Universidade Federal de Goiás
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós - Graduação em Biologia
James Oluwagbamigbe Fajemiroye
Estudo da atividade tipo-ansiolítica das folhas de Pimenta
pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum - Myrtaceae
Goiânia
2012
1
James Oluwagbamigbe Fajemiroye
Estudo da atividade tipo-ansiolítica das folhas de Pimenta
pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum - Myrtaceae
Dissertação apresentada ao programa de
Pós-Graduação em Biologia do Instituto de
Ciências Biológicas da Universidade Federal
de
Goiás,
como
requisito
parcial
para
obtenção do Título de Mestre em Biologia.
Orientador: Prof. Dr. Elson Alves Costa
Goiânia
2012
2
Nature is just enough; but men and women must
comprehend and accept her suggestions.
Antoinette Brown Blackwell (1825 - 1921).
3
Dedico este trabalho ao Principe da paz; salvador da minha vida; Nele eu
me inspiro, fortaleço e sou mais que vencedor - Ao Deus poderoso
Muito obrigado pela graça e sabedoria.
4
AGRADECIMENTOS
•
Aos meus pais, Fajemiroye Akinfisayo Isaac e Fajemiroye Abosede Alice (RIP)
Agradeço a vocês pelos momentos inesquecíveis. A convivência foi tão curta,
mas a experiência encheu a minha infância com amor e carinho. Lembrança
eterna;
•
Ao meu Orientador, Prof. Dr. Elson Alves Costa, obrigado pelos ensinos,
paciência, amizade e os demais incentivos que favoreceram a aprendizagem,
além dos conselhos e orientações;
•
Agradeço a Dona Ana Ceres de Sousa Freitas por todo o apoio e orientação;
•
Aos meus avôs Dorcas Ogunyileka e Benjamen Ogunyileka (RIP) – A memória
do seu amor e cuidado por mim permanece indeletável em meu coração;
•
Aos professores e Amigos: Profa. Nusa de Almeida Silveira. Prof. Paulo César
Ghedini, Prof. Cirano José Ulhoa, Profa. Kátia Fernandes, Profa. Simone Maria
T. de Saboia Morais, Profa. Lee Chen Chen, Prof. José Realino de Paula, Prof.
Edemilson Cardoso da Conceição e Profa. Joelma Abadia Marciano de Paula,
obrigado pelo ensino, disponibilidade, amizade, paceira e conselho que foram
importantes para a minha formação. Agradeço pela oportunidade de aprender
com vocês e pelo conhecimento que construí ao longo desses 2 anos de
pesquisa;
•
Aos Pastores José Marques de Brito e Maria José da Silva Brito, muito
obrigado por todo o carinho, oração e motivação; e os demais membros da
Família Luz Para os Povos por terem me dado uma maravilhosa amizade e
apoio espiritual. Deus os Abençoe;
•
Jonathan Akintade, Fajemiroye Adelani, Felix Ayoh Omidire, Alex Colman
Apunike, Mr Adekunle, Mr Adekunle Abidemi, Joseph Shodeinde, Ogunjunses,
Fatundes, Aderoju Adesiyan, Dimeji Falope, Akinade Ogunleye, Abdulrazak
Baba Ibrahim, Oguntimehin Olumide, Mofoluso Omoniyi pelo auxílio moral e
financeiro;
•
Aos meus colegas: Adriane, Marcos Vinicius, Iziara, José Luiz, Fabio, Pablinny,
Roberta, sem os quais esse trabalho não teria sido feito. Obrigado por tudo,
que Deus os pague;
5
•
Aos meus amigos: Fabyano Lopes e Amanda Rodrigues (Brasil), Muyiwa Ojo
(UK), Ogunmola Mayowa (UK), Adeniyi Babatunde Olufemi (Nigeria), Osmar
Nascimento de Silva (Brasil) que estiveram ao meu lado em momentos bons e
em momentos difíceis. Obrigado por tudo meus queridos;
•
À secretária Tizuko Iwamoto Valadares, Gleizilene Braz Pereira dos Santos e o
Higo Figueiredo do Programa de Pós-Graduação em Biologia, obrigado pelo
serviço, apoio e carinho;
•
A todos que de alguma forma me auxiliaram, cujos nomes não mencionei;
•
Ao financiador deste trabalho, Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de mestrado concedida sem a qual
não seria possível a realização deste trabalho;
•
Aos meus irmãos, Oluwafunmibi, Oluwafemi, Oluwarotimi and Oluwabukola;
•
Para o final guardei o agradecimento a uma pessoa sem a qual certamente eu
não teria conseguido. Ela esteve comigo nos momentos mais conturbados,
mais difíceis, e também mais felizes. Ela me apoiou, ensinou e direcionou o
meu caminho para ser uma referência. Ela investiu muito em minha vida e
acreditou nos meus sonhos. Suas lágrimas de amor, sacrifícios, oração sempre
me inspiraram a fazer as coisas certas. Ela me fez acreditar que posso sempre
fazer o melhor. Ela encheu minha vida de alegria, amor e carinho. Para a
minha Tia (Mrs) Esther Akintade, todo o meu amor e carinho. Desejo-lhe uma
longa vida com boa saúde e prosperidade.
6
SUMÁRIO
PARTE I ........................................................................................................................ 8
RESUMO....................................................................................................................... 9
ABSTRACT ................................................................................................................. 11
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... 13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................... 14
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15
1.1. Importância das plantas medicinais ........................................................................ 15
1.2. Família Myrtaceae ............................................................................................... 20
1.3. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum.............................................. 21
1.4. Ansiedade ........................................................................................................... 23
1.5. Bases Estruturais - biológicas da ansiedade ............................................................. 24
1.6. Tratamento farmacológico da ansiedade ................................................................. 27
JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 33
OBJETIVOS................................................................................................................. 34
3.1. Objetivo geral ..................................................................................................... 34
3.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 35
PARTE II ..................................................................................................................... 45
ARTICLE I: Central activities of Pimenta pseudocaryophyllus (Published In International
Journal Of The Medicinal And Aromatic Plants) ............................................................... 46
ABSTRACT ................................................................................................................. 46
ARTICLE II: Involvement of 5-HT1A in the anxiolytic-like effect of dichloromethane fraction
of Pimenta pseudocaryophyllus (Submitted To Journal Of Ethnopharmacology) ................... 47
ABSTRACT ................................................................................................................. 47
CONCLUSÕES GERAIS............................................................................................... 48
PERSPECTIVAS FUTURAS ......................................................................................... 49
7
PARTE I
8
RESUMO
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum – Myrtaceae, conhecida
popularmente como Craveiro, é a única espécie deste gênero na flora brasileira
sendo
nativa
do
pseudocaryophyllus
cerrado. Na
medicina
popular
as
folhas
de
P.
