Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós - Graduação em Biologia James Oluwagbamigbe Fajemiroye Estudo da atividade tipo-ansiolítica das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum - Myrtaceae Goiânia 2012 1 James Oluwagbamigbe Fajemiroye Estudo da atividade tipo-ansiolítica das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum - Myrtaceae Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Biologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Biologia. Orientador: Prof. Dr. Elson Alves Costa Goiânia 2012 2 Nature is just enough; but men and women must comprehend and accept her suggestions. Antoinette Brown Blackwell (1825 - 1921). 3 Dedico este trabalho ao Principe da paz; salvador da minha vida; Nele eu me inspiro, fortaleço e sou mais que vencedor - Ao Deus poderoso Muito obrigado pela graça e sabedoria. 4 AGRADECIMENTOS • Aos meus pais, Fajemiroye Akinfisayo Isaac e Fajemiroye Abosede Alice (RIP) Agradeço a vocês pelos momentos inesquecíveis. A convivência foi tão curta, mas a experiência encheu a minha infância com amor e carinho. Lembrança eterna; • Ao meu Orientador, Prof. Dr. Elson Alves Costa, obrigado pelos ensinos, paciência, amizade e os demais incentivos que favoreceram a aprendizagem, além dos conselhos e orientações; • Agradeço a Dona Ana Ceres de Sousa Freitas por todo o apoio e orientação; • Aos meus avôs Dorcas Ogunyileka e Benjamen Ogunyileka (RIP) – A memória do seu amor e cuidado por mim permanece indeletável em meu coração; • Aos professores e Amigos: Profa. Nusa de Almeida Silveira. Prof. Paulo César Ghedini, Prof. Cirano José Ulhoa, Profa. Kátia Fernandes, Profa. Simone Maria T. de Saboia Morais, Profa. Lee Chen Chen, Prof. José Realino de Paula, Prof. Edemilson Cardoso da Conceição e Profa. Joelma Abadia Marciano de Paula, obrigado pelo ensino, disponibilidade, amizade, paceira e conselho que foram importantes para a minha formação. Agradeço pela oportunidade de aprender com vocês e pelo conhecimento que construí ao longo desses 2 anos de pesquisa; • Aos Pastores José Marques de Brito e Maria José da Silva Brito, muito obrigado por todo o carinho, oração e motivação; e os demais membros da Família Luz Para os Povos por terem me dado uma maravilhosa amizade e apoio espiritual. Deus os Abençoe; • Jonathan Akintade, Fajemiroye Adelani, Felix Ayoh Omidire, Alex Colman Apunike, Mr Adekunle, Mr Adekunle Abidemi, Joseph Shodeinde, Ogunjunses, Fatundes, Aderoju Adesiyan, Dimeji Falope, Akinade Ogunleye, Abdulrazak Baba Ibrahim, Oguntimehin Olumide, Mofoluso Omoniyi pelo auxílio moral e financeiro; • Aos meus colegas: Adriane, Marcos Vinicius, Iziara, José Luiz, Fabio, Pablinny, Roberta, sem os quais esse trabalho não teria sido feito. Obrigado por tudo, que Deus os pague; 5 • Aos meus amigos: Fabyano Lopes e Amanda Rodrigues (Brasil), Muyiwa Ojo (UK), Ogunmola Mayowa (UK), Adeniyi Babatunde Olufemi (Nigeria), Osmar Nascimento de Silva (Brasil) que estiveram ao meu lado em momentos bons e em momentos difíceis. Obrigado por tudo meus queridos; • À secretária Tizuko Iwamoto Valadares, Gleizilene Braz Pereira dos Santos e o Higo Figueiredo do Programa de Pós-Graduação em Biologia, obrigado pelo serviço, apoio e carinho; • A todos que de alguma forma me auxiliaram, cujos nomes não mencionei; • Ao financiador deste trabalho, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de mestrado concedida sem a qual não seria possível a realização deste trabalho; • Aos meus irmãos, Oluwafunmibi, Oluwafemi, Oluwarotimi and Oluwabukola; • Para o final guardei o agradecimento a uma pessoa sem a qual certamente eu não teria conseguido. Ela esteve comigo nos momentos mais conturbados, mais difíceis, e também mais felizes. Ela me apoiou, ensinou e direcionou o meu caminho para ser uma referência. Ela investiu muito em minha vida e acreditou nos meus sonhos. Suas lágrimas de amor, sacrifícios, oração sempre me inspiraram a fazer as coisas certas. Ela me fez acreditar que posso sempre fazer o melhor. Ela encheu minha vida de alegria, amor e carinho. Para a minha Tia (Mrs) Esther Akintade, todo o meu amor e carinho. Desejo-lhe uma longa vida com boa saúde e prosperidade. 6 SUMÁRIO PARTE I ........................................................................................................................ 8 RESUMO....................................................................................................................... 9 ABSTRACT ................................................................................................................. 11 LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... 13 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................... 14 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15 1.1. Importância das plantas medicinais ........................................................................ 15 1.2. Família Myrtaceae ............................................................................................... 20 1.3. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum.............................................. 21 1.4. Ansiedade ........................................................................................................... 23 1.5. Bases Estruturais - biológicas da ansiedade ............................................................. 24 1.6. Tratamento farmacológico da ansiedade ................................................................. 27 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 33 OBJETIVOS................................................................................................................. 34 3.1. Objetivo geral ..................................................................................................... 34 3.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 35 PARTE II ..................................................................................................................... 45 ARTICLE I: Central activities of Pimenta pseudocaryophyllus (Published In International Journal Of The Medicinal And Aromatic Plants) ............................................................... 46 ABSTRACT ................................................................................................................. 46 ARTICLE II: Involvement of 5-HT1A in the anxiolytic-like effect of dichloromethane fraction of Pimenta pseudocaryophyllus (Submitted To Journal Of Ethnopharmacology) ................... 47 ABSTRACT ................................................................................................................. 47 CONCLUSÕES GERAIS............................................................................................... 48 PERSPECTIVAS FUTURAS ......................................................................................... 