As Escrituras são infalíveis, a Palavra de Deus não contém erros. A nossa interpretação, contudo, não é infalível. Dessa forma, este estudo é passível de correção e, portanto, toda compreensão e ajuda serão bem-vindas. “... para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.16) www.seguindoacristo.com.br fevereiro/2008 A IGREJA: COLUNA E FIRMEZA DA VERDADE Mt 16.18a, 1Tm 3.15-16, Ef 2.13-22, Hb 3.6a, 1Pe 2.5a “Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18a); “Assim como nos escolheu nele, antes da fundação do mundo ... e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo ... desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele todas as coisas ... tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa ... e pôs todas as coisas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo” (Ef 1.4-23); “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um ... para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades ... porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito” (Ef 2.13-22); “Pois, segundo uma revelação me foi dado conhecer o mistério ... podeis compreender meu discernimento do mistério de Cristo ... a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo, co-participantes da promessa em Cristo Jesus ... e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida Princípios de vida para o discípulo _____________________________ ... segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus ... de quem toma o nome toda a família, tanto no céu como na terra ... a fim de compreenderdes, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” (Ef 3.3-19); “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e a igreja” (Ef 5.32); “ ... para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.16); “Mas Cristo, como Filho sobre a Sua própria casa, a qual casa somos nós” (Hb 3.6a); “Também vos mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual” (1Pe 2.5a). O QUE É A IGREJA “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e a igreja” (Ef 5.32); A igreja foi concebida na mente de Deus, mesmo antes da fundação do mundo. Isso é algo tão sagrado que Deus escondeu esse segredo (mistério) em Si mesmo ao longo dos séculos. Por todo o Antigo Testamento, podemos ver dicas aqui e ali, como na criação, onde Deus tomou algo de dentro do homem e transformou numa mulher, na história de Israel, onde os descendentes de Abraão foram tirados do Egito e conduzidos à terra prometida, entre outros, que são tipos e sombras do que havia de vir. Mas esse grande segredo de Deus, o mistério da Igreja, que é o mistério de Cristo, que está além da compreensão humana, foi agora revelado com a vinda do Espírito Santo, e expresso, claramente, nos escritos dos apóstolos. Se observarmos as duas exposições de Lucas (At 1.1), na primeira, que é o Evangelho segundo Lucas, vemos “todas as coisas que Jesus começou a fazer e ensinar”. Na segunda exposição, que é o livro de 2 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ Atos, vemos então as coisas que nosso Senhor Jesus continuou a fazer e a ensinar. Primeiro, Ele começou a fazer e ensinar em Seu corpo encarnado, concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre de Maria. Neste corpo, Ele carregou sobre o madeiro os nossos pecados (1Pe 2.24), foi entregue por causa das nossas transgressões, ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25), ascendeu ao céu, foi glorificado, feito Senhor e Cristo, e enviou o Espírito Santo a esta terra (At 2.32-33). Com a vinda do Espírito Santo, um novo corpo foi formado: a Igreja, que é o Corpo de Cristo. A Igreja é a extensão de Cristo, a expressão viva do Cristo vivo, a expressão corporativa de Cristo. É nesse corpo coletivo que nosso Senhor Jesus continua a fazer e ensinar. “... como cabeça da igreja, que é o seu corpo ... cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Ef. 1.22-23; Cl 1.24). A falta de conhecimento desse fato de uma maneira clara e revelada, em concordância com o Novo Testamento, tem dado margem a muita divisão e discórdia (1Co 1.2, 10-13, 30; 3.21-23). No dia de Pentecostes, a vida da Igreja, o Corpo de Cristo, começou a se expressar na terra, mas o conceito da Igreja foi concebido na mente de Deus antes da fundação do mundo. A Igreja já estava em Cristo, e agora nasce nele, ou através dele; foi tirada dele. O plano de Deus é dar a Seu amado filho uma companheira à Sua semelhança, um povo que seja um com Ele, possuindo Sua vida, estando unido a Ele, compartilhando de Seus sofrimentos, compartilhando da Sua glória, seguindo-O durante esta era de batalhas e auxiliando-O a trazer todas as coisas de volta a Deus. Esse é o conceito glorioso da Igreja. Precisamos pedir ao Senhor para nos dar revelação do que é a Igreja na mente de Deus, para que, pela sua graça, sejamos um em nossa vida com esse conceito. Essa visão clara irá influir grandemente no tipo de vida teremos. A morte de nosso Senhor não só visava a salvação do homem, mas também a manifestação do mistério de Cristo (Ef 3.4-6), “reunir em 3 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ um corpo os filhos de Deus que estavam dispersos” (Jo 11.52). Quando nascemos da água e do espírito, entramos no reino de Deus (Jo. 3.5) e o Senhor nos coloca no Seu corpo. A salvação não é para entrar na igreja, mas sim, no reino de Deus e o Senhor, após isto, nos coloca no Corpo (1Co 12.18). A Igreja é o Corpo de Cristo, é o celestial se expressando na terra, um novo homem. Cristo é o cabeça deste Corpo, e os que crêem Nele tornam-se parte Dele, isto é, são incluídos na Sua Igreja: “... Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fomos batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.26-29). Todos quantos fomos batizados em Cristo, isto é, incluídos nele, nos revestimos dele. Ao crermos no Senhor, nos tornamos participantes de tudo quanto Ele é. Por isto não há mais diferença de raças, posição social, de sexo, porque somos revestidos Dele, somos revestidos do celestial, do novo Homem, somos agora, celestiais, da família de Deus. A morte de nosso Senhor não só reconciliou o homem com Deus, mas também um com o outro: ... ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos (gentios e judeus) fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade ... para criar em si mesmo, dos dois (gentios e judeus) um novo homem, e assim fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo" (Ef 2.14-15). Cristo e sua Igreja são inseparáveis, como vimos : “... porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Dividir a Igreja seria o mesmo que dividir a Cristo, pois esta é o Seu Corpo; por isto que Paulo ao tratar da questão da divisão que sutilmente estava ocorrendo em 4 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ Corinto disse: “Está Cristo dividido?” (I Co 1.13). Não disse: “Está a Igreja dividida?” Vejamos ainda os seguintes textos: “Porque, assim como o Corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do Corpo, embora muitos, formam um só Corpo assim é Cristo também. Pois todos fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1Co 12.12,13). “Há um só Corpo e um só Espírito ...” (Ef 4.4). O que revelam estas palavras é uma notável relação entre o Corpo e o Espírito. Recordemos também que o Espírito Santo é uma Pessoa, e uma Pessoa não pode ser dividida. Paulo também diz que fomos batizados em um Espírito formando um corpo. Assim, a Igreja é um organismo vivo, formada por aqueles que verdadeiramente nasceram de novo, que experimentaram esta realidade da nova vida. É um corpo vivo, que cresce, que se desenvolve. Então, como podemos relacionar a Igreja com prédios, estruturas humanas ou seculares? Devemos olhar com atenção os escritos do Novo Testamento e buscar revelação de Deus para sermos instruídos pela Sua Palavra: “... ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus” (Cl 2.19); “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós sois edificados para morada de Deus em Espírito” (Ef 2.19-22). Observe as palavras: todo o corpo e vai crescendo. Deus quer manifestar a Sua plenitude através da Igreja, por isto, ao tratarmos de ver a Igreja, não cabe aqui nosso projeto pessoal, nossas próprias realizações, mas sim o projeto de Deus. Todo o corpo vai crescendo em 5 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ aumento de Deus. Jamais um membro do corpo de Cristo será completo em si mesmo, isolado dos outros. Se um membro do corpo de Cristo busca crescimento para fins pessoais, egoísta, está cortando a corrente de vida do Corpo inteiro. É como o câncer no corpo humano. Funcionando como uma entidade separada, as células contaminadas invadem os tecidos sem restrição, nem controle, e ao fazê-lo, consomem todo o alimento que recebem, ao invés de passá-lo ao resto do corpo. Impõem seu próprio caráter degenerado. Se um membro se isola para buscar ganho pessoal, então quanto mais aumenta em si mesmo, mais ameaça a todo o Corpo de Cristo. Onde não há cruz, não há vida e não há ministério de vida (2Co 4.7-12; 1Jo 3.16). Um ministério não se mede pela atividade. O ministério é uma manifestação da Vida de Cristo em nós. Todo o ministério que não se baseia na unidade do Corpo é irreal. A POSIÇÃO DA IGREJA O propósito de Deus é imutável (Hb 6.17), e o Seu reino é inabalável (Hb 12.28). Em 2Tm 2.19, o Espírito Santo, através de Paulo, nos assinala outra coisa que é imutável: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; e qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniqüidade”. O Senhor conhece os que lhe pertencem. Este é o selo que se grava sobre este fundamento seguro. Nós podemos nos enganar, mas Deus nunca se engana. Há um segundo elemento neste selo, um mandamento dado a todos "... os que, com um coração (2Tm 2.20-21). puro, invocam ao Senhor" Aqueles que tomam em sua boca o Nome, devem apartar-se da iniquidade. O imutável fundamento de Deus nos diz isto. Quando vemos fraqueza espiritual ao nosso redor, devemos olhar para nós mesmos, pois os que são do Senhor devem ser homens santificados: 6 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ “Se alguém se purifica destas coisas será vaso para honra” (2Tm 2.21). A Igreja aos