são utilizadas no tratamento de problema menstrual,
digestivo e também na forma de chá como calmante além de outras aplicações
terapêuticas. O aumento alarmante de doenças neurais e a busca de opções
para o desenvolvimento de terapias inovadoras justifica-se o interesse em
estudar esta espécie vegetal quanto ao seu uso popular como calmante. Para
tanto, o extrato etanólico de P. pseudocaryophyllus (EEPp) foi obtido por
maceração do pó das folhas secas em etanol (95%; 1:5). As frações, hexano
(HF), diclorometano (DF), acetato de etila (EAF) e aquosa (AF), foram obtidas
através de partição líquido - líquido do EEPp com solventes de diferentes
polaridades. Camundongos pesando entre 25-35g foram tratados agudamente
por via sc / p.o. / i.p. para realizar o teste geral da atividade farmacológica. A
administração oral foi empregada para os demais testes devido a falta de sinais
indicativos de neurotoxicidade, mesmo na maior dose de 2,0 g/Kg. No teste de
sono induzido por barbitúrico, o EEPp (1 g/Kg) produziu efeito depressor do
SNC pelo aumento na duração e pela diminuição na latência. A identificação
da fração ativa deste extrato foi realizada usando modelos comportamentais
tais como; sono induzido por barbitúrico, campo aberto e testes da caixa claro
escuro (LDB) e labirinto em cruz elevado (EPM). A EAF (0,42 g/Kg) e HF (0,16
g/Kg)
não prolongaram a duração de sono e
não mostraram influência
significativa sobre parâmetros indicativos de efeito tipo-ansiolítico. Os
tratamentos com as frações DF (0,25 g/Kg) ou AF (0,64 g/Kg) potencializaram
o sono induzido e alteraram significativamente o tempo e o número de
cruzamento no centro do campo aberto. A AF produziu efeitos tipo sedativo no
LDB. No entanto a DF (0,125; 0,25 or 0,5 g/Kg) produziu efeito tipo ansiolítico,
de maneira dose-dependente, nos diferentes parâmetros avaliados tanto no
LDB quanto no EPM. Estes resultados sugerem que esta fração possui
9
princípios ativos que podem vir a ser úteis no desenvolvimento de um
medicamento para ser usado no tratamento da ansiedade. Vale ressaltar que
nos efeitos observados com DF não foram vistos sinais indicativos de
neurotoxicidade ou incoordenação motora. Na tentativa de elucidar o
mecanismo de ação envolvido, o pré-tratamento com flumazenil (2 mg/Kg, i.p. –
antagonista do sitio benzodiazepínico do receptor GABAA) não bloqueou o
efeito tipo-ansiolítico da DF e desta maneira exclui a participação do sitio
benzodiazepínico do receptor GABAA neste efeito. No entanto, o efeito tipoansiolítico foi revertido pelo pré-tratamento com NAN-190 ( 0,5 mg/Kg, i.p. –
um antagonista do receptor da 5-HT1A). Este resultado sugere um possível
envolvimento do sistema serotonérgico.
atividade
neurofarmacológica
da
Os resultados obtidos sobre a
fração
diclorometano
com
efeitos
promissores nos modelos de ansiedade requer estudos mais profundos na
caracterização das vias neurobiológicas envolvidas, podendo no futuro
promover
a
sua
aplicação
clínica
e/ou melhor
entendimento
da
fisiopatologia deste transtorno neural.
Palavras – chave: atividade ansiolítica.
pseudocaryophyllus. sistema serotonérgico.
plantas
medicinais.
Pimenta
10
ABSTRACT
Pimenta pseudocaryophyllus, popularly known as Craveiro, is the only species
in this genus native to the cerrado of Brazil. Ethnopharmacological studies
revealed medicinal use of P. pseudocaryophyllus extracts in treating menstrual
and digestive problems as well as emotional tension in the form of soothing tea
among other therapeutic applications in Brazilian folk medicine. Its popular use
is of great interest given the alarming increase in neural diseases and search
for innovative herbal therapy. For the purpose of this study, the ethanolic leaf
extract of Pimenta pseudocaryophyllus (EEPp) was obtained by soaking the
dried leaf powder in ethanol (95%, 1:5). The fractions of hexane (FH),
dichloromethane
(DF),
ethyl
acetate
(EAF)
and
aqueous
(AF)
were
subsequently prepared through EEPp fractionation with solvents of different
polarities. Mice weighing between 25 - 35g were treated acutely (sc / p.o / i.p)
for the general test of pharmacological activity while oral administration was
later explored for most of the central action screening considering lack of any
sign of neurotoxicity even at the highest dose (2 g/Kg). Sleep induced by
barbiturates was potentiated by the ethanolic leaf extract (1 g/Kg) through
prolongation of sleeping time (duration) and reduction in time taken for the loss
of righting reflex (latency). Identification of the active fraction of this extract was
performed using behavioural models, such as sleep induced, open field, light /
dark box test (LDB) and elevated plus maze (EPM). In this manner, only EAF
(0.42 g/Kg) and HF treatments did not increase sleep duration and failed to
demonstrate anxiolytic like effect. Meanwhile, treatment with DF (0.25 g/Kg) and
AF (0.64 g/Kg) showed an increase in sleep duration and significant alterations
of time and number of crossing at the centre of the open field. The AF
demonstrated sedative effect in the LDB. Meanwhile, the DF (0.125, 0.25 or 0.5
g/Kg) showed anxiolytic like activity in both the LDB and EPM in a dosedependent manner. These results suggested the presence of active principles
of the P. pseudocaryophyllus that may be useful in developing a drug for the
treatment of anxiety. It is worthy to state that no sign of neurotoxicity or motor
incoordination was observed with DF treatment. In an attempt to elucidate the
mechanism of action involved, pre-treatment with flumazenil (antagonist of
benzodiazepine site of GABAA receptor) did not block anxiolytic-like effect of DF
11
thereby excluding the participation of this site. However, this effect was
reversed by pretreatment with NAN-190 (an antagonist of the 5-HT1A). This
result suggests a possible involvement of the serotonergic system. In this
case the
results
obtained
on
the
neuropharmacological
activity of
dichloromethane fraction showed promising effect in anxiety model which
require further extensive study to characterize
neurobiological pathways
involved for possible clinical application and better understanding of the
pathophysiology of this neural disorder.
Keywords: anxiolytic activity. medicinal plants. Pimenta pseudocaryophyllus.
serotonergic system.
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Área de distribuição original do cerrado (Conservação internacional,
2007). ............................................................................................................... 19
Figura 2. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Aspecto geral da planta, B) detalhe
do tronco (Paula, 2006). ................................................................................... 21
Figura 3. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Ramo mostrando aspecto geral da
inflorescência (Souza e Lorenzi, 2005); B) Ramo mostrando aspecto geral da
folha, frutos imaturos - verdes e maduros – negros (Paula, 2006). .................. 22
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTH -
Hormônio adrenocorticotrófico
BZDs -
Benzodiazepinicos
CRF -
Fator de liberação de corticotropina
DF -
Dichloromethane fraction (Fração diclorometano)
DSM -
The Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
(Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais)
EEPp -
Etanolic leaf extract of P. pseudocaryophyllus (Extrato etanólico
das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus
EAF -
Ethyl acetate fraction (Fração acetato de etila)
EPM -
Elevated Plus Maze Test (Labirinto em cruz elevado)
GABA -
Gama Amino-Butyric Acid (Ácido Gama - Amino Butírico)
HF -
Hexane fraction (Fração hexano)
HPA -
Hipotálamo - Hipófise – Adrenal
i.p.-
Intraperitoneal
LC -
Locus coeruleus
LDB -
Light Dark Box (Caixa Claro Escuro)
MPCD -
Matéria cinzenta periaquedutal dorsal
NE -
Norepinefrina
OMS -
Organização mundial da saúde
PCPA -
Paraclorofenilalanina
RN -
Núcleos da rafe
sc -
Subcutânea
SNC -
Sistema nervoso central
5HT -
5 - hidroxitriptamina
5-HT1A -
Receptores da serotonina1A
5-HTP -
5-hidroxitriptofano
TAG -
Transtorno de ansiedade generalizada
UFG-
Universidade Federal de Goiás
v.o. -
Via oral
14
Introdução
1.1. Importância das plantas medicinais
Desde tempos remotos, as plantas têm sido uma fonte de remédios e de
produtos vitais, amplamente aplicados pelo homem para prevenir ou curar
diferentes doenças (BAQAR, 2001; FOWLER, 2006). Produtos naturais são
compostos orgânicos que estão presentes em organismos vivos (animais e
plantas). Considerando os produtos naturais originários de plantas, estes são
divididos em dois grupos: metabólitos primários e metabólitos secundários
(RODNEY et al., 2000). Metabólitos primários são aqueles fitoconstituintes que
estão presentes em todas as células da planta e desempenham importante
função no metabolismo e reprodução das mesmas. Os metabólitos secundários, tais como policetídeos, terpenóides, alcalóides e fenilpropanóides são
característicos de uma gama limitada de espécies e não têm uma função
significativa no crescimento e desenvolvimento vegetal (ROSENTHAL, 1991).
