Licenciatura em Engenharia Informática Ramo de Computadores e Sistemas Projecto 5º Ano USB & FireWire Relatório Autor: Carlos Sampaio Aluno N.º 970317 Página Deixada Propositadamente em Branco Agradecimentos Queria deste modo agradecer, a todos que me ajudaram na pesquisa e elaboração deste relatório quer de forma directa ou indirecta. O meu obrigado aos colegas e amigos de curso, Sérgio Nogueira, Nuno Rocha e Paulo Taveira. Agradeço também o amor e a compreensão da minha namorada Irina. Ficam também os meu agradecimentos ao meu Orientador de Projecto, o Prof. Paulo Ferreira. Todo este projecto é dedicado à memória do meu grande amigo e colega, José António Almeida Barbosa Por tudo o que me ensinaste, o meu MUITO OBRIGADO! II Prefácio Durante muito tempo o Homem esteve condicionado pela dificuldade em poder deslocar-se grandes distâncias. Aí construiu estradas. Mas tinha dificuldade em transportar objectos pesados, por isso inventou a roda. Depois aborreceu-se de andar e começou a montar animais. Os animais tornaram-se lentos demais para o Homem, não conseguiam responder às suas necessidades, e além disso também se cansavam, precisando assim de descansar. Aí o Homem inventou o motor, conseguia deslocar-se sem se cansar. Mas quando já tinha tudo, surgiu o computador. Agora tinha também de transportar informação em forma de bits de máquina para máquina. Os computadores ficaram mais pequenos, muito pequenos. O Homem então pensou, já que tenho de utilizar isto ao menos vou fazer com que seja ele a servir-me e não ao contrário. Então começou a desenvolver dispositivos que o pudessem servir da melhor forma, que seria a mais célere possível. Depois de inventar esses dispositivos, necessitou de os ligar ao computador. Depois de algumas tentativas surgiu a porta série, depois a porta paralela e.... mais tarde surgiram o USB e o FIREWIRE... que vieram revolucionar seu mundo. Pelo menos o meu mudaram... pelo tempo que disponibilizei na elaboração deste relatório, e com o que aprendi nesse processo. III Índice Introdução ....................................................................1 Porta Série ......................................................................4 UART - Universal Asynchronous Receiver/Transmitter...................5 Tipos de UART’s utilizadas nos PC’s .........................................5 Conectores..............................................................................6 Informação sobre Conector Série DB9 .....................................6 Informação sobre Conector Série DB25....................................7 Periféricos que podem ser utilizados através da Porta Série: .......10 Porta Paralela ..............................................................11 Tipos de Portas Paralelas ........................................................11 Conector Porta Paralela DB25 ..................................................13 Endereços das portas .............................................................15 Periféricos que podem ser utilizados através da Porta Paralela:....17 Necessidade de Novos Barramentos...........18 Novos tipos de periféricos .......................................................18 Limitações das Portas Série e Paralela ......................................18 USB e FireWire, mas porquê um barramento Série? ...................20 USB ....................................................................................21 Evolução do USB....................................................................21 Motivações .........................................................................24 Principais metas do USB 2.0:................................................25 Taxas de Transferência suportadas........................................26 Conectores............................................................................27 Configurações mecânicas dos conectores ...............................30 IV Cabos...................................................................................33 Tipos de Cabos ...................................................................34 Descrição de um sistema USB .................................................40 Componentes de um barramento USB ...................................41 Topologia do barramento ........................................................44 Distribuição e Gestão de Energia..............................................45 Distribuição de energia ........................................................45 Gestão de energia ...............................................................45 Configuração do sistema USB ..................................................46 Ligação de um dispositivo ....................................................46 Remoção de dispositivos ......................................................47 Protocolo do barramento.........................................................47 Modelo de Fluxo de Dados USB ................................................49 Erros ....................................................................................51 Detecção de erros ...............................................................51 Recuperação dos erros ...........................................................51 Tipos de fluxos de informação .................................................52 Transferência de controlo .....................................................54 Transferência de grandes volumes de informação....................54 Transferência de informação de interrupção ...........................54 Transferência de informação em tempo real ou isócrona ..........55 Suporte por parte dos Sistemas Operativos ...............................56 Variantes Windows ..............................................................56 Linux .................................................................................56 Mac OS ..............................................................................56 Perspectivas de Evolução Futura ..............................................57 V FireWire ...........................................................................60 Aplicações Típicas ..................................................................61 Evolução IEEE 1394 ...................................................................63 Conectores..............................................................................64 Cabos ....................................................................................65 Cabo com conectores 6 pinos – 6 pinos..................................66 Cabo com conectores 6 pinos – 4 pinos..................................67 Cabo com conectores 4 pinos – 4 pinos..................................67 Topologia ..............................................................................68 Transferências de Dados .........................................................70 Transferências Assíncronas...................................................70 Transferências Isócronas......................................................71 Protocolo ..............................................................................72 Camada Física .......................................................................73 Configuração ......................................................................73 Reinicialização ....................................................................75 Identificação da Árvore ........................................................75 Identificação Individual ........................................................79 Controlo Normal do Barramento............................................82 Camada de Ligação ................................................................85 Camada de Transacção ...........................................................85 Gestão do Barramento............................................................86 Cycle Master.......................................................................86 Gestor de Recursos Isócronos (Isochronous Resource Manager) ...87 Gestor do Barramento (Bus Manager)....................................88 Suporte por parte dos Sistemas Operativos ...............................89 Variantes Windows ..............................................................89 Linux .................................................................................89 Mac OS ..............................................................................89 Periféricos mais comuns..............................................................90 Perspectivas de evolução futura...............................................91 VI Hardware USB e FireWire .............................93 USB .....................................................................................93 Cabo de Transferência de Dados USB (Liga dois computadores) 93 Adaptadores USB -» Série DB 9 e DB 25 ................................94 Adaptador USB -» PS/2........................................................94 Cabo com Brigde de Rede ....................................................95 Adaptador USB -» Ethernet (10 Base-T).................................95 Adaptadores USB -» Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5....................96 Adaptador USB -» Vídeo.......................................................96 Adaptador Bluetooth USB .....................................................97 Controlo Remoto Digital USB ................................................97 Adaptador Áudio USB ..........................................................98 Adaptador USB -» ADB ........................................................98 Mini HUB USB .....................................................................99 Adaptador do Isqueiro para iPOD ..........................................99 Switcher USB.................................................................... 100 Adaptador para PDAs DB9 -» USB ....................................... 101 FireWire.............................................................................. 102 Cabo Adaptador FireWire -» i.LINK ...................................... 102 Adaptador FireWire -» Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5 ............... 102 Adaptadores FireWire -» Ultra SCSI ..................................... 103 Cartão PCMCIA com Barramento FireWire ............................ 103 Repetidor FireWire............................................................. 104 Unidade de armazenamento FireWire................................... 105 Drive de Vídeo Digital FireWire............................................ 106 Widgets (adaptadores DV-In) ............................................. 107 USB & FireWire .................................................................... 108 HUB COMBO FireWire/USB ................................................. 108 Drive de Armazenamento FireWire/USB ............................... 109 Conclusão ............................................................... 110 VII Glossário & Bibliografia ................................. 115 Glossário ............................................................................ 115 Bibliografia.......................................................................... 118 Portas Série...................................................................... 118 Portas Paralela.................................................................. 118 USB................................................................................. 118 FIREWIRE ........................................................................ 118 Outros termos e assuntos .................................................. 118 VIII Índice de Imagens Capitulo 1 Imagem 1.1 - Conector Série DB9 ................................................6 Imagem 1.2 - Conector Série DB25...............................................7 Capitulo 2 Imagem 2.1 - Conector Porta Paralela DB25 ................................13 Capitulo 3 Imagem 3.1 - Ícone USB ...........................................................30 Imagem 3.2 - Configuração Física do Conector USB ......................31 Imagem 3.3 - Corte de um cabo USB ..........................................33 Imagem 3.4 - Cabo Destacável Standard.....................................35 Imagem 3.5 - Cabo Destacável Standard (Mini B) .........................36 Imagem 3.6 - Cabo fixo High/Full Speed......................................37 Imagem 3.7 - Cabo fixo Low Speed ............................................38 Imagem 3.8 - Topologia USB .....................................................44 Imagem 3.9 - Modelo de Fluxo de Dados USB ..............................49 Capitulo 4 Imagem 4.1 - Cabo FireWire sem Condutores Eléctricos ................65 Imagem 4.2 - Cabo FireWire com Condutores Eléctricos ...............65 Imagem 4.3 - Cabo FireWire (6-6) ..............................................66 Imagem 4.4 - Cabo FireWire (6-4) ..............................................67 Imagem 4.5 - Cabo FireWire (4-4) ..............................................67 Imagem 4.6 - Barramento FireWire.............................................68 Imagem 4.7 - Espaço de Endereçamento .....................................69 Imagem 4.8 - Protocolo FireWire ................................................72 Imagem 4.9 - Atribuição de Números de Porta .............................76 Imagem 4.10 - Atribuição de Hierarquias.....................................77 Imagem 4.11 - Ciclo FireWire .....................................................82 IX Capitulo 5 Imagem 5.1 - Cabo de Transferência de Dados USB......................93 Imagem 5.2 - Adaptadores USB -» Série DB 9 e DB 25 .................94 Imagem 5.3 - Adaptador USB -» PS/2 .........................................94 Imagem 5.4 - Cabo com Brigde de Rede......................................95 Imagem 5.5 - Adaptador USB -» Ethernet (10 Base-T) ..................95 Imagem 5.6 - Adaptadores USB -» Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5.....96 Imagem 5.7 - Adaptador USB -» Vídeo........................................96 Imagem 5.8 - Adaptador Bluetooth USB ......................................97 Imagem 5.9 - Controlo Remoto Digital USB .................................97 Imagem 5.10 - Adaptador Áudio USB ..........................................98 Imagem 5.11 - Adaptador USB -» ADB ........................................98 Imagem 5.12 - Mini HUB USB ....................................................99 Imagem 5.13 - Adaptador do Isqueiro para iPOD ..........................99 Imagem 5.14 - Switcher USB ................................................... 100 Imagem 5.15 - Adaptador para PDAs DB9 -» USB....................... 101 Imagem 5.16 - Cabo Adaptador FireWire -» i.LINK...................... 102 Imagem 5.17 - Adaptador FireWire -» Discos Rígidos IDE 2.5/3.5. 102 Imagem 5.18 - Adaptadores FireWire -» Ultra SCSI .................... 103 Imagem 5.19 - Cartão PCMCIA com Barramento FireWire ............ 103 Imagem 5.20 - Repetidor FireWire ............................................ 104 Imagem 5.21 - Conversores de Sinais Analógicos em DV e DV/TV 104 Imagem 5.22 - Unidade de armazenamento FireWire .................. 105 Imagem 5.23 - Drive de Vídeo Digital FireWire ........................... 106 Imagem 5.24 - Widgets (adaptadores DV-In)............................. 107 Imagem 5.25 - HUB COMBO FireWire/USB................................. 108 Imagem 5.26 - Drive de Armazenamento FireWire/USB............... 109 X Índice de Tabelas Capitulo 1 Tabela 1.1 - Endereços das portas série com1 a com4 num PC .........4 Tabela 1.2 - Tipos de UART’s utilizadas nos PC’s .............................5 Tabela 1.3 - Nome e Função dos Pinos dos Conectores Série ............8 Capitulo 2 Tabela 2.1 - Nome e Função dos Pinos do Conector.......................14 Tabela 2.2 - Endereços de Memória da Porta Paralela....................15 Tabela 2.3 - Endereços base das portas LPT .................................16 Capitulo 3 Tabela 3.1 - Taxas de Transferência / Dispositivos ........................26 Tabela 3.2 - Conectores USB......................................................28 Tabela 3.3 - Contactos e Funções dos Conectores A e B.................32 Tabela 3.4 - Contactos e Funções do Conector Mini B ....................32 Capitulo 4 Tabela 4. 1 - Fichas e Tomadas FireWire......................................64 Tabela 4.2 - Contactos e Funções dos Conectores (6p) FireWire .....66 Tabela 4.3 - Contactos e Funções dos Conectores (4p) FireWire .....67 Tabela 4.4 - Tabela Velocidade Trans. / Tamanho dos Dados..........70 Tabela 4.5 - Dispositivos e Periféricos mais comuns ......................90 Tabela 4.6 - Características comuns IEEE 1394a e 1394b ..............91 Tabela 4.7 - Características Próprias da espec. 