ÍNDICES DE RENTABILIDADE: UM ESTUDO SOBRE OS INDICADORES ROA,
ROI E ROE DE EMPRESAS DO SUBSETOR DE TECIDOS, CALÇADOS E
VESTUÁRIOS LISTADAS NA BOVESPA
Camille Barroso Holanda Asp Vieira1
Ilzair de Oliveira Lima Verde1
Rafaela Leão Bezerra1
Patrícia Nascimento Rodrigues1
Vilma Souza Ismael2
RESUMO
O mercado financeiro é um ambiente de incertezas e, na maioria das vezes de grande
volatilidade, o que acaba dificultando o processo de tomada de decisão dos administradores
financeiros. Na conjuntura atual é preciso que os profissionais responsáveis pela área
financeira estejam atualizados com os fluxos financeiros das organizações em que trabalham,
para não se depararem com fatos inesperados que podem afetar de forma direta o desempenho
da empresa, pois um dos maiores objetivos da administração financeira é maximizar riquezas,
buscando minimizar os custos. O presente artigo buscou abordar as demonstrações
financeiras, tendo como especificidade o estudo dos índices de rentabilidade: ROA, ROI e
ROE, demonstrando, através desses indicadores o retorno proporcionado pelos investimentos
feitos por empresas listadas na Bolsa Valores de São Paulo do subsetor de tecidos, vestuários
e calçados no segmento de vestuário, calçados e acessórios.
Palavras- chaves: Índices de rentabilidade, segmento, ROA, ROI, ROE
ABSTRACT
The financial market is an environment of uncertainty and, in most cases of high volatility,
which makes it difficult the process of decision made by financial managers. At the present
juncture it is necessary that the professionals responsible for the financial area are attuned to
market fluctuations and the organizations they work for, not faced with unexpected events
that may affect directly the performance of the company as a major goal of the administration
is to maximize financial riches, trying to eliminate what can the losses. This article aims to
address the financial statements and specificity as the study of profitability ratios: ROA, ROI
and ROE, demonstrating, through such indicators as payback for the investments made by
companies listed on BOVESPA (Sao Paulo’s stock exchange) of the subsector of tissues,
clothing and shoes in the clothing industry, footwear and accessories.
Key-words: Profitability indices, segment, ROA, ROI, ROE
1 Graduandas do Curso de Bacharelado em Administração do IFPB
2 Professora, especialista e orientadora da disciplina de Práticas de Administração Financeira do IFPB
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br
1 INTRODUÇÃO
As demonstrações contábeis são publicações de companhias de capital aberto referentes
aos dois últimos exercícios (ASSAF, 2008, p. 243). Mediante as mesmas, é possível
desenvolver ações que permitem analisar a situação econômico-financeira da organização,
como a estrutura e evolução do patrimônio, os resultados, a liquidez, o endividamento e o
retorno do investimento e lucratividade (Idem, 2008).
Para Pimentel (2007), as demonstrações contábeis têm como objetivo final analisar a
situação financeira e econômica de uma empresa e prever futuras situações, contribuindo para
tomada de decisão.
Com a variedade de proposições que podem ser estudadas, o tema geral a ser abordado
serão os índices de rentabilidade, ROA (Retorno sobre o Ativo), ROI (Retorno sobre o
Investimento) e ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), que buscam medir a atuação da
organização no mercado e reaver a capacidade do valor investido.
Diante deste exposto, o presente artigo apresenta a seguinte problemática: como as
empresas do segmento de vestuário, calçados e acessórios, que estão listadas na BOVESPA
podem melhor avaliar o retorno dos seus investimentos através do ROA (Retorno Sobre o
Ativo), ROI (Retorno Sobre o Investimento) e o ROE (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido)?
Por conseguinte, como objetivo geral, buscou analisar a rentabilidade de empresas do
subsetor de tecidos, vestuário e calçados, que tem como segmentos couro, vestuário, calçados
e acessórios, que estão listadas na Bolsa de Valores nos períodos de 2008, 2009 e 2010,
mediante aos seguintes objetivos específicos:
 Calcular os índices de rentabilidade ROA, ROI e ROE das empresa do subsetor
de tecidos vestuário e calçados que estão listadas na BOVESPA;
 Calcular as médias de cada segmento, comparando-as aos índices encontrados;
 Demonstrar, através desses indicadores o retorno proporcionado pelos
investimentos;
 Analisar os resultados obtidos por tais indicadores.