Metabólitos secundários evoluíram como agentes de defesa contra predador
e estresse ambiental (HANSON, 2003). Esses compostos possuem uma
grande variedade de aplicações na saúde humana e na produção de produtos
industriais. Estima-se que mais de 40% dos medicamentos têm origem
nesses metabólitos secundários (NEWMAN e CRAG, 2007).
O homem, especialmente aquele que fazia uso de sistemas tradicionais
de medicina, utilizava extrato de planta na forma de decocção, infusão ou chá
como medicamento. Atualmente, na maioria dos países em desenvolvimento
onde a cobertura dos serviços de saúde é limitada, grande parte da população
ainda recorre à medicina popular para o tratamento de suas moléstias. Com
base nos conhecimentos atuais, sabemos que os extratos de algumas dessas
plantas são ativos devido à presença de compostos bioativos. Como exemplos,
a tintura de Atropa belladonna que é usada como antiespasmódica, a tintura da
Papaver somniferum como analgésica, Allium sativum como hipotensora e
antiespasmódica (DANILO-FREIRE-DUARTE, 2005; BOOTH et al., 1993;
ZIYYAT et al, 1997) etc.
No início do século passado, a maior parte da terapia médica nos
países industrializados era dependente de plantas medicinais. Segundo a
15
Organização Mundial da Saúde, mais de 80% da população mundial dependem
do sistema baseado em medicina popular para cuidados de saúde primária
(BANNERMAN et. al., 1983; WHO, 2001), mas com o crescimento da indústria
farmacêutica, a sua utilização caiu.
Dentro das 350.000 espécies de plantas conhecidas até agora, cerca
de 35.000 (alguns estimam até 70.000) são usadas em todo o mundo com fins
medicinais e menos de 0,5% tem sido investigadas quanto ao seu potencial
fitoquímico e farmacológico (HOSTETTMANN e MARSTON, 2002). Atualmente, a indústria farmacêutica está prestando mais atenção às plantas
medicinais visto que os cientistas têm mostrado que elas são fontes quase
infinitas para o desenvolvimento de fármacos. Essa herança verde representa
assim, um enorme reservatório de compostos com potencial terapêutico a
serem descobertos para o tratamento de várias doenças.
De acordo com Samy et al. (2005), um quarto dos medicamentos
disponíveis para prescrição teve suas origens a partir de matéria-prima de
plantas superiores de florestas tropicais. Destes, 74% são derivados de plantas
que tem algum uso relacionado na medicina popular. Compostos usados para
melhorar a saúde humana podem ser consumidos como produtos vegetais
frescos ou podem ser processados. Quando se considera matérias vegetais,
pode ser difícil estabelecer uma nítida distinção entre "nutracêutico",
"medicamento fitoterápico”, "alimentos funcionais" e "fármacos", pois todos eles
podem conter ingredientes bioativos. Eles têm em comum o potencial de
melhorar a saúde humana e não a simples função de fornecer combustíveis
para os processos metabólicos (NEUMANN, et al., 2000; TAIPINA, et al., 2002;
MORÃES e COLLA, 2006). O reconhecimento dos benefícios médicos e
econômicos de compostos vegetais está crescendo no mundo inteiro. Na
década de 90 do século passado, a venda de substâncias químicas extraídas
de alimentos e plantas que promovem a saúde aumentou drasticamente em
muitos países. Isso ocorreu porque as empresas farmacêuticas começaram a
produzir nutracêuticos que são vendidos em farmácias (SAMY et al., 2005).
Muitos alimentos consumidos na Ásia são usados tradicionalmente para
curar doenças humanas específicas e os princípios da medicina chinesa,
muitas vezes refletem esses usos (THOMSON, 2010). No entanto, no ocidente
16
o valor potencial dos alimentos funcionais e fitoterápicos como opção
terapêutica, só recentemente despertou a atenção para os usos tradicionais
das diferentes espécies vegetais que ainda permanecem inexploradas (HUOHSIUNG et al., 2005).
A Etnofarmacologia, como
investigação científica interdisciplinar de
substâncias biologicamente ativas utilizadas pela população,
combina
aspectos da botânica, química de produtos naturais, farmacologia clássica,
farmacognosia, antropologia, medicina e psicologia (SCHULTES, 1962;
MALONE, 1983; SANDBERG, 1987; VERPOORTE, 1989; ETKIN, 1993). Este
estudo, que envolve por um lado as visitas de campo e por outro a investigação
experimental, tem resultado em informações altamente valiosas sobre plantas
medicinais utilizadas em diferentes culturas, proporcionando o desenvolvimento
de
fármacos
(BRUHN
e
HOLMSTEDT,
1981;
HOLMSTEDT,
1991;
FABRICANT e FARNSWORTH, 2001).
Parte do escopo da etnofarmacologia é a documentação das plantas e
animais usados como fármacos e venenos em tais culturas e a descrição
etnográfica da sua preparação e uso. Outro componente importante do estudo
é a aplicação de métodos científicos de taxonomia, química de produtos
naturais e farmacologia convencional, para identificar, isolar e caracterizar os
compostos ativos responsáveis pelas ações de plantas e venenos. Este
aspecto da etnofarmacologia levou à descoberta de moléculas importantes,
que
posteriormente
tornaram-se
integrados
às
farmacopéias
médicas
ocidentais. Exemplos disso foram as descobertas de vincristina, pilocarpina,
reserpina, fisostigmina e outras substâncias (COX e HEINRICH, 2001).
A prática médica tem mostrado que os dados etnofarmacológicos são
fontes importantes para a descoberta de novos fármacos. Cerca de 140 novas
drogas têm sua origem direta ou indiretamente vinculada às plantas medicinais
por meio de métodos científicos modernos (LIU e YANIV, 2005). A ênfase
crescente no uso de plantas medicinais na busca de novos fármacos é, sem
dúvida, uma estratégia correta (LIU e YANIV, 2005).
O Brasil possui uma “farmacopéia popular” muito diversa, baseada em
plantas medicinais, resultante de uma miscigenação cultural, envolvendo
africanos, europeus, indígenas com a introdução de espécies exóticas, pelos
colonizadores, imigrantes e escravos (MARTINS et al., 2003). Os primeiros
17
portugueses que exploraram o país expuseram-se às doenças endêmicas e
diante da escassez de medicamentos, recorreram aos remédios utilizados
pelos povos indígenas, cujo poder de curar logo se tornou conhecido
(CECHINEL FILHO, 1998; SIMÕES et al., 2002).