1394a e 1394b .......92 XI XII Introdução Introdução Durante muito tempo, na área da informática, viveram-se constantes descobertas e desenvolvimentos. Estas alterações foram acontecendo de dia para dia, invadindo a vida de todos e fornecendo uma maior qualidade de vida, tanto em termos de comodidade e facilidade na comunicação com os outros como na oferta de potencialidades a nível de desenvolvimento económico, educacional e até social. Esta constante inovação teve, e tem, os seus benefícios. De notar que a nível de Hardware, o desenvolvimento desenrola-se a uma velocidade estonteante. À 10 anos atrás a velocidade de processamento dos computadores pessoais era de no máximo 25 MHz. Passados dois anos, já existiam processadores a funcionar a 66100MHz com a vantagem de terem incluídos coprocessadores matemáticos. acréscimos Se na altura significativos, o essas que velocidades dizer agora ultrapassadas as barreiras quase míticas de apresentavam que já foram 1 GHz, e mais recentemente dos 2 GHz. Estas mudanças progressivas foram, como é lógico, acompanhadas na área do Software. Deu-se o BOOM da Internet, as linguagens por objectos passaram a ser desenvolvidas e utilizadas como até então não tinham sido, seguindo-se da utilização dos sistemas distribuídos assim como o conceito da concorrência na programação. Surgiram então novos periféricos e novas aplicações cuja velocidade tendia a compatibilizar-se com os computadores pessoais com os quais eram utilizados. 1 Introdução Os até então, métodos de ligação entre periféricos e PC, que eram a Porta Série e Paralela e que apresentavam uma resposta suficiente (ou quase) às exigências que lhes eram colocadas, deixaram de o ser e ficou exposta uma nova necessidade de mercado das conexões entre periféricos e PC’s. A juntar a esta necessidade, verificou-se a crescente popularidade de uma outra ideia que consistia na interligação de dois dispositivos sem haver a exigência de possuir um computador que funcionaria como gestor dessa mesma interligação. Neste período de prosperidade na área da computação, emergiram novas ideias e foram implementadas novas realidades até então impensáveis. A chave do sucesso de uma empresa perante esta conjuntura era composta por 4 factores: investigação, inovação e imaginação, capacidade de investimento e possuir uma boa estratégia de parcerias com empresas bem colocadas no mercado. E foi assim que surgiram dois novos interfaces de ligação no mundo dos computadores e periféricos, o USB e o FireWire. À primeira vista podem parecer independentes, ou infundadas as ideias de que quem os desenvolveu (interfaces) o fez por mera estratégia tecnológica, mas na verdade e após algum estudo é verificável que não. Entre as empresas que desenvolveram as várias especificações USB, surgem os nomes da Compaq, Hewlett-Packard, IBM, Microsoft e Intel. Não é coincidência o facto de todas elas investirem no produto PC ou em periféricos dependentes deste. Por outro lado, surge a Apple como principal impulsionadora do barramento FireWire. 2 Introdução Torna-se então fácil, o entendimento das razões que levaram cada uma destas empresas a enveredar por cada um dos dois tipos de especificação, que têm como principal diferença, a necessidade, ou não, da existência de um PC cuja principal função é a de HOST no barramento. No caso do USB, o PC era necessário e portanto as empresas que investiam na linha PC, desenvolveram, implementaram e publicitaram este barramento. No caso FireWire, a Apple, que não era concorrente à altura, em termos de quantidade de computadores vendidos face à vertente “Wintel” (Microsoft e Intel) IBM (compatibilidade) PC, tinha um bom mercado de periféricos e dispositivos portáteis de pequena dimensão, tais como eBook’s, PDA’s, etc.. . Visto que na especificação FireWire não era necessária a existência de um PC com a função de gestor de barramento, tornava-se então possível e vantajoso adquirir o mercado das ligações entre estes e outros dispositivos electrónicos. Como estratégia de parceria surgiram então outras empresas cujos principais produtos produzidos funcionavam de forma independente do PC. Entre estas destacam-se a Sony e a Texas Instruments. 3 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série 1. Porta Série Uma Porta Série é uma porta do tipo Assíncrono que transmite apenas 1 bit de dados de cada vez. As Portas Série são utilizadas na maioria de computadores compatíveis com o PC. Usualmente referenciadas como conectores série DB9 ou DB25 conjuntamente com o interface RS-232c standard especificado nas normas ISO 2110 e ISO 4902. O estudo do funcionamento da porta série nos PC’s, é tido como, basicamente, o estudo da UART utilizada para a implementar. Os endereços na memória de entrada/saída, são referidos na tabela 1, em que COM1, COM2, COM3 e COM4 correspondem respectivamente à porta série 1, 2, 3 e 4. Nome Endereço IRQ COM 1 3F8 4 COM 2 2F8 3 COM 3 3F8 4 COM 4 2F8 3 Tabela 1.1 - Endereços das portas série com1 a com4 num PC 4 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série UART - Universal Asynchronous Receiver/Transmitter As UART’s necessitam de um relógio para trabalhar. Nesta caso o cristal utilizado é de 1.8432 MHz. O cristal é ligado directamente à UART nos pinos XIN e XOUT, usando poucos componentes adicionais de modo a ajudar o cristal a oscilar. Este relógio vai ser usado para gerar a taxa de transmissão cuja velocidade é calculada por 1.8Mhz /(16 x velocidade de transmissão). A taxa máxima de transferência de uma porta série é de 115.2Kbps. O estudo da porta série nos PC é basicamente o estudo da UART 16550 usada nos PC’s, cuja documentação pode ser obtida a partir de http://www.natsemi.com, disponível em formato PDF, ou de http://www.ti.com, referente à UART TL16C750 que possui uma FIFO de 64 bytes. Tipos de UART’s utilizadas nos PC’s Tipo 8250 16450 16550 16650 16750 Descrição Primeira UART utilizada nos PC’s, não dispunha de registo de uso geral. Começou a ser utilizada nos AT’s, pode atingir a taxa de transmissão até 38.4KBps. Primeira de uma geração de UART’s com buffer de memória. Tem um memória FIFO de 16 bytes. Contem um buffer de 32 bytes. Permite a programação de controlo de fluxo XON/XOFF. Com memória FIFO de 64 bytes. Tabela 1.2 - Tipos de UART’s utilizadas nos PC’s 5 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série Conectores Os conectores D9 e D25 são os utilizados para ligar periféricos à Porta Série. D representa a forma física do conector quando posicionado na vertical. O número 9 ou 25 é relativo ao número de pinos do conector. As conexões Série DB9 podem ser normalmente encontradas em PC’s modernos enquanto as DB25 são, por sua vez, encontradas nos mais antigos. Informação sobre Conector Série DB9 Na figura representada de seguida é possível verificar vários factores que nos ajudarão a identificar com mais facilidade uma conexão série do tipo DB9. Antes de mais, é de notar que o conector possui nove pinos (descritos na tabela seguinte à figura). A imagem é relativa a um Conector Série fêmea que normalmente se encontra nos acessórios e periféricos que se pretendem ligar ao computador. Alguns conectores deste tipo podem ainda possuir dois pequenos parafusos que ajudam a manter a conexão estável do ponto de vista físico da ligação. Imagem 1.1 - Conector Série DB9 ¾Um Conector Série DB9 é identificado primeiramente por possuir nove pinos; ¾Assumir uma forma em D; ¾Os conectores série DB9 nos computadores são machos. 6 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série Informação sobre Conector Série DB25 Na figura representada de seguida é possível verificar vários factores que nos ajudarão a identificar com mais facilidade uma porta DB25. Antes de mais, é de notar que o conector possui 25 pinos, como é ilustrado na figura seguinte: Imagem 1.2 - Conector Série DB25 ¾Um Conector Série DB25 é identificado primeiramente por possuir vinte e cinco pinos; ¾Assumir uma forma em D; ¾Os conectores série DB25 nos computadores são machos. Para mais informação sobre a porta DB25 ver capítulo Porta Paralela. 7 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série De seguida é apresentada uma tabela com a designação, função e o número do pino correspondente nos conectores DB9 e DB25: DB9 - Pino DB25 – Pino Função Designação do N.º N.º Sinal 1 8 Data Carrier Detect DCD 2 3 Received Data RxData 3 2 Transmitted Data TxData 4 20 Data Terminal Ready DTR 5 7 Signal Ground Gnd 6 6 Data Set Ready DSR 7 4 Request To Send RTS 8 5 Clear To Send CTS 9 22 Ring Indicator RI Tabela 1.3 - Nome e Função dos Pinos dos Conectores Série Descrição das funções dos Pinos DCD- Data Carrier Detect Quando a zero indica que a portadora foi detectada pelo modem. É uma entrada de estado do modem, cujo valor pode ser testado pela leitura do bit 7 do registo MSR. O bit 3 do MSR indica se houve variação na linha /DCD desde a ultima leitura deste registo. RD – Received Data Por onde são recebidos os dados em série. TD – Transmit Data Por onde são transmitidos os dados em série. 8 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série DTR- Data Terminal Ready Quando a zero informa o modem que a UART está pronta para estabelecer a comunicação. O sinal /DTR pode ser activado a zero colocando um’1’ no bit zero do registo MCR. DSR- Data Set Ready Quando a zero indica que o modem está pronto para estabelecer a comunicação. A linha DSR é um linha de estado do modem, cujo valor pode ser testado em MSR no bit 5. O bit 1 do MSR indica se houve alguma variação na linha /DSR desde a ultima leitura deste registo. RTS- Request To Send Quando a zero informa o modem que a UART está pronta para trocar dados, o sinal RTS pode ser activo a zero, colocando um ‘1’ no bit 1 do MCR. CTS- Clear To Send Quando a zero indica que o modem ou o dispositivo de dados está pronto para trocar dados. A linha CTS é um sinal de entrada, que indica o estado do modem, cujo valor pode ser testado, pela leitura do bit 4 do registo MSR. O bit zero do MSR indica se houve variação do CTS, desde a ultima leitura deste registo. RI- Ring Indicator Quando a zero indica que o modem recebeu um sinal de corrente de chamar, esta linha pode ser testada pela leitura do bit 6 do registo MSR. O bit 6 é o complemento do sinal RI. O bit 2 do MSR indica se houve variação na linha RI desde a ultima leitura. 9 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 1 – Porta Série Periféricos que podem ser utilizados através da Porta Série: Rato – Um dos acessórios em que a utilização é mais comum numa Porta Série. Isto verifica-se nos computadores que não possuem Portas PS/2 ou em computadores portáteis. Modem – Um outro exemplo de utilização das Portas Série. Embora este método de ligação seja mais usual em computadores mais antigos também se verifica actualmente em alguns casos devido à sua fácil utilização, montagem e configuração. Rede – Esta era uma das utilizações originais das Portas Série. Permitia ligar dois computadores entre si e assim transferir ficheiros de dimensões consideráveis entre eles. Impressora – Hoje em dia não é comum verificar a utilização deste periférico em Portas Série (exceptuando a ligação DB25 ou Porta Paralela). Contudo, no passado, as impressoras e plotters eram frequentemente utilizadas através Porta Série. 10 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela 2. Porta Paralela Uma Porta Paralela é constituída por um conector DB25 com um barramento de dados de 8 bits (Pinos 2 a 7). Este tipo de conectores é mais familiar por ser utilizado em impressores, mas também se aplica a outros acessórios e periféricos. O comprimento standard dos cabos com conectores de Porta Paralela deve no máximo, ser de 4.5 m, embora existam cabos cujo comprimento máximo possa ir até aos 15 m. Estes últimos, porém, não são recomendados visto que podem providenciar conexões débeis e com sinais de dados com fraca amplitude. Tipos de Portas Paralelas Uni-direccional – Porta Standard de 4 bits, cuja configuração de fábrica não permite a transferência de dados nos dois sentidos. Bidireccional – Porta Standard de 8 bits que foi lançada a quando da apresentação da Porta PS/2 em 1987 pela IBM e que ainda é utilizada em PC’s hoje em dia. A Porta Bidireccional é capaz de enviar 8 bits em modo Input ou Output. Hoje em dia, em impressoras multifunção esta porta pode ser referida como bi-direccional, Centronics, PS/2 ou Porta Standard. 11 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela EPP – Tem a designação de Enhanced Parallel Port (EPP) e foi desenvolvida de 1991 pelas empresas Intel, Xircom e Zenith Data Systems. Este tipo de porta opera com velocidades semelhantes ao bus ISA e pode alcançar taxas de transferência de dados na ordem dos 1 até 2 Mb/seg. A versão 1.7 da EPP foi lançada em 1992 e foi, mais tarde, adaptada ao Standard IEEE 1284. Todas as capacidades adicionais desta versão foram adaptadas ao Standard IEEE. A versão 1.9 da EPP nunca existiu. ECP – Tem a designação de Enhanced Capabilities Port (ECP). Foi desenvolvida pelas empresas Microsoft e Hewlett-Packard, e anunciada em 1992. Traduz numa EPP adicional. Infelizmente este tipo de porta necessita de um canal DMA adicional, o qual pode originar conflitos de recursos. 12 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela Conector Porta Paralela DB25 Ao contrário do que se passa nas portas série, o conector de porta paralela DB25 presente no painel dos computadores é fêmea. Imagem 2.1 - Conector Porta Paralela DB25 13 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela Em seguida é apresentada uma tabela com número, designação e função de cada pino presente num conector DB25, que representa a configuração de uma Porta Paralela: Pino N.º Designação 1 -Strobe 2 3 4 5 6 7 8 9 +Data +Data +Data +Data +Data +Data +Data +Data 10 -Acknowledge 11 +Busy 12 +Paper End 13 +Select 14 -Auto Feed 15 -Error 16 -Initialize Printer 17 -Select Input 18 19 20 21 22 23 24 25 -Data -Data -Data -Data -Data -Data -Data -Data Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Bit Função Quando o sinal é acknowledgement. 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 Rtn 6 Rtn 7 Rtn Low é efectuado o Data Pinos de Transferência de Dados É passada a informação que os dados já foram processados e o sinal High indica que está pronto a receber novos dados. Quando o sinal é High significa que a impressora aceitou os dados e encontra-se no momento a efectuar o seu processamento. Quando este sinal fica Low e o pino 10 fica High a impressora está preparada para receber dados adicionais. O papel de impressora fica bloqueado quando o sinal é High ou não existe sinal se a impressora bloquear. Quando o sinal é High indica que a impressora se encontra on-line e pronta a imprimir. Quando o sinal é Low significa que o PC terá indicado à impressora que deverá fazer um line feed depois de cada linha imprimida. A impressora envia uma mensagem ao computador informando da ocorrência de um erro. Quando o sinal é Low significa que o PC faz um pedido à impressora para que esta inicie uma reinicialização interna. Quando o sinal é Low significa que o PC já seleccionou uma impressora e que esta se deve preparar para receber dados que estão prestes a ser enviados. Terra Tabela 2.1 - Nome e Função dos Pinos do Conector 14 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela Endereços das portas A porta paralela utiliza três endereços base indexados ao LPT1, LPT2 e LPT3. O LPT1 é normalmente a atribuído ao endereço 0378h, enquanto que o LPT2 é atribuído ao 0278h, este endereço podem contudo variar pois existem situações onde o endereço para a porta paralela LPT1 é 03BCh. Endereços 3BCh-3BFh Descrição Usado para porta paralelas incorporadas em placas gráficas. É rara a utilização deste endereço 378h-37Fh Endereço comum da LPT 1 278h-27Fh Endereço comum da LPT 2 Tabela 2.2 - Endereços de Memória da Porta Paralela Quando se liga o computador (power-on) a BIOS determina o número de portas que existem no computador e atribui-lhes os nomes LPT1, LPT2 e LPT3. A BIOS vai em primeiro verificar o endereço 03BCh, se uma porta paralela for encontrada aqui atribui-lhe o LPT1, caso não exista vai verificar o endereço 0378h e depois vai verificar 0278h. Significando isto que em 0378h, podemos ter LPT1 ou LPT2. Isto poderá parecer confuso, no entanto é sempre possível efectuar a atribuição dos endereços correspondentes à porta, é de todo conveniente configura o LPT1 para 0378h, o LPT2 para 0278h... No entanto, os endereços das portas não constituem problema para quem quiser efectuar ou utilizar como interface do PC a porta paralela. Pois é bastante fácil saber onde estão mapeadas. Este mapeamento poderá ser visto no quadro resumo que é mostrado pela BIOS no arranque do PC, onde são indicadas as portas paralelas disponíveis e o seu endereço. 