olhos de Deus é ”gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.27). Portanto a “casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15), em seu testemunho interior, nunca pode estar em ruínas. Porém, o testemunho exterior da Igreja pode, lamentavelmente, se deteriorar a qualquer momento por causa do elemento humano: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra” (2Tm 2.20a). É uma triste realidade que muitos crentes só têm visto a forma exterior do Cristianismo, do andar com Cristo. Nunca descobriram a realidade interior, e portanto não têm conhecimento de sua natureza essencial. E isto não nos surpreende, pois nos dias atuais muitas coisas que são exteriores têm sido acrescentadas ao Cristianismo, e é difícil discernir o que nele é verdadeiramente de Deus. No entanto, o genuíno Cristianismo não é um sistema exterior. É a Verdade. Toma-se muito cuidado para diferenciar entre a Igreja verdadeira e a falsa. Porém, na Palavra do Senhor e na mente de Deus, não existe tal distinção. O Senhor não agregou nenhuma nota ao pé das Escrituras, quando Ele falou da Igreja. Ele não procurou salvaguardar a realidade espiritual, diferenciando entre o interior e o exterior, ou o real e o irreal. Nem tampouco traçou uma clara linha de demarcação entre o local e o universal. Na Palavra de Deus existe somente a Igreja. Muitos têm ensinado a considerar que o celestial é algo que há de ser alcançado. Assim que, para eles, a vida do crente se reduz a procurar ser o que não é, e fazer o que não pode. O céu não é um lugar onde chegará a Igreja em uma data futura, ainda que há o aspecto escatológico, mas devemos reconhecer que a Igreja está assentada nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1.3, 22-23; 2.6). Esta é a posição em que Ele nos colocou, é uma realidade conquistada por Nosso Senhor. O céu é a origem e a morada da Igreja. De modo que a Igreja não é uma companhia de crentes que estão lutando para chegar ao céu, 7 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ senão um grupo de pessoas que já são, de fato, cidadãos do céu (Ef 2.19). Recordemos: “Ninguém subiu ao céu, senão ... o Filho do Homem, que está no céu” (Jo 3.12-13); “O primeiro homem formado da terra é terreno; o segundo homem é do céu” (1Co 15.47). Precisamos fazer um exame da nossa maneira de pensar no tocante à Igreja. Como tantas coisas que temos em Cristo, a Igreja é uma realidade que devemos ver com a ajuda do Espírito Santo por meio da Palavra. Quando reconhecemos o verdadeiro caráter celestial da Igreja, então, como a alva, resplandecerá o celestial de nossa própria natureza renovada, e saberemos que nosso ponto de partida como crentes não é a terra senão o céu. Quando a Palavra diz que somos forasteiros e peregrinos, é em relação a este mundo (1Pe 2.11). Jesus disse claramente que não somos deste mundo. Ele não disse que um dia não seremos mais deste mundo. Mas: “Se vós fôsseis deste mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo,... não são do mundo, como eu do mundo não sou” (Jo 15.19; 17.16). A Igreja é perfeita, perfeita de tal forma que não cabe a menor possibilidade de ser melhorada. Aos olhos de Deus não há imperfeição na Igreja, não há eternamente. Por que nos ocuparmos das intermináveis perguntas relativas à antiga criação? Todas se desvanecem quando, pela graça divina, vemos a realidade eterna. A Igreja é o âmbito no qual Deus exerce Sua autoridade na terra. Em meio a um universo contaminado, Ele tem nela uma esfera de imaculada pureza como Sua morada. Devemos olhar para a Igreja do ponto de vista de Deus: Deus vê "sete castiçais de ouro" (Ap 1.12,20). No templo e no tabernáculo as coisas eram feitas de madeira e cobertas com ouro, mas o candelabro era feito de ouro puro. Não havia nele madeira. A madeira representa a humanidade e o ouro representa a vida divina. Portanto, na concepção de Deus, a igreja é feita puramente da vida divina de Cristo. Ele conhece somente "a Igreja" e, quando permitimos que o Espírito da verdade nos guie a toda verdade 8 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ espiritual da Igreja, veremos unicamente a Igreja que Deus vê: “E virando-me, vi sete castiçais de ouro” (Ap 1.12). A igreja é para ser o candelabro. O candelabro não é o fim, mas um meio para um determinado fim. Assim, a igreja não é o fim, mas um meio para o fim. É para levar a luz, e a luz é Cristo: “e no meio dos candeeiros, um semelhante a filho do homem” (Ap 1.13). Vemos o Senhor Jesus, o Sumo Sacerdote, andando no meio dos sete candeeiros, isto é, ministrando às igrejas, restaurando as igrejas de volta para Ele mesmo. Essa é a visão de Deus sobre a igreja. “e me levou em espírito a um grande e alto monte, e me mostrou a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus: e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima” (Ap. 21.2,9-11). Mantendo nossos olhos assim, podemos louvá-lo pelo seu propósito imutável. Jesus disse: “e sobre esta pedra (rocha) (eu) edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt. 16.18). O Senhor não fez provisão alguma para fracasso