento superficial concentrado, provocando o aparecimento de sulcos e ravinas nas encostas mais inclinadas, onde podem ocorrer, também, deslizamentos de terra (quedas de barreiras). Os processos erosivos também são frequentemente acelerados pelas ações humanas, tanto nos casos em que eles suprimem, ou tornam mais ralas, as coberturas dos terrenos pela vegetação, como nas alterações que introduz na topografia, seja pela construção de obras e benfeitorias, seja pela 202 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS extração de materiais de construção. Estas modificações, associadas à necessária conformação do terreno para lhe dar um aproveitamento impossível nas condições naturais, alteram as características da formação dos caudais e provocam impactos que podem ser agravados em determinados locais, dependendo da conjunção do trio: drenagem - declividade e composição do solo - cobertura pela vegetação, e a resistência que apresentam contra a chuva e o fluxo da água em superfície. Este subprograma, esta diretamente, relacionado com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, onde será apresentado nos Subprogramas de Passivos Ambientais e Subprograma de Plantio Compensatório. 5.1.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.2.1 - Objetivo Geral Este Subprograma tem por objetivo estabelecer e padronizar os projetos das obras preventivas e corretivas destinadas a promover o controle da água superficial e profunda, visando evitar os processos erosivos que podem ocorrer a partir da instalação da ferrovia, bem como estabelecer as rotinas de ações destinadas a evitar problemas de instabilização de encostas e maciços, enfocando as áreas de taludes de contenção e aterros, as áreas de extração de materiais de construção e bota-foras, áreas de canteiros de obras e de caminhos de serviço, dentre outras, que pelo manejo inadequado, o subdimensionamento da drenagem superficial, ou chuvas intensas que superem a chuva de projeto, acarretem riscos ao empreendimento. 5.1.2.2 - Objetivos Específicos Os objetivos específicos desta Norma são os seguintes: • Estabelecer projetos padronizados para a drenagem superficial e profunda associada com a proteção contra a ação erosiva das águas em superfície, 203 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS incluindo aquelas captadas pela drenagem profunda (captação do lençol freático), indicando os critérios técnicos para seleção dos métodos de cálculo de velocidades e vazões, permitindo a seleção dos projetos generalizações. a aplicar caso a caso quando passíveis de • Estabelecer um elenco de ações corretivas destinadas a promover o controle dos processos erosivos instalados e decorrentes da obra, bem como evitar problemas de instabilização de encostas e maciços de terra. • Estabelecer uma rotina de inspeções periódicas voltadas a detectar o mais cedo possível os processos erosivos, evitando que se instalem (caráter preventivo) ou que evoluam para uma situação desastrosa. Dentre os elementos preventivos, destacam-se como componentes dos objetivos específicos: • Monitorar e acompanhar os processos de recomposição das áreas até a reconformação do terreno e o reestabelecimento da vegetação; • Estabelecer um sistema de inspeção e acompanhamento da evolução das condições ambientais do empreendimento; • Estabelecer ou reestabelecer a cobertura vegetal nas superfícies expostas. 5.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS A Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto Nº 99.274/90, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em seu Art. 4º, afirma que a Política 204 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Nacional do Meio Ambiente visará: ...VII - (..) obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. O Decreto Nº 97.632, de 10 de abril de 1989, que dispõe sobre a regulamentação do artigo 2º, inciso VIII, da Lei Nº 6.938, determina: Art. 1º - Os empreendimentos que se destinem à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente um plano de recuperação de áreas degradadas. Em seu Art. 2º, o mesmo decreto define o conceito de degradação: (...) são considerados como degradação os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. Por fim, em seu Art. 3º, o decreto estabelece a finalidade dos PRAD: “A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.” Lei de 10.711 de 05 de agosto de 2003 e Decreto nº 5.153 de 23 de julho de 2004, que institui e regulamenta o Sistema Nacional de Sementes e Mudas – SNSM. Considear a NBR 9061 sobre segurança de escavações a céu aberto e a NBR 11682 sobre estabilidade de encostas. Instrução Normativa nº 09 de 02 de junho de 2005, da Superintendência Federal de Agricultura – SEFAG, que estabelece o Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM. Resolução CONAMA 303/2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APPs. 205 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS VALEC. Norma ambiental nº 19 da VALEC (NAVAs) - DRENAGEM SUPERFICIAL E PROTEÇÃO CONTRA EROSÃO, Rio de Janeiro, 2010 5.1.4 - DIRETRIZES 5.1.4.1 - Orientação Os processos erosivos tendem a ser intensificados e favorecidos na medida em que ocorrem o uso e a ocupação humana. O mesmo sucede com a implantação de obras com insuficiência de medidas preventivas e/ou de conservação periodicamente necessárias. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento identifica impactos potenciais associados à erosão e ao assoreamento, especialmente nos terrenos expostos em virtude das obras, cuja execução sempre ocasiona alterações no relevo e na configuração natural das drenagens. Entre os agentes impactantes se destacam: • Supressão da vegetação para execução de cortes e aterros, bueiros, galerias e pontes; e obtenção de materiais de construção e caminhos de serviço; • Modificação na topografia, construindo taludes com declividades muito superiores à declividade natural; • Disposição de bota-foras; • Disposição final de resíduos; • Modificação da posição de talvegues, aumentando (erosões potenciais) ou diminuindo a velocidade das águas (assoreamentos potenciais). Tais riscos justificam a implantação do Programa de Prevenção Erosão e Assoreamento, com vistas a evitar danos aos solos, ao sistema hidrográfico, aos mananciais, aos ecossistemas e consequentemente aos seres humanos. 206 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS O controle e a minimização dos danos causados por processos erosivos devem considerar o correto dimensionamento do sistema de drenagem, a implantação e a conclusão de todas as obras de arte correntes – OAC, as obras de terraplanagem, obras de drenagem superficial e dos sistemas de drenagem. Além da implantação das Obras de arte correntes – OAC e as obras de drenagem superficial, a responsável em executar as obras deve prever a compactação do solo suficientemente para evitar os escorregamento e sustentar o desenvolvimento da cobertura vegetal dos aterros, áreas de deposição de material e demais movimentações de solo. O processo de gestão das atividades deve identificar, em cada lote de obras, os elementos caracterizadores do clima da região, do elevo, dos solos e da vegetação. É da análise destes elementos que se identificam as principais causas geradoras ou intensificadoras dos processos erosivos, descritos a seguir: Chuva - No tocante ao elemento do clima a precipitação pluviométrica atua na aceleração da erosão, com maiores ou menores consequências, que dependem da sua distribuição, duração e intensidade. A chuva atua por desagregação do solo, causado pelo impacto das gotas no terreno descoberto e, a seguir, pelo carreamento dos grãos pela correnteza (runoff). Ao instalar sistemas de drenagem superficial para controlar as águas que precipitam sobre a via permanente, a água que, antes, escoava de modo disseminado pela superfície do terreno, muitas vezes com seu fluxo retido pela vegetação, passa a ser conduzida por sarjetas, valetas, banquetas, bueiros e outros dispositivos, concentrando os caudais e aumentando as suas velocidades, com energia suficiente, para gerar processos erosivos destruidores se, não forem adequadamente controlados. Relevo - As características do relevo estão diretamente associadas à ocorrência e a potência dos processos erosivos. Maiores velocidades de runoff podem ser esperados em relevos mais acidentados do que em relevos suaves, e quanto maior a velocidade da água, maior a disponibilidade de energia para desagregar os solos e transportar os grãos. Neste caso, os trabalhos de 207 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS terraplenagem para nivelar as plataformas das vias permanentes sempre criam taludes de contenção e aterros bem mais íngremes do que os taludes naturais, na forma de cortes e aterros, fator que aumenta os processos erosivos. Solo - A natureza dos solos constitui um dos principais fatores indicativos da suscetibilidade dos terrenos à erosão. Quanto mais arenosa a textura do solo, menor o grau de coesão de suas partículas e maior o potencial de instalação e desenvolvimento de processos erosivos, comparativamente aos solos argilosos. Esses processos apresentam-se fundamentalmente associados a deficiências do sistema de drenagem e da proteção vegetal. Vegetação - A cobertura vegetal exerce importante papel na estabilidade dos solos frente à erosão, oferecendo proteção contra o impacto direto das gotas de chuva (reduzindo a potencial desagregação) e impondo barreiras ao deslocamento da água, diminuindo a velocidade do runoff. Destaca-se que, em áreas com grande declividade, a proteção será mais efetiva quando a vegetação fornece sistemas radiculares profundos. O projeto de drenagem superficial, com a condução segura das águas captadas em superfície e/ou em profundidade a locais de deságue seguro, e dos revestimentos de taludes e de plataformas, são um dos mais importantes projetos de proteção do capital investido na construção da infraestrutura ferroviária. A erosão da base de um talude, causando um escorregamento, ou mesmo a erosão profunda da plataforma atingindo os trilhos, pode causar prejuízos incalculáveis, pois à necessidade de correção soma-se a perda pela interrupção do tráfego. Por outro lado, a erosão resulta em assoreamentos à jusante (próximos ou longínquos) que podem representar mudanças significativas no meio ambiente - especialmente em várzeas e corpos hídricos compondo passivos ambientais de difícil mitigação. Como conseqüência, torna-se necessário estabelecer padrões mínimos seguros de projetos de controle da erosão derivada do escoamento superficial (“runoff”) aplicáveis nos casos passíveis de generalização, excetuando assim, evidentemente, os casos especiais, que devem ser objeto de projetos particulares aplicados especificamente em locais pré-selecionados. 208 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Após a conclusão do sistema de drenagem e a reconformação mecânica dos taludes, ADME, bermas e outras, deverão ser realizadas a revegetação das mesmas. Terraplanagem - Nos serviços de terraplanagem das áreas destinadas às instalações dos acampamentos e das instalações de apoio deverão ser observadas as especificações de obras estabelecidas pela VALEC para os caminhos de serviço e vias de acesso. Também os acessos internos de circulação entre os diversos elementos dos acampamentos e instalações de apoio deverão ser mantidos em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização, até o encerramento da obra. Para proteger as plataformas onde serão construídas as instalações da empreiteira, devem ser tomados cuidados especiais na execução de desembocaduras do sistema de drenagem nos talvegues, por meio da proteção dos taludes e perfeita interface das obras de arte com o terreno natural, evitando erosão e/ou solapamento das estruturas. Deverá ser garantida a não ocorrência de erosão ou transporte de sedimentos para os talvegues receptores. Além disso, a drenagem dos canteiros e instalações deverá prever estruturas que comportem o tráfego de máquinas e equipamentos pesados durante todo o período da construção. Em todas as áreas onde forem realizadas obras de terraplanagem e que devam ser objeto de futura recuperação (tais como: acampamentos, áreas de empréstimos e de bota-fora, etc.), será necessário prever a remoção, transporte e apropriado armazenamento, em separado e visando a futura reutilização do material retirado, que corresponda à camada fértil do terreno. O contratado será responsável pela manutenção das características do material até o momento do reaproveitamento. Para a rápida e eficiente recuperação ambiental das áreas que houver revolvimento de solos, as ações de implantação do sistema de drenagem, reconformação e revegetação devem ser realizadas concomitantemente a execução da terraplanagem. 209 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Limpeza e Preparo do Terreno - A limpeza e o preparo do terreno consistirão na remoção de todo material de origem orgânica presente na área de implantação das obras, áreas de empréstimo e outras que se fizerem necessárias. O preparo do terreno incluirá o desmatamento, o destocamento e a raspagem da camada vegetal (limpeza), até superfície livre de materiais indesejáveis, ou até o limite determinado pela equipe de fiscalização. É vedado o uso de agrotóxicos (herbicidas, desfolhantes, ou outros) em qualquer das tarefas de preparo do terreno. Antes de iniciar o processo de desmatamento a empreiteira deverá executar os procedimentos do Subprograma de Salvamento da Flora e Produção de Mudas em Viveiros. O material passível de multiplicação deverá ser encaminhado ao viveiro, construído e operado segundo indicado no referido subprograma. Como a etapa de desmatamento é aquela em que ocorrem encontros com a fauna em maior densidade, os envolvidos na atividade devem receber instruções específicas para demandar os serviços da equipe encarregada da execução do Subprograma de Salvamento da Fauna. Caso seja necessário transplantar indivíduos vegetais singulares (principalmente epífitas), a tarefa será realizada com base no Subprograma de Transplante de Espécimes da Flora. Deverão ser tomadas todas as providências para a preservação da paisagem natural, limitando-se o desmatamento às áreas estritamente necessárias à execução das obras e movimentação de veículos e máquinas, adotando técnicas que minimizem os impactos ambientais. A limitação do desmatamento deverá corresponder ao mínimo necessário para as obras em todas as áreas recobertas por matas ciliares (que são áreas de preservação permanente Os materiais oriundos da operação de limpeza e destocamento deverão ser removidos para as áreas de bota-fora e ali dispostos de modo a evitar a erosão. Posteriormente, se forem necessários, deverão ser passíveis de serem retomados para uso na recuperação de áreas degradadas, em conformidade com o Subprograma de Recuperação de Áreas Degradadas. Em hipótese alguma esses materiais serão lançados em rios, baixadas ou reservatórios, 210 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS sendo vedada também a eliminação destes materiais pelo fogo (Resolução CONAMA 020/86 e Decreto 2661/98). As áreas desmatadas, e/ou raspadas, e/ou limpas da vegetação que deixem o solo exposto deverão ser rapidamente revegetadas ou protegidas para minimizar a erosão durante todo o período das obras. Após o uso, fazendo parte da desmobilização, a área degradada será recuperada e mantida até que seja garantida a funcionalidade da recuperação. Caminhos de Serviço e Vias de Acesso Sempre que possível os caminhos de serviço e vias de acesso deverão evitar traçados que resultem na necessidade de desmatamento. Esta mesma regra deverá ser respeitada na seleção de áreas para acampamentos e para instalações industriais de apoio. Qualquer execução de nova via de acesso ou modificação de vias existentes deverá ser acompanhada de obras de drenagem suficientes para garantir a não ocorrência de processos erosivos. Todos os taludes produzidos por corte ou aterro deverão ser drenados através de canaletas, com utilização de degraus e caixas de dissipação de energia, onde necessário. • Caso as vias de acesso, ou os caminhos de serviço, exigirem a remodelação de pontes e a transposição de cursos de água em geral, tais obras deverão ser realizadas com base no dimensionamento da vazão na seção em questão, e as obras realizadas deverão garantir o livre escoamento das águas. • Nos casos em que o nível do lençol freático possa comprometer o suporte do leito da estrada, o lençol deverá ser rebaixado mediante drenagem subterrânea, por drenos interceptantes. 211 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Toda obra situada em áreas alagáveis ou sujeitas a inundações deverá receber proteção adequada através de revestimentos, enrocamento ou providências similares, garantindo sua estabilidade e evitando erosão. • Qualquer via de acesso, trilha ou caminho de serviço deverão ser executados preferencialmente com as condições técnicas necessárias para atender a finalidade específica a que se destina no apoio à execução das obras. No entanto, essas vias poderão ser compartilhadas, inclusive e se necessário reprojetadas, mediante acordo, como medida compensatória às comunidades que, eventualmente, sejam diretamente afetadas, bastando que sejam atendidas as medidas de segurança pertinentes. • Todas as precauções e estruturas necessárias ao controle e segurança do uso das vias e caminhos de serviço deverão ser executadas e previstas nos quantitativos da obra. • O projeto vertical e horizontal das vias deve ser regido pela mínima interferência com o meio ambiente, buscando facilitar a execução da drenagem e garantindo a não ocorrência de processos erosivos ou realizando desmatamentos excessivos ou desnecessários (Lei 7803/89 e MPV 2080). • As vias e caminhos de serviço deverão, tanto quanto possível, acompanhar as curvas de nível transpondo-as de forma suave, onde necessário. Nos casos em que não seja possível evitar rampas acentuadas, deverá ser previsto revestimento com pedra e/ou cascalho (revestimento primário), facilitando o tráfego e evitando erosão. Áreas de Empréstimo e de Bota-fora - Os serviços de terraplenagem para instalação e extração de solos de áreas de empréstimo também devem ser planejados visando, ao longo de sua utilização, evitar processos erosivos. Na exploração e controle dessas áreas deverão ser adotadas, obrigatoriamente, técnicas que envolvam a obtenção de declividades suaves, a execução de terraceamento entre bancadas no caso de 212 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS escavação de taludes altos e a revegetação dos taludes após a conclusão dos serviços. Todos os taludes gerados em áreas de empréstimo ou de bota-fora deverão ser protegidos contra a ação erosiva das águas pluviais, até que tais áreas sejam recuperadas em sua forma definitiva. Poderão ser utilizadas estruturas simples, adequadas a instalações temporárias, devendo-se, entretanto tomar as providências necessárias para evitar o carreamento de material para os cursos d’água e talvegues próximos. Nas áreas de bota-fora deverão ser espalhado e compactado todo o material escavado e não utilizado. Separadamente deverá ser estocado o material proveniente da camada superficial, rica em matéria orgânica, que deve ser reutilizado na recomposição das áreas alteradas. Drenagem das Águas Superficiais - deverá ser executada para evitar os riscos de carreamento dos solos expostos durante as épocas de construção e, após, de desmobilização. Todos os pontos de descarga das sarjetas e valetas no terreno natural deverão receber proteção contra erosão, através da disposição de brita, grama ou caixas de dissipação de energia. Nos casos em que houver risco de transporte de sedimentos, deverão ser previstas caixas de deposição de sólidos, as quais deverão receber manutenção periódica. Os projetos dos sistemas de drenagem superficial e profunda e o de proteção contra erosão deverão seguir os ditames do Subprograma de Drenagem e Proteção contra Erosão, observando: • Quando a declividade for muito acentuada, as canaletas deverão ser construídas na forma de escadas, com caixas de dissipação de energia intermediárias sempre que necessário; • Em nenhuma hipótese se admitirá a interligação dos sistemas de drenagem de águas pluviais com sistemas de esgotamento sanitário, que deverão estar contemplados por sistemas próprios. (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96); 213 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Independentemente da exigência de sistema separador, a rede de drenagem deverá dispor de caixas separadoras de óleo e graxa, em pontos estratégicos do sistema, antes da disposição final, de modo a recolher e separar águas provenientes da lavagem de máquinas e veículos. (Resolução CONAMA 09/93; Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96). 5.1.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO O empreendedor deverá utilizar as mais eficientes técnicas construtivas, e que provoque a menor intervenção possível nos recursos naturais. Os processos erosivos excepcionalmente identificados, que fujam do controle proposto pelo projeto de engenharia devem ser controlados por outras técnicas, entre as quais a utilização de bacias de contenção, enleiramentos, murunduns, entre outras. A equipe técnica deve ser composta ao mínimo por um profissional da área de engenharia civil/agronomia. A partir das linhas de ação estabelecidas deverão ser desenvolvidas as atividades relacionadas a seguir, associadas às etapas do empreendimento: • Seleção da equipe técnica para realização do Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos. • Orientação da equipe do Subprograma com relação aos aspectos referentes à obra, relacionados, com os projetos, básico e executivo, detalhes da conservação do meio ambiente, assoreamentos, cortes, aterros, bota-fora, cascalheiras e topografia. • Sistematização, junto com o empreendedor, das informações sobre as frentes de obras, dos cronogramas e dos prazos de execução, explicitando as áreas e ou pontos diretamente relacionados ao Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos. 214 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Definição, junto com a Equipe de Gestão Ambiental da Obra, das estratégias comuns entre este Subprograma e os outros Programas Ambientais. • Definição, junto com a equipe de Gestão Ambiental da Obra, das áreas prioritárias para desenvolvimento das ações relacionadas com a implantação das obras de drenagem superficial e de proteção contra erosão, com base nas informações de caracterização do clima, relevo, solos, geotecnia e hidrologia, bem como nos projetos de engenharia dos cortes e aterros. • Após realizar as tarefas previstas nos procedimentos antes relatados, a equipe responsável pela execução do Subprograma de Drenagem Superficial e Proteção Contra Erosão, deverá revisar o Plano de Trabalho existente, a fim de ajustá-lo à realidade local (por lote de obras), levando em conta o cronograma de investimentos e o cronograma das atividades aprovado pelo empreendedor. • Definição, elaboração e padronização de projetos de drenagem superficial e profunda associada com a proteção contra a ação erosiva das águas em superfície. • Indicação dos critérios técnicos para seleção dos métodos de cálculo de velocidades e vazões para melhor adequação dos projetos padronizados com as características do empreendimento, a fim de obter segurança e eficiência da drenagem superficial e profunda. • Listagem das ações de intervenção corretiva ou preventiva contra processos erosivos e problemas de instabilização em taludes de contenção, aterros e maciços de solos. • Instalação dos dispositivos de drenagem superficial e profunda, e de controle de erosão. 215 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Sistematização de procedimentos para acompanhamento da implantação das ações corretivas e monitoramento dos processos erosivos de modo a confirmar a eficiência das intervenções bem como antecipar correções em áreas com início de processo erosivo e corrigir áreas aonde um processo de contenção de erosão não foi eficiente. • Recomposição da vegetação nas áreas sujeitas a processos erosivos com superfície expostas as águas superficiais. 5.1.6 - MÉTODOS 5.1.6.1 - Dimensionamento de Drenagem Superficial Aqui se trata do dimensionamento de dispositivos capazes de captar e conduzir adequadamente as águas superficiais de modo a preservar a estrutura da via, bem como possibilitar sua operação durante a incidência de precipitações intensas. Desta forma, os dimensionamentos a serem obtidos devem abordar, basicamente, o dimensionamento dos seguintes dispositivos: sarjetas de aterro, valetas de proteção para cortes e aterros, sarjetas de corte e sarjeta das banquetas de corte e aterro. 