UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Gislene dos Santos Melo Laura de Araujo Alves DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE BIOLOGIA CELULAR EM INICIANTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS São Paulo 2011 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Gislene dos Santos Melo Laura de Araujo Alves DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE BIOLOGIA CELULAR EM INICIANTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado à Universidade Presbiteriana Mackenzie. . Orientadora: Prof.ª Dr.ª Flavia Pinheiro Zanotto São Paulo 2011 “Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive”. Fernando Pessoa – heterônimo Ricardo Reis, 1933 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradecemos a Deus por ser misericordioso e bondoso para conosco. Por ter realizado nossos sonhos até aqui, pela maravilha do seu poder e da sua grandeza, e pelas bênçãos concedidas. Agradecemos à Instituição Presbiteriana Mackenzie e ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS. A nossa orientadora Flávia Zanotto, a Professora Magda e aos alunos entrevistados, que nos concederam parte do seu tempo e da sua atenção. As nossas famílias. Sem elas não estaríamos aqui para poder concluir mais essa etapa na nossa vida acadêmica. Especiais agradecimentos a Lourdes Batista, João Miguel, que ao mesmo tempo que tira o sono, dá forças para seguir em frente. A Carlinhos Alves, Márcia e Lúcio Alves e a eterna vó Marina, que nos incentivam e nos ajudam sempre. Aos muitos amigos que, pacientemente nos ouviram e nos apoiaram e aqueles que todas as noites, onde quer que estejam nos mandam forças para seguir em frente. As queridas e essenciais amigas Heloísa Dourado, Giulia Emi e Alessandra Buccaran, por nos ouvir, nos dar ideias, nos incentivar e acima de tudo, nos dar forças para seguir em frente, sempre. Ao nosso amigo de todas as horas, Junior Leandro, mais conhecido como Juninho, que além de nos ajudar como amigo, já nos mostra seu lado de professor recém-formado, com críticas, sugestões e opiniões com o olhar docente. RESUMO A Biologia Celular é uma importante ferramenta para o estudo dos seres vivos, para entender como estes são formados e suas funções. Assim, o presente trabalho teve como objetivo identificar as dificuldades de alunos da graduação sobre a disciplina de Biologia Celular, verificando o porquê das suas dificuldades e como podem ser solucionadas, isso devido a grande importância que a Biologia Celular tem como disciplina chave para o entendimento da unidade básica dos seres vivos, a célula. Nove alunos, individualmente, que fazem pela segunda vez a disciplina, participaram de uma entrevista semiestruturada realizada no dia 28 de setembro em uma sala onde eles têm aula. Os dados obtidos revelaram a dificuldade dos alunos devido à complexidade da matéria e muitos também mostraram dificuldades vindas do colégio. Os próprios alunos propuseram soluções para as dificuldades e é notório que a maioria deles preferem aulas com mais recursos visuais, assim como sugerem que também é importante a organização dos estudos, tanto em casa como durante a aula. Palavras-chave: Biologia Celular, dificuldades, soluções. ABSTRACT The Cell Biology is an important tool for the study of living things, to understand how they are formed and their functions. Thus, this study aimed to identify the difficulties of undergraduate students about the discipline of Cell Biology, verifying the reason for their difficulties and how they can be solved, because of the great importance of Cell Biology as a discipline is key to understanding the basic unit of living organisms, the cell. Nine students, individually, making the discipline a second time, participated in a semi-structured interview held on Sept. 28 in a room where they have class. The data obtained revealed the difficulty of students due to showed many difficulties coming the complexity of from the matter the college. The and also students themselves have proposed solutions to the difficulties and it is clear that most of them prefer classes with more visuals, and suggest that it is also important to the organization of studies, both at home and in class. Keywords: Cell Biology, difficulties, solutions. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................... 4 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 9 4. RESULTADOS.............................................................................................. 12 5. ANÁLISE DOS DADOS................................................................................ 15 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 25 APÊNDICES..................................................................................................... 28 ANEXOS........................................................................................................... 35 2 1. INTRODUÇÃO Acredita-se que a disciplina Biologia Celular representa um conhecimento fundamental para se entender os seres vivos, as suas funções e complexidade, além disso, permite ao aluno fazer associações com as outras disciplinas do curso de Ciências Biológicas. Biologia Celular é o nome dado à disciplina que estuda as células, seus tipos, estruturas e funções. Justamente por ser a célula uma unidade fundamental, a peça chave para a formação dos seres vivos, esse trabalho irá discutir a relação entre o tema e as dificuldades dos alunos em aprendê-la. Porém, as dificuldades podem não ser tão simples assim. Muitos alunos se assustam ao chegar ao primeiro semestre da Universidade – como é o caso nesse trabalho, e se deparam com muitos conceitos e nomes diferentes, porque muitos não viram o assunto no colégio e mesmo os que viram, não se lembram bem. Segundo Coll (2006), quando o aluno se depara com o conteúdo a ser aprendido, sempre se apoia em conceitos, concepções, representações e conhecimentos já adquiridos de suas experiências anteriores, para assim, poder organizar e estabelecer relações entre elas. Assim, uma aprendizagem mais significativa surge quando o aluno consegue estabelecer relações entre o que já conhece, os conhecimentos prévios, e o novo conteúdo que lhe é apesentado. Nesse aspecto, investigar e tentar entender onde estão as principais dificuldades dos alunos nessa disciplina, poder fazer com que eles mudem o seu modo de estudar ou até passem a se interessar mais pelo assunto, é de total importância para esses graduandos. Além disso, essa pesquisa pode ajudar o próprio professor da disciplina, elucidando os pontos em que seus alunos encontram as dificuldades, para assim, ele também poder mudar sua estrutura de aula. Esse trabalho possui uma fundamentação teórica onde há ideias de alguns autores sobre a dificuldade da aprendizagem e será utilizada como alicerce para a análise dos resultados obtidos. A entrevista utilizada e o motivo de cada questão serão detalhados nos procedimentos metodológicos. 3 O objetivo do trabalho foi investigar as dificuldades de alunos cursando a disciplina de Biologia Celular em uma universidade particular de São Paulo – SP, assim como, ajudá-los propondo soluções para minimizar essas dificuldades. 