"A mulher aprenda em silêncio, com toda submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso." (1Timóteo 2.11-15) Por que silenciar as mulheres? É possível que Paulo esteja dizendo que as mulheres de todas as épocas e culturas não devem dizer nada na igreja nem ter autoridade sobre os homens. Essa parece ser a conclusão quando ele diz que Eva, criada em segundo lugar, foi a primeira a ser enganada (ver 13,14). Todavia, o problema dessa posição é que em outros lugares Paulo reconhece a autoridade das mulheres para ensinar e evangelizar (Rm 16.1-3; Fp 4.2,3). Alguns acham que Paulo estava simplesmente dando conselhos sobre como os cristãos podiam adaptar-se às condições culturais imperfeitas - assim como ele fez quando deu conselhos aos escravos sem defender a instituição da escravidão (6.1,2). Timóteo enfrentava uma situação em que falsos mestres (talvez presbíteros da igreja) estavam explorando mulheres - particularmente viúvas jovens. Restringir o envolvimento público delas na igreja: 1) limitaria sensivelmente o apoio aos falsos mestres 2) granjearia respeito para a igreja junto à comunidade mais ampla de Éfeso. Paulo queria que a igreja de Éfeso tivesse a melhor imagem possível, para que o evangelho tivesse melhor oportunidade de ser ouvido em um ambiente essencialmente hostil. Também queria que as mulheres aprendessem (algo negado às mulheres judias e gregas) sob condições tranqüilas e pacíficas. Quando entendemos as "regras" de Paulo nesse contexto, vemos que ele as estava recomendando para ajudar a igreja a ter integridade na sociedade. As pessoas de hoje discordam sobre até que ponto essas restrições devem ser aplicadas. Escrevendo a igreja de Corinto Paulo comenta: "Como em todas as igrejas dos santos, conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina." (1Co 14:33b,34) Por que Paulo não permitia que as mulheres falassem na igreja? Na realidade, permitia, consentindo até mesmo que profetizassem "Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada." (1Co 11:5) Antes de abortarmos a exortação inicial de Paulo é interessante contextualizar o uso do véu. Na cultura judaica de Paulo, as mulheres que não cobrissem a cabeça eram consideradas sexualmente frouxas e insubordinadas aos homens. Voltando à questão inicial: "Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja." (1Co 14:35) Diferentes tentativas de conciliar essas duas passagens têm proposto que: a) As mulheres somente profetizavam fora das reuniões; b) Paulo proibiu palavras indiscretas por parte das mulheres; c) Paulo estava citando os adversários, mas não endossou o ensino deles; d) Mulheres (e homens) podiam profetizar, mas somente os homens podiam julgar e atestar as profecias; e) Como as mulheres tinham instrução mais limitada, era-lhes proibido fazer perguntas inoportunas; f) Paulo exortou a igreja a respeitar as normas culturais a respeito das mulheres em público, para que ela pudesse permanecer eficaz em atrair pessoas a Cristo.