Como aporte teórico o artigo abordará questões referentes às análises de demonstrações
financeiras, o que são índices de rentabilidade, os indicadores de rentabilidade e como se
calcula tais índices.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA FINS GERENCIAIS
Os dados básicos para a análise do desempenho econômico-financeiro são as
demonstrações financeiras elaboradas pelas empresas. Com base nesse conjunto de
informações, complementadas com índices agregados de mercado, são aplicados os vários
critérios de análise, visando-se obter conclusões sobre o desempenho retrospectivo, presente e
futuro da empresa (ASSAF, 2008, p.216).
Para ASSAF (2008): “O enfoque segundo o qual a análise das demonstrações
financeiras é desenvolvida pode variar conforme o interesse do analista. Por exemplo, o
administrador da empresa, ao medir periodicamente seus resultados, procura avaliar, na
realidade, o impacto determinado pelas decisões financeiras sobre o desempenho global da
empresa”.
Ainda que existam alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se na técnica
mais comumente empregada. Inicialmente, aponta-se que um simples índice, isolado de
outros complementares ou que ilustram a causa de seu comportamento, não fornecem
elementos suficientes para uma conclusão mais definitiva (Idem, 2008).
Podemos assim, acentuar a importância da utilização dos índices ROA, ROI E ROE
nesse estudo.
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2.2 ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
A análise de demonstrações financeiras é útil tanto para analistas internos como para
analistas externas à organização. Para os analistas internos, essa apreciação permite visualizar
a condição geral da organização, antevendo condições futuras bem como ponto de partida
para o planejamento de ações. Por outro lado, para os analistas externos, a referida análise tem
como objetivo a previsão de futuro, avaliando possíveis pontos de investimentos (BRIGHAM;
HOUSTON, 1999 apud CAMILLO FILHO, 2007).
Seguindo esse posicionamento, expõe Assaf Neto (2006, p.103-104):
A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo
do desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado
período do passado, para diagnosticar, em conseqüência, sua posição atual e
produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras.
Desta forma, a contribuição da análise de demonstrações financeiras para a tomada de
decisão é notória, uma vez que esta expõe aspectos relevantes a respeito da organização, tais
como: situação financeira e econômica, desempenho, pontos fortes e fracos, adequação das
fontes às aplicações de recursos, evidências de erros na administração, avaliação de
alternativas econômico-financeiras futuras e outras (MATARAZZO, 2003 apud CAMILLO
FILHO, 2007).
A análise deve ocorrer na seguinte ordem lógica: inicialmente, extraem-se índices das
demonstrações financeiras. Posteriormente, comparam-se os índices com os padrões, levandose em conta outras informações relevantes, para chegar a conclusões. Por fim, tomam-se
decisões (MATARAZZO, 2003 apud CAMILLO FILHO, 2007).
No contexto abordado, o meio mais utilizado de análise de demonstrações financeiras é
através da obtenção de índices econômico-financeiros a partir das peças contábeis.
2.3 O QUE SÃO ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Os índices de Rentabilidade medem o quanto uma empresa está sendo lucrativa ou não,
através dos capitais investidos, o quanto renderam os investimentos e, qual o resultado
econômico da empresa. O seu conceito analítico é o quanto maior melhor.
Segundo Borinelli (1998), ao se comparar o Balanço Patrimonial de duas diferentes
empresas e dizer que "A" gerou lucros de $ 100.000,00 em um período X e "B" de $
300.000,00, no mesmo período, e por isso "B" foi melhor que "A", nem sempre é real,
podendo ser um tanto arriscado. Os índices de rentabilidade procuram evidenciar qual foi a
rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, o resultado das operações realizadas por uma
organização, por isso, preocupa-se com a situação econômica da organização.
Hoji apud Camelo et al. (2007), afirma que os índices de rentabilidade
São muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou insucesso)
empresarial. Os índices de rentabilidade são calculados, geralmente, sobre as
receitas líquidas (alguns índices podem já ter sido calculados em análise
vertical), mas, em alguns casos, pode ser interessante calcular sobre as
Receitas Brutas deduzidas somente das vendas canceladas e abatimentos.
Ao se trabalhar com análise de rentabilidade, é importante verificar se os lucros estão
relacionados com valores que possam expressar a "dimensão" dos mesmos dentro das
atividades da empresa.
IUDÍCIBUS (1995) apud BORINELLI (1998) observa: "O melhor conceito de
"dimensão" poderá ser ora volume de vendas, ora valor do ativo total, ora valor do ativo
operacional, ora valor do patrimônio líquido, ora valor do capital social etc. Todos têm suas
vantagens e desvantagens".