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A escola tem como papel primordial educar e ensinar através da transformação do saber cotidiano em saber científico, motivando o aluno a exercitar a criticidade individual (GADOTTI, 1997). Carvalho (2004) afirma que o ensino demanda conflitos de percepções e deve propor uma postura ativa, levantamento de hipóteses e reflexão, possibilitando a resolução dos problemas de modo consciente e dando maior significado ao conhecimento, pois o melhor aprendizado se dá quando há relações estabelecidas entre conhecimentos prévios e os novos por parte do aluno. Dessa maneira, para que essas relações ocorram é necessário que toda informação faça sentido (MIRAS, 2006). Os alunos possuem diferentes motivações e preferências no modo como aprendem e se relacionam com o conhecimento, estes também possuem ritmos diferentes de aprendizagem e diferenças em experiências vividas socialmente (CARDONA, 2007). Para Mortimer (2006), cada conceito é diferente para cada pessoa devido à influência de diferentes vivências que cada indivíduo tem, as quais podem estar relacionadas a aspectos culturais, por exemplo. No entanto, Lewontin (2001) diz que o interesse dos alunos pela disciplina depende de como o professor a apresenta, podendo despertar um interesse mais intenso sobre os assuntos tratados em sala de aula. A importância da compreensão de conceitos no ensino de Ciências e Biologia devem-se principalmente, quando o sujeito fundamenta suas decisões que precisam ser tomadas diante do consumo de produtos e práticas culturais de maneira adequada, em um determinado contexto. O aluno assimila de modo individual e bastante particular os objetos a que se submete construindo noções sobre a realidade, já que ao construir conceitos há um maior sentido e compreensão da realidade (KRASILCHIK, 2004). . Mendes (2010) aponta a questão da falta de compreensão da disciplina em nível molecular e celular como uma das causas que impede a construção de uma aprendizagem efetiva, isso provavelmente ocorre devido ao subsídio insuficiente advindo do Ensino Médio. Além disso, um dos principais problemas apresentados é que muitos alunos ingressantes no Ensino Superior vêm de escolas tradicionais, cujo método de ensino se baseia na memorização e no 5 acúmulo de informações coincidindo com o objetivo de passar no vestibular. Segundo Pozo (2000) a memorização consiste na aprendizagem por interesse, na qual se aprende para ser aprovado, logo o aluno que aprende somente por esses motivos reduz sua capacidade de aprender adotando uma condição passiva na sua aprendizagem. Para Mizukami (1986) o método tradicional de ensino é baseado na memorização de conceitos, definições, e também no acúmulo de informações das mais simples as mais complexas, ou seja, os conteúdos são apresentados de forma fragmentada, geralmente iniciada pela explicação da célula, que forma tecidos, que forma o órgão, que forma o sistema, que forma um organismo. Durante sua pesquisa em ensino de Biologia, Krasilchik (2004) verificou que as descrições das estruturas formadoras de um ser vivo nos diversos níveis celulares são apresentadas aos alunos em níveis de organização: células, tecidos, sistemas e que o mecanismo que envolve os diferentes níveis são: metabolismo celular, ventilação pulmonar e processos da digestão; tais conteúdos são demonstrados de forma fragmentada e sem relação com o cotidiano do estudante, logo não há organização de uma rede de conceitos. Embora a biologia seja rica em termos e conceitos científicos que podem proporcionar um processo de ensino aprendizagem muito agradável, quando relacionada com o dia-a-dia do estudante, isto não se verifica numa abordagem mais tradicional, a qual privilegia um ensino estático, inacessível e um tanto fragmentado (SANTOS, 2008) O que se verifica muitas vezes no estudo de biologia celular é que tal área é tratada pelos professores como um ensino que se justifica por si mesmo, sendo assim, quando se estuda a célula e suas funções, não há uma articulação destes conteúdos com os seres vivos e o meio ambiente em que vivem (FREITAS et al, 2009). Para Cardona (2007), tais contribuições advindas do Ensino Médio acabam deixando superficiais os conteúdos de Biologia Celular e Molecular abordados no Ensino Superior, pois neste há uma visão integral que envolve os processos, exigindo um conhecimento prévio da estrutura molecular por parte dos alunos. Fogaça (2006) aponta como principal dificuldade a incapacidade de visualizar objetos e fenômenos discutidos durante as aulas de biologia celular, dessa forma a autora acredita que a compreensão de conceitos é importante 6 para o desenvolvimento da autonomia dos alunos, já que ter autonomia leva a aprimorar conhecimentos os quais superam as limitações de compreensão acerca do mundo e implica também na motivação para superar as dificuldades quando apresentadas. Contudo, a importância de modelos didáticos para se compreender e entender uma visão em nível microscópico leva a crer que as dificuldades de compreensão por parte dos alunos estejam associadas a objetos que não possuem atributos visuais suficientemente adequados, os quais se enquadram conceitos como célula, energia, átomo, entre outros. A união da teoria à prática defende que a teoria serve como base que dá referência e apoio às questões práticas cotidianas e causam também questionamentos, incertezas a respeito do que está sendo praticado no momento, levando a desconstrução conceitual e reformulação a partir da teoria (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005). Desse modo, a alfabetização científica consiste na capacidade de ler, compreender e opinar de maneira crítica sobre ciência e tecnologia além de participar da cultura científica de forma individual e coletiva. Durante o ciclo escolar os alunos normalmente atingem a fase da alfabetização funcional, ou seja, o estudante define o termo científico sem compreender de fato seu significado (KRASILCHIK e MARANDINO, 2004). Para tanto, o ensino de conceitos na aprendizagem significativa é um processo em que uma nova informação se encaixa com uma estrutura de conhecimento específica preexistente na estrutura cognitiva de quem aprende, ou seja, a essência do processo de aprendizagem significativa se baseia em ideias simbolicamente expressas que estejam relacionadas a algum aspecto relevante da estrutura do conhecimento, definida como subsunçor (MOREIRA, 2006). Segundo Pechliye e Trivelato (2005), ensinar conceitos é tentar fazer com que o aluno aprenda e aplique parte desses conhecimentos formados em sua área específica, pois além de ensinar conteúdos conceituais é igualmente importante os conteúdos atitudinais (comportamentos que favorecem o aprendizado de conceitos) e procedimentais (que pode ser aplicado no dia-adia). Para que haja uma mudança conceitual significativa, Mortimer (1994) propõe o perfil conceitual, o qual trabalha com as concepções dos alunos em que há a transformação de conceitos centrais e organizadores de um determinado indivíduo em conceitos científicos incompatíveis com o primeiro. 