Brandão et al. (2006; 2008) revisaram as 4 edições da Farmacopéia
Brasileira (PHARMACOPOEIA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, 1926;
FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1959; FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1977;
FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988 -1996), buscando dados sobre as plantas
medicinais e outros produtos vegetais nelas descritas. Os resultados
evidenciaram como a biodiversidade, as plantas nativas e os produtos
derivados foram progressivamente excluídos da medicina oficial brasileira ao
longo dos anos. Assim, na 1º edição existiam 713 monografias referentes a
plantas e a seus derivados, as quais incluíam monografias relacionadas às
plantas nativas (196) e exóticas (517), além de extratos, tinturas, óleo
essencial, entre outros. Além disso, os resultados demonstraram que a partir
da segunda metade do século passado ocorreu intensa substituição das
plantas nativas do Brasil por medicamentos industrializados e outros produtos
vegetais importados, confirmando assim a necessidade de investimentos em
pesquisa de validação das nossas plantas medicinais.
A resolução RDC n0 17 de 24/02/2000 da ANVISA, revogada pela RDC
2010, dispõe sobre a regulamentação da produção e registro de fitoterápico no
Brasil. A RDC n0 48 define que os fitoterápicos são medicamentos
exclusivamente de origem vegetal, cuja eficácia e segurança devem ser
assegurados por levantamentos etnofarmacológicos e ensaios biológicos.
Assim, a legislação de fitoterápicos exige que as empresas realizem estudos
de eficácia e toxicidade de todos os produtos fitoterápicos (BRASIL, 2004)
garantindo reprodutibilidade, constância de sua qualidade e confiabilidade a
estes medicamentos (BRASIL, 2010).
A flora brasileira ocupa extensas áreas territoriais que estão divididas em
seis ecossistemas complexos - Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, o Pantanal Mato-grossense e Pampa. O Brasil posicionou-se como
um detentor de uma grande biodiversidade vegetal.
O bioma Cerrado caracterizado como vegetação de savana na
classificação internacional, estende-se por cerca de 200 milhões de
18
quilômetros quadrados (RATTER, 1992) e contribui com aproximadamente
10.000 espécies das 60.000 fanerógamas distribuídas em todo o país,
ocupando 1/5 do território nacional. É o segundo maior bioma do Brasil (MEIRA
- NETO e MARTINS, 2002), portanto, fonte de muitas espécies vegetais que
exercem forte influência não só sobre o uso terapêutico popular, mas também
nas
atividades
agrícolas,
extrativistas
e
pecuárias
(RODRIGUES
E
CARVALHO, 2001).
O bioma Cerrado é considerado um complexo vegetacional de grande
heterogeneidade fitofisionômica. Situa-se (figura 2) nos estados de São Paulo,
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia,
Maranhão, Piauí, Roraima, Rondônia e Distrito Federal (EITEN, 1990). De
acordo com Almeida et al. (1998), uma grande diversidade de espécies de
plantas são encontradas em muitas cidades do estado de Goiás assim como
em feiras, em barracas e carros, cujo comércio é o meio de subsistência de
vários indivíduos.
Figura 1. Área de distribuição original do cerrado (Conservação
internacional, 2007).
Em 2003, dos 206 fitotérapicos registrados no país, segundo a
Associação Brasileira da Indústria Fitoterápica (ABFito), 89% eram produzidos
com plantas européias (RAVAGNANI, 2004), evidenciando a necessidade dos
estudos fitoquímicos e farmacológicos com plantas nativas do Brasil.
19
1.2. Família Myrtaceae
Geograficamente, as espécies pertencentes à família Myrtaceae
ocorrem amplamente em todo o mundo, com distribuição preferencial nas
zonas tropicais e subtropicais (BARROSO et al., 1984;. LEGRAND e KLEIN,
1978). Myrtaceae, uma das famílias mais importantes e dominantes da flora
brasileira, especialmente na Mata Atlântica (BARROSO e PERÓN, 1994;
LEITÃO-FILHO, 1993; REITZ et al., 1978), é composta por cerca de 3000
espécies (KAWASAKI e HOLST, 2004) distribuídas em aproximadamente 100
gêneros (LANDRUM e KAWASAKI, 1997; KAWASAKI e HOLST, 2004). Na
região Centro Sul (Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina), são encontradas
cerca de 19 gêneros com 1.000 espécies (LANDRUM e KAWASAKI,
1997; LANDRUM, 1986).
Várias ações farmacológicas de diversas espécies desta família foram
estudadas e relatadas na literatura. Pimenta dioica (L.) Merrill possui atividade
analgésica e antipirética (LÓPEZ, 1998). Seu efeito analgésico foi atribuído à
inibição de síntese de prostaglandinas, devido à presença de eugenol. Extratos
etanólico, aquoso e frações obtidas a partir das folhas de Pimenta dioica
mostraram atividade hipotensora em ratas albinas normotensas anestesiadas,
além de um efeito anti-hipertensivo em ratos hipertensos (SUÁREZ et al.,
2000).
Pimenta racemosa (P. Miller) J.W. Moore é uma planta nativa das ilhas
do Caribe, que é utilizada na medicina popular para o tratamento de diferentes
doenças, como dor de dente, dor abdominal, febre, gripe, reumatismo e
pneumonia. García et al. (2004) e Fernández et al. (2001) relataram atividades
analgésica e anti-inflamatória no extrato aquoso das folhas desta espécie.
Syzigium aromaticum (L.) Merr. Perry é rica em eugenol sendo utilizada
no tratamento da dor de dente, infecções de pele e calafrios (FARMACOPÉIA
BRASILEIRA IV, 2002).
Lima et al. (2006) mostraram a atividade antimicrobiana do óleo essecial
das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum para
Candida albicans (ATCC 10231), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas
aeruginosa (ATCC 9027) e Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e relatou o
uso popular de suas folhas na forma de chá como calmante e diurético.
20
1.3. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum
Pimenta, um dos gêneros da família Myrtaceae, possui 15 espécies, das
quais apenas a Pimenta pseudocaryophyllus é nativa da flora brasileira, com
três
variedades
(Pimenta
pseudocaryophyllus
var.
pseudocaryophyllus,
Pimenta pseudocaryophyllus var. fulvescens (DC.) Landrum e Pimenta
pseudocaryophyllus var. hoehnei (Burret) Landrum). As outras espécies são
nativas do Caribe (LANDRUM e KAWASAKI, 1997). P. pseudocaryophyllus é
um arbusto ou árvore, cuja altura varia de 4-10 m, com tronco quase ereto (20
a 30 cm de diâmetro), cinza e fissurado (figura 3 A e 3B).
B
A
Figura 2. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Aspecto geral da planta, B)
detalhe do tronco (Paula, 2006).
Suas folhas são elípticas, obovadas ou elíptico-lanceolada, densamente
cobertas por longos pêlos unicelulares na face inferior e glabra na face superior
(figura 4B). Distingue-se pelas flores tetrâmeras; ovário bilocular, com 3-6
óvulos por lóculo. Sua inflorescência (figura 4A) é um discásio ou uma panícula
de flores geralmente de sete a quinze (LANDRUM, 1986; LORENZI, 2002). A
floração
ocorre
de
dezembro
a janeiro e
a
frutificação de
maio
a
julho (BRANDÃO, 2002).
P. pseudocaryophyllus é popularmente conhecida no Brasil como "paucravo, louro cravo, craveiro, do mato, chá de bugre , limão do mato e rosa
21
casca. Esta espécie foi selecionada para este estudo a partir de uma
abordagem etnofarmacológica, pois é usada na medicina popular brasileira em
diferentes preparações. Em São Gonçalo do Abaeté, MG, Brasil, as folhas são
usadas para fazer chá para gripe (PAULA et al., 2008). No município de
Campos do Jordão, SP, Brasil, as folhas são infundidas para fazer chá
calmante, bem como para tratar problemas de má-digestão e menstruação
(NAKAOKA SAKITA, et al., 1994).