Para se calcular a análise de rentabilidade, é necessária a verificação dos lucros que
estejam relacionados com valores que possam dar a entender o tamanho destes lucros dentro
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das atividades da empresa. Para isso adotaremos os métodos de cálculo dos índices ROA, ROI
e ROE.
2.4 INDICADORES DE RENTABILIDADE E COMO SE CALCULA
Os indicadores de rentabilidade ou índices de rentabilidade servem para medir a
capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo
capital investido da empresa. Segundo Assaf Neto (2009, p. 228), “esses indicadores têm por
objetivo avaliar os resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados
parâmetros que melhor revelam suas dimensões.”
O embasamento adotado para comparar o estudo dos resultados empresariais são o
ativo total, o patrimônio líquido e as receitas de vendas (ASSAF NETO, 2009).
Seguindo a mesma idéia, Wernke (2008), afirma:
Os quocientes da “rentabilidade” objetivam demonstrar o retorno
proporcionado pelos investimentos realizados na empresa. Destarte, ao
avaliar a rentabilidade os investidores terão condições de decidir se vale a
pena manter o empreendimento, se é interessante economicamente aplicar
mais capital no negócio ou se a companhia está proporcionando retorno
inferior a outras oportunidades de investimento disponíveis.
Retorno Sobre o Ativo (ROA)
O ROA significa a “taxa de retorno gerado pelas aplicações realizadas por uma empresa
em seus ativos. Indica o retorno gerado por cada $ 1,00 investido pela empresa” (ASSAF
NETO, 2008, p. 229). Logo, é calculado da seguinte forma:
ROA = Lucro Operacional
Ativo Total Médio
O autor (2009) afirma que o lucro operacional trata-se do resultado da empresa antes
das despesas financeiras, ou seja, “é o resultado gerado exclusivamente pelas decisões de
ativos” (ASSAF NETO, 2009). E, continua atestiguando que por critério de decisão, o retorno
sobre o ativo (ROA), pode ser “interpretado como custo financeiro máximo que uma empresa
poderia incorrer em suas captações de fundos” (p. 229).
Wernke (2008, p.281), define ROA como “o indicador que evidencia o retorno
conseguido com o dinheiro aplicado pela empresa em ativos num determinado período.”
O uso do ROA pode proporcionar alguns benefícios segundo Wernke (2008, p. 284285), os quais são: a identificação de como a margem do lucro aumenta ou se deteriora; a
possibilidade de medir a eficiência dos ativos permanentes em produzir vendas; possibilidade
de avaliar a gestão do capital de giro por intermédio de indicadores mensurados em dias;
faculta o estabelecimento de medidas que aferem a habilidade do gestor para controlar custos
e despesas em função do volume de vendas; propicia a comparação das medidas de eficiência
citadas anteriormente e estabelece o patamar máximo de custo de captação de recursos que a
empresa pode suportar.
Retorno Sobre o Investimento (ROI)
Para Assaf Neto (2009), o ROI “é uma alternativa ao uso do ROA para avaliar o retorno
produzido pelo total dos recursos aplicados por acionistas e credores nos negócios.”
De acordo com Wernke (2008), “o interesse por este indicador deve-se ao fato de que
este combina fatores de lucratividade (como receitas, custos e investimentos) e os transforma
em taxa percentual.” Por isso, é possível o comprá-lo com a taxa de retorno de outros
investimentos, internos ou externos à companhia.
O capital investido é composto pelos recursos (passivos) onerosos (dívidas da empresa
que produzem juros) captados pela mesma junto a credores, e os recursos próprios aplicados
por seus proprietários (acionistas), cujos valores são registrados em contas do Patrimônio
Líquido (ASSAF NETO, 2009).
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No que concerne ao cálculo do ROI, não há um consenso a respeito dos fatores que
devem ser considerados para a determinação do ROI (WERNKE, 2008). Logo, o ROI pode
ser apurado através da seguinte equação:
ROI =Lucro operacional (antes do Imposto de Renda)
Investimento Médio (Passivos Onerosos + PL)
Onde, para encontrar o investimento médio calcula-se:
Investimento = Ativo Total – Passivo de Funcionamento
ou
Passivo Oneroso + Patrimônio Líquido
O Passivo de Funcionamento são aqueles recursos que não são efetivamente investidos
na empresa como salários, encargos sociais, fornecedores, impostos, etc.
