I Conferência Municipal de Saúde da POPULAÇÃO NEGRA Controle Social e Inclusão Étnico-Racial no Sistema Único de Saúde / SUS Relatório Final 2003 Introdução A I Conferência Municipal de Saúde da População Negra de São Paulo insta a Secretaria Municipal de Saúde – SMS - a implementar políticas públicas voltadas para a população negra capazes de viabilizar a equidade entre as diversas etnias/raça, promovendo ações afirmativas nos vários setores. Para tanto, deve realizar tais políticas em parceria com todas as Secretarias e Órgãos da Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP - e outros órgãos públicos, uma vez que a saúde se configura como um completo bem estar. Deverá também realizar parcerias com as Organizações não Governamentais idôneas e comprometidas com a questão racial, Sociedade Civil e Sindicatos, fortalecendo o processo de construção da consciência crítica e política, implementando uma política pública de Estado para a população negra que tenha continuidade, independente das mudanças de Governo. Resoluções Produção do Conhecimento Científico: trabalhando com a variável cor/raça no Sistema Único de Saúde – SUS. • Que a SMS colete, sistematize e disponibilize os dados relativos a variável cor/raça – Quesito Cor – em todos os Ciclos de Vida, no Sistema de Informação da rede municipal de saúde, observando que a coleta dessa variável esteja presente em todos os formulários utilizados nas Unidades de Saúde do Sistema Único de Saúde/SUS. • Que a SMS realize oficinas temáticas sobre a questão racial - incluindo profissionais de diversas formações acadêmicas - para os usuários dos serviços de saúde da rede municipal fornecendo materiais didáticos, informativos, cartazes, painéis etc. • Que a SMS sensibilize e exija que os profissionais da saúde realizem a coleta de dados relativos à variável cor/raça, por meio da autodeclaração como parte do processo inicial da atenção à saúde das pessoas de etnia negra, objetivando o entendimento da auto percepção como determinante do processo saúde-doença. • Que a SMS capacite as lideranças comunitárias visando sensibiliza-las para as questões ligadas à auto-estima, resgate da cidadania e identidade étnico-racial. • Que a SMS realize o Seminário – Melhorando a Implantação do Quesito Cor na Saúde do Município De São Paulo, visando a avaliação e controle da Portaria nº 696/90 da SMS, bem como crie um fato político que informe a população em geral, instaurando o Projeto do Quesito Cor – PL 035/2000 como uma política de Estado. • Que a SMS estruture o Sistema de Informação até 2004, a fim de criar indicadores para o monitoramento da prevenção e controle do quadro de morbi-mortalidade da população negra e divulgue o resultado dos dados para a população do município de São Paulo. • Que a SMS considere a variável cor/raça nos comitês de mortalidade materna, infantil, mortes violentas e outros. • Que a SMS realize estudos e pesquisas sobre os impactos do racismo na saúde e agravamento do sofrimento mental da população negra/afrodescendente. • Que os projetos de pesquisas voltados para população negra sejam analisados previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde. 2 Atenção a Saúde: o SUS e as diretrizes para a implantação da agenda da população negra. • Que a SMS enfatize e valorize a tradição do uso de práticas naturais de saúde onde se incluem as ervas medicinais, aproximando o saber popular e a ciência, para tratamento as doenças prevalentes na população negra, monitorando os resultados e divulgando-os. • Implantar serviços de acompanhamento a famílias de falcêmicos e aposentadoria aos portadores de seqüelas incapacitantes do exercício profissional, incluir na isenção tarifária os portadores e acompanhantes de pessoas com Anemia Falciforme. • Que a SMS implemente e crie instrumentos de avaliação do Programa de Anemia Falciforme (PAF) na rede de serviços de saúde da cidade de São Paulo. • Que a SMS realize um monitoramento da ocorrência de Anemia Falciforme, acompanhamento e orientação de portadores/as de traços falciformes pela Rede Pública do Município de São Paulo e garanta que o atendimento, acompanhamento e tratamento sejam realizados em serviços de Referências descentralizados e regionalizados. • Que a SMS, a curto prazo, possua pelo menos uma unidade por distrito de saúde em condições de fazer acompanhamento dos casos de Anemia Falciforme, devendo realizar ações de promoção, prevenção e reabilitação para seus pacientes e familiares. • Que a SMS, garanta medicamentos aos portadores