A
B
Figura 3. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Ramo mostrando aspecto geral
da inflorescência (Souza e Lorenzi, 2005); B) Ramo mostrando aspecto
geral da folha, frutos imaturos - verdes e maduros – negros (Paula, 2006).
22
1.4. Ansiedade
Estados de tensão emocional e desconforto são sentimentos que
acometem a todas as pessoas em algum momento de sua vida. Alguns
autores definem a era moderna como a da ansiedade (BALLONE, 2005).
Muitas pessoas acreditam que as pressões de uma sociedade moderna,
tecnológica e competitiva sejam
fatores de grande importância
no
desenvolvimento da ansiedade (FISHER, 1990). Mesmo assim, conceituar
ansiedade não tem sido tarefa fácil para os investigadores, que na verdade
ainda não conseguiram uma definição operacional que fosse totalmente aceita
(BAPTISTA, 2000).
Transtornos de ansiedade estão entre as patologias mentais mais
frequentes na prática clínica (KIRKWOOD e MELTON, 2002). Estas
representam um grupo heterogêneo de distúrbios, provavelmente sem única
etiologia. A ansiedade
é um estado
emocional
que
pode variar
em
intensidade de leve apreensão e nervosismo a um medo intenso e até
mesmo terror, podendo ser uma resposta adaptativa saudável (CHAVES,
2007) ou debilitante. Quando algum nível de estimulação ou excitação é
excedido, o indivíduo terá uma experiência de ansiedade que poderá ser
considerada como patológica (BALLONE, 2005), afetando seu desempenho
(ZEIDNER, 1998). A ansiedade se manifesta de três maneiras principais:
cognitiva, comportamental e reações fisiopatológicas. Desta forma a pessoa
pode perder uma grande parte da capacidade de pensar, agír e executar
tarefas (BALLONE, 2005).
É conveniente ressaltar que a ansiedade quase que invariavelmente
acompanha muitas condições médicas e cirúrgicas. É interessante notar que
a ansiedade pode também exacerbar a dor, e vice-versa. Relação entre dor e
ansiedade é muito comum na prática clínica (STERNBACH, 1968; MELZACK,
1973; GRACHEV et al., 2001). As vezes, os pacientes com transtornos de
ansiedade como patologia primária, também tem experiência de episódios
depressivos (HANS-ULRICH WITTCHEN et al., 2003; ANTJE BITTNER et al.,
2004).
23
Baseado no manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações
Mentais (DSM-IV), a ansiedade possui as seguintes classificações: transtorno
obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, fobias específicas, agorafobia,
transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada
transtorno
de estresse pós-traumático
(CATES
e
THATCHER,
e
1996;
AUGUSTIN, 2005; RANG et al., 2007).
1.5. Bases Estruturais - biológicas da ansiedade
Prova robusta indica que a amígdala medeia à resposta de medo e
estados de excitação aumentada (OHMAN, 2005; DAVIS,1998a; LEDOUX,
1998), além da participação de monoamina. O núcleo central da amígdala
recebe informações das vias visuais, auditivas, olfativas, nociceptiva e visceral
e medeia a integração de informações e execução das respostas de medo
autonômicas e comportamentais. Com a ativação da amígdala, numerosas
vias de mediação da resposta ao estresse-medo são iniciadas (DAVIS,
1998a), levando à liberação de fator de liberação de corticotropina (CRF) em
inúmeras áreas do cérebro,
assim, ocorre a mobilização da resposta de
sistema nervoso central (SNC) ao estresse. Além disso, a ativação direta do
núcleoparaventricular
do hipotálamo
leva
à
liberação
de CRF,
que
estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela glândula
pituitária anterior.
Dois tipos de respostas de medo têm sido descritos: um medo rápido,
em resposta a ameaças imediatas e ativado por uma via direta do tálamo
sensorial para a amígdala, e outra mais lenta, que é ativado por um circuito
Tálamo-corticoamigdalo
que permite a avaliação valiosa cortical sobre as
informações relacionadas com ameaças (KALIN et al., 2004).
O córtex
conhecidas
por
pré-frontal e o
hipocampo são duas estruturas cerebrais
serem importantes
na
fisiopatologia
do
transtorno de
ansiedade (SHIN et al., 2006). Considera-se que o hipocampo participa no
processamento de informações contextuais; diferenciando entre os contextos
de segurança
versus contextos potencialmente perigosos. Disfunção do
hipocampo, conseqüentemente, pode produzir uma resposta de ansiedade ao
estímulo inócuo
com uma
superestimativa de
contextos potencialmente
ameaçadores (SHIN et al, 2006).
24
Tem sido mostrado o papel de alterações de diferentes sistemas de
neurotransmissores, na patogenia da ansiedade, em diferentes estruturas, tais
como sistema límbico (DAVIS, 1997; GARAKANI et al, 2006; LEDOUX,
1998). Desta forma, vários neurotransmissores, entre eles, a noradrenalina,
serotonina, dopamina, L-glutamato, GABA e glicina, peptídeos como o
hormônio liberador da corticotropina (CRH), ACTH e a colecistocinina e
esteróides como a corticosterona têm sido implicados na ansiedade.
Atualmente, alterações nos sistemas gabaérgico, noradrenérgico
serotonérgico,
estão
sendo relacionadas a
alterações
funcionais
e
e
estruturais em área específica do cérebro como a amígdala, córtex pré-frontal,
locus
coeruleus e
hipocampo
como
foi
repetidamente
demonstrado
por estudos de neuroimagem (DELL'OSSO et al., 2010).
Receptores GABAA podem modular as respostas de ansiedade através
de projeções para áreas límbicas, com conseqüente redução do volume de
monoaminas, para o locus coeruleus (LC) e núcleos da rafe (RN) acarretando
supressão
de disparo neurônais (KARDOS, 1999). Desta forma, surgiu a
hipótese de que a regulação baixa do receptor GABAA-benzodiazepínico nos
transtornos de ansiedade resultaria em
uma
diminuição da função dos
neurotransmissores endógeno e a expressão de sintomas característicos da
ansiedade (ARGYROPOULOS e NUTT, 2003).
Diversas linhas de evidência sugerem que a norepinefrina (NE) tem um
papel preponderante na organização do estado comportamental do organismo
de mamífero.
Esta é mais pronunciada no que diz respeito à excitação,
vigilância, a ativação da resposta ao estresse, e a modulação dos sistemas de
memória, particularmente relativos aos estímulos aversivos (ARGYROPOULOS
e NUTT, 2003).
Os efeitos centrais do NE são mediados através de receptores póssinápticos α1 and β1 e pré-sinápticamente por receptores α2 que são
importantes
na inibição
da
liberação
de
norepinefrina
e
de
outros
neurotransmissores. A ioimbina antagonista α2-adrenérgico aumenta o disparo
de corpos celulares noradrenérgicos no locus coeruleus e induz a ansiedade,
enquanto agentes que reduzem o disparo desses neurônios, como a clonidina,
agonista dos receptores α2 reduzir os sintomas de ansiedade (GRIMSLEY,
1995).
25
O papel da serotonina (5HT) na fisiologia cerebral e comportamentais é
um pouco mais obscuro do que NE. Além de uma maior diversidade de
receptores, os dados eletrofisiológicos são menos claro em suas implicações.
Serotonina parece ter funções no sono, apetite, memória / função cognitiva,
impulsividade, comportamento sexual e função motora juntamente com a
modulação
da
resposta
do
sistema
límbico
e
afetivos. Modulações
hipotalâmicas por 5HT podem estar envolvida no controle do apetite, à
modulação da hipotálamo - pituitária - adrenal (HPA) em resposta ao estresse,
e comportamento sexual (FRAZER e HENSLER, 1994; OLIVIER et al, 1998;
RAINNIE, 1999).