15 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela No Windows poderá ser consultado em propriedades do meu computador, dispositivos de entrada/saída. Também é possível saber este mapeamento consultando a chamada tabela de variáveis da BIOS que num endereço especifico dessa tabela guarda os endereço base dos diferentes LPT’s. Endereços Base Descrição 0000:0408 Endereço base do LPT1 0000:040A Endereço base do LPT2 000:0040C Endereço base do LPT3 0000:040E Endereço base do LPT4 Tabela 2.3 - Endereços base das portas LPT 16 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2 – Porta Paralela Periféricos que podem ser utilizados através da Porta Paralela: Impressora – A utilização mais comum numa Porta Paralela. Scanner – Este é mais um periférico que normalmente é ligado a uma Porta Paralela. Os Scanners ligados por intermédio de uma Porta Paralela são uma alternativa aos Scanners SCSI, isto porque na primeira opção, a sua instalação verifica-se muito mais fácil. Drives Externas – Uma utilização popular das Portas Paralelas são também as Drives Externas como a Iomega Zip Drive, a qual pode ser facilmente desconectada de um computador e conectada a outro. 17 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2.X – Necessidade de Novos Barramentos 2.X Necessidade de Novos Barramentos Novos tipos de periféricos Drives CD-RW, Discos Duros, Cameras Vídeo Digitais (tanto estáticas como móveis), Unidades de Backup (alta Capacidade e Velocidade), Cameras fotográficas digitais on-line, Sensores de Alta Sensibilidade, Equipamento de Vídeo Conferência, Impressoras a Cores de Alta Resolução, etc.. Limitações das Portas Série e Paralela Com o aparecimento de novos tipos de periféricos e acessórios, que viriam a melhorar a qualidade e o rendimento que é possível de retirar de um computador pessoal a nível da comunicação e transferência de dados, este tipo de Portas perdeu a sua predominância face aos novos interfaces que surgiam no mercado e que se apresentavam opções muito mais vantajosas a quase todos os níveis. Uma das desvantagens das Portas Série e Paralela face aos novos interfaces como o USB e o IEEE 1394 é a velocidade. Apenas a versão da porta paralela EPP é capaz de se comparar às antigas versões destes novos interfaces embora nunca com o mesmo rendimento. 18 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2.X – Necessidade de Novos Barramentos Uma das outras desvantagens das Portas Série e Paralela é a impossibilidade de se poderem compatibilizar com novos tipos de tecnologia criados para satisfazerem o cada vez mais exigente utilizador. Dois exemplos destas tecnologias são o Plug And Play e o Hot Plugging. Os antigas formas de ligação, Porta Série e Porta Paralela estão assim muito longe de poderem corresponder às novas necessidades do mercado e de dar uma resposta pelo menos satisfatória quando comparadas com os novos interfaces USB e FireWire. 19 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 2.X – Necessidade de Novos Barramentos USB e FireWire, mas porquê um barramento Série? À primeira vista, poderá fazer mais sentido utilizar um cabo paralelo para transportar grandes quantidades de dados já que existem mais linhas para transmitir sinais – será que oito linhas de dados não transmitiriam oito vezes mais dados do que a linha única existente num cabo série? Sim, mas apenas até certo ponto, mas existem outros factores a ter em conta: Um barramento de série oferece uma simples ligação ponto a ponto permitindo capacidades escalonáveis com acentuadas melhorias da tecnologia envolvida. Um cabo série e o seu conector tem um custo de produção menos elevado e ocupam menos espaço do que um cabo paralelo e respectivo conector. Esta última vantagem não passa despercebida aos fabricantes de computadores portáteis para quem todos os centímetros valem ouro. Num cabo paralelo é produzida maior interferência electromagnética entre as linhas que o compõem. O tamanho do cabo é maior e mais caro já que é utilizada uma maior quantidade de linhas e o material protector dos mesmos é mais extenso. Além disto, é ainda verificável que a sincronização entre as linhas constituintes do cabo pode ser um problema em transferências de alta velocidade. 20 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB 3. USB USB, ou Universal Serial Bus, é um barramento série de média/alta velocidade que permite ligar periféricos a um computador. A sua especificação standard inicial foi desenvolvida por grandes empresas da área da computação e das telecomunicações como a Compaq, Hewlett-Packard, IBM, Microsoft, Intel, NEC, Lucent e Philips a 15 de Janeiro de 1996. Estava então lançada uma nova tecnologia que viria transformar o mercado dos periféricos para computadores pessoais. Evolução do USB Na primeira versão (USB 1.0), a velocidade máxima do barramento era de 1.5 Mbps e suportava até 127 conexões de periféricos conectados através de HUB’s externos a partir de uma única porta do PC. As conexões USB não necessitam da utilização de terminadores, endereços de memória ou de possuir endereços IRQ disponíveis. Utilizando qualquer esta tecnologia periférico, em é possível qualquer conectar altura, sem ou desconectar nunca haver a necessidade de reconfigurar o computador ou até, em alguns casos, reiniciá-lo. Essa tecnologia denomina-se de Hot Plugging. 21 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB A primeira especificação standard definida em 1996 foi evoluída, e, em 23 de Setembro de 1998 foi lançada uma nova versão USB (1.1). O desenvolvimento desta nova especificação, deveu-se à necessidade de solucionar e remover alguns problemas e ambiguidades encontrados na especificação da versão original. Um outro objectivo da revisão da nova versão seria tornar claro que os periféricos USB produzidos e que estariam em conformidade com a especificação USB 1.0 não teriam de sofrer alterações de modo a serem compatíveis com versão 1.1. Ficou também claro que o software desenvolvido para os sistemas e periféricos que suportavam a versão original teria também que operar positivamente na versão 1.1. Assim, a interoperabilidade entre a implementação das versões 1.0 e 1.1 tanto a nível de software com a nível de harware estava garantida. A nova versão teve como principal inovação uma nova velocidade máxima para o barramento que deixava de ser de1.5 Mbps e passava a ser de 12 Mbps, ou seja, um aumento de oito vezes em relação à velocidade máxima da versão inicial. Foram também capacidades introduzidas bidireccionais do algumas modificações barramento, outras relativas a relativas à especificação e desenho físico dos cabos, características eléctricas dos próprios dispositivos USB e ainda outras relativas ao processamento de erros no processo de transferência de dados. Todas estas alterações tinham como meta acabar, ou pelo menos diminuir, o maior número de ambiguidades e omissões relativas à produção de todos os componentes (conectores, cabos, HUB’s e periféricos) presentes na especificação original. 22 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Em Abril de 2000, surgiu a versão USB 2.0. Esta nova versão tem como principal motivação o facto de os computadores pessoais possuírem uma maior performance e capacidade em processar enormes quantidades de dados e, ao mesmo tempo, verificar-se que os novos periféricos têm também as suas performances e funcionalidades muito mais evoluídas. As aplicações de utilizador como as de digitalização de imagem necessitam de conexões de alta performance entre o PC e os mais recentes e sofisticados periféricos do sector. O USB 2.0 está preparado para suportar estas necessidades, tendo sido para isso sido adicionada uma terceira e nova velocidade de transferência de 480 Mbps às definidas em versões anteriores (1.5 e 12 Mbps). A versão USB 2.0 é vista como uma evolução natural da versão original do USB, e que oferece o desejado aumento de largura de banda enquanto preserva as motivações originais do interface, mantendo a compatibilidade com os periféricos já existentes. 23 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Motivações Na génese da criação desta nova especificação, estiveram três motivações: ¾Conexão de Computadores Pessoais a Linhas Telefónicas: Hoje em dia é possível entender de forma quase intuitiva que a base de aplicações da próxima geração assenta sobre a fusão das tecnologias ligadas à computação com as de comunicação. Neste aspecto o USB vem servir como ponte comum de ligação entre ambas as tecnologias. ¾Facilidade de Utilização: A falta de flexibilidade na reconfiguração de um PC sempre foi reconhecida como o calcanhar de Aquiles no seu futuro desenvolvimento. A combinação entre novos interfaces gráficos e mecanismos de hardware e software associados a arquitecturas de barramento de nova geração vieram facilitar a reconfiguração dos PC e diminuir a necessidade de confrontação dos utilizadores com os problemas inerentes à mesma. Além disto, existia também a necessidade de criar um interface universal que permitisse a utilização de várias tecnologias já desenvolvidas como o Plug and Play e cuja adopção não seria possível no caso de se continuar a utilizar as Portas Série e Paralela. ¾Expansão de Portas de Ligação: O crescente adquirir de periféricos externos por parte dos utilizadores informáticos leva a constrangimentos de disponibilidade no que trata a portas de ligação. 24 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB A falta de barramentos externos bidireccionais, de baixo custo e de baixa/média velocidade levou, durante muito tempo, ao abrandamento no desenvolvimento e na proliferação criativa de periféricos tão distintos como: adaptadores de telefone/fax/modem, atendedores de chamadas, scanners, PDA’s, teclados, ratos, etc.. Principais metas do USB 2.0: ¾Permitir aos PC’s uma maior expansão quando ao número e ao género de periféricos conectáveis, assim como a facilidade de utilização dos mesmos. ¾Fornecer uma solução de baixo custo e que suporta velocidades de transferência até 480 Mbps. ¾Oferecer comodidade ao utilizador em possibilitar a integração de dispositivos utilizados em diversas áreas tecnológicas. ¾Suporte completo para transferências de dados, voz, áudio e vídeo em tempo real. ¾Disponibilizar um protocolo flexível para conexões mistas de transferências isócronas de dados e comunicações assíncronas. ¾Fornecer um interface standard com facilidade de implementação e difusão em qualquer dispositivo. ¾Criar novas espécies de dispositivos que possibilitem o aumento de novas capacidades dos PC’s ¾Completa compatibilidade da especificação USB 2.0 com as anteriores versões do interface. Do ponto de vista do utilizador, o USB 2.0 é igual às anteriores versões do interface, com a vantagem de ter uma largura de banda muito superior. Ou seja, parece e comporta-se de igual forma, mas apresenta uma maior e melhor gama de produtos relativamente à quantidade, interesse e performances. 25 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Taxas de Transferência suportadas O standard USB, e em particular a especificação 2.0 permite trabalhar com três velocidades de transferência distintas: Low Speed, cuja velocidade é de 1.5 Mbps, Full Speed, com uma velocidade de 12 Mbps e por fim High Speed,cuja velocidade atinge os 480 Mbps. Tipicamente, as velocidades high/full são utilizadas quando se pretendem transferir dados de uma forma isócrona, enquanto a velocidade low é utilizada em dados provenientes de dispositivos interactivos. O USB é um barramento para PC, mas pode ser também implementado em outros dispositivos computacionais centrados num HOST. A arquitectura do software permite futuras extensões do USB no que respeita à sua implementação em sistemas com múltiplos controladores HOST USB. Performances Low Speed ¾Dispositivos Interactivos Full Speed ¾Telefone, Áudio e Vídeo Comprimido High Speed ¾Video, Armazenamento Aplicações Atributos Teclados, Ratos, Impressoras, Joysticks, Periféricos de Realidade Virtual, etc.. Baixo Custo Facilidade Utilização Conexão/Desconexão Dinâmica Múltiplos Periféricos Comunicações Banda Larga, Áudio, Microfones, etc.. Baixo Custo Facilidade Utilização Conexão/Desconexão Dinâmica Múltiplos Periféricos Largura de Banda Garantida Vídeo, Armazenamento de Dados, Edição de Imagem Digital, Comunicações Banda Larga, etc.. Baixo Custo Facilidade Utilização Conexão/Desconexão Dinâmica Múltiplos Periféricos Largura de Banda Garantida Grande Largura de Banda Tabela 3.1 - Taxas de Transferência / Dispositivos 26 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Conectores Existem três tipos de conectores USB, os Série A, Série B e os Série Mini B. São definidos como Série A aqueles provenientes de dispositivos e que se conectam a montante num HUB ou HOST. Os Série B e Série Mini B por sua vez, são provenientes de um Sistema HOST e são conectados num dispositivo ou HUB. Todos os dispositivos USB têm que possuir um conector Série A. Os conectores Série B permitem que determinados tipos de periféricos incluam um cabo destacável standard, oferecendo assim facilidade de substituição do cabo. Os cabos possuem quatro condutores com blindagem e robustez especificada. Os conectores a montante (A) têm características mecânicas diferentes dos a jusante (B), impedindo assim ligações de loopback nos HUB’s. 27 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Conectores Série A ¾Os conectores Série A são sempre orientados a montante em direcção ao sistema HOST. Tomadas A (Saída a jusante do HOST USB ou HUB) Conectores Série B ¾Os conectores Série B são sempre orientados a jusante em direcção ao dispositivo USB. Fichas A Fichas B (Provenientes do (Provenientes do dispositivo USB) Sistema HOST) Tomadas B (Entrada a montante do dispositivo USB ou HUB) ¾Os conectores Série Mini B são sempre orientados a jusante em direcção ao dispositivo USB. Fichas Mini B (Provenientes do Sistema HOST) Tomadas Mini B (Entrada a montante do dispositivo USB ou HUB) Tabela 3.2 - Conectores USB 28 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Os conectores USB podem ser interligados das seguintes formas: ¾As tomadas A interligam-se com as fichas A. Em termos eléctricos, as tomadas A são consideradas saídas dos Sistemas HOST e/ou HUB’s. ¾As fichas A interligam-se com as tomadas A. As fichas A estão sempre orientadas aos Sistemas HOST. ¾As tomadas B interligam-se com as fichas B. Em termos eléctricos, as tomadas B são consideradas entradas para HUB’s e dispositivos. ¾As fichas B interligam-se com as tomadas B. As fichas B estão sempre orientadas aos HUB’s ou dispositivos USB. ¾As tomadas mini B interligam-se com as fichas mini B. Em termos eléctricos, as tomadas mini B são consideradas entradas para dispositivos electrónicos de pequenas dimensões. ¾As fichas mini B interligam-se com as tomadas mini B. As fichas mini B estão sempre orientadas a dispositivos USB de pequenas dimensões. 29 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Configurações mecânicas dos conectores As fichas e tomadas USB são identificadas pelo Ícone USB: Imagem 3.1 - Ícone USB Os conectores USB foram desenhados para utilizarem a tecnologia Hot Plugging. O Ícone USB inscrito no conector providencia informação táctil de maneira a facilitar a introdução do conector na orientação correcta. 30 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB O Ícone USB é inscrito numa área reservada para o efeito situada na parte superior das fichas USB. Tanto o Ícone USB, como o logotipo do fabricante não devem desrespeitar a área que lhes foi designada. A presença do Ícone USB é obrigatória, enquanto o logotipo do fabricante é apenas recomendado. Isto verifica-se em todas as fichas USB (A, B e mini B). O Ícone USB está localizado numa zona adjacente à tomada. As tomadas devem estar orientadas de modo a permitir que o Ícone esteja visível aquando do processo de conexão. Imagem 3.2 - Configuração Física do Conector USB 31 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Terminação de Dados dos Conectores USB A seguinte tabela mostra as funções de cada contacto presente num conector USB (A ou B), assim como o seu número e valor eléctrico: Número do Contacto Nome do Sinal Cores Atribuídas à Linha 1 VBUS Vermelho 2 D- Branco 3 D+ Verde 4 Terra (Ground) Preto Revestimento Protecção Cabo Protector Tabela 3.3 - Contactos e Funções dos Conectores A e B Existem algumas alterações nos contactos no caso dos conectores Mini B: Número do Contacto Nome do Sinal Cores Atribuídas à Linha 1 VBUS Vermelho 2 D- Branco 3 D+ Verde 4 ID Não Conectada 5 Terra (Ground) Preto Revestimento Protecção Cabo Protector Tabela 3.4 - Contactos e Funções do Conector Mini B 32 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Cabos Um cabo USB possui quatro condutores, dois condutores para a transmissão do sinal e outros dois para alimentação designados respectivamente: D+ e D-, para a transmissão de sinal e VBUS e GND para alimentar os dispositivos ligados no barramento, a tensão de VBUS é de +5V, na origem. O cabo possui ainda blindagem e o respectivo revestimento. Imagem 3.3 - Corte de um cabo USB O cabo High/Full Speed tem de identificar as situações em que pode ser utilizado. Este cabo pode ser utilizado com dispositivos de low, full e high speed. Quando o cabo é utilizado com dispositivos low speed, deve corresponder a todos os requerimentos dessa velocidade (low speed). Para efectuar uma transferência low speed é recomendável (não obrigatório) que os condutores de sinais do cabos sejam entrançados entre si. 33 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Tipos de Cabos A especificação USB 2.0 descreve três tipos de cabos: Cabo Destacável Standard, Cabo fixo High/Full Speed e Cabo Fixo Low Speed. Os cabos destacáveis standard têm uma ficha série A numa extremidade e uma ficha série B na extremidade oposta. Os cabos fixos High/Full Speed possuem uma extremidade ocupada por uma fixa série A e na outra extremidade possuem um método específico de conexão pretendido pelo fabricante (dependendo do dispositivo conectado). Os cabos fixos Low Speed possuem uma extremidade ocupada por uma fixa série A e na outra extremidade possuem um método específico de conexão pretendido pelo fabricante (dependendo do dispositivo conectado). Qualquer outro tipo de cabo é proibido pela especificação. 