5.1.6.2 - Dimensionamento de Obras de Arte Correntes Os projetos de obras de arte correntes tratam especificamente de bueiros que, dependendo da sua localização ou finalidade, são denominados de bueiro de grota ou bueiro de greide. Os bueiros de grota são condutos destinados à passagem de um lado para o outro, sob o corpo do aterro, das águas provenientes da bacia hidrográfica cujo talvegue cruza a ferrovia. Já os bueiros de greide são dispositivos destinados a conduzir para local seguro, as águas coletadas pela sarjeta de corte ou outro dispositivo de drenagem superficial. Os bueiros devem ser dimensionados adotando-se o conceito de vazão crítica, para uma descarga calculada para um período de retorno de 216 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 25 anos e verificada a altura da carga hidráulica a montante, para uma descarga calculada para um período de retorno de 50 anos. 5.1.6.3 - Dimensionamento de Descidas D’água Serão utilizadas em cortes e aterros, sendo que nos cortes serão sempre em degraus, dimensionadas de acordo com a geometria do corte e a vazão contribuinte. Nos aterros terão como finalidade principal o esgotamento das águas da plataforma, coletadas pela sarjeta de bordo do aterro e poderão ser em degraus ou lisas (rápidos). 5.1.6.4 - Revegetação A revegetação é um processo de proteção vegetal que consiste na utilização de vegetais diversos com o fim de preservar áreas expostas (taludes, áreas de empréstimos, banquetas, descidas d'água, sarjetas, etc.), dando-lhes condições de resistência à erosão. A proteção vegetal deverá ser realizada de acordo com a Especificação Técnica para Revestimento Vegetal 80-ES00F-14-7004 e, no que couber, deve ser complementada pelo uso das Normas Ambientais da VALEC. De acordo com a exigência expressa nas licenças ambientais, as áreas cujas obras foram concluídas ou paralisadas não devem permanecer sem o lançamento da cobertura vegetal inicial, nos seguintes períodos: (i) 15 (quinze) dias no período chuvoso (novembro a abril) e (ii) 60 (sessenta) dias no período seco (maio a outubro). Os processos a serem empregados no revestimento vegetal de taludes, sarjetas, valetas áreas onde se pretenda obter efeitos paisagísticos, deverão ser: • Mudas. Processo manual empregado nos casos de terrenos planos ou de pouca declividade; 217 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Hidrossemeadura. Este processo mecânico poderá ser aplicado em qualquer tipo de terreno, desde que convenientemente preparado. Consiste na aplicação de uma mistura de sementes, adubos, material de enchimento, substâncias adesivas, em água e lançados na superfície da área, com a finalidade de pronto restabelecimento da vegetação. Deverão ser pesquisados os tipos e jazidas dos materiais que tecnicamente atendam as exigências de adaptabilidade à região, tais como: • Placas. As placas de grama deverão ter dimensões uniformes, com formatos retangulares ou quadrados. • Mudas. As mudas deverão apresentar ótimo desenvolvimento e aspecto fitossanitário a fim de garantir o pegamento das mesmas. Deverão também ser produzidas em áreas próprias e próximas dos pontos de trabalho. • Sementes. Serão utilizadas sementes de espécies de gramíneas e leguminosas, sempre consorciadas. Poderão ser utilizadas espécies de gramíneas e leguminosas perfeitamente adaptadas à região, tendo como principais características o forte enraizamento e excelente desenvolvimento de suas partes aéreas. Para as sementes haverá necessidade de apresentação de certificado garantido à pureza e poder germinativo, cujos percentuais nunca poderão ser inferiores a 92%. As sementes das leguminosas serão inoculadas com bactérias do gênero Rhizobium. Sempre que possível, deverão ser utilizadas preferencialmente espécies nativas. • Matéria Orgânica. Deverá ser utilizado de preferência o resíduo vegetal proveniente da limpeza da faixa estradal. Podendo ser utilizado ainda 218 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS à turfa, o esterco de curral, ou ainda qualquer resíduo orgânico, desde que bem curtidos, a fim de não prejudicarem o desenvolvimento das gramíneas. Deve-se priorizar a reutilização da camada superficial do solo (horizonte A), que foi movimentada durante os trabalhos de escavação e movimentação de solo. Este material possui fertilidade natural elevada e contém um banco natural de sementes nativas. Esse materialdeverá ser aramazenado em montes ou leiras protegidas das intempéries climáticas. Posteriormente, esta camada de solo deverá ser utilizada na recompasição das áreas alteradas, como, nas saias de aterros, cortes, pulmão de britas entre outras áreas. O solo da camada superficial (horizonte A), deverá ser aramazenad separadamente e protegido da ação das chuvas. Posteriormente, este solo deverá ser utilizado na recuperação das áreas alteradas pelas obras, considerando a sua fertilidade natural e o “banco de sementes” existente neste horizonte. • Material Protetor ou de Cobertura. Estes materiais destinam-se a proteger as sementes contra os raios solares e aumentam o poder de retenção da umidade. Para a formação de cobertura morta serão empregados papelões triturados, jornais triturados, detritos vegetais e casca de cereais. • Fertilizantes e Corretivos. Deverá ser apresentado o certificado de procedência, com todas as informações de origem, formulação química, pureza e compatibilidade dos fertilizantes e corretivos. • Defensivos. Será obrigatório o emprego de produtos de comprovado efeito, sempre de baixa toxidez e boa compatibilidade no combate e controle às pragas e doenças ou ainda preventivamente. 219 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Análise do Solo. A análise do solo poderá ser realizada durante a execução dos trabalhos de terraplenagem, a fim de estabelecer os quantitativos mínimos de macro e microelementos, bem como a determinação do PH do solo para conhecer a necessidade ou não de efetuar-se a calagem. No caso de solo com PH ácido serão utilizados como fonte reguladora de acidez o calcário dolomítico e cal hidratada, bem fina, cujos quantitativos serão determinados em conformidade com os resultados das análises. 5.1.7 - EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE REVEGETAÇÃO • Mudas. Antes do plantio das mudas, alguns cuidados deverão ser observados como: correção dos pontos erodidos, além da regularização de toda a área e espalhamento da matéria orgânica. 5.1.8 - EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE REVEGETAÇÃO POR HIDROSSEMEADURA • Utilização de Sementes. Nos trabalhos de hidrossemeadura serão utilizadas, as espécies gramíneas Hiparrhenia rufa, Brachiaria decumbes, Melinis minutiflora, Cynodon dactylon, como material obrigatório, misturadas, aplicando-se no mínimo, a um só momento, duas espécies, pois além de se completarem em desenvolvimento radicular e aéreo, são espécies perenes. As espécies gramíneas Lolium perene e Festuca rubra utilizadas em hidrossemeadura como material acessório, isto é, espécies que não apresentarão excelente desenvolvimento por não estarem em seu meio ótimo, mas que por apresentarem germinação muito rápida (3 dias) darão condições de retenção de toda mistura lançada nas áreas degradadas, e através desta retenção, permitirá a germinação das outras espécies, o que ocorrerá no prazo mínimo de sete dias. A execução do plantio das espécies leguminosas consorciadas às gramíneas será feita tendo em vista o tamanho das sementes, podendo ser utilizada uma ou mais espécies das relacionadas. As espécies cujas sementes apresentarem tamanho reduzido, poderão ser introduzidas, concomitantemente às gramíneas, sendo que, as que apresentarem de forma inversa, deverão ser plantadas anteriormente à aplicação da 220 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS hidrossemeadura, já que a outra causará problemas de entupimento das bombas de hidrossemeadura. • Preparo da área. O preparo da área consiste na melhoria de suas condições através de trabalhos de regularização de sulcos e erosões pronunciadas das superfícies, para posteriores aplicações de corretivos de solos, de matéria orgânica, plantio de leguminosas de tamanho grande e por fim a hidrossemeadura propriamente dita; condições para que as mesmas não venham a inibir a germinação e o desenvolvimento das gramíneas e leguminosas. • Testes de Adaptabilidade. Antes da escolha definitiva das espécies a serem utilizadas, deverão ser utilizados testes de campo que permitam uma avaliação do grau de adaptabilidade destas espécies às condições ecológicas da região, (quaisquer que sejam as espécies selecionadas). Tais testes deverão ser objeto de um cuidadoso planejamento, os quais deverão ser posteriormente submetidos, à apreciação da equipe de Gestão Ambiental do empreendimento. 5.1.8.1 - Acompanhamento e Avaliação do Processo de Revegetação Deverão ser realizadas ações de manutenção e de correção das soluções implantadas, sempre que necessário. Além disso, para o registro sistemático e avaliação do custo-efetividade das soluções projetadas, serão realizados registros fotográficos semanais e descrição mensal dos resultados obtidos, até um ano após a conclusão das obras. Como informação adicional para a avaliação do custo efetividade será considerado o resultado de análises dos solos onde foram instaladas as soluções, pelo menos granulometria, teor de umidade, limites de consistência e fertilidade. 221 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.9 - CRONOGRAMA Este subprograma deve ser executado durante toda a vida útil da FIOL, desde a fase de projeto até a de conservação da via permanente, quando os processos erosivos serão gerenciados e recuperados como tarefa de conservação de rotina e como passivos ambientais segundo o Subprograma de Recuperação de Áreas Degradadas e o Programa de Recuperação de Passivos Ambientais. 5.1.10 – RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é a responsável pela execução do presente Subprograma. A VALEC, só ou em conjunto com CONSULTORAS especificamente contratados, é responsável pelas ordens de serviço que indicam os locais e as quantidades em que deverão ser construídos ou implantados os projetos padrão. A VALEC, só ou em conjunto com CONSULTORAS especificamente contratadas, realizará a fiscalização dos serviços e obras, verificando a localização do trabalho realizado pelas CONSTRUTORAS e sua adequação quanto à qualidade e a quantidade dos dispositivos. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental dos Estados. IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97 e, assim, pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e qualitativo. 222 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Empreiteiras Contratadas. O contratado é responsável, perante a legislação ambiental aplicável, por todas as obras e instalações de apoio que estiver realizando e utilizando, bem como pelas conseqüências legais das omissões e/ou das ações empreendidas pelos seus empregados, prepostos e subempreiteiros. Neste sentido, o contratado deverá eximir judicialmente a VALEC e seus dirigentes, prepostos e empregados da responsabilidade por tais omissões e/ou ações. A inobservância e/ou a não exigência da aplicação destas especificações por parte da fiscalização da VALEC não exime a contratada da responsabilidade pelas suas ações e omissões. É de responsabilidade da contratada a obtenção das licenças ambientais de instalação e de operação de acampamentos e de instalações de apoio, bem como das permissões para extração de materiais naturais de construção (pedreiras, cascalheiras, portos de areia, etc.) e de desmatamento, quando estiverem fora da faixa de domínio da FIOL. Tais licenças devem ser obtidas previamente pela contratada junto aos órgãos ambientais competentes, antes de qualquer atividade construtiva. A não apresentação destas licenças formalmente para a fiscalização impossibilitará a medição e o pagamento dos serviços realizados 5.1.11 - INTER-RELAÇÃO ENTRE PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS Os programas e subprogramas que estão correlacionados com este Subprograma são: Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, Subprograma de Passivos Ambientais; Subprograma de Gerenciamento de Resíduos; Programa de Proteção da Flora (Resgate da Flora, Produção de Mudas em Viveiros, Minimização de Desmatamentos e Plantio Compensatório) e Subprograma de Monitoramento e Controle da Qualidade da Água. 5.1.12 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos 223 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS funcionários e processos, promovendo o crescimento aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. e Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considera-se a definição do termo de que eficiência, diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considera-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como metas: · Conservar 100% os caminhos de serviço, acessos e drenagens, para evitar a instalação de processos erosivos; · Instalar dispositivos de drenagem da água pluvial dotados de controle de processos erosivos em 100% das zonas com relevo movimentado e ocorrência de solos suscetíveis à erosão; 224 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS · Construir 100% os taludes de acordo com as diretrizes das normas brasileiras e da VALEC, respeitando a inclinação das encostas, as características dos solos e do substrato rochoso; · Compor ou recompor 100% das áreas expostas com vegetação de modo a protegê-las da ação erosiva das águas superficiais. Para avaliação da implantação do Programa são considerados os seguintes indicadores: • Registro (ficha de monitoramento) de escoamento superficial nas calhas de drenagem sem ocorrência de transbordamento; • Registro (ficha de monitoramento) da estabilidade dos processos (destacamento e arraste de solo ou material inerte), pelas águas das chuvas, nos taludes de contenção e aterros; • Registro (quantidade e conteúdo) das áreas recompostas por vegetação; • Registro (ficha de monitoramento) da eficiência das bacias de dissipação; • Registros (ficha de monitoramento) de taludes de contenção e aterros estabilizados; • Registro (quantidade e conteúdo) dos focos de erosão combatidos. O levantamento dos locais com processos erosivos existentes, assoreamentos e potenciais de ocorrência deve ser transcrito conforme a 225 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Tabela 25, indicando o km ferroviário ou a coordenada geográfica, a descrição da situação encontrada, a classificação, a data da medição e as medidas específicas para cada ponto: Tabela 25: Levantamento dos Locais com Processos Erosivos Existentes, Assoreamentos e Potenciais de Ocorrência Km/Coordenadas Geográficas Descrição da Situação Data Medidas Específicas Devem ser descritas as metodologias do levantamento e da classificação dos processos erosivos e assoreamentos, bem como a periodicidade deste levantamento. Devem ser apresentados os modelos da disposição das medidas preventivas e corretivas adotadas. Todos os locais considerados mais críticos ou graves do ponto de vista ambiental, devem ser plotados em imagens de satélite. As estruturas implantadas no trecho devem ser apresentadas conforme a Tabela 26, indicando, a quantidade de bacias de contenção implantadas, a quantidade linear de canaletas definitivas, a quantidade de obras de arte, área de taludes com corte e aterros, áreas já hidrossemeadas e a extensão total dos caminhos de serviço. 226 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Tabela 26: Resumo das Estruturas Implantadas no Trecho Quantidad e de Bacias de Contenção Quantidad e Linear de Canaletas Definitivas (m) Quantidad e de Obras de Arte Área de Talude s com Corte e Aterro Área já Hidrossemead a Extensão Total dos Caminho s de Serviço A composição da hidrossemeadura deve ser descrita para cada ponto em que foi utilizada. As medidas corretivas e mitigadoras adotadas para cada não conformidade devem ser apresentadas conforme a Tabela 27. Tabela 27: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas Medidas Objetivo Específico 227 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS CEDERGREN, H. R. - SEEPAGE, DRAINAGE, AND FLOW NETS. JOHN WILEY & SONS. INC. U.S.A., 1967. CHOW, W. T. - HANDBOOK OF APPLIED HYDROLOGY. MCGRAW-HILL, 1975. DER - MANUAL DO PROJETO, PARTE III - ANEL RODOVIÁRIO DE SÃO PAULO. DNER – MANUAL DE DRENAGEM DE RODOVIAS -1990 - TOMO III - PÁGS 303 A 342 E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. DNIT - MANUAL DE DRENAGEM DE RODOVIAS. RIO DE JANEIRO, 2006. LOPES, M. “GEOTÊXTEIS EM VIAS DE COMUNICAÇÃO”. LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL, ITG 25, LISBOA, 1997. LORENA, M. “DRENAGEM TRANSVERSAL E LONGITUDINAL DE CAMINHOS DE FERRO - MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO NORTE”. COBA, 1990. MARTINS, F. “DIMENSIONAMENTO HIDROLÓGICO E HIDRÁULICO DE PASSAGENS INFERIORES RODOVIÁRIAS PARA ÁGUAS PLUVIAIS”. DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA F. C. T. DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, MARÇO DE 2000. MOULTON, L. K. - HIGHWAY SUBDRAINAGE DESIGN - REPORT FHWA - TS 80 - 224. U.S. DEPARTMENT OF TRANSPORTATION, 1980. NATIONAL HIGHWAY INSTITUTE. PAVEMENT SUBSURFACE DRAINAGE DESIGN - COURSE NHI 13126. FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION, 1998. SOUSA, E.; MONTEIRO, A. “DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL E IMPLANTAÇÃO DE COLECTORES”. INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO, LISBOA, PORTUGAL1990. VALEC/CONCREMAT - PROJETO DE ENGENHARIA DA FERROVIA NORTESUL, 2004. VALEC - SUPRO - ESPECIFICAÇÕES GERAIS PARA O PROJETO DE DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES - 80.EG.000F.10.7001 - ITEM 3.2. ESTUDO DE REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO, 2005. VALEC. Norma ambiental nº 19 da VALEC (NAVAs) - DRENAGEM SUPERFICIAL E PROTEÇÃO CONTRA EROSÃO, Rio de Janeiro, 2010 228 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS VERTEMATTI, J. C. - DRENAGEM SUBTERRÂNEA: ASPECTOS TEÓRICOS, CONSTRUTIVOS E ECONÔMICOS. CURITIBA, CASA DOS TENISTAS. 1998. VERTEMATTI, J. C. (COORD). MANUAL BRASILEIRO DE GEOSSINTÉTICOS. EDGARD BLÜCHER. SÃO PAULO, 2004. VERTEMATTI, J.; AGUIAR, P. “SISTEMAS DRENANTES - ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS”. EDIÇÃO DE AUTOR, 1977. VILLELA, S. M.; MATTOS, A. HIDROLOGIA APLICADA, SÃO PAULO: MCGRAW-HILL DO BRASIL, 1975. 229 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2.1 - Justificativas As obras de instalação da ferrovia implicam na implantação de estruturas e na execução de diversas atividades que geram diferentes classes de resíduos, desde inertes até perigosos. Os resíduos sólidos gerados serão provenientes da supressão da vegetação (solo, poda e agregados), de materiais e equipamentos utilizados no empreendimento (papel, papelão, metais, madeiras e plásticos), dos acampamentos, canteiros de obras e instalações de apoio (hospitalar, escritório, domésticos) e da execução da instalação (entulhos da construção, pedaços metálicos, tintas, dormentes e etc). O Subprograma de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes apresenta um conjunto de recomendações e procedimentos que visam reduzir a geração de resíduos, assim como estabelecer procedimentos que serão observados durante o manuseio e destinação final dos resíduos gerados nas obras de construção da ferrovia. Alem disso, estabelecerá diretrizes para a coleta, tratamento e disposição final dos efluentes líquidos provenientes dos canteiros de obras e frentes de trabalho, entre os quais incluem: efluentes sanitários gerados em escritórios, alojamentos e demais instalações de apoio; efluentes domésticos oriundos das cozinhas e refeitórios; e efluentes industriais gerados nas oficinas, pátios de estocagem de materiais e frentes de trabalho. Como consequência, se torna necessário estabelecer procedimentos rotineiros e controlados que também induzam as construtoras contratadas ao comportamento responsável, neste caso, reduzindo a produção de resíduos, reciclando-os quando possível e dispondo-os adequadamente quando a única opção for o descarte, reduzindo a possibilidade de gerar impactos e garantir a manutenção de padrões ambientais qualificados no mínimo como aceitáveis. 230 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES A correta e disciplinada implantação deste subprograma tem a finalidade de garantir a mitigação e minimização de impactos adversos e a plena conformidade com as melhores práticas no que concerne a produção e disposição final de efluentes líquidos e resíduos sólidos, seja durante a fase de implantação, sejam durante a fase de operação. 5.2.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES DE CONTROLE E 5.2.2.1 - Objetivo Geral Este subprograma visa a estabelecer as medidas e as técnicas mínimas a serem adotadas pelas empreiteiras contratadas pela VALEC para o correto gerenciamento de resíduos e efluentes na construção e na operação das ferrovias cujas concessões são de responsabilidade da contratante, necessário à eliminação e/ou redução dos impactos negativos gerados pela produção de efluentes líquidos e de resíduos sólidos, quando comparado com a disposição destes materiais indesejáveis na natureza. 5.2.2.2 - Objetivos Específicos Neste sentido, visando minimizar os riscos envolvendo o meio ambiente, saúde e segurança este subprograma tem como objetivos proporcionar: • O gerenciamento de efluentes líquidos desde os sistemas de coleta de efluentes sanitários e efluentes contaminados com hidrocarbonetos, contemplando a administração de pessoas, equipamentos e processos relacionados às atividades de geração, recuperação, reaproveitamento, reciclagem, minimização, coleta, drenagem, tratamento e disposição final dos efluentes; 231 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • O gerenciamento de resíduos sólidos contemplando tanto o manuseio quanto a classificação, segregação, quantificação, armazenamento temporário, transporte (interno e externo) e disposição final; • O gerenciamento de resíduos oriundos das instalações dos serviços de saúde. 5.2.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS Neste subprograma serão considerados aspectos da legislação pertinente aos resíduos sólidos, efluentes e também ao serviço de saúde, sendo eles: 5.23.1 - Efluentes Líquidos • A NBR 7.229 - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos, fixa as condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos, incluindo tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado, com o objetivo de preservar a saúde pública e ambiental, a higiene, o conforto e a segurança dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas. O tanque séptico é uma unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão. O sistema de tanque séptico é o conjunto de unidades destinadas ao tratamento e à disposição de esgotos, mediante utilização de tanque séptico e unidades complementares de tratamento e/ou disposição final de efluentes e lodo. Este sistema é aplicado primordialmente ao tratamento de esgoto doméstico e, em casos justificados, ao esgoto sanitário, sendo somente indicado para (ABNT, 1993): ü Áreas desprovidas de rede pública coletora de esgoto; ü Alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora local; 232 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ü Retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de efluente livre de sólidos sedimentáveis. • A NBR 13.969 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação, tem por objetivo fornecer alternativas de procedimentos técnicos para o projeto, construção e operação de unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos de tanque séptico, dentro do sistema de tanque séptico para o tratamento local de esgotos (ABNT, 1997). • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos d’água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta resolução e em outros Programas aplicáveis, de acordo com o Artigo 34 desta resolução (BRASIL, 2005). • A NBR 14.605 - Posto de serviço - Sistema de drenagem oleosa, estabelece os parâmetros para concepção, instalação e operação do sistema de drenagem oleosa para postos de serviço. O sistema de drenagem oleosa (SDO) é um sistema cujas funções são reter os resíduos sólidos sedimentáveis, coletar e conduzir o afluente oleoso para um separador de água e óleo (SAO), onde é feita a retenção da fração oleosa livre (ABNT, 2000). 