Retorno Sobre o Patrimôno Líquido (ROE)
Segundo Wernke (2008, p.267), “o ROE evidencia o retorno do capital próprio (PL)
aplicado na empresa.” Ou seja, os acionistas são os que mais se interessam em acompanhar o
desempenho desse indicador, uma vez que este se trata do retorno do investimento que foi
feito, analisando se foi superior às outras alternativas ou se ultrapassou as taxas de rendimento
do mercado financeiro (WERNKE,2008).
Já para Assaf Neto (2009), o ROE trata-se da mensuração do retorno que a empresa tem
dos recursos aplicados por seus proprietários (acionistas), ou seja, para cada $ 1,00 de
recursos próprios (patrimônio líquido) investido na empresa, quanto os acionistas embolsam
de retorno.
Para calculá-lo usa-se a seguinte expressão:
ROE = Lucro Líquido
Patrimônio
Líquido Médio
O ROE, segundo Assaf Neto (2009), “deve ser comparado sempre com a taxa de retorno
mínima exigida pelo acionista”. Por isso, para tornar-se atraente, “todo o investimento deve
oferecer uma rentabilidade pelo menos igual à taxa de oportunidade” (p. 231).
3 METODOLOGIA
Abordaram-se no aporte teórico conceitos sobre finanças, demonstrações financeiras,
aprofundando-se especificamente no índice de rentabilidade. Logo, a pesquisa foi teórica por
ter havido um estudo das teorias e empírica, por ter codificado o lado mensurável da
realidade. (PRESTES, 2008, p. 25). Quanto aos objetivos, foi do tipo exploratória, devido a
obtenção de mais informações sobre o assunto investigado, e descritiva, por ter feito uso da
observação, registro, análise, classificação e interpretação dos fatos (PRESTES, 2008). E,
quanto aos procedimentos, foi uma pesquisa do tipo bibliográfica, pois, como afirma o autor
(2008, p. 26), “a pesquisa bibliográfica é aquela que se efetiva tentando-se resolver um
problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações
provenientes de material gráfico, sonoro ou informatizado”.
O objeto de estudo da pesquisa, foram empresas listadas na BOVESPA que compõem o
setor de consumo cíclico, mais precisamente do subsetor de tecidos, vestuários e calçados,
que pertencem ao segmento de vestuários, calçados e acessórios. Como instrumento de
pesquisa, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo do tipo fonte primária, “uma vez que
os documentos geraram análises para posterior criação de informações”1, e a técnica pela
internet, que é uma novidade nos meios de pesquisa. A amostra foi de oito empresas, ou seja,
foi trabalhada uma amostragem parcial, pois uma das demonstrações financeiras de uma das
empresas selecionadas não teve seus valores disponibilizados. A coleta de dados baseou-se
nas demonstrações contábeis das determinadas empresas que negociam ações na Bolsa de
Valores, que posteriormente, foram processadas fazendo o uso de fórmulas para se calcular os
1
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met06.htm
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seus índices de rentabilidade e analisá-los. Os resultados foram trabalhados com base em
medidas estatísticas descritivas.
4 ANÁLISES DE RESULTADOS
No que concerne à obtenção dos dados para o cálculo dos índices de rentabilidade das
organizações, o presente artigo recorreu às demonstrações financeiras consolidadas de
empresas que negociam suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA, associado
a um software chamado de Empresasnet o qual oferece os valores utilizados na análise dos
dados. Os índices de rentabilidade, estudados, ROA (Retorno Sobre o Ativo), ROI (Retorno
sobre Investimentos) e o ROE (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido) estão relacionados às
empresas do subsetor de tecidos, vestuário e calçados, cujos segmentos são de vestuário,
calçados e acessórios.
4.1 CÁLCULOS RELACIONADOS AO ROA (RETORNO SOBRE O ATIVO)
Para calcular o ROA de cada empresa, precisou-se encontrar o Lucro Operacional e
logo em seguida dividi-lo pelo Ativo Total Médio. O valor do Lucro Operacional de cada
organização foi encontrado na DRE (Demonstração do Resultado de Exercício).
Primeiramente encontrou-se o Resultado Antes dos Resultados Financeiros e dos Tributos e,
logo em seguida subtraiu este valor do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o
Lucro. Já o valor do Ativo Total Médio de cada organização foi encontrado no Balanço
Patrimonial, sendo mais específico, no item do Ativo Total.
A tabela 1 apresenta o cálculo do ROA das empresas do subsetor de tecidos, vestuário e
calçados, cujos segmentos são de vestuário, calçados e acessórios, demonstrando também
suas respectivas médias.