34 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Cabo Destacável Standard Dispositivos High Speed e Full Speed podem aceitar conectores do tipo B. Isto permite que este tipo de dispositivos seja compatível com o cabo destacável standard. Assim, é eliminada a necessidade de construir dispositivos com ligação fixa ao cabo utilizado e minimiza da necessidade de substituição do cabo utilizado caso seja necessária. Os dispositivos que utilizam conectores do tipo B têm de ser desenhados de modo a trabalharem na pior situação com um cabo destacável standard de comprimento máximo. Este tipo de cabo deve apenas ser utilizado com dispositivos High Speed e Full Speed. Imagem 3.4 - Cabo Destacável Standard 35 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Imagem 3.5 - Cabo Destacável Standard (Mini B) 36 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Cabo fixo High/Full Speed Os cabos são considerados fixos se possuírem um método específico de conexão implementado pelo fabricante numa das extremidades. Estes cabos podem ser utilizados em dispositivos High, Full e Low Speed. Quando este cabo é utilizado em dispositivos Low Speed, tem de corresponder a todas as exigências desta taxa de transferência. Imagem 3.6 - Cabo fixo High/Full Speed 37 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Cabo fixo Low Speed Os cabos são considerados fixos se possuírem um método específico de conexão implementado pelo fabricante numa das extremidades. Estes cabos podem apenas ser utilizados em dispositivos Low Speed. Imagem 3.7 - Cabo fixo Low Speed 38 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Montagens Proibidas de Cabos O standard USB está optimizado para ser de fácil utilização. O esperado quando um dispositivo é conectado é que funcione. Na especificação, as únicas condições ao funcionamento normal de um dispositivo USB, são as de falta de alimentação eléctrica, largura de banda esgotada ou profundidade excessiva na hierarquia topológica. Quando algumas destas situações acontecem são de imediato identificadas e interpretadas pelo Sistema de Software. Algumas montagens proibidas de cabos podem funcionar em algumas situações, mas não podem garantir que funcionarão em todos os casos. ¾Montagem que permita extensão de cabos: Não é permitido que um cabo possua uma ficha série A e uma tomada série A, uma ficha série B e uma tomada série B ou ainda uma ficha série mini B e uma tomada série mini B. Caso isto pudesse ser implementado iria permitir a conexão múltipla de cabos e excedendo assim o comprimento máximo permitido para um cabo USB. ¾Montagem que viole as regras de topologia USB: Não é permitido que ambas as extremidades de um cabo sejam compostas por fichas série A ou ambas tomadas série B ou série mini B. Esta proibição existe de modo a impedir a possibilidade de duas portas orientadas a jusante estarem ligadas directamente entre si. Contudo, esta proibição não impede que seja utilizado um dispositivo que permita a ligação entre dois barramentos USB. 39 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Descrição de um sistema USB Um sistema USB é descrito por áreas bem definidas: ¾Dispositivos USB; ¾HOST USB; ¾Interligações USB. Uma interligação é a forma como os dispositivos estão ligados e o modo de comunicação com o HOST, e inclui: ¾A topologia do barramento; ¾As relações entre camadas e as tarefas realizadas em cada camada; ¾Os modelos de fluxo de dados, ou seja, a forma como os dados são transportados entre produtores e consumidores; O acesso ao meio, que é partilhado de forma a possibilitar transferências de dados isócronas eliminando sobrecargas do barramento. Todos os dispositivos periféricos de um PC, que tenham um funcionamento série, exemplos de um teclado, rato, modem, joystick e também todos os outros como cd-rom, scanners, impressoras (actualmente é comum estas trazerem também o interface USB e paralelo). De modo a obter as vantagens referidas anteriormente é necessário a implementação de certas regras que permitam a coabitação entre todos os componentes do sistema. Estes componentes são: 40 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Componentes de um barramento USB HOST - É o dispositivo que controla o barramento e a transmissão de dados. Geralmente é o PC. Nos PC que suportam USB o chipset tem incorporado um controlador USB – HOST. DISPOSITIVO – Pode ser considerado um periférico externo que se encontra ligado ao HOST, através do barramento USB e que disponibiliza informação de entrada e saída para o HOST. Aqui também é necessária a existência de um controlador que verifique a informação no barramento e permita a troca da mesma. Cada dispositivo contém informação relativa às suas capacidades e recursos necessários. Para que um dispositivo seja usado deve ser configurado pelo HOST, que aloca largura de banda e selecciona opções de configuração específicas do dispositivo em causa. Os dispositivos USB podem ser: ¾HUB’s que proporcionam pontos de ligação adicionais e ¾Funções que fornecem capacidades adicionais, como por exemplo, um conector para RDIS, um joystick, colunas de som, etc. Existem também várias classes de dispositivos, como os HUB’s, dispositivos de localização (rato, lightpen, etc.) ou dispositivos de texto. 41 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Aos dispositivos USB é exigido que transportem informação para auto-identificação e configuração genérica, bem como que apresentem um comportamento consistente com os estados USB definidos. Todos os dispositivos USB têm apenas um endereço. Cada dispositivo contém um ou mais endpoints (portos lógicos ou pontos terminais) com os quais o HOST deverá comunicar. É ao endpoint 0 de cada dispositivo que é atribuído o USB control pipe (canal controlo) do respectivo dispositivo. É ainda associado a este endpoint que se encontra toda a informação referente ao dispositivo USB. Esta informação encontra-se armazenada em campos distintos, consoante a categoria a que se refere: ¾Standard – neste campo encontra-se a informação comum a todos os periféricos USB, como identificação do fabricante, classe do periférico e gestão de alimentação; ¾Class – este parâmetro varia em função da classe a que pertence o periférico; e ¾Fabricante USB – neste campo o fabricante é livre de introduzir a informação que desejar, não sendo o formato sequer determinado na especificação do USB. 42 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB HUB - Basicamente, um HUB tem como função principal a acção de transformar um ponto de conexão singular em múltiplos pontos de conexão, pontos estes identificados como portas. A arquitectura USB tem a capacidade de suportar múltiplos HUBS, podendo assim ser criada uma estrutura em árvore. O comprimento de uma ligação individual está limitado a 5 metros e o limite máximo de dispositivos ligados no barramento é de 127. Os HUB’s são o elemento chave na concepção da arquitectura Plug And Play do USB. Permitem simplificar a ligação de dispositivos pelo utilizador proporcionando simultaneamente robustez a baixos índices de complexidade e custo. Qualquer HUB tem hierarquicamente acima um HOST ou um HUB, e abaixo, um dispositivo ou outro HUB. Um HUB possui ainda a capacidade de detectar a conexão ou desconexão de um dispositivo de qualquer das suas portas de saída. No primeiro caso activa automaticamente a distribuição de energia nessa porta. Num HUB, todas as portas de saída podem ser activadas ou desactivadas e configuradas individualmente. Um HUB é constituído por duas partes distintas, ou seja, por um controlador e um repetidor. O repetidor consiste num protocolo de controlo de comutação entre a porta de entrada e as portas de saída, tendo ainda uma base a nível de hardware que permite efectuar a reinicialização e/ou suspensão/activação da transmissão. O controlador por outro lado, contém os registos de interface que permitem que seja efectuada a comunicação entre o HUB e o HOST. O estado específico de um HUB e os seus comandos de controlo dão ao HOST a possibilidade de monitorizar e controlar as suas portas. 43 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Topologia do barramento O barramento USB tem como função interligar dispositivos USB e o HOST USB. A topologia física USB é em estrela. Um HUB é considerado o centro de cada estrela. Cada segmento de ligação é definida como sendo uma conexão entre um HOST e um HUB ou função, ou entre um HUB e outro HUB ou função. Este tipo de configuração e estruturação leva a que o desenho físico da topologia deste barramento seja em forma de pirâmide. Devido a constrangimentos de temporização em tempos de propagação entre cabos e HUB’s, o número máximo de camadas físicas permitidas na pirâmide é de sete (incluindo a camada inicial/raiz). É de notar que, em sete camadas, podem ser suportados até cinco HUB’s (que não sejam raiz) numa comunicação entre o HOST e qualquer dispositivo conectado. Um dispositivo composto (ou misto) ocupa duas camadas; assim sendo, este mesmo dispositivo não pode ser conectado no último nível (sete). Apenas funções podem ser suportadas neste nível. Imagem 3.8 - Topologia USB 44 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Distribuição e Gestão de Energia Distribuição de energia Cada segmento USB permite a distribuição de uma pequena quantidade de energia através de um cabo USB, energia esta que é fornecida pelo HOST ou por um HUB e é destinada aos dispositivos directamente alimentação ligados. própria Aqueles são dispositivos identificados que como dispõem periféricos de auto alimentados. A arquitectura USB permite a existência de HUBS alimentados pelo barramento, sem que para isso sejam criadas restrições à topologia utilizada. Os dispositivos auto alimentados devem ter implementados mecanismos de acoplamento de alimentação. Gestão de energia Numa arquitectura USB, o HOST detém um sistema de gestão de energia independente do barramento, embora este participe em acções de gestão da energia do sistema juntamente com o software do sistema USB em resposta a eventos tais como suspend/resume. Os dispositivos USB podem ainda conter informação sobre a gestão de energia, possibilitando assim que essa gestão seja feita por software ou por drivers genéricos. As características de distribuição e gestão da energia do USB permitem que o barramento seja utilizado em sistemas sensíveis à utilização de energia, tais como computadores portáteis. 45 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Configuração do sistema USB O USB permite que dispositivos USB possam ser conectados ao barramento em qualquer instante, consequentemente o barramento USB permite alterações dinâmicas na sua topologia física. Ligação de um dispositivo Todos os dispositivos USB devem ser ligados ao barramento através de uma porta do HUB USB. O HUB indica a ligação ou remoção de um dispositivo USB através do estado de cada uma das suas portas. Após cada ligação o HUB notifica o HOST, que faz um pedido de especificação do motivo dessa notificação. O HUB responde através da identificação da porta utilizada pelo dispositivo USB. O HOST habilita a porta e endereça o dispositivo USB usando um canal de controlo (control pipe), através do endereço USB por defeito. Todos os dispositivos USB são endereçados inicialmente usando o endereço USB por defeito, quando são conectados ou quando lhes é feito um reset (reinicialização). O HOST determina se o novo dispositivo USB é um HUB ou uma função e atribui-lhe um endereço USB único. O HOST estabelece então um canal de controlo para o dispositivo USB, utilizando o endereço atribuído e o endpoint 0. Se o dispositivo conectado for um HUB que poderá ter outros dispositivos USB conectados em alguma das suas portas, então o procedimento anterior é seguido sequencialmente para cada um dos dispositivos. Se o dispositivo conectado for uma função, este envia informação através do software USB para possíveis aplicações de software do HOST. 46 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Remoção de dispositivos Quando um dispositivo é removido de uma das suas portas, o HUB desabilita automaticamente essa porta notificando o HOST dessa alteração. O HOST elimina então a informação relativa ao dispositivo USB removido em todas as estruturas de informação. Se o dispositivo USB removido for um HUB então o processo de remoção vai ser efectuado para todos os dispositivos conectados a esse HUB. Se o dispositivo removido for uma função a notificação é encaminhada para todos as aplicações de software do HOST interessadas. Protocolo do barramento No barramento USB todas as transferências de dados são iniciados pelo Controlador HOST. Todas as trocas de informação envolvem a transmissão de pelo menos três pacotes de dados. Cada transacção começa quando o Controlador HOST envia um pacote USB descrevendo o tipo e a direcção da transacção, o endereço do dispositivo e o número do endpoint. Este pacote é chamado o Token Packet. O dispositivo USB endereçado é seleccionado pela descodificação dos campos de endereçamento. Numa determinada transacção a informação pode ser transferida tanto do HOST para o dispositivo como do dispositivo para o HOST. A direcção da transferência da informação é especificada no Token Packet. A origem da transacção envia então um pacote de dados contendo a informação pretendida ou indica que não tem qualquer informação para transmitir. O destinatário responde, em geral, com um pacote Handshake que indica se a transferência se efectuou com sucesso. 47 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Algumas transferências realizadas entre Controladores HOST e HUBs podem envolver quatro pacotes de dados. Isto deve-se à necessidade de, por vezes, ser necessário controlar transferências de dados entre um HOST e dispositivos Low/Full Speed. O modelo USB para transferência de dados entre uma origem e um destino é denominado canal (pipe). Existem dois tipos de canais: stream e message. Os dados stream não tem estrutura USB definida em oposição aos do tipo message. Os canais possuem partilha de largura de banda de dados e tipos de serviços de transferência e características dos pontos terminais (endpoints), tais como direcção e tamanho dos buffers. Os canais passam a existir quando um dispositivo USB é configurado. Um canal message, designado como Default Control Pipe existe sempre que um dispositivo é alimentado por forma a permitir o acesso à sua configuração, estado e controlo. As transferências calendarizadas permitem controlo de fluxo em alguns canais stream. Ao nível do hardware isto previne o congestionamento dos buffers usando um handshake NAK para seleccionar a taxa de transmissão mais indicada. O testemunho de uma transferência utilizando NAK é disponibilizado quando existe tempo disponível no barramento. O mecanismo de controlo de fluxo permite a construção de calendarizações flexíveis que permitem um conjunto de serviços concorrentes num canal stream. Além disto, canais stream múltiplos podem ser utilizados com diferentes intervalos de tempo e com pacotes de dados de tamanhos diferentes. 