Além desses papéis mais clássicos modulador de comportamento, 5HT
está envolvida na homeostase neuronal e como um fator trófico para o
crescimento e diferenciação neuronal. Há evidências crescentes de que 5HT
estimula a atividade do fator neurotrófico em várias regiões do cérebro
(AZMITIA, 1999; GOULD, 1999). 5HT parece ser um ativador primário da
neurogênese axonal e dendrítica (GOULD, 1999). Isso pode ocorrer devido
à influência de 5HT na produção de fator neurotrófico derivado do cérebro e
mediação da liberação dos fatores de crescimento derivados das celulas gliais
(AZMITIA, 1999).
Os primeiros resultados implicando a 5-HT na ansiedade foram obtidos
utilizando-se modelos baseados na aprendizagem associativa onde o animal
era condicionado a pressionar uma alavanca para receber um alimento. Na
presença de som, o animal receber tanto alimento quanto um choque nas patas
Geller e Blum (1970). Esses pesquisadores monstraram que o precursor da
síntese serotonérgica o 5-hidroxitriptofano (5-HTP) revertia o efeito anticonflito
do inibidor da síntese da serotonina, paraclorofenilalanina (PCPA).
limiar para as
O
reações ou saltar em resposta ao choque é diminuída pelo
PCPA, um efeito revertido pela 5-HTP (HARVEY e LINTS, 1971; FIBIGER et
al., 1972; SHEARD e DAVIS, 1976).
Deakin e Graeff (1991) propuseram uma nova teoria que tem sido
chamada de teoria de papel dual da 5-HT na ansiedade. Essa teoria leva as
diferenças anatômicas e funcionais das vias serotonergicas e os diferentes
subtipos de receptores envolvidos na ação desta vias. Segundo esta teoria, a
via serotonérgica ascendente que parte do núcleo dorsa da rafe (NDR) e que
26
inerva a amígdala e o córtex frontal facilitaria os comportamentos defensivos
aprendidos em resposta ao perigo potencial e estaria clinicamente relacionada
ansiedade antecipatória e ao transtorno de ansiedade generalizada. Por outro
lado, a via periventricular que parte do NDR e inerva matéria cinzenta
periaquedutal dorsal (MPCD) inibiria reações inatas de fuga ou luta em
resposta a perigo próximo. Portanto de acordo com a teoria, na amígdala 5-HT
tem efeito ansiogenico e na MPCD efeito ansiolítico.
Estudos neuroquímicos também indicam que a buspirona, primeiro
ansiolítico seletivo de ação serotonérgica introduzido na clínica médica atua
preferencialmente em nível dos auto-receptores 5-HT1A nos núcleos da rafe
(HOYER e MARTIN, 1997). A ativação desses auto-receptores pré-sinápticos
diminui a quantidade de 5-HT em nível pós-sináptico (provavelmente na
amígdala e hipocampo). Desta forma, a ação ansiogênica da 5-HT parece ser
minimizada sob o efeito desses fármacos. Além disso, muitos resultados
inconsistentes têm sido obtidos em diferentes modelos animais desenvolvidos
para o teste destes fármacos, dificultando uma análise conclusiva do papel real
da 5-HT em relação às estruturas cerebrais que regulam a ansiedade
(BOURIN, 1997; CRUZ et al., 1997; GRIEBEL,
1995, 1996; HANDLEY e
McBLANE, 1993; McCREARY et al., 1996).
1.6. Tratamento farmacológico da ansiedade
A qualidade de fármacos que afeta o sistema nervoso central coloca os
investigadores que estudam o comportamento e o SNC diante de um desafio
científico extraordinário na tentativa
molecular
para
de compreender a base celular e
funções extremamente complexas do cérebro
humano
(BRUNTON et al., 2006). Os sedativos, hipnóticos e ansiolíticos são usados
principalmente para induzir a calma (ansiolíticos e sedativos) ou para produzir o
sono (sedativo-hipnóticos).
Várias características são necessárias para um melhor tratamento
ansiolítico, incluindo a sua eficácia em uma gama de sintomas de ansiedade, a
capacidade de alcançar a remissão e prevenção no futuro, um favorável perfil
de tolerabilidade em termos de efeitos colaterais, poucas interações além de
ausência de sintomas de descontinuação (BALDWIN, 2006).
27
O tratamento farmacológico da ansiedade patológica começou no século
XIX com a introdução de sais de bromo, os quais induziam sedação moderada,
vários efeitos adversos e uma condição tóxica conhecida como bromismo
(GRAEF e GUIMARÃES, 2005). No início do século XX foram descobertos os
derivados malonilureia, conhecidos como barbitúricos (VALE, 2002). Estes
compostos são muito potentes e com o aumento da dose causam sedação,
hipnose, anestesia geral, coma e finalmente óbito. Eles também tem atividade
anticonvulsivante significativa, o que levou à sua utilização no tratamento da
epilepsia. Até a descoberta dos benzodiazepínicos (BZDs), os barbitúricos, tais
como o fenobarbital, eram utilizados nos transtornos de ansiedade, tendo meia
- vida longa e baixo índice terapêutico (JOHN et al., 2011).
Um grande avanço na compreensão dos mecanismos de ação dos
benzodiazepínicos ocorreu com a identificação dos seus sítios de (figura 5). A
distribuição destes sítios no cérebro, também mostrou um impressionante
paralelismo com a distribuição do receptor GABAA que é ativado por uma
substância que ocorre naturalmente no organismo, o ácido gama-amino
butírico (GABA). Além disso, sabe-se
preponderante
que
o GABA tem um papel
na modulação inibitória da função cerebral (GRAEF e
GUIMARÃES, 2005).
Todos os depressores do sistema
nervoso
central
tem alguma
capacidade de aliviar a ansiedade. No entanto, vários efeitos estão associados
com o uso desses depressores, dentre os quais estão os BDZs no transtorno
de ansiedade generalizada, onde cerca de 25 a 30% dos pacientes não
respondem ao tratamento e ainda pode ocorrer tolerância e dependência
(CRAIG, 2004). Alguns pacientes também sofrem déficit de atenção sob o
uso deste fármaco. Além disso, há vários relatos que indicam deficiência
cognitiva induzida por BDZs (HOMMER et al., 1993).
A interupção do uso de BDZs pode induzir uma síndrome de abstinência,
caracterizada por sintomas psicológicos de ansiedade, tais como apreensão e
irritabilidade, além de tremor,
palpitações e perturbações das percepções,
como hipersensibilidade à luz, sons, toque ou movimento (MOTTA, 2002).
28
A buspirona é a primeira de uma classe de fármacos ansiolíticos
denominada classe azapirona, sendo o único fármaco dessa classe
comercializado no Brasil. Duas hipóteses têm sido propostas para seu
mecanismo de ação, ambas decorrentes de sua ação como agonista parcial
dos receptores 5-HT1A: (1) atuação nos receptores pré-sinápticos (autoreceptores), diminuindo a frequência de disparos do neurônio serotonérgico
pré-sináptico; e (2) atuação como agonista parcial nos receptores póssinápticos,
competindo
com
a
serotonina
por
esses
receptores
e,
conseqüentemente, reduzindo sua ação (GRAEFF, 1999).
Aparentemente, a buspirona é menos eficaz que os BZDs no tratamento
dos sintomas somáticos e autonômicos do transtorno de ansiedade
generalizada (TAG), sendo mais indicada quando predominam os sintomas
psíquicos, como preocupações, tensão e irritabilidade (CONNOR et al., 1998).
Os efeitos adversos mais comumente associados ao uso da buspirona são
náusea, vertigem, cefaléia e, ocasionalmente, nervosismo e excitação.
