18 Quinta-feira 8 de outubro de 2015 Jornal do Comércio - Porto Alegre Internacional SÍRIA IMIGRAÇÃO Pentágono rejeita operações em conjunto com a Rússia Norte-americanos criticam Moscou por atacar grupos opositores O Pentágono não vai cooperar militarmente com a Rússia em suas operações antiterrorismo na Síria, porque a estratégia de Moscou é “tragicamente falha”. A informação foi passada ontem pelo secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter. Em entrevista concedida durante visita oficial a Roma, Carter ressaltou que os norte-americanos não colaborarão com Moscou enquanto a Força Aérea russa continuar “bombardeando posições de grupos que não são a facção radical Estado Islâmico (EI)”. Até que os ataques cessem, afirmou, as autoridades militares dos dois países manterão conversas básicas e técnicas para evitar possíveis incidentes no espaço aéreo sírio. Antes da fala de Carter, na Rússia, o porta-voz do ministério da Defesa, general Igor Konashenkov, disse que seu país poderia trabalhar em conjunto com os norte-americanos para “coordenar os bombardeios”. “Apesar do que dizem os russos, nós não concordamos em cooperar com a Rússia enquanto eles continuarem com a estratégia errada de atingir alvos da oposição síria”, argumentou Carter. O secretário também disse estar preocupado com a grande ofensiva do Exército da Síria, iniciada ontem, com apoio de ataques aéreos russos sobre redutos da oposição em regiões no Cen- PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP/JC Os líderes de Alemanha e França pediram ontem uma maior unidade no continente, no momento em que a União Europeia (UE) luta para lidar com o maior número de imigrantes em décadas. Falando no Parlamento Europeu no 25º aniversário da reunificação da Alemanha, a chanceler Angela Merkel e o presidente da França, François Hollande, advertiram para os riscos do nacionalismo em resposta à crise. “A Europa apenas terá sucesso em combater as causas da imigração se trabalharmos juntos, e é apenas unidos que evitaremos os riscos de uma viagem sem fronteiras”, discursou Merkel. Hollande, por sua vez, advertiu para o risco de a UE “voltar às fronteiras nacionais” caso os países não atuem juntos para gerenciar a crise. Países da Europa Central e do Leste Europeu foram alvos de críticas recentes de França e Alemanha, após se recusarem a concordar com um plano para redistribuir candidatos a asilo político que ingressaram por Itália e Grécia. Cerca de 550 mil pessoas chegaram aos dois países desde o início do ano, e autoridades da UE esperam que outros milhões cheguem nos próximos anos. CHILE Grevistas exigem melhores salários Para o secretário Ashton Carter, russos adotaram a ‘estratégia errada’ tro do país. Além disso, criticou o “comportamento irresponsável” da Rússia de permitir a entrada de seus aviões no espaço aéreo da Turquia. As movimentações russas provocaram atrito entre o Kremlin e a Otan (aliança militar do Ocidente). Desde que iniciou sua intervenção no conflito sírio, há uma semana, Moscou vem pressionando o Ocidente para coordenar esforços contra o EI. A Rússia busca uma solução que mantenha no poder o presidente Bashar al-Assad, cujo regime é aliado de longa data do Kremlin. A posição russa é duramente criticada pelos EUA, que apostam na queda de Assad desde o início da guerra civil na Síria, há quatro anos e meio. Atualmente, Washington oferece apoio para grupos da oposição e, desde 2014, lidera uma campanha internacional de ataques aéreos contra alvos do EI sem, contudo, coordenar ações com o Exército sírio. Navios de guerra lançam mísseis a partir do Mar Cáspio Quatro navios de guerra russos localizados no Mar Cáspio lançaram 26 mísseis contra posições da facção radical Estado Islâmico (EI) na Síria, disse o mi- Merkel e Hollande defendem união para lidar com refugiados nistro da Defesa russo, Serguei Shoigu, ao lado do presidente Vladimir Putin em um pronunciamento transmitido pela TV. Para chegar à Síria, os mísseis AFP/JC Artefatos cruzaram cerca de 1,5 mil quilômetros e diversas fronteiras percorreram cerca de 1.500 quilômetros e cruzaram diversas fronteiras nacionais. Shoigu insistiu que a operação destruiu todos os seus alvos e que não mirou áreas ocupadas por civis. A Rússia iniciou, há uma semana, uma campanha de ataques aéreos na Síria em favor do presidente Bashar al-Assad com o objetivo declarado de combater grupos terroristas. Até agora, Moscou usava bases no Mediterrâneo e na Síria para viabilizar sua operação. Desde que começou seus bombardeios, a Rússia é criticada pelo Ocidente por supostamente ter atacado posições de rebeldes sírios apoiados pelos Estados Unidos, por enviar mais soldados e navios em apoio a Assad e por invadir o espaço aéreo da Turquia. O Chile enfrenta greves dos guardas prisionais, empregados do Registro Civil e dentistas de postos e hospitais públicos. Os problemas começaram na segunda-feira e agravaram-se ontem, após a ministra da Justiça, Javiera Blanco, interromper as negociações com os dirigentes sindicais, acusando-os de “dar uma bofetada nas pessoas”, dizendo a elas que colocam seus interesses acima da segurança das pessoas. Em resposta à ministra, os guardas - que pedem melhora salarial, maior facilidade para promoções e reforço no pessoal -, ocuparam as dependências da prisão de mulheres de Santiago. O diretor do serviço penitenciário, Tulio Arce, informou que a vigilância nas cadeias está assegurada e que as visitas e a entrega de alimentos aos detentos continuam. Já o Sindicato de Cirurgiões Dentistas e de Químicos Farmacêuticos e Bioquímicos anunciou paralisação de 48 horas, após seus representados serem excluídos de um acordo entre o Ministério da Saúde e o sindicato dos médicos, impedindo que os profissionais que trabalham 44 horas ou mais no sistema estatal recebam um aumento. Outro conflito sério enfrentado pelo governo é a paralisação de uma semana dos funcionários do Registro Civil, que deixaram de entregar cédulas de identidade e passaportes nesse período. CIÊNCIA Nobel de Química é dado a trio por pesquisa sobre reparação do DNA Três cientistas foram agraciados com o Prêmio Nobel de Química deste ano por estudos para mapear como as células reparam o DNA danificado. A descoberta possibilitou o desenvolvimento de novos tratamentos para o combate ao câncer, entre outros avanços, apontou a Real Academia de Ciências da Suécia. O trabalho de Tomas Lindahl, da Suécia, Paul Modrich, dos EUA, e Aziz Sancar, que tem cidadania turca e norte-americana, resultou numa caixa de ferramentas para reparos do DNA e salvaguardar a informação genética. “O trabalho deles forneceu um conhecimento fundamental sobre como uma cé- lula viva funciona”, diz o comunicado da academia sueca. Lindahl é professor emérito da Cancer Research UK, no laboratório Clare Hall, na Inglaterra. Modrich é professor de Bioquímica na Duke University School of Medicine, em Durham, Carolina do Norte; e Sancar leciona Bioquímica e Biofísica na University of North Carolina School of Medicine em Chapel Hill, também na Carolina do Norte. O valor concedido aos vencedores é de 8 milhões de coroas suecas (US$ 953.500). Hoje, será divulgado o Nobel de Literatura; amanhã, o da Paz; e, na segunda-feira, o de Economia.