1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS A utilização das Histórias em Quadrinhos no Ensino de Ciências e Biologia Rafael Silva Banti 406.2274-6 São Paulo 2012 2 Faculdade Presbiteriana Mackenzie. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. A utilização das Histórias em Quadrinhos no Ensino de Ciências e Biologia Monografia apresentada ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Presbiteriana Mackenzie como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. São Paulo. 2012 3 Dedico este trabalho aos meus pais Waldir Renato Banti e Dirce Maria Silva Banti Eu os amo 4 AGRADECIMENTOS Agradeço ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde CCBS-UPM pela excelência na qualidade de ensino que me fizeram capaz de alcançar esta etapa de minha vida Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Waldir Stefano, pela paciência e compreensão ao longo de nossa experiência e por acreditar de maneira inabalável na minha competência para a realização deste trabalho. Agradeço aos meus pais, que se esforçaram para este momento finalmente chegar e seus exemplos sempre me alicerçaram para a formação do ser humano que sou. Agradeço aos meus irmãos, Mateus Silva Banti e Renato Silva Banti, minha cunhada Lucila Garcia pelo amor e carinho que me foram dedicados e minha sobrinha Laís Cortelazzi Banti que me enche os olhos de felicidade toda vez que a encontro e ao meu sobrinho Benjamin Cortelazzi Banti que está a caminho de se tornar mais uma felicidade em minha vida Agradeço aos meus colegas de faculdade que tanto me ajudaram para este momento chegar, assim como meus colegas de trabalho que pelos seus ensinamentos tornaram possível minha formação como profissional. Agradeço à minha namorada Daniela Christianini Komatsu e sua filha Alana Komatsu dos Santos pela paciência e compreensão das minhas ausências que foram necessárias para elaboração deste trabalho. 5 Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância. (Derek Bok) 6 Resumo As Histórias em Quadrinhos (HQs) são um veículo comunicativo com enorme potencial em atingir milhares de pessoas em todo o mundo. Isto é explicitado pelos milhares de tiragens espalhadas pelo mundo, além de que as HQs possuírem os mais variados temas. Com a crescente popularização das HQs surgiram críticos contra a moralidade das histórias e foi necessária uma reunião da associação de revistas de quadrinhos a fim de garantir um selo de qualidade para as anedotas, o que favoreceu à decadência, não só da qualidade das HQs, mas também das editoras que obtiveram sucessivos débitos econômicos levando à falência muitas dela. Além do mais, isso promoveu para o ressurgimento à resistência por parte das escolas e pais, à leitura das HQs bem como o seu emprego no ensino. Porém, esse cenário vem mudando atualmente e a utilização de histórias em quadrinhos nas escolas vem em uma crescente por numerosos estudos sobre os benefícios da leitura e da produção artística e educativa que as HQs promovem em seus leitores e seus escritores. Diversos autores relatam experiências práticas sobre a utilidade das Histórias em Quadrinhos no ensino de Ciências, ao abordarem as linguagens utilizadas, tanto verbais, quanto visuais; além de analisarem os termos científicos empregados nas HQs e de que forma essa leitura lúdica contribui para professores e alunos. Aliar a prática pedagógica empregando tecnologias educacionais lúdicas com outros mais tradicionais, como o livro didático, evidencia no aumento do interesse dos alunos ao temas abordados em sala de aula, além do incentivo à leitura e ao estímulo da criatividade dos estudantes quando em contato com as Histórias em Quadrinhos. 7 Abstract The Comics (comics) are a communication vehicle with great potential to reach thousands of people around the world. This is explained by the thousands of runs around the world, and that comics have all kinds of subjects. With the growing popularity of comics critics emerged against the morality of the stories and took a meeting of the association of comic books in order to ensure a quality seal for the anecdotes, which favored the decay, not only the quality of the comics, but also of publishers who had debts successive economic bankrupting many of her. Moreover, it promoted a resurgence of resistance by schools and parents to read the comics as well as its use in teaching. However, this scenario has changed now and the use of comics in schools is a growing number of studies on the benefits of reading and art production and education in promoting the comic book readers and writers. Several authors describe practical experiences on the usefulness of comics in science teaching, to address the language used, both verbal and visual, in addition to reviewing the scientific terms used in comics and how this contributes entertaining reading for teachers and students. Combine pedagogical practice using educational technologies play with other more traditional, such as textbooks, evident in the increased interest of students to issues addressed in the classroom, in addition to encouraging reading and encouraging the creativity of students when in contact with the comics. 8 Índice Introdução..............................................................................................................9 Referencial Teórico..............................................................................................13 Objetivos............................................................................................................. 23 Metodologia........................................................................................................ 24 Resultados e Discussão........................................................................................25 Conclusão.............................................................................................................32 Referências Bibliográficas...................................................................................34 9 1-) Introdução As Histórias em Quadrinhos (HQs) são um veículo comunicativo com enorme potencial em atingir milhares de pessoas em todo o mundo. Isto é explicitado pelos milhares de tiragens espalhadas pelo mundo, além de que as HQs possuírem os mais variados temas. Sua fama se deu em decorrência de sua produção ser em escala industrial, além da capacitação de profissionais que a ela estão ligados, como roteiristas, desenhistas, editores, entre outros. Ademais, as histórias em quadrinhos foram uma das pioneiras nessa padronização no processo de produção globalizado em termos econômicos, o que certamente favoreceu para sua fixação no âmbito comercial editorial (RAMA e VERGUEIRO, 2004). O uso da imagem gráfica é empregado desde que o Homem surgiu na Terra e começou a utilizá-la para inscrição nas paredes das cavernas como meios de comunicação para informações essenciais, do tipo: conquista de uma presa, demarcação de território entre outros. Com isso, dia após dia a cada conquista, cada conhecimento novo