de anemia falciforme. • Que SMS e os órgãos da PMSP implementem Campanhas sobre Anemia Falciforme. Bem como, outras campanhas como: Saúde Mental, Insuficiência Renal, Doença de Chagas e outros problemas de saúde relacionados à população negra/afrodescendente. • Que a SMS inclua na rede pública os exames para identificação do traço falciforme (eletroforese de hemoglobina) e que seja dado aos portadores de anemia falciforme e aos portadores do traço falciforme, o aconselhamento genético. • Que SMS introduza os casos de anemia falciforme na planilha de Epi-falciforme dos serviços da rede municipal de atendimento. • Que a SMS inclua nos programas e projetos prioritários (Nascer Bem e Resgate Cidadão) o recorte étnico/racial. • Que a SMS amplie e humanize o Programa de Saúde Mental, considerando as terapias complementares e de matriz africana, além da terapia farmacológica, e reconheça que o racismo é um fator de risco á saúde mental e um mediador negativo da relação profissional de saúde/instituição com a população negra/afrodescendente, devendo, portanto, estabelecer políticas institucionais de superação dessa realidade. • Que a SMS tenha um programa com recorte étnico-racial visando a indicação racional de medicamentos para este segmento da população. • Que a SMS se articule com os agentes tradicionais das Práticas Naturais de Saúde para definir a política na atenção integral à saúde da população negra/afrodescendente, monitorando e divulgando os resultados, aproximando saber popular e ciência. • Que a SMS implemente políticas públicas de saúde específicas para a mulher negra/afrodescendente, com dotação orçamentária específica, bem como o Programa de Atenção Integral á Saúde da Mulher PAISM (MS) seja entendido sob a perspectiva étnico-racial. 3 • Que a SMS realize uma avaliação em comemoração dos 20 (vinte) anos do Programa de Atenção Integral á Saúde da Mulher -PAISM (MS) sobre o recorte racial. • Que a SMS realize um Seminário sobre a Saúde da Mulher negra/afrodescendente. • Que a SMS implemente políticas públicas voltadas para o adolescente negro, a saber: - Realize em parceria com as Secretárias Municipal de Educação, Cultura e Esportes programas que fortaleçam sua auto-estima para que possam ter uma identificação corpórea positiva - Crie e intensifique os programas de saúde sexual e reprodutiva. - Estenda os serviços de pronto-atendimento aos usuários de drogas, associados a uma atenção de prevenção ao uso de drogas e acompanhamento terapêutico do usuário e sua família. • Que a SMS implemente programas de saúde para os idosos negros e negras prevendo uma dotação orçamentária. • Que a SMS implemente programas de saúde para os portadores de necessidades especiais negros e negras prevendo dotação orçamentária. • Que a SMS realize um levantamento e encaminhamento sobre o “vitiligo” garantindo o atendimento especializado e completo, e o fornecimento de medicamento gratuito e extensivo ao HSPM. • Que a SMS crie o fluxo para encaminhamentos de pessoas operadas para prevenção e correção dos quelóides. • Que a SMS implemente um programa de prevenção e combate ao câncer na população negra/afrodescendente. • Que a SMS utilize o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, a territorialização e índices de exclusão social como parâmetros para o monitoramento das doenças prevalentes da população negra/afrodescendente. • Que a SMS garanta o fornecimento de medicamentos e equipamentos para tratamento das doenças prevalentes na população negra. • Que a SMS crie um programa preventivo para as doenças prevalentes nas crianças negras/afrodescendentes nos CEI e EMEI e CEUS em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. • Que a SMS crie um sistema de auditoria da atenção a saúde para avaliação da qualidade do atendimento ao usuário da população negra/afrodescendente à luz dos protocolos científicos e da ética. • Que a SMS crie programa de saúde ocupacional com adequação do horário dos ambulatórios de saúde (terceiro turno e finais de semana). • Que a SMS promova o combate à obesidade implementando programas que estimulem atividades físicas e culturais focalizando às de matrizes africanas. • Que o Programa Fome Zero intensifique sua ação nas regiões da cidade de São Paulo com maior concentração de população negra/afrodescendente, aplicado este critério a todo o Brasil. • Que a SMS reconheça os saberes existentes nos cultos afros nas propostas de ações de saúde; entendendo os espaços culturais e religiosos de matrizes africana como espaço de promoção e prevenção da saúde da população negra/afrodescendente. 