49 7 PARTE I 8 RESUMO Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum – Myrtaceae, conhecida popularmente como Craveiro, é a única espécie deste gênero na flora brasileira sendo nativa do pseudocaryophyllus cerrado. Na medicina popular as folhas de P. são utilizadas no tratamento de problema menstrual, digestivo e também na forma de chá como calmante além de outras aplicações terapêuticas. O aumento alarmante de doenças neurais e a busca de opções para o desenvolvimento de terapias inovadoras justifica-se o interesse em estudar esta espécie vegetal quanto ao seu uso popular como calmante. Para tanto, o extrato etanólico de P. pseudocaryophyllus (EEPp) foi obtido por maceração do pó das folhas secas em etanol (95%; 1:5). As frações, hexano (HF), diclorometano (DF), acetato de etila (EAF) e aquosa (AF), foram obtidas através de partição líquido - líquido do EEPp com solventes de diferentes polaridades. Camundongos pesando entre 25-35g foram tratados agudamente por via sc / p.o. / i.p. para realizar o teste geral da atividade farmacológica. A administração oral foi empregada para os demais testes devido a falta de sinais indicativos de neurotoxicidade, mesmo na maior dose de 2,0 g/Kg. No teste de sono induzido por barbitúrico, o EEPp (1 g/Kg) produziu efeito depressor do SNC pelo aumento na duração e pela diminuição na latência. A identificação da fração ativa deste extrato foi realizada usando modelos comportamentais tais como; sono induzido por barbitúrico, campo aberto e testes da caixa claro escuro (LDB) e labirinto em cruz elevado (EPM). A EAF (0,42 g/Kg) e HF (0,16 g/Kg) não prolongaram a duração de sono e não mostraram influência significativa sobre parâmetros indicativos de efeito tipo-ansiolítico. Os tratamentos com as frações DF (0,25 g/Kg) ou AF (0,64 g/Kg) potencializaram o sono induzido e alteraram significativamente o tempo e o número de cruzamento no centro do campo aberto. A AF produziu efeitos tipo sedativo no LDB. No entanto a DF (0,125; 0,25 or 0,5 g/Kg) produziu efeito tipo ansiolítico, de maneira dose-dependente, nos diferentes parâmetros avaliados tanto no LDB quanto no EPM. Estes resultados sugerem que esta fração possui 9 princípios ativos que podem vir a ser úteis no desenvolvimento de um medicamento para ser usado no tratamento da ansiedade. Vale ressaltar que nos efeitos observados com DF não foram vistos sinais indicativos de neurotoxicidade ou incoordenação motora. Na tentativa de elucidar o mecanismo de ação envolvido, o pré-tratamento com flumazenil (2 mg/Kg, i.p. – antagonista do sitio benzodiazepínico do receptor GABAA) não bloqueou o efeito tipo-ansiolítico da DF e desta maneira exclui a participação do sitio benzodiazepínico do receptor GABAA neste efeito. No entanto, o efeito tipoansiolítico foi revertido pelo pré-tratamento com NAN-190 ( 0,5 mg/Kg, i.p. – um antagonista do receptor da 5-HT1A). Este resultado sugere um possível envolvimento do sistema serotonérgico. atividade neurofarmacológica da Os resultados obtidos sobre a fração diclorometano com efeitos promissores nos modelos de ansiedade requer estudos mais profundos na caracterização das vias neurobiológicas envolvidas, podendo no futuro promover a sua aplicação clínica e/ou melhor entendimento da fisiopatologia deste transtorno neural. Palavras – chave: atividade ansiolítica. pseudocaryophyllus. sistema serotonérgico. plantas medicinais. Pimenta 10 ABSTRACT Pimenta pseudocaryophyllus, popularly known as Craveiro, is the only species in this genus native to the cerrado of Brazil. Ethnopharmacological studies revealed medicinal use of P. pseudocaryophyllus extracts in treating menstrual and digestive problems as well as emotional tension in the form of soothing tea among other therapeutic applications in Brazilian folk medicine. Its popular use is of great interest given the alarming increase in neural diseases and search for innovative herbal therapy. For the purpose of this study, the ethanolic leaf extract of Pimenta pseudocaryophyllus (EEPp) was obtained by soaking the dried leaf powder in ethanol (95%, 1:5). The fractions of hexane (FH), dichloromethane (DF), ethyl acetate (EAF) and aqueous (AF) were subsequently prepared through EEPp fractionation with solvents of different polarities. Mice weighing between 25 - 35g were treated acutely (sc / p.o / i.p) for the general test of pharmacological activity while oral administration was later explored for most of the central action screening considering lack of any sign of neurotoxicity even at the highest dose (2 g/Kg). Sleep induced by barbiturates was potentiated by the ethanolic leaf extract (1 g/Kg) through prolongation of sleeping time (duration) and reduction in time taken for the loss of righting reflex (latency). Identification of the active fraction of this extract was performed using behavioural models, such as sleep induced, open field, light / dark box test (LDB) and elevated plus maze (EPM). In this manner, only EAF (0.42 g/Kg) and HF treatments did not increase sleep duration and failed to demonstrate anxiolytic like effect. Meanwhile, treatment with DF (0.25 g/Kg) and AF (0.64 g/Kg) showed an increase in sleep duration and significant alterations of time and number of crossing at the centre of the open field. The AF demonstrated sedative effect in the LDB. Meanwhile, the DF (0.125, 0.25 or 0.5 g/Kg) showed anxiolytic like activity in both the LDB and EPM in a dosedependent manner. These results suggested the presence of active principles of the P. pseudocaryophyllus that may be useful in developing a drug for the treatment of anxiety. It is worthy to state that no sign of neurotoxicity or motor incoordination was observed with DF treatment. In an attempt to elucidate the mechanism of action involved, pre-treatment with flumazenil (antagonist of benzodiazepine site of GABAA receptor) did not block anxiolytic-like effect of DF 11 thereby excluding the participation of this site. However, this effect was reversed by pretreatment with NAN-190 (an antagonist of the 5-HT1A). This result suggests a possible involvement of the serotonergic system. In this case the results obtained on the neuropharmacological activity of dichloromethane fraction showed promising effect in anxiety model which require further extensive study to characterize neurobiological pathways involved for possible clinical application and better understanding of the pathophysiology of this neural disorder. Keywords: anxiolytic activity. medicinal plants. Pimenta pseudocaryophyllus. serotonergic system. 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Área de distribuição original do cerrado (Conservação internacional, 2007). ............................................................................................................... 19 Figura 2. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Aspecto geral da planta, B) detalhe do tronco (Paula, 2006). ................................................................................... 21 Figura 3. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Ramo mostrando aspecto geral da inflorescência (Souza e Lorenzi, 2005); B) Ramo mostrando aspecto geral da folha, frutos imaturos - verdes e maduros – negros (Paula, 2006). .................. 22 13 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACTH - Hormônio adrenocorticotrófico BZDs - Benzodiazepinicos CRF - Fator de liberação de corticotropina DF - Dichloromethane fraction (Fração diclorometano) DSM - The Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) EEPp - Etanolic leaf extract of P. pseudocaryophyllus (Extrato etanólico das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus EAF - Ethyl acetate fraction (Fração acetato de etila) EPM - Elevated Plus Maze Test (Labirinto em cruz elevado) GABA - Gama Amino-Butyric Acid (Ácido Gama - Amino Butírico) HF - Hexane fraction (Fração hexano) HPA - Hipotálamo - Hipófise – Adrenal i.p.