Embora geralmente de menor eficácia frente aos fármacos descritos
anteriormente, os β-bloqueadores podem ser úteis em pacientes com intensos
sintomas somáticos (JANICAK et al., 1997; TYRE, 1988 e 1992), embora os
vários estudos apresentem restrições metodológicas (GALE, 2000). Os dados
sugerem que seu efeito ansiolítico seria decorrente de uma ação periférica, já
que β-bloqueadores que não apresentam boa penetração no SNC também são
eficazes (TYRER, 1992). Os pacientes que mais se beneficiariam do emprego
dos β-bloqueadores seriam aqueles que apresentam exacerbação dos
sintomas autonômicos, embora estes não precisem ser necessariamente
intensos (TYRER, 1992). Além do emprego no TAG, os β-bloqueadores
também tem sido empregados no tratamento da ansiedade situacional,
particularmente na ansiedade de desempenho em público (NARDI, 1999).
Outra classe de fármacos utilizada no tratamento da ansiedade com
vários relatos sobre o emprego são os antihistamínicos. A hidroxizina, um
antagonista H1, parece ser o fármaco melhor avaliado. Os sintomas mais
sensíveis
à
hidroxizina
são
irritabilidade,
apreensão,
dificuldade
de
concentração e de contatos sociais (FERRERI, 1998).
29
Em alguns estudos controlados tem sido avaliado o uso de baixas doses
de antipsicóticos típicos (p.ex. clorpromazina como sedativo os quais inibem as
funções psicomotoras – de excitação e agitação (GALE, 2000; EL-KHAYAT e
BALDWIN, 1998). Os resultados apontam para um efeito ansiolítico, embora os
efeitos adversos potenciais, particularmente no tratamento a longo prazo (p.ex.
discinesia tardia), restringem seu emprego para determinadas situações (p.ex.:
como alternativa para o uso de BZDs em pacientes dependentes de outros
fármacos). Entretanto, esses estudos apresentam limitações metodológicas
importantes, sendo que não há avaliação cuidadosa da relação risco/benefício
(EL-KHAYAT e BALDWIN, 1998). No entanto, com a disponibilidade dos novos
fármacos com menor risco de sintomas extrapiramidais ou discinesia tardia
(p.ex.: olanzapina), talvez essa abordagem receba um novo impulso
(ANDREATINI et al., 2001).
Diversos ensaios clínicos randomizados, duplo-cego, placebo controlado
(IPSER et al., 2006) e estudos de meta-análises comprovam a eficácia de
antidepressivos no transtorno de ansiedade social (MITTE et al., 2005) no
transtorno do pânico (MITTE et al., 2003)
e no transtorno de ansiedade
generalizada (BLANCO et al., 2003). Os inibidores seletivos de recaptação de
serotonina são considerados os tratamentos de primeira escolha para os três
transtornos. Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina e alguns
agentes anticonvulsivantes também tem demonstrado eficácia (IPSER et al.,
2006).
Mesmo com um arsenal de medicamentos sinteticos disponíveis, tem
sido relatados o uso de uma série de preparações herbais ou medicamentos
fitoterápicos para tratar ansiedade dentre os quais podemos encontrar
diferentes espécies vegetais tais como:
Passiflora
incarnate
L. - Maracujá (Passiflora
incamata)
é
um
amadeirado, videira, peludo escalada e é conhecido por ter propriedades
sedativas / ansiolíticas e tem sido amplamente utilizado como ingrediente de
remédios à base de plantas,
principalmente na forma de um extrato
líquido tintura. Estudo duplo-cego e randomizado mostraram que esse extrato
de Passiflora é uma droga eficaz no tratamento do transtorno de ansiedade
generalizada e baixa incidência de insuficiência de desempenho no trabalho
30
com
extrato de Passiflora em relação ao oxazepam é uma vantagem
(AKHONDZADEH et al., 2001).
Piper methysticum (Kava, Awa, Kava-Kava, Kawa, Yagona)– derivada
da raiz
knotty de um grande arbusto tropical da família da pimenta-preta,
esta erva é usado como um relaxante natural e ajuda a dormir. Seu efeito
ansiolítico poderia ser decorrente de uma ação facilitadora da inibição
GABAérgica, inibidora da atividade excitatória glutamatérgica, inibidora da
atividade dopaminérgica, redutora da concentração de serotonina ou
bloqueadora nos canais de sódio-voltagem dependentes. Melhoria equivalente
a BDZs para ansiedade generalizada, fobias sociais e específicas. Kava tem
se mostrado eficaz para a ansiedade suave a moderada, mas não deve ser
usado para o estresse do dia-a-dia. Deve ser reservado para momentos de
ansiedade particularmente elevado. Em estudos pré-clínicos, foi demonstrado
que o principal efeito calmante é mediada através da amígdala (LINDENBERG
e PITULE-SCHODEL, 1990; LEHMANN, 1996; PITTLER e ERNST, 2000).
Valeriana
officinalis -
O
genero
de
Valeriana (Valerianaceae)
compreende cerca de 200 ervas e arbustos encontrados amplamente em todo
mundo. Algumas espécies de Valeriana são utilizadas medicinalmente e V.
officinalis L.
excitabilidade
tem sido relatada a ser útil no tratamento de estados de
psicológica
e sensorial
-neuroasthenia,
histeria,
angústia,
epilepsia, irritabilidade etc. (MARFORI, 1941; ALLPORT, 1943; TADDEI e
GIACHETTI,
1980; LEATHWOOD
et al.,
1982;
LEATHWOOD
e
CHAUFFARD, 1985; LEUSCHNER et al., 1993; ORTIZ et al., 1999) bem como
no tratamento de insonia. A atividade de Valeriana se dá calmante, sedativa,
ansiolítica, espasmolítica, relaxante e anti-ulcerogênica. O principal efeito é
reduzir o tempo de indução do sono. Os ácidos valerênicos (valerênico,
acetóxi-valerênico e hidroxivalerênico) têm mostrado diminuir a degradação do
ácido gama aminobutírico (GABA). O aumento da concentração de GABA na
fenda sináptica é um fator responsável pelas propriedades sedativas. Outro
mecanismo que pode contribuir para as propriedades sedativas de Valeriana
são os altos níveis de glutamina no extrato. A glutamina atravessa a barreira
hematoencefálica mais eficazmente, onde podendo ser convertido a GABA nos
31
terminais nervosos. Existem ainda outros componentes: os monoterpenos se
decompõem na presença da enzima oxidase em ácido valerênico e
metilcetona; o primeiro tem ação antiespasmódica e o segundo ligeiramente
anestésico. Diferentemente do GABA, O extrato aquoso desta planta inibe
GABA captação em ratos sinaptossomas e induz uma liberação de GABA
previamente acumulado, resultando em um
aumento da concentração
extracelular do neurotransmissor na fenda sináptica, em níveis suficientemente
altos para ativam os receptores GABA
(SANTOS et al., 1994a, b). V.
officinalis é capaz de bloquear a convulsão
induzida tanto por estricnina
e brucine (MARFORI, 1941) e em combinação com clorpromazina
barbitúricos induz uma
ou
potencialização de sua atividade depressora.
Recentemente, tem mostrado que V. officinalis extrato podem interagir com
outros componentes pré-sináptica da neurônios GABAérgicos (ORTIZ et al.,
1999).
32
JUSTIFICATIVA
Os brasileiros encontram-se entre os dez maiores consumidores de
medicamentos do mundo. O Brasil apresenta um consumo enorme tanto de
fármacos de origem vegetal quanto sintética. Vale ressaltar que em 1991,
20,8% dos medicamentos vendidos no Brasil foram destinados ao tratamento
de doenças relativas ao sistema nervoso central (IMS/PMB, 1993).