233 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2.3.2 Resíduos Sólidos • NBR 10.004 - Resíduos Sólidos - Classificação, classifica os resíduos em: ü Resíduos Classe I - perigosos. Os resíduos perigosos são aqueles que apresentam características que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices e riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; ü Resíduos Classe II A - não inertes. Os resíduos não inertes são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos perigosos ou inertes, apresentando propriedades, tais como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água; ü Resíduos Classe II B - inertes. Os resíduos inertes são aqueles que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. • NBR 11.174 - fixa os parâmetros exigíveis para obtenção das condições mínimas necessárias ao armazenamento de resíduos inertes e não inertes, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. Este Programa estabelece as condições específicas de seleção do local de armazenamento, acondicionamento de resíduos, execução e operação das instalações (incluindo o isolamento e sinalização, acesso à área, controle da poluição do ar, controle da poluição do solo e das águas, treinamento, segurança da instalação e equipamentos de segurança), inspeção, procedimentos para registro da operação e para o encerramento das atividades (ABNT, 1990). • A NBR 12.235 - fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. Este Programa estabelece as condições gerais de acondicionamento de resíduos (armazenamento de contêineres e/ou 234 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES tambores, armazenamento em tanques e armazenamento a granel), características dos resíduos, critérios de localização, isolamento e sinalização, iluminação e força, comunicação, acessos, treinamento, manuseio e controle da poluição. Este Programa também estabelece as condições específicas para armazenamento de resíduos sólidos perigosos quanto à segregação de resíduos ou substâncias que, ao se misturarem, provocam efeitos indesejáveis, assim como plano de emergência em caso de acidentes (ABNT, 1992). • Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. De acordo com esta resolução, os padrões de cores para coleta são: ü Azul - papel/papelão; ü Vermelho - plástico; ü Verde - vidro; ü Amarelo - metal; ü Preto- madeira; ü Laranja - resíduos perigosos; ü Branco - resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; ü Roxo - resíduos radioativos; ü Marrom - resíduos orgânicos; ü Cinza - resíduo geral não reciclável contaminado não passível de separação. ou misturado, ou • A adoção do código de cores é recomendada para programas de coleta seletiva estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas, escolas, igrejas, organizações não governamentais e demais entidades interessadas (BRASIL, 2001). • Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, que estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil e, alterada pela Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004, classifica os resíduos da construção civil da seguinte forma: 235 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ü Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem, componentes cerâmicos, argamassa e concreto, de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto produzidas nos canteiros de obras; ü Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; ü Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como produtos oriundos do gesso; ü Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde, oriundos de demolições, reformas e reparos/demolição de postos de saúde, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. • Esta resolução estabelece, em seu Artigo 4º, parágrafo 1º, que os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares ou em áreas de bota-fora, dentre outros. Seu Artigo 10 define as seguintes destinações para as diferentes classes de resíduos de construção civil (BRASIL, 2002): ü Classe A - deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; ü Classe B - deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; ü Classe C - deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as técnicas específicas; ü Classe D - deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as técnicas específicas. 236 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • NBR 7500/2011 - identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos perigosos. 5.2.3.3 - Serviços de Saúde • Lei Federal nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, conhecida como o Código Nacional de Saúde, que dispõe sobre as Programas gerais sobre defesa e proteção da saúde. O Artigo 12 desta lei estabelece que a coleta, transporte e destino final do lixo deverão processar-se em condições que não tragam inconveniente à saúde e ao bem estar público. • Decreto Federal nº 49.974-A, de 21 de janeiro de 1961, o qual regulamenta a lei supracitada (BRASIL, 1954; BRASIL, 1961). O Capítulo IV do referido decreto define as obrigações relativas ao saneamento, no qual estão inseridas as atividades relacionadas à coleta, transporte e destino dos resíduos sólidos. • A Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, conhecida como a Lei do Saneamento Básico, a qual estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, define em seu Artigo 6º que o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços, cuja responsabilidade pelo manejo não seja atribuída ao gerador pode, por decisão do poder público, ser considerado resíduo sólido urbano (BRASIL, 2007). • Decreto Federal n° 96.044, de 18 de maio de 1988 - Aprova o regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos. • Resolução CONAMA n° 20, de 18 de junho de 1986 - Classifica as águas doces, salobras e salinas essencial à defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes. 237 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • Resolução CONAMA n° 5, de 5 de agosto de 1993 - Define Programas mínimos para tratamento e disposição de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários. • Resolução CONAMA n° 283, de 12 de julho de 2001 - Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde. • Portaria do Ministério dos Transportes n° 204, de 20 de maio de 1997 Aprova as instruções complementares aos regulamentos dos transportes rodoviários e ferroviários de produtos perigosos. • Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, classifica estes resíduos como: ü Grupo A - resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção; ü Grupo B - resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; ü Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nos Programas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria, ou não prevista; ü Grupo D - resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; ü Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes. Programas Técnicas da ABNT para gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: 238 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ü NBR 9191:2002 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio. ü NBR 10004:1987 - Resíduos sólidos. ü NBR 12235:1992 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. ü NBR 12807:1993 - Resíduos de serviços de saúde. ü NBR 12809:1993 - Manuseio de resíduos de serviço de saúde. Fixa os procedimentos exigíveis para garantir condições de higiene e segurança no processamento interno de resíduos infectantes, especiais e comuns, nos serviços de saúde. ü NBR 12810:1993 - Coleta de resíduos de serviços de saúde. Fixa os procedimentos exigíveis para coleta interna e externa de resíduos de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança. ü NBR 13221:2003 - Transporte terrestre de resíduos. ü NBR 12.808 - Resíduos de Serviços de Saúde. Classifica os resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que tenham o gerenciamento adequado. 5.2.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO A equipe técnica deve ser composta ao mínimo de um representante da área de engenharia sanitária/ambiental. Os Procedimentos Metodológicos visam discriminar as medidas e as técnicas necessárias, para o correto gerenciamento dos efluentes líquidos e dos resíduos sólidos, com a meta de dar o destino adequado aos resíduos gerados, separando-os por classes e reutilizando-os, quando possível. Os procedimentos especificados devem: 239 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • Controlar o processo de gestão dos efluentes líquidos gerados durante as obras e, posteriormente, durante as ações de conservação e operação; • Utilizar contínua e apropriadamente os sistemas de coleta, armazenamento, tratamento e/ou destinação dos efluentes líquidos gerados pelo empreendimento; • Definir práticas que possibilitem a minimização da geração de resíduos, garantindo o manuseio, triagem, estocagem e disposição final da forma mais adequada, de acordo com a legislação vigente, evitando danos à saúde e segurança dos colaboradores, vizinhos e ao meio ambiente; • Difundir estas práticas entre todos os contratados da VALEC e aplicalas às principais fontes de geração de resíduos nos canteiros de obras e frentes de serviços, onde são e serão produzidos resíduos domésticos, de escritório, sucata, óleos e graxas, resíduos do posto de saúde e restos da construção civil, dentre outros; • Dar destino adequado aos resíduos sólidos gerados, separando-os por classes e reutilizando-os, quando possível. 5.2.4.1 - Gerenciamento de Efluentes Líquidos Os efluentes mais comuns e que precisam ser tratados quando despejados no sistema de efluentes gerados são: · Efluentes provenientes de cozinhas onde são utilizados detergentes, óleos (vegetal e animal) e restos orgânicos. · Efluentes proveninetes de banheiros, contendo coliformes fecais e podem estar associados a bactérias e parasitas humanos; 240 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES · Efluentes oleosos provenientes das áreas manutenção e lavagens de peças, veículos e máquinas contendo detergentes, óleo diesel, solventes, tintas e graxas. · Efluentes provenientes de áreas próximas a obras de construção civil, contendo cal, cimento, tintas e partículas ferrosas. Os efluentes líquidos domésticos e/ou sanitários deverão passar por tratamento aeróbico ou anaeróbico e a sedimentação da fração sólida. Os sólidos deverão ser encaminhados a aterro sanitário licenciado. A fração líquida poderá ser infiltrada no solo (sumidouro), desde que lançada em solo profundo (latossolo e nitossolos), afastados de APP e de forma que evite contaminação de águas subsuperficiais ou superficiais. Os efluentes tratados poderão ser utilizados para irrigação de viveiros, lavagem de veículos ou descargas de vasos sanitários, conforme proposto no PBA. Este procedimento de tratamento e destinação dos efluentes líquidos será adotado na fase de LI e aplicado apenas nos canteiros de obras. Todos os efluentes gerados com a presença de óleos e graxas deverão ser encaminhados para o tratamento pelo SEPARADOR DE ÁGUA E ÓLEO. Posteriormente, estes efluentes deverão ser encaminhados para a Estação de Tratamento de Efluentes Industrial – ETEi, para a remoção dos componentes químicos dispersos na solução e correção do pH. Subsequentemente, este efluente deverá ser destinado para a Estação de Tratamento de Efluentes Biológicos – ETBb, para tratamento aeróbico. Após o tratamento na ETEb, os efluentes deverão passar pelo processo de separação física da fração sólida da líquida, resultando na produção do lodo de ETEb. Este lodo será destinado para aterro sanitário licenciado para tal fim. A fração líquida poderá ser lançada em corpos hídricos outorgados, uma vez que comprovadamente estes efluentes apresentem características químicas, físicas, biológicas e organolépticas aceitáveis conforme Resolução CONAMA 357/2005. Assim, como os efluentes oleosos, aqueles gerados pelo sistema de lavagem de gases deverão ser encaminhados para o SAO, ETEi e posteriormente para o ETEb, para tratamento adequado. 241 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Os efluentes isentos de óleos e graxas, constituídos por outros compostos industriais deverão ser encaminhados para a ETEi e posteriormente para a ETEb. Os efluentes isentos de óleos e graxas ou compostos industriais deverão ser encaminhados para a ETEb, como, os efluentes sanitários, etc. Desta forma, todos os efluentes deverão passar pela ETEb, sem exceção, conforme demostrado no organograma da Figura 01. Os locais de conexão para a transferência de combustível, para o armazenamento ou abastecimento de máquinas e equipamentos deverão ser realizados cobertos e protegidos de chuvas. As chuvas não poderão incidir sobre o piso impermeabilizado, sobre a bomba ou equipamento de abastecimento e os veículos em abastecimento. No caso da necessidade de instalação de tanque para armazenamento de combustível, este deverá possuir, além da bacia de contenção com capacidade de retenção superior à capacidade do respectivo tanque, bacia de contenção de eventuais derrames e piso impermeabilizado. A construção dos tanques aéreos de aramazenamento de combustível deverá seguir as normas técnicas. O armazenamento de óleo lubrificante e graxas deve ser em local protegido, sob piso impermeabilizado. Os efluentes deverão ser analisados, antes de entrarem na ETEb e na saída da ETEb. Deverão ser analisados os parâmetros químicos, físicos, microbiológicos e organolépticos dos efluentes, sendo que estes parâmetros deverão estar dentro dos níveis tolerados pela resolução CONAMA 357/2005. As águas contaminadas, inclusive da água de chuva que entra em contato com áreas provavelmente contaminadas, deverão ser tratadas em Separador API. Para o transporte rodoviário às empresas de reciclagem, recuperação, tratamento e/ou disposição final, os efluentes líquidos oleosos deverão ser encaminhados através de empresas responsáveis, devidamente licenciadas. Todas as empresas envolvidas nestes processos deverão estar habilitadas 242 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ambientalmente para os serviços contratados e com suas respectivas licenças ambientais dentro do prazo de validade. Análises: Considerando que os óleos e combustíveis usados nos equipamentos, máquinas e veículos utlizados nas obras de implantação da ferrovia, são os produtos que podem ser considerados mais perigosos, as análises químicas/físicas dos efluentes quando tratados nas próprias unidades operacionais, são as especificadas na Tabela 28. Todas as empreiteras deverão fornecer a lista com os produtos químicos relacionados às oficinas e/ou efluentes gerados, para atestar a compatibilidade do produto lançado e a eficácio do processo de tratamento. 243 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Tabela 28: Análises Realizadas nos Efluentes Oleosos. Parâmetros Local 4 VMP (1) Procedimento -- - 5,0 a 9,0 PR-LAB-096 Cádmio mg/L - 0,2 PR-LAB-052 Chumbo mg/L - 0,5 PR-LAB-053 Cobre mg/L - 1,0 PR-LAB-055 Cor PtCo - - PR-LAB-070 Cromo Total mg/L - 5,0 PR-LAB-056 DQO mg/L - - PR-LAB-072 DBO mg/L - - PR-LAB-072 Ferro Total mg/L - 15,0 PR-LAB-062 Níquel mg/L - 2,0 PR-LAB-060 Manganês mg/L - 1,0 PR-LAB-058 Óleos e graxas mg/L - 100 PR-LAB-092 Sólidos Sed. mg/L - 1,0 PR-LAB-102 Turbidez FAU - - PR-LAB-089 Zinco mg/L - 5,0 PR-LAB-061 pH Unid. Local 1 Local 2 Local 3 (1) VPM = Valor Máximo Permitido (2) Procedimentos analíticos de acordo com “Standard Methods for Examination of the Water and Wastewater” – 20º Edição. 244 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Figura 39: Organograma para Destinação Final Adequada 245 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2.4.2 - Gerenciamento de Resíduos Sólidos Todos os resíduos sólidos gerados nesta fase de instalação e operação deverão ser recolhidos, segregados e destinados conforme a classificação do resíduo, inclusive aqueles oriundos da enfermaria e aqueles com resíduos de óleos e graxas, conforme previsto na legislação: NBR 10.004/2004, NBR 11.174/1990, NBR 12.235/1992, Resolução CONAMA 307/2002, NBR 13.221/2003 e NBR 7.500/2011, compreendendo as atualizações e as demais normas cabíveis para os resíduos sólidos. Os resíduos sólidos deverão ser armazenados por curto período em área segura e isolada, de preferência com piso ipermeabilizado. Em momento algum deverá ser formado chorume ou lixiviado deste material armazenado. Os relatórios semestrais de acompanhamento deverão vir acompanhados do manifesto de destinação de resíduos, assinado e com os respectivos volumes encaminhados. Armazenamento - Abrigo de Resíduo: é responsabilidade da empreiteira o cuidado para que os resíduos gerados nas frentes de obras sejam devidamente coletados, acondicionados e encaminhados para os locais de armazenamento temporário. Todos os resíduos deverão ser recolhidos. Não será admitida deposição de resíduos orgânicos nas frentes de trabalho. O abrigo de resíduo químico perigoso deve ser projetado, construído e operado de acordo com os seguintes requisitos: • ser construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas teladas que possibilitem uma área de ventilação adequada; • ser revestido internamente (piso e parede) com acabamento liso, resistente, lavável, impermeável e de cor clara; • ter porta com abertura para fora, dotada de proteção inferior, dificultando o acesso de vetores; 246 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • ter piso cônico com declividade preferencialmente para o centro e sistema de contenção, que permita o acúmulo de no mínimo 10% do volume total de líquidos armazenados; • ter localização tal que permita facilidade de acesso e operação das coletas interna e externa; • possuir placa de identificação, indicando: Abrigo de Resíduos Perigosos - Produtos Químicos, em local de fácil visualização e sinalização de segurança que identifique a instalação, quanto aos riscos de acesso ao local; • prever a blindagem dos pontos internos de energia elétrica, quando houver; • ter dispositivo de forma a evitar incidência direta de luz solar; • ter sistema de combate a princípio de incêndio por meio de extintores de CO2 e PQS (Pó Químico Seco); e • ter kit de emergência para os casos de derramamento ou vazamento, incluindo produtos absorventes. Coleta e Transporte: os resíduos serão encaminhados pelas empresas responsáveis para o transporte até as empresas de reciclagem, recuperação, tratamento e/ou aterros sanitários ou industriais. Todas as empresas envolvidas deverão estar habilitadas ambientalmente para os serviços contratados e com suas respectivas licenças ambientais dentro do prazo de validade. O manuseio dos resíduos deverá ser realizado de forma a não comprometer sua segregação, a não danificar os recipientes contendores, e a não permitir vazamentos e/ou derramamentos. Destinação Final: os resíduos domésticos não recicláveis deverão ser dispostos em aterro sanitário licenciado. Os resíduos perigosos deverão ser dispostos em aterro industrial licenciado. É responsabilidade da empreiteira a manutenção de cópias das licenças ambientais das áreas de destinação final. A empreiteira deverá manter os registros, quantitativos e qualitativos, dos resíduos gerados durante a fase de obras, dos resíduos encaminhados para a reciclagem e/ou reaproveitamento, dos serviços de coleta e transporte de resíduos, dos resíduos destinados e das áreas de destinação, das atividades 247 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos, inclusive das não conformidades e das ações tomadas para tornar inertes os resíduos perigosos. Quadro 13: Subprograma de Gerenciamento de Resíduos - Destinação Final por Tipo de Resíduo O plano de gerenciamento de resíduos químicos deverá incluir: ü A identificação e quantificação da geração dos resíduos perigosos em cada área; ü Indicação da quantidade, forma de embalagem, armazenamento e destinação de cada resíduo; ü Programa de emergência; 248 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ü Procedimentos para o transporte; e ü Programa de treinamento. Neste plano deverá constar expressamente: ü O nome do funcionário responsável pelo gerenciamento dos resíduos e de seu substituto (RG, profissão, nº do registro profissional); e ü A assinatura do(s) responsável (is) técnico(s) e o responsável pelo estabelecimento (Nome, RG, profissão, registro profissional). É de responsabilidade da empreiteira manter os registros das atividades de gerenciamento dos efluentes e os registros, quantitativo e qualitativo, dos efluentes lançados nos corpos hídricos, no caso de ocorrência de lançamento de efluentes em corpos d’água. Relatórios de Acompanhamento: é responsabilidade da empreiteira a elaboração de relatórios mensais de acompanhamento das ações de gerenciamento realizadas nos canteiros de obras e nas frentes de serviço. Estes relatórios deverão ser disponibilizados para a VALEC. 5.2.4.3 Abastecimento de Veículos e Máquinas Nas instalações de apoio ou canteiros de obras, as ações relacionadas com o transporte, armazenamento e abastecimento com óleos e graxas merecem atenção especial quanto ao potencial contaminante que estes produtos representam ao meio ambiente. Portanto o armazenamento de combustível, óleos e graxas, ou outros hidrocarbonetos deve ser realizado 249 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES atendendo as normas técnicas estabelecidas pelas NRBs e Resolução CONAMA pertinentes. O abastecimento de veículos pode ser realizado em postos de abastecimento comerciais, porém, quando o abastecimento ocorrer nas frentes de obras através de caminhões tanque, devem ser utilizadas bandejas de coleta de derramamentos. Nos casos de eventuais derramamentos que possam ocorrer no solo, este deverá ser removido, segregado, enviado para disposição final adequada e a área atingida recuperada, conforme previsto neste subprograma. Os locais de abastecimento de veículos e caminhões devem ser sinalizados e construídos com o piso impermeabilizado, com a presença de canaletas de coleta do material que porventura seja despejado, bem como o separador de água e óleo. 5.2.5- INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS Este Subprograma interage e é complementado pelos seguintes programas e subprogramas: Programa de Saúde, Segurança e Treinamento dos Trabalhadores; Programa de Educação Ambiental, Programa de Comunicação Social; Subprograma de Controle e Monitoramento de Qualidade da Água; Subprograma de Resgate e Salvamento da Flora e Subprograma de Controle de Supressão de vegetação. 5.2.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização deste Subprograma. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de acompanhamento. 250 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambientais Estaduais. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. Empreiteiras Contratadas. São as responsáveis pela execução das obras necessárias ao gerenciamento de Efluentes Líquidos e dos Resíduos Sólidos, pelo gerenciamento propriamente dito e pelos registros especificados no presente Subprograma. Cada construtora deverá preparar um Plano de Gerenciamento específico para o lote de serviços e obras que contratou. Tal Plano, que deverá ser aprovado pela VALEC e deve prever a participação de: ü Um técnico com conhecimento das instalações do canteiro de obras e de uso dos produtos; e ü Um técnico com experiência na área ambiental. 5.2.7 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante todo o período da obra da FERROVIA sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da Ferrovia sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. Os serviços de Gestão dos Resíduos relacionados com a operação ferroviária e com o transporte propriamente dito não estão incluídos neste Programa. 5.2.