na Igreja. É como se em seus pensamentos, não pudesse surgir qualquer contingência. Pensamos que a Igreja em Corinto estava muito por baixo dos princípios divinos, porém foi a essa Igreja que Paulo escreveu: "mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus" (1Co 6.11b). Todas as vezes que Paulo menciona a Igreja em suas epístolas, a descreve como completamente perfeita, e não intercala cláusulas que modifiquem a afirmação, para evitar mal-entendidos. Parece que nossos olhos sempre estão prontos para detectar muitas fraquezas nas igrejas. João, como Paulo, nunca distingue entre igrejas que andam bem e igrejas que andam mal? Apesar de todas suas faltas, as descreve como o mesmo Senhor ainda as vê, isto é, como "sete castiçais de ouro" (Ap. 1.20). Para aqueles que se tem começado a resplandecer a realidade divina, existe só essa realidade. Aos olhos 9 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ de Deus, a Igreja é o que deve ser segundo seu ponto de vista, porque ela está em Cristo e Cristo é precisamente isto. Ver a realidade eterna em Cristo significa cessar de fazer diferença entre o que a Igreja é potencialmente, e o que é em realidade. E uma vez que o Senhor tem aberto nossos olhos, já não desprezamos as coisas pequenas. Já não dizemos, quando nos encontramos com uns poucos crentes em algum lugar: “de que utilidade pode ser isto para Deus? Há tão poucos aqui?” Já não nos queixamos, dizendo: “há só um irmão comigo nesta cidade pagã”. Vemos no livro de Atos que aqueles primeiros discípulos viram a realidade espiritual, e portanto não lhes preocupou a técnica. E quando vemos a realidade da Igreja, tal qual eles a viram, então reconhecemos a Igreja operando onde quer que a encontremos, ainda que seja por um pequeno grupo de crentes sem posição especial alguma nem representantes devidamente nomeados, como diriam os homens. Se eles se submetem verdadeiramente à Cabeça em todas as coisas, e se estão engrandecendo, não a si mesmos, nem ao seu grupo de discípulos, mas somente a Cristo, então o Espírito de Deus sempre dará testemunho a eles. Aleluia! UM CORPO UNIDO POR JUNTAS E LIGAMENTOS Se compreendermos, por revelação do Espírito Santo, quem é Cristo e a Igreja, também precisamos compreender o funcionamento do Corpo, saber que Cristo é a cabeça do Corpo e que dele provém toda a operação do Corpo (Ef 4.15-16), saber como procedem os membros uns com os outros, como atuam os membros entre si e quais os princípios que governam o funcionamento do Corpo. A carta de Paulo aos Efésios expressa a vida celestial da igreja ("...assentados nas regiões celestiais..."), mostrando a nossa real posição espiritual. A carta aos Coríntios expressa de uma forma prática o viver da Igreja na terra, apresentando exemplos de como viver a vida celestial aqui na terra. 10 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ O Capítulo 4 da carta aos Efésios nos ensina importantes lições quanto ao funcionamento da igreja, o Corpo de Cristo: “E ele mesmo constituiu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,... Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.11-16). Paulo destaca a Cristo como cabeça de seu corpo. Cristo é a pessoa que determina, aquele que constitui (v. 7-11); dele flui graça, como cabeça do corpo (v.15). Toda a graça do corpo desce da cabeça: “... de quem todo o corpo....”. O ministério dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (dons de Cristo concedidos aos homens), são para o aperfeiçoamento dos santos, para que eles desempenhem seu serviço, para que o corpo seja edificado, até todos chegarem à unidade da fé, do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. Portanto, cada membro do corpo deve funcionar conforme o dom que recebeu de Cristo. Observemos os versos 15 e 16 na versão de J.B. Philips (Cartas Para Hoje): “Ao contrário, nosso propósito é falar a verdade em amor e crescer de todas as maneiras na relação com Cristo, a cabeça. Pois é a partir da cabeça que todo o corpo, como uma estrutura harmoniosa unida pelas juntas que possui, cresce mediante o funcionamento de cada parte, edificando a si mesmo em amor” . Paulo também estabelece os princípios de funcionamento das juntas do corpo. Notemos que ele não está se referindo a algo casual 11 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ ou sugerido, mas sim, em forma de mandamento. Ele está dizendo que assim é que deve funcionar o corpo. Vamos olhar agora a cada indicação que Paulo dá: • Todo o Corpo. Todo o membro do corpo deve cumprir as funções que cabem a ele. Ninguém pode faltar. • Bem ajustado e consolidado. Convenientemente relacionado e comprometido para a função que se requer dele • Pelo auxílio de toda a junta. Cada um é uma junta de seu irmão. Criados em Cristo Jesus como parte um do outro. Todo o conceito de estar só, ser independente e isolado deve ser banido. • Segundo a justa cooperação de cada parte. Observe que é uma ação mútua de acordo com aquilo que cada um recebeu do Senhor. É para ajudarem-se, protegerem-se, animarem-se, consolarem-se, em cuja ação se exercem dons e