48 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Modelo de Fluxo de Dados USB Hoje em dia, no mercado dos computadores pessoais devem ser implementados alguns conceitos e suportadas algumas capacidades importantes de forma a providenciar ao utilizador a maior confiança e segurança durante a efectuação de operações. O standard USB permite conectar uma série de dispositivos externos a um HOST. Do ponto de vista do utilizador comum este processo pode parecer bastante simples, mas implementador o mesmo já não se do ponto de vista do verifica. São necessárias diferentes perspectivas do sistema de modo a explicar características e exigências do mesmo. O standard USB pode ser apresentado sobre a forma de camadas de modo a facilitar o entendimento do barramento: Imagem 3.9 - Modelo de Fluxo de Dados USB 49 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB ¾Dispositivo Físico USB: Peça de hardware ligada a uma extremidade do cabo USB que executa alguma função pretendida pelo utilizador. ¾Software Cliente: Este software é executado no HOST, correponde a um determinado dispositivo USB. Normalmente este tipo de software é disponibilizado pelos Sistemas Operativos ou vem com o dispositivo USB. ¾Software Sistema USB: Corresponde ao software que suporta o standard USB num determinado Sistema Operativo. Este software é normalmente parte integral do Sistema Operativo, e é independente de qualquer dispositivo particular USB ou do Software Cliente. ¾Controlador HOST USB: Corresponde ao hardware e software que permite a dispositivos USB estarem conectados a um HOST. Existem direitos partilhados e responsabilidades por parte dos quatro componentes USB de modo a possibilitarem comunicações robustas e de confiança. 50 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Erros Detecção de erros Para efectuar um controlo sobre a existência de erro na transmissão, cada pacote inclui um campo de protecção de erros. Quando a integridade dos dados é necessária pode ser invocado um procedimento de recuperação de erros em hardware ou software. O protocolo prevê CRC separados para os campos de controlo e de dados em cada pacote. A falha do CRC indica um pacote corrompido, o CRC cobre 100% dos bits transmitidos. Recuperação dos erros O protocolo prevê mecanismos de hardware ou de software destinados à recuperação de erros. O tratamento por hardware inclui a sinalização e a repetição de transferências falhadas. O Controlador HOST vai repetir a transmissão falhada até três vezes antes de informar o software cliente que ocorreu um erro. A partir desta fase o software cliente terá que tratar este erro de uma forma apropriada podendo em caso extremo abortar a aplicação. 51 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Tipos de fluxos de informação O USB permite a troca de informação útil e de controlo entre o HOST e um dispositivo unidireccionais ou sob a forma bidireccionais. de A um conjunto transferência de de canais dados é efectuada entre o software do HOST e um endpoint particular de um dispositivo USB. O HOST trata as comunicações com qualquer endpoint de um dispositivo independentemente dos outros endpoints. Estas ligações entre o software do HOST e o endpoint de um dispositivo USB são designadas canais (pipes). Em geral, uma transferência de dados num canal é independente de qualquer outra transferência de dados que se esteja a desenrolar num outro canal. Um dispositivo pode porém suportar múltiplos canais. Como exemplo, um qualquer dispositivo USB pode ter um ponto terminal ligado a um canal para transporte de informação para o dispositivo e outro ponto terminal para transporte de dados a partir do dispositivo. 52 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB A arquitectura USB define quatro tipos básicos de transferência de dados: ¾transferência de controlo, utilizada para configurar os dispositivos no momento da ligação ao barramento. Pode também ser usada para outros fins específicos de cada dispositivo (incluindo o controlo de outros canais do dispositivo); ¾transferência de grandes volumes de informação gerada ou consumida; ¾transferência de informação de interrupção tais como caracteres ou coordenadas de equipamento de localização, usualmente com intervenção humana; ¾transferência de informação em tempo real ou isócrona com taxas de transmissão e latência pré negociadas. 53 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Um canal apenas permite um só tipo de transferência de informação das acima descritas. Transferência de controlo A transferência de controlo é usada pelo software USB para configurar os dispositivos quando estes são ligados ao barramento. Outras aplicações podem optar pelo uso de transferências de controlo implementadas de formas específicas. A transferência de informação não tem perdas, isto é, é automaticamente retransmitida quando são detectados erros. Transferência de grandes volumes de informação A transferência de grandes volumes de informação é normalmente usada em impressoras ou scanners e é sequencial. A troca de informação fiável é assegurada a um nível de hardware usando a detecção de erros a esse nível, e opcionalmente, invocando a retransmissão por hardware. A largura de banda pode ser toda aquela disponível que não esteja a ser utilizada por outros tipos de transferência. Transferência de informação de interrupção Uma pequena e expontânea transferência de informação de um dispositivo é denominada informação de interrupção. Esta informação pode ser disponibilizada pelo dispositivo e é enviada pelo USB a uma taxa não inferior àquela especificada pelo mesmo. A informação de interrupção consiste normalmente na notificação de um evento, caracter ou informação organizada como um ou mais bytes. 54 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Transferência de informação em tempo real ou isócrona A informação isócrona é contínua e em tempo real na sua criação, transmissão e utilização. Os dados numa transmissão isócrona devem ser enviados à taxa a que estão a ser recebidos. Os dados isócronos devem também ser sensíveis a atrasos na transmissão. Para canais isócronos a largura de banda requerida é normalmente baseada nas características de amostragem da função associada. A latência requerida está relacionada com o buffering disponível em cada endpoint. Um exemplo típico de transmissão isócrona é a voz. A entrega de dados de uma transmissão isócrona é assegurada à custa de perdas nos transitórios dos dados. Por outras palavras, qualquer erro ocorrido na transmissão eléctrica não é corrigido pelos mecanismos de hardware tais como a retransmissão. Na prática os erros ao nível do bit esperados no USB são suficientemente pequenos para não serem considerados. Para a transmissão isócrona de informação é alocada largura de banda suficiente para assegurar que os dados serão entregues à taxa desejada. 55 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Suporte por parte dos Sistemas Operativos Variantes Windows Windows 95 : Sem suporte nativo USB. Windows 95 (Release 2.1 e 2.5) : Com suporte para USB 1.0. Windows NT 4.0 : Sem suporte nativo USB. A instalação de um patch permite a utilização de alguns dispostivos USB. Ver: http://www.bsquare.com/products/devtools/usbwin40/ Windows 98 : Suporta USB 1.0. Windows 98 SE : Suporta USB 1.0 e 2.0* (*com drivers de fabricante). Windows Me : Suporta USB 1.0 e 2.0* (*com drivers de fabricante). Windows 2000 : Suporta USB 1.0 e 2.0. Windows XP : Suporta USB 1.0 e 2.0 Linux 2.2.18 ou superior : Suporta USB 1.0. 2.5.2 ou superior : Suporta USB 1.0 e 2.0. Mac OS Mac OS 8.5 : Suporta USB 1.0. Mac OS 8.6 e 9.0.x : Suporta USB 1.0 e USB 1.1* (* com drivers extra). Ver: http://download.info.apple.com/Apple_Support_Area/Apple_Sof tware_Updates/EnglishInternational/Macintosh/USB_Updates/USB_Card_S Mac 10.1 ou superior : Suporta USB 1.0 e 2.0. 56 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Perspectivas de Evolução Futura Como já foi referido anteriormente, a especificação USB definiu-se como sendo um método de ligação simples e de baixo custo que permitia facilmente conectar periféricos externos a um PC. Hoje em dia, existem mais de 500 milhões de dispositivos com portas USB, tornando este de standard de conectividade I/O líder destacado no mercado dos interfaces. O crescente desenvolvimento de novos periféricos USB leva agora à expansão deste standard para áreas fora do âmbito da utilização exclusiva com os computadores pessoais. Isto deve-se ao facto de que muitos periféricos que tradicionalmente funcionavam como periféricos externos para PC evoluíram, e passaram a requerer ligações directas I/O com outros periféricos do género sem o mediador PC. A grande limitação do standard USB sempre foi a de não permitir ligações ponto a ponto entre dispositivos. Devido a este facto, o USB não era utilizado em alguns dispositivos electrónicos como telemóveis e PDA’s. Contudo, estes últimos passaram a ser alvo de grande popularidade e de grande utilização para um vastíssimo número de consumidores, aumentando assim, a necessidade de conexão directa em eles. De forma a responder a todas estas necessidades, foi desenvolvido um novo standard com o nome de USB OTG (USB On-The-Go), que tem como principal inovação em relação às especificações anteriores do interface, o facto de eliminar a necessidade de ter um PC como HOST em transferências de dados entre dispositivos conectados directamente entre si. 57 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Existiu muita especulação e até contra-informação relacionadas com o aparecimento do USB OTG. A principal meta desta nova especificação assenta em conseguir que determinados periféricos USB também sejam capazes de funcionar como HOST’s para uma série de outros periféricos. A tecnologia OTG vem introduzir a comunicação ponto a ponto entre estes novos periféricos. A sua complexidade advém da exigência feita a estes dispositivos com dupla função e que assim têm em ser capazes de transferir dados de forma directa entre si. Além disso, e como esta nova especificação tem como alvo dispositivos portáteis com significativos constrangimentos de alimentação eléctrica, o HOST OTG inicial não pode fornecer mais do que uma pequena quantidade de energia. Dois periféricos USB OTG conectados entre si, podem trocar sucessivamente de função. Considerando dois momentos distintos: no primeiro momento um periférico pode ser HOST e o outro um dispositivo, e momento seguinte podem inverter a função, passando o primeiro a ser dispositivo e o segundo HOST. Isto é feito mantendo sempre o modelo de arquitectura USB HOST/dispositivo. 58 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 3 – USB Na especificação OTG, o HOST inicia a comunicação seguindo sempre o processo normal do barramento (reinicialização do barramento, aquisição dos descritores periféricos/dispositivos). USB Depois de e configuração efectuar estes passos, dos o dispositivo que tem a função de HOST OTG pode transmitir e receber dados do dispositivo que tem a função de periférico. Nesta especificação é definido o mecanismo para a possível transferência das funções de HOST OTG e periférico. O papel (função) inicial de cada dispositivo é definido pelo tipo de ficha conectada na correspondente tomada. Existem dois tipos de dispositivos OTG: Aqueles que podem ser HOSTS ou periféricos e aqueles que apenas podem ter a função de periférico. Os primeiros têm de ser capazes de fornecer uma intensidade mínimo de 8mA na linha Vbus. Os dispositivos que apenas funcionam como periféricos não têm capacidades HOST, mas têm de ser capazes de formular um pedido ao outro tipo de dispositivos de modos a poderem estabelecer comunicações com estes. 59 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire 4. FireWire O que é o IEEE 1394 ou FireWire? FireWire (marca registada da Apple) ou 1394 High Performance Serial Bus (designação IEEE) é a designação para um novo Barramento de Série de alta performance desenvolvido em meados dos anos 90 para colmatar as necessidades verificadas no campo das comunicações digitais de alta velocidade entre dispositivos electrónicos (acessórios e/ou periféricos). As aplicações do cabo FireWire dividem-se entre a conectividade I/O de periféricos com o painel dos computadores pessoais ou em ligações directas entre periféricos ou dispositivos electrónicos. No standard IEEE 1394 são definidas tanto a camada física como o barramento virtual conectado por cabo. Neste standard é também definido o método de transmissão, tipo de média e o protocolo utilizado. 60 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire É ainda de destacar o seu custo reduzido, o facto de ser escalonável e de ser um interface de série de alta velocidade. O standard 1394 oferece também novas capacidades, como por exemplo, a capacidade de conexão/desconexão de periféricos externos em tempo real. Aplicações Típicas O standard IEEE 1394 é um barramento de alta velocidade especialmente orientado para a transferência de dados relativos a vídeo digital assim como imagens adquiridas numa camera digital. O IEEE 1394, ao contrário do que se passa no USB (até à versão USBOn-The-GO), é um verdadeiro interface ponto a ponto, ou seja, deixa de ser indispensável ter um PC para interligar dois periféricos e passa a ser possível faze-lo directamente. Considerando o exemplo de uma camera de vídeo digital que envia dados para uma vídeo gravador digital e um computador que por sua vez se encontra conectado a uma impressora: Como os dados vídeo transportados pelo FireWire são digitais, cada dispositivo pode processá-los directamente no domínio digital sem os inconvenientes e a perda de qualidade de imagem que se iria verificar se fosse necessário executar a conversão para vídeo analógico. Assim deixamos de necessitar de dispositivos como placas de aquisição de vídeo e da conversão do sinal do mesmo de analógico para digital. O vídeo gravador digital e o computador estão preparados para aceitar dados em formato digital e apresentar ou guardar esses mesmos dados da forma mais apropriada. 61 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Os dados de controlo, como por exemplo, a alimentação da camera de vídeo digital, são transmitidos de forma assíncrona pelo computador ou até pelo vídeo gravador. Por lado, os dados de vídeo são transmitidos de forma isócrona, através de uma linha directa de comunicação de dados a partir da camera de vídeo para os restantes dispositivos IEEE 1394. Desta forma é garantida a entrega directa e atempada (just-in-time) dos dados já que não existe detecção de colisões ou outro esquema de validação envolvido. Poderão também surgir novos paradigmas com a utilização desta tecnologia. Um exemplo poderá ser o caso das impressoras IEEE 1394, que no futuro poderão vir a apresentar-se radicalmente diferentes das que são utilizadas hoje em dia. Isto dever-se-á ao grande acréscimo dos limites das velocidades de transferência de dados do computador para a impressora. Estas novas impressoras poderão ser muito menos complexas e o seu custo muito inferior, já que seria possível executar todo o processo de rasterização no próprio computador e enviá-lo directamente para a cabeça de impressão na sua forma definitiva. 62 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Evolução IEEE 1394 O primeiro protocolo IEEE 1394 foi desenvolvido em 1995 pela Apple, que lhe atribuiu o nome de FireWire. Na sua primeira especificação o barramento suporta transferências de dados de 100, 200 e 400 Mbps. Esta primeira versão continha algumas faltas e ambiguidades na especificação, fazendo com que alguns pontos ficassem abertos a diferentes interpretações por parte dos fabricantes, o que levou a alguns problemas de interoperabilidade. Estes problemas levaram ao desenvolvimento de uma nova especificação, designada de 1394a. Esta nova revisão veio providenciar a clarificação de alguns pontos presentes na especificação original assim como lançar alguns melhoramentos na performance do barramento. Está ainda a ser desenvolvida uma nova especificação do barramento, já designada por 1394b. 63 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Conectores Existem dois tipos de conectores FireWire - os conectores de 6 pinos e os de 4 pinos (estes últimos não fornecem energia eléctrica). Cada uma das diferentes fichas (6 e 4 pinos) é apenas conectável com a sua tomada, ou seja não é possível conectar uma ficha de 6 pinos numa tomada de 4 e vice-versa. Ficha de 6 pinos Ficha de 4 pinos Tomada de 6 pinos Tomada de 4 pinos Tabela 4. 