- Intraperitoneal LC - Locus coeruleus LDB - Light Dark Box (Caixa Claro Escuro) MPCD - Matéria cinzenta periaquedutal dorsal NE - Norepinefrina OMS - Organização mundial da saúde PCPA - Paraclorofenilalanina RN - Núcleos da rafe sc - Subcutânea SNC - Sistema nervoso central 5HT - 5 - hidroxitriptamina 5-HT1A - Receptores da serotonina1A 5-HTP - 5-hidroxitriptofano TAG - Transtorno de ansiedade generalizada UFG- Universidade Federal de Goiás v.o. - Via oral 14 Introdução 1.1. Importância das plantas medicinais Desde tempos remotos, as plantas têm sido uma fonte de remédios e de produtos vitais, amplamente aplicados pelo homem para prevenir ou curar diferentes doenças (BAQAR, 2001; FOWLER, 2006). Produtos naturais são compostos orgânicos que estão presentes em organismos vivos (animais e plantas). Considerando os produtos naturais originários de plantas, estes são divididos em dois grupos: metabólitos primários e metabólitos secundários (RODNEY et al., 2000). Metabólitos primários são aqueles fitoconstituintes que estão presentes em todas as células da planta e desempenham importante função no metabolismo e reprodução das mesmas. Os metabólitos secundários, tais como policetídeos, terpenóides, alcalóides e fenilpropanóides são característicos de uma gama limitada de espécies e não têm uma função significativa no crescimento e desenvolvimento vegetal (ROSENTHAL, 1991). Metabólitos secundários evoluíram como agentes de defesa contra predador e estresse ambiental (HANSON, 2003). Esses compostos possuem uma grande variedade de aplicações na saúde humana e na produção de produtos industriais. Estima-se que mais de 40% dos medicamentos têm origem nesses metabólitos secundários (NEWMAN e CRAG, 2007). O homem, especialmente aquele que fazia uso de sistemas tradicionais de medicina, utilizava extrato de planta na forma de decocção, infusão ou chá como medicamento. Atualmente, na maioria dos países em desenvolvimento onde a cobertura dos serviços de saúde é limitada, grande parte da população ainda recorre à medicina popular para o tratamento de suas moléstias. Com base nos conhecimentos atuais, sabemos que os extratos de algumas dessas plantas são ativos devido à presença de compostos bioativos. Como exemplos, a tintura de Atropa belladonna que é usada como antiespasmódica, a tintura da Papaver somniferum como analgésica, Allium sativum como hipotensora e antiespasmódica (DANILO-FREIRE-DUARTE, 2005; BOOTH et al., 1993; ZIYYAT et al, 1997) etc. No início do século passado, a maior parte da terapia médica nos países industrializados era dependente de plantas medicinais. Segundo a 15 Organização Mundial da Saúde, mais de 80% da população mundial dependem do sistema baseado em medicina popular para cuidados de saúde primária (BANNERMAN et. al., 1983; WHO, 2001), mas com o crescimento da indústria farmacêutica, a sua utilização caiu. Dentro das 350.000 espécies de plantas conhecidas até agora, cerca de 35.000 (alguns estimam até 70.000) são usadas em todo o mundo com fins medicinais e menos de 0,5% tem sido investigadas quanto ao seu potencial fitoquímico e farmacológico (HOSTETTMANN e MARSTON, 2002). Atualmente, a indústria farmacêutica está prestando mais atenção às plantas medicinais visto que os cientistas têm mostrado que elas são fontes quase infinitas para o desenvolvimento de fármacos. Essa herança verde representa assim, um enorme reservatório de compostos com potencial terapêutico a serem descobertos para o tratamento de várias doenças. De acordo com Samy et al. (2005), um quarto dos medicamentos disponíveis para prescrição teve suas origens a partir de matéria-prima de plantas superiores de florestas tropicais. Destes, 74% são derivados de plantas que tem algum uso relacionado na medicina popular. Compostos usados para melhorar a saúde humana podem ser consumidos como produtos vegetais frescos ou podem ser processados. Quando se considera matérias vegetais, pode ser difícil estabelecer uma nítida distinção entre "nutracêutico", "medicamento fitoterápico”, "alimentos funcionais" e "fármacos", pois todos eles podem conter ingredientes bioativos. Eles têm em comum o potencial de melhorar a saúde humana e não a simples função de fornecer combustíveis para os processos metabólicos (NEUMANN, et al., 2000; TAIPINA, et al., 2002; MORÃES e COLLA, 2006). O reconhecimento dos benefícios médicos e econômicos de compostos vegetais está crescendo no mundo inteiro. Na década de 90 do século passado, a venda de substâncias químicas extraídas de alimentos e plantas que promovem a saúde aumentou drasticamente em muitos países. Isso ocorreu porque as empresas farmacêuticas começaram a produzir nutracêuticos que são vendidos em farmácias (SAMY et al., 2005). Muitos alimentos consumidos na Ásia são usados tradicionalmente para curar doenças humanas específicas e os princípios da medicina chinesa, muitas vezes refletem esses usos (THOMSON, 2010). No entanto, no ocidente 16 o valor potencial dos alimentos funcionais e fitoterápicos como opção terapêutica, só recentemente despertou a atenção para os usos tradicionais das diferentes espécies vegetais que ainda permanecem inexploradas (HUOHSIUNG et al., 2005). A Etnofarmacologia, como investigação científica interdisciplinar de substâncias biologicamente ativas utilizadas pela população, combina aspectos da botânica, química de produtos naturais, farmacologia clássica, farmacognosia, antropologia, medicina e psicologia (SCHULTES, 1962; MALONE, 1983; SANDBERG, 1987; VERPOORTE, 1989; ETKIN, 1993). Este estudo, que envolve por um lado as visitas de campo e por outro a investigação experimental, tem resultado em informações altamente valiosas sobre plantas medicinais utilizadas em diferentes culturas, proporcionando o desenvolvimento de fármacos (BRUHN e HOLMSTEDT, 1981; HOLMSTEDT, 1991; FABRICANT e FARNSWORTH, 2001). Parte do escopo da etnofarmacologia é a documentação das plantas e animais usados como fármacos e venenos em tais culturas e a descrição etnográfica da sua preparação e uso. Outro componente importante do estudo é a aplicação de métodos científicos de taxonomia, química de produtos naturais e farmacologia convencional, para identificar, isolar e caracterizar os compostos ativos responsáveis pelas ações de plantas e venenos. Este aspecto da etnofarmacologia levou à descoberta de moléculas importantes, que posteriormente tornaram-se integrados às farmacopéias médicas ocidentais. Exemplos disso foram as descobertas de vincristina, pilocarpina, reserpina, fisostigmina e outras substâncias (COX e HEINRICH, 2001). A prática médica tem mostrado que os dados etnofarmacológicos são fontes importantes para a descoberta de novos fármacos. Cerca de 140 novas drogas têm sua origem direta ou indiretamente vinculada às plantas medicinais por meio de métodos científicos modernos (LIU e YANIV, 2005). A ênfase crescente no uso de plantas medicinais na busca de novos fármacos é, sem dúvida, uma estratégia correta (LIU e YANIV, 2005). O Brasil possui uma “farmacopéia popular” muito diversa, baseada em plantas medicinais, resultante de