virtudes concedidos pelo Espírito Santo. • Efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. Observemos que é todo o corpo, e não apenas alguns membros, quem edifica o seu próprio aumento. Se cada membro cooperar de forma justa (repartindo o que recebeu), haverá o pleno crescimento. Esse crescimento será, portanto, em amor, onde todos dão e todos recebem. Observemos, ainda, os textos paralelos de Colossenses: “É exclusivamente por intermédio da cabeça que o corpo, através de suas juntas e ligamentos, é alimentado e edificado, crescendo de acordo com o que Deus planejou” (Cl 2.19 - Cartas para Hoje - J.B. Philips); “A palavra de Cristo habite em vós ricamente; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vossos corações” (Cl 3.16). Assim, podemos compreender todo o bem espiritual e o amor que se desprende desta relação de juntas e ligamentos. Este é um dos exercícios mais formativos dentro da vida da Igreja. Assim viveu a 12 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ Igreja. Isto a formou em santidade e a fez de um só coração e uma só alma. Este ministério das juntas e ligamentos do corpo de Cristo forma, transforma, trata o egoísmo e o orgulho do coração. Forma servos humildes, ensina-os a serem misericordiosos. Dá poder à oração, da força e torna eficaz o ministério de cada um. Forma discípulos, forma obreiros. Transforma toda a igreja e é capaz de abençoar e transformar todo aquele que ela recebe em seu seio. PRINCÍPIOS QUE GOVERNAM A VIDA DO CORPO (1CO 12.15-27) Normalmente pensamos no Pentecostes em termos de sons e sinais (vento impetuoso, línguas de fogo, o falar em línguas, etc). Mas o Pentecostes é muito mais que isso. A maravilha do Pentecostes é que Deus fez algo tremendo, grandioso, maravilhoso e glorioso. O derramamento do Espírito Santo realizou duas coisas básicas: Primeiro, exaltou a Jesus Cristo, ratificou a exaltação e o senhorio de Cristo. O que aconteceu foi o resultado da glorificação de Jesus Cristo (Jo 7.38-39). “Exaltado, pois, a destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis ... Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus que vós cricificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.33,36). Segundo, formou um corpo, o Corpo de Cristo: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo” (1Co 11.13); “... pois em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo ... ... e todos temos bebido de um Espírito" (1Co 12.13);. O Batismo no Espírito é que forma o Corpo. O significado de Pentecostes é a liderança de Cristo e o Corpo de Cristo. Se penetrarmos no pleno propósito de Deus, veremos que, apesar de sermos salvos individualmente, Deus nos fez um só Corpo, e membros 13 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ uns dos outros: “Assim também nós, conquanto muitos, somos um corpo em Cristo, e membros uns dos outros” (Rm 12.5). Isso significa dizer que nada podemos fazer uns sem os outros, que necessitamos de todos os irmãos e irmãs; nada podemos fazer sem qualquer irmão e irmã; ninguém é dispensável; todos os membros são necessários. “Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo. como ele mesmo quis” (1Co 12.18). Esta verdade nos fala em dois aspectos: um diz respeito ao nosso lugar no corpo, aos vínculos e relacionamentos (juntas e ligamentos); outro diz respeito a nossa função como membros do corpo. Notemos que foi o próprio Deus que estabeleceu isso, conforme lhe aprouve. Portanto, é imprescindível sabermos que o lugar onde estamos, com quem estamos vinculados, ligados e relacionados (discipulado, igreja nas casas, congregação local) foi estabelecido por Deus, porque assim lhe aprouve. Quanto ao segundo aspecto, também devemos saber claramente que Deus nos comissionou para uma função específica no corpo. Portanto devemos: a) Aceitar a nossa posição no Corpo - 1Co 12.15-16 “Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do Corpo; não será por isso do Corpo? Se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do Corpo; não será por isso do corpo?” Devemos atuar como somos, como Deus nos fez, e não como gostaríamos de ser. Aqui o grande problema é o do individualismo. O costume de fazer comparações com outros membros do Corpo em termos de suas funções é individualismo e o individualismo é pecado. "Já que outros são tão capazes para dirigir oração, não será melhor que eu me mantenha em silêncio?". Essa é uma atitude que pode revelar as ambições do coração. Se não tenho esse ou aquele dom, ou 14 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ ministério, fico fechado em mim mesmo e o Corpo sofre prejuízo. Veja o que deve acontecer na reunião da Igreja em 1Co14.26: “... quando vos reunis, cada um tem ...”