7 Logo é importante o levantamento de conhecimentos prévios como um ponto inicial na aprendizagem de novos conceitos, e tal proposta sugere a construção ou reconstrução de um significado baseado em ideias prévias, e dessa forma, é possível continuar aprendendo (MIRAS, 2006). Concernente à ideia da autora, Pozo (2000) diz que sempre que os alunos apresentarem dificuldades especiais para entender um conceito é preciso ativar uma ideia, ou seja, o conhecimento prévio pode auxiliar na organização delas dando maior sentido ao significado de conceitos. Para tanto, o mesmo autor define conhecimento prévio como construções pessoais elaboradas a partir da interação cotidiana nas relações sociais que os alunos têm e estas proporcionam-lhes conhecimentos para interpretar sentimentos, intenções etc. Diversos autores propõem certas atividades como estratégia didática a fim de superar tais dificuldades. Para Mendes (2010) o uso de animações como ferramenta no ensino de Biologia Celular e Molecular facilita o processo de ensino-aprendizagem, pois a utilização de animações guia o estudante na abstração de transformações de uma imagem ao longo do tempo e também ajuda a economizar tempo, já que é mais fácil aprender quando se observa um processo do que quando apenas lê sua explicação. Vídeos e animações são materiais que apresentam informações visuais e auditivas, considerados como bons instrumentos, os quais promovem a flexibilidade cognitiva e a formação de conhecimentos. Cunha (2001) também acredita na valorização dos meios didáticos pelos professores, e crê que para se ter uma boa relação com seu aluno é natural a preocupação com os métodos que serão utilizados para a aprendizagem. Krasilchik (2004) sugere o emprego de jogos educacionais que auxiliam os alunos na reflexão e assimilação do conteúdo por intermédio do raciocínio próprio e o reforço do assunto que promova a interação, exercitando assim o conhecimento adquirido, com o uso de modelos explicativos, feito de materiais simples, de baixo custo e de fácil acesso, porém, a maioria desses modelos de jogos devem ser adaptados a alunos de graduação, pois muitos deles encontrados são voltados para aulas de Ensino Médio. Desse modo, estes tornam-se modelos importantes no ensino de Ciências e Biologia. Concernente à ideia da autora, Cardona (2007) afirma que os jogos educativos facilitam a compreensão de conceitos abstratos, estimula a socialização e faz com que o 8 estudante se sinta ator do próprio aprendizado, proporcionando o prazer da descoberta e do trabalho em grupo. Vilhena et al (2010) utilizaram modelos didáticos, os quais pudessem dar subsídio para despertar o interesse e a motivação dos alunos pelos conceitos de Biologia, e concluíram que uma prática de ensino diferenciada na formação de conteúdos se torna eficaz e significativa quando há demonstrações palpáveis que aproximem os estudantes no entendimento do assunto abordado, neste caso foi a utilização de modelos educativos feito de materiais simples para serem aplicados durante a aula . A respeito da incapacidade da visualização apresentada por muitos alunos, é essencial a construção de modelos que facilitem a visualização da teoria mantendo algum grau de aproximação com o empírico, mesmo de forma metafórica. "A proximidade de modelos com dados empíricos garante a possibilidade de agir sobre o objeto em estudo e de ampliar o conhecimento sobre o mesmo, aprimorando também a compreensão dos conceitos envolvidos" (FOGAÇA, 2006). Além do uso de recursos didáticos a fim de melhorar a aula, Cunha (2001) lembra que a capacidade dos próprios professores em formular perguntas, já é uma forma usual de incentivar a participação de seus alunos em sala de aula, assim como Rosa (2003) diz que o professor deve ser uma forma de problematização, sempre com o objetivo de estimular a curiosidade dos alunos para que haja vontade de aprender. 9 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Com o objetivo de investigar as dificuldades de alunos cursando a disciplina de Biologia Celular em uma universidade particular de São Paulo – SP, foi realizada uma entrevista do tipo semiestruturada (apêndice 2), com um roteiro para orientá-la. Esse tipo de entrevista, segundo Lüdke e André (2008) permite ao pesquisador maior liberdade para interagir com o entrevistado. As questões servem como guia, podendo assim permitir o aprofundamento de alguns pontos durante a conversa. Uma pesquisa qualitativa que passa a ter um caráter de interação, facilitando algumas trocas de informações além das questões apresentadas, ressalta a importância de uma entrevista semiestruturada. À instituição foi entregue uma carta de consentimento (anexo 1) sobre o projeto que seria realizado com os alunos, para, além de tomar ciência, poderem rejeitar ou aceita-la. Esse projeto foi enviado e aceito pela Comissão Interna de Ética em Pesquisa, com o número CIEP nºL024/09/11. Em um dia determinado pela professora da disciplina as pesquisadoras foram à sala de aula para se apresentarem, explicar sobre a entrevista e entregar a carta de consentimento livre-esclarecido aos alunos (anexo 2). Assim, todos maiores de idade, puderam optar por fazer ou não a entrevista e já assinar o termo. Para poder analisar as dificuldades já enfrentadas e tentar superá-las, foi escolhida uma turma da disciplina de Biologia Celular que estavam fazendo a disciplina pelo menos pela segunda vez. Cada pesquisadora sentou individualmente com os alunos, garantindoos o anonimato, e avisou que as entrevistas seriam gravadas, transcritas, e eles poderiam ter acesso ao trabalho no dia da defesa e posteriormente. Também deixou-se claro que eles poderiam desistir a qualquer momento, sem prejudica-los. As entrevistas duraram em média três minutos (apêndice 1). As questões serviram como guia para a entrevista e foram elaboradas pelas pesquisadoras de modo que as informações conseguissem alcançar os 10 objetivos da pesquisa. A entrevista semiestruturada foi composta por três questões guias (apêndice 2), porém, como já dito anteriormente, elas puderam ser alteradas e completadas ao decorrer da conversa. A primeira questão visou perceber se os alunos tinham a noção do que é e para que serve a disciplina que estão cursando, portanto, não será categorizada. Já a segunda foi mais focada para o objetivo do trabalho, saber se eles reconhecem suas dificuldades e se sabem quais são, por fim, com a terceira questão, tentou-se buscar soluções para criar estratégias de ensino que ajudem a diminuir as dificuldades dos alunos nessa disciplina. Realizadas todas as entrevistas, foram criadas categorias com base nas respostas semelhantes das questões, possibilitando assim, comparações entre elas. Segundo Andrade (2005) a categorização dos dados sugere uma codificação ou transformação dos dados em símbolos, isso facilita a contagem dos resultados obtidos durante a pesquisa. As categorias seguem as seguintes características: Em relação à questão sobre as dificuldades dos alunos: a) Vinda do colégio – engloba respostas em que os alunos reclamam da ausência de conceitos relacionados à Biologia Celular/ Citologia ou conceitos errados. b) Visualização – engloba respostas em que os alunos precisam ver/imaginar para associar e entender os conceitos trabalhados na sala de aula. c) Quantidade de conteúdo – engloba respostas em que os alunos dizem ter muita matéria em apenas uma disciplina, e a quantidade de detalhes, nomes e conceitos nela trabalhados. d) Complexidade – engloba respostas em que os alunos alegam não entender os conteúdos. e) Afinidade pela matéria – engloba respostas em que os alunos alegam não ter muito interesse pela matéria, por não gostarem muito. f) Professor – engloba respostas de alunos que dizem não conseguir 11 acompanhar o raciocínio do professor, o ritmo da aula, a clareza da explicação e a falta de abertura do professor. Em relação à questão de soluções propostas pelos alunos: a) Participação em sala de aula – engloba respostas em que os alunos notam suas falhas, como prestar mais atenção no que é dito pelo professor, fazer mais anotações durante as aulas e questionar mais. b) Organizar os estudos – engloba respostas dos alunos