do mundo, o Homem documentava essas notificações. Caso fosse possível unir essas marcações, quadro a quadro, estaríamos montando uma história quadro a quadro (RAMA e VERGUEIRO, 2004). Mesmo nos dias atuais, o ser humano sempre registra suas impressões do mundo, desde pequeno, na forma de desenhos, com um único objetivo simples: comunicar-se. Ainda que tivesse um resultado expressivo, a comunicação somente pela linguagem gráfica apresenta limitações, mas principalmente otimiza o tempo na comunicação. É nessa obrigação que nasce o alfabeto fonético, que transforma a transmissão de mensagens em algo que os desenhos não conseguem. Porém, no início o contato com o alfabeto fonético somente era para classes mais altas da sociedade, fazendo com que a imagem gráfica permanecesse como um dos principais elementos de comunicação garantindo assim sua permanência. Ademais, mesmo com o surgimento da imprensa a comunicação através de desenhos perdurou e manteve-se, ainda como uma dos mais importantes e imponentes veículos de comunicação humana (RAMA e VERGUEIRO, 2004). Mais tarde, na história da humanidade, surge a indústria tipográfica que com sucesso conseguia conectar as linguagens gráfica e impressa, atingindo seus objetivos 10 comunicativos. Isto pode ser observado nos diversos folhetins publicados no século XVIII e XI, além do humor britânico do século XVIII. Com essa crescente evolução que a imprensa gráfica pegou carona nas revoluções industrial, francesa e norte-americana, criou-se um cenário propício para o seu estabelecimento como um meio de comunicação em massa, com seus fortes elementos linguísticos que uma história em quadrinhos contém, foi nos Estados Unidos que atingiu seu apogeu no final do século XIX, devido à disponibilidade tecnológica que o país desfrutava e de sua cultura social consumista favoreceram para a consolidação das HQs como um produto de consumo das massas (RAMA e VERGUEIRO, 2004). Foi nas páginas dos jornais de domingo e focados nos imigrantes e utilizando linguagens humorística e satírica aliada a desenhos de personagens caricaturais, que as HQs norte-americanas ganharam cada vez mais espaço nos jornais, vendo suas publicações diárias. Sob esse cenário nascem as famosas “tiras” dos jornais, com histórias e temas diversos. Ainda, Rama e Vergueiro (2004) relatam o forte enraizamento nos syndicates1 que as HQs focavam no padrão de vida norte-americano, assim como o cinema, o que contribuiu para a globalização dos valores e cultura dos EUA. Isso também contribuiu para o surgimento de HQs no mundo inteiro, por exemplo, no Brasil, onde surgiram os gibis, com o aparecimento de super-heróis, principalmente com fortes histórias temáticas vinculadas da Segunda Guerra Mundial. Porém, a fama atual das HQs que no passado fora posta em questão devido sua produção ser quase que exclusivamente às crianças e aos adolescentes, pais e professores duvidavam de sua legitimidade em colaborar na capacitação de valores culturais e morais, em razão de seu forte apelo comercial. Com isso, ficam explícitas as razões pelas quais houve tanto preconceito e tantas limitações na veiculação escolar (RAMA e VERGUEIRO, 2004). Com essa crescente popularização das HQs surgiram críticos contra a moralidade das histórias, foi necessária uma reunião da associação de revistas de 1 Os Syndicates são grandes organizações distribuidoras de notícias e material de entretenimento para jornais de todo o mundo. Possuem os direitos autorais sobre as histórias em quadrinhos, bem como são responsáveis pela distribuição; não só internamente, mas também para outros países. Os Syndicates possuem um código de ética que relata sobre diversas regras a serem seguida, como por exemplo, as tirinhas não devem conter preconceitos, palavras de ofensas, não ofender o leitor entre outros (RAMA e VERGUEIRO, 2004; COSTA, 2012) 11 quadrinhos a fim de garantir um selo de qualidade para as anedotas, o que favoreceu à decadência, não só da qualidade das HQs, mas também das editoras que obtiveram sucessivos débitos econômicos levando à falência muitas dela. Além do mais, isso promoveu para o ressurgimento à resistência por parte das escolas e pais, à leitura das HQs bem como o seu emprego no ensino (RAMA e VERGUEIRO, 2004). No Brasil, não foi diferente. Os principais editores de revista decidiram realizar um “Código de Ética dos Quadrinhos” 2 na qual era postulado uma série com 18 instruções de como se confeccionar as HQs, na qual basicamente: 1) HQs devem ser um instrumento educacional; 2) Não deve sobrecarregar a mente das crianças, servindo ao propósito de higienização mental, não possuindo um caráter extensivo sob o ponto de vista curricular escolar; 3) As HQs não devem influenciar perniciosamente a juventude além de não aflorar exageradamente os desejos de imaginação; 4) Devem exaltar o papel dos pais e professores sem a depreciação de quaisquer um desses representantes sociais; 5) Não seja desrespeitoso às nenhum religião ou raça; 6) Exaltar a democracia e os representantes da pátria, sem lisonjear os tiranos e inimigos do Estado e da liberdade; 7) Respeito à família, bem como não expressar o divórcio como a solução para os problemas conjugais; 8) Não podem ser apresentadas nem sugeridas, quaisquer relações sexuais, cenas de amor entre outros; 9) São proibidos pornografias, vulgaridades etc.; 10) É proibido o emprego de gírias e palavras de uso popular; 11) São inaceitáveis ilustrações provocantes, como nudez e a exibição de partes íntimas; 12) Deverá ser evitada a menção de defeitos físicos e deformidades 13) Não poderão ser veiculadas nas capas e afins histórias de terror, violência etc.; 14) As forças da lei devem triunfar sobre a perversidade e o mal, sendo o crime apresentado como uma atividade sórdida e indigna e os criminosos sempre punidos e não poderão ser apresentados com heróis; 2 Cabe ressaltar que esse código fora realizado durante o Regime Militar Brasileiro, em 1976 por um conglomerado de editoras, as quais: Editora Gráfica O Cruzeiro, Editora Brasil-América Ltda, Rio Gráfica e Editora Abril (Adaptado de SILVA, D da. Quadrinhos para quadrados. Por Alegre: Bels, 1976. p. 102-104). 