uma miscigenação cultural, envolvendo africanos, europeus, indígenas com a introdução de espécies exóticas, pelos colonizadores, imigrantes e escravos (MARTINS et al., 2003). Os primeiros 17 portugueses que exploraram o país expuseram-se às doenças endêmicas e diante da escassez de medicamentos, recorreram aos remédios utilizados pelos povos indígenas, cujo poder de curar logo se tornou conhecido (CECHINEL FILHO, 1998; SIMÕES et al., 2002). Brandão et al. (2006; 2008) revisaram as 4 edições da Farmacopéia Brasileira (PHARMACOPOEIA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, 1926; FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1959; FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1977; FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988 -1996), buscando dados sobre as plantas medicinais e outros produtos vegetais nelas descritas. Os resultados evidenciaram como a biodiversidade, as plantas nativas e os produtos derivados foram progressivamente excluídos da medicina oficial brasileira ao longo dos anos. Assim, na 1º edição existiam 713 monografias referentes a plantas e a seus derivados, as quais incluíam monografias relacionadas às plantas nativas (196) e exóticas (517), além de extratos, tinturas, óleo essencial, entre outros. Além disso, os resultados demonstraram que a partir da segunda metade do século passado ocorreu intensa substituição das plantas nativas do Brasil por medicamentos industrializados e outros produtos vegetais importados, confirmando assim a necessidade de investimentos em pesquisa de validação das nossas plantas medicinais. A resolução RDC n0 17 de 24/02/2000 da ANVISA, revogada pela RDC 2010, dispõe sobre a regulamentação da produção e registro de fitoterápico no Brasil. A RDC n0 48 define que os fitoterápicos são medicamentos exclusivamente de origem vegetal, cuja eficácia e segurança devem ser assegurados por levantamentos etnofarmacológicos e ensaios biológicos. Assim, a legislação de fitoterápicos exige que as empresas realizem estudos de eficácia e toxicidade de todos os produtos fitoterápicos (BRASIL, 2004) garantindo reprodutibilidade, constância de sua qualidade e confiabilidade a estes medicamentos (BRASIL, 2010). A flora brasileira ocupa extensas áreas territoriais que estão divididas em seis ecossistemas complexos - Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, o Pantanal Mato-grossense e Pampa. O Brasil posicionou-se como um detentor de uma grande biodiversidade vegetal. O bioma Cerrado caracterizado como vegetação de savana na classificação internacional, estende-se por cerca de 200 milhões de 18 quilômetros quadrados (RATTER, 1992) e contribui com aproximadamente 10.000 espécies das 60.000 fanerógamas distribuídas em todo o país, ocupando 1/5 do território nacional. É o segundo maior bioma do Brasil (MEIRA - NETO e MARTINS, 2002), portanto, fonte de muitas espécies vegetais que exercem forte influência não só sobre o uso terapêutico popular, mas também nas atividades agrícolas, extrativistas e pecuárias (RODRIGUES E CARVALHO, 2001). O bioma Cerrado é considerado um complexo vegetacional de grande heterogeneidade fitofisionômica. Situa-se (figura 2) nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Roraima, Rondônia e Distrito Federal (EITEN, 1990). De acordo com Almeida et al. (1998), uma grande diversidade de espécies de plantas são encontradas em muitas cidades do estado de Goiás assim como em feiras, em barracas e carros, cujo comércio é o meio de subsistência de vários indivíduos. Figura 1. Área de distribuição original do cerrado (Conservação internacional, 2007). Em 2003, dos 206 fitotérapicos registrados no país, segundo a Associação Brasileira da Indústria Fitoterápica (ABFito), 89% eram produzidos com plantas européias (RAVAGNANI, 2004), evidenciando a necessidade dos estudos fitoquímicos e farmacológicos com plantas nativas do Brasil. 19 1.2. Família Myrtaceae Geograficamente, as espécies pertencentes à família Myrtaceae ocorrem amplamente em todo o mundo, com distribuição preferencial nas zonas tropicais e subtropicais (BARROSO et al., 1984;. LEGRAND e KLEIN, 1978). Myrtaceae, uma das famílias mais importantes e dominantes da flora brasileira, especialmente na Mata Atlântica (BARROSO e PERÓN, 1994; LEITÃO-FILHO, 1993; REITZ et al., 1978), é composta por cerca de 3000 espécies (KAWASAKI e HOLST, 2004) distribuídas em aproximadamente 100 gêneros (LANDRUM e KAWASAKI, 1997; KAWASAKI e HOLST, 2004). Na região Centro Sul (Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina), são encontradas cerca de 19 gêneros com 1.000 espécies (LANDRUM e KAWASAKI, 1997; LANDRUM, 1986). Várias ações farmacológicas de diversas espécies desta família foram estudadas e relatadas na literatura. Pimenta dioica (L.) Merrill possui atividade analgésica e antipirética (LÓPEZ, 1998). Seu efeito analgésico foi atribuído à inibição de síntese de prostaglandinas, devido à presença de eugenol. Extratos etanólico, aquoso e frações obtidas a partir das folhas de Pimenta dioica mostraram atividade hipotensora em ratas albinas normotensas anestesiadas, além de um efeito anti-hipertensivo em ratos hipertensos (SUÁREZ et al., 2000). Pimenta racemosa (P. Miller) J.W. Moore é uma planta nativa das ilhas do Caribe, que é utilizada na medicina popular para o tratamento de diferentes doenças, como dor de dente, dor abdominal, febre, gripe, reumatismo e pneumonia. García et al. (2004) e Fernández et al. (2001) relataram atividades analgésica e anti-inflamatória no extrato aquoso das folhas desta espécie. Syzigium aromaticum (L.) Merr. Perry é rica em eugenol sendo utilizada no tratamento da dor de dente, infecções de pele e calafrios (FARMACOPÉIA BRASILEIRA IV, 2002). Lima et al. (2006) mostraram a atividade antimicrobiana do óleo essecial das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum para Candida albicans (ATCC 10231), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 9027) e Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e relatou o uso popular de suas folhas na forma de chá como calmante e diurético. 20 1.3. Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum Pimenta, um dos gêneros da família Myrtaceae, possui 15 espécies, das quais apenas a Pimenta pseudocaryophyllus é nativa da flora brasileira, com três variedades (Pimenta pseudocaryophyllus var. pseudocaryophyllus, Pimenta pseudocaryophyllus var. fulvescens (DC.) Landrum e Pimenta pseudocaryophyllus var. hoehnei (Burret) Landrum). As outras espécies são nativas do Caribe (LANDRUM e KAWASAKI, 1997). P. pseudocaryophyllus é um arbusto ou árvore, cuja altura varia de 4-10 m, com tronco quase ereto (20 a 30 cm de diâmetro), cinza e fissurado (figura 3 A e 3B). B A Figura 2. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Aspecto geral da planta, B) detalhe do tronco (Paula, 2006). Suas folhas são elípticas, obovadas ou elíptico-lanceolada, densamente cobertas por longos pêlos unicelulares na face inferior e glabra na face superior (figura 4B). Distingue-se pelas flores tetrâmeras; ovário bilocular, com 3-6 óvulos por lóculo. Sua inflorescência (figura 4A) é um discásio ou uma panícula de flores geralmente de sete a quinze (LANDRUM, 1986; LORENZI, 2002). A floração ocorre de dezembro a janeiro e a frutificação de maio a julho (BRANDÃO, 2002). P. pseudocaryophyllus é popularmente conhecida no Brasil como "paucravo, louro cravo, craveiro, do mato, chá de bugre , limão do mato e rosa 21 casca. Esta espécie foi selecionada para este estudo a partir de uma abordagem etnofarmacológica, pois é usada na medicina popular brasileira em diferentes preparações. Em São Gonçalo do Abaeté, MG, Brasil, as folhas são usadas para fazer chá para gripe (PAULA et al., 2008). No município de Campos do Jordão, SP, Brasil, as folhas são infundidas para fazer chá calmante, bem como para tratar problemas de má-digestão e menstruação (NAKAOKA SAKITA, et al., 1994). A B Figura 3. Pimenta pseudocaryophyllus: A) Ramo mostrando aspecto geral da inflorescência (Souza e Lorenzi, 2005); B) Ramo mostrando aspecto geral da folha, frutos imaturos - verdes e maduros – negros (Paula, 2006). 22 1.4. Ansiedade Estados de tensão emocional e desconforto são sentimentos que acometem a todas as pessoas em algum momento de sua vida. Alguns autores definem a era moderna como a da ansiedade (BALLONE, 2005). Muitas pessoas acreditam que as pressões de uma sociedade moderna, tecnológica e competitiva sejam fatores de grande importância no desenvolvimento da ansiedade (FISHER, 1990). Mesmo assim, conceituar ansiedade não tem sido tarefa fácil para os investigadores, que na verdade ainda não conseguiram uma definição operacional que fosse totalmente aceita (BAPTISTA, 2000). Transtornos de ansiedade estão entre as patologias mentais mais frequentes na prática clínica (KIRKWOOD e MELTON, 2002). Estas representam um grupo heterogêneo de distúrbios, provavelmente sem única etiologia. A ansiedade é um estado emocional que pode variar em intensidade de leve apreensão e nervosismo a um medo intenso e até mesmo terror, podendo ser uma resposta adaptativa saudável (CHAVES, 2007) ou debilitante. Quando algum nível de estimulação ou excitação é excedido, o indivíduo terá uma experiência de ansiedade que poderá ser considerada como patológica (BALLONE, 2005), afetando seu desempenho (ZEIDNER, 1998). A ansiedade se manifesta de três maneiras principais: cognitiva, comportamental e reações fisiopatológicas. Desta forma a pessoa pode perder uma grande parte da capacidade de pensar, agír e executar tarefas (BALLONE, 2005). É conveniente ressaltar que a ansiedade quase que invariavelmente acompanha muitas condições médicas e cirúrgicas. É interessante notar que a ansiedade pode também exacerbar a dor, e vice-versa. Relação entre dor e ansiedade é muito comum na prática clínica (STERNBACH, 1968; MELZACK, 1973; GRACHEV et al., 2001). As vezes, os pacientes com transtornos de ansiedade como patologia primária, também tem experiência de episódios depressivos (HANS-ULRICH WITTCHEN et al., 2003; ANTJE BITTNER et al., 2004). 23 Baseado no manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV), a ansiedade possui as seguintes classificações: transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, fobias específicas, agorafobia, transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada transtorno de estresse pós-traumático (CATES e THATCHER, e 1996; AUGUSTIN, 2005; RANG et al., 2007). 1.5. Bases Estruturais - biológicas da ansiedade Prova robusta indica que a amígdala medeia à resposta de medo e estados de excitação aumentada (OHMAN, 2005; DAVIS,1998a; LEDOUX, 1998), além da participação de monoamina. O núcleo central da amígdala recebe informações das vias visuais, auditivas, olfativas, nociceptiva e visceral e medeia a integração de informações e execução das respostas de medo autonômicas e comportamentais. Com a ativação da amígdala, numerosas vias de mediação da resposta ao estresse-medo são iniciadas (DAVIS, 1998a), levando à liberação de fator de liberação de corticotropina (CRF) em inúmeras áreas do cérebro, assim, ocorre a mobilização da resposta de sistema nervoso central (SNC) ao estresse. Além disso, a ativação direta do núcleoparaventricular do hipotálamo leva à liberação de CRF, que estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela glândula pituitária anterior. Dois tipos de respostas de medo têm sido descritos: um medo rápido, em resposta a ameaças imediatas e ativado por uma via direta do tálamo sensorial para a amígdala, e outra mais lenta, que é ativado por um circuito Tálamo-corticoamigdalo que permite a avaliação valiosa cortical sobre as informações relacionadas com ameaças (KALIN et al., 2004). O córtex conhecidas por pré-frontal e o hipocampo são duas estruturas cerebrais serem importantes na fisiopatologia do transtorno de ansiedade (SHIN et al., 2006). Considera-se que o hipocampo participa no processamento de informações contextuais; diferenciando entre os contextos de segurança versus contextos potencialmente perigosos. Disfunção do hipocampo, conseqüentemente, pode produzir uma resposta de ansiedade ao estímulo inócuo com uma superestimativa de contextos potencialmente ameaçadores (SHIN et al, 2006). 24 Tem sido mostrado o papel de alterações de diferentes sistemas de neurotransmissores, na patogenia da ansiedade, em diferentes estruturas, tais como sistema límbico (DAVIS, 1997; GARAKANI et al, 2006; LEDOUX, 1998). Desta forma, vários neurotransmissores, entre eles, a noradrenalina, serotonina, dopamina, L-glutamato, GABA e glicina, peptídeos como o hormônio liberador da corticotropina (CRH), ACTH e a colecistocinina e esteróides como a corticosterona têm sido implicados na ansiedade. Atualmente, alterações nos sistemas gabaérgico, noradrenérgico serotonérgico, estão sendo relacionadas a alterações funcionais e e estruturais em área específica do cérebro como a amígdala, córtex pré-frontal, locus coeruleus e hipocampo como foi repetidamente demonstrado por estudos de neuroimagem (DELL'OSSO et al., 2010). Receptores GABAA podem modular as respostas de ansiedade através de projeções para áreas límbicas, com conseqüente redução do volume de monoaminas, para o locus coeruleus (LC) e núcleos da rafe (RN) acarretando supressão de disparo neurônais (KARDOS, 1999). Desta forma, surgiu a hipótese de que a regulação baixa do receptor GABAA-benzodiazepínico nos transtornos de ansiedade resultaria em uma diminuição da função dos neurotransmissores endógeno e a expressão de sintomas característicos da ansiedade (ARGYROPOULOS e NUTT, 2003). Diversas linhas de evidência sugerem que a norepinefrina (NE) tem um papel preponderante na organização do estado comportamental do organismo de mamífero. Esta é mais pronunciada no que diz respeito à excitação, vigilância, a ativação da resposta ao estresse, e a modulação dos sistemas de memória, particularmente relativos aos estímulos aversivos (ARGYROPOULOS e NUTT, 2003). Os efeitos centrais do NE são mediados através de receptores póssinápticos α1 and β1 e pré-sinápticamente por receptores α2 que são importantes na inibição da liberação de norepinefrina e de outros neurotransmissores. A ioimbina antagonista α2-adrenérgico aumenta o disparo de corpos celulares noradrenérgicos no locus coeruleus e induz a ansiedade, enquanto agentes que reduzem o disparo desses neurônios, como a clonidina, agonista dos receptores α2 reduzir os sintomas de ansiedade (GRIMSLEY, 1995). 