Tabela 1 Cálculo do ROA dos segmentos vestuário, calçados e acessórios e suas respectivas médias
EMPRESA
Segmento
Vestuário
ANO
#
Nome
1
2
Botucatu Têxtil
S/A
Cia Hering
3
Marisol S/A
Média do Segmento
Calçados
ROA
2009
3,80%
ROA
2010
-
21,99%
20,60%
33,39%
0,00%
6,54%
4,44%
28,22%
10,31%
18,91%
4
Alpargatas
0,00%
8,25%
13,27%
5
Cambuci S/A
-2,00%
42,50%
5,20%
6
Grendene
9,40%
7,73%
9,50%
7
Vulcabras S/A
14,08%
14,33%
11,26%
7,16%
18,20%
9,81%
3,29%
- 0,55%
-0,60%
Média do Segmento
Acessórios
ROA
2008
34,44%
8
Mundial S/A
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4.1.1 Análise do ROA no período de 2008
Ao analisar os resultados separadamente, observando cada subsetor, constatou-se que no
primeiro segmento, o de vestuário, a empresa que mais se destacou em seu Retorno sobre o
Ativo foi a Botucatu S/A, cujo índice foi de 34,44%. Já a empresa Marisol S/A não
apresentou nenhum resultado, pois a mesma não apresentou dados em sua DRE.
O segundo segmento, o de calçados, constatou-se que a Vulcabras S/A apresentou o
maior ROA, com o valor de 14,08% e a empresa Cambuci S/A neste mesmo período
demonstrou o menor índice de -2,00%, acarretando prejuízo para a mesma.
Analisado o segmento de acessórios composta pela empresa Mundial S/A, o seu índice
ROA foi de 3,29%.
4.1.2 Análise do ROA no período de 2009
Ao partir para a análise do Retorno sobre o Ativo do período de 2009, seguiu-se a
mesma linha de raciocínio do período anterior, apontando a empresa de maior e menor índice
e o comparativo entre as médias de cada segmento.
No segmento de vestuário a empresa que indicou o maior índice foi a Cia Hering, no
valor de 20,60%. E a de menor índice foi a Botucatu S/A apresentando o valor de 3,80%.
Por conseguinte, no segmento de calçados, a Cambuci S/A que, no ano de 2008
apresentou prejuízo, no ano seguinte apareceu como a empresa de maior índice, com o valor
de 42,50% e a Grendene com o menor índice indicando o valor de 7,73%. Vale ressaltar que
mesmo com o menor índice do período, a mesma não teve prejuízo.
Já o ROA, do segmento de acessórios, mesmo não conseguindo fazer um comparativo
com outras empresas que investem na Bolsa de Valores de São Paulo pela ausência de
empresas deste segmento, é importante destacar que enquanto no período de 2008 o ROA era
positivo, no período de 2009 ele passou a ser negativo, demonstrando que nesse período a
empresa teve prejuízo.
4.1.3 Análise do ROA no período de 2010
No período de 2010, no ROA do segmento de vestuário, a Cia Hering permanece com o
maior índice em seu segmento, além de ser a única que apresentou o índice acima da média
do subsetor.
Em relação às empresas do segmento de calçados, a Cambuci S/A perde a primeira
colocação de empresa com maior ROA para assumir a última colocação que é a de empresa
com o menor Índice de Rentabilidade sobre o Ativo. Assumindo assim, a primeira colocação
de empresa com o maior índice a Alpargatas, com o ROA de 13,27%.
E no que concerne ao segmento de acessórios a empresa Mundial S/A,continua
apresentando prejuízo.
4.2 CÁLCULOS RELACIONADOS AO ROI (RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS)
O cálculo do ROI foi resultado do quociente entre o Lucro Operacional e o Investimento
Médio. Já para calcular o Investimento Médio, somamos os itens Empréstimos e
Financiamentos do Passivo Circulante e Não Circulante (considerados o passivo oneroso),
encontrados no Balanço Patrimonial mais o Patrimônio Líquido (o Patrimônio Líquido foi
encontrado no Balanço Patrimonial, especificamente no item do Patrimônio Líquido
Consolidado), resultando assim o denominador do Investimento Médio.
A tabela 2 demonstra os resultados do ROI e suas respectivas médias.