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a 251 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como metas: • Redução da geração de efluentes líquidos, tratando-os e reciclandoos, quando for o caso, antes de serem lançados no ambiente; 252 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • Redução da geração de resíduos sólidos; • Segregação dos resíduos perigosos dos não perigosos; • Segregação dos resíduos recicláveis dos não recicláveis; • Destinação dos resíduos em conformidade com legislação vigente e Programas técnicas aprovadas; • Garantia de segurança do homem e do meio ambiente, desde a geração dos resíduos até a disposição final. As evidências para monitorar os indicadores estabelecidos por este Programa são: • Registro sistemático das atividades de gerenciamento dos efluentes líquidos; • Registro sistemático da execução dos tratamentos nos efluentes líquidos gerados e de análises periódicas dos efluentes nos pontos de entrada e saída do sistema de tratamento, para avaliação da eficiência do(s) processo(s); • Registro, quantitativo e qualitativo, dos efluentes lançados nos corpos hídricos; • Registro, quantitativo e qualitativo, dos resíduos gerados durante cada contrato de empreitada; • Registro do volume dos resíduos gerados nas obras encaminhados para a reciclagem e/ou reaproveitamento; • Registro do volume dos resíduos gerados pelos serviços de saúde e registro dos resíduos perigosos encaminhados para destruição em instalações especializadas; • Registro, quantitativo e qualitativo, dos serviços de coleta e transporte de resíduos; • Registro das ações tomadas para tornar inertes os resíduos perigosos; • Registro das áreas e tratamentos na destinação dos resíduos sólidos; • Registro da qualidade das atividades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos, inclusive das não conformidades. O resumo das ações deverá ser apresentado em forma de tabelas indicando as atividades geradoras, a estimativa de geração, as 253 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES caracterizações dos resíduos e a destinação final dada, conforme exemplo da Tabela 29. Tabela 29: Resumo da Geração de Resíduos Sólidos Atividade Geradora Estimativa de Geração Caracterização do Resíduo Destinação Em caso de convênios com prefeituras ou empresas privadas, para recebimento dos resíduos, deve-se apresentar o documento comprobatório. Importante registrar os volumes de resíduos gerados, o volume dos resíduos encaminhados para a reciclagem e o volume de resíduos encaminhados para a destinação final, conforme exemplo da Tabela 30. Tabela 30: Registros Quantitativos e Qualitativos de Resíduos Sólidos Volume total de resíduos gerados Volume de resíduos encaminhados para reciclagem Volume de Resíduos encaminhados para a destinação Devem ser apresentadas as licenças ambientais dos estabelecimentos que recebem os resíduos, bem como os projetos das estruturas de segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte nas frentes de obras. Além dos projetos das estruturas de manuseio, acondicionamento e armazenamento de resíduos perigosos. Quando houver resíduos perigosos, descrever as medidas adotadas para tornar os resíduos perigosos inertes, incluindo medidas corretivas e 254 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES mitigadoras executadas, descrevendo as medidas adotas e os objetivos específicos, conforme exemplo da Tabela 31. Tabela 31: Medidas Adotadas para Tornar Inertes os Resíduos Perigosos (quando houver) Medidas Objetivo específico O resumo das gerações de efluentes líquidos deve informar as atividades geradoras, as estimativas de geração, a caracterização o resíduo e a destinação final dada, conforme Tabela 32. Tabela 32: Resumo da Geração de Efluentes Líquidos Atividade Geradora Estimativa de Geração Caracterização do Resíduo Destinação Em caso de convênios com prefeituras ou empresas privadas, apresentar documento comprobatório, licenças ambientais de estabelecimentos que recebem os efluentes, bem como a descrição, localização e dimensionamento dos sistemas de tratamento de efluentes, além do projeto das estruturas de coleta, acondicionamento, armazenamento, tratamento e transporte nas frentes de obras. Se houver ETE, apresentar os resultados de DQO, DBO e OD. As medidas adotadas para minimizar a geração dos efluentes líquidos devem ser apresentadas seguindo o modela da Tabela 33. 255 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Tabela 33: Medidas Adotadas para Minimizar os Efluentes Líquidos Medidas Objetivo Específico 5.2.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. NBR 10.004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 77p. ABNT. NBR 11.174: Armazenamento de resíduos da classe II - não inertes e III - inertes. Rio de Janeiro, 1990. 7 p. ABNT. NBR 12.235: Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. Rio de Janeiro, 1992. 14 p. ABNT. NBR 13.969: Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final de efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997. 60 p. ABNT. NBR 14.605: Posto de Serviço - Sistema de drenagem oleosa. Rio de Janeiro, 2000. 2 p. ABNT. NBR 7.229: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro, 1993. 15 p. ANA - Agência Nacional de Águas - REUSO da ÁGUA - Abril, 2004. ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. 2004. Braga, Maria Cristina Borba, e Costa Dias, Natália GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - Curitiba 2008. BRASIL. Decreto Federal nº 49.974-A, de 21 de janeiro de 1961. Regulamenta, sob a denominação de Código Nacional de Saúde, a Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, de Programas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde. 1961. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de 256 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. 2007. BRASIL. Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954. Dispõe sobre as Programas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde. 1954. BRASIL. Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. 2001. BRASIL. Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 2002. BRASIL. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. 2005. CETESB - Gerenciamento de Resíduos Químicos Provenientes de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Procedimento) - dez/2003. CETESB - Plano simplificado de gerenciamento de resíduos de serviços da saúde para mínimos geradores - São Paulo, 2006. CRA - Bahia (Engº Carlos Medeiros), INSTRUÇOES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PGRS – 2002. FEEMA. DZ-1.310. R-7 - Sistema de Manifesto de Resíduos. 2004. FEEMA. DZ-215. R-4 - Diretriz de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes líquidos de origem sanitária. 2007. Grota, Alexandra Sofia - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Porto de Santos - PGRS - Superintendência de Qualidade, Meio Ambiente e Programalização - Santos, 2008. Grupo de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil - Cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil SINDUSCON/MG, Belo Horizonte, 2005. Irion, Prof. Carlos Alberto Oliveira e Prof. Silveira, Geraldo Lopes da - Projeto de Redes de Esgotos Sanitários - Projeto de Redes de Esgotos 257 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Sanitários (Notas de Aula) – 2006. Jácomo, Maurício da Veiga Jardim - MANUAL DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - GOIÁS, Julho de 2004 - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE. Magalhães, Adriano de - Manual de Esgotamento Sanitário Monte Santo de Minas, MG, 2004. Maroun, Christianne Arraes - Manual de Gerenciamento de Resíduos: Guia de procedimento passo a passo. SEBRAE/RJ - Sistema FIRJAN.Rio de Janeiro: GMA, 2006. Ministério das Cidades e Ministério do Meio Ambiente - MANEJO E GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - PROCEDIMENTOS PARA A SOLICITAÇÃO DE FINANCIAMENTO - 2005. Penido Monteiro, José Henrique - Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos - IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal, Rio de Janeiro, 2001. Penido Monteiro, José Henrique... [et al.]; Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos /coordenação técnica Victor Zular Zveibil. - Rio de Janeiro: IBAM, 2001. Pinto, Tarcisio de Paula (coordenador) - Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil - A experiência do SindusCon-SP - São Paulo, 2005. Pinto, Tarcísio de Paula e González, Juan Luís Rodrigo (coordenadores) - MANEJO E GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - Caixa Econômica Federal, Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades - Brasília, 2005. RIO DE JANEIRO. Lei nº 2.011, de 10 de julho de 1992. Dispõe sobre a obrigatoriedade da implementação de Programa de Redução de Resíduos. 1992. Shell Exploração & Produção Procedimento para Gerenciamento de Resíduos gerados nas atividades de Exploração e Produção (Unidades Marítimas, Embarcações e Bases de Apoio) e enviados para destinação em terra - Dezembro de 2007. Universidade de Brasília, Comissão de Materiais e Tecnologia Comat/Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC, 258 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Comat/Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal Sinduscon-DF - PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM CANTEIROS DE OBRAS - PROGRAMA DE GESTÃO DE MATERIAIS. 259 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.1 - JUSTIFICATIVAS A Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) ira interceptar, em diversos pontos, corpos hídricos. Em função das alterações potenciais nestes cursos d'águas que tais interceptações poderão causar principalmente no que se refere à poluição, devem ser efetivadas medidas que visem à identificação/remedição dos possíveis efeitos deletérios. Os procedimentos expressos neste documento deverão ser adotados pela Valec desde a fase de instalação da ferrovia ate a fase de operação desta. Este subprograma ambiental se destina a orientar e especificar os estudos e ações a serem desenvolvidos objetivando a proteção e o monitoramento dos recursos hídricos aos impactos potencias decorrentes de possível poluição por atividades relacionadas às obras de instalação e de operação desta ferrovia. As ações e estudos descritos neste subprograma abrangem então as fases de implantação e operação, sendo aplicáveis a todo o trecho do empreendimento (desde o estado de Tocantins ate o estado da Bahia), conforme Figura 40. 260 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Figura 40: Localização (esquemática) da Ferrovia de Integração Oeste-Leste A Resolução CONAMA nº 357 de 2005 que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos d'água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes (Art.1) descreve “que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuario-pagador e da integração, bem como no reconhecimento de valor intrínseco a natureza” e considera: ü “que o enquadramento expressa metas finais a serem alcancadas, podendo ser fixadas metas progressivas intermediarias, obrigatórias, visando a sua efetivação”; ü “ser a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por condições e 261 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA padrões específicos, preponderantes”; de modo a assegurar seus usos ü ”que o enquadramento dos corpos de água deve estar baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender as necessidades da comunidade”; ü ”que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser afetados pela deterioração da qualidade das águas”; ü ”que o controle da poluição este diretamente relacionado com a proteção da saúde, garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado e a melhoria da qualidade de vida, levando em conta os usos prioritários e classes de qualidade ambiental exigidos para um determinado corpo de água”. Considerando a importância da qualidade das águas superficiais este subprograma busca identificar eventuais processos de contaminação e deterioração da qualidade da água, relacionados especificamente com a implantação e/ou operação da FIOL. Permite aferir a qualidade atual das águas e obter dados relevantes para o estabelecimento de medidas de controle ambiental, de modo a minimizar os impactos decorrentes das obras, conforme referência dos resultados obtidos no marco zero. No que se refere ao período de operação do empreendimento, os possíveis impactos aos recursos hídricos dizem respeito à probabilidade de acidentes na ferrovia, especialmente durante o transporte de cargas e produtos perigosos. Ressalta-se a importância científica de um monitoramento continuado, que ira, em longo prazo, agregar dados mais específicos e robustos sobre a qualidade da água na região. 262 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.2.1 - Objetivo Geral Este subprograma tem como objetivo propor um método de trabalho para realizar o Controle e Monitoramento da Qualidade de Água dos principais corpos hídricos a serem interceptados pela FIOL, considerando as disposições da Resolução CONAMA 357/05 e atendendo a Condição Especifica 2.32 Estabelecida pelo IBAMA na Licença Previa Nº 349/2010, emitida em 29 de março de 2010, para o empreendimento da Ferrovia de Integração Oeste Leste. O Programa de Controle e Monitoramento da Qualidade da Água (PCMQA) devera avaliar os efeitos/alterações potenciais gerados durante as obras de instalação e a operação da ferrovia sobre os parâmetros físico, químico e biológico das águas superficiais (fluviais) que serão interceptadas pelo empreendimento, sobretudo aqueles considerados pela Resolução CONAMA nº 357/05, pertinente a Classificação das Águas, visando a analise de riscos ecológico, crônicos e agudos. 5.3.2.2 - Objetivos Específicos Objetivos específicos são: ü Complementar as informações consideradas relevantes para o diagnostico das bacias no trecho sob influencia do empreendimento, numa etapa preliminar; ü Verificar, a partir dos dados coletados, a qualidade das águas antes da implantação do empreendimento (Marco Zero - Anexo 263 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 1, o qual deverá ser georeferenciado, constando ainda o Km da ferrovia , o nome do curso hídrico e o registro fotográfico de montante e jusante deste), durante a sua implantação/construção e após o termino das obras, na fase de operação, especificamente com relação aos parâmetros que podem ser afetados pelo empreendimento; ü Com base nas observações realizadas, serão adotadas medidas eficazes de controle ambiental, visando à minimização dos impactos decorrentes das atividades de construção na qualidade da água (redução do aporte de sedimentos, cuidados com efluentes, definição das destinações finais adequadas a efluentes potencialmente poluidores tais como lixo, águas servidas, óleos, graxas, sucatas dentre outros, etc.). 5.3.3 - CONSIDERAÇÕES GERAIS Os impactos gerados pelas atividades relacionadas à construção e a operação da FIOL, sobre os cursos d'água e em alguns casos a água subterrânea, podem ser classificados quanto à origem e quanto à intensidade, conforme descrito a seguir. Quanto à origem: · Diretamente relacionados ao empreendimento: carregamento de sedimentos para os cursos d'água durante a construção e a poluição com óleos e graxas oriunda de oficinas localizadas nas frentes de obras; e ainda a possibilidade de acidentes envolvendo cargas perigosas com a incorporação de cargas poluentes a corrente; · Indiretamente relacionados ao empreendimento: aumento de despejo de efluentes domésticos. 264 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Quanto à intensidade: · perigosas; Contaminações agudas: ocorrência de acidentes com cargas · Contaminações crônicas: o incremento contínuo da poluição ao longo do tempo. Independentemente da origem e da intensidade dos impactos, os seguintes procedimentos gerais são essenciais para a avaliação de impactos sobre a qualidade das águas: · Determinar os níveis naturais de parâmetros físico-químicos e de concentração de materiais biológicos, comparando-se os resultados da 1º campanha realizada antes das obras (chamada de “marco zero”) do controle e monitoramento da qualidade da água; · Reconhecer as alterações e as diferentes fontes antrópicas de materiais na bacia hidrográfica, avaliando o incremento de concentração em relação aos níveis naturais; · Estimar as cargas de materiais transportados pelos corpos hídricos transportados. Os procedimentos descritos neste PCMQA são de suma importância, tanto para os responsáveis pela FIOL, quanto para os órgãos encarregados pela gestão do meio ambiente no Estado do Tocantins, Goias e no Estado da Bahia, e ainda, para a sociedade, porque envolvem, entre outros, a identificação e a imputação de responsabilidades legais sobre possíveis alterações na qualidade e quantidade das águas. 265 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS · Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997, Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. · Portaria MS nº 518/2004, Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e da outras providencias. · Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000, Dispõe sobre a balneabilidade e classificação das águas. · Resolução CONAMA nº 357, de 17 de marco de 2005, Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providências. 5.3.5 - PLANO DE TRABALHO 5.3.5.1 - Análise Descritiva da Qualidade da Água Na seleção dos parâmetros a serem avaliados foram considerados as disposições da Resolução CONAMA 357/05, o Termo de Referencia do IBAMA, os tipos de atividades realizadas durante as obras e a operação da ferrovia e as atividades locais que possam vir a causar impactos sobre a qualidade das águas da região, tendo em vista a preocupação ambiental existente com as mesmas. Deste modo, parâmetros que não tenham vinculação com o projeto não serão estudados neste programa. 266 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA A equipe deve ser composta ao mínimo por um profissional da área de química/ambiental. Os parâmetros selecionados, a serem monitorados durante a implantação deste subprograma, abrangendo as Fases 01 e 02 (correspondentes à instalação e a operação da Ferrovia respectivamente), assim como os respectivos métodos de coleta e de analise a serem adotados são apresentados na tabela 34. As coletas, a preservação e a analise das amostras deverão ser efetuadas de acordo com as normas técnicas determinadas, pela ABNT NBR 9898/1987 (Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores - Procedimento) e pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1995). Tabela 34: Parâmetros a serem Monitorados com suas Respectivas Técnicas de Analise. PARÂMETRO TÉCNICA Oxigênio Dissolvido Medida Direta (APHA, 2005) -1 Condutividade Elétrica (μS cm ) Medida Direta (APHA, 2005) pH (escala) / Temperatura Medida Direta (APHA, 2005) -1- Demanda Química de Oxigênio (mg L ) -1 Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg L ) -1 Fósforo total (mg L ) Digestão (APHA, 2005) Diferenciação (APHA, 2005) Espectrofotometria (APHA, 2005) -1 Óleos e graxas (mg L ) Titulometria (APHA, 2005) -1 Nitrogênio Amoniacal (mg L ) -1 Nitrogênio – Nitrato (mg L ) -1 Matéria Orgânica (mg L ) -1 Espectrofotometria (APHA, 2005) Espectrofotometria (APHA, 2005) Calcinação (APHA, 2005) Sólidos Totais (mg L ) Evaporação (APHA, 2005) Coliformes Fecais (NMP/100 mL) Coilert (APHA, 2005) 267 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARÂMETRO TÉCNICA Turbidez Método Nefelométrico (APHA, 2005) Vale ressaltar que alguns parâmetros podem vir a ser eliminados ou acrescentados ao monitoramento ao longo das campanhas, caso seja notado à possível interferência, ou não, da Ferrovia neste contexto. A inclusão de novos parâmetros no monitoramento ocorrera em função, sobretudo, de possíveis alterações/evoluções nas operações, instalações e cargas transportadas pela FIOL, bem como, de mudanças e/ou incrementos substanciais nas atividades econômicas desempenhadas nas bacias inventariadas e monitoradas neste PMQA. Ressaltando-se sempre a necessidade de diferenciar-se a responsabilidade da FIOL na geração de cargas poluentes similares aquelas geradas por outras fontes (“efeito de mascaramento de fontes”). O cumprimento de alguns aspectos dispostos na Resolução CONAMA 357/05, relativos à seleção dos parâmetros propostos neste PMQA, merecem considerações especificas. a) Os padrões de qualidade das águas determinados na Resolução estabelecem limites individuais para cada substancia em cada classe. b) O conjunto de parâmetros de qualidade de água selecionado serve para subsidiar o respeito ao enquadramento dos corpos aquosos considerados. Também deverão ser monitorados os parâmetros para os quais haja suspeita da sua presença ou não conformidade. Os parâmetros selecionados para este PCMQA (Tabela 02) satisfazem a condição exposta. Evidentemente, não faz sentido a análise de todos os parâmetros sugeridos na Resolução CONAMA 357/05 sem que evidencias mais consistentes justifiquem a sua inserção no Programa de Monitoramento. Os parâmetros propostos devem funcionar como indicadores de potenciais contaminações. Neste sentido, é preciso que o monitoramento seja acompanhado da análise da evolução das atividades antrópicas nas bacias. 268 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Valores discrepantes destes indicadores sugerem a necessidade de uma verificação (especiação) dos produtos e fontes responsáveis. O monitoramento proposto devera considerar a sazonalidade do comportamento hídrico na região em que a ferrovia se insere. Ainda segundo a Resolução CONAMA 357/05, os resultados do monitoramento deverão ser analisados estatisticamente e as incertezas de medição consideradas. Evidentemente, um tratamento estatístico adequado para o comportamento da variação das concentrações dos parâmetros nas águas, somente será possível com a garantia de periodicidade e permanência (duração e regularidade) do monitoramento proposto. Estatística não-paramétrica para pequenos conjuntos de dados será empregada, desde que o numero de campanhas de campo assim o permita. 5.3.5.2 - Monitoramento O monitoramento da água superficial devera ser efetuado semestralmente pela fiscalização da VALEC que, eventualmente, para tanto, contara com a participação de Firma Consultora contratada. Essa periodicidade semestral devera cobrir o aspecto da sazonalidade. (amostragens realizadas em dois momentos: o de vazante fluvial e o de cheia). 5.3.6 - PONTOS DE AMOSTRAGEM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS Na área de extensão do traçado da FIOL, aproximadamente 1.515 km, serão interceptados vários cursos d.agua dispostos em 3 bacias hidrográficas (Figura 02). Neste subprograma, adotou-se o critério de escolher como pontos de coleta locais próximos ou nas intersecções entre o traçado da ferrovia e os cursos d´água de terceira ordem ou maiores, totalizando 159 pontos de coleta de amostras (Tabela 35). 