25 O papel da serotonina (5HT) na fisiologia cerebral e comportamentais é um pouco mais obscuro do que NE. Além de uma maior diversidade de receptores, os dados eletrofisiológicos são menos claro em suas implicações. Serotonina parece ter funções no sono, apetite, memória / função cognitiva, impulsividade, comportamento sexual e função motora juntamente com a modulação da resposta do sistema límbico e afetivos. Modulações hipotalâmicas por 5HT podem estar envolvida no controle do apetite, à modulação da hipotálamo - pituitária - adrenal (HPA) em resposta ao estresse, e comportamento sexual (FRAZER e HENSLER, 1994; OLIVIER et al, 1998; RAINNIE, 1999). Além desses papéis mais clássicos modulador de comportamento, 5HT está envolvida na homeostase neuronal e como um fator trófico para o crescimento e diferenciação neuronal. Há evidências crescentes de que 5HT estimula a atividade do fator neurotrófico em várias regiões do cérebro (AZMITIA, 1999; GOULD, 1999). 5HT parece ser um ativador primário da neurogênese axonal e dendrítica (GOULD, 1999). Isso pode ocorrer devido à influência de 5HT na produção de fator neurotrófico derivado do cérebro e mediação da liberação dos fatores de crescimento derivados das celulas gliais (AZMITIA, 1999). Os primeiros resultados implicando a 5-HT na ansiedade foram obtidos utilizando-se modelos baseados na aprendizagem associativa onde o animal era condicionado a pressionar uma alavanca para receber um alimento. Na presença de som, o animal receber tanto alimento quanto um choque nas patas Geller e Blum (1970). Esses pesquisadores monstraram que o precursor da síntese serotonérgica o 5-hidroxitriptofano (5-HTP) revertia o efeito anticonflito do inibidor da síntese da serotonina, paraclorofenilalanina (PCPA). limiar para as O reações ou saltar em resposta ao choque é diminuída pelo PCPA, um efeito revertido pela 5-HTP (HARVEY e LINTS, 1971; FIBIGER et al., 1972; SHEARD e DAVIS, 1976). Deakin e Graeff (1991) propuseram uma nova teoria que tem sido chamada de teoria de papel dual da 5-HT na ansiedade. Essa teoria leva as diferenças anatômicas e funcionais das vias serotonergicas e os diferentes subtipos de receptores envolvidos na ação desta vias. Segundo esta teoria, a via serotonérgica ascendente que parte do núcleo dorsa da rafe (NDR) e que 26 inerva a amígdala e o córtex frontal facilitaria os comportamentos defensivos aprendidos em resposta ao perigo potencial e estaria clinicamente relacionada ansiedade antecipatória e ao transtorno de ansiedade generalizada. Por outro lado, a via periventricular que parte do NDR e inerva matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MPCD) inibiria reações inatas de fuga ou luta em resposta a perigo próximo. Portanto de acordo com a teoria, na amígdala 5-HT tem efeito ansiogenico e na MPCD efeito ansiolítico. Estudos neuroquímicos também indicam que a buspirona, primeiro ansiolítico seletivo de ação serotonérgica introduzido na clínica médica atua preferencialmente em nível dos auto-receptores 5-HT1A nos núcleos da rafe (HOYER e MARTIN, 1997). A ativação desses auto-receptores pré-sinápticos diminui a quantidade de 5-HT em nível pós-sináptico (provavelmente na amígdala e hipocampo). Desta forma, a ação ansiogênica da 5-HT parece ser minimizada sob o efeito desses fármacos. Além disso, muitos resultados inconsistentes têm sido obtidos em diferentes modelos animais desenvolvidos para o teste destes fármacos, dificultando uma análise conclusiva do papel real da 5-HT em relação às estruturas cerebrais que regulam a ansiedade (BOURIN, 1997; CRUZ et al., 1997; GRIEBEL, 1995, 1996; HANDLEY e McBLANE, 1993; McCREARY et al., 1996). 1.6. Tratamento farmacológico da ansiedade A qualidade de fármacos que afeta o sistema nervoso central coloca os investigadores que estudam o comportamento e o SNC diante de um desafio científico extraordinário na tentativa molecular para de compreender a base celular e funções extremamente complexas do cérebro humano (BRUNTON et al., 2006). Os sedativos, hipnóticos e ansiolíticos são usados principalmente para induzir a calma (ansiolíticos e sedativos) ou para produzir o sono (sedativo-hipnóticos). Várias características são necessárias para um melhor tratamento ansiolítico, incluindo a sua eficácia em uma gama de sintomas de ansiedade, a capacidade de alcançar a remissão e prevenção no futuro, um favorável perfil de tolerabilidade em termos de efeitos colaterais, poucas interações além de ausência de sintomas de descontinuação (BALDWIN, 2006). 27 O tratamento farmacológico da ansiedade patológica começou no século XIX com a introdução de sais de bromo, os quais induziam sedação moderada, vários efeitos adversos e uma condição tóxica conhecida como bromismo (GRAEF e GUIMARÃES, 2005). No início do século XX foram descobertos os derivados malonilureia, conhecidos como barbitúricos (VALE, 2002). Estes compostos são muito potentes e com o aumento da dose causam sedação, hipnose, anestesia geral, coma e finalmente óbito. Eles também tem atividade anticonvulsivante significativa, o que levou à sua utilização no tratamento da epilepsia. Até a descoberta dos benzodiazepínicos (BZDs), os barbitúricos, tais como o fenobarbital, eram utilizados nos transtornos de ansiedade, tendo meia - vida longa e baixo índice terapêutico (JOHN et al., 2011). Um grande avanço na compreensão dos mecanismos de ação dos benzodiazepínicos ocorreu com a identificação dos seus sítios de (figura 5). A distribuição destes sítios no cérebro, também mostrou um impressionante paralelismo com a distribuição do receptor GABAA que é ativado por uma substância que ocorre naturalmente no organismo, o ácido gama-amino butírico (GABA). Além disso, sabe-se preponderante que o GABA tem um papel na modulação inibitória da função cerebral (GRAEF e GUIMARÃES, 2005). Todos os depressores do sistema nervoso central tem alguma capacidade de aliviar a ansiedade. No entanto, vários efeitos estão associados com o uso desses depressores, dentre os quais estão os BDZs no transtorno de ansiedade generalizada, onde cerca de 25 a 30% dos pacientes não respondem ao tratamento e ainda pode ocorrer tolerância e dependência (CRAIG, 2004). Alguns pacientes também sofrem déficit de atenção sob o uso deste fármaco. Além disso, há vários relatos que indicam deficiência cognitiva induzida por BDZs (HOMMER et al., 1993). A interupção do uso de BDZs pode induzir uma síndrome de abstinência, caracterizada por sintomas psicológicos de ansiedade, tais como apreensão e irritabilidade, além de tremor, palpitações e perturbações das percepções, como hipersensibilidade à luz, sons, toque ou movimento (MOTTA, 2002). 