12 15) Não poderão ser vendidas figurinhas 16) Não poderão ser violados os códigos de bom gosto e de decência; 17) Todo o código deverá sem empregado não somente aos textos e desenhos, mas também às capas; 18) As revistas deverão postar nas capas o selo indicativo deste código. O emprego das HQs no Brasil durante o regime desse código dentro das editoras prevaleceu à leitura pela classe “pensante” da sociedade, além de que a sua leitura ficou vinculada ao afastamento dos jovens de “objetivos mais nobres” - como o conhecimento do “mundo dos livros” e o estudo de “assuntos sérios”, Rama e Vergueiro (2004, p. 16) alertam para o prejuízo que as histórias em quadrinhos causavam ao rendimento escolar, entre outros fatores cognitivos, como apreensão de idéias e relacionamento social e afetivo. Com essa situação mal dita pela sociedade, as HQs tornaram-se as vilãs para construção de uma sociedade justa e civilizada. Porém, esse cenário vem mudando atualmente e a utilização de histórias em quadrinhos nas escolas vem em uma crescente por numerosos estudos sobre os benefícios da leitura e da produção artística e educativa que as HQs promovem em seus leitores e seus escritores. Diversos autores relatam experiências práticas sobre a utilidade das Histórias em Quadrinhos no ensino de Ciências, ao abordarem as linguagens utilizadas, tanto verbais, quanto visuais; além de analisarem os termos científicos empregados nas HQs e de que forma essa leitura lúdica contribui para professores e alunos. Aliar a prática pedagógica empregando tecnologias educacionais lúdicas com outros mais tradicionais, como o livro didático, segundo os autores, evidencia no aumento do interesse dos alunos ao temas abordados em sala de aula, além do incentivo à leitura e ao estímulo da criatividade dos estudantes quando em contato com as Histórias em Quadrinhos. Tendo em vista a necessidade crescente que o emprego de tecnologias educacionais lúdicas e assumindo que as histórias em quadrinhos têm essa função na educação, faz-se necessário estudar e analisar os benefícios do uso das HQs no ensino de Ciências e Biologia, de acordo com as técnicas que lhe são peculiares, como as linguagens gráfica e escrita. 13 2-) Referencial Teórico Em diversos artigos, livros e outras referências lê-se muito sobre a CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) e de que forma essa interconexão da Ciência está inserida na tecnologia, seja industrial ou na área de saúde (com novos medicamentos, novas pesquisas, novos métodos curativos de diversas doenças) e principalmente de como o estudante - como parte da sociedade – usufrui esse conhecimento. Para Krasilchik e Marandino (2004), o ensino de Ciências sofreu mudanças, desde sua aplicação inicial a qual limitava-se a ser expositiva, neutra e descontextualizada e passou a ser contextualizada e analisada de como essa evolução científica – de diversas formas – traz conseqüência à sociedade. Dessa forma, o ensino de Ciências se alterou de papel na sociedade; antes vista como uma espécie de salvadora na história da humanidade, tornando-se prejudicial, até dela mesma, como em crises de caráter econômico, ambiental e culminando em crises sociais (KRASILCHIK e MARANDINO 2004). Sob esta óptica de que a produção científica afeta nosso meio ambiente, a economia e por fim, a sociedade, a prática do ensino de Ciências se depara com uma grande responsabilidade, de não só lecionar os conteúdos programáticos, mas de levantar essas questões aos alunos provocando-os ao pensamento crítico de como ele pode ser ou estar dentro dessa interface da CTS. O aluno deve aprender a linguagem com o propósito de se tornar crítico e responsável em seu posicionamento acerca de diferentes situações e de forma construtiva, utilizar o diálogo para lidar com conflitos e na tomada de decisões. Além de ser capaz de expressar suas opiniões, seus sentimentos e idéias, mas principalmente também de saber interpretar e considerar as argumentações dos outros e, principalmente sabendo discutir essas idéias (BRASIL, 2000) É neste sentido que analisar o ensino de Ciências dentro da sala de aula torna-se essencial para observar se o professor é capaz de provocar no aluno um olhar crítico do desenvolvimento científico, tecnológico e social. Diferentes abordagens de ensino são relevantes para essa incitação ao pensamento crítico e ao posicionamento social do aluno, e cabe ao professor abrir novas possibilidades para a discussão entre os mesmos, podendo, pois, os estudantes capazes de modificar a dinâmica da aula sendo eles os principais agentes das suas construções de conhecimento (CANDELA apud: WINCH, 2007). 14 Porém, realizar atividades em grupo, aplicar novas metodologias de ensino não esgota a forma de se ensinar Ciências caso o decente não se preocupar de que forma ocorrerá a socialização de termos e do conhecimento científico. Cabe ao professor, discutir de forma contextualizada e em qual momento de sua vida aquele determinado tema abordado será aplicado. Mas não só, essa contextualização dos assuntos disciplinares não deve ter somente um sentido de aplicabilidade, mas sim ter um sentido em si próprio quando estudado e ensinado. Para Lewontin (2000) o aluno descobre sua realidade a partir de suas próprias experiências podendo determiná-la a partir da interação com o mundo externo e com isso essa construção de conhecimento dar-se-á através da interação entre professor e aluno. Conhecimento este que é as Ciências, a qual é intrinsecamente influenciada pelas diversas instituições sociais, que também as influencia. Nesse sentido de relação entre alunos e professor e na melhoria da qualidade desses processamentos cognitivos por parte do aluno, Guedes (2007), afirma que um trabalho em grupo aperfeiçoa também qualidades relacional e emocional, uma vez que promove diferentes habilidades sócio-culturais como cooperação e integra ao ambiente de trabalho descontração, preparando o estudante a se deparar com diversas culturas e entrando em contato com a diversidade. Porém, a utilização de apenas atividades que promovem essa ação conjunta de debates entre os agentes educacionais, não garante que essa prática seja efetivamente educacional e positiva para o desenvolvimento cognitivo. Ocorre nas escolas de Ensino Fundamental o que a autora chama de “esvaziamento de conteúdos”, devido principalmente pela desatualização e ausência de domínio por parte dos docentes, no que diz respeito aos conceitos abordados. Pode-se perceber que o ensino de Ciências está atrelado, portanto, não só pela forma como determinado conteúdo é abordado e lecionado, mas também pelo domínio do assunto que o professor detém, sendo que este último é também imprescindível ao ensino (WEISSMANN apud: TRENCHE, 2007). A fim de superar essa deficiência no ensino, principalmente ao que tange do que ser ensinado, Carvalho (2004) aborda alguns critérios de ensino que consigam interligar três faces do processo de ensino aprendizagem, os quais: aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais. O primeiro critério estruturante passa pelo que aborda as CTS, como dito anteriormente, visando observar as evoluções que atravessa a sociedade e a produção científica. No que diz respeito à face procedimental o ensino de Ciências não deve ser 15 mais um ensino de pura transmissão de conceitos e conteúdos científicos, mas de um processo de “aculturação científica” (MATTHEWS apud: CARVALHO, 2004). Este tipo de aspecto deve levar o estudante a ser o seu próprio construtor de conhecimento, fornecendo-lhe condições para seu próprio “aculturamento científico” que seja capaz de defender suas idéias a respeito de determinado assunto, trabalhando com aqueles conceitos do PCN abordados anteriormente. As propostas contidas no PCN para a renovação do ensino de Ciências Naturais orientam-se pela necessidade de o currículo responder ao avanço do conhecimento científico