ESTRATÉGIA LÚDICA UTILIZADA EM TERAPIA COMPORTAMENTAL INFANTIL – UM ESTUDO DE CASO Carlos Henrique Pereira de Andrade¹ Cristiane Santana Lariane Lacerda de oliveira Letícia Feitoza Ferreira Perin Roberta Cristina dos Santos Ribeiro Ms. Patrícia Hobold Meurer² O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns exemplos da utilização de recursos lúdicos utilizados na terapia comportamental infantil. No caso apresentado a queixa era de déficit de atenção e hiperatividade. Tais recursos foram usados como instrumento tanto para avaliação da queixa quanto para a modificação do comportamento problema apresentado. De acordo com Moura e Wieleska (2000), o brincar é um comportamento comum da criança, através desse comportamento é possível perceber o ambiente e sua interação com o mesmo. Esses dados relacionados com as informações coletadas na terapia ajudam interpretar melhor o mundo do cliente. Qualquer atividade pode ser considerada lúdica, uma vez que qualquer objeto pode ser utilizado como brinquedo pela criança (MOURA; WIELESKA, 2000). Em um caso específico, apresentado nesse trabalho, apesar de um histórico de boas notas, a recente falta de atenção na aula, queda no rendimento e dificuldade de organizar as coisas em casa, necessitando sempre da ajuda da mãe, levaram a mãe da paciente e seus professores à queixa. Na terapia, no entanto, notou-se um ótimo desempenho em jogos e atividades em geral. A mãe relatou também que a criança apresentava choro e dificuldade pra comer, porém dançava, ouvia música, tinha o hábito de leitura e jogava no computador. Através de técnicas lúdicas a terapia começou a trabalhar a primeira queixa, relacionada ao ambiente acadêmico, com o objetivo de melhorar as notas da paciente. Nesta técnica lúdica a criança recebeu um cofre de brinquedo onde deveria ¹Graduandos, FAP (Faculdade da alta paulista) [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], ²Docente da Fap, mestre, [email protected]. 1 depositar suas notas boas. A técnica melhorou o boletim da criança, algumas notas atingiram a máxima. A terapia começou então a avaliar a situação familiar, conforme colhia dados a respeito da família, precisou entender melhor essa dinâmica. Sabia-se que havia uma rivalidade entre a paciente e seu padrasto que disputavam a atenção de sua mãe, que se encontrava grávida. Foi então utilizado um desenho livre, no qual a paciente desenhou sua família. Neste desenho foi possível observar que a cliente posicionou-se distante da mãe, com o padrasto no meio. No outro lado, próximo à mãe, o irmãozinho já nascido e formando uma família, da qual a paciente encontrava-se distante. Em outro desenho a cliente ilustrou o nascimento de seu irmão. Nele a mesma desenhou um cachorro, a mãe, o bebê no colo da mãe, a paciente e o padrasto, com o qual estava de mãos dadas. Após esse desenho a terapia começou a trabalhar a interação mãe – filha de modo que a mãe incluísse a criança em suas atividades diárias, como nos cuidados com o bebê e nas tarefas domésticas. Dessa forma, com base nos desenhos e relatos, foi possível analisar que a queixa de déficit de atenção surgiu em decorrência de dificuldades emocionais da criança, que passava pela chegada de um irmãozinho e de seu padrasto no seu ambiente familiar. Assim a hipótese de déficit de atenção e hiperatividade foi descartada. As técnicas utilizadas ajudaram a terapeuta e cliente a compreenderem a dinâmica familiar da mesma e auxiliaram a criança a lidar com todas as mudanças que estavam ocorrendo em seu ambiente. Uma vez que a cliente tem apresentado melhoras acredita-se que as estratégias lúdicas foram bastante terapêuticas. A terapia continua atualmente organizando a dinâmica familiar, visando a recuperação da paciente. Assim várias etapas foram superadas e aprendidas a partir dos esboços criados pela criança e por sua grande comunicação lógica, através do lúdico. Palavras-chave: Lúdico, terapia infantil, análise do comportamento. ¹Graduandos, FAP (Faculdade da alta paulista) [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], ²Docente da Fap, mestre, [email protected]. 2 Referências Bibliográficas: REGRA, Jaíde A.G. A fantasia na prática clínica para diagnóstico e mudança comportamental. In: WIELESKA, Regina Chistina org. Sobre comportamento e cognição: psicologia comportamental e cognitiva – Questionando e ampliando a teoria e as intervenções clínicas e em outros contextos. Santo André, SP: ARBytes,2000 v.6. Pág. 179 MOURA B.C. Estratégia Lúdica para o uso em terapia comportamental infantil. In: Wieleska, Regina Chistina org. Sobre comportamento e cognição: Psicologia comportamental e cognitiva – Questionando e ampliando a teoria e as intervenções clínicas e em outros contextos. Santo André, Sp: ARBytes, 2000, v.6. Pág.157 ¹Graduandos, FAP (Faculdade da alta paulista) [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], ²Docente da Fap, mestre, [email protected]. 3