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Tabela 2 Cálculo do ROI dos segmentos vestuário, calçados e acessórios e suas respectivas médias
EMPRESA
Segmento
Vestuário
#
Nome
1
Botucatu Têxtil S/A
ROI
2008
68,24%
ROI
2009
9,01%
ROI
2010
-
2
Cia Hering
21,46%
28,61%
72,06%
3
Marisol S/A
0,00%
8,19%
5,69%
44,85
15,27%
38,88%
Média do Segmento
Calçados
4
Alpargatas
0,00%
11,21%
18,14%
5
Cambuci S/A
-6,74%
83,30%
8,80%
6
Grendene
10,06%
8,55%
10,24%
7
Vulcabras S/A
18,66%
19,66%
14,20%
7,33%
30,68%
12,85%
15,27%
-2,28%
-2,31%
Média do Segmento
Acessórios
ANO
8
Mundial S/A
4.2.1 Análise do ROI no período de 2008
Analisando o primeiro segmento, o de vestuário, no período de 2008, constatou-se que a
Botucatu Têxtil S/A apresentou o maior resultado no valor de 68,24%, já a Marisol S/A não
apresentou resultado, pois neste período a empresa não estava em atividade.
No segmento de calçados, a empresa que obteve maior resultado foi a Vulcabras S/A, e
a Cambuci obteve o índice de -6,74% constatando neste período prejuízo.
No terceiro segmento a Mundial S/A obteve um índice de 15,27%, neste momento da
análise, não há outros parâmetros para que se faça o comparativo do maior ou menor valor.
4.2.2 Análise do ROI no período de 2009
Avaliando o primeiro segmento, o de vestuário, no período de 2009 observa-se uma
considerável mudança no ROI, pois a Botucatu Têxtil S/A que no período de 2008 obteve o
maior resultado, teve o seu lugar ocupado pela Cia Hering e, a empresa Marisol S/A teve o
menor índice do período com 8,19%.
No segmento de calçados, também podemos constatar uma considerável mudança. A
Cambuci S/A que antes ocupava o último lugar, neste período foi a empresa que apresentou o
melhor resultado, apresentando o valor de 83,30%. Já a Grendene apresentou o pior resultado
do período no valor de 8,55%.
O terceiro segmento ainda continua sem empresas para fazer um comparativo, porém há
uma considerável mudança a ser observada. O índice que no período de 2008 era positivo em
2009 passou a ser negativo, demonstrando que nesse período a Mundial S/A teve prejuízo.
4.2.3 Análise do ROI no período de 2010
No segmento de vestuários a Botucatu Têxtil S/A não disponibilizou no site as suas
demonstrações financeiras, mesmo assim, pode-se observar que a Cia Hering continuou
apresentando o maior índice comparado a Marisol S/A, como também foi a única que obteve
o resultado acima da média do segmento.
No segmento de calçados, constatou-se que a Alpargatas chegou à primeira colocação
nos índices, no valor de 18,14%. E a Cambuci S/A que anteriormente era a primeira colocada,
cai para a última colocação do segmento, com o índice de 8,80%.
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E o segmento de acessório, apresentou resultado de -2,31%. É preciso levar em
consideração que a empresa continua apresentando prejuízo.
4.3 CÁLCULOS RELACIONADOS AO ROE (RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO
LÍQUIDO)
O ROE é o quociente do Lucro Líquido sobre o Patrimônio Líquido.
Na tabela 3, apresentar os resultados relacionados ao ROE das empresas estudadas.
Tabela 3 Cálculo do ROE dos segmentos vestuário, calçados e acessórios e suas respectivas médias
EMPRESA
Segmento
Vestuário
ANO
#
Nome
ROE 2008
1
Botucatu Têxtil S/A
2
3
78,70%
ROE
2009
14,95%
ROE
2010
-
Cia Hering
13,18%
61,75%
61,00%
Marisol S/A
0,00%
10,10%
6,50%
45,94%
28,93%
33,75%
Média do Segmento
Calçados
4
Alpargatas
0,00%
10,96%
23,02%
5
Cambuci S/A
10,00%
312,00%
27,00%
6
Grendene
18,16%
18,57%
18,64%
7
Vulcabras S/A
45,08%
30,68%
22,85%
24,41%
93,05%
22,88%
25,00%
-56,15%
36,81%
Média do Segmento
Acessórios
8
Mundial S/A
4.3.1 Análise do ROE no período de 2008
Examinando os dados obtidos do ROE, verificou-se que no período de 2008, dentre as
empresas do segmento de vestuário, a que se destacou foi a Botucatu Têxtil S/A.
No segmento de calçados a empresa que obteve o maior índice foi a Vulcabras.