e às demandas pedagógicas geradas por influência de um movimento denominado Escola Nova. (BRASIL, 1998). Essa influência modificou a proposta pedagógica, até então puramente lógica, para uma abordagem que considera os aspectos psicológicos, valorizando a participação ativa do estudante no processo de aprendizagem. Não só a proposta pedagógica foi alterada, como também os objetivos foram modificados, na medida em que aspectos antes meramente informativos deram lugar a formativos. Com isso, as atividades práticas passaram a representar importante elemento para a compreensão ativa de conceitos abordados em sala, mesmo que sua implementação seja difícil, em escala nacional. Para tanto, o objetivo fundamental do ensino de Ciências Naturais passou dar condições para o aluno vivenciar o que se denominava método científico, ou seja, a partir de observações, levantar hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso, trabalhando de forma a redescobrir conhecimentos. Neste modo, há ligação com o proposto por Carvalho (2004) nos critérios conceituais, procedimentais e atitudinais. Uma das ferramentas que pode ser utilizada nessa construção do conhecimento científico são as histórias em quadrinhos (HQs), devido a sua popularidade, fácil linguagem empregada, ampla disseminação mundial, a utilização de desenhos, expressões faciais; enfim, vários são os atrativos disponíveis em uma história em quadrinhos (ARAÚJO; COSTA; COSTA, 2005; LUYTEN, 2011). Ainda segundo a autora, as HQs representam a linguagem do século XX e persistem no século XXI, pelos símbolos e terminologias empregados na construção dessas que é considerada a “nona arte”. Elas se expressam, segundo Luyten (2011), a partir de “códigos ideográficos” que não precisam ser interpretados, essa é a grande 16 vantagem das HQs; mesmo com a complexidade das imagens a compreensão é feita naturalmente sem considerações posteriores. A figura 1 mostra essa ideia da autora ao criar uma imagem que relata sobre a produção industrial e suas consequências geradas na natureza, bem como se utilizando de palavras, não para explicar a história, mas sim enfatizar a ideia inicial proposta: Figura 1. Tirinha criticando o desenvolvimento industrial por promover a destruição do futuro da Terra (DEPÓSITO..., 2012). O espaço e o respeito às histórias em quadrinhos dentro das salas de aula está aumentando, uma vez que seu emprego em um programa popular e criativo foca novos leitores e incentiva a criação e a contextualização. Um forte aliado pedagógico, as HQs propiciam ao aluno o contato com narrativas desde o começo do aprendizado até aquisição de novas linguagens. Os alunos, tanto crianças quanto adolescentes, acompanham as histórias do início ao fim, compreendem o tema central, os personagens, a noção de tempo e espaço sem a necessidade daquela explicação ou fechamento das idéias (LUYTEN, 2011). Para a autora, as imagens apoiam o texto e dão aos alunos pistas contextuais para o significado da palavra. Os quadrinhos atuam como uma espécie de andaime para o conhecimento do estudante (LUYTEN, 2011, p. 6). 17 A figura 2 retrata a união entre imagem e palavra que servem de apoio ao aluno, como segue: Figura 2. Tirinha relacionando um mesmo tema com abordagens diferentes. (DEPÓSITO..., 2012). Além dessas características intrínsecas às histórias em quadrinhos, outra que pode ser classificado como inerente à sua leitura, é que elas incentivam e estimulam aqueles estudantes que se opõem à leitura e ao aprendizado. Há o envolvimento entre o leitor com a história, devido ao estilo literário que é de fácil compreensão para o aluno, é como se as HQs falassem a língua dos leitores, como se conhecessem, se identificassem. Ademais, elas fornecem ao estudante um livro que combina diversos atrativos, como imagem empregadas com texto para representar simbolismos, pontos de vista, drama, humor, sátira, tudo isto num só texto (LUYTEN, 2011, p. 7). Assumindo o papel das HQs como uma ferramenta de ensino tecnológica e nãoformal, ela mostra-se como um dos veículos auxiliares à contextualização do ensino de ciências. A figura 3 pode ser utilizada como exemplo contextualização do ensino. 18 Figura 3. Tirinha podendo contextualizar a genética dentro da sala de aula. (DEPÓSITO..., 2012). Alvo de tantas críticas em diversos trabalhos e discussão nas salas de formação de professores, contextualizar o ensino de Ciências e Biologia faz-se necessário, uma vez que por ser um modelo de tecnologia educacional e por estar inserida na sociedade há séculos – como descrito anteriormente – pode-se considerar que as HQs se enquadram nas CTS. Além de que as histórias em quadrinhos abordam ou podem em suas anedotas situações cotidianas do uso das tecnologias (CARUSO; CARVALHO; SILVEIRA, 2005; REIS e CICILLINI, 2001). Os autores ainda acreditam que o emprego dessa tecnologia educacional auxilia na transformação do ensino formal através do não-formal na medida em que as HQs ultrapassam os muros formais e formalizantes da escola, principalmente pelo fato das histórias em quadrinhos utilizarem fatores tão determinantes quanto os conteúdos 19 formais do ensino, como a diversão, o amor, a família além das características explicitadas anteriormente. Além do mais que ensinar Ciências e Biologia as HQs possibilitam a pesquisa pedagógica ao analisar o emprego e as contribuições dessa tecnologia educacional no ensino, somada às vantagem de sua aplicação em sala de aula, bem como a formação da alfabetização científica nas séries iniciais escolares (PIZARRO e JUNIOR, 2009). Ainda, diversas publicações citadas por Pizarro e Junior (2009, p. 1), incitam a [...] leitura, construção de história em quadrinhos (HQ) por parte dos alunos, análise de conteúdos científicos presentes em gibis comerciais, a contribuição deste material para a divulgação científica, a imagem distorcida da Ciência presente em seus enredos, o ensino de conteúdos conceituais de forma bem humorada, dentre outras. Segundo os autores Araújo, Costa e Costa (2008), Pizarro e Junior (2009) mesmo que há essas possibilidades de pesquisa e uso das HQs, inexistem propostas pedagógicas bem como delimitações das práticas, tampouco estratégias métodos educativos e avaliativos do processo de ensino-aprendizagem de forma planejada e organizada. Algumas universidades brasileiras, através de seus professores e pesquisadores em diversas áreas, como física, química e educação; promovem oficinas de criação, leitura, interpretação de inúmeras histórias em quadrinhos (ARAÚJO; COSTA; COSTA, 2005; CARUSO; CARVALHO; SILVEIRA, 2005). Dessas oficinas e minicursos, Araújo, Costa e Costa (2008) perceberam as HQs são capazes de integrar diversas disciplinas escolares, como história, geografia, biologia etc., promovendo aquela interdisciplinaridade proposta pelos PCN+, além da contextualização previamente estabelecida em parágrafos anteriores. A figura 4 demonstra que as HQs podem conter elementos que promovam não só a interdisciplinaridade, mas também a intradisciplinaridade como ressaltam os autores. 