Apesar de existir uma gama de medicamentos disponíveis no mercado
para o tratamento de transtornos mentais como ansiedade na prática médica,
têm sido observado que muitos pacientes não toleram os efeitos colaterais, não
respondem adequadamente ou, eventualmente, há perda de resposta
terapêutica (BEZERRA DE MENEZES et al., 2007). As limitações comuns no
uso dos fármacos nos distúrbios psiquiátricos incluem co-mórbidos (REGIER et
al., 1998) e aumento da dose levando a efeitos colaterais intoleráveis (CATES
et al., 1996). As plantas medicinas podem oferecer um tratamento alternativo a
ser utilizado como complemento ao tratamento convencional ou atuarem como
fontes de moléculas que possam servir como protótipos para a síntese de
novos fármacos. Dentre as plantas medicinais com o uso como calmante pela
população brasileira está Pimenta pseudocaryophyllus
Portanto,
farmacológicos
em
virtude
das
dificuldades
com
os
tratamentos
para a ansiedade, a avaliação da atividade farmacológica
desta espécie vegetal é uma estratégia correta para elucidar sua potência
terapêutica e caracterizar a via neuronal envolvida na sua ação, facilitando
desta maneira uma possível applicação clínica no futuro.
33
OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral
Avaliar a atividade farmacológica do extrato etanólico das folhas de
Pimenta pseudocaryophyllus sobre o sistema nervoso central e identificar as
frações ativas, bem como elucidar os possíveis mecanismos de
ação
envolvidos na atividade biológica detectada.
3.2. Objetivos específicos
Obter o extrato etanólico das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus;
Fracionar o extrato etanólico por partição com solventes de diferentes
polaridades visando obter as seguintes frações: fração hexâno, fração
diclorometano, fração acetato de etila e fração aquosa;
Investigar alterações comportamentais e efeito neurotóxico do extrato
etanólico no teste geral de atividade farmacológica;
Verificar o efeito do extrato etanólico no sono induzido por barbitúrico;
Avaliar alterações comportamentais induzidas pelas frações do extrato
etanólico;
Identificar a fração com o melhor perfil de atividade farmacológica;
Utilizar metodologias mais específicas afim de caracterizar a atividade
farmacológica;
Investigar o provável mecanismo de ação envolvido na atividade
farmacológica caracterizada.
34
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PARTE II
45
ARTICLE I: CENTRAL ACTIVITIES OF PIMENTA PSEUDOCARYOPHYLLUS
(Published In International Journal Of The Medicinal And Aromatic Plants)
ABSTRACT
Folkloric medicinal application of Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R.
Landrum popularly known as “craveiro” as calming agent is a commonplace in
Campos do Jordão, SP, Brazil. Pharmacological screening of ethanolic leaf
extract of Pimenta pseudocaryophyllus (EEPp) and its active fraction (s) for
possible anxiolytic like effect was carried out in order to confirm its therapeutic
claims by the populace. Preliminary investigation of EEPp (0.5, 1.0 and 2.0
g/kg – p.o) was devoid of any sign of neurotoxicity. In the barbiturate induced –
hypnosis,
EEPp 1.0 g/kg potentiated the pentobarbital-induced sleep (32%
reduction in sleep latency and 20% increase in sleep duration) while only
dichloromethane and aqueous fractions increases sleep duration. Based on the
parameters evaluated in both the open field and light dark box models, only
dichloromethane fraction among others showed consistent anxiolytic like effect.
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ARTICLE II: INVOLVEMENT OF 5-HT1A IN THE ANXIOLYTIC-LIKE EFFECT
OF DICHLOROMETHANE FRACTION OF Pimenta pseudocaryophyllus
(Submitted To Journal Of Ethnopharmacology)
ABSTRACT
Ethnopharmacological
relevance:
Medicinal
applications
of
Pimenta
pseudocaryophyllus infusion as a diuretic and aphrodisiac agent as well as
tranquilizer in the form of tea for the treatment of emotional tension in Brazilian
folk medicine has been in practice since time immemorial. Despite its popular
therapeutic acceptance and claims, there are scanty scientific reports to
corroborate its central biological activities. The aim of this study is to
characterize anxiolytic-like effect of the dichloromethane fraction (DF) obtained
from ethanolic leaf extract of the P. pseudocaryophyllus and identify
mechanisms of action involved while seeking to support its popular use as a
soothing agent. Mice (25–35g) were treated orally with DF obtained from
ethanolic leaf extract of Pimenta pseudocaryophyllus and were submitted to
light-dark box (LDB) and elevated plus maze (EPM) tests. Different groups of
mice were treated with flumazenil and NAN-190 to identify mechanisms of
action involved in the anxiolytic-like effect of DF. Treatment with DF increased
number of transitions and time spent in the light compartment of the LDB while
the time spent and numbers of entries in the open arm of the EPM were
significantly increased. Pre-treatment of the animal with flumazenil (2 mg/kg, i.p.
- competitive antagonist of benzodiazepine site of GABAA receptor) did not
block this effect, thereby excluding participation of benzodiazepine site of the
GABAA receptor. However, anxiolytic-like effect of DF was reversed by pretreatment with NAN-190 (0.5 mg/kg, i.p. - an antagonist of the 5-HT1A receptor)
thereby
suggesting
chromatography
and
involvement
of
5-HT1A
high-performance
liquid
receptor.
The
thin
chromatography
layer
analysis
indicated the predominance of (E)-methyl isoeugenol and oleanolic acid in DF.
These results support the popular use of P. pseudocaryophyllus as a calming
agent and suggest the involvement of 5-HT1A receptor.
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Conclusões Gerais
A partir do estudo fitoquímico, o EEPp, AF, EAF, DF e HF foram obtidos
com o rendimento de 28.4%, 32.3 %, 21.3 %, 13.2 %, 8.2 % respectivamente.
No teste geral de atividade farmacológica, houve a diminuição em
deambulação, sem nenhuma alteração indicativa a neurotoxicidade mesmo
na maior dose (2 g/Kg) com o tratamento oral.
Os resultados experimentais obtidos sobre o tratamento com EEPp
mostraram ações depressoras do SNC pela potencialização do sono induzido
devido á redução em latência e aumento em duração.
A fração aquosa mostrou atividade tipo sedativo.
Tratamento com a fração acetato de etila não levou alterações
comportamentais convincente nos modelos empregados.
O efeito observado pelo tratamento com a fração hexano é, inespecífico
por sendo inconsistente nos modelos empregados.
A DF apresentam atividade tipo-ansiolítica numa forma dose
dependente nos modelos empregados.
O envolvimento do sitio benzodiazepínico do receptor GABAA no
mecanismo de ação da DF foi descartado uma vez que o pré-tratamento com
flumazenil não bloqueou os efeitos tipo ansiolítico observado anteriormente.
O bloqueio deste efeito pelo pré-tratamento com NAN-190 sugeriu o
envolvimento dos receptores serotonérgicos do tipo 5-HT1A.
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Perspectivas futuras
Aprofundar as investigações das atividades farmacológicas dos
princípios ativos presentes nas folhas de Pimenta pseudocaryophyllus
estudada, responsáveis pelos efeitos observados em conjunto
(sinergismo) ou isoladamente.
Caracterizar as vias neurobiológicas envolvidas para o melhor
entendimento da fisiopatologia da ansiedade.
Estudar a toxicidade do (s) composto (s) encontrado (s) na espécie
vegetal para promover a sua aplicação clínica
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