em que dizem que devem estudar mais (sozinho ou em grupo), fazer mais resumos. c) Recursos didáticos – engloba respostas dos alunos que dizem precisar de mais animações, slides e exemplos para entender mais a matéria. d) Relação Professor - Aluno – engloba respostas em que os alunos comentam sobre as atitudes do professor e dinâmica da aula. Esses passos foram essenciais para comparar e analisar os dados provenientes das entrevistas. Logo após, os dados obtidos foram comparados e analisados segundo o referencial teórico, a fim de contemplar os objetivos inicialmente definidos. Porém, como esse tipo de entrevista permitiu um diálogo um pouco além do roteiro, alguns alunos encaixaram-se em mais de uma categoria, por isso a quantidade de alunos entrevistados não é equivalente a quantidade de respostas apresentadas. Com base nas categorias criadas foram propostas possíveis alternativas para os professores utilizarem com seus alunos, que ajudem a tornar a matéria menos complexa para que os alunos possam desenvolver maior afinidade com a mesma, podendo atenuar, muitas vezes, as dificuldades vindas do colégio. Essas sugestões serão descritas mais adiante, no item “Considerações Finais”. 12 4. RESULTADOS Após a análise das entrevistas, foram elaboradas as categorias de acordo com as respostas de cada aluno. Assim, para facilitar a visualização dos resultados foram montados dois gráficos. Porém, as respostas de alguns alunos encaixaram-se em mais de uma categoria, tanto para o item “dificuldades” como para o item “soluções”, portanto, a quantidade de respostas nas categorias é maior do que a quantidade de alunos entrevistados. Analisando as dificuldades dos alunos (Figura 1) nota-se uma grande maioria com problemas devido a complexidade da matéria, isto é, eles dizem não entender os conceitos, os muitos nomes, totalizando 26% dos entrevistados. As categorias afinidade pela matéria, professor, vinda do colégio e visualização, empataram no tópico da dificuldade. Cada item representa 16% dos alunos, ou seja, são aqueles alunos que dizem não se dar bem com a matéria por não gostarem dela, ou por terem déficit dos conhecimentos prévios trazidos do colégio, por terem problemas com o professor, por não conseguirem acompanhar a aula, não entendem algumas explicações e sentem falta de abertura do professor, para questionar ou participar mais da aula, assim como de visualizar alguns conceitos trabalhados em sala de aula. Empatadas também, estão as categorias quantidade de conteúdo e o foco durante a aula, com 5% cada. Alguns alunos reclamam ter muito conteúdo em uma só disciplina para estudar, assim como outros dizem que sentem dificuldade em prestar atenção na aula e se concentrar. 13 Figura 1 – Dificuldades apresentadas pelos alunos em aprender a matéria em relação à disciplina de Biologia Celular Em relação a sugestões para soluções (Figura 2), os alunos acharam mais adequado para tentar resolver suas próprias dificuldades, o uso de recursos didáticos (33%), o qual envolve não só os alunos como também o professor, pois ele deve ajudar seus alunos a visualizar mais o que é dito, mostrando vídeos, usando slides, filmes. Assim como saber organizar seus próprios estudos, 25% dos alunos acham que a boa relação com o professor também deve ser mantida dentro da sala de aula, para haver uma melhor fluidez durante a aula. Dos entrevistados, 17% notam suas falhas e acham que devem se dedicar mais, participando mais durante as aulas. 14 Figura 2 – Sugestões para soluções apresentadas pelos alunos para minimizar suas dificuldades em relação à disciplina de Biologia Celular 15 5. ANÁLISE DOS DADOS Tendo em vista que o presente trabalho visa investigar as dificuldades de ensino-aprendizagem dos alunos que fazem Biologia Celular pela segunda vez, foram selecionados trechos das entrevistas realizadas (Apêndice 1), tais trechos são expostos gradualmente e em seguida analisados segundo a literatura apresentada na fundamentação teórica. A entrevista tem o objetivo de identificar e compreender quais são as dificuldades de aprendizagem desses alunos e a partir disso, tentar buscar soluções compatíveis que possam auxiliá-los durante o estudo da disciplina, pois alguns autores apontam a escola como veículo principal do ensino na formação do cidadão ativo, assim, a escola tem como papel primordial educar e ensinar através da transformação do saber cotidiano em saber científico, motivando o aluno a exercitar a criticidade individual (GADOTTI, 1997). Carvalho (2004) afirma que o ensino demanda conflitos de percepções e deve propor uma postura ativa, levantamento de hipóteses e reflexão, possibilitando a resolução dos problemas de modo consciente e dando maior significado ao conhecimento, pois o melhor aprendizado se dá quando há relações estabelecidas entre conhecimentos prévios e os novos por parte do aluno. Dessa maneira, para que essas relações ocorram é necessário que toda informação faça sentido (MIRAS, 2006). Após os resultados das entrevistas, observa-se que 26% dos alunos possuem maior dificuldade com a complexidade da matéria, observadas nos trechos a seguir: “...essa parte de respiração celular, porque tem muito nome, eu acho que complica um pouco a matéria, é o número de detalhes mesmo, porque você entende uma coisa que relaciona com a outra e vai formando uma reação em cadeia aí eu acabo me perdendo na matéria toda." Ao expor determinado conteúdo o aluno revela que sente muita dificuldade em guardar nomes que envolve o processo de respiração celular, pois estes são muitos e um relaciona ao outro de forma que é preciso entender o primeiro para entender todo o restante, formando uma rede de conhecimento que leva a compreender todo processo. No entanto, é de fundamental importância que o estudante reconheça a 16 complexidade que envolve não só a respiração celular, mas os outros conteúdos da Biologia Celular, relacionar nomes ao processo é apenas o primeiro passo na busca da compreensão, que facilita os estudos e este depende majoritariamente do indivíduo que pretende superar suas dificuldades no aprendizado. Sendo assim, a importância da compreensão de conceitos no ensino de Ciências e Biologia devem-se principalmente, quando o sujeito fundamenta suas decisões que precisam ser tomadas diante do consumo de produtos e práticas culturais de maneira adequada, em um determinado contexto. O aluno assimila de modo individual e bastante particular os objetos a que se submete construindo noções sobre a realidade, já que ao construir conceitos há um maior sentido e compreensão da realidade (KRASILCHIK, 2004). Aluno 5 – “Hoje descobri com a professora né, ela tava dando matéria de fotossíntese, aí descobri que fotossíntese é muito mais complicado do que imaginei, pelo menos o que eu lembrava.” O aluno enfatiza o conceito da fotossíntese como um assunto complexo, no trecho: “pelo menos o que eu lembrava” não deixa explícito se esse conhecimento era vindo do colégio ou do semestre anterior do curso de graduação. Sendo assim, é muito importante que o aluno consiga compreender os conceitos referentes à disciplina, pois é preciso que haja interação do conhecimento prévio à nova informação, de modo que estes façam algum sentido. Para que haja uma mudança conceitual significativa, Mortimer (1994) propõe o perfil conceitual, o qual trabalha com as concepções dos alunos em que há a transformação de conceitos centrais e organizadores de um determinado indivíduo em conceitos científicos incompatíveis