20 Figura 4. Tirinha contendo caráter interdisciplinar e intradisciplinar. (DEPÓSITO..., 2012). Ainda, a promoção de cursos, oficinas e minicursos floresceu o interesse de alunos de outras disciplinas dentro da universidade como relata Araújo, Costa e Costa (2005). Caruso (2002) cita que as HQs ou as tirinhas (que são produções em menor escala e também com estórias mais enxutas) ressaltam o papel fundamental das imagens e linguagem utilizadas, além delas exigirem do autor três grandes desafios, não produzir histórias que promovem a memorização do leitor; confeccionar histórias que desperte a curiosidade e permitir ao aluno que reflita e aprenda sobre o tema abordado a partir de suas próprias conclusões e dedução, mesmo que seja com auxílio do professor. Isso mostra como as tirinhas e as HQs não devem ser óbvias, tampouco inibirem a capacidade investigativa do estudante ao entrar em contato com as histórias em quadrinhos. De fato, muito mais que trazer consigo a diversão e lazer as HQs são extremamente capazes de rechear suas histórias com conteúdos, nos quais seu principal aliado são os personagens, em razão da sua fala familiar, a capacidade de aproximar-se do leitor e dos diversos conceitos a ele embutidos, tornam-se um material muito atrativo, para alunos e professores (PIZARRO, 2009; LYUTEN, 2011). Ainda, 21 Linsingen (2007), destaca a luta dos professores em busca de novos atrativos pedagógicos com o propósito minimizar o hiato entre a linguagem docente e a compreensão discente (LINSINGEN, 2007, p. 7). Pizarro (2009) levanta uma questão interessante ao discursar sobre eventuais erros conceituais presentes em HQs e que eles podem ser um aliado do professor, na medida em que este pode mediar situações problemas versando entre os conteúdos informais das histórias e os formais do livro didático. Podemos perceber nessa situação uma possível prática dos critérios propostos por Carvalho (2004): aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais. Neste aspecto, Gonçalves e Machado apud: Pizarro (2009) alertam quando dizem que as HQs podem ser um material capaz de formar consciências (Pizarro, 2009, p. 29), na medida em que tornam-se um forte material paradidático contextualizado. A figura 5 pode ser inserida nessa aspecto de criação de situações problemas, na contextualização e nos aspectos propostos por Carvalho (2004), além de formar consciências, como segue: Figura 4. Tirinha apresentando um aspecto escolar. (DEPÓSITO..., 2012). Focando-se agora na principal característica intrínseca das HQs, as suas linguagens como veículo comunicativo aliada à velocidade como ocorrem as trocas de informação nos dias atuais, responsabilidade dos avanços tecnológicos (em razão das necessidades sociais, políticas e econômicas) aliada às Ciências – pois, como analisam Reis e Cicillini, (2001, p.4.) consideramos a Ciência como uma atividade social e dinâmica cujo objetivo consiste na produção do conhecimento sobre a natureza, buscando soluções para satisfazer novas necessidades de ordem ideológica, econômica e política. Ainda mais, as produções tecno-científicas são norteadas à medida que surgem as necessidades humanas e, portanto, são criações humanas, estas orientadas por vontades ora políticas, ora sociais amparadas pelas inovações científicas (REIS e CICILLINI, 2001). 22 Esses avanços facilitaram, pois, a disseminação das HQs consolidando cada vez mais um público leitor fiel apresentando-se a eles com linguagens típicas de uma manifestação artística e que vem sendo objeto de estudo científico (ARAÚJO; COSTA; COSTA, 2005). Sob esse cenário da crescente evolução das CTS aliada à sua constante atualização e à facilidade de entrar em contato com as publicações da revolução tecnológica que a sociedade atual vem passando e de que forma ela é inserida às Ciências; fica evidente a necessidade de não só abordar essas inovações dentro da sala de aula, mas também de empregar algumas dessas tecnologias promovendo a inserção efetiva dos alunos a essas revoluções, a fim de possibilitar aos estudantes assimilar dos conceitos tecnológicos presentes na sociedade do século XXI (REIS e CICILLINI, 2001). Os autores ainda reforçam que as CTS no ensino de Ciências e Biologia ocorrem de forma descontextualizada e descentralizada do seu propósito inicial, que é o de conectar essa tríade. De fato, ao analisar as Ciências a Tecnologia e a Sociedade, percebe-se que cada uma delas deve ser realizada de maneira que o aluno perceba o porque ocorrem aquelas razões dos avanços tecnológicos, explicados anteriormente, no ensino de Ciências e Biologia. Sob o olhar crítico de livros paradidáticos, Reis e Cicillini (2001) observaram a baixíssima inserção contextualizada das CTS, por parte dessas ferramentas didáticas. Assumindo que as HQs podem também exercer uma função de material paradidático, sua utilização dentro da sala de aula pode suprir essa escassez. Aliar aqueles critérios propostos por Carvalho (2004) no contexto das CTS é visar ao propósito final da educação: a democracia e a moral, pois ambos são essenciais para a construção de argumentos de perguntas e respostas acerca do desenvolvimento tecnológico e científico do país, ou seja, cedendo aos alunos condições necessárias a participarem do desenvolvimento técnico e científico mundiais. Nota-se, portanto, que as histórias em quadrinhos compõem um cenário excepcional no auxílio ao professor para o processo de ensino-aprendizagem na escola ao reunir esses diversos atributos. 23 3-) Objetivos O presente trabalho tem como objetivo, além de identificar a ausência da utilização das HQs dentro da sala de aula, mas também de que forma seu emprego pode obter sucesso na relação de ensino-aprendizagem. 3.1-) Objetivos gerais: Identificar os principais agentes causadores do preconceito e da rejeição das histórias em quadrinhos como material de ensino. 3.2-) Objetivos Específicos Analisar os benefícios que as HQs têm no ensino de Ciências e Biologia. 24 4-) Metodologia Fez-se um levantamento documental de diversos artigos científicos, dissertações, teses e trabalhos publicados de outra natureza, como debates entre autores publicados em revistas. As publicações citadas cima foram encontradas em base de dados como Scielo, Google acadêmico, portal da Capes e base de dados de diversas universidades, como Unicamp, USP, Unesp, UFRJ, UERJ entre outras. Após a busca sobre o referido tema, realizou-se leitura crítica das obras, bem como discussão das mesmas com o orientador a fim de permitir a integração das idéias dos textos lidos com as idéias do aluno para a realização do trabalho. Assim, posteriormente à leitura e análise dos textos, pôde-se, enfim, elaborar o presente projeto. 