1 - Fichas e Tomadas FireWire 64 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Cabos Um cabo FireWire é normalmente constituído por dois pares entrançados de condutores de sinal e um par de condutores de alimentação. O tamanho máximo do cabo é de 4.5 metros de comprimento. Esta é a descrição típica de um cabo FireWire. Apesar desta definição exite ainda um outro tipo de cabo que não possui os condutores de energia eléctrica e que é utilizado em algumas montagens de cabos, mais particularmente num cabo de possui em ambas as extremidades fichas de 4 pinos: Imagem 4.1 - Cabo FireWire sem Condutores Eléctricos Para as restantes montagens, são utilizados os que possuem condutores de energia eléctrica: Imagem 4.2 - Cabo FireWire com Condutores Eléctricos 65 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Existem três tipos de cabos FireWire, ou melhor dizendo, três montagens possíveis: Cabo com conectores 6 pinos – 6 pinos Imagem 4.3 - Cabo FireWire (6-6) A tabela seguinte mostra as funções de cada contacto presente num conector FireWire (6 pinos), assim como o seu número e valor eléctrico: Número do Contacto Nome do Sinal Cores Atribuídas à Linha 1 Power Branco 2 Terra (Ground) Preto 3 TPB- Vermelho 4 TPB+ Verde 5 TPA- Laranja 6 TPA+ Azul Revestimento Protecção Cabo Protector Tabela 4.2 - Contactos e Funções dos Conectores (6p) FireWire De forma a possibilitar uma melhor compreensão das figuras seguintes apresenta-se a seguinte tabela mostrando as funções de cada contacto presente num conector FireWire (4 pinos), assim como o seu número e valor eléctrico: 66 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Número do Contacto Nome do Sinal Cores Atribuídas à Linha 1 TPA- Laranja 2 TPA+ Azul 3 TPB- Vermelho 4 TPB+ Verde Revestimento Protecção Cabo Protector Tabela 4.3 - Contactos e Funções dos Conectores (4p) FireWire Cabo com conectores 6 pinos – 4 pinos Imagem 4.4 - Cabo FireWire (6-4) Cabo com conectores 4 pinos – 4 pinos Imagem 4.5 - Cabo FireWire (4-4) 67 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Topologia O protocolo 1394 é um verdadeiramente ponto a ponto (peer-topeer), visto não necessitar de um computador como intermediário entre dois dispositivos. Cada um dos dispositivos instalados no barramento, pode ter várias portas FireWire. Cada uma destas portas funciona como um repetidor, transmitindo quaisquer pacotes de dados recebidos do dispositivo ligado a esta porta para o seu destino seguinte. Na figura seguinte é possível ver um exemplo de um barramento 1394: Imagem 4.6 - Barramento FireWire Como já foi dito, este tipo de barramento não necessita de um HOST específico, como o PC no caso USB. No exemplo dado acima, a Camera Digital pode facilmente enviar dados directamente ao Vídeo Gravador Digital ou ao DVD-RAM sem necessitar da assistência de nenhum outro dispositivo (excepto na parte física, ou seja, conectores e ligações). Nos barramentos FireWire existe o conceito de Cycle Master e de Root Node (Nó Raiz). A função do Cycle Master não envolve nenhuma necessidade tecnológica extra. A escolha de qual dos dispositivos deve ter a função de Cycle Master é determinada dinamicamente e pode mudar sempre que é adicionado um novo dispositivo ao barramento ou é iniciado um processo de Reinicialização. 68 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire A configuração do barramento acontece de forma automática quando é ligado ao mesmo um novo dispositivo. Imaginado uma árvore ou uma estrutura ramificada, é possível dizer que a configuração é efectuada a partir dos nós folha (nós com apenas um outro dispositivo ligado) subindo na estrutura da árvore até ao nó raiz. Um barramento que tenha três ou mais dispositivos conectados vai ter, normalmente, um Nó Raiz proveniente de uma ramificação. O barramento 1394 pode ser interpretado como um elevado espaço de memória mapeada em que cada nó possui um determinado intervalo de endereçamento. O espaço de memória é baseado no protocolo IEEE 1212 CSR (Control and Status Register) Arquitecture com algumas extensões específicas destinadas ao standard 1394. Cada nó suporta até 48 bits de espaço de endereçamento (256 Terabits). Cada barramento pode suportar até 64 nós e a especificação do barramento de série 1394 suporta atá 1024 barramentos. Isto faz com que se chegue ao grande total de 64 endereços de memória, ou então em forma de 16 Exabits! de espaço de memória. Imagem 4.7 - Espaço de Endereçamento 69 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Transferências de Dados O protocolo suporta transferências de dados tanto assíncronas como isócronas: Transferências Assíncronas Este tipo de transferências estão orientadas para a efectuação de comunicações direccionadas a um nó (dispositivo) específico do barramento. Este dispositivo não tem qualquer largura de banda específica garantida para efectuar comunicações, embora tenha grandes probabilidades de acesso ao barramento quando as transmissões assíncronas são permitidas. O tamanho máximo de um bloco de dados para um pacote transmitido assincronamente é determinado pela taxa de transferência suportada pelo dispositivo em questão, como é mostrado na tabela seguinte. Velocidade da Transferência Tamanho máximo de Dados 100 Mbps 512 Bytes 200 Mbps 1024 Bytes 400 Mbps 2048 Bytes Tabela 4.4 - Tabela Velocidade Trans. / Tamanho dos Dados 70 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Transferências Isócronas Estas transferências são efectuadas sempre em modo broadcast na forma de um-para-um ou de um-para-N. Durante as transferências deste tipo não é realizada a correcção de erros nem tão pouco são efectuadas retransmissões. A atribuição de largura de banda é controlada por um nó do barramento que possui a função de gestor de recursos. Este nó pode acumular, ou não, as funções de nó raiz ou de gestor de barramento. A largura de banda máxima a que um dispositivo pode ter acesso é apenas limitada pelo número de outros dispositivos isócronos aos quais o gestor de recursos já atribuiu outras parcelas dessa mesma largura de banda. Transferências assíncronas são detectadas e respondidas. Isto permite que mecanismos de detecção de erros e de retransmissão possam ter lugar. De forma resumida, é possível dizer que quando é necessário efectuar transferências de dados tolerantes a erros em tempo crítico, como tramas de áudio e/ou vídeo, deve-se então enveredar por transferências de dados isócronas. Quando o tipo de dados a transferir não for tolerante a erros, como o caso de transferências de ficheiros em discos duros, as transferências assíncronas são preferíveis. 71 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Protocolo A especificação 1394 define um protocolo com quatro camadas lógicas, embora nem todas sejam utilizadas na totalidade das transferências. Na imagens seguinte é possível verificar a interligação dessas mesmas camadas: Imagem 4.8 - Protocolo FireWire 72 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Camada Física A camada física do protocolo 1394 inclui a sinalização eléctrica, a mecanização dos conectores e da cablagem, os mecanismos de controlo e a codificação/descodificação dos dados a transmitir ou a receber. O cabo utilizado na transferência de dados é composto por três pares de cabos (linhas) entrançados e pela correspondente blindagem. Dois desses pares são utilizados para transferir dados, enquanto o terceiro par serve como transportador de energia através do barramento. Os conectores são de pequena dimensão possuindo seis ou quatro (estes últimos utilizados para conectar a dispositivos que sejam auto-suficientes na sua alimentação eléctrica) pinos de ligação. A transferência de energia eléctrica não é efectuada nos conectores de quatro pinos. Os cabos genéricos têm um comprimento máximo de 4.5, embora cabos mais densos possam alcançar maior distâncias sem perdas de sinal. Os cabos entrançados de sinais são denominados de TPA e TPB. São ambos bidireccionais e possuem três estados. O par TPA é utilizado para transmitir sinais de sincronização (strobe) e receber dados, enquanto o par TPB é utilizado para receber os sinais de sincronização (strobe) e transmitir dados. Configuração A camada física tem um papel importante na configuração do barramento e nas fases normais de controlo do protocolo. A configuração consiste em pegar numa topologia física relativamente simples e transformá-la numa estrutura lógica em árvore em que um Nó Raiz tem o papel fulcral. Como já foi dito anteriormente, o 73 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire barramento é reinicializado e reconfigurado sempre que é adicionado ou removido um dispositivo. 74 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire É possível também reinicializar o barramento via utilização de software. O processo de configuração consiste na reinicialização do barramento, identificação da totalidade da árvore de nós e na identificação individual de cada nó. Reinicialização Uma reinicialização é sinalizada através de um nó em que ambos os pares TPA e TPB contêm um “1” lógico. Devido ao “1 dominante” da definição eléctrica dos drivers, um “1” lógico é sempre detectado por uma porta, mesmo tendo o seu driver bidireccional no estado de transmissão. Quando um qualquer nó detecta um pedido de reinicialização nos seus drivers, vai propagar este sinal a todos os outros nós conectados nas suas portas. Este nó emissor entra num estado de inactividade durante o período de tempo necessário à propagação da indicação de reinicialização por todos os outros nós do barramento. O processo de reinicialização remove toda a informação relativa à topologia anterior presente em cada nó. Identificação da Árvore O processo de Identificação da Árvore define a topologia do barramento. Após a reinicialização e ainda antes do processo de identificação da árvore, o barramento possui uma topologia lógica simples que é definida directamente pela topologia física. Após o processo de identificação da árvore estar concluído, um único nó ganha a designação de Nó Raiz (Root Node). Este processo desenrola-se da seguinte forma: 75 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Após a reinicialização, todos os nós folha (leaf) da árvore apresentam um estado de sinal intitulado de Parent_Notify enviado através das linhas entrançadas de dados e de sincronização (strobe). É de referir que este Parent_Notify é um estado de sinal e não um pacote de dados. Todo o processo de identificação da árvore é efectuado em micro segundos. Utilizando o exemplo dado na fig XXX, a Camera Digital irá sinalizar a Set-Top-Box, a Impressora irá sinalizar o Vídeo Gravador Digital e o DVD-RAM irá sinalizar o PC. Quando um nó de ramificação recebe um sinal Parent_Notify numa das suas portas, ele marca essa mesma porta como contendo uma ligação para um nó “filho” (child) e envia um sinal Child_Notify para a porta de onde era proveniente o Parente_Notify já interpretado. Após a detecção deste estado, o nó folha marca a porta onde recebeu o sinal Child_Notify como porta que contém a ligação para um nó “pai” (parent) e remove a sinalização, aceitando desta maneira a sua designação de “filho”. Nesta altura o nosso barramento será da seguinte forma: Imagem 4.9 - Atribuição de Números de Porta 76 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire As portas marcadas com “P” indicam o dispositivo que se encontra mais perto do Nó Raiz está ligado nessa porta. Os números das portas são atribuídos arbitrariamente e têm um papel importante no processo de identificação individual de cada nó. Após a identificação de cada nó folha, é de notar que o Vídeo Gravador Digital ainda tem duas portas que não receberam o Parent_Notify, enquanto as ramificações do nó Set-Top-Box e do PC têm única porta que contém um dispositivo conectado e que ainda não recebeu o Parent_Notify. Neste caso, tanto a Set-Top-Box como o PC enviam um sinal Parent_Notify através das portas que se encontram conectadas a outro dispositivo mas que ainda não receberam nenhum sinal. Assim sendo, o Vídeo Gravador Digital recebe o Parent_Notify em ambas as suas restantes portas, ao qual responde com o envio de um sinal Child_Notify. Como o Vídeo Gravador Digital tem marcadas todas as suas portas como “filhos”, passa então a ser o Nó Raiz. A configuração final após todo processo será o seguinte: Imagem 4.10 - Atribuição de Hierarquias 77 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire De notar que ao fim de um processo similar é possível que dois nós estejam em pé de igualdade no que respeita à atribuição de função de Nó Raiz. Neste caso, é utilizada uma função temporal que testa os dois nós e atribui a função requerida. É também possível que um nó force ele próprio o barramento de modo a ser o Nó Raiz. Para isto o dispositivo atrasa a sua participação no processo de identificação da árvore durante determinado período de tempo. 78 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Identificação Individual Depois da topologia em árvore estar definida, é iniciada a fase de Identificação Individual de cada nó. Este processo consiste na atribuição de IDs Físicos (Physical IDs) a cada nó conectado no barramento, fazendo com que haja a troca de capacidades de velocidade de transferência entre nós vizinhos e também com que todos os nós estejam informados sobre a topologia do barramento onde estão inseridos. Esta fase de Identificação Individual tem o seu inicio com o envio, por parte do Nó Raiz, um sinal denominado de Arbitration_Grant para a sua porta numerada inferior. No nosso exemplo o Vídeo Gravador Digital é o Nó Raiz e envia o primeiro sinal à Set-Top-Box. Aí, como a Set-Top-Box é um nó de ramificação, o sinal vai ser propagado para a sua porta numerada inferior que contenha conectada um nó “filho”, neste caso é a Camera Digital. Este dispositivo por sua vez é um nó “folha” e portanto não vai dar continuidade à propagação do sinal a jusante, intitulando-se a si próprio como ID Físico 0 (Physical ID 0). Seguidamente transmite um pacote Self-ID a montante pela porta que contém o seu nó “pai” conectado. O nó ramificado (Set-Top-Box) envia então o pacote Self-ID recebido a todas as portas que contenham dispositivos conectados. Desta forma o pacote vai eventualmente chegar até ao Nó Raiz que, por sua vez, vai enviá-lo a todos os numeradas dispositivos superiores. conectados Desta a jusante maneira, pela todos os suas portas dispositivos conectados irão receber o pacote de Self-ID transmitido inicialmente pela Camera Digital. Depois de receber este pacote todos os dispositivos incrementam o seu contador Self-ID. Isto realizado, a Camera Digital envia um sinal de Self-ID Done a montante (Set-TopBox), dando conta que o seu processo de identificação individual está 79 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire concluído em todas as portas a jusante (desta porta ). De notar que a Set-Top-Box não irá propagar este sinal a montante até ao Nó Raiz porque ainda não completou o seu processo de Identificação Individual. O Nó Raiz irá, portanto, continuar a enviar sinais pelas suas portas numeradas inferiores, no nosso caso a Set-Top-Box. Já que este dispositivo não possui mais nós conectados (à excepção da Camera Digital já identificada), vai intitular-se então de ID Físico 1 (Physical ID 1) e transmitir o pacote Self-ID a montante. A execução deste processo irá multiplicar-se até que o Nó Raiz indique a sua própria condição de Self-ID Done. O Nó Raiz vai ter sempre o maior ID Físico do barramento. Após esta explicação, teremos então para o nosso exemplo os seguintes IDs Físicos: Camera Digital=0 , Set-Top-Box=1, Impressora=2, DVD-RAM=3, PC=4 e finalmente o nosso Nó Raiz, o Vídeo Gravador Digital com o ID Físico 5. É de notar que durante o processo de Identificação Individual, os nós “pai” e ”filho” estão também a trocar informação sobre a sua velocidade máxima. É desta forma que este processo expõe a maior desvantagem do protocolo 1394. Ou seja, dois nós podem apenas transmitir dados entre si à velocidade máxima do dispositivo mais lento dos dois. 80 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Por exemplo, se a Camera Digital e o Vídeo Gravador Digital conseguirem transmitir dados à taxa de 400 Mbps mas a Set-Top-Box apenas transmite a 100 Mbps, não é possível que os dois dispositivos de alta velocidade transmitam entre si à taxa de transferência máxima suportada por ambos. A única forma de contornar este problema é a reconfiguração física do sistema por parte do utilizador evitando que existam ligações intermédias via Set-Top-Box entre os dispositivos de alta velocidade. Durante o processo de identificação individual, todos os nós que pretendam obter a função de gestor de Recursos Isócronos, devem indicar o facto no seu pacote Self-ID. O nó requerente que possua o maior ID Físico vai então passar a ter a requerida função. 