com o primeiro. Logo, é importante o levantamento de conhecimentos prévios como um ponto inicial na aprendizagem de novos conceitos, e tal proposta sugere a construção ou reconstrução de um significado baseado em ideias prévias, dessa forma, é possível continuar aprendendo (MIRAS, 2006). Com 16% das respostas, quatro categorias empataram: visualização, dificuldades vindas do colégio, afinidade pela matéria e pelo professor, verificando-se cada um, respectivamente, nos trechos abaixo: Aluno 1 - “é reconheço assim... é mais a dificuldade de visualizar por ser algo meio abstrato, que você não consegue ver a olho nu para visualizar e 17 relacionar pra mim eu acho meio difícil...”; observa-se neste trecho que o aluno não consegue relacionar algo que ele não vê, uma vez que muitos conceitos em Biologia Celular são apresentados em níveis microscópicos. Aluno 3 - “fotossíntese, difícil de explicar, não dá para entender, eu tenho que imaginar como é que é, tem que imaginar a luz entrando, onde ela vai bater...”, além de explicitar o conteúdo em que ele tem maior dificuldade, a fala expressa a incapacidade para imaginar todo o processo que ocorre na fotossíntese. Fogaça (2006) aponta como principal dificuldade a incapacidade de visualizar objetos e fenômenos discutidos durante as aulas de biologia celular, dessa forma a autora acredita que a compreensão de conceitos é importante para o desenvolvimento da autonomia dos alunos, já que ter autonomia leva a aprimorar conhecimentos os quais superam as limitações de compreensão acerca do mundo e implica também na motivação para superar as dificuldades quando apresentadas. Em relação às dificuldades vindas do colégio obtemos a seguinte fala: Aluno 5 – “Quando a gente é mais novo eles explicam errado, de um jeito básico. Aí acaba confundindo, leva para sempre, até na mitose e meiose... É do Ensino Médio.” O entrevistado faz crítica ao método de ensino que teve no colégio durante o Ensino Médio, na qual seus professores abordavam assuntos complexos, como mitose e meiose de uma maneira básica, sem muitos detalhes, o que prejudica ao ingressar em uma universidade, onde esses assuntos são tratados de uma maneira integral na área científica, por outro lado, muitas vezes esses professores da escola básica não contextualizam os seus conteúdos trabalhados, o que também dificulta o aprendizado do aluno. Mendes (2010) aponta a questão da falta de compreensão em nível molecular e celular como uma das causas que impede a construção de uma aprendizagem efetiva, isso provavelmente ocorre devido ao subsídio insuficiente advindo do Ensino Médio. Durante sua pesquisa em ensino de Biologia, Krasilchik (2004) verificou que as descrições das estruturas formadoras de um ser vivo nos diversos níveis celulares são apresentadas aos alunos em níveis de organização: células, tecidos, sistemas e que o mecanismo que envolve os diferentes níveis 18 são: metabolismo celular, ventilação pulmonar e processos da digestão. Tais conteúdos são demonstrados de forma fragmentada e sem relação com o cotidiano do estudante, logo não há organização de uma rede de conceitos. Embora a biologia seja rica em termos e conceitos científicos que podem proporcionar um processo de ensino aprendizagem muito agradável, quando relacionado com o dia-a-dia do estudante, isto não se verifica numa abordagem mais tradicional, a qual privilegia um ensino estático, inacessível e um tanto fragmentado (SANTOS, 2008). Quanto à categoria de afinidade pela matéria: Aluno 6 – “Todas! Nunca tinha entendido bio cel, nunca gostei muito, é muito complicado.” Aluno 2 – “Às vezes é um pouco de falta de interesse mesmo, principalmente quando não gosto da disciplina, e bio cel não é uma matéria que eu gosto muito, aí a gente não fica tão interessada, eu acho que é isso.” Nestes casos, os alunos afirmam não gostar da disciplina o que acaba contribuindo com o desinteresse, pouco estudo e consequentemente, o baixo desempenho, porém a utilização de jogos didáticos pode despertar o interesse e a motivação dos alunos pelos conceitos de Biologia, já que uma prática de ensino diferenciada na formação de conteúdos se torna eficaz e significativa quando há demonstrações palpáveis que aproximem os estudantes no entendimento do assunto abordado (VILHENA et al, 2010). Na maioria das vezes, alunos que não se identificam com a disciplina, acabam tendo maiores dificuldades em entendê-la e estuda-la, como visto nos trechos acima. Porém, o professor também pode despertar esse interesse no seu aluno, propondo atividades que os motivem, despertando a curiosidade e assim, a vontade deles em conhecer mais sobre o assunto. Segundo Lewontin, (2001), o interesse dos alunos pela disciplina depende de como o professor a apresenta, sendo o docente responsável por “moldar suas lentes” em relação à ciência, ensinando os alunos a terem um olhar crítico e despertando nos mesmos um interesse mais intenso quanto aos assuntos tratados em aula. Aluno 2 – “Mas a maior parte, eu acho que tive mais dificuldade mesmo foi com outro professor, desta vez estou entendendo melhor a matéria.” Além de explicitar o conteúdo de maior dificuldade, o aluno parece que não entendia a maneira como o professor anterior explicava a matéria, embora este não 19 deixe claro o modo que o professor aborda o conteúdo durante a aula. Aluno 4 – “No começo eu tive mais dificuldade com a professora, que eu não tava entendendo a aula dela, não conseguia acompanhar o raciocínio dela.” Como visto nessas citações, alguns alunos colocam o professor como parte das dificuldades que eles têm na disciplina. Acham que o professor não tem um bom ritmo de aula, assim não conseguem acompanhar seu raciocínio, às vezes também, não há clareza em suas explicações e alguns não dão abertura para a interação com seus alunos. Cunha (2001) diz que o bom professor é aquele que não é fixo quanto a sua maneira e a sua prática, mas é aquele que se modifica conforme as necessidades de aprendizagem de seus alunos. Em relação à categoria quantidade de conteúdo, 5% dos alunos, não foram encontrados autores que se manifestem a favor ou contra, desse modo, é necessário que haja mais estudos referentes ao assunto. No entanto, as pesquisadoras (que já passaram por essa experiência) acreditam que, de fato, a quantidade de matéria é bastante. Porém, há duas possibilidades: se dedicar muito aos estudos para conseguir entender a matéria e passar por ela sem grandes dificuldades ou sugerir que a disciplina, por ser bastante importante não deva-se retirar conteúdos, seja dividida, portanto, para não sobrecarregar os alunos, logo no primeiro semestre, ela possa ser dividida em dois semestres, como por exemplo, Biologia Celular I e Biologia Celular II, no segundo semestre. Quanto a soluções propostas pelos alunos (figura 2), tem-se com 33% das respostas a utilização de recursos didáticos, observe o trecho abaixo: Aluno 1: “o uso de imagens assim como a professora faz, de slides ou o uso de mini filmes que mostram também o funcionamento das estruturas ajuda bastante.” Aluno 3: "falta mais animação mesmo, principalmente do ciclo de Calvin acho que tem que ter mais animação." Ao propor tais soluções, esses alunos acreditam que o uso de animações, filmes e slides são muito importantes para entender melhor os conceitos de Biologia Celular. Para tanto, Mendes (2010) elucida o uso de animações como ferramenta no ensino de Biologia Celular e Molecular, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem, pois