25 5-) Resultados e Discussão Foi possível observar que o principal motivo que levou ao preconceito seguido do desuso das Histórias em Quadrinhos nas salas de aula foi de que os pais e professores terem achado que perderia a credibilidade e autenticidade no ensino, por terem um forte apelo comercial junto a sua produção em larga escala. Ainda, a linguagem verbal empregada nas estórias também era alvo de críticas por parte dos patronos sociais que por ser de uma fácil e prazerosa leitura e direcionado ao público infantil, as HQs não serviriam como material educacional limitando a capacidade dos alunos em compreenderem leituras mais profundas, bem como o amadurecimento intelectual dos alunos seria entardecido (RAMA e VERGEIRO, 2004).3 Essa ideia preconceituosa de que as HQs retardariam o desenvolvimento intelectual e a compreensão do estudante a leituras de livros mais complexos foi sendo derrubada ao passar do tempo pela insistência de alguns professores aliada à característica marcante dos livros de tirinhas, sua distribuição comercial, sua presença nos jornais impressos, revistas e etc. Diversas propostas de Caruso (2002) e Luyten (2011) mostram que aplicar no ensino de Ciências e Biologia as histórias em quadrinhos melhora na compreensão de termos e conceitos em razão dos seus conteúdos, pois as tirinhas abordam e possuem conteúdos formais de ensino de Ciências e Biologia e que pode servir como texto base para o professor introduzir um tema que lhe é necessário; em outras palavras: conteúdo específico curricular, contendo um determinado conceito de uma certa disciplina que integre o currículo do ensino fundamental ou médio a ser explorado e explicado Caruso (2002, p. 6). 3 Um dos responsáveis pelo crescente preconceito e mal-uso das HQs foi o psiquiatra alemão, Fredric Wertham, o qual publicou um livro intitulado Seduction of the Innocent (Sedução do Inocente), no ano de 1954. O autor denunciou - tendo seus pacientes com distúrbios mentais como base de seus estudos - que as histórias em quadrinhos poderiam influenciar negativamente os jovens leitores com suas histórias, como, por exemplo, um adolescente poderia se matar ao se atirar do alto de um prédio achando que fosse o Superman ou que jovens viriam a se tornar homossexuais por lerem o Batman, pela amizade entre os dois heróis da série, Batman e Robin. Esta obra polêmica influenciou a campanha para a censura das publicações das histórias em quadrinhos (RAMA e VERGUEIRO, 2008). 26 Ademais, o autor analisa que as HQ trazem consigo, quase que de maneira inerente à sua leitura, a inclusão de temas - não tradicionais - que os livros escolares não abordam, como tecnologia e a discussão científica [...] conteúdo específico extra-curricular, tendo como meta conceitos, fatos e notícias de avanços científicos, tecnológicos e de outras áreas, que, muitas vezes, só chegam ao aluno através da mídia impressa e televisiva e não através de livros didáticos ou do ensino formal [...] (CARUSO, 2002, p. 6). Em relação à interdisciplinaridade, tão exposta e sugerida nos PCN+, Caruso (2002) alerta que o emprego das tirinhas como apoio didático reforça e contextualiza o ensino de duas ou mais disciplinas, quando diz há conteúdo específico interdisciplinar, enfatizando, através de situações exemplos que envolvem disciplinas curriculares, o sentido e a importância da interdisciplinaridade. Porém, não somente da interdisciplinaridade, mas como a intradisciplinaridade permite ao aluno que entre em contato com algumas situações-problemas que o livro didático não aborda, pois as HQs possuem um conteúdo interdisciplinar extracurricular, envolvendo áreas do conhecimento não contempladas nos currículos (CARUSO, 2002, p. 7). Aliando a este pensamento, tanto da interdisciplinaridade e da sua contextualização, quanto da intradiscplinaridade, o autor incita algo interessante e pouco abordado nos livros escolares, ao falar sobre que as histórias em quadrinhos podem trazem consigo a história e evolução da Ciência, bem como seu impacto social [...] contextualização histórica, mencionando alguma descoberta científica e relacionando-a a algum outro fato histórico marcante ou apresentando situações que reflitam relações entre ciência e sociedade [...] (CARUSO, 2002, p. 7). Por fim, as histórias em quadrinhos - sejam elas por meio das tirinhas ou dos gibis - promovem o desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos, objetivos propostos pelo Brasil (2000) sejam elas por meio da promoção da [...] cidadania, focalizando as questões e os conceitos considerados pelo grupo como indispensáveis para a alfabetização científica, para a formação humanística básica do cidadão, incluindo conceitos ligados à prevenção de 27 doenças, saúde pública em geral, preservação de meio ambiente, dentre outros, ou sejam pela ordem de grandeza, focalizando situações nas quais o aluno terá idéia de ordem de grandeza, desde o infinitamente pequeno (o mundo das partículas elementares) até o infinitamente grande (o cosmo) [...] (CARUSO, 2002, p. 8). Ou ainda, no âmago do método experimental, dando ênfase à descrição de experimentos simples [...] método científico, discutindo-se os princípios gerais das ciências e aspectos epistemológicos ligados à metodologia científica [...] (CARUSO, 2002, p. 9). Caruso (2002) afirma que as tirinhas conseguem promover a contextualização do ensino além de influenciarem nos critérios conceituais, procedimentais e atitudinais propostos por Carvalho (2004), na medida em que se exploradas em sala de aula, auxiliarão o professor na prática do ensino de Ciências. O docente por sua vez, deve ter consciência de que o processo de aprender não é somente possuir domínio de um determinado assunto, mas também ensinar – e aqui está o verbo certo para prática escolar – o aluno o que fazer com esse novo conhecimento adquirido (se é que um conhecimento se adquire, se comparar esse verbo a uma compra de um objeto em particular). Além disso, o professor deve também mostrar para seus alunos que todo conhecimento aprendido é passível de refutações e argumentações acerca do mesmo (CARVALHO, 2004). É sobe esse aspecto que o uso das HQs em sala de aula pode auxiliar o professor em sala de aula, ao provocarem situações problemas seguidas, intencionalmente e implicitamente, da resolução daquelas, ou seja, após o contato com o conteúdo abordado, os alunos são provocados a solucionarem esses problemas, de acordo com a mediação do professor. Porém, a inserção nua e crua da leitura das tirinhas em salas de aula não garante a promoção dos objetivos educacionais como propostos acima. Tal garantia poderá se: As tirinhas representarão uma parte expressiva do material produzido pela oficina, devido ao seu poder de concisão. Um desafio a ter sempre em mente é a utilização de textos simples e curtos, ressaltando a linguagem da imagem. Outro desafio é fugir de qualquer tipo de memorização e buscar produzir um material que não apenas desperte a curiosidade do aluno, mas seja também capaz de permitir que ele reflita e aprenda o conceito abordado através de suas próprias deduções e conclusões, mesmo que para isso ele necessite da ajuda de seu professor. Em outras palavras, as tirinhas não devem ser óbvias 28 ou conter explicações que não deixem espaço para que o aluno infira ou deduza alguma coisa a partir de seu contato