. Qual é o melhor membro: o pé ou a mão? No Corpo há diversidade de funções, mas isto não significa que há funções melhores que outras, isto é um engano, é egoísmo. A Igreja tem sofrido dano não por aqueles que têm cinco talentos, mas pelos que tem apenas um talento. A ênfase que o Senhor deu na parábola recaiu toda sobre aquele que tinha um talento e o enterrou (Mt 25.14-30). Esconder o talento é sinal de timidez, de covardia (..."tive medo"). A comunhão do Corpo se realiza sempre por dois meios: recebendo e dando. Desejar só receber não é comunhão, nem, tampouco, achar que não precisa receber nada. Quando Pedro se levantou no dia de Pentecostes, os onze se puseram em pé com ele. Isto significa que estavam unânimes, e a voz de Pedro era a deles e a deles a de Pedro. Posso ou não estar falando, ou pregando, mas posso levantar com aquele que fala, ser um com ele, orar com ele. Isto é ter consciência do Corpo (At 2.14; 1Ts 5.14). Não importa quem faz o trabalho, a glória tem que ser do Senhor. b) Ter disposição para dar e receber - 1Co 12.17-20 “Se todo o Corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus colocou os membros no Corpo, cada um deles como quis". Este princípio revela a necessidade que temos de dar e receber dos outros. Devemos considerar os demais, servi-los e dar lugar a suas atuações. Não procuremos ocupar todos os postos e fazer tudo. Se agirmos assim, cairemos também em individualismo, egoísmo, demonstrando a nossa carência da arte de receber. Precisamos reconhecer que temos necessidade dos demais irmãos. Se sou olho não posso dispensar o ouvido. Também precisamos aprender a exercer a nossa função no corpo, “cooperando os membros com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1Co 12.25). 15 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ c) Saber que nenhum membro pode ser dispensado - 1Co 12.21-22 “E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros que parecem ser os mais fracos são necessários”. Nunca devemos alienar o outro, ou dispensá-lo. Os membros que parecem ser os mais débeis são, em realidade, de grande valor para o Senhor (1Co 8.9-13, 10.23-24,31-33; Rm 14.1,8,10,13,16,20; 15.1-3). d) Guardar a unidade do corpo - 1Co 12.23-25 “E os membros que nos parecem menos dignos no Corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito maior honra. Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o Corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela. Para que não haja divisão no Corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros”. Este é o princípio do guardar a unidade. Devemos resistir firmemente às divisões e cismas no Corpo. Isto deve ser totalmente repudiado, pois o Senhor abomina tal coisa, e a vontade de Deus é que não haja desavença no Corpo (1Co 12.13; Ef 4.3-6; Jo 17.21-23). É preciso consciência desta realidade na Igreja, para que em momento algum venhamos a nos achar melhores e assim não consideremos o outro superior a nós mesmos (Fp 2.1,3-5). Quando se trata de ver o Corpo de Cristo, a chave está na consciência que temos da Vida de Cristo em nós. Se há vida, há também consciência desta vida. Deus nos deu uma nova Vida, conseqüentemente, uma nova consciência (Hb 9.14; 10.1,4,12,18-22; Jo 3.14). A certeza da vida está numa posição: amar uns aos outros (1Jo 3.14; 4.7-8, 20; 5.1). Quando descobrimos a realidade da Igreja, ou seja, o Corpo de Cristo, vemos que a base da verdadeira comunhão está em que Cristo é um, é a cabeça, e todos para termos vida, temos que estar ligados à cabeça. Se nos sujeitarmos à cabeça, amamos e damos a vida. 16 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ OS PRIMEIROS DIAS DA IGREJA:A SOBERANIA DO ESPÍRITO SANTO A Igreja começou a ser uma expressão viva a partir do Pentecostes, quando do derramamento do Espírito Santo profetizado por Joel, quando disse que viriam tempos de renovação, restauração e refrigério pela presença do Senhor. O Espírito Santo seria derramado sobre toda carne (At 2.14-21, 32-36). Então, no Pentecostes (festa da colheita), data em que se ofereciam os primeiros pães do novo trigo (50 dias após a morte e ressurreição de Jesus Cristo; 10 dias após a sua ascensão) deu-se o cumprimento desta promessa. Então a Igreja surge com força total, cumprindo a palavra do Senhor. Enquanto estava na terra, Jesus foi o veículo para a Vida Divina. Hoje esta vida está na Igreja (seu Corpo). Tudo que é de Cristo há de ser visto na Igreja. Este é o propósito pelo qual o Senhor a deixou aqui na terra. Ela deve conter a Vida do Filho de Deus. Jesus é a ressurreição e a vida e esta é a característica importante do Senhor Jesus. Hoje a Igreja é o vaso que contém esta vida (Cristo) e ela é chamada para revelar isto. A Igreja é o veículo da expressão do Reino de Deus, o ministério do Cristo ressuscitado. O Espírito Santo, agora derramado naqueles irmãos, lhes capacitou para a execução da obra de Deus, ou o próprio Espírito Santo executa a obra através deles. Os primeiros dias da Igreja foram florescentes, pois o Senhor era uma expressão real, diária e constante na vida da Igreja. Imediatamente após o nascimento do Corpo, todos os membros estavam funcionando. Não apenas Pedro se levantou, não apenas os onze apóstolos com ele, mas todos os membros do Corpo – homens e mulheres – estavam funcionando. Eles eram como uma única pessoa, um corpo. Essa era a Igreja de Jerusalém. Era uma família. Sem qualquer planejamento, sem nenhuma necessidade de esforço de qualquer espécie, vemos que, de uma maneira sobrenatural, um novo estilo de vida começou a surgir naturalmente, uma nova maneira de viver começou a aparecer. Porque eles eram um só corpo, muito naturalmente começaram a viver juntos um modo peculiar de vida. 17 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ O Espírito Santo é a autoridade na Igreja. Ele foi enviado para dar continuidade à obra de Deus que Jesus começou. Jesus declarou: "Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26); "O Espírito da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim" (Jo 15.26); "Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo ... Ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que Ele, recebendo do que é meu, e vo-lo anunciará" (Jo 16.7-15). Ele testifica, anuncia o que há de vir, convence o mundo, glorifica a Jesus Cristo. Então o Espírito Santo é aquele que tem toda a autoridade na Casa de Deus, é Ele quem governa a vida da Igreja. Quando agimos submissos ao Espírito Santo recebemos de Cristo para dar Cristo aos outros. Em Atos, temos os primeiros dias da Igreja na terra. Vejamos a Soberania do Espírito Santo nela: 1.2 1.8 2.1-4 4.31 5.1-11 8.29 10.19,20; 11.25 13.1-4 Jesus operou a obra no poder do Espírito Santo; Concedeu o poder do Espírito Santo para sermos testemunhas de Jesus; Derramamento do Espírito Santo; Todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com ousadia; O Espírito Santo revelando os corações; O Espírito Santo levando Felipe ao carro do Eunuco; O Espírito Santo intervindo na vida de Pedro; O início da Igreja em Cesaréia; O Espírito Santo enviando e comissionando os apóstolos; 18 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ 15.28 16.6 16.7 16.10 18.9-10 20.28 O Espírito decidindo nas questões da Igreja; O Espírito Santo guiando os apóstolos para onde ir pregar; O Espírito Santo mostrando que não chegara o tempo para aqueles lugares; O Espírito Santo mostrando o local onde os queria enviar; O Espírito dizendo que tinha muito povo naquela cidade; O Espírito Santo constituindo bispos para apascentarem a Igreja. PROBLEMAS AO LONGO DA HISTÓRIA – ASPECTO EXTERIOR Percebemos, ao longo da história que um dos graves erros da Igreja foi ignorar a autoridade do Espírito Santo em sua vida. Então vieram os anos de decadência e, lentamente, a Igreja foi se apartando do fundamento. A Igreja perdeu o fogo do Pentecostes, ficou sem força espiritual e se tornou fria, indiferente e mundana. Houveram sempre alguns avivamentos isolados com poder, revitalizando a Igreja e restaurando aspectos de sua vida já esquecidos ou erroneamente compreendidos. Olhando para a História da Igreja podemos perguntar: “Quanto foi tirado dela? Quanto ela perdeu? O que podemos esperar antes da volta de Cristo? a) A Igreja Antes do Declínio • Era uma Igreja forte e vitoriosa (prometida por Jesus Mt 16.13-18; ensinada por Paulo - Ef 5.25-32). • Pontos fortes: unidade, oração, fundamento na Palavra, relacionamentos, poder do Espírito Santo, julgamento do pecado; autoridade sobre demônios, ministérios operantes, presbíteros, diáconos, controle do Espírito Santo, atingiam cidades inteiras, transtornaram o mundo da época. 19 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ b) Causas do Declínio Perda da visão clara de quem é Jesus Abandono do primeiro amor Conformação com o mundo, doutrina de Balaão, doutrina dos nicolaítas (em Éfeso era obras, em Pérgamo já virou ensino) Æ Permissão para falsos mestres ensinarem sem serem corrigidos A igreja na idolatria Æ Permissão para falsos profetas profetizarem sem serem corrigidos A igreja como morta, tendo porém um remanescente fiel O estado final de apostasia da igreja Æ mornidão, complacência, mundanidade e mistura. Ap 1:1-18 Ap 2.4 Ap 2:12-17 Ap 2:18-28 Ap 3: 1-6 Ap 3:14-21 c) O declínio do ponto de vista da história da Igreja • Séculos negros da Igreja (500-1200 A.D.) Æ Crescimento do ritualismo, culto de tradição, ênfase na construção de catedrais. • Perda da verdade pela Igreja Ano Evento 67 Nero queima Roma. Grande perseguição aos Cristãos. 100 O último apóstolo (João) morre, auge da prosperidade de Roma. 110 Os pais da Igreja primitiva são perseguidos. 130 Perda da prática da imposição das mãos. 140 Perda do ministério dos profetas. 150 Perda dos dons do Espírito, o Latim torna-se a língua da Igreja no ocidente. 160 Perda da pluralidade de presbíteros. 188 Primeiros batismos infantis por aspersão. 200 Sacerdócio como classe superior, ministros são chamados "sacerdotes". 20 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ 240 Crescimento do movimento monástico. 250 Os clérigos são eleitos por autoridades externas. 300 A justificação pela fé é substituída pela justificação pelas obras. 313 Crescimento da Igreja Imperial; Constantino cessa a perseguição aos cristãos; edito de Milão; tolera-se a liberdade de culto; o Cristianismo é a religião dominante. 325 O domingo de Páscoa é decretado pelo concílio de Nicea. 327 O Estado controla a Igreja. 340 Mistura na Igreja: filosofias gregas e orientais misturam-se com o cristianismo; as cerimônias tem o esplendor exterior que havia nos templos pagãos. 