81 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Controlo Normal do Barramento Depois de o processo de configuração estar concluído, as operações normais do barramento podem ter inicio. De forma a facilitar o entendimento do sistema de controlo do barramento é necessário falar um pouco da estrutura de ciclos (cycle structure) do protocolo 1394. Um ciclo 1394 é representado por um intervalo de tempo com um período nominal de 125 us (micro segundos). De modo a iniciar um ciclo, o Cycle Master ou Controlador de Ciclos envia a todos os nós um pacote inicial de ciclo (Cycle Start Packet). Os dispositivos que receberem este pacote (todos os que estão conectados no barramento) podem assim sincronizar as suas bases temporais. Imagem 4.11 - Ciclo FireWire Imediatamente depois do pacote inicial de ciclo ser enviado, os dispositivos que pretendam iniciar transferências isócronas de dados em modo broadcast podem fazer o pedido ao barramento. O controlo consiste no facto de que qualquer dispositivo que pretenda efectivamente fazer o pedido deve enviar um sinal ao seu nó “pai” informando-o que deseja ter acesso ao barramento (largura de banda).O nó que recebe este sinal vai enviá-lo, por sua vez, ao seu nó “pai”, até que por fim o sinal seja recebido pelo Nó Raiz. 82 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire No nosso exemplo, imaginemos que a Camera Digital e o PC desejam enviar dados para o barramento. Ambos informam o seu nó “pai” da sua intenção. Já que o nó “pai” do PC é o Nó Raiz, o seu pedido é recebido primeiro e é-lhe concedido o acesso ao barramento. Partindo deste cenário, torna-se obvio entender que o dispositivo que se encontra mais próximo do Nó Raiz é aquele que consegue primeiro o acesso ao barramento. Como os canais isócronos só podem ser utilizados uma vez em cada ciclo, quando o próximo Intervalo Isócrono (Isochronous Gap) ocorre, o PC não vai entrar outra vez no concurso de atribuição (controlo) dos pedidos. Isto permite que desta vez, a Camera Digital ganhe o acesso ao barramento. É de notar que se, de início, o PC possuí-se mais do que um canal Isócrono iria ganhar constantemente o acesso ao barramento até que não possuí-se mais canais deste tipo. Estas regras acabam por ser muito importantes no método de funcionamento do gestor de recursos isócronos, que desta maneira não permite que existam dispositivos a transferir um número de dados superior à largura de banda disponível. Quando o último canal isócrono tiver transmitido os seus dados, o barramento fica inactivo à espera pelo próximo pedido de acesso de modo a iniciar de novo o processo de controlo. Se não existirem mais dispositivos à espera de transmitir, então o tempo de inactividade vai crescendo até atingir a duração definida por um intervalo assíncrono. Se isto acontecer é então tempo dos dispositivos assíncronos poderem pedir acesso ao barramento. A atribuição de acesso é similar ao que se passa nos pedidos isócronos, ou seja, o nó que estiver mais próximo do Nó Raiz é o primeiro a ter acesso ao barramento. 83 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Isto traz-nos um cenário interessante - como os dispositivos assíncronos podem enviar mais do que um pacote de dados por ciclo, passa a ser possível que um nó muito próximo do Nó Raiz (ou ele próprio) tenha acesso permanente ao barramento. Este cenário pode ser evitado através da utilização de um outro intervalo de tempo denominado de Arbitration Rest. O processo é simples – depois de ser atribuído a um nó o acesso ao barramento, e posteriormente o seu pacote de dados ser enviado com sucesso, ele limpa o seu Arbitration bit que lhe permitia pedir acesso ao barramento e deixa de o poder fazer, dando hipótese aos nós que se encontram mais afastados do Nó Raiz pedir com sucesso o seu merecido acesso ao barramento. Este processo vai acontecendo para todos os nós conectados até não existir mais nenhum a pedir acesso. Isto causa de novo a inactividade temporal do barramento até este período atingir os 20us. Quando este valor temporal é atingido, é feita um reinicialização do Arbitration bit em todos os nós e o processo volta a desenrolar-se indefinidamente. 84 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Camada de Ligação A camada de ligação é o interface que liga a camada física à camada de transacção. Esta camada é responsável por verificar CRCs e calcular/adicionar CRC aos pacotes transmitidos. Além disto, e porque as transferências isócronas não utilizam a camada de transacção, é a camada de ligação a responsável pelo envio e recepção de dados isócronos. Esta camada também examina a informação do cabeçalho do pacote de dados e determina qual o tipo de transferência que está em execução. Após este processo, a informação é então passada à camada de transacção. O interface entre as camadas física e de ligação é composto por um mínimo17 sinais. Camada de Transacção A camada de transacção é utilizada em transferências assíncronas. O protocolo 1394 utiliza o mecanismo pedido – resposta, com confirmações normalmente geradas em cada uma das fases da transferência. Os vários tipos de transações são: ¾Leitura Simples de um Quadlet (Bloco de 4 bytes de dados) ¾Escrita Simples de um Quadlet ¾Leitura de Comprimento Variável (Variable Lenght Read) ¾Escrita de Comprimento Variável (Variable Lenght Write) ¾Transações de Bloqueio (Lock Transactions). As transacções de bloqueio são utilizadas para efectuar troca de operações de e no barramento. 85 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire As transacções podem ser divididas, concatenadas e unificadas. Uma transação dividida ocorre quando um dispositivo não consegue responder suficientemente depressa a um pedido de transacção. Quando um pedido é recebido, o nó responde com um pacote do tipo Acknowledg. Este tipo de pacotes é enviado logo após o envio de um pacote assíncrono de dados. Gestão do Barramento A gestão do barramento no protocolo 1394 envolve a atribuição de várias responsabilidades que podem ser repartidas por mais do que um nó. Os nós que compõem o barramento podem vir a assumir as funções de Cycle Master, Gestor de Recursos Isócronos e Gestor do Barramento. Cycle Master O Cycle Master inicia ciclos de 125us. O Nó Raiz tem de ser o Cycle Master, se um nó que não tem a função de Cycle Master vem a ser denominado de Nó Raiz, então o barramento é inicializado e um nó que tem capacidades para desempenhar a função de Cycle Master é forçado a ser o novo Nó Raiz. O Cycle Master inicia em broadcast um pacote inicial de ciclo (Cycle Start Packet) de 125 em 125us. De notar que é possível que o início de um destes ciclo seja ligeiramente adiado enquanto um pacote de dados do tipo assíncrono está a ser transmitido ou confirmada a sua recepção. 86 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Gestor de Recursos Isócronos (Isochronous Resource Manager) Este gestor tem de ser capaz de efectuar transferências do tipo isócrono e de implementar vários registos opcionais. Estes registos incluem o registo do ID do Gestor de Barramento, o registo de alocação da largura de banda do barramento e registo que contém a informação sobre os canais de transferência. A alocação de um canal isócrono é efectuada por qualquer nó que pretenda transmitir pacotes de dados do tipo isócrono. Estes nós são obrigados a alocar um canal que esteja disponível no registo de alocação de canais, através da leitura de bits no registo composto por 64 bits. Cada canal tem um bit associado a si – os canais encontramse disponíveis se o seu bit correspondente for igual ao “1” lógico. O nó que requer o canal, altera o primeiro bit do mesmo para o valor lógico “0” e utiliza esse bit como ID do canal. Além disto o nó requerente deve examinar o Registo de Largura de Banda Disponível de modo a determinar qual o tamanho de largura de banda que tem à sua disposição. A quantidade total de largura de banda é igual a 6144 unidades de alocação. Uma unidade de alocação é o tempo exigido para transferir um bloco de 4 bytes à taxa de transferência de 1600 Mbps. Existe um total de 4915 unidades de alocação disponíveis para a efectuação de transferência isócronas se alguma transferência assíncrona estiver a ser realizada. Os nós que pretendam utilizar largura de banda isócrona devem subtrair o valor pretendido ao Registo de Largura de Banda Disponível. 87 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Gestor do Barramento (Bus Manager) O gestor do barramento acumula várias funções como as de efectuar um mapa da topologia do barramento e um de velocidades do mesmo. Tem também a funções de gestor de alimentação eléctrica e de optimizar o tráfego do barramento. O mapa de velocidades é utilizado pelos nós de forma a determinar a velocidade que podem utilizar de forma a poderem comunicar com os restantes nós. O mapa da topologia do barramento pode ser utilizado pelos nós que contenham um interface sofisticado com o utilizador, permitindo a instrução do mesmo de forma a este conectar fisicamente os diferentes dispositivos, criando uma topologia óptima capaz de retirar o melhor rendimento das taxas de transferências disponíveis entre os dispositivos conectados. O gestor do barramento é também responsável pela determinação de qual dos nós obteve as funções de Nó Raiz e de Cycle Master. Nem sempre é possível que exista pelo menos um nó conectado a um barramento capaz de desempenhar as funções de gestor do barramento. Neste caso, pelo menos algumas dessas funções são realizadas pelo Gestor de Recursos Isócronos. 88 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Suporte por parte dos Sistemas Operativos Variantes Windows Windows 95 : Sem suporte FireWire. Windows 98 : Sem suporte FireWire. Windows 98 SE : Suporta FireWire (*com patch extra). Ver : http:///www.windows.com/windows98/downloads/contents/WU Recommended/S_WUFeatured/1394/Default.asp Windows NT 4.0: Sem suporte FireWire. Windows Me : Suporta FireWire. Windows 2000 : Suporta FireWire. Windows XP : Suporta FireWire. Linux 2.2 a 2.3.40 (exc.) : Suporta FireWire (Drivers não incluídos no Sistema). 2.3.40 ou superior: Suporta FireWire. Mac OS Mac OS 8.6 e 9.x ou superior : Suporta FireWire. 89 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Periféricos mais comuns A gama possível para estes periféricos pode englobar impressoras, scanners(móveis ou fixos), cameras digitais (móveis), cameras de alta capacidade (fixas), entre outros dispositivos de áudio/vídeo já disponíveis no mercado. O bus IEEE 1394 representa uma forma de intercomunicação digital preferida por muitas empresas produtoras de dispositivos electrónicos. Assim sendo, a produção destes dispositivos têm-se espalhado por diversas áreas da tecnologia digital: Dispositivos Electrónicos Periféricos PC Cameras Digitais (Fixas ou Móveis) Modem por Cabo TV Digital CD/DVD-ROM e CD-RW Vídeo Gravadores Digitais Discos Duros Receptores Satélite Digitais Discos ROM Leitores DVD Adaptadores de Rede Instrumentos Musicais Impressoras Colunas de Som Scanners Sintonizadores TV Adaptadores Telefónicos Cameras de Vídeo Outro equipamento Áudio Tabela 4.5 - Dispositivos e Periféricos mais comuns 90 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire Perspectivas de evolução futura O futuro do barramento FireWire ou IEEE 1394, passa pelo desenvolvimento (já a decorrer) de uma nova especificação designada de IEEE 1394b. A versão IEEE 1394b apresenta-se, à imagem da sua antecessora quando foi lançada, com muitas novidades, novidades estas que irão revolucionar o mundo dos interfaces com e entre dispositivos. De seguida é apresentada uma tabela, cujo conteúdo é revelador das capacidades de cada uma das versões: IEEE 1394 (a e b) Suporta até 63 dispositivos electrónicos ponto a ponto. Opera com velocidades de transferência de dados que podem variar entre 100 Mbps e 3200 Mbps, dependendo do tipo de cabo utilizado. Pode ser utilizado em conexões de curta e longa distancia. Suporta transferencias de dados assíncronas e isócronas. Tabela 4.6 - Características comuns IEEE 1394a e 1394b 91 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 4 – FireWire IEEE 1394a IEEE 1394b Permite conexões de maior Topologia de bus ponto a ponto. velocidades e a distâncias mais significativas. Velocidades de transferência de dados que variam de 100 até 400 Mbps. Totalmente compatível com IEEE 1394a Velocidades de transferência de dados que variam de 800 até 63 nodos, 16 camadas físicas 3200 Mbps utilizando diversos tipos de cabos com um comprimento até 4.5 metros. Velocidades de transferência de 4.5 metros por ligação dados de 100 Mbps utilizando cabos UTP Categoria 5 de comprimento até 100 metros. Utilização A/V, armazenamento de dados, impressoras, scanners, Redes TCP/IP, etc.. Os chipsets são de baixo custo, ou seja, quando adquiridos em volume custam menos de 5 Euro. Velocidades de transferência de dados de 400 Mbps utilizando cabos de fibra óptica plástica de comprimento até 100 metros. Velocidades de transferência de dados de 3200 Mbps utilizando cabos de fibra óptica de vidro de comprimento até 100 metros. Maior facilidade de integração em chipsets do que na versão IEEE 1394a. Tabela 4.7 - Características Próprias da espec. 1394a e 1394b 92 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire 5. Hardware USB e FireWire Neste capítulo vão ser apresentados vários dispositivos USB e FireWire de modo a possibilitarem uma maior compreensão e conhecimento do desenvolvimento já realizado nas áreas de idealização, produção e comercialização já postas em curso por diversas empresas do ramo da electrónica e computação. Estes dispositivos e suas funções, são descritivos das capacidades actuais de cada um dos barramentos. USB Cabo de Transferência de Dados USB (Liga dois computadores) Este cabo permite conectar de forma directa dois computadores (PCPC, PC-MAC ou MAC-MAC). Disponibiliza funções de gerência de energia, wake-up remoto e funções de impressão de ficheiros remotos. Pode conectar computadores iMAC, G3, G4 e iBooks da gama Apple com os Sist. Operativos 8.5, 8.6 ou 9.0. Ou PC compatíveis com IBM, com qualquer sistema operativo MS Windows a partir da versão 98. Imagem 5.1 - Cabo de Transferência de Dados USB 93 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Adaptadores USB -» Série DB 9 e DB 25 Estes adaptadores suportam o interface série RS-232, uma velocidade de transferência até 1 Mbps, wake-up remoto e gerência de energia. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98 ou 2000. Imagem 5.2 - Adaptadores USB -» Série DB 9 e DB 25 Adaptador USB -» PS/2 É possível conectar um teclado e um rato PS/2 de forma simultânea a este único adaptador. É compativel com a tecnologia Plug and Play. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98 e 2000. Imagem 5.3 - Adaptador USB -» PS/2 94 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Cabo com Brigde de Rede Este dispositivo permite a ligação de um PC a uma rede. É compatível com os protocolos TCP/IP, NetBEUI e IPX/SPX e com o ambiente móvel de rede SOHO. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98, ME e 2000. Imagem 5.4 - Cabo com Brigde de Rede Adaptador USB -» Ethernet (10 Base-T) Este adaptador permite conectar um PC a uma rede Ethernet sem existir a necessidade de adicionar mais placas de rede no computador, isto tudo através da ligação do dispositivo a uma porta USB. Possui 16 x 1.5K buffers RAM internos. Utiliza a camada MAC Ethernet 10/100 Base-T (10/100 Mbps). A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98, ME e 2000. Imagem 5.5 - Adaptador USB -» Ethernet (10 Base-T) 95 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Adaptadores USB -» Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5 Estes adaptadores permitem conectar Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5 de forma fácil e intuitiva. Possuem Suporte ATAPI-4 para Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98 e 2000. Imagem 5.6 - Adaptadores USB -» Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5 Adaptador USB -» Vídeo Este adaptador permite conectar dispositivos de captura de imagens vídeo, paradas ou em movimento. Funciona como bridge entre o PC e uma camera analógica de vídeo ou um vídeo gravador, convertendo o sinal analógico proveniente desses dispositivos em sinal digital. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98, ME, 2000 e XP. Imagem 5.7 - Adaptador USB -» Vídeo 96 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Adaptador Bluetooth USB Este adaptador permite um PC ou PDA a qualquer telefone móvel ou qualquer outro dispositivo que suporte esta tecnologia. O adaptador está em conformidade com a especificação Bluetooth™ 1.1. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98/SE, Windows ME, Windows 2000, Windows XP, WinCE, Pocket PC 2002. Imagem 5.8 - Adaptador Bluetooth USB Controlo Remoto Digital USB Este dispositivo é um controlo remoto digital de infravermelhos que permite controlar aplicações multimédia de uma forma fácil e intuitiva. Entre todas as aplicações que este dispositivo consegue controlar destacam-se o MS PowerPoint, QuickTime, RealPlayer, Winamp, podendo assim ser configurado para controlar outras aplicações. É também possível controlar outros dispositivos, tais como, leitores de CD, DVD e MP3. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98, e Mac com sistema operativo igual ou superior ao 8.5.1. Imagem 5.9 - Controlo Remoto Digital USB 97 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Adaptador Áudio USB Este dispositivo permite transferir dados Áudio Stereo de e para um computador a partir de uma porta USB. Pode conectar computadores PowerMac, Titanium PowerBook, iBooks e qualquer outro Mac da gama Apple ou qualquer PC compatível IBM. Imagem 5.10 - Adaptador Áudio USB Adaptador USB -» ADB Este adaptor permite conectar dispositivos ADB por intermédio de uma porta USB. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98, e PowerBook G3 e Mac com sistema operativo igual ou superior ao 8.5.1. Imagem 5.11 - Adaptador USB -» ADB 98 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Mini HUB USB Devido ao seu tamanho reduzido, este pequeno dispositivo é ideal para utilizar em computadores portáteis. Possui quatro portas USB. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98, com Linux 2.4.1 ou superior e Mac com sistema operativo igual ou superior ao 8.6. Imagem 5.12 - Mini HUB USB Adaptador do Isqueiro para iPOD Oferece alimentação eléctrica para um iPOD a partir do isqueiro do carro através de uma ligação USB. Utilização com iPOD. Imagem 5.13 - Adaptador do Isqueiro para iPOD 99 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Switcher USB Permite fazer qualquer combinação entre computadores (compatíveis IBM ou Mac), monitorizar dois computadores apenas com um monitor, alternar utilização de vídeo, teclados, ratos e outros periféricos. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98, e Mac com sistema operativo igual ou superior ao 8.6. Imagem 5.14 - Switcher USB 100 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Adaptador para PDAs DB9 -» USB Permite a conexão de PDA’s a computadores pessoais. O adaptador pode conectado a um PC ou Mac através de uma ficha USB e na outra extremidade a um Palm Organizer, Sharp Wizard ou a um PDA com o Windows CE. Imagem 5.15 - Adaptador para PDAs DB9 -» USB 101 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire FireWire Cabo Adaptador FireWire -» i.LINK Este cabo possui uma ficha de seis pinos FireWire numa extremidade e uma ficha i.Link de 4 pinos na outra. Pode ser utilizado na conexão de um dispositivo FireWire com um dispositivo i.Link. Imagem 5.16 - Cabo Adaptador FireWire -» i.LINK Adaptador FireWire -» Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5 Este adaptador permite conectar Discos Rígidos IDE 2.5 e 3.5 através de uma ligação FireWire. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98 SE, ME, 2000 e XP, ou PowerMac com sistema operativo Mac OS 9.x. Imagem 5.17 - Adaptador FireWire -» Discos Rígidos IDE 2.5/3.5 102 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Adaptadores FireWire -» Ultra SCSI Este adaptador permite conectar dispositivos Ultra SCSI por intermédio de uma porta FireWire. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98 SE, ME, 2000 e XP, ou PowerMac com sistema operativo Mac OS 9.x. Imagem 5.18 - Adaptadores FireWire -» Ultra SCSI Cartão PCMCIA com Barramento FireWire Permite adicionar a tecnologia FireWire a computadores portáteis que não suportam a tecnologia. Este cartão é PCMCIA type II. Permite ligar entre outros dispositivos, discos duros e drives ZIP. Qualquer computador com processador de velocidade igual ou superior a 300 MHz e com um dos seguintes sistemas operativos: Windows 98SE, Windows 2000, Mac OS 8.6. Imagem 5.19 - Cartão PCMCIA com Barramento FireWire 103 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Repetidor FireWire Permite repetir os sinais transmitidos através de um cabo FireWire, possibilitando assim a comunicação entre dispositivos FireWire a distâncias muito maiores. Compatível com todos os dispositivos FireWire. Imagem 5.20 - Repetidor FireWire Conversores de Sinais Analógicos em DV e DV/TV FireWire Estes conversores permitem converter qualquer sinal analógico de Áudio e Vídeo no formato de vídeo digital com saída FireWire. A sua utilização é suportada por PC compatíveis com IBM com o sistema operativo Windows 98 SE, ME, 2000 e XP, ou PowerMac com sistema operativo Mac OS 9.x. Imagem 5.21 - Conversores de Sinais Analógicos em DV e DV/TV 104 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Unidade de armazenamento FireWire Esta unidade de armazenamento de pequenas dimensões, em forma de porta chaves permite o armazenamento de dados em cartões de memória. É possível, através da utilização de este dispositivo sobre o sistema operativo Mac OS 9.2 ou OS X, efectuar o booting do próprio sistema através do cartão de armazenamento de dados conectado. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98SE, e Mac com os sistemas operativos OS 9.1, 9.2 e OS X. Imagem 5.22 - Unidade de armazenamento FireWire 105 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Drive de Vídeo Digital FireWire Este dispositivo permite a transferência directa de Vídeo Digital para uma unidade de armazenamento contida no interior do periférico. Esta unidade tem um tamanho de 20 GB e permite gravações de vídeo com um tempo total acumulado de 1 hora e 40 minutos. Quando conectada a um PC ou MAC, esta drive é imediamente reconhecida pelo sistema operativo. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98SE, e Mac com os sistemas operativos OS 9.1, 9.2 e OS X. Imagem 5.23 - Drive de Vídeo Digital FireWire 106 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Widgets (adaptadores DV-In) Este dispositivo não possui qualquer ligação USB ou FireWire, mas pode ser utilizado em cameras digitais que por sua vez, podem utilizar algum desses barramentos (com principal incidência FireWire). Este pequeno aparelho é ligado à ficha LANC das câmaras e altera os códigos de bloqueio do sistema DV-In. Basta carregar no botão que alteração é efectuada em 30 segundos. Com o DV-In activado o botão do aparelho funciona como botão RECORD/PAUSE. Não necessita de PC e dá para activar diversas câmaras. Compativel com cameras da gama Sony_Mini-DV, Sony_Digi-8, Panasonic, Canon, JVC/Thomson, Samsung e Sharp. Imagem 5.24 - Widgets (adaptadores DV-In) 107 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire USB & FireWire HUB COMBO FireWire/USB Este HUB é uma das formas de conciliar fisicamente os interfaces USB e FireWire. Este dispositivo disponibiliza portas USB assim como portas FireWire de uma forma independente e suportando as duas especificações standard em termos de transferência de dados como em termos fornecimento de alimentação eléctrica aos dispositivos conectados. É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98, e Mac com sistema operativo igual ou superior ao 8.6. Imagem 5.25 - HUB COMBO FireWire/USB 108 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 5 – Hardware USB & FireWire Drive de Armazenamento FireWire/USB Este dispositivo é uma drive portátil de armazenamento de grandes dimensões. Pode ser adquirido com (ou sem) a unidade de armazenamento. O tamanho máximo destas unidades é de (60 GB). É compatível com todas as versões do MS Windows a partir da versão 98SE, e Mac com os sistemas operativos OS 9.1, 9.2 e OS X. Imagem 5.26 - Drive de Armazenamento FireWire/USB 109 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 6 – Conclusão 6. Conclusão Em forma de conclusão, e referindo as várias formas de interligação sobre as quais este projecto se debruçou, deixo as seguintes considerações: Em relação às Portas Série e Paralela, e ao contrário da fácil dedução de que irão desaparecer muito em breve, devemos ter em conta que existem ainda muitos milhões de periféricos a serem utilizados em computadores pessoais utilizando esta forma de interligação. Perante este cenário não é lógico admitir uma rápida transição para a norma USB ou FireWire, até porque dispositivos como um rato, lightpen ou trackball não necessitam de uma maior capacidade de transferência do que aquela que lhes é fornecida através de uma Porta Série. No caso dos dispositivos conectados através da Porta Paralela, destaca-se a impressora como sendo a maior e mais clássica utilização deste tipo de conexão. Neste momento estima-se que ainda exista em funcionamento uma grande quantidade de impressoras que não estão preparadas para serem conectadas pelas normas USB ou FireWire. Sendo que, no caso da impressora possa ser necessária uma forma mais rápida de transferência de dados do que a fornecida pela Porta Série, não se justifica que sejam implementadas formas de ligação de alta velocidade até porque o próprio funcionamento da 110 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 6 – Conclusão maior parte das impressoras utilizadas pelo consumidor comum não iria tirar rendimento significativo das mesmas. Contudo, é de referir a maior facilidade de instalação por parte de uma impressora através de uma conexão USB do que propriamente através de uma Porta Paralela. Este pormenor, ainda que desvantajoso para a utilização de Portas Paralela face ao barramento USB não se torna benéfico quando é tido em causa o factor preço. Falando agora do tema principal do projecto, ou seja, das tecnologias USB e FireWire, e abordando numa perspectiva temporal o seu percurso, é de referir que no início, aquando do nascimento das primeiras especificações de ambos os barramentos, aquilo que era tido como uma coabitação pacífica e complementar dos mesmos, ao longo do tempo tem vindo a transformar-se numa guerra de mercado. A coabitação inicial era devida à quase auto designação em termos de utilização por parte de cada um dos barramentos, ou seja, o USB era utilizado em dispositivos que apenas necessitavam de transferências de dados de baixa velocidade como teclados, enquanto o FireWire era utilizados com dispositivos que necessitavam de uma maior largura de banda, como é o caso das cameras de vídeo. 111 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 6 – Conclusão No entanto, o tempo foi passando e hoje em dia, o barramento USB 2.0 (480 Mbps) acaba por ter uma taxa máxima de transferência superior à disponibilizada através do barramento FireWire definido na especificação IEEE 1394a (400 Mbps). Daqui podemos retirar várias conclusões, entre as quais o facto de, teoricamente, o barramento USB 2.0 oferecer uma maior largura de banda, necessária para dispositivos que façam transferências do tipo isócrono. Na prática isto pode não se verificar, devido a que, e ao contrário do que acontece no barramento FireWire, no USB podem desenrolar-se várias transações simultâneas, fazendo com que deste modo, a largura de banda destinada a uma determinada transferência isócrona possa ser inferior à disponibilizada no protocolo concorrente (FireWire). Uma outra inferência seria respeitante ao seguinte exemplo: termos apenas uma camera digital conectada no barramento USB, sem a existência de qualquer outro dispositivo conectado. Este é um exemplo simples, mas em que acaba por ser mais vantajosa a utilização USB. Outra vantagem do USB é o preço. Embora os níveis de preços de dispositivos e cabos FireWire tenha vindo a descer, financeiramente ainda é mais compensatória a utilização USB. Por outro lado dispositivos como cameras digitais de alta qualidade, são desenvolvidos em maior número possuindo o barramento FireWire, isto deve-se à maior implementação desta norma por parte das empresas (entre as quais se destaca a Sony e Kodak) produtores de dispositivos de aquisição de imagem (vídeo ou estática). 112 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 6 – Conclusão Poderiam ser descritos mais alguns exemplos sobre as vantagens e desvantagens que cada barramento tem sobre o outro. Mas de facto, na minha óptica destacam-se duas situações em que nenhuma delas tem vantagem sobre a outra: Como já foi dito anteriormente, o dilema USB vs. FireWire tornou-se uma guerra de mercado. Mas o vencedor não pode ser definido como sendo aquele que ao fim de um determinado período de tempo, tem uma maior implementação de portas nos painéis de qualquer computador pessoal, até porque o barramento FireWire assenta toda a sua estratégia em ambientes que não comportam e muito menos necessitam da utilização dos mesmos. Uma outra situação seria (como já li em muitas referências) o facto de o USB ter uma mais longa e portanto maior implementação no mercado. Esta consideração deve-se somente ao facto de que os maiores produtores de computadores (IBM e Intel) apoiarem o desenvolvimento do barramento USB e disponibilizarem-no nos novos sistemas (Hardware) que produzem. Toda esta suposta vantagem não faz sentido, visto que na óptica da implementação FireWire, o seu barramento seria independente do ambiente PC. 113 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 6 – Conclusão Resumindo, é possível dizer que a implementação do barramento USB é mais vantajosa quando pretendemos utilizá-lo em dispositivos que realizam transferências de dados do tipo assíncrono e quando é necessário interligar ou gerir esses mesmos dispositivos a partir de um computador pessoal que toma a função de HOST do sistema. Por sua vez, a utilização da tecnologia FireWire é mais direccionada na utilização de dispositivos de aquisição e transferência de imagem, que utilizem transações do tipo isócrono com/sem a necessidade da interligação de um PC no barramento. 114 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 7 – Glossário & Bibliografia 7. Glossário & Bibliografia Glossário Bluetooth - É uma tecnologia de transmissão de dados que permite a criação de Redes de Área Pessoal (Personal Area Networks), facilitando aos usuários a transmissão de dados a uma velocidade de 1Mbps a uma distância de até 10 metros na frequência de 2,4Ghz. Esta tecnologia foi desenvolvida pelo Bluetooth Special Interest Group composto por mais de 1200 empresas. Hot Plugging – Também denominado por hot swapping, esta tecnologia representa a possibilidade em adicionar ou remover acessórios e/ou periféricos a um computador enquanto este está ligado e em que o Sistema Operativo reconhece de imediato as alterações efectuadas. Esta tecnologia é suportada por dois tipos de barramento externo, o USB (Universal Serial Bus) e o FIREWIRE (IEEE 1394). Esta capacidade está relacionada com o standard PCMCIA. 115 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 7 – Glossário & Bibliografia IEEE – Abreviatura para Institute of Electrical and Electronic Engineers. É uma organização que inclui engenheiros, cientistas e estudantes de electrónica assim como outras áreas relacionadas com a computação. É responsável pela sugestão e criação de normas para diferentes áreas da Engenharia Electrotécnica e Informática. PCMCIA – Abreviatura para Personal Computer Memory Card International Association, é uma organização que consiste em 500 empresas que desenvolveram um standard para um pequeno tipo de acessório, do tamanho de um cartão de crédito denominado PC Card. Originalmente criado para adicionar memória em computadores portáteis, o standard PCMCIA foi expandido por diversas vezes e a sua utilização é agora possível em diversos tipos de acessórios. Existem 3 tipos de cartões PCMCIA (Type I, II ou III) todos com as mesmas dimensões de comprimento e largura (85.6 por 54 milímetros) e diferentes apenas na grossura do cartão (3.3, 5.5 ou 10.5 milímetros). 116 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 7 – Glossário & Bibliografia Plug And Play (PnP) – Representa a possibilidade que o sistema de um computador tem em configurar automaticamente dispositivos de expansão do próprio computador ou outro tipo de periféricos. Esta tecnologia surgiu de modo a terminar com o inconveniente de ter que configurar switches, jumpers ou outros elementos de configuração durante a instalação de novo hardware e passar apenas a ligar (plug) e a tirar partido do mesmo (play). Ponto a ponto (peer-to-peer). Rede que dispensa o uso de servidor. As redes locais montadas sobre os protocolos do Windows, por exemplo, são redes peer-to-peer. É o contrário das aplicações clienteservidor em que um computador (o servidor) permite que outras máquinas (clientes) usem seus serviços. Small Office Home Office. Um conceito que faz referência a pequenos negócios e escritórios domésticos. Visa optimizar a tecnologia que envolve computadores, efectua a tarefa de secretária electrónica possibilitando a montagem de escritórios domésticos mais baratos e flexíveis. UART – Abreviatura para universal asynchronous receivertransmitter, representa um componente informático que gere as comunicações assíncronas de série. Todos os computadores contêm um UART que gere as Portas Série e, existem também alguns modems internos que possuem o seu próprio UART. 117 Projecto 5º Ano – Ramo Computadores e Sistemas - DEI – ISEP Capítulo 7 – Glossário & Bibliografia Bibliografia Portas Série http://www.lvr.com/serport.htm http://www.taltech.com/TALtech_web/resources/intro-sc.html http://www.ctv.es/pckits/tpserie.html http://www.beyondlogic.org/serial/serial.htm http://www.ctv.es/pckits/tutorial.html Portas Paralela http://zone.ni.com/devzone/conceptd.nsf/webmain/72C6FC6CE4AD4 D1386256B1800794596 http://www.lvr.com/parport.htm http://www.ctv.es/pckits/tutorial.html http://www.linux-tutorial.info/cgi-bin/display.pl?132&0&0&0&3 http://www.beyondlogic.org/spp/parallel.htm USB http://www.usb.org http://www.usbman.com http://www.apple.com/usb/ http://www.everythingusb.com http://www.usb-drivers.com/companies/95.htm www.orangemicro.com/updateusb2mac.html FIREWIRE http://www.apple.com/firewire/ http://www.1394ta.org http://www.dvcentral.org/Firewire.html Outros termos e assuntos http://www.webopedia.com 118