com a tirinha. (CARUSO; CARVALHO; SILVEIRA, 2002, p. 6). Ademais, ressalta-se o papel do professor como mediador dessas discussões de situações problemas promovidos pelas histórias em quadrinhos, que atentarão os alunos pela sua criatividade intrínseca, bem como por ser um material lúdico e não formal. Por vezes, o professor poderá sortear uma estória que contenha algum erro conceitual e trabalhar dentro da sala de aula além analisar os conteúdos procedimentais e atitudinais explorados nas tirinhas. Com isso, após os conceitos serem abordados e ensinados, caberá ao professor ensinar aos estudantes o que poderão corrigir com esses equívocos preceitos e posteriormente como utilizarão o novo conceito aprendido em suas vidas. Aqui, pois, claramente pode-se observar os campos conceituais (o aluno enxergar o erro, seja dele ou não) os procedimentais (o que fazer com esse erro) e os atitudinais (como empregar o aprendido nas ações da sua vida). E as tirinhas são um aliado muito forte para o professor afim dele trabalhar esses critérios dentro da sala de aula. Ainda, se analisar sob o ponto de vista que, segundo Caruso (2005), as tirinhas permitem uma rápida e dinâmica leitura da mensagem transmitida. Essa velocidade está presente na vida do aluno do século XXI, em que as redes sociais da internet e os vídeos clipes musicais aliados à mídia trazem consigo essa rapidez da informação acompanhada de um exacerbado acúmulo de conteúdo que por muitas vezes o aluno não sabe como lidar com isso, muito menos como organizá-los. E é com esse intuito que as HQs podem ser utilizadas nas salas de aula, pois carregam organização, sentido e lógica nas suas histórias, como analisa Eisner apud. Tavares, p.11 comunicar ideias e/ou histórias por meio de palavras e figuras, envolve o movimento de certas imagens (tais como pessoas e coisas) no espaço. Para lidar com a captura ou encapsulamento desses eventos no fluxo da narrativa, eles devem ser decompostos em segmentos sequenciados. Esses segmentos são chamados de quadrinhos. 29 Ainda, cabe explicitar algumas palavras de Caruso (2009, p. 219): A capacidade que têm as HQs de atrair o leitor jovem está fazendo com que educadores aproveitem cada vez mais esse instrumento, cuja utilização coaduna-se com o preconizado na Lei de Diretrizes e Bases: a valorização de situações do cotidiano e da vivência das crianças e dos jovens. Não é à toa que cresce o número de questões objetivas de vestibulares que usam charges ou tirinhas. Percebe-se que o emprego das HQs nas escolas cresce a cada ano, em razão delas serem dinâmicas, de fácil acesso, fácil leitura, por serem contextualizadas e por puxarem assuntos que carregam possibilidades de mudanças de atitude nos leitores. Muito mais que isso, as HQs tornam-se para o professor um aliado quando Caruso (2009) observa que para os alunos o professor não estimula seus estudantes para o estudo, além de que para eles a escola não é um espaço aberto ao diálogo e que propicie o diálogo e o debate de ideias, as o autor tirou de suas oficinas de construção de Histórias em Quadrinhos, a Oficina de Educação Através de Histórias em Quadrinhos e Tirinhas (Eduhq). Os alunos participantes dessa oficina demonstraram como se sentem em relação à escola, ao professor e a todo o processo de ensino-aprendizagem. Eles o fizeram através de desenhos em tiras e notou-se que as tiras continham um conteúdo crítico expressando o sentimento dos alunos a respeito tanto da escola, passando pela prática do professor, culminando em todo o processo de ensino aprendizagem (CARUSO e SILVEIRA, 2009). Os autores viram que, na visão do aluno, a escola ainda o trata como externo ao processo do ensino aprendizagem, em que o professor é o detentor do conhecimento e o aluno um mero expectador da transmissão desse conhecimento. Portanto, nota-se aqui mais uma vantagem de se utilizar as HQs na sala de aula, como um instrumento informativo e avaliativo do professor sobre as visões do aluno sobre sua aula. Sob a visão de Linsingen (2007) as HQs, em especial o mangá4, podem ser utilizadas como ferramenta tecnológica de ensino, pois segundo a ótica das CTS que surgiram: 4 Os mangás são as histórias em quadrinhos japoneses. Porém, afirmar isso não significa que são as HQs “compradas do Japão”. Os mangás possuem certas características que as histórias em quadrinhos ocidentais não oferecem quanto à manipulação das imagens, ao design dos quadrinhos, à narrativa e ao 30 como uma forma de ver o conhecimento como um todo socialmente construído e como uma inspiração para uma postura escolar menos impositiva e dogmática, que priorize a reflexão crítica e a construção do conhecimento em um cidadão apto para intervir de forma consciente na sociedade (Pinheiro; Westphal; Pinheiro, apud Linsingen, 2007, p.4). Pode-se observar que as HQs se preocupam com esses aspectos formadores sociais, além de utilizarem uma linguagem própria atingindo o leitor de forma agradável, de fácil compreensão, dinâmica. A construção das histórias em quadrinhos da sua utilização de imagens até sua escrita - visa entre outros tantos outros objetivos, a catarse e a cognição do leitor, no sentido que o mesmo se identifica com a estória ao entrar em contato com ela (LINSINGEN, 2007). A autora ainda observa que os mangás, pode ser um auxiliador no processo de ensino-aprendizagem por apresentarem em seu plano de confecção alguns temas recorrentes à: Homem/Natureza (debate ecológicotecnológico), Homem/Homem (debate moral-ético-tecnológico), Homem/Futuro (debate futurista-tecnológico) (LINSINGEN, 2007, p. 4). Assim como em diversas HQs a relação Homem/Sociedade/Natureza/Tecnologia está presente em suas narrativas, em relação à dominação do Homem sobre os aspectos do mundo, bem como sua forma agressiva de dominação ao meio ambiente ao empregar as tecnologias criadas por ele. Temas estes que podem ser trabalhados sobre o panorama dos temas transversais sugeridos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, incluindo também a interdisciplinaridade com história, geografia, entre outros. A incrível vantagem de introduzir as HQs no ensino de Ciências e Biologia é a sua construção própria ao aliar imagem e escrita, no qual a primeira consegue expressar uma ideia muito mais fácil e mais dinâmica que a escrita - no que diz respeito a provocar o interesse do aluno, a demonstrar um pensamento e descrever um acontecimento. Além de que a imagem, segundo Martins apud: Linsingen (2007), o entendimento da imagem é mais imediato quando comparada ao emprego da linguagem enredo e ao enfoque diferenciado de acordo com o tipo de público. A apresentação visual dos mangás se distingue, portanto das HQs ocidentais, sob um olhar mais superficial, em dois aspectos. O primeiro, é que se manuseia o mangá de trás para frente, em obediência ao costume japonês (a leitura dos quadrinhos, por conseqüência, segue de cima para baixo e da direita para a esquerda). O segundo é a característica do desenho, mantida de autor para autor independentemente da identidade artística, que se destaca pelos olhos dos personagens, proporcionalmente maiores do que o nariz e a boca (LINSINGEN, 2007, p.1-2). 