a utilização de animações 20 guia o estudante na abstração de transformações de uma imagem ao longo do tempo e também ajuda a economizar tempo, já que é mais fácil aprender quando se observa um processo do que quando apenas lê sua explicação. Vídeos e animações são materiais que apresentam informações visuais e auditivas, considerados como bons instrumentos, os quais promovem a flexibilidade cognitiva e a formação de conhecimentos. Outros autores também fazem alusão quanto à utilização de outros recursos interativos que auxiliem na construção do conhecimento. Krasilchik (2004) sugere o emprego de jogos educacionais que auxiliam os alunos na reflexão e assimilação do conteúdo por intermédio do raciocínio próprio e o reforço do assunto que promova a interação, exercitando assim o conhecimento adquirido, com o uso de modelos explicativos, feito de materiais simples, de baixo custo e de fácil acesso. Desse modo, estes se tornam modelos importantes no ensino de Ciências e Biologia. Concernente à ideia da autora, Cardona (2007) afirma que os jogos educativos facilitam a compreensão de conceitos abstratos, estimula a socialização e faz com que o estudante se sinta ator do próprio aprendizado, proporcionando o prazer da descoberta e do trabalho em grupo. Freitas et al (2009) propõe um modelo tridimensional de célula animal e vegetal a fim de favorecer melhor entendimento das organelas celulares em sua forma, estrutura e função. Além disso, a implementação e o desenvolvimento do recurso didático possibilita aos alunos um resgate dos conhecimentos prévios relacionados ao assunto. Com 25% das entrevistas (Figura 2) houve empate entre duas categorias, organização dos estudos e a relação entre o professor e o aluno, como se verifica nos trechos a seguir: Aluno 8 – “Fazer resumos, prestar atenção nas aulas, nos slides.” Aluno 7 – “Treinamento. Acho que treinando é o único jeito.”. Alguns estudantes sabem que a compreensão da matéria depende de estudos além da sala de aula, por isso, alguns veem isso como uma possível solução para seus problemas na disciplina, e tal comportamento favorece a aprendizagem de conceitos. Porém, mesmo que haja muitas horas de estudos é necessário tomar alguns cuidados para que os conceitos não fiquem soltos, desconexos e de forma descontextualizada, uma vez que o ensino de Biologia 21 Celular exige do aluno uma visão abrangente, ou seja, a célula como parte integral do ser vivo e do ambiente como um todo. Logo, seria interessante que, durante o processo da construção do conhecimento, o estudante relacionasse ideias novas às preexistentes de modo que haja uma aprendizagem efetiva. Desse modo, o ensino de conceitos na aprendizagem significativa é um processo que envolve múltiplas conexões do que lhe é apresentado e o seu conhecimento prévio ao assunto correlato, assim o aluno estará formando significados pessoais para essa informação (MOREIRA, 2006). Segundo Pechliye e Trivelato (2005), ensinar conceitos é tentar fazer com que o aluno aprenda e aplique parte desses conhecimentos formados em sua área específica, pois além de ensinar conteúdos conceituais é igualmente importante os conteúdos atitudinais (comportamentos que favorecem o aprendizado de conceitos) e procedimentais (que pode ser aplicado no dia-adia). Aluno 6 – “A aula em si está tendo muita diferença do que para o semestre passado, aí também, quando eu tenho dúvida, por ser uma turma pequena é mais fácil para perguntar, fica mais próximo do professor.” O entrevistado acredita na importância dessa relação ajudando na aprendizagem, pois os alunos se sentem mais a vontade para participar da aula, segundo Rosa (2003), para que o ensino e aprendizagem ocorram de fato, o professor deve saber problematizar, questionar, ser aquele que desperta curiosidade e dúvida nos alunos, ensinar os mesmos a terem uma visão crítica, além de realizar seu papel de mediador e orientador. Para Cunha (2001), o bom professor deve levar em conta, principalmente, o aluno e não apenas o conteúdo trabalhado, estabelecendo uma interação com a classe, uma relação professor-aluno, que para Rosa (2003) é a base do processo de ensino e aprendizagem. Quanto à categoria participação em sala, 17% dos entrevistados acham que participar em aula ajuda no aprendizado da disciplina, assim como é visto no trecho abaixo: Aluno 4 - "Continuar estudando a matéria e questionar bastante o professor". Neste trecho fica expresso que para melhorar suas dificuldades em relação ao conteúdo, o estudante precisa estudar mais e participar bastante da 22 aula questionando mais o professor durante a explicação da matéria. Logo, os alunos possuem diferentes motivações e preferências no modo como aprendem e se relacionam com o conhecimento, estes também possuem ritmos diferentes de aprendizagem e diferenças em experiências vividas socialmente (CARDONA, 2007). Para Mortimer (2006), cada conceito é diferente para cada pessoa devido à influência de diferentes vivências que cada indivíduo tem, as quais podem estar relacionadas a aspectos culturais, por exemplo. 23 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo identificar as dificuldades dos alunos iniciantes em Biologia Celular de um curso de Ciências Biológicas da graduação, e propor soluções para ajudar a minimizá-las. Porém, não foi possível concluir que todos os alunos optem por uma aula de um jeito ou de outro, ou por um professor estereotipado. Mas é plausível que além do professor ser dedicado à aula e a turma, os alunos comprometam-se a prestar atenção durante as aulas (isso envolve mais do que ficar olhando para o professor – o que é dito deve ser discutido e fazer sentido para o aluno, ele deve conseguir associar a assuntos já vistos e vividos por ele) e dedicar-se aos estudos mesmo fora da sala de aula. Para tanto, com base nos resultados obtidos, oferecemos sugestões aos alunos como dedicar-se mais, assistir à aula com mais concentração, mais dedicação, maior frequência em sala de aula, tirar mais dúvidas com o professor, montar grupos de estudos. Enquanto isso, a sugestão aos professores é para que eles se comprometam mais em dar auxílio e suporte aos seus alunos, como por exemplo, instigar as dúvidas, provoca-los, e ao mesmo tempo, oferecer subsídios para isso, como sites da internet em que possam ser realizadas buscas direcionadas aos assuntos que serão tratados em cada aula. O uso de filmes em que se mostrem trechos da matéria nos quais eles tenham maiores dificuldades de visualização, para que possam estabelecer associações e a partir daí poderem esclarecer as dúvidas. Também é possível utilizar livros que já venham com dvds com animações dos temas a serem discutidos. Oferecer oportunidades e ferramentas que provoquem a reflexão, talvez seja o grande desafio para que se resolva as dificuldades de ensinoaprendizagem e para alcançar tal objetivo é preciso que ocorra uma mudança efetiva durante esse processo é bastante complexo, pois a construção de conceitos deve ser tão importante quanto a valorização dos procedimentos e atitudes por parte dos alunos e do professor, e isto deve ocorrer de modo consciente. 24 Espera-se dar continuidade a esse trabalho, que por falta de tempo não pode ser totalmente concluído. Pretende-se aplicar atividades com os alunos durante um semestre para avaliar se suas dificuldades e sugestões de soluções são compatíveis e deram certo, assim como, analisar as modificações feitas em sala de aula pelo professor. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, M. M. Pesquisa de campo. In: Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas. 2005. p. 139-161. CARDONA, T. S. Modelos pedagógicos e novas tecnologias: jogos e imagens. Terceiro colóquio Internacional sobre epistemologia e pedagogia das ciências. 2007. Disponível em: http://www.dctc.puc- rio.br/prof.com.ciencia/CIEPAC/2007/TaniaSilveiraJogoseImagens.pdf. Acesso em 6 out. 2011. CARVALHO, A. M. P. de. Critérios estruturantes para o ensino das ciências. In: Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática, São Paulo, SP: Pioneira Thompson Learning, 2004. p.1-17. COLL, C. MARTIN, E; MAURI, T; MIRAS. M; ONRUBIA, J; SOLÉ, I; ZABALA, A. O construtivismo em sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 2006. CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. São Paulo: Campinas. 2001. FOGAÇA, M. Papel da interferência na relação entre modelos mentais e modelos científicos de célula. Dissertação de mestrado. São Paulo. 2006. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde- 16072007-143217/pt-br.php. Acesso em: 31 ago. 2011. FREITAS, M. E. M; MIRANDA, M; FERNANDES, H. L; CINQUETTI, H. C. S; BENEDITTI, R; COSTA,E. Desenvolvimento e aplicação de kits educativos tridimensionais de célula animal e vegetal. 2009. Disponível em: Acesso em: 6 out. 2011. GADOTTI, Moacir. Lições de Freire. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23, n.1-2, 1997. KRASILCHIK, M. Práticas do ensino de biologia. 4ª ed. São Paulo: EDUSP. 26 2004. p.157. KRASILCHIK, M e MARANDINO, M. Ensino de Ciências e cidadania, 1ª ed., 3ª impressão. São Paulo, SP: Editora Moderna, 2004. p. 5-41. LEWONTIN, R. C. Biologia como ideologia – a doutrina do DNA. Ribeirão Preto, SP: Ed. FUNPEC, 2001. LÜDKE, M. E ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU. Temas básicos de educação e ensino. 2008. MENDES, M. A. A. Produção e utilização de animações e vídeos no ensino de biologia celular para a primeira série do ensino médio. Dissertação de Mestrado. Brasília – DF. 2010. Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/handle/10482/9029. Acesso em: 1 set. 2011. MIRAS, M. Um ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. In COLL, C. (org.) O construtivismo em sala de aula. São Paulo, SP: Editora Ática. 2006. p.57-77. MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: As abordagens do processo. Temas básicos de Educação. Ensino. São Paulo, SP: EPU, 1986. MOREIRA, M. A; MASINI, E. F.S. A teoria cognitiva da aprendizagem. In: Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. Editora Centauro. 2ª ed. São Paulo. 2006. p. 17-33. MORTIMER, E. Construtivismo, mudança conceitual e ensino de ciências: para onde vamos? 1994. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/N1/2artigo.htm. Acesso em: 5 set. 2011. MORTIMER, E. Pressupostos teóricos para a elaboração de propostas de ensino da mudança conceitual à evolução de perfis conceituais. In: Linguagem e formação de conceitos no ensino de ciências. Editora UFMG. 1ª ed. 2006. 27 PECHLIYE M.M. e TRIVELATO, S. L. F. Sobre o que professores de ecologia refletem quando falam de suas práticas. 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Disponível em: http://www.pg.utfpr.edu.br/sinect/anais2010/artigos/Ens_Bio/art196.pdf Acesso em: 12 set. 2011. 28 Apêndice 1 – Entrevistas transcritas na íntegra ALUNO 1 Na sua opinião, qual a importância em aprender Biologia Celular? Ajuda bastante assim é... Entender como funciona as estruturas dos tecidos, é... Por exemplo, a liberação de substâncias, a origem delas, como que é metabolizada as substâncias é basicamente é isso. E você reconhece as suas dificuldades nessa disciplina? É reconheço assim... É mais a dificuldade de visualizar por ser algo meio abstrato, que você não consegue ver a olho nu para visualizar e relacionar, pra mim eu acho meio difícil, eu não consigo aprender alguma coisa sem conseguir visualizar, e entender de um jeito macroscópico, entende? Se não tiver isso pra mim é bem difícil. E o que você acha que facilitaria sua aprendizagem? O uso de imagens assim como a professora faz, de slides ou o uso de mini filmes que mostram também o funcionamento das estruturas, ajuda bastante. ALUNO 2 Na sua opinião, qual a importância em aprender Biologia Celular? Acho que bio cel é a base pra tudo o que ainda vamos ter durante o curso, acho que é o ponto de partida da biologia, se eu não entender bio cel vai ficar difícil entender outras disciplinas que virão depois. E você reconhece as suas dificuldades nessa disciplina? Hoje descobri com a professora né, ela tava dando matéria de fotossíntese, aí descobri que fotossíntese é muito mais complicado do que imaginei, pelo 29 menos o que eu lembrava. Mas a maior parte, eu acho que tive mais dificuldade mesmo foi com outro professor, desta vez estou entendendo melhor a matéria. Mas qual é o motivo real para tanta dificuldade? Às vezes é um pouco de falta de interesse mesmo, principalmente quando não gosto da disciplina, e bio cel não é uma matéria que eu gosto muito, aí a gente não fica tão interessada, eu acho que é isso. Você sabe o que pode ajudar a solucionar suas dificuldades? Eu acho que quanto mais coisas a professora conseguir mostrar, quanto mais exemplos tiver, eu acho que fica bem mais fácil de entender... Que nem aula prática que dá pra ver o que tá acontecendo, é uma boa. ALUNO 3 Qual é a importância em aprender Biologia Celular pra você? Eu acho que bio cel é a base de tudo né, do resto do curso, que bio cel vai te ajudar em bioquímica, em fisiologia, eu acho que é a base, sem bio cel não tem biologia. Você reconhece suas dificuldades nesta disciplina? Quais seriam? Fotossíntese, odeio fotossíntese, difícil de explicar, não dá para entender, eu tenho que imaginar como é que é, tem que imaginar a luz entrando, onde ela vai bater, quando a gente consegue ver como é na célula. O ciclo de Calvin é difícil de entender, você tem que acreditar no que falam, no que o biólogo tá falando, porque não conseguimos ver o que tá acontecendo, a parte química é complicada. E o que você acha que seria bom para melhorar suas dúvidas, dificuldades? Falta mais animação mesmo, principalmente do ciclo de Calvin acho que tem que ter mais animação. ALUNO 4 30 Na sua opinião, qual é a importância em aprender Biologia Celular? A importância é que ela é a derivada de muitas outras matérias como a bioquímica e... Importante em outras disciplinas porque é a base de tudo. E você reconhece suas dificuldades nesta disciplina? Reconheço, é... No começo eu tive mais dificuldade com a professora, que eu não tava entendendo a aula dela, não conseguia acompanhar o raciocínio dela, porque ela dava aula de um jeito mais devagar, mais lento, eu acabei não conseguindo acompanhar e peguei dp, mas agora é essa parte de respiração celular porque tem muito nome, eu acho que complica um pouco a matéria, é o número de detalhes mesmo, porque você entende uma coisa que relaciona com a outra e vai formando uma reação em cadeia aí eu acabo me perdendo na matéria toda. E o que poderia melhorar suas dificuldades? Continuar estudando a matéria e questionar bastante o professor. Mais alguma coisa? As anotações também ajudam bastante. ALUNO 5 Você sabe a importância da matéria Biologia Celular? Sim, ela engloba Bioquímica, Biofísica e tudo o que vem depois. Por você estar fazendo de novo essa matéria você deve ter tido alguma dificuldade para estar aqui, você sabe o que foi? Fotossíntese, núcleo, divisão celular. Esses conceitos. E por quê? Qual o motivo que te levou a ter essas dificuldades? É complicado de explicar, de passar para o aluno como funciona. Quando a gente é mais novo eles explicam errado, de um jeito básico. Aí acaba confundindo, leva para sempre, até na mitose e meiose. Então você acha que é uma dificuldade já vinda do colégio? 