269 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Esta espacialização dos pontos a serem monitorados (rede de monitoramento) foi definida a partir de um critério de julgamento de quais seriam os locais mais suscetíveis à poluição por conta da construção e ou operação da ferrovia (pontos onde a ferrovia ira interceptar os cursos d.agua em questão). Essa rede de monitoramento permitirá o controle da poluição ambiental nos corpos hídricos da área de interesse de forma clara e objetiva, atendendo o objetivo deste programa. A coleta deve ser realizada sempre que possível 50m a montante e 50m à jusante da faixa de domínio da ferrovia. Importante destacar, que dependendo do traçado aprovado pelo órgão ambiental, os pontos escolhidos para amostragem de água podem ser substituídos ou suprimidos, bem como novos pontos de coleta de água podem ser acrescentados com anuência do IBAMA. Figura 41: Bacias Hidrográficas que serão Interceptadas pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste Ferrovia de Integração Oeste - Leste (FIOL) Trecho: Figuerópilos (TO) / Ilhéus (BA) Elaborado por: Data: Setembro / 2010 Plano Básico Ambiental Monitoramento da Qualidade da Água Mapa de Bacias hidrográficas 270 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Tabela 35: Pontos de Coleta Selecionados, Nomes dos Corpos Hídricos e Respectivas Localizações. PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE Bacia do Tocantins - Araguaia 1 Córrego Grotão 12°12'88,3" 49°11'29,2" 2 Córrego Landim 12°21'50,8" 49°03'77,8" 3 Córrego Lagoa Preta 12°18'62,3" 49°00'25,7" 4 Afluente Córrego dos Encostos 12°18'96,3" 48°94'81,2" 5 Córrego dos Encostos 12°21'10,3" 48°79'62,6" 6 Córrego da Tiúba 12°21'51,3" 48°75'86,6" 7 Córrego Pedra Preta 12°21'38,4" 48°74'11,8" 8 Córrego Extrema Dura 12°19'68,2" 48°73'31,7" 9 Córrego 12°21'12,1" 48°68'02" 10 Rio Santa Tereza 12°23'08,3" 48°65'17,6" 11 Córrego dos Porcos 12°16'14,1" 48°48'49,8" 12 Rio Tocantins 12°16'26,1" 48°48'02,4" 13 Córrego Pati 12°20'49,8" 48°42'66" 14 Córrego das Antas 12°20'48,8" 48°38'18,8" 15 Córrego Zé da Silva 12°18'74,8" 48°28'92,8" 16 Córrego Chupé 12°18'96,2" 48°26'36,6" 17 Represa UHE Peixe - Rio Tocantins 12°28'11,8" 48°22'71,2" 18 Córrego 12°32'85,6" 48°18'59,7" 19 Córrego Curralinho 12°32'75,3" 48°18'45,3" 20 Córrego Traçadal 12°37'46,8" 48°10'96,8" 21 Córrego São João 12°40'90,2" 48°00'36,4" 271 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 22 Rio São Miguel 12°43'24,2" 47°98'61,5" 23 Córrego Fundo 12°44'67,7" 47°93'04,7" 24 Rio São José 12°51'11,3" 47°91'75,1" 25 Córrego Extreminha 12°44'01,4" 47°79'41,7" 26 Afluente do Córrego Riachão 12°40'74,3" 47°74'48,2" 27 Córrego Buriti 12°41'61,8" 47°69'26" 28 Afluente Ribeirão Gameleira 12°41'39" 47°68'65,2" 29 Afluente Ribeirão Gameleira 12°40'57,3" 47°68'27,2" 30 Ribeirão Gameleira 12°40'66,2" 47°68'08,6" 31 Córrego dos Bois 12°40'24" 47°65'05,3" 32 Córrego Extrema 12°39'36,3" 47°62'69,3" 33 Afluente do Córrego do Cágado 12°39'42,5" 47°58'69,8" 34 Córrego do Cágado 12°39'22,2" 47°58'38,3" 35 Córrego 12°38'92,8" 47°57'31,7" 36 Córrego Brejinho 12°39'36" 47°52'28,5" 37 Afluente do Ribeirão Gameleira 12°34'61,5" 47°48'04,1" 38 Ribeirão Gameleira 12°32'83,2" 47°42'81,2" 39 Afluente do Córrego Sucupira 12°39'75,2" 47°24'09,8" 40 Córrego Sucupira 12°39'53,8" 47°24'23,7" 41 Córrego Peba 12°41'33,8" 47°28'08,8" 42 Córrego Arapuá 12°42'41,6" 47°29'25,2" 43 Córrego Faustino 12°38'91,3" 47°33'42,2" 44 Afluente do Rio Palmas 12°43'41,9" 47°35'89,1" 45 Córrego Chupeta 12°39'94,4" 47°36'57,5" 46 Córrego Extrema 12°41'15,5" 47°41'06,6" 272 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 47 Córrego Miroró 12°39'50,2" 47°41'75,8" 48 Rio Palmas 12°41'84,2" 47°19'79,2" 49 Afluente do Córrego Pau D’arco 12°47'68,8" 47°08'87,5" 50 Córrego Pau D’arco 12°47'21,7'' 47°05'72,1" 51 Córrego Intã 12°46'46,4" 47°02'72,8" 52 Afluente do Córrego Areias 12°45'59,7" 46°99'08,2" 53 Córrego Areias 12°45'64" 46°96'62,7" 54 Córrego Aldeia 12°53'28,4" 46°95'36,6" 55 Afluente do córrego Aldeia 12°54'19,6" 46°92'40,5" 56 Córrego Secura 12°55'28,7" 46°91'08,6" 57 Córrego Inhumas 12°66'47,7" 46°80'89" 58 Córrego Salgado 12°64'82,2" 46°70'10,5" 59 Rio Palmas 12°66'99,8" 46°62'34,8" 60 Rio Palmas 12°79'31,8" 46°51'04,1" 61 Córrego dos Bois 12°77'39,7" 46°50'51,1" 62 Córrego Canabrava 12°75'08,1" 46°50'43,8" 63 Córrego Tataranero 12°74'67" 46°55'37,8" 64 Córrego Brejinho 12°69'57,2" 46°60'67,8" 65 Rio Palma ou Riachão Seco 12°80'99,6" 46°49'24" 66 Córrego Jibóia 12°80'96,3" 46°47'38,9" 67 Córrego Salobro 12°83'29" 46°42'70" 68 Córrego Salobrinho 12°84'71,9" 46°41'60,7" 69 Córrego Beleza 12°85'55,7" 46°39'86,7" 70 Córrego Beleza 12°86'08,9" 46°39'51,2" 71 Rio Mosquito 12°87'52,7" 46°38'91,4" 273 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 72 Rio Mosquito 12°87'52,6" 46°38'91,4" 73 Córrego Landim 12°90'12,1" 46°36'79,7" 74 Rio Mosquito 12°98'21,7" 46°33'51,9" 75 Riacho da Areia 12°98'77,1" 46°30'28,4" 76 Riacho Grota Seca 12°98'45,9" 46°25'93,9" 77 Córrego Pau Grande 12°96'43,7" 46°20'92,4" 78 Córrego Romão 12°95'12,2" 46°18'18,2" 79 Córrego Grotão 12°93'82,8" 46°15'09,5" Bacia do São Francisco 80 Rio Triste e Feio ou Rio da Estiva 12°49'13" 45°20'24" 81 Rio das Fêmeas 12°45'75,8" 45°29'55" 82 Rio Grande 12°61'66,6" 45°07'85,5" 83 Rio Cacheado ou Rio da Cabeceira 12°65'82,3" 45°06'84,1" 84 Rio Guará 12°95'77,4" 44°80'56,9" 85 Afluente do Rio Guará 13°01'67,1" 44°76'62,3" 86 Rio Mutum 13°16'06,5" 44°61'60,8" 87 Rio dos Angicos 13°07'90,4" 44°70'83,2" 88 Córrego Sansão 13°18'18,2" 44°59'70,7" 89 Afluente do Rio Grande 13°20'39,6" 44°56'82,7" 90 Rio Correntina 13°38'41,3" 44°41'10,2" 91 Rio Arrojado 13°41'62,6" 44°33'98,1" 92 Rio Formoso 13°42'18,1" 44°21'06,6" 93 Riacho Volta da Pedra 13°39'73,6" 44°13'92,2" 94 Córrego Barreiro 13°37'37" 44°04'41,3" 95 Córrego 13°35'65" 43°96'42,7" 274 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 96 Riacho da Pedra 13°33'04,4" 43°87'57" 97 Rio São Francisco 13°45'43,7" 43°42'95,9" 98 Rio Santo Antônio 13°58'07" 43°37'78,8" 99 Rio das Rãs ou Rio Caraíba de Fora 13°94'94,4" 43°11'63,4" 100 Afluente do Rio Caraíba de Dentro 14°02'69,6" 42°99'67,5" 101 Afluente do Rio Caraíba de Dentro 14°06'35,1" 42°95'89,6" 102 Afluente do Rio Caraíba de Dentro 14°10'35,2" 42°91'17,4" 103 Riacho dos Brindes 14°15'50" 42°70'60" 104 Riacho Belém 14°19'75" 42°70'59,2" Bacia do Atlântico Leste 105 Córrego do Buraco 14°22'79,1" 42°59'51" 106 Riacho da Fada 14°29'44,7" 42°4'94,7" 107 Riacho do Brejinho 14°31'85,3" 42°41'53,8" 108 Rio Forno de Telha 14°19'75" 42°24'13,6" 109 Rio São João 14°17'06,9" 42°22'57,7" 110 Rio São João 14°09'44,5" 42°13'90,5" 111 Riachão 14°06'35,8" 42°03'52,9" 112 Riacho do Agrestinho 14°07'50,1" 41°99'63,2" 113 Riacho do Marquinho 14°05'94,1" 41°95'96,5" 114 Riacho da Boa Vista 14°05'56,5" 41°92'68,3" 115 Riacho da Gameleira 14°05'55,9" 41°89'80,9" 116 Riacho da Cruz 14°05'08,2" 41°82'04,5" 117 Riacho do Angico 14°03'61,7" 41°77'54,7" 118 Riacho Santa Luzia 14°03'71,2" 41°71'83,2" 119 Riacho do Surrão 14°03'01,6" 41°66'48" 275 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 120 Riachão 14°06'41,9" 41°61'11,1" 121 Rio Brumado 14°08'23,1" 41°56'49,8" 122 Rio Cachoeira 14°08'21,8" 41°55'93,4" 123 Riacho Bordiano 14°09'16,3" 41°50'49,4" 124 Riacho 14°08'39" 41°48'10,4" 125 Rio Brumado 14°10'09,2" 41°36'73,9" 126 Rio de Contas 14°09'63,2" 41°29'24,1" 127 Afluente do Rio de Contas 14°13'40,4" 41°23'81,9" 128 Rio de Contas 14°14'96,7" 41°19'99,6" 129 Afluente do Rio de Contas 14°12'89,6" 41°13'19,6" 130 Riacho da Boa Esperança 14°11'29,2" 41°08'26,7" 131 Riacho do Limoeiro 14°09'27,9" 41°05'01,1" 132 Rio de Contas 13°93'11,5" 40°95'96,8" 133 Riacho do Quilombo 13°92'39" 40°92'27,6" 134 Córrego Barracão 13°88'19,1" 40°89'82,5" 135 Afluente do Rio de Contas 13°84'16,5" 40°77'64,9" 136 Afluente do Rio de Contas 13°83'63,7" 40°75'14,3" 137 Afluente do Rio de Contas 13°85'54,6" 40°69'29,2" 138 Braço da Represa Barragem da Pedra 13°85'48,7" 40°62'42,1" 139 Riacho Jacaré 13°93'35,2" 40°55'57,1" 140 Riacho do Gentil 13°92'37,8" 40°51'50,8" 141 Afluente do Rio de Contas 13°90'18,9" 40°48'33,2" 142 Riacho Serra Azul 13°90'96,9" 40°25'54,9" 143 Afluente do Rio de Contas 13°87'13,1" 40°13'23,8" 144 Afluente do Rio de Contas 13°88'40,4" 40°08'00,5" 276 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 145 Afluente do Rio de Contas 14°08'05" 39°95'49,1" 146 Afluente do Rio de Contas 14°05'86,6" 39°97'60" 147 Rio Vieira 14°05'02" 39°98'88,2" 148 Rio da Preguiça 14°13'86,2" 39°89'09,5" 149 Rio da Onça 14°15'28" 39°74'16" 150 Rio do Peixe 14°18'45,2" 39°66'58,5" 151 Córrego Caiana 14°24'38,6" 39°52'16,5" 152 Rio Gongogi 14°32'58,2" 39°46'45" 153 Rio Pedra Furada 14°35'79,8" 39°42'25,7" 154 Rio do Banco 14°39'61,4" 39°39'81,7" 155 Rio São José 14°62'81,8" 39°35'34,2" 156 Rio Mocambo 14°63'85,1" 39°27'28,3" 157 Rio Comprido 14°62'72,3" 39°24'32,5" 158 Rio Almada 14°65'83,3" 39°19'00,7" 159 Rio Almada 14°65'78,5" 39°12'07,4" 5.3.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO a) VALEC: a VALEC é o empreendedor e responsável pela execução deste e de todos os Programas, contratante e principal fiscal da aplicação/realização dos Programas. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à verificação constante da boa execução e do bom funcionamento dos dispositivos implantados através de seus Programas Ambientais. 277 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA b) IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais: o IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. c) Empresas Privadas Contratadas: Projetistas responsáveis pelo Projeto Executivo; Consultores responsáveis pelas obras; e Supervisores, estes como responsáveis pelo Controle de Qualidade das obras. 5.3.8 - CRONOGRAMA Tendo em vista a sazonalidade do comportamento hídrico na região bem como a periodicidade da apresentação dos relatórios, estipulada, de maneira geral, pelo IBAMA, o presente monitoramento terá campanhas semestrais de coleta e analise de amostras d.agua, seguidas de elaboração dos relatórios pertinentes, os quais deverão ser apresentados em ate 30 dias apos a coleta, contemplando avaliações conclusivas por técnico habilitado (formação acadêmica e cadastro vigente no CTF/IBAMA). Tal programa será realizado em duas etapas distintas conforme acordado em reunião com a equipe técnica do IBAMA, sendo uma etapa anterior às obras e outras etapas, realizadas semestralmente. Coletas e analises extra deverão ser realizadas sempre que for constatado pela supervisão da obra, algum indicio de contaminação originada durante a fase de construção e operação da FIOL. A abordagem proposta permite - alem da simples comparação das concentrações observadas nas águas fluviais com os padrões e critérios estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 - a analise da evolução dos parâmetros ao longo do tempo, considerando a sazonalidade, evolução da construção e a determinação dos fluxos médios específicos dos parâmetros fisioquímicos e biológicos analisados. 278 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Este subprograma deverá ser executado durante a fase de implantação/construção e de operação da ferrovia. Durante a Fase de Operação do empreendimento este subprograma deverá ser realizado semestralmente e, eventualmente, em caso de acidentes deverá ser executado em caráter emergencial. 5.3.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considera-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. 279 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerá-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. O monitoramento da qualidade da água será de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. Este monitoramento trata da qualificação e quantificação de alguns parâmetros chaves (estabelecidos, neste caso, pelo Termo de Referencia do IBAMA), que apos analisados serão comparados com os valores de concentração definidos na legislação ambiental. As águas dos recursos hídricos a serem monitorados serão classificadas de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 que estabelece em sua Seção I (Das Águas Doces): a) Classe especial – águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. b) Classe 1 - águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento simplificado; a proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; a irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e a proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. c) Classe 2 - águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional; a proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; a irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o publico possa vir a ter contato direto; e a aqüicultura e a atividade de pesca. c) Classe 3 - águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional ou avançado; a irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; a pesca amadora; a recreação de contato secundário; e a dessedentarão de animais. 280 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA d) Classe 4 - águas que podem ser destinadas: a navegação; e a harmonia paisagística. Abaixo se apresenta uma tabela onde constam os parâmetros que serão monitorados e seus respectivos padrões de qualidade de acordo com a classe da água, estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2055 (Tabela 36). Tabela 36: Parâmetros a serem Monitorados com seus Respectivos Padrões de Qualidade de Água para as Diferentes Classes Adotadas para Águas Doces na Resolução CONAMA 357/2005 PARÂMETRO CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4 Oxigênio Dissolvido (mg L-1) > 6,0 > 5,0 > 4,0 > 2,0 Temperatura (ºC) - - - - Condutividade Elétrica (μS cm-1) - - - - pH (escala) 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 Demanda Química de Oxigênio (mg L-1-) - - - - Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg L-1) < 3,0 < 5,00 < 10,0 < 10,0 Fósforo total (mg L-1) < 0,025 < 0,05 < 0,075 < 0,075 Óleos e graxas (mg L-1) virtualmente ausentes virtualmente ausentes virtualmente ausentes Toleram-se iridescências Nitrogênio Amoniacal (mg L-1) < 3,7 < 3,7 < 13,3 < 13,3 Nitrato (mg L-1) < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 Matéria Orgânica (mg L-1) - - - - Sólidos Totais - - - - Coliformes Fecais (NMP/100 mL) < 200 < 1000 < 2500 < 2500 Turbidez <40 <100 <100 - Nas águas de classe especial deverão ser mantidas as condições naturais do corpo de água. 281 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA A execução deste Programa deve gerar informações sobre a qualidade dos cursos d´água que podem ser afetados pela construção e/ou operação da FIOL. Neste caso, a analise dessas informações será capaz de identificar a existência de contaminações e indicar as medidas necessárias a sua eliminação ou mitigação, garantindo à conformidade da obra e a operação do empreendimento a legislação vigente. As informações geradas também poderão ser utilizadas na identificação de fontes poluidoras não relacionadas à construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, ajudando a esclarecer eventuais responsabilidades sobre a redução da qualidade dos recursos hídricos na área de influencia do empreendimento. Durante as duas fases do programa estão previstos os seguintes documentos técnicos: · Relatório Técnico das Campanhas de Campo contendo os dados obtidos no campo e os laudos das analises laboratoriais, onde deverá constar em tópicos a discussão dos resultados com as possíveis fontes de contaminação e justificativa para tal. A conclusão deverá abordar as ações que firam adotadas para recuperar, evitar e ou mitigar as fontes de poluição, bem como as medidas que seão adotadas e a conclusão.; · Relatório Parcial por Fase contendo a totalidade dos dados obtidos em cada fase, com analise dos resultados disponíveis e analise da situação de qualidade dos recursos hídricos; · Relatório Final do Programa: contendo todas as informações obtidas durante o programa, os resultados, as analises e as conclusões obtidas. Deverá ser apresentado resumo dos dados de monitoramento indicando: os pontos de amostragem, as coordenadas geográficas, o quilômetro ferroviário, o lote de instalação, os parâmetros medidos e os padrões CONAMA 357, conforme Tabela 37. 282 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Tabela 37: Dados de Monitoramento Ponto: Data: Hora: Coordenadas: Km: Lote: Condições Metereológicas: T(ºC) do ar: Umidade Relativa (%): REFERÊNCIA PARÂMETRO VALOR MEDIDO (CONAMA 357/05) Devem ser descritas as metodologias de coleta e monitoramento, a periodicidade destas, bem como a metodologia de análises dos dados, padronizando todos os resultados e discussões de modo claro. Os recursos hídricos potencialmente afetados devem ser plotados em imagens de satélite, com destaque par os pontos selecionados para o monitoramento. As medidas corretivas e mitigadoras adotadas devem ser descritas e apresentadas conforme demostrado na Tabela 38: Tabela 38: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas Medidas Objetivos Específicos No momento do de coleta de água para a primeira campanha o “marco-zero” para determinar os parâmetros de qualidade pré-existente, deverão incluir, além da localização geográfica, a quilometragem, a identificação (nome) do recurso hídrico, além do registro fotográfico. 283 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Os relatórios semestrais de monitoramento da qualidade de água deverão ser apresentados com a cópia dos laudos da análise de água assinado pelo responsável do laboratório. Além disso, obrigatóriamente deverá constar, em tópicos, a discussão dos resultados, com possível fontes de contaminação e justificativas para tal. A conclusão deverá abordar as ações que foram adotadas para recuperar, evitar e/ou mitigar as fontes de contaminação, bem como as medidas que serão adotadas, e a conclusão. 5.3.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APHA - American Public Health Association, 1995. Standart Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th Edition. Washington, D. C., 1155 p. BRASIL, 1997. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, Institui a Politica Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de marco de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/l9433.htm Acesso em 16 de novembro de 2009. BRASIL, 2000. Resolução Conama 274, de 29 de novembro de 2000, que recomenda a adoção de sistemáticas de avaliação da qualidade ambiental de águas. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27400.html Acesso em 02 de fevereiro de 2010. BRASIL, 2004. Resolução Conama nº 344, de 25 de marco de 2004. Estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras, e da outras providencias. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=445 Acesso em 02 de fevereiro de 2010. BRASIL, 2005. Resolução Conama nº 357, de 17 de marco de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o 284 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providencias. Diário Oficial [da Republica Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 142, nº53, 18 dez. 2005. Seção 1, fls. 58-63. OIKOS. EIA/RIMA referente à implantação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste da Bahia (EF-334), de Figueiropolis/TO a Ilheus/BA. Rio de Janeiro, 2009. 285 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4- SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.1 Justificativas O modal ferroviário constitui um importante meio de escoamento de cargas. A viabilidade econômica da FIOL foi conquistada baseando-se nos volumes consideráveis de “produção de minério de ferro” e “agronegócio”. Assim, a prosperidade do investimento aplicado em sua construção é garantida. Por diversos motivos que são inerentes as características do transporte ferroviário, que incluem o maior controle e o rastreamento das cargas transportadas devido ao acompanhamento das composições através dos sistemas de controle tecnológico de tráfego, os números e as estatísticas de acidentes, indicam que o transporte de cargas pelo modal ferroviário são muito mais seguros, se comparados ao modal rodoviário. Neste contexto, verifica-se que os transportes ferroviários de produtos perigosos neste trecho ferroviário representam pequeno volume. De acordo com as previsões de mercado da VALEC (conforme estudos de 2008), serão transportados entre os municípios de Brumado a Ilhéus, 182 x103 TKU em 2015, 3.740 x103 TKU em 2025 e 4.794 x103 TKU em 2045, representando aproximadamente 0,53 % do volume de cargas gerais transportadas neste trecho ferroviário. Muito se comentou em bibliografia sobre a construção de diques de contenção para retardar o espalhamento de eventuais vazamentos de produtos perigosos provenientes de acidentes ferroviários. Porém vale fazer algumas considerações sobre a construção e a eficácia destes diques durante eventos e acidentes ferroviários com cargas perigosas. Em primeiro lugar, os diques de contenção são estruturas que servem para conter potenciais vazamentos de produtos perigosos, para serem 286 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS implantados exclusivamente em tancagens fixas, como terminais petrolíferos, postos de abastecimento e indústrias químicas, para todos estes casos, existe uma normatização específica para sua construção. Não se pode pensar em levar esta ideia às rodovias e ferrovias que possuem milhares de quilômetros lineares que cortam ou passam a uma imensidão de corpos hídricos. A construção destes diques ao redor das rodovias e ferrovias existentes ou que serão construídas multiplicaria o custo em milhares de reais além do previsto para a construção das vias de transporte, podendo até mesmo inviabilizar economicamente as mesmas. Atualmente, tais dispositivos existem, de forma esparsa, somente em alguns pontos nas rodovias de São Paulo e até hoje, não foi comprovado sua eficiência quanto à minimização de impactos ambientais em decorrência de acidentes com produtos perigosos. Também podemos fazer uma comparação análoga ao risco oferecido para os recursos hídricos pelo transporte ferroviário de produtos perigosos, citando o exemplo das dutovias que margeiam, interceptam e, inclusive, apresentam faixas submersas em mananciais. Nestes casos, onde em 100 % do tempo passam produtos perigosos, nunca foi solicitado a implantação de tais dispositivos. A legislação é clara quando se projeta um dispositivo de proteção para tancagens fixas, à bacia de contenção deve ser construída com capacidade de 1/3 (um terço) a mais do volume estocado, para suportar além do volume dos tanques, o possível derramamento externo ocasionado pelas ondas de choque e dissipação entre os líquidos derramados. Supondo que as composições transitarão com uma média de 20 (vinte) vagões, com capacidade de até 100.000 (cem mil) litros de combustíveis líquidos (neste caso álcool), que representam 2.000.000 (dois milhões) de litros de líquidos transportados ao mesmo tempo, pelas normas regentes para bacias fixas, as bacias de contenção ao redor da via permanente deverão ser construídas para suportar até 2.600.000 (dois milhões) de litros de produtos. Pensando-se na possibilidade hipotética de construção de mecanismos de contenção de vazamentos para a proteção de recursos hídricos, os que margeiam a ferrovia ou então os que a cruzam perpendicularmente (como 287 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS pontes ou dutos de drenagem), temos que levar em consideração os aspectos técnicos elencados. Caso o objeto de proteção seja um corpo hídrico que é cruzado pela a ferrovia, para construir uma bacia de contenção margeando a ferrovia antes do corpo hídrico, para conter o volume transportado nos 20 (vinte) vagões, com um comprimento médio de 18 m (dezoitos metros) cada um, seria necessário escavar o solo ao lado da ferrovia em 360 m (trezentos e sessenta metros) de comprimento x 3,50 m (três metros e cinquenta centímetros) de largura x 2,06 m (dois metros e seis centímetros) de profundidade. Já na hipótese das bacias serem construídas antes dos cruzamentos com os corpos hídricos (ao lado das pontes), seria necessário construir uma área de 36 m (trinta e seis metros) de comprimento x 36 m (trinta e seis metros) de largura x 2,06 m (dois metros e seis centímetros) de profundidade, representando 1.296 m2 (mil duzentos e noventa e seis metros quadrados) de área aberta para construção da bacia de contenção. Pensando-se que cada ponte ferroviária possui 4 (quatro) quadrantes, para cada ponte, será necessário fazer o desmatamento equivalente a 5.184 m2 (cinco mil, cento e oitenta e quatro metros quadrados) em área de APP – Área de Preservação Permanente. Considerando que no trecho da FIOL, entre os 11 lotes, existem 76 (setenta e seis) pontos de cruzamento entre a ferrovia e corpos hídricos, seriam necessários fazer o desmatamento de 38,3 hectares em APP – Áreas de Preservação Permanente para atender a demanda da construção de bacias de contenção. Sem considerar aqui as confecções de bacias de contenção ao longo do trecho em áreas consideradas sensíveis ou vulneráveis. Caso fosse indispensável instalar as bacias de contenção ao longo do trecho ferroviário que margeia os corpos hídricos da FIOL, seria necessário construí-las por vários quilômetros de extensão o que poderia inviabilizar a obra e a própria manutenção destas bacias ao longo dos anos, considerando também que tal construção colocaria em risco toda estabilidade da infraestrutura da ferrovia pela desestabilização do substrato que serve de sustentação, sendo um risco a mais para causar acidentes. 288 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Além destes aspectos apresentados, existem problemas legais que devem ser discutidos antes de determinar a sua construção em áreas próximas a recursos hídricos. Como a previsão da instalação destas bacias de contenção é diretamente ligada à proximidade de corpos hídricos, existe a sobreposição de construção em áreas de preservação permanente, que necessitam de autorização especial para serem suprimidas. Então, a instalação de qualquer dispositivo dessa natureza poderá requerer processos de licenciamentos individualizados, tanto pelo porte como pelo tipo de obra que implica em supressão de vegetação, remoção de solo, dentre outros impactos em sua maioria compreendendo estas áreas de preservação permanente representadas pelas matas ciliares dos cursos d’água. Nesse sentido, a instalação desses dispositivos certamente implicará em impactos ambientais negativos, portanto devendo ser sopesado o custo-benefício para o meio ambiente dessa medida técnica. É necessário levar em consideração, que os vazamentos de líquidos ocorrem na sua maioria, quando acontece o choque entre os vagões, rompendo o casco metálico dos vagões tanques. Pressupondo que a velocidade projetada para esta ferrovia será de 80 km/h (oitenta), o evento mais provável quando há um choque entre os vagões, ocorre o que é conhecido como efeito “canivete” ou “sanfona”, aonde os vagões que vêm atrás, ainda impulsionados pela velocidade que estavam sendo conduzidos, colidem com os vagões que já se acidentaram a frente, provocando o “amontoamento” de vagões, que normalmente são impulsionados para fora do eixo da ferrovia, tornando as bacias de contenção ineficientes. Supondo que os diques sejam construídos, nada garante que os produtos derramados sejam encaminhados para dentro das bacias construídas. Em hipótese alguma, as drenagens da superestrutura da ferrovia podem ser utilizadas para encaminhamento dos produtos eventualmente derramados para dentro dos diques de contenção. As águas da drenagem superficial devem seguir seu caminho naturalmente (obviamente prevendo todos os projetos e mecanismos de redução e dissipação de energia), sendo devidamente escoadas para fora do leito e da plataforma ferroviária. Caso fiquem retidas nos diques, teremos problemas reais e comprometimento de estabilização de toda infraestrutura da ferrovia. Tecnicamente, implica em grandes mudanças no sistema de drenagem da via permanente, que foi concebido para propiciar justamente o rápido escoamento das águas pluviais e garantir a integridade da ferrovia, evitando que ocorram acidentes. 