No segmento de acessórios, a Mundial S/A, no período de 2008, apresentou índice
positivo, no valor de 25,00% relacionado ao seu ROE no valor de 36,81%.
4.3.2 Análise do ROE no período de 2009
Em 2009, o segmento de vestuário, a Botucatu Têxtil S/A perde a primeira colocação
para a Cia Hering em se tratando de maior Retorno Sobre o Patrimônio Líquido.
No que se refere ao segmento de calçados a empresa Cambuci S/A surpreende com o
índice de 312,00%, vale salientar que no ano anterior a mesma apresentou o menor resultado.
A Alpargatas nesse período demonstra o menor índice.
É importante notar uma variação considerável relacionada ao ROE da empresa Mundial
S/A do segmento de acessórios. No ano de 2008, o seu índice era positivo, já no período
seguinte o mesmo apresentou-se negativo, apontando que teve prejuízo.
4.3.3 Análise do ROE no período de 2010
A Cia Hering do segmento de vestuário permaneceu com maior índice nesse período,
como também a Marisol S/A continuou com o menor índice no que se refere ao ROE.
A Cambuci S/A, do segmento de calçados, permaneceu com o maior índice do período
e a Grendene apresentou o menor.
No segmento de acessórios, a Mundial S/A, volta a surpreender. A empresa que no
período de 2009 demonstrou prejuízo, em 2010 apresentou o ROE positivo.
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4.4 ANÁLISE DAS MÉDIAS DOS ÍNDICES DE RENTABLIDADE POR SEGMENTO
4.4.1 Médias do ROA
O gráfico 1, apresenta as médias do Retorno Sobre o Ativo de cada segmento.
Gráfico 1 Média do ROA
No período de 2008, o segmento de vestuário apresentou média de 28,22%, pois a
empresa Alpargatas neste período disponibilizou suas demonstrações financeiras. Das três
empresas do segmento, a única que ficou acima da média foi a Botucatu Têxtil S/A.
Em relação ao segmento de calçado, constatou-se que a média das empresas no período
de 2008 foi de 7,16%. A Alpargatas não disponibilizou suas demonstrações financeiras. E a
única empresa que teve seu índice acima da média foi a Vulcabrás S/A. Em 2009 a média foi
de 18,20% e a única empresa que obteve seu índoce acima da média foi a Cambuco S/A. No
período de 2010 a média foi de 9,81% e contatou-se que duas empresas apresentaram índices
acima da média, foram as empresas: Vulcabrás e a Alpargatas.
O segemento de acessórios no período de 2008, apresentou índice de 3,29%. Já no
período de 2009 e 2010 apresentaram índices de -0,55% e -0,60% respectivamente, o que
pode-se constatar que nesses dois anos a empresa começa a apresentar prejuízo.
4.4.2 Médias do ROI
O gráfico a seguir representa a análise das média de acordo com os segmentos e os
períodos do ano:
Gráfico 2 Média do ROI
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Com relação ao segmento de vestuário, no período de 2008, constatou-se que a média
apresentada foi de 44,85%. A empresa Marisol S/A, não disponibilizou suas demonstrações
financeiras. E neste segmento a Botucatu Têxtil S/A foi a única que apresentou índice acima
da média. No período de 2009 a média foi de 15,27% e a Cia Hering, foi a única empresa que
obteve índice acima da média neste segmento. Já no ano de 2010 a Botucatu Têxtil S/A não
disponibilizou suas demonstrações financeiras, a média nesse período foi de 35,88% e a Cia
Hering foi a única empresa que apresentou índice acima da média
No segmento de calçados em relação ao período de 2008, constatou-se que a média
deste período foi de 7,33% e que a Grendene e a Vulcabrás S/A foram às empresas que
apresentaram índices acima da média do segmento. A alpargatas neste período não
disponibilizou suas demonstrações financeiras.Em 2009 a média foi de 30,68% e a empresa
Cambuci S/A foi a única empresa que teve índice acima da média. No período de 2010 a
média foi de 12,85%, as empresas que apresentaram seus índices acima da média foram:
Alpargatas e a Vulcabrás S/A.
E por fim o segmento de acessórios apresentou em 2008 o valor de 15,27%, em 2009 o
valor de -2,28% e em 2010 o valor de -2,31%, podendo-se constatar que nos dois últimos
anos ela apresenta prejuízo.
4.2.3 Médias do ROE
O gráfico 3, demonstra as médias no período de 2008,2009 e 2010 e seus segmentos:
Gráfico 3 Média ROE
No período de 2008, o segmento de vestuário apresentou com média o valor de 45,94%.