31 É do Ensino Médio. Você acha que esse semestre você mudou, vai conseguir resolver? A professora mudou a forma de explicar, mudou a professora, ela passa exercícios e fica mais fácil de gravar. ALUNO 6 Qual a importância da matéria? Ela é a base o inicial para outras matérias. Você sabe quais são suas dificuldades? Todas! Nunca tinha entendido bio cel, nunca gostei muito, é muito complicado. E não gostar muito te ajudou a te distanciar da matéria? Você acha que tem algum motivo pra isso? Sim. No colégio eu não tive, comecei a ter aqui na faculdade, daí já não gostei logo de cara. Agora tô gostando um pouquinho mais. Você acha que para esse semestre você consegue melhorar suas dificuldades? Acho que sim, esse semestre eu até sei um pouco da matéria. Mas esse semestre vocês montaram um grupo para estudar ou você mudou sua forma de estudo? A aula em si está tendo muita diferença do que para o semestre passado, aí também, quando eu tenho dúvida, por ser uma turma pequena é mais fácil para perguntar, fica mais próximo do professor. ALUNO 7 Qual a importância da matéria Biologia Celular? Eu acho que é a base da biologia. Com ela você acaba aprendendo tudo o que vai usar em bioquímica, é meio que a base. Você sabe as suas dificuldades do semestre passado para agora? 32 Eu tenho muita dificuldade em escrever, eu acabo entendendo a matéria, mas chega na hora da prova eu não consigo escrever. Às vezes eu não consigo escrever e deixo uma questão incompleta. Mas você acha que essa sua dificuldade é de agora ou é uma coisa já vinda do colégio? É, eu acho que eu trouxe do colégio. Os professores já tinham me falado isso antes. Essa sua dificuldade é só nessa matéria ou em outras também? É, acaba pegando outras matérias também. Mas bio cel é a que pega mais, porque é mais difícil, mais complexa. Mas você gosta? Eu gosto. Você tem alguma ideia de como resolver seu problema? Treinamento. Acho que treinando é o único jeito. E para as aulas, o que a professora poderia fazer para te ajudar? Acho que passando exercícios escritos, que é o que ela já faz. ALUNO 8 Você tem ideia de qual a importância da Biologia Celular? Não muita, acho que é mais para aprender as células suas funções e cada parte. Você sabe as suas dificuldades com a disciplina? Acho que muita matéria, talvez não saber preparar os métodos práticos claramente, mas acho que é muita matéria mesmo. Muita coisa. Mas você acha que tem alguma coisa a ver com concentração em aula, dificuldades do colégio? Ah, também, concentração em aula, prestar atenção em aula. 33 Você sabe algum jeito de melhorar essa sua dificuldade? Fazer resumos, prestar atenção nas aulas, nos slides, os slides ajudam bastante. ALUNO 9 Você sabe a importância da Biologia Celular, de aprender a matéria? Não sei, acho que para Biologia Molecular, talvez. E você sabe seus problemas nessa matéria? Olha, eu tenho dificuldade em entender respiração celular, fotorrespiração. Você tem mais problemas com o conceito mesmo? Isso, os conceitos. Você sabe o por que dessa sua dificuldade? Acho que tudo. O índice de dp com a “professora A” é muito alto. Tem alguma coisa que você faz do semestre passado para agora para tentar melhorar? Eu tenho estudado mais, só. Sozinho ou em grupo? Sozinho. Você acha que tem alguma coisa que o professor possa fazer para te ajudar? Eu acho que a clareza da explicação dela não é boa e ela não responde as perguntas. E tem alguma coisa que ela faça que ajude? A: A aula dela é mais tranquila do que a da “professora A”. Tem menos detalhes. É mais simples. 34 Apêndice 2 – Roteiro para entrevista semiestruturada 1) Qual a importância em aprender Biologia Celular? 2) Você reconhece suas dificuldades nessa disciplina? Aponte-as. 3) Na sua opinião, qual o motivo das suas dificuldades? 4) Como você acha que conseguiria solucioná-las? 35 Anexo 1 - CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO Esta pesquisa tem como intuito identificar e analisar as dificuldades de alunos em aprender a disciplina de Biologia Celular de uma Universidade particular de São Paulo. Para tanto, realizaremos a coleta de dados que será feita a partir de uma entrevista semiestruturada. Para tal solicitamos a autorização desta instituição para a coleta de dados; o material e o contato interpessoal oferecerão riscos mínimos aos colaboradores e à instituição. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, os participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas para si ou para a instituição. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores e a instituição envolvida. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de uma pesquisa com finalidades acadêmica, referida à disciplina de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com a instituição e outra com os pesquisadores. Obrigada. ___________________ ___________________ ___________________ Gislene Melo Laura Alves Flavia Zanotto Telefone: 9480-5149 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - Instituição Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a) _______________________________, representante da instituição, após a leitura da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional. São Paulo,....... de ..............................de.................. 36 _________________________________________ Assinatura do representante da instituição Anexo 2 - CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DE PESQUISA O presente trabalho propõe identificar, analisar e sugerir possíveis atividades que ajudem no esclarecimento das dúvidas sobre a disciplina de Biologia Celular. Os dados para o estudo serão coletados a partir da aplicação de uma entrevista semiestruturada. Este material será posteriormente analisado, garantindo-se sigilo absoluto sobre as questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes, bem como a identificação do local da coleta de dados. A divulgação do trabalho terá finalidade acadêmica, esperando contribuir para um maior conhecimento do tema estudado. Aos participantes cabe o direito de retirar-se do estudo em qualquer momento, sem prejuízo algum. Os dados coletados serão utilizados no trabalho de conclusão de curso (TCC) de Licenciatura do curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O material e o contato interpessoal oferecerão riscos mínimos aos colaboradores e à instituição. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com a instituição e outra com os pesquisadores. ___________________ ___________________ ___________________ Gislene Melo Laura Alves Flavia Zanotto Telefone: 9480-5149 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Sujeito de Pesquisa Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o(a) senhor(a) _______________________________, sujeito de pesquisa, após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância em participar da pesquisa proposta. Fica claro que o sujeito de pesquisa ou seu representante legal podem, a qualquer momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional. 37 São Paulo,... de ..............................de.................. Assinatura do sujeito ou seu representante legal ________________________________________