28 A buspirona é a primeira de uma classe de fármacos ansiolíticos denominada classe azapirona, sendo o único fármaco dessa classe comercializado no Brasil. Duas hipóteses têm sido propostas para seu mecanismo de ação, ambas decorrentes de sua ação como agonista parcial dos receptores 5-HT1A: (1) atuação nos receptores pré-sinápticos (autoreceptores), diminuindo a frequência de disparos do neurônio serotonérgico pré-sináptico; e (2) atuação como agonista parcial nos receptores póssinápticos, competindo com a serotonina por esses receptores e, conseqüentemente, reduzindo sua ação (GRAEFF, 1999). Aparentemente, a buspirona é menos eficaz que os BZDs no tratamento dos sintomas somáticos e autonômicos do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), sendo mais indicada quando predominam os sintomas psíquicos, como preocupações, tensão e irritabilidade (CONNOR et al., 1998). Os efeitos adversos mais comumente associados ao uso da buspirona são náusea, vertigem, cefaléia e, ocasionalmente, nervosismo e excitação. Embora geralmente de menor eficácia frente aos fármacos descritos anteriormente, os β-bloqueadores podem ser úteis em pacientes com intensos sintomas somáticos (JANICAK et al., 1997; TYRE, 1988 e 1992), embora os vários estudos apresentem restrições metodológicas (GALE, 2000). Os dados sugerem que seu efeito ansiolítico seria decorrente de uma ação periférica, já que β-bloqueadores que não apresentam boa penetração no SNC também são eficazes (TYRER, 1992). Os pacientes que mais se beneficiariam do emprego dos β-bloqueadores seriam aqueles que apresentam exacerbação dos sintomas autonômicos, embora estes não precisem ser necessariamente intensos (TYRER, 1992). Além do emprego no TAG, os β-bloqueadores também tem sido empregados no tratamento da ansiedade situacional, particularmente na ansiedade de desempenho em público (NARDI, 1999). Outra classe de fármacos utilizada no tratamento da ansiedade com vários relatos sobre o emprego são os antihistamínicos. A hidroxizina, um antagonista H1, parece ser o fármaco melhor avaliado. Os sintomas mais sensíveis à hidroxizina são irritabilidade, apreensão, dificuldade de concentração e de contatos sociais (FERRERI, 1998). 29 Em alguns estudos controlados tem sido avaliado o uso de baixas doses de antipsicóticos típicos (p.ex. clorpromazina como sedativo os quais inibem as funções psicomotoras – de excitação e agitação (GALE, 2000; EL-KHAYAT e BALDWIN, 1998). Os resultados apontam para um efeito ansiolítico, embora os efeitos adversos potenciais, particularmente no tratamento a longo prazo (p.ex. discinesia tardia), restringem seu emprego para determinadas situações (p.ex.: como alternativa para o uso de BZDs em pacientes dependentes de outros fármacos). Entretanto, esses estudos apresentam limitações metodológicas importantes, sendo que não há avaliação cuidadosa da relação risco/benefício (EL-KHAYAT e BALDWIN, 1998). No entanto, com a disponibilidade dos novos fármacos com menor risco de sintomas extrapiramidais ou discinesia tardia (p.ex.: olanzapina), talvez essa abordagem receba um novo impulso (ANDREATINI et al., 2001). Diversos ensaios clínicos randomizados, duplo-cego, placebo controlado (IPSER et al., 2006) e estudos de meta-análises comprovam a eficácia de antidepressivos no transtorno de ansiedade social (MITTE et al., 2005) no transtorno do pânico (MITTE et al., 2003) e no transtorno de ansiedade generalizada (BLANCO et al., 2003). Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina são considerados os tratamentos de primeira escolha para os três transtornos. Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina e alguns agentes anticonvulsivantes também tem demonstrado eficácia (IPSER et al., 2006). Mesmo com um arsenal de medicamentos sinteticos disponíveis, tem sido relatados o uso de uma série de preparações herbais ou medicamentos fitoterápicos para tratar ansiedade dentre os quais podemos encontrar diferentes espécies vegetais tais como: Passiflora incarnate L. - Maracujá (Passiflora incamata) é um amadeirado, videira, peludo escalada e é conhecido por ter propriedades sedativas / ansiolíticas e tem sido amplamente utilizado como ingrediente de remédios à base de plantas, principalmente na forma de um extrato líquido tintura. Estudo duplo-cego e randomizado mostraram que esse extrato de Passiflora é uma droga eficaz no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada e baixa incidência de insuficiência de desempenho no trabalho 30 com extrato de Passiflora em relação ao oxazepam é uma vantagem (AKHONDZADEH et al., 2001). Piper methysticum (Kava, Awa, Kava-Kava, Kawa, Yagona)– derivada da raiz knotty de um grande arbusto tropical da família da pimenta-preta, esta erva é usado como um relaxante natural e ajuda a dormir. Seu efeito ansiolítico poderia ser decorrente de uma ação facilitadora da inibição GABAérgica, inibidora da atividade excitatória glutamatérgica, inibidora da atividade dopaminérgica, redutora da concentração de serotonina ou bloqueadora nos canais de sódio-voltagem dependentes. Melhoria equivalente a BDZs para ansiedade generalizada, fobias sociais e específicas. Kava tem se mostrado eficaz para a ansiedade suave a moderada, mas não deve ser usado para o estresse do dia-a-dia. Deve ser reservado para momentos de ansiedade particularmente elevado. Em estudos pré-clínicos, foi demonstrado que o principal efeito calmante é mediada através da amígdala (LINDENBERG e PITULE-SCHODEL, 1990; LEHMANN, 1996; PITTLER e ERNST, 2000). Valeriana officinalis - O genero de Valeriana (Valerianaceae) compreende cerca de 200 ervas e arbustos encontrados amplamente em todo mundo. Algumas espécies de Valeriana são utilizadas medicinalmente e V. officinalis L. excitabilidade tem sido relatada a ser útil no tratamento de estados de psicológica e sensorial -neuroasthenia, histeria, angústia, epilepsia, irritabilidade etc. (MARFORI, 1941; ALLPORT, 1943; TADDEI e GIACHETTI, 1980; LEATHWOOD et al., 1982; LEATHWOOD e CHAUFFARD, 1985; LEUSCHNER et al., 1993; ORTIZ et al., 1999) bem como no tratamento de insonia. A atividade de Valeriana se dá calmante, sedativa, ansiolítica, espasmolítica, relaxante e anti-ulcerogênica. O principal efeito é reduzir o tempo de indução do sono. Os ácidos valerênicos (valerênico, acetóxi-valerênico e hidroxivalerênico) têm mostrado diminuir a degradação do ácido gama aminobutírico (GABA). O aumento da concentração de GABA na fenda sináptica é um fator responsável pelas propriedades sedativas. Outro mecanismo que pode contribuir para as propriedades sedativas de Valeriana são os altos níveis de glutamina no extrato. A glutamina atravessa a barreira hematoencefálica mais eficazmente, onde podendo ser convertido a GABA nos 31 terminais nervosos. Existem ainda outros componentes: os monoterpenos se decompõem na presença da enzima oxidase em ácido valerênico e metilcetona; o primeiro tem ação antiespasmódica e o segundo ligeiramente anestésico. Diferentemente do GABA, O extrato aquoso desta planta inibe GABA captação em ratos sinaptossomas e induz uma liberação de GABA previamente acumulado, resultando em um aumento da concentração extracelular do neurotransmissor na fenda sináptica, em níveis suficientemente altos para ativam os receptores GABA (SANTOS et al., 1994a, b). V. officinalis é capaz de bloquear a convulsão induzida tanto por estricnina e brucine (MARFORI, 1941) e em combinação com clorpromazina barbitúricos induz uma ou potencialização de sua atividade depressora. Recentemente, tem mostrado que V. officinalis extrato podem interagir com outros componentes pré-sináptica da neurônios GABAérgicos (ORTIZ et al., 1999). 