341 Roma se divide, leste e oeste; agora são dois impérios. 350 Estabelecida a celebração do Natal. 400 Separação entre clérigos e leigos. 405 Vulgata Latina é traduzida pela Igreja Católica. 438 Considerado ilegal divergir dos ensinamentos da Igreja Católica de Roma. 440 O celibato se torna lei para os padres da Igreja Católica de Roma. 450 Maria colocada como principal de todos os santos; muitas celebrações e cultos. 476 Queda do império romano do ocidente. 496 Instruções sobre a missa, orações e cantos. 517 O imperador Wunti se torna budista e introduz a nova religião na China. 570 Maomé, fundador do islamismo, é chamado o último dos profetas. A Igreja se torna paganizada com a adoração de imagens, relíquias, mártires, santos, Maria, anjos, separação entre clérigos e leigos, com monasticismo e grande confusão doutrinária. Isto colocou a Igreja em uma era comumente chamada "A Era Negra" (500 A.D. até 1200 A.D.). 21 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ d) A restauração da Igreja (Reforma) - Is 28: 9-13 Primeiros ventos de restauração: Francisco (1182 a 1226) John Wycliff (1375) Martinho Lutero (1438-1546) William Tyndale (1536) Prega-se não haver distinção entre o clero e o povo. Anna-Batistas (1525-1540). Os líderes foram: Hubmier, Grabel, Mantz. Zinzendorf, Spencer, John Wesley, George Whitefield (1630-1738). A.B. Simpson (1840). Os irmãos Jeffrey na Inglaterra; Avivamento da rua Azuza em Los Angeles; Avivamento Welsh (1900 a 1906). Avivamento Canadense (1948). Avivamento na América do Sul Justificação pela fé. A palavra de Deus em linguagem comum; versão King James (1607 A.D.). Batismo na água por imersão. The dunkes (Os submersos). Restauração da santidade e santificação. Os pietistas. Restauração da cura. Batismo com o Espírito Santo. Louvor e ministério profético. Argentina-Chile-Brasil Æ “comunidades”; Colômbia; Santarém; Avivamento na China; Avivamento em alguns paises da África. Vivemos numa época de restauração, isto é, a recuperação ou a volta aos princípios básicos estabelecidos por Deus para a Sua Igreja. Na eternidade Deus formou um plano definido, um modelo que Ele nunca tem abandonado. E, em todas as épocas, Ele manteve aceso o Seu testemunho na face da terra. Glórias a Ele por isto! Vivemos momentos em que o Senhor está levantando com poder este 22 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ testemunho. No início do século XX, o Espírito Santo prosseguiu operando e agora nos trazendo ainda mais a consciência de Sua presença e obra. Deus tem despertado irmãos em toda a parte, a uma vida vibrante no Espírito com manifestações de diversos dons espirituais, um profundo chamado à unidade do povo de Deus e a restauração de todas as coisas na vida da Igreja. A história da igreja nos ensina muitas coisas e devemos preservar estes ensinos como aviso e proteção para nossas vidas. E dentro do processo de Deus continuamos avançando, sempre tomando em conta os desvios passados da Igreja, para não cairmos nos mesmos erros. Vemos a soberania do Senhor neste mover presente. Mas, como povo, necessitamos de visão clara e abrangente para nos conformar ao Propósito de Deus e darmos lugar à soberania do Espírito Santo. O Espírito está sendo derramado, a chuva serôdia é vinda e a Igreja está sendo adornada para seu Esposo (Jl 2.23-32; Ap 19.7-9). Temos vivido algo assim como uma "reevangelização" da Igreja. O Senhor está trabalhando para nos levar à normalidade, até à maturidade, à hora da tão esperada Grande Colheita. Assim como a igreja na história declinou e desviou, devemos nós vigiar e cuidar para manter clara a visão. “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6); “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3). Assim, com humildade e simplicidade de coração, rendamo-nos ao glorioso Espírito Santo para que Ele nos guie na ministração da multiforme graça de Deus. 23 Princípios de vida para o discípulo _____________________________ TEXTOS PARA MEMORIZAR 1Tm 3.15; 1Co 12.12-13; Ef 1.22-23; Gl 3.26-28; Ef 4.11-16; 1Co 12.15-24; Ef 1.3; Ap 1.12; 2Tm 2.20-21; Ef 3.4-6, 10-11. PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO E APRENDIZADO 1. Baseado em Ef 2.13-22 e 1Co 12.12-13 responda: o que é a Igreja e como ela se formou? 2. Como nos tornamos parte da Igreja do Senhor? (Gl 3.26-28) 3. Como funciona o Corpo de Cristo? (Ef 4.11-16) 4. Quais os princípios que governam o funcionamento do Corpo? (1Co 12.15-24) 5. Qual é o selo que se grava sobre o firme fundamento de Deus e quais as implicações disto para a nossa vida? (2Tm 2.19-21) 6. Qual é a posição e o caráter (natureza) da Igreja? (Ef 1.3; 2.6,19; Ap 1.12; 21.2,9-11) 7. Qual o evento que proporcionou o nascimento da Igreja e baseado nisto o que caracterizou os seus primeiros dias ? 8. Qual propósito Deus tem para a Igreja? 9. Quais fatores trouxeram decadência para a Igreja ao longo da história? 10. Deus abandonou o seu propósito? 11. O que tem acontecido nos últimos dias? 12. Qual é o propósito para a Igreja quanto aos últimos dias? 24