4 Informação da População: o SUS e o papel dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada na divulgação dos riscos de adoecer e morrer da população negra. • Que a SMS produza material educativo e informe a população acerca dos determinantes sócio econômico e culturais das doenças de maior prevalência na população negra, destacando a Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus. • Que a SMS divulgue através das mídias, jornais de bairro, os resultados obtidos sobre a variável cor/raça, ressaltando a importância da identidade étnico-racial. • Que a SMS colete, sistematize e disponibilize os dados relativos à variável cor/raça na página da Internet da SMS independente de programas e campanhas com essa temática. • Que a SMS democratize a informação sobre as doenças específicas da população negra, através de folhetos informativos, cartazes, out-doors, nas entidades de bairros, nos movimentos negros, nos transportes públicos e alternativos, e junto às lideranças comunitárias. • Que a SMS desenvolva trabalho de conscientização junto à população em geral sobre os riscos à saúde e de acidentes de trabalho da população negra. • Que a SMS através da Assessoria de Imprensa do Gabinete e Sub-prefeituras, divulgue as questões ligadas à saúde da população negra nos Jornais de Bairro, Rádios Comunitárias e outros. • Que SMS implante um Comitê Técnico-Científico e de notório saber para através de Decreto Lei tratar as questões referentes à saúde da população negra/afrodescendente. • Que o Comitê monitore nas coordenadorias de saúde: a) ações de educação para consciência de cidadania, tanto dos servidores, quanto dos usuários do SUS, através de seminários locais instrumentalizados por cartilhas populares sobre as leis e normas relacionadas com o combate ao racismo; b) notificação dos casos de violação das leis de inclusão étnico-racial; c) ações de denúncia ao Ministério Público nos casos em que as notificações não revertam a violação das leis; d) auditoria da atenção à saúde para avaliação da qualidade do atendimento ao usuário afrodescendente à luz dos protocolos científicos e de ética. • Democratização das informações e divulgação dos resultados obtidos pelo Comitê, garantindo o tratamento e acolhimento das denúncias de maus tratos no atendimento da população negra/afrodescendente na esfera municipal no SUS. • Que a SMS crie uma Comissão paritária no Conselho Municipal de Saúde de São Paulo para sugerir, acompanhar, monitorar e avaliar a implementação da política de saúde com recorte étnico-racial subsidiando as áreas temáticas da SMS garantindo a participação na organização da XII Conferência Municipal de Saúde de São Paulo. • Que a SMS crie um fórum a partir desta conferência para discutir e avaliar: a) O PSF e sua implantação em São Paulo; b) o financiamento do PSF; c) a prestação de contas das entidades parceiras; d) abordagem étnico-racial no PSF. O prazo estabelecido para a realização é antes da Conferência Municipal de Saúde. 5 Capacitação dos Profissionais de Saúde:o SUS e a peculiariedade do processo saúde/doença da população negra. • Que a SMS implemente uma política de desenvolvimento de pessoal. • Que a SMS promova treinamentos de profissionais, dentro de uma concepção holística que contemple as ciências humanas tais como: sociologia, antropologia, urbanismo, psicologia, direitos humanos, história, visando colher adequadamente os dados do quesito cor; • Que a SMS discuta os temas do quesito cor através de seminários e eventos em serviços de saúde, escolas, universidades, ONGs, e o Grupo Gestor do Quesito Cor citado no Projeto de Lei nº 035/2000. • Que a SMS elabore material sobre saúde da população negra/afrodescendente; • Que a SMS introduza nos treinamentos materiais sobre etiologia, diagnóstico e tratamento das doenças que prevalecem na população negra/afrodescendente; • Que a SMS introduza matérias sobre a saúde da população negra como tema estruturante e transversal nos currículos de formação da área da saúde; • Que a SMS incorpore ao estudo da História das Políticas de Saúde no Brasil os seguintes temas: a) O processo histórico da política de embranquecimento na sociedade brasileira, Política de Ação Afirmativa e a discussão sobre raça e trabalho; b) A discussão dos conceitos de raça, etnia e cor na construção do conceito de saúde durante o processo de aprendizagem. • Que a SMS implemente sob responsabilidade do CEFOR – Centro de Formação dos Trabalhadores