A única empresa que obteve índice acima da média foi a Botucatu Têxtil S/A. A Marisol S/A
nesse período não disponibilizou as suas demonstrações financeiras. Em 2009 a média foi de
24,41% e neste período, a Vulcabrás S/A foi a única empresa que obteve índice acima da
média.A Alpargatas neste período não disponibilizou suas demonstrações financeiras. Por
conseguinte o ano de 2010 apresenta como média o valor de 33,75% e a Cia Hering neste
período foi a única empresa que apresentou índice acima da média.
Descrevendo o segmento de calçados, pode-se constatar que em 2008 a média foi de
24,41% e a empresa Vulcabrás S/A foi a única empresa que teve índice acima da média.Neste
período a Alpargatas não disponibilizou suas demonstrações financeiras. Já em 2009 a média
deste segmento foi de 93,05% e a empresa Cambuci S/A foi a única empresa que obteve
índice acima da média. No período de 2010, a média foi de 22,88% e a Alpargatas e a
Cambuci S/A apresentaram seus índices acima da média.
No que se refere ao segmento de acessórios, observa-se que no período de 2008 o índice
foi de 25,00%, em 2009 foi de -56,15% e em 2010 foi de 36,81%, através destes valores,
pode-se constatar que no ano de 2009 este segmento demonstrou um considerável prejuízo.
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5 CONCLUSÃO
Constatou-se que, ao analisar os índices de rentabilidade das empresas listadas na
BOVESPA, as quais foram objeto de estudo, delineou-se melhor os retornos dos seus
investimentos.
É preciso levar em consideração neste estudo que quando Assaf Neto (2008), fala sobre
o Retorno sobre o Ativo, ele leva em consideração as taxas de retorno geradas pelas
aplicações realizadas por uma empresa em relação aos seus ativos. No segmento de vestuário
foi observado que num certo período uma empresa apresenta o maior índice daquele segmento
e logo em seguida outras empresas superam estes valores. No segmento de calçados as
empresas demonstravam-se sempre oscilantes, ora apresentavam o maior resultado, ora
apresentavam o menor. E o segmento de acessórios no tocante ao ROA, observou-se que só
no primeiro período o seu retorno foi positivo.
No Retorno Sobre o Investimento, segundo Assaf Neto (2009) avalia o retorno
produzido pelo total de recursos aplicados por acionistas ou credores. Das empresas listadas,
também se constatou diversas oscilações no segmento de vestuário, ou seja, algumas
apresentam o maior valor no primeiro período e logo em seguida entram em declínio. Já
outras empresas conseguem apresentar certa evolução a cada período. O segmento de
calçados não há uma evolução gradativa. Ora uma empresa apresenta o maior índice ora a
empresa apresenta menor índice de rentabilidade. E no segmento de acessórios visualiza-se
que não há uma evolução em relação aos seus índices.
Com relação ao Retorno Sobre o Patrimônio Líquido, observou-se também que dentro
dos segmentos de vestuário e calçados as empresas continuam oscilantes, ora apresentam
índices altos, ora apresentam índices em declínio, mas, vale salientar que apenas uma empresa
do segmento de calçado apresenta um progresso consecutivo. E com relação ao segmento de
acessórios observa-se que seus índices também oscilam muito, num certo período apresenta
um índice positivo, logo em seguida esse índice cai bruscamente e no período posterior esse
índice volta a ser positivo evidenciando o retorno sobre o capital próprio da empresa.
E por fim pode-se concluir que uma análise comparativa de ambos os índices através
demonstrações financeiras pode identificar, por exemplo, se os custos tiveram aumento e se as
despesas operacionais, por sua vez mantiveram-se estáveis. Ou se aconteceu exatamente o
contrário. Ou ainda se ambos aumentaram. Como uma das preocupações principais é sempre a
de minimizar os custos a fim de maximizar o lucro, as informações que esses índices podem
trazer são fundamentais tanto para as organizações e seus acionistas verificarem os seus
desempenhos em relação a remuneração do capital bem como para investidores em potencial.
E ainda para servir de parâmetro para as demais empresas do subsetor.
Logo, os objetivos específicos: calcular os índices de rentabilidade ROA, ROI e ROE
das empresa do subsetor de tecidos vestuário e calçados que estão listadas na BOVESPA,
calcular as médias de cada segmento, comparando-as aos índices encontrados, demonstrar,
através desses indicadores o retorno proporcionado pelos investimentos e analisar os
resultados obtidos por tais indicadores foram atendidos.
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