289 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Também deve ser levado em consideração o regime hídrico da região, as bacias de contenção estariam construídas nas áreas de influência das cheias dos rios, tornando o processo de manutenção extremamente difícil. As áreas onde tais sistemas seriam construídos estariam, em algumas ocasiões, fora da faixa de domínio da ferrovia, portanto pertencentes a particulares ou órgãos públicos. O licenciamento para tais obras seria de competência do órgão federal, IBAMA, que tem a competência para licenciar ferrovias. Os aspectos de saúde humana não podem ser descartados e devem ser levados em consideração, estes diques, na hipótese de sua construção, precisam obrigatoriamente permanecer fechados para conter provável vazamento de produtos, senão, não haveria motivos de existirem. Com certeza, dependendo da intensidade das chuvas na região, terão em seu interior o acúmulo de águas limpas, que ficarão paradas por longo tempo, proporcionando condições ideais de proliferação de vetores como mosquitos, caramujos e etc., que podem desencadear uma onda de doenças que são comuns na região como dengue, malária, esquistossomose e etc. Outro aspecto a se considerar é a questão do derramamento de produtos em si. O solo ao redor da ferrovia, normalmente composto de material argiloso, já possui a capacidade de reter os líquidos, num fenômeno físico chamado capacidade de campo e adsorção. Em ocorrências em que a rompimento do casco dos vagões e o produto espalha-se pela plataforma ferroviária, raramente observa-se a ultrapassagem dos mesmos além da área da faixa de domínio da ferrovia. Normalmente os produtos ficam ali contidos até sua remoção. Pensando-se em derramamentos de produtos, as características geológicas também precisam ser consideradas. É sabido que o solo é composto de várias camadas sobrepostas umas sobre as outras, formando o que é conhecido como perfil geológico do solo. A literatura e a prática comprovam que quando existem vazamentos de produtos, a primeira camada de solo (normalmente de origem argilosa proveniente da construção da ferrovia) recebe o primeiro impacto e serve como filtro e proteção de 290 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS camadas mais profundas. A partir do momento que se escava o solo para construir uma bacia de contenção, abre-se o perfil do solo e expõe as camadas mais profundas, proporcionando que os produtos perigosos em forma líquida ou lixiviada contamine mais facilmente o lençol freático, agravando muito mais o impacto ambiental além de dificultar os processos de remediação do mesmo. Ainda não existem estudos sobre a construção destes diques de contenção sobre a vida selvagem. Porém, é de conhecimento que vários animais são vítimas de queda em sistemas semelhantes como barragens, poços, e valetas abertas a céu aberto, ficando seriamente feridos devido à queda, ou morrendo na tentativa de procurar uma forma de fuga destes. Inclusive, fazendo uma simples analogia, uma das metodologias de captura de repteis e anfíbios é a confecção de buracos ao longo do terreno, onde os animais caem e ficam lá até a coleta e soltura. Por fim, como já salientado, não existem estudos até o presente momento que evidenciem a efetividade desses dispositivos de contenção/retardo, ou mesmo dados estatísticos de órgãos públicos ou empresas privadas que demonstrem os resultados obtidos com a instalação de tais obras em sistemas lineares. Tendo o conhecimento que o transporte de produtos perigosos representa um risco, quando acontecem os sinistros, à saúde, ao meio ambiente e ao patrimônio público e privado e que existe a possibilidade de ocorrerem acidentes com cargas perigosas transportados neste trecho mesmo que pequenas, a VALEC entende a necessidade da realização de uma análise de riscos, que determinará qual o risco associado a cada trecho. Além de investir em ações preventivas eficientes durante a fase de instalação do empreendimento, tais como instalação de detectores de descarrilamento, implantação de PAE – Plano de Atendimento Emergencial e PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, elaboração de um Manual de Gerenciamento e Controle de Áreas Contaminadas, incremento dos processos de manutenção preventiva da via permanente e material rodante, no sentido de minimizar a geração e as conseqüências desses episódios durante a fase de operação da ferrovia. 291 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Para evitar e minimizar acidentes próximos a corpos hídricos, medidas de contingências serão tomadas durante a fase de operação da ferrovia, entre elas o incremento e o rigor na manutenção da via permanente e do material rodante, além da aplicação de detectores de descarrilamento, nas duas extremidades das pontes que passam por corpos hídricos permanentes os quais cruzam a ferrovia e também em áreas que necessitem maior atenção devido à suscetibilidade ou vulnerabilidade ambiental. O detector de descarrilamento é um conjunto composto por uma barra metálica aplicada entre os dois trilhos da via permanente, ligada a um rádio comunicador (conforme figura 42) que é acionado quando uma locomotiva ou vagão passa com as rodas descarriladas, quebrando a barra metálica, e acionando o sinal de emergência que têm a função de comunicar o descarrilamento ao maquinista e também ao CCO – Centro de Controle Operacional (conforme observado na figura 43), dando tempo de acionar os freios e parar a composição, evitando desta maneira um acidente com gravidade maior, como por exemplo, um tombamento. Os detectores de descarrilamento deverão ser instalados a uma distância mínima, o suficiente para parar a composição antes das obras de arte especiais que cruzam os corpos hídricos, considerando-se ainda o último vagão descarrilado, devendo ser levado em consideração à velocidade da composição e a distância de frenagem exigida. 292 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Figura 42: Exemplo de Detector de Descarrilamento Figura 43: Operação do Detector de Descarrilamento em Operação Além dos detectores de descarrilamento nos trilhos, na fase de operação, serão elaborados pela concessionária responsável, o PAE - Plano de Atendimento Emergencial e o PGR - Plano de Gerenciamento de Riscos, descrevendo o detalhamento de como os sinistros serão atendidos, além de especificar a necessidade de instalação de bases de apoio às emergências, os contratos com empresas especializadas em atendimentos emergenciais, os recursos necessários (equipamentos), os treinamentos de colaboradores e terceiros envolvidos nos atendimentos e a realização de simulados para 293 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS aumentar a sinergia entre a empresa, os órgãos ambientais, a defesa civil e outros organismos governamentais. Ainda na fase de operação deve ser criado pela área de planejamento em conjunto com as áreas de meio ambiente e operações, um banco de dados e inserção das informações que julgarem necessária para facilitar a tomada de decisões caso ocorram acidentes com cargas de produtos perigosos, que auxiliarão a tomada de decisões quanto ao incremento ou não das medidas implantadas na fase de instalação da ferrovia. Este banco de dados deve ser baseado na atualização de informações cadastrais mantidas pela área de operações, referentes a ameaças, vulnerabilidades e recursos relacionados a transporte de produtos perigosos, além de evidências de recursos humanos capacitados para as tarefas emergenciais relacionadas a acidentes com carga de produtos perigosos, mesmo que nunca ocorra qualquer acidente desta natureza; Também devem ser criados e mantidos canais de comunicação com agentes externos e com experiências em atendimento de ocorrências desta natureza, além de manter uma equipe pronta e qualificada para o atendimento de ocorrências emergenciais. Será obrigatório o cumprimento na integra da legislação relacionada a transporte de carga perigosa, citada na bibliografia, incluindo neste contexto todas as Normas Técnicas Brasileiras vigentes, além da utilização de vagões apropriados para o transporte de carga de produtos perigosos. No tocante à proteção de recursos hídricos ao longo da via permanente, nos pontos de maior interesse ambiental, deve-se esclarecer que as medidas de cuidados na operação são suficientes para minimizar eventuais impactos gerados pelos vazamentos. Durante a fase de operação, a concessionária responsável precisa estabelecer como prioridade a manutenção do material rodante, via 294 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS permanente, adoção de procedimentos operacionais (restrição de velocidade, treinamento dos condutores), investimento em recursos humanos e materiais próprios e terceirizados para a resposta emergencial, bem como aquisição de equipamentos de controle, tais como sensor de descarrilamento nos rodeiros dos vagões tanques, detectores de roda quente, entre outros, adotando outras medidas construtivas e operacionais para minimizar a possibilidade de ocorrência de acidentes em trechos considerados críticos, como é o caso de travessia de recursos hídricos. Tais medidas, que substituem a necessidade de melhorias no sistema drenagem ao longo da via permanente, consistem em: a. Operativas: restrição de velocidade, priorização de inspeções em trechos críticos, treinamento de colaboradores e terceiros; b. Construtivas: programa de troca de trilhos e dormentação em trechos críticos; implantação e/ou adequação da sinalização e sensores de descarrilamento. 5.4.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.2.1 - Objetivo Geral Este documento indica as soluções que devem ser detalhadas no projeto de engenharia da FIOL para minimizar potenciais contingências derivadas de acidentes com cargas perigosas nos trechos em que há possibilidade de contaminação de reservatórios e mananciais de multiuso, inclusive para o abastecimento d’água, mesmo considerando que são raros os acidentes ferroviários e as cargas perigosas, em pequeno volume transportado, não sejam cargas ferroviárias típicas, com exceção dos combustíveis. 295 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.2.2 - Objetivo Específico Detalhar os locais de aplicação dos detectores de descarrilamento e executar as soluções apresentadas, visando minimizar, caso ocorram, os impactos sobre o meio ambiente e sociedade, dos acidentes com cargas perigosas nos corpos hídricos que cruzam a ferrovia e nas áreas consideradas sensíveis ambientalmente. 5.4.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS O transporte ferroviário de produtos perigosos por vias públicas é disciplinado pelo Decreto nº 98.973, de 21 de fevereiro de 1990 (alterados pelo Decreto 4.097 de 23 de janeiro 1990). Esse Decreto é complementado pelas instruções aprovadas pela Resolução ANTT nº 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações (Resoluções ANTT nº 701/04, nº 1.644/06, nº 2.657/08 e nº 2.975/08), sem prejuízo das disposições em legislação e disciplina peculiares a cada produto. A Resolução ANTT nº. 1.573, de 10 de agosto de 2006, institui o regime de infrações e penalidades do transporte ferroviário de produtos perigosos. A Resolução ANTT nº 420/04, dentre outras exigências requeridas para a realização dessa atividade, dispõe sobre: (i) classificação (do capítulo 2.0 até o 2.9); (ii) relação de produtos perigosos (capítulo 3.2); (iii) provisões especiais aplicáveis a certos artigos ou substâncias (capítulo 3.3); (iv) produtos perigosos em quantidade limitada (capítulo 3.4), (v) disposições relativas a embalagens e tanques e exigências para fabricação (partes 4 e 6); (vi) marcação e rotulagem (capítulo 5.2); (vii) identificação das unidades de transporte e de carga (capítulo 5.3); (viii) documentação (capítulo 5.4); (ix) prescrições relativas às operações de transporte (parte 7). O transporte terrestre de produtos perigosos, também deve atender as seguintes normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT: ABNT NBR 7500 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação 296 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS e armazenamento de produtos; ABNT NBR 7503 - Transporte terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e envelope - Características, dimensões e preenchimento; ABNT NBR 9735 - Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos e ABNT NBR 14619 Transporte terrestre de produtos perigosos - Incompatibilidade química (NR). 5.4.4 - METAS EXECUTIVAS PARA IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Para alcançar os objetivos específicos propostos, fica estabelecido que sejam implantados, na fase de operação da ferrovia, os detectores de descarrilamento, em todos os locais que a análise de riscos de acidentes detectar a necessidade de sua aplicação, priorizando as obras de arte especiais em que o eixo da ferrovia cruzar ou passar a menos de 50 metros de distância de corpos hídricos permanentes, nos trechos elencados na Figura 44. Figura 44: Divisão dos Lotes da FIOL 297 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.5 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. É o órgão responsável pela contratação da execução dos estudos da análise de riscos e principal fiscal da aplicação/realização deste Subprograma, devendo ter a participação de setores como SUAMB – Superintendência de Meio Ambiente, Escritório de Gestão de Projetos – EGP, SUCON – Superintendência de Construção, SUCOP – Superintendência de Controle Operacional, SUPRO – Superintendência de Projetos. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de acompanhamento. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambientais Estaduais. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. Operadoras de transporte. Quando na fase de operação, serão responsáveis pela instalação e manutenção dos detectores de descarrilamento, a manutenção preventiva da via permanente e a elaboração e implantação do PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos e do PAE – Plano de Atendimento Emergencial. 5.4.6 - CRONOGRAMA A execução da análise de riscos deve anteceder a fase de operação do empreendimento, a fim de garantir a segurança do meio ambiente, comunidades e colaboradores envolvidos na operação. 298 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Para a elaboração da Análise Preliminar de Risco (APR), devem ser contemplados os seguintes aspectos e etapas (conforme tabela 39): Tabela 39: Cronograma de Execução da Análise de Riscos ETAPAS a) Levantamento de dados b) Matriz de Análise Preliminar de Riscos MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 X X X X MÊS 4 X Considerando que estes estudos constituem um conjunto de métodos e técnicas que aplicados a esta atividade proposta identificam e avaliam qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade representa para a população, ao meio ambiente e à própria empresa, a análise de riscos precede e embasa os estudos de gerenciamento de riscos e atendimentos emergências que serão elaborados na fase de operação da ferrovia. 5.4.7 – METODOLOGIA A análise de riscos deve ser elaborada por uma equipe técnica multidisciplinar, que conheça os aspectos relacionados a fase de implantação e de operação da ferrovia. Sendo necessário um quadro mínimo dos seguintes profissionais: 1 engenheiro ferroviário (preferencialmente da via permanente), 1 profissional para avalição do meio biótico, 1 engenheiro de segurança, 1 profissional para avalição dos recursos hídricos e 1 geólogo. As etapas de elaboração da anáilise de riscos devem atender as seguintes atividades: a) Levantamento de dados sobre a ferrovia: · Levantamento do provável movimento de produtos perigosos na via férrea; 299 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS · Conhecimento dos principais produtos perigosos que trafegarão nos trechos da via em estudo; · Conhecimento de informações estruturais da via; · Levantamento de campo em todos os principais segmentos e pontos críticos com alta possibilidade de ocorrência de acidentes; · Pontos críticos decorrentes de situações geomorfológicas (taludes perigosos, curvas fechadas etc.), ambientais (climatológicas: nevoeiros, chuvas torrenciais), e operacionais da via (passagens de nível, etc.); b) Montagem da Matriz de Análise Preliminar de Riscos para Ferrovias: A Análise Preliminar de Riscos (Perigos) – APR (do inglês: PHA - Preliminary Hazard Analysis), é um método de análise de riscos (perigos) com o propósito de rapidamente reconhecer perigos na análise de um projeto. Os cenários acidentais deverão ser classificados em categorias de frequência e de severidade, sejam eles riscos da via e/ou ambientais, assim a metodologia se desenvolve em 4 fases, sendo elas: · Fase (1) - Determinação das Categorias de Frequências: · Fase (2) - Determinação das Categorias de Severidade: · Fase (3) - Matriz de Riscos - Incluir a matriz de riscos do produto da frequência de ocorrência do evento pela severidade(s) das consequências das ocorrências que fornece uma indicação qualitativa do nível de risco de cada cenário analisado. 300 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS · Fase (4) - Consolidação das Hipóteses Acidentais mais significativas, onde finalmente, deverão ser relatadas as hipóteses acidentais mais significativas, a partir das quais é mais provável a ocorrência de acidentes e montar a matriz de riscos. A proteção de mananciais contra cargas perigosas será executada durante toda a vida útil da FIOL, desde o início da operação da ferrovia, quando os detectores de descarrilamento deverão estar instalados de acordo com a localização das obras de arte especiais que cruzam os corpos hídricos, a execução das manutenções preventivas da via permanente, bem como também devem ser elaborados e aplicados o PAE - Plano de Atendimento Emergencial e o PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos. Baseados nos resultados da análise de riscos, a concessionária responsável pela fase de operação da ferrovia terá subsídios suficientes para elaboração o PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos e o PAE – Programa de Atendimento Emergencial, onde devem ser parte integrante destes programas os seguintes produtos elencados: a) Proposta de composição do PGR: Abrangência e Estrutura do Plano; Proposta para as Estruturas Básicas de Atendimento às Emergências; Possíveis Situações de Emergência; Proposta de Procedimentos Básicos para Transporte de Cargas Perigosas; Proposta de Revisões de Risco dos Processos, Proposta de Gerenciamento de Modificações, Propostas de Programas de Treinamento e Reciclagem; Sugestão de informações de segurança do processo e revisão dos riscos do processo; Proposta de gerenciamento de modificações; Proposta de manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos; Proposta de Investigação de Anomalias; Proposta de estruturação para atendimento a emergências e Proposta de auditorias. b) Proposta de Composição do PAE: Estrutura do plano; Descrição das instalações envolvidas; Cenários acidentais considerados; Área de abrangência e limitações do plano; Proposta de estrutura organizacional, contemplando as atribuições e responsabilidades dos envolvidos; Fluxograma de acionamento; Ações de resposta às situações emergenciais compatíveis com os cenários acidentais considerados, de acordo com os impactos esperados e avaliados no 301 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS estudo de análise de riscos, considerando procedimentos de avaliação, controle emergencial (combate a incêndios, isolamento, evacuação, controle de vazamentos, etc.) e ações de recuperação; Proposta de recursos humanos e materiais; Divulgação, implantação, integração com outras instituições e manutenção do plano; Tipos e cronogramas de exercícios teóricos e práticos, de acordo com os diferentes cenários acidentais estimados; Estabelecimentos de Zonas d econtrole, Desencadeamento de Ações de Controle, Criação de Procedimentos de Combate à Emergências, Sinalização, Isolamento, Desocupação de Áreas de Risco, Pós-emergências e Avaliação de Consequências. c) Proposta de Composição do Manual de Gerenciamento e Controle de Áreas Contaminadas. A análise de riscos de acidentes deve ser executada imediatamente após a conclusão das obras de superestrutura, possibilitando a passagem de composição férrea que servirá de “piloto” para a coleta de dados dos estudos. O acompanhamento da instalação dos detectores de descarrilamento será realizado através de vistorias em campo, com preenchimento de planilha de acompanhamento, conforme apresentada na Tabela 02 e entregue como condicionante da licença de operação do empreendimento. Este acompanhamento será enviado em forma de tabela contendo informação como: data de instalação, quantidade instalada, lote, quilômetros do local onde houve a instalação, coordenadas geográficas e a empresa responsável pela instalação, conforme modelo da Tabela 40: 302 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Tabela 40: Tabela de Monitoramento e Acompanhamento da Execução da Implantação dos Detectores de Descarrilamento nas Obras de Arte Especiais que Cruzam os Corpos Hídricos na FIOL. Data da instalação Lote Referência Local Km Coordenadas Empresa responsável 5.4.8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 15.492, Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade Ambiental – Procedimento, Rio de Janeiro, 2007. ABNT NBR 15.495-1, Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares - Parte 1: Projeto e construção, Rio de Janeiro, 2007. APHA, AWWA, WEF. Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20th ed. 1998 e 21st ed. 2005; U.S. Environmental ProtectionAgency – USEPA. CETESB - MANUAL DE PRODUTOS QUÍMICOS (Manual revisado em 2003 pelos Setores de Operações de Emergência e de Análise de Riscos da CETESB). Coastal Training Technologies Kerkenbos - DERRAMAMENTO E CONTENÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS: NÍVEIS DE RESPOSTA (DVD) – Kerkenbos, Nijmegen, Holanda, 2010. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução N°. 420. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas, Dezembro de 2009. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR ESTADO DE GOIÁS NORMA TÉCNICA n. 32, de 05/03/07 Produtos Perigosos em Edificação e Áreas de Risco Dicas de Segurança para Armazenagem de produtos Agroquímicos - Tradução de texto extraído da revista “Farm. Chemicals”. 303 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Environmental Protection Agency (EPA). Method 5.021 – Volatile Organic Compounds in Soils and Others Solid Matrices Using Equilibrium Headspace Analysis, 1996. 304 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS 5.5 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS 5.5.1 - Justificativas Estima-se que, em virtude das atividades desenvolvidas, no entorno das áreas objeto das obras, haverá um aumento nos níveis de emissão de poeiras e gases, durante todo o período da construção da FIOL, desde a mobilização de equipamentos até a conclusão e limpeza do empreendimento pronto. Com destaque das obras que envolvem terraplenagem, lavra de jazidas, transporte de material (emissões fugitivas), emissão pelo escapamento dos veículos, pedreiras, instalações de britagem e fábricas de pré-moldados. Estes impactos, que ocorrerão na fase de construção, serão sentidos não só ao longo da área diretamente afetada pela construção da nova ferrovia, mas também, junto às áreas próximas das jazidas e áreas de empréstimos. Ao mesmo tempo, registra-se que na NBR-ISO-14001:1996 o requisito 4.5.1 - Monitoramento e Medição - descreve: “A organização deve estabelecer e manter procedimentos documentados para monitorar e medir, periodicamente, as características principais de suas operações e atividades que possam ter um impacto significativo sobre o meio ambiente”. No mesmo sentido da Norma Brasileira descrita no parágrafo anterior, registra-se que os governos estaduais também vêm restringindo as operações que emitem poluentes, servindo como exemplo a Lei No13. 