32 JUSTIFICATIVA Os brasileiros encontram-se entre os dez maiores consumidores de medicamentos do mundo. O Brasil apresenta um consumo enorme tanto de fármacos de origem vegetal quanto sintética. Vale ressaltar que em 1991, 20,8% dos medicamentos vendidos no Brasil foram destinados ao tratamento de doenças relativas ao sistema nervoso central (IMS/PMB, 1993). Apesar de existir uma gama de medicamentos disponíveis no mercado para o tratamento de transtornos mentais como ansiedade na prática médica, têm sido observado que muitos pacientes não toleram os efeitos colaterais, não respondem adequadamente ou, eventualmente, há perda de resposta terapêutica (BEZERRA DE MENEZES et al., 2007). As limitações comuns no uso dos fármacos nos distúrbios psiquiátricos incluem co-mórbidos (REGIER et al., 1998) e aumento da dose levando a efeitos colaterais intoleráveis (CATES et al., 1996). As plantas medicinas podem oferecer um tratamento alternativo a ser utilizado como complemento ao tratamento convencional ou atuarem como fontes de moléculas que possam servir como protótipos para a síntese de novos fármacos. Dentre as plantas medicinais com o uso como calmante pela população brasileira está Pimenta pseudocaryophyllus Portanto, farmacológicos em virtude das dificuldades com os tratamentos para a ansiedade, a avaliação da atividade farmacológica desta espécie vegetal é uma estratégia correta para elucidar sua potência terapêutica e caracterizar a via neuronal envolvida na sua ação, facilitando desta maneira uma possível applicação clínica no futuro. 33 OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral Avaliar a atividade farmacológica do extrato etanólico das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus sobre o sistema nervoso central e identificar as frações ativas, bem como elucidar os possíveis mecanismos de ação envolvidos na atividade biológica detectada. 3.2. Objetivos específicos Obter o extrato etanólico das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus; Fracionar o extrato etanólico por partição com solventes de diferentes polaridades visando obter as seguintes frações: fração hexâno, fração diclorometano, fração acetato de etila e fração aquosa; Investigar alterações comportamentais e efeito neurotóxico do extrato etanólico no teste geral de atividade farmacológica; Verificar o efeito do extrato etanólico no sono induzido por barbitúrico; Avaliar alterações comportamentais induzidas pelas frações do extrato etanólico; Identificar a fração com o melhor perfil de atividade farmacológica; Utilizar metodologias mais específicas afim de caracterizar a atividade farmacológica; Investigar o provável mecanismo de ação envolvido na atividade farmacológica caracterizada. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Akhondzadeh, S., Naghavi, H.R., Vazirian, M., Shayeganpour, A., Rashidi, H., Khani, M. 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Landrum popularly known as “craveiro” as calming agent is a commonplace in Campos do Jordão, SP, Brazil. Pharmacological screening of ethanolic leaf extract of Pimenta pseudocaryophyllus (EEPp) and its active fraction (s) for possible anxiolytic like effect was carried out in order to confirm its therapeutic claims by the populace. Preliminary investigation of EEPp (0.5, 1.0 and 2.0 g/kg – p.o) was devoid of any sign of neurotoxicity. In the barbiturate induced – hypnosis, EEPp 1.0 g/kg potentiated the pentobarbital-induced sleep (32% reduction in sleep latency and 20% increase in sleep duration) while only dichloromethane and aqueous fractions increases sleep duration. Based on the parameters evaluated in both the open field and light dark box models, only dichloromethane fraction among others showed consistent anxiolytic like effect. 46 ARTICLE II: INVOLVEMENT OF 5-HT1A IN THE ANXIOLYTIC-LIKE EFFECT OF DICHLOROMETHANE FRACTION OF Pimenta pseudocaryophyllus (Submitted To Journal Of Ethnopharmacology) ABSTRACT Ethnopharmacological relevance: Medicinal applications of Pimenta pseudocaryophyllus infusion as a diuretic and aphrodisiac agent as well as tranquilizer in the form of tea for the treatment of emotional tension in Brazilian folk medicine has been in practice since time immemorial. Despite its popular therapeutic acceptance and claims, there are scanty scientific reports to corroborate its central biological activities. The aim of this study is to characterize anxiolytic-like effect of the dichloromethane fraction (DF) obtained from ethanolic leaf extract of the P. pseudocaryophyllus and identify mechanisms of action involved while seeking to support its popular use as a soothing agent. Mice (25–35g) were treated orally with DF obtained from ethanolic leaf extract of Pimenta pseudocaryophyllus and were submitted to light-dark box (LDB) and elevated plus maze (EPM) tests. Different groups of mice were treated with flumazenil and NAN-190 to identify mechanisms of action involved in the anxiolytic-like effect of DF. Treatment with DF increased number of transitions and time spent in the light compartment of the LDB while the time spent and numbers of entries in the open arm of the EPM were significantly increased. Pre-treatment of the animal with flumazenil (2 mg/kg, i.p. - competitive antagonist of benzodiazepine site of GABAA receptor) did not block this effect, thereby excluding participation of benzodiazepine site of the GABAA receptor. However, anxiolytic-like effect of DF was reversed by pretreatment with NAN-190 (0.5 mg/kg, i.p. - an antagonist of the 5-HT1A receptor) thereby suggesting chromatography and involvement of 5-HT1A high-performance liquid receptor. The thin chromatography layer analysis indicated the predominance of (E)-methyl isoeugenol and oleanolic acid in DF. These results support the popular use of P. pseudocaryophyllus as a calming agent and suggest the involvement of 5-HT1A receptor. 47 Conclusões Gerais A partir do estudo fitoquímico, o EEPp, AF, EAF, DF e HF foram obtidos com o rendimento de 28.4%, 32.3 %, 21.3 %, 13.2 %, 8.2 % respectivamente. No teste geral de atividade farmacológica, houve a diminuição em deambulação, sem nenhuma alteração indicativa a neurotoxicidade mesmo na maior dose (2 g/Kg) com o tratamento oral. Os resultados experimentais obtidos sobre o tratamento com EEPp mostraram ações depressoras do SNC pela potencialização do sono induzido devido á redução em latência e aumento em duração. A fração aquosa mostrou atividade tipo sedativo. Tratamento com a fração acetato de etila não levou alterações comportamentais convincente nos modelos empregados. O efeito observado pelo tratamento com a fração hexano é, inespecífico por sendo inconsistente nos modelos empregados. A DF apresentam atividade tipo-ansiolítica numa forma dose dependente nos modelos empregados. O envolvimento do sitio benzodiazepínico do receptor GABAA no mecanismo de ação da DF foi descartado uma vez que o pré-tratamento com flumazenil não bloqueou os efeitos tipo ansiolítico observado anteriormente. O bloqueio deste efeito pelo pré-tratamento com NAN-190 sugeriu o envolvimento dos receptores serotonérgicos do tipo 5-HT1A. 48 Perspectivas futuras Aprofundar as investigações das atividades farmacológicas dos princípios ativos presentes nas folhas de Pimenta pseudocaryophyllus estudada, responsáveis pelos efeitos observados em conjunto (sinergismo) ou isoladamente. Caracterizar as vias neurobiológicas envolvidas para o melhor entendimento da fisiopatologia da ansiedade. Estudar a toxicidade do (s) composto (s) encontrado (s) na espécie vegetal para promover a sua aplicação clínica 49