da Saúde - cursos de capacitação sobre a temática étnico-racial e os problemas de saúde da população negra/afrodescendente, para os trabalhadores, inclusive o seu próprio corpo técnico, os gestores, os conselheiros gestores e as equipes do Programa Saúde da Família incluindo o recorte étnico-racial nos protocolos de atendimento; • Que a SMS através da Escola Técnica do SUS – ETSUS - realize oficinas de capacitação sobre o tema etnia e saúde da população negra/afrodescendente para os trabalhadores responsáveis pela elaboração dos currículos e dos materiais didáticos dos cursos de educação profissional do nível médio, mediante inclusive a contratação de assessoria técnica; • Que a SMS efetive a proposta de desconcentração do CEFOR recrutando, admitindo e selecionando trabalhadores Negros para a área de formação nos Distritos de Saúde mediante a implementação de Política de Cotas com base nos indicadores do IBGE; • Que a SMS defina cotas para admissão de negros no corpo técnico de docentes, coordenadores, assessores e supervisores no CEFOR e Distritos de Saúde, que estejam capacitados sobre a temática étnico-racial e os problemas de saúde da população negra/afrodescendente, assegurando a maior participação de negros nas instâncias de planejamento, decisão e avaliação de serviços; • Que a SMS inclua na composição das equipes, trabalhadores com formação em sociologia, antropologia e com conhecimento e/ou experiência no tema cor/raça; • Que a SMS inclua nos cursos de formação de gestores, trabalhadores, agentes comunitários de saúde e técnicos da área de saúde, a discussão, pesquisa de assédio moral e o impacto do racismo na saúde mental da população negra/afrodescendente municipal. É necessário capacitar a rede sobre o tema saúde mental, gênero e raça principalmente os profissionais das áreas de saúde mental e trabalho; 6 • Que a SMS ofereça cursos, treinamentos e oficinas em conjunto (convênio) com os Sacerdotes das Religiões de Matrizes Africanas e outros segmentos religiosos, principalmente na periferia da Cidade, visando a capacitação dos Recursos Humanos, considerando a diversidade étnicoreligiosa para o atendimento das necessidades de saúde da população negra/afrodescendente assim combatendo o preconceito religioso na área municipal; • Que a SMS crie uma comissão de trabalho sobre a saúde da população negra junto ao Conselho Municipal de Saúde com monitoramento técnico/científico; • Que a SMS realize cursos visando a capacitação dos profissionais e gestores dos serviços de saúde, integrando os/as Agentes Comunitários/as de Saúde/PSF sobre os problemas de saúde da população negra e o impacto do racismo na saúde mental; • Que a SMS realize as capacitações de seu quadro funcional buscando parcerias com as Entidades do movimento de saúde e do movimento negro; • Que SMS desenvolva um censo na área de saúde identificando o perfil dos trabalhadores segundo as variáveis gênero, raça/etnia, aspectos sócio-econômicos, assessorado pelo IBGE, entidades e ONGs, devendo estabelecer cotas para ocupação de cargos de chefia por trabalhadores negros/afrodescendentes; 7 Finaciamento no SUS • Que a SMS invista no financiamento através da definição de uma rubrica para a implementação de políticas públicas de saúde capaz de viabilizar a promoção da igualdade racial, considerando os indicadores sociais a partir do banco de dados desagregados por raça/cor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; • Que a SMS priorize uma rubrica específica a implementação de políticas públicas para população negra/afrodescendente destinada às ações de produção de conhecimento, informação à população, capacitação profissional e atenção à saúde, incluindo as autarquias nesse processo; Recursos Humanos no SUS • Que a SMS considere o grande número de funcionários negros/afrodescendentes na rede pública municipal de saúde, bem como a história de situações racistas – configuradas hoje como assédio moral – presentes no cotidiano profissional que limitam seu desempenho e acessos a cargos de direção, • Que a PMSP implemente programas de ações afirmativas em relação à ocupação dos diversos Cargos de Chefia na Secretaria Municipal de Saúde e nos Conselhos Distritais, tomando como base a distribuição espacial da população negra/afrodescendente divulgada pelo IBGE, propiciando dessa forma, a maior participação dos trabalhadores negros/afrodescendentes em instância de decisão; 8 Moções aprovadas na I Conferência Municipal de Saúde da População Negra Moção 01 – Criação de Casas e