806 de 30/09/2002 do Estado do Paraná - que dispõe sobre as atividades pertinentes ao controle da poluição atmosférica, a qual destaca em seu “Art. 38. Os empreendimentos e atividades, públicos ou privados, que abriguem fontes efetiva ou potencialmente poluidoras do ar deverão adotar o automonitoramento ambiental, através de ações e mecanismos que evitem, minimizem, controlem e monitorem tais emissões e adotem práticas que visem à melhoria contínua de seu desempenho ambiental”. 305 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Na medida em que se ampliam as exigências às empresas que buscam fixar com transparência as suas responsabilidades sociais e ambientais, tornase necessário adotar garantias de qualidade ambiental, impondo medidas de controle que reduzam a emissão dos poluentes atmosféricos, as quais contribuirão para minimizar os impactos ambientais estimados e, principalmente, os efeitos sobre a saúde da mão de obra trabalhadora do empreendimento e dos moradores próximos, bem como a implantação de um monitoramento permanente, que permita acompanhar a eficiência das medidas adotadas. 5.5.2 - OBJETIVO DO SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS O objetivo deste subprograma é o de reduzir as emissões de gases e poeira e, consequentemente, reduzir seu impacto sobre as comunidades lindeiras e trabalhadores das obras. 5.5.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS • Resolução CONAMA n.º 003 de 28 de junho de 1990, Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. • Portaria n.º 231/76 IBAMA, estabelece os Padrões de Qualidade do Ar. • Portaria n.º 85 IBAMA, Dispõe sobre as diretrizes para criação de programa Interno de Autofiscalização da Correta Manutenção de Frotas e Veículos movidos a Diesel quanto à emissão de Fumaça Preta. 306 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Resolução CONAMA n.º 005 de 15 de junho de 1989, Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar - PRONAR. • Resolução CONAMA n.º 008 de 31 de agosto de 1993, Complementa a Resolução nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados. • Resolução CONAMA n.º 018 de 06 de maio de 1986, Dispõe sobre a criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores PROCONVE. • Resolução CONAMA n.º 251 de 12 de janeiro de 1999, Estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel. 5.5.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO 5.5.4.1 - Atividades de Redução na Construção (Fase de Instalação) As atividades estão voltadas basicamente para as ações de controle e monitoramento das pedreiras, fábricas de pré-moldados, frentes de terraplanagem, circulação de máquinas e caminhões em caminhos de serviço e extração de materiais de construção, com atenção especial às emissões atmosféricas geradas próximas às comunidades habitadas, ou quando o material transbordado é conduzido por regiões habitadas. As principais exigências para o controle das atividades de produção de brita, que deverão ser obedecidas pelas empreiteiras contratadas, são: 307 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Emissões visíveis deverão ficar circunscritas aos limites da unidade industrial; • Umidificar o material extraído antes de sua transferência do caminhão basculante para a moega de carga; • Implantar bicos aspersores na moega de carga e no alimentador vibratório, nas laterais e parte posterior; • Enclausurar os britadores e rebritadores, implantando sistema de exaustão e filtragem ou umidificar as bases e moegas de carga dos mesmos; • Enclausurar as peneiras intermediárias e a seletora final, implantando sistema de exaustão e filtragem; caso se tenha optado pela umidificação nos pontos anteriores, fechar apenas as laterais, parte posterior e parte superior; • Implantar bicos aspersores em todos os pontos de transferência; • Implantar bicos aspersores nos pontos de queda das esteiras para a formação do pulmão e pilha de estocagem; • Implantar aspersores giratórios, deslocáveis, para aspersão d’água sob pressão, nas pilhas de estocagem; • Umidificar o material pétreo estocado, antes que a pá mecânica o transfira para os caminhões basculantes; • Pavimentar ou manter molhadas as vias de tráfego interno, excluíndo-se as épocas de seca, em que a prioridade seja o uso da água para os seres humanos e animais; 308 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Molhar, antes de cada desmonte, a praça onde ocorre a queda do material; • Caso a concentração de partículas em suspensão no local, exceda os padrões estabelecidos pelo CONAMA, poderão ser feitas exigências complementares para os marteletes e perfuratrizes de carreta; • Acionar os sistemas de controle de poluição antes do início de operação dos equipamentos de processo e mantê-los em operação simultânea à pedreira; • Efetuar a manutenção adequada dos sistemas de controle de poluição; • Efetuar o planejamento de fogo de bancada visando minimizar as emissões advindas da extração de blocos de grandes dimensões; • Efetuar a exploração da jazida de maneira tal, que após sua paralisação, seja facilitada sua recuperação ambiental; • Instalar e manter em operação, no perímetro da atividade, uma rede de medição de partículas em suspensão, aprovada pelo Órgão Ambiental do Estado; A metodologia de análise deverá estar em conformidade com o CONAMA e as principais exigências para o controle de Usinas de Concreto e Fábricas de Pré-moldados, que deverão ser obedecidas pelas empresas contratadas para execução dos serviços, são: • As áreas de implantação das usinas não podem estar sujeitas a instabilidades físicas passíveis de ocorrência em cotas superiores (p. ex.: escorregamentos, deslizamentos, presença de materiais instáveis, como depósitos de tálus, etc.); 309 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • As áreas das usinas de concreto e de solos não podem ser susceptíveis a cheias e inundações, nem se situar próximas de nascentes de cursos d’água e núcleos urbanos; evitar que as usinas de concreto e solos sejam instaladas em linha com a direção predominante dos ventos e núcleos urbanos; • A instalação das usinas de concreto e de solos deverá obedecer à legislação de uso e ocupação do solo vigente nos municípios envolvidos; • Programar e implantar um sistema de sinalização, envolvendo advertências, orientações e riscos de acidentes na instalação das usinas de concreto e solos; • Instalar sistemas de controle de poluição do ar, constituído de ciclone e filtro de mangas ou de equipamentos que atendam ao padrão estabelecido; • Dotar os silos de estocagem de agregados finos, de proteções laterais e cobertura, para evitar a dispersão das emissões fugitivas durante a operação de carregamento; enclausurar a correia transportadora de agregados finos; adotar procedimentos de forma que a alimentação do secador seja feita sem emissão visível para a atmosfera; • Adotar procedimentos operacionais que evitem a emissão de partículas provenientes dos sistemas de limpeza dos filtros de mangas e de reciclagem do pó retido nas mangas; • Manter, em boas condições de operação, todos os equipamentos de processo e de controle. As principais exigências para o controle de emissões em Caminhos de Serviço e Frentes de Terraplenagem, que devem ser obedecidas por todas as empresas contratadas, são: 310 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Lavagens periódicas dos equipamentos e veículos, minimizando a quantidade de sedimentos transportados para as vias; todas as caçambas de caminhões de transporte de terra e brita, deverão ser protegidas com lonas, evitando-se a emissão de poeira em suspensão; • Executar manutenção periódica dos veículos e equipamentos para que se minimize a emissão de gases poluentes; • Umidificar as vias de acesso às obras e os desvios de tráfego não pavimentados, através de caminhões-pipa, evitando-se a geração de poeira em suspensão, com exceção nos períodos em que os municípios entram em estado de emergência por falta de água. · Os veículos destinados ao transporte de materiais são providos de lonas, como preveem as licenças estaduais/municipais, reduzindo assim as emissões de material particulado durante o transporte. 5.5.5 – METODOLOGIA A equipe técnica deve ser composta ao mínimo de um profissional da área ambiental (tec. químico ambiental/eng. Ambiental). Em todos os lotes o controle de emissões de poeira proveniente da movimentação de máquinas e veículos nos canteiros administrativos e caminhos de serviço foi realizado, quando possível, por umectação das vias de acesso com o auxílio de caminhões pipa. Para o monitoramento de partículas totais em suspensão será utilizado o método do Amostrador de Grandes Volumes, conforme NBR 9547, ou método equivalente. 311 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS O monitoramento emissões atmosféricas (fumaça preta) provenientes de veículos e máquinas em atividade, nas frentes de terraplanagem, na fábrica de pré-moldados, pedreira e locais de circulação de máquinas e caminhões serão realizados utilizando-se a Escala Ringelmann, que é uma escala gráfica para avaliação colorimétrica de densidade de fumaça, constituída de seis padrões com variações uniformes de tonalidade entre o branco e o preto. Quando houver previsão ou detecção de alteração significativa da concentração de poluentes no ar, considerando os limites da Resolução CONAMA 08/90, com ênfase a zonas urbanas, sendo as áreas mais sensíveis, identificadas para monitoramento, serão propostas e adotadas medidas mitigadoras. 5.5.6 – LOCAIS DE AMOSTRAGEM Dentro dos procedimentos de execução, deverá ser dado especial atenção às emissões atmosféricas geradas próximas às comunidade habitadas, ou quando o material transportado é conduzido por regiões habitadas, conforme obsevado nas Tabels 41, 42 e 43. Tabela 41: Locais de Monitoramento de Emissões Atmosféricas nos Lotes 01 e 02. Ponto de amostragem Km 1 1493+980 Fragmento Florestal 2 1477+040 Residência 3 1475+860 Residência 4 1474+680 Residência 5 1471+ 360 Residência 6 1469+620 Residência 7 1468+300 Residência 8 1466+340 Residência 9 1463+660 Residência 10 1461+920 Residência 11 1438+580 Comunidade Característica Lote 01 312 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Ponto de amostragem Km 12 1434+660 Comunidade 13 1430+420 Residência 14 1429+460 Residência 15 1421+880 Residência 16 1418+580 Residência 17 1415+680 Fragmento Florestal 18 1394+480 Comunidade 19 1390+100 Comunidade 20 1386+780 Residência 21 1382 até 1379 Cidade de Itagiba 22 1354+420 Comunidade 23 1352+800 Comunidade 24 1340+220 Comunidade 25 1338+020 Residência 26 1334+320 Residência 27 1332+580 Comunidade 28 1331+360 Comunidade 29 1329+320 Comunidade 30 1326+420 Comunidade 31 1325+240 Comunidade 32 1324+200 Comunidade 33 1321+200 Comunidade 34 1319 até 1307 Cidade 35 1301+600 Comunidade 36 1279+760 Comunidade 37 1269+200 Comunidade Característica Lote 02 Tabela 42: Locais de Monitoramento de Emissões atmosféricas nos lotes 03 e 04. Ponto de amostragem Km 38 1249+320 Comunidade 39 1228+660 Comunidade 40 1224+800 Comunidade Característica Lote 313 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Ponto de amostragem Km 41 Característica Lote 1178+020 Comunidade 03 42 1150+600 Comunidade 43 1136+460 Residência 44 1134+300 Residência 45 1132+520 Residência 46 1128+440 Residência 47 1125+880 Residência 48 1119+760 Residência 49 1118+360 Residência 50 1117+220 Residência 51 1113+860 Residência 52 1112+570 Residência 53 1108+680 Residência 54 1107+840 Residência 55 1106+120 Residência 56 1104+620 Residência 57 1103+660 Residência 58 1100+080 Residência 59 1098+540 Residência 60 1094+280 Residência 61 1088+160 Residência 62 1082+060 Residência 63 1080+400 Residência 64 1066 até 1061 Comunidade 65 1058+980 Indústria 66 1057+380 Comunidade 67 1010 até 1009 Cidade 68 1005+540 Residência 69 988+300 Residência 70 982+820 Residência 71 981+960 Residência 72 977+720 Residência 73 974+060 Residência 74 971+180 Fragmento Vegetação 04 314 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Tabela 43: Locais de Monitoramento de Emissões atmosféricas nos lotes 05, 06 e 07. Ponto de amostragem Km Característica 75 966+740 Comunidade 76 966+100 Residência 77 956+220 Residência 78 954+760 Residência 79 952+420 Residência 80 936+980 Comunidade 81 924+920 Residência 82 922+120 Residência 83 920+640 Residência 84 919+360 Residência 85 912+440 Residência 86 903+200 Comunidade 87 850+000 Fragmento Vegetação 88 832+240 Residência 89 769+000 Residência 100 749+340 Residência 101 716 até 713 Cidade 102 688+820 Comunidade 103 674+600 Residência 104 663+400 Residência 105 657+340 Residência 106 649+460 Comunidade 107 634+020 Comunidade 108 634+260 Residência 109 631+940 Residência 110 625+240 Comunidade 111 611+820 Comunidade 112 605+904 Fragmento Vegetação 113 588+460 Residência 114 580+740 Comunidade 115 561+780 Comunidade 116 558+500 Residência Lote 05 06 07 315 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Ponto de amostragem Km 117 554+940 Comunidade 118 549+240 Residência 119 544+900 Residência 120 542+440 Residência Característica Lote 5.5.7 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS Esse subprograma é complementado pelos seguintes programas ambientais: Programa de Capacitação de Trabalhadores, Programa de Controle Ambiental da Obra; Programa de Educação Ambiental, Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes e Programa de Comunicação Social. 5.5.8 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO VALEC. A implantação e o acompanhamento deste Subprograma Ambiental serão de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. Construtoras. Ficará a cargo das Empresas de Construção (Empreiteiras) a instalação e operação dos equipamentos de medição do programa de autocontrole em usinas, fábricas e pedreiras e a implantação de todas as demais medidas previstas neste Programa. Consultoras. A empresa responsável pela Supervisão Ambiental ficará incumbida de acompanhar a implantação do Programa, realizando ações de controle visual da emissão de poeiras nas frentes de serviço; monitorando as medições dos programas de autocontrole de emissões de poluentes e de ruídos; dando tratamento aos dados gerados e elaborando relatórios. 316 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Órgãos de Controle Ambiental. Aos Órgãos Ambientais Estaduais e IBAMA caberá a fiscalização geral das instalações industriais (usinas e pedreiras), como consequência do processo de licenciamento individualizado destas atividades, a ser providenciado pelas Empreiteiras responsáveis pelas obras. 5.5.9 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante a evolução da execução das obras, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas também todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da Ferrovia sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. 5.5.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da 317 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma o monitoramento será de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. O monitoramento de poluentes atmosféricos é a qualificação e quantificação das emissões de poluentes previamente selecionados para comparar com parâmetros de concentração definidos na legislação ambiental ou por critérios operacionais. O monitoramento das emissões, que devem ser obedecidas pelas empreiteiras contratadas, deve ter foco nos seguintes itens de controle: · Controle do processo poluidor (ex. combustão por motores); · Controle dos padrões de emissão; · Controle da eficiência de um equipamento; · Testar a consequência causada pela mudança de um processo; · Avaliar a formação de poluentes dentro do processo. 318 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS A “rede de medição de partículas em suspensão” deverá abranger todo o perímetro de influência do empreendimento, contemplando desde os locais das jazidas, os caminhos para transporte, as usinas de concreto e solo, os aglomerados populacionais ou comunidades habitadas e o destino final. Os parâmetros que serão monitorados são os relacionados nas tabelas 01, 02 e 03, apresentada adiante. Os resultados devem ser apresentados, descrevendo a atividade geradora, a estimativa de geração e a caracterização da emissão, conforme exemplo da Tabela 44. Tabela 44: Resumo das Gerações de Emissões Atmosféricas Atividade Estimativa Geradora de Geração Caracterização da Emissão Os resultados dos monitoramentos devem ser apresentados, descrevendo o monitoramento, os níveis de qualidade do ar e os padrões da resolução CONAMA 08/90, conforme exemplo da Tabela 45. Tabela 45: Resultados dos Monitoramentos Efetuados Parâmetros Nível da Qalidade do Ar Padrões CONAMA 08/90 319 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS As medidas corretivas e mitigadoras devem ser apresentadas conjuntamente com os objetivos específicos, conforme exemplo da Tabela 46. Tabela 46: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas Medidas Objetivos Específicos 5.5.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIA, V.; BIDONE, E. D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: EDUFF, 1993. 288 p. CONAMA. Resolução n.º 003 de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR - Data da legislação: 28/06/1990 - Publicado no DOU: 22/08/1990. CONAMA. Resolução n.º 005 de 15 de junho de 1989. Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar - PRONAR - Data da legislação: 15/06/1989 – Publicado no DOU: 25/08/1989. CONAMA. Resolução n.º 008 de 06 de Dezembro 1990. Que estabele, em nível nacional, limites máximos de emissão de poluentes do ar. Publicada no DOU, de 28/12/90. CONAMA. Resolução n.º 018 de 06 de maio de 1986. Dispõe sobre a criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE - Data da legislação: 06/05/1986 - Publicado no: 17/06/1986. CONAMA. Resolução n.º 251 de 12 de janeiro de 1999. Estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel - Data da legislação: 07/01/1999 Publicado no: 12/01/1999. 320 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DNIT. Corpo Normativo Ambiental Rodoviários. Rio de Janeiro, 1996. 92 p. para Empreendimentos IBAMA. Portaria n.º 231/76, em que estabelece os padrões de qualidade do ar e métodos de referência para medições. IBAMA. Portaria n.º 85, que dispões sobre o controle de opacidade na frota de veículos a diesel. 321 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.1- Justificativas Mesmo considerando que a ferrovia projetada prioriza as áreas rurais evitando a interferência com áreas urbanas, elas trazem preocupação quanto às emissões de ruídos e vibrações que, se não tratados com os cuidados necessários, poderão causar danos ao meio ambiente e à população dentro da área de influência direta do empreendimento. Há um número importante de fatores geradores de ruído e de vibrações nas atividades da construção pesada que possam gerar queixas da comunidade para os problemas deles derivados. Alguns dos mais importantes destes fatores são: • Locais onde predominam construções residenciais, por serem de baixa atividade, tem ruído de fundo muito baixo. Os trabalhos relativos à construção aparecem nestes locais como uma intrusão ou uma invasão, fazendo com que a movimentação necessária a esta atividade torne-se indesejável, pois, além de causarem poeiras, deslocamento de veículos pesados, restrições ao acesso, trazem o problema do ruído à tona. • As atividades de construção pesada acontecem ao "ar livre" ou ambiente aberto. A construção por si mesma não proporciona condições de isolamento sonoro, a não ser em casos muito especiais. • O planejamento e o zoneamento para separar (ou isolar) o ruído das áreas de sensibilidade pode não resultar em sucesso, devido ao tempo de duração da obra. • A emissão de ruído varia grandemente durante o dia, com grandes níveis para curtos períodos de tempo. O ruído impulsivo que é particularmente 322 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES incômodo, forma proporcionalmente grande parte da emissão de ruído nos sítios de construção. • O ruído surge de um grande número de diferentes processos que variam na intensidade e características devido às diversas etapas vividas durante o período de construção. Atividades necessárias às construções envolvem, também, as oficinas de máquinas pesadas e leves, onde é feita a manutenção e o conserto na própria região da construção, bem como, veículos leves e pesados, máquinas pesadas de corte e de perfuração, a produção de materiais e a fabricação de pré-moldados, a carga, o transporte e a descarga dos mais diversos materiais e assim por diante. Todo o processo de implantação e construção de ferrovias é transitório por natureza. Virtualmente tudo que se faça ainda permanecerá em constante estado de mudança por muito esforço que se dedique. É difícil controlar o ruído e vibrações, neste caso, exigindo vigilância constante para minimizar os danos e inconvenientes que possam causar. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o limite sonoro de 50 decibéis para não causar prejuízos ao ser humano. Alguns efeitos negativos da poluição sonora são: insonia, estresse, depressão, perda de audição, dores de cabeça e cansaço, portanto é necessario avaliar se os níveis atingidos, em um determinado ambiente esta causando danos a qualidade de vida das pessoas. As atividades que envolvem o uso de explosivos devem ser controladas, não só com relação ao desmonte de estruturas (rocha e outros materiais), mas também quanto a danos estruturais em edificações próximas (casas, edificações históricas, etc.) e outros impactos ambientais como vibração, propagação de ruídos. Os valores limites do nível de vibração do terreno não dependem apenas dos danos que a velocidade de vibração de partícula pode causar nas construções civis, mas também do tipo de construção em si, tendo sido 323 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES provado que, com freqüência, a vibração gerada por explosivos é apenas o instante detonador de um processo de instabilidade atribuído a outras causas, como recalque, dilatação térmica, insuficiência de material, erro de cálculo de projeto, etc. (Fornaro, 1980). Também é importante considerar as características próprias das vibrações, ou seja, a freqüência, a repetitividade e a duração do fenômeno. Pode-se dizer que um edifício sofre danos, se os impulsos dinâmicos provocados pelas vibrações sobrepõem-se aos impulsos estáticos, levando a uma superação das condições de resistência da estrutura. Tendo em vista que as atividades desenvolvidas durante as fases de implantação e operação da FIOL acarretarão na alteração dos níveis sonoros, causando transtornos à população residente na AID, alterações no comportamento e sobrevivência da fauna silvestre e ainda, na saúde dos trabalhadores envolvidos na construção e operação da planta industrial, fazse necessário o monitoramento e a adoção de medidas que visem mitigar e compensar tais impactos. Importante salientar que este programa deve ser estendido para a fase de operação da ferrovia, quando deverão ser executadas medições relacionadas a passagens de composições, identificando então, possíveis pontos onde poderão ser necessárias obras para mitigação dos níveis de ruídos. 5.6.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES DE CONTROLE E Este subprograma tem como objetivo orientar as ações que devem ser realizadas para controlar a emissão de ruídos e de vibrações pelas atividades de construção da ferrovia e, assim, reduzir ao máximo os efeitos negativos sobre os moradores rurais, as comunidades lindeiras e sobre a fauna, seja a 324 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES silvestre, sejam as criações mantidas nas propriedades rurais vizinhas do empreendimento. Apresentar as ações, parâmetros legais a serem seguidos e os procedimentos necessários para a realização do monitoramento e controle dos níveis de ruído e vibrações, promovendo com isso condições de trabalho salutares aos trabalhadores envolvidos nas atividades de implantação do empreendimento, bem como reduzir a interferência sobre as comunidades e o meio ambiente através da proposição de medidas de prevenção e controle. Apresentar uma proposta de modelagem de ruídos que possam ser gerados na fase de operação da ferrovia, prevendo ações mitigadoras na fase de construção. 5.6.3 - METAS E INDICADORES 5.6.3.1 - Metas em Relação aos Ruídos Conforme a NBR 10.151, os limites de horário para o período diurno e noturno podem ser definidos pelas autoridades, de acordo com os hábitos da população. A meta a ser atingida é a de não superar os limites máximos registrados, de acordo com a lei de uso e ocupação do solo dos municípios afetados quando da classificação do tipo de zona estabelecida na NBR 10.151, e caso ela venha a ser superada, adotar medidas que minimizem seus impactos. A Tabela 47 é baseada na norma de referência (NBR 10.151) e indica os níveis de ruído que servirão como critério de avaliação, ou seja, o nível máximo recomendado para cada tipo de área habitada. 