31 verbal-escrita, pois as linguagens gráficas parecem favorecer essa posição de que o meio visual não só é mais „transparente‟ que a linguagem [escrita], mas também de que ele impõe menos restrições à expressão de idéias (MARTINS apud: LINSINGEN, 2007, p.5). Ainda, ao analisar o papel pedagógico das histórias em quadrinhos, percebese que elas ilustram um acontecimento, contextualizam a fim de explicar o fenômeno para uma melhor compreensão do mesmo, motivam o leitor pelo fato de não apresentarem nenhum prévia do assunto estimulando-o a acompanhar o enredo e, por fim, as HQs instigam o leitor a refletir sobre cada quadrinho lido (LINSINGEN, 2007). Para Testoni; Abib apud: Linsingem, 2007, as histórias em quadrinhos além daqueles recursos didáticos pedagógicos, se apoderam também do lúdico, da linguagem e da cognição; os quais servem como motivadores à leitura por parte dos alunos bem como uma ferramenta para o professor. Segundo Linsingen (2007) o primeiro recurso, o lúdico é intrínseco à construção das histórias em quadrinhos, visto que consegue ao mesmo tempo provocar a catarsia e o estímulo ao desafio. A primeira libera no leitor a sensação de desprendimento dos acontecimentos tradicionais escolares, e também de que o lido faz sentido em suas atividades cotidianas. Esta contextualização da leitura percebida pelo leitor faz com que a aprendizagem seja efetiva concreta. Já o desafio provocado pelo contato com as histórias em quadrinhos é um fator motivacional para a continuação da leitura, pois empregam temas relacionados à realidade do aluno. O segundo recurso, a linguagem, previamente explicitada anteriormente auxilia na compreensão dos temas inseridos nas tirinhas, pois se complementam imagens e palavras, ambos dando sentido à ação, em que a primeira apresenta a ideia de movimento e da estória continuidade e a linguagem escrita denota e conceitualiza a imagem. Essa associação entre imagem e escrita sobressai-se pelo dinamismo dado à tirinha como resultado de sua construção, conferindo realismo ao leitor inserindo-o efetivamente na narração (LINSINGEN, 2007). O processo cognitivo, terceiro e último recurso é inerente à leitura de uma HQ, por que para Linsingen (2007), a compreensão de uma estória é necessária sua interpretação. Transpondo essa ideia às histórias em quadrinhos, traduzir daquelas linguagens bem como a atenção dispensada para total assimilação do tema apresentado pelas convenções exigidas e exploradas nas tirinhas. Ao passo que o aluno lê ele se diverte, e isto estimula a criatividade a atenção e a capacidade crítica e analítica sobre o tema, entre tantos outros valores mentais. 32 A fim de estimular essas habilidades e competências dos alunos, como ferido nos PCN‟s, o emprego das histórias em quadrinhos dentro das salas de aula de Ciências e Biologia surge como fortes aliados do docente, pois este certo de seus objetivos pedagógicos tem em mãos uma ferramenta extremamente forte e lúdica ao mesmo tempo acessível economicamente. Repletos de recursos embasados em duas linguagens mais acessíveis na sociedade - ou que deveriam ser - as HQs formam um material paradidático rico e contextualizado para ambos os participantes do processo de ensinoaprendizagem. 33 6-) Conclusão O uso das HQs é uma das ferramentas auxiliares que o professor pode utilizar como apoio à sua prática; mas isso não garante por si só o aprendizado e a conquista de uma educação de qualidade. Assim, segundo Shank (2008) a acumulação de conhecimentos e conteúdos não promove a educação efetiva, mas sim saber como usálos é que se encontra o verdadeiro valor educativo dos conteúdos, a fim de promover os procedimentos de valores e atitudes das competências e habilidades de cada um. Educar não é somente ensinar esses conteúdos ou transmiti-los, mas incentivar leituras e posicionamento críticos com a intenção de ensinar ao aluno em que momento esse treinamento mental poderá ajudá-lo. Ressalta-se aqui, que esse ensino contextualizado não significa ser de aplicabilidade, ou seja, para que serve este tipo de conteúdo ou em que momento irá servir; mas sim de base de uma educação formadora e transformadora social. A prática pedagógica baseada na transmissão e acumulação de conteúdos desconsidera, portanto, o fazer do aluno bem como pune as habilidades de cada indivíduo. Acumular conhecimentos sem um propósito concreto de transformação social é o propósito da construção de máquinas que arquivam essas informações para que sejam acessadas a quaisquer momentos (SHANIK, 2008). Transpondo esse pensamento ao emprego das HQs nas salas de aula, pouco ela servirá ao professor, da mesma forma que um livro didático ou uma aula meramente expositiva recheada de conteúdos. As histórias em quadrinhos servem para um fim maior além da informação de conceitos, mas também da divulgação científica e de seus paradigmas sociais. Refletir sobre a popularização da ciência e do método científico, aproximar o lúdico do científico e o popular, disseminar a ciência com qualidade sem perder a credibilidade e de forma informal parecem ser grandes desafios para os profissionais da educação em atrair a atenção dos alunos para dentro da sala de aula, promovendo a eles um ensino mais contextualizado e divertido. Citando Caruso (2009, p.221) Vencer esse quadro é o primeiro grande desafio. Nossa contribuição, nesse sentido, parte de uma particular concepção de educador, a qual dificilmente poderia ser mais bem expressa do que com as palavras de Rousseau (1762, 34 citado em Rónai, 1985, p.288): “Ousarei expor ... a mais importante, a maior, a mais útil regra de toda a educação: é não ganhar, mas perder tempo”. Já é hora de os cientistas saírem de seus laboratórios e „perderem tempo‟ com a divulgação da ciência, discutirem o ensino de ciências e – por que não? – contribuírem efetivamente para a alfabetização científica. Foi isso que fez a equipe da Eduhq, para começar: todo o grupo decidiu „perder tempo‟! além do ensino de Ciências e Biologia estar presente de fato na vida dos estudantes e de maneira menos ortodoxa, a divulgação científica deve extrapolar o ambiente enclausurado do laboratório, não somente com a intenção de expor ao mundo as atividades realizadas dentro deste ambiente de trabalho - árduo e difícil, diga-se de passagem - mas também podendo servir como auxiliar para o professor em demonstrar o que se faz com o conhecimento científico adquirido na escola e o que a sociedade pode fazer com ele. Mostrar ao aluno que a Ciência produzida e lida na mídia é palpável e capaz de compreensão pode ser um bom caminho para a melhor na qualidade do ensino dela nas escolas. Além de que essa compreensão possa também ajudar na própria concepção do que é Ciência e do que somos capazes de fazer com ela. 35 7-) Referências Bibliográficas ARAÚJO de, J. C.; COSTA de, M. A.; COSTA de, E. V. 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