outras Propostas Proponente – Romilda Maxima Vilela de Lima Criação de casa de apoio e recuperação da mulher negra viciada em drogas, dependentes químicos e outros; Assistir as famílias da mulher adolescente apoio moral e saúde com apoio da SMS; Criação da Casa de Saúde da Mulher Adolescente Afrodescendentes vítimas da violência doméstica com apoio de missionários (a) que trabalham com o resgate de vidas, com questão de espiritualidade, com cursos profissionalizantes e proposta de emprego com parceria com as Subprefeituras; Que seja implantada Ponto de Referência na UBS – Jardim Campos, para tratamento das doenças que têm maior incidência sobre população negra/afrodescendente. Moção 02 – Quesito Cor Proponente – Rosa do Nascimento Que os parlamentares (Vereadores), viabilizem com urgência a aprovação do Projeto de Lei nº 035/2000, que se encontra na Câmara Municipal de São Paulo, na responsabilidade do Vereador Carlos Neder, que é essencial para as diretrizes de Saúde da população negra/afrodescendente. Moção 03 – Estimular a Industria (Farmacêutica e Têxtil) da Produção de Matérias Primas Proponente – Simair Estimular a industria farmacêutica e têxtil na pesquisa e produção de matérias primas, que atendam as necessidades da população étnica racial, tais como: a) Medicamentos específicos; b) Produtos bioquímicos e cosmetológicos; c) Produção de tecidos e lingeries que possam atender a população negra e sua auto-estima. Moção 04 – Moção de Apoio a Dra. Neiva Maria Rogieri Caffaro Referente ao Processo Disciplinar em Andamento no CRM-SP Proponente – Neiva Maria Rogieri Caffaro e Arnaldo Marcolino Nós, participantes da 1º Conferência Municipal de Saúde da População Negra, reunidos na cidade de São Paulo, no período de 14 a 16 de maio de 2003, para discutir e trocar experiências na construção de política de saúde antidiscriminatória para a população negra, no SUS, 9 aprovamos a presente moção de apoio a Dra. Neiva Maria Rogieri Caffaro referente ao processo disciplinar em andamento no Conselho Regional de Medicina de São Paulo, afirmando a nossa convicção pela necessidade de democratização na Saúde, no Brasil! Moção 05 - Homenagem Proponente – SINDSEP e Coletivo Em um país onde a relação mais forte é a do capital, surgem heróis que do alto de sua simplicidade, são capazes de atitudes grandiosas. Portanto pedimos que a 1º Conferência Municipal de Saúde da População Negra homenageie o operador de trator, negro, o Sr. Hamilton, que ao se negar a cumprir a decisão judicial, para derrubar a casa de uma família, também negra, valorizou a nossa causa e nos encheu de orgulho. Moção 06 – Reforma da Previdência Proponente – José Henrique Viegas Lemos e Claudetinha Nós trabalhadores(as) negros(as) reunidos nesta I Conferência entendemos que a proposta da reforma da previdência apresentada pelo Governo Federal é prejudicial ao conjunto de trabalhadores, particularmente à população pobre em sua grande maioria negros(as). Um dos elementos de perversidade é o que propõe o aumento da idade mínima, mulher para 55 anos e homem para 60 anos, é sabido por todos que está entre os(as) negros(as) os maiores índices de mortalidade em idades abaixo dos 50 anos, daí conclui-se que esta parcela da população morrerá antes de chegar à idade de aposentar-se, outros elementos igualmente ruins que pressupõe da previdência privada e perdas de direitos atacam diferentes setores da população negra. Por isto nos posicionamos contrário a esta proposta de reforma da previdência. Moção 07 – Afecção Cutânea “Vitiligo” E Providências Proponente – SINDSEP Que SMS crie na rede municipal de saúde mecanismos para promover a detecção e prevenção da afecção cutânea “Vitiligo” promovendo capacitação e sensibilização dos profissionais, favorecendo a busca ativa e órgãos e equipamentos com concentração de afrodescendentes, sendo o grupo onde a afecção se manifesta com maior preponderância, como CEIS, EMEIS, EMEFS e no conjunto da população através do PSF. Sendo que após a detecção seja garantida a realização de exames específicos, fornecimento de medicação gratuita, acompanhamento psicológico ao paciente e, familiares em busca da cura e se necessário criando projeto de lei com programa específico para rede municipal para esse tipo de atendimento. Moção 08 – Moção de Apoio ao DS Cidade Lider Proponente – Gilson Vitório Solicitamos apoio para manutenção do DS Cidade Líder como apoio à população local, visando inclusive seguir os princípios do SUS relacionados à descentralização do serviço de saúde. 10