325 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Para tanto, os ruídos gerados tanto na fase de implantação como de operação do empreendimento, deverão ser monitorados. Tabela 47: Nível de Critério de Avaliação NCA para Ambientes Externos, em dB TIPOS DE ÁREAS DIURNO NOTURNO Áreas de sítios e fazendas 40 35 Área estritamente residencial urbana ou hospitais ou escolas 50 45 Área mista, predominantemente residencial 55 50 Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55 Área mista, com vocação recreacional 65 55 Área predominante industrial 70 60 5.6.3.2 - Metas em Relação às Vibrações O subprograma de controle e monitoramento de vibrações, está voltado para os efeitos da construção da ferrovia sobre o meio ambiente. Tais atividades são regidas por normas técnicas que sugerem parâmetros de medição e limites definidos na avaliação de prováveis danos. A maioria delas considera na avaliação de danos estruturais, além da velocidade, a freqüência da vibração. Algumas normas foram elaboradas com base em dados experimentais, analisando parâmetros como o tipo de construção e o material nela utilizados, outras se basearam apenas em valores empíricos, mas todas apresentam valores conservativos. De acordo com BACCI (2003), a norma brasileira não avalia o parâmetro freqüência e não classifica os diferentes tipos de estruturas civis, restringindo-se ao valor resultante da velocidade de vibração como parâmetro medido. 326 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES A meta com relação aos níveis de vibrações causadas pela instalação do empreendimento deve levar em consideração os trabalhos executados próximos a centros urbanos, ou residências em que se faça o uso de explosímetros. Concomitante a este programa devem estar associadas ações de comunicação social junto à comunidade lindeira a obra, informando os motivos e a freqüência do uso dos explosivos. 5.6.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS 5.6.4.1 - Definições Aplicáveis Ruído ambiente: ruído global observado numa dada circunstância num determinado instante, devido ao conjunto de todas as fontes sonoras que fazem parte da vizinhança próxima ou longínqua do local considerado. Ruído particular: componente do ruído ambiente que pode ser especificamente identificada por meios acústicos e atribuída à determinada fonte sonora. Ruído residual: ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídos particulares, para uma situação determinada. Nível sonoro contínuo equivalente, ponderado: valor do nível de pressão sonora ponderado. A de um ruído uniforme que, no intervalo de tempo T, tem o mesmo valor eficaz da pressão sonora do ruído cujo nível varia em função do tempo. 327 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Nível de avaliação: nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, durante o intervalo de tempo T, adicionado das correções devidas às características tonais e impulsivas do som, de acordo com a seguinte fórmula: LAr,T = LAeq,T + K1 + K2 onde K1 é a correção tonal K2 é a correção impulsiva Ruído impulsivo: ruído com um ou mais impulsos de energia sonora cuja duração é inferior a 1 s e separados por intervalos de tempo superiores a 0,2 s. Vibração: é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo. Esse movimento pode ser regular, do tipo senoidal ou irregular, quando não segue nenhum movimento determinado, como no sacolejar de um carro andando em uma estrada de terra (IIDA). 5.6.4.2 - Normas 5.6.4.2.1 - Ruídos Para a medição dos ruídos será utilizado o preconizado na Norma Brasileira NBR 10151 - “Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento”, e fixa as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades. Ela especifica um método para a medição de ruído, sua aplicação de nos níveis medidos e uma comparação dos níveis corrigidos, com um critério que leva em conta os vários fatores ambientais. A Resolução CONAMA: Nº 001, Ano:1990 - "Dispõe sobre critérios e padrões de emissão de ruídos, das atividades industriais" Data da legislação: 08/03/1990 - Publicação DOU: 02/04/1990. 328 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Resolução CONAMA: Nº 002, Ano:1990 - "Dispõe sobre o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora - SILÊNCIO" (Estabelece normas, métodos e ações para controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-estar da população) Data da legislação: 08/03/1990 Publicação DOU: 02/04/1990] Resolução CONAMA: Nº 008, Ano:1993 - "Complementa a Resolução nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados" (Estabelece a compatibilização dos cronogramas de implantação dos limites de emissão dos gases de escapamento com os de ruído dos veículos pesados no ciclo Diesel, estabelecidos na Resolução CONAMA nº 1/93) Data da legislação: 31/08/1993 - Publicação DOU: 31/12/1993 Resolução CONAMA: Nº 017, Ano:1995 - "Ratifica os limites máximos de emissão de ruído por veículos automotores e o cronograma para seu atendimento previsto na Resolução CONAMA nº 008/93 (art. 20), que complementa a Resolução nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados" Data da legislação: 13/12/1995 - Publicação DOU: 29/12/1995 Resolução CONAMA: Nº 272, de 14 de Setembro de 2000 - Essa resolução regulamenta a emissão de ruídos de veículos automotores. A NR do Ministério do Trabalho e Emprego deve ser considerada e utilizada como diretriz nas questões relativas à exposição funcional de ruídos, tal como a NR 15 que estabelece os tempos de exposição dos trabalhadores aos níveis de ruídos que não devem ser exceder os limites de tolerância fixados no Quadro 14. 329 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Quadro 14: Níveis de Ruído x Exposição Máxima Diária Permissível (NR15) 330 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.4.2.2 - Vibrações Para a medição de vibrações sonoras, serão utilizadas as normas NBR 9653 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que desde 1983, vem coletando e analisando dados técnicos da bibliografia internacional e associando-os à experiência nacional, através da sua Comissão de Estudos CE - 18.205.02, que advém de trabalhos em pedreiras operando junto à periferia das grandes concentrações urbanas. A CETESB estabeleceu critérios de avaliação de problemas ambientais através da norma interna D7.013, de 1992, na qual são fixadas as condições exigíveis para a atividade de mineração a céu aberto que utiliza explosivos no desmonte do minério, no que se refere ao controle de poluição e à conservação do meio ambiente. Esse critério avalia o incômodo gerado à população e não se refere aos danos em estruturas civis, como a NBR 9653. 5.6.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO 5.6.5.1 - Atividades de Medições de Ruídos O monitoramento de ruídos deverá ser realizado na ADA e quando for o caso na AID, utilizando-se a mesma metodologia e malha amostral para todos os lotes levando-se em conta a presença ou não de pontos receptores sensíveis próximos ae canteiros de obra, fábricas de dormentes e frentes de trabalho. A equipe técnica deve ser composta ao mínimo de um profissional de engenharia acústica e de segurança do trabalho. 331 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Será utilizado o método de Monitoração Continua de Ruído. Desta forma, em cada ponto de medição o monitoramento ocorrerá de forma continua durante trinta minutos, na taxa de 01 amostra de ruído por segundo, uma vez por semestre nas áreas externas das fábricas de dormentes e nos canteiros de obra ou quando se fizer necessário durante o avanço nas frentes de obra da instalação da ferrovia, como por exemplo, em casos em que estas áreas estejam até 500 metros de centros urbanos, escolas, hospitais e etc. Segundo a NBR 10.151, o medidor de nível de pressão sonora ou o sistema de medição deve atender as especificações da IEC 60651 para tipo 0, tipo 1 ou tipo 2. Recomenda-se que o equipamento possua recursos para medição de nível de pressão sonora equivalente ponderado em "A" (LAeq), conforme a IEC 60804. O posicionamento do microfone em todos os momentos deverá atender as normas de operação do aparelho, bem como as condições exigidas no item 3.1.2 da NBR 10.151: “as medições no ambiente externo devem ser efetuadas a 1,2 m acima do solo, e no mínimo, a 1,5m de paredes, edifícios e outras superfícies refletoras.” Enquanto o decibelímetro grava o nível de ruído do local, a equipe deverá fazer a descrição das atividades que estão sendo realizadas no local, para justificar a freqüência sonora de cada ponto. Segundo a NBR 10.151, o relatório deve conter as seguintes informações: ü Marca, tipo ou classe e número de série de todos os equipamentos de medição utilizados; ü Data e número do último certificado de calibração de cada equipamento de medição; ü Desenho esquemático e/ou descrição detalhada dos pontos da medição; ü Horário e duração das medições do ruído; 332 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES ü Nível de pressão sonora correções aplicadas; corrigido Lc, indicando as ü Nível de ruído ambiente; ü Valor do nível de critério de avaliação (NCA) aplicado para a área e o horário da medição; ü Referência a esta Norma. As medições dos níveis de ruídos serão realizadas na AID, sempre que as obras de instalação da ferrovia estiverem ocorrendo próximas de residências isoladas e/ou lindeiras, comunidades, escolas, hospitais ou postos de saúde e unidades de conservação. Também deverão ser objeto de medição e controle todos os canteiros de obra, sendo apresentadas ao IBAMA por trecho ferroviário licenciado, conforme exemplo da Tabela 48. Tabela 48: Resumo das Informações das Medições de Ruídos no Trecho xx da FIOL Resumo das medições de ruídos PONTO Nível de Ruído Medido Previsão de Alteração Limites de Referência Residência do Sr. Xx (idenficar o nome e km ferroviário) Canteiro Central ( identificar o ponto externo) Canteiro Industrial (identificar o ponto externo) Britador (identificar o ponto externo) Unidade de Conservação (identificar a UC e km ferroviário) 333 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES O programa deverá contemplar todas as comunidades aglomerados urbanos e rurais que possam sofrer interferências acústicas. ou 5.6.5.2 - Atividades de Medição de Vibrações O monitoramento de vibrações deverá ser realizado utilizando-se a mesma metodologia e malha amostral para todos os lotes levando-se em conta a presença ou não de pontos receptores sensíveis a menos de 500 metros de distância de frentes de trabalho que utilizem explosivos, tais como áreas residências, hospitais/unidades de saúde, escolas, povoados e comunidades. A CETESB estabeleceu critérios de avaliação de problemas ambientais através da norma interna D7.013, de 1992, na qual se fixam as condições exigíveis para a atividade de mineração a céu aberto que utiliza explosivos no desmonte do minério, no que se refere ao controle de poluição e à conservação do meio ambiente. Que pode ser correlato ao uso de explosivos utilizados nas frentes de obra para a instalação da ferrovia. Esse critério avalia o incômodo gerado à população e não se refere aos danos em estruturas civis, como a NBR 9653. A velocidade resultante de vibração de partícula é calculada do mesmo modo que na norma NBR 9653, a qual estabelece como valor máximo de Vp 3mm/s, medido na componente vertical. Quando a medição for realizada com utilização de instrumentos cujos resultados sejam a integração das três componentes, o valor máximo permitido para a velocidade de partícula é de 4,2mm/s, para que não haja incômodo à população. Em ambos os casos, a medição deve ser feita fora dos limites da área da ferrovia. Quanto à instalação dos sensores, estes devem ser fixados rigidamente no solo, a uma distância inferior a 10m da edificação mais 334 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES atingida. As medições dos níveis de vibrações serão apresentadas ao IBAMA por trecho ferroviário licenciado, conforme tabelas elencadas: As medições dos níveis de vibração na ADA – Área Diretamente Afetada - deverá ser realizada sempre que as obras de instalação da ferrovia estiverem ocorrendo próximas de residências isoladas e/ou lindeiras, comunidades, escolas, hospitais ou postos de saúde. Também deverão ser objeto de medição e controle todos os canteiros de obra, sendo os resultados apresentadas ao IBAMA por trecho ferroviário licenciado, conforme exemplo de Tabela 49 abaixo: Tabela 49: Resumo das Informações das Medições de Vibrações no Trecho xx da FIOL Resumo das medições de vibrações PONTO Nível de Vibrações Medido Previsão de Alteração Limites de Referência Residência do Senhor Xx (idenficar o nome e km ferroviário) Canteiro Central ( identificar o ponto externo) Canteiro Industrial (identificar o ponto externo) Britador (identificar o ponto externo) Unidade de Conservação (identificar a UC e km ferroviário) 335 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.6 - MEDIDAS MITIGATÓRIAS Medidas mitigatórias deverão ser implantadas conforme os resultados das medições dos níveis de ruídos e vibrações ultrapassarem os limites estabelecidos pela legislação pertinente, incluindo os níveis de exposição sonora estabelecidos pela NR 15. Como este subprograma está diretamente ligado ao programa de comunicação social, todos os distúrbios em relação à comunidade deverão ser levados em consideração e apresentados à empreiteira responsável para que medidas mitigadoras sejam tomadas. Sugere-se o uso de abafadores de som em equipamentos que apresentarem ruídos elevados, tais como britadores e geradores de energia. Importante salientar, que somente durante a fase de operação da ferrovia, quando as composições férreas começarem a trafegar e o programa de monitoramento de ruídos já estiver consolidado, será possível discutir se haverá ou não a necessidade de executar obras visando a redução dos níveis de ruídos e desconforto para a população. No caso do uso de explosivos próximo a comunidades, dependendo dos resultados de vibrações, medidos em campo durante os processos de explosão, medidas como a diminuição da carga de explosivos deverão ser levados em consideração. As medidas mitigatórias e corretivas, quando necessárias e executadas, devem ser descritas e apresentadas na forma da Tabela 50. 336 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Tabela 50: Resumo das Informações das Medições de Vibrações no Trecho xx da FIOL Medida Adotada Objetivo Específico 5.6.7 - MODELAGEM DE RUÍDOS Deve ser realizada, durante a fase de instalação da ferrovia, uma modelagem contemplando os ruídos que serão produzidos na fase de operação da ferrovia. Esta modelagem deve ser realizada visando a proteção acústica de comunidades próximas ao traçado da linha férrea, prevendo-se o uso de apitos e a passagem de composições carregadas e vazias ao longo do trecho. De acordo com os resultados apresentados, deverão ser propostas medidas mitigadoras para solução do problema. A análise do ruído deve ser efetuada através de monitoramento in loco para obtenção de dados das fontes sonoras e por simulação computacional através do software SoundPLAN 6.4®, ou similar, que permite a modelagem de ambientes internos e externos e possibilita a análise dos impactos das fontes sonoras poluidoras e previsões sobre o comportamento do ruído. Considera fontes (com características espectrais e diretividade 2D ou 3D) dos tipos pontuais, extensas (linear e superficial); ambientes físicos com curvas de nível; edificações; absorção do solo e barreiras, como paredes e taludes, por exemplo. É um software que simula situações reais para análise acústica de um ambiente. Oferece como resultado a modelagem, cálculos e mapas dos níveis de pressão sonora, gerando mapas de ruído de entorno e de fachada dos edifícações. Para isso, é necessária a inserção dos seguintes dados no programa: extensão da área de estudo; área, altura e localização das edificações; tipos de materiais utilizados nas fachadas; tipo de solo; tipo, quantidade, localização e potência das fontes sonoras; localização e quantidade de receptores; 337 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES dados dos níveis de pressão sonora medidos in loco; barreiras existentes, entre outros. O cálculo é feito através da varredura da geometria em 360 graus, incluindo as reflexões que podem ocorrer nos edifícios e nas barreiras. Os resultados oferecem o Leq e os descritores estatísticos (L10, L50, L90, Lmax, Lmin). Todas as fontes são consideradas de forma independente e podem ser calculadas separadamente. O software também tem a capacidade de calcular o efeito de difração do som, no entanto, é necessário selecionar essa opção na simulação, pois, o tempo de cálculo dobra quando essa ferramenta está acionada. Durante o processo de cálculo, os dados podem ser vistos na tela em duas dimensões e em três dimensões, podendo até mesmo serem impressos. Após a verificação, é feito o cálculo do ruído para cada receptor, sendo que a velocidade e incremento do cálculo podem ser ajustados de acordo com a modalidade desejada. Os pontos de modelagem devem prever informações como o local (quilômtro ferroviário e coordenada geográfica), os níveis de ruídos permitidos, os níveis de ruídos previstos e as medidas mitigadoras que devem ser adotadas, conforme modela da Tabela 51: Tabela 51: Níveis de Ruídos Previstos KM Coordenadas Níveis de ruído Níveis de ruídos Medidas Permitidos Previstos Mitigadoras 5.6.8 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante todo o período das obras, sendo as medições realizadas bimestralmente até a conclusão 338 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES das obras, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas também todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. As medições dos níveis de ruídos serão realizadas na ADA - Área Diretamente Afetada, sempre que as obras de instalação da ferrovia ocorrerem próximas de residências isoladas e/ou lindeiras, comunidades, escolas, hospitais /postos de saúde e unidades de conservação legalmente protegidas. Também deverão ser objeto de medição e controle todos os canteiros de obra implantados, sendo os resultados apresentados em relatórios semestrais. Os locais onde serão realizados estes monitoramentos, conforme o avanço das obras, são apresentados nas tabelas 52, 53 e 54. Tabela 52: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 01 e 02. Ponto de amostragem Km 1 1493+980 Fragmento Florestal 2 1477+040 Residência 3 1475+860 Residência 4 1474+680 Residência 5 1471+ 360 Residência 6 1469+620 Residência 7 1468+300 Residência 8 1466+340 Residência 9 1463+660 Residência 10 1461+920 Residência 11 1438+580 Comunidade 12 1434+660 Comunidade 13 1430+420 Residência Característica Lote 01 339 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Ponto de amostragem Km 14 1429+460 Residência 15 1421+880 Residência 16 1418+580 Residência 17 1415+680 Fragmento Florestal 18 1394+480 Comunidade 19 1390+100 Comunidade 20 1386+780 Residência 21 1382 até 1379 Cidade de Itagiba 22 1354+420 Comunidade 23 1352+800 Comunidade 24 1340+220 Comunidade 25 1338+020 Residência 26 1334+320 Residência 27 1332+580 Comunidade 28 1331+360 Comunidade 29 1329+320 Comunidade 30 1326+420 Comunidade 31 1325+240 Comunidade 32 1324+200 Comunidade 33 1321+200 Comunidade 34 1319 até 1307 Cidade 35 1301+600 Comunidade 36 1279+760 Comunidade 37 1269+200 Comunidade Característica Lote 02 Tabela 53: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 03 e 04. Ponto de amostragem Km 38 1249+320 Comunidade 39 1228+660 Comunidade 40 1224+800 Comunidade 41 1178+020 Comunidade 42 1150+600 Comunidade 43 1136+460 Residência Característica Lote 03 340 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Ponto de amostragem Km 44 1134+300 Residência 45 1132+520 Residência 46 1128+440 Residência 47 1125+880 Residência 48 1119+760 Residência 49 1118+360 Residência 50 1117+220 Residência 51 1113+860 Residência 52 1112+570 Residência 53 1108+680 Residência 54 1107+840 Residência 55 1106+120 Residência 56 1104+620 Residência 57 1103+660 Residência 58 1100+080 Residência 59 1098+540 Residência 60 1094+280 Residência 61 1088+160 Residência 62 1082+060 Residência 63 1080+400 Residência 64 1066 até 1061 Comunidade 65 1058+980 Indústria 66 1057+380 Comunidade 67 1010 até 1009 Cidade 68 1005+540 Residência 69 988+300 Residência 70 982+820 Residência 71 981+960 Residência 72 977+720 Residência 73 974+060 Residência 74 971+180 Fragmento Vegetação Característica Lote 04 341 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Tabela 54: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 05, 06 e 07. Ponto de amostragem Km Característica 75 966+740 Comunidade 76 966+100 Residência 77 956+220 Residência 78 954+760 Residência 79 952+420 Residência 80 936+980 Comunidade 81 924+920 Residência 82 922+120 Residência 83 920+640 Residência 84 919+360 Residência 85 912+440 Residência 86 903+200 Comunidade 87 850+000 Fragmento Vegetação 88 832+240 Residência 89 769+000 Residência 100 749+340 Residência 101 716 até 713 Cidade 102 688+820 Comunidade 103 674+600 Residência 104 663+400 Residência 105 657+340 Residência 106 649+460 Comunidade 107 634+020 Comunidade 108 634+260 Residência 109 631+940 Residência 110 625+240 Comunidade 111 611+820 Comunidade 112 605+904 Fragmento Vegetação 113 588+460 Residência 114 580+740 Comunidade 115 561+780 Comunidade 116 558+500 Residência 117 554+940 Comunidade Lote 05 06 07 342 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Ponto de amostragem Km 118 549+240 Residência 119 544+900 Residência 120 542+440 Residência Característica Lote 5.6.9 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. A implantação e o acompanhamento deste Subprograma Ambiental serão de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. Gestora Ambiental: Apoiar, orientar e supervisionar os procedimentos de monitoramento do nível de ruídos e vibrações. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras: Executar as atividades previstas no subprograma. 5.6.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos 343 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES funcionários e processos, promovendo o crescimento aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. e Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Diante do exposto, os relatórios devem apresentar além dos resultados de medições de ruídos e vibrações realizadas no período, o atendimento a todas não conformidades registradas durante o processo de instalação da obra. 344 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9653. Guia para avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas urbanas. Norma de Procedimento.1986. São Paulo (SP). BACCI, D.C. Vibrações geradas pelo uso de explosivos no desmonte de rochas: avaliação dos parâmetros físicos do terreno e dos efeitos ambientais. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista. 2000. v.1 (texto) e v.2 (anexos). (Tese de Doutorado). BELLIA, Vitor et. al. : Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar - IME-DNIT, 2005. BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. BERTA, G. L'esplosivo strumento di lavoro. 1985. ITALESPLOSIVI - Milano. 1ª ed. 488p. Surface mineral extractions (except coal) sites. British Standard. BRASIL. DNIT. Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. DNIT/IPR. Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. DNIT/IPR. Manual para ordenamento do uso do solo nas faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL/DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos / instruções de serviço. - Rio de Janeiro, 2006. CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL Norma D7.013 - Mineração por explosivo. São Paulo: 1992. 7 p. CONSELHO GESTOR DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DO CAPIVARIMONOS - Pátio de cruzamento ferroviário - Represa Billings - Relatório e parecer do grupo de trabalho - São Paulo, 04 de Julho de 2007. DUVALL, W.I., FOGELSON, D.E. Review of criteria for estimating damage to residences from blasting vibration. BuMines RI 5968, 1962. 19 p. HABER, Jabra – Vibrações – Notas de Aula (Segurança do Trabalho), 2009. IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher. 345 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES MIRSHAWKA, VICTOR. Manutenção preditiva. São Paulo: Makron Books. NEPOMUCENO, L. X. Técnicas de manutenção preditiva. São Paulo: Edgard Blucher. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. VALEC (OIKOS). Normas Ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3ª revisão, 2007). 346