Nível Área de competência chave UFCD Conteúdo Tema B3 Linguagem e Comunicação LC3C - Produzir textos informativos Técnicas e modelos de escrita Resumo de texto. Objectivos específicos Distinguir num texto as ideias principais e acessórias/redundantes. Reduzir o texto à sua informação/mensagem essencial. Utilizar o código escrito de modo correcto e coerente com o tipo de texto redigido, com diversificação de vocabulário e estruturas frásicas. Proceder à autocorrecção e revisão do resumo produzido. Pré-requisitos: Aplicar as quatro regras básicas utilizadas nas actividades de redução de texto. Saber usar os articuladores de discurso. Utilizar correctamente o código escrito de modo coeso e coerente. Espaço e materiais: Sala de aula; ficha de trabalho; quadro-guia dos articuladores de discurso. FASES CONTEÚDOS/MÉTODOS/MATERIAIS Relembrar as quatro regras básicas utilizadas nas actividades de Introdução redução de texto. Leitura para informação e estudo: - definição de resumo; Desenvol- regras práticas para sublinhar, tirar apontamentos e esquematização vimento de informação (e/ou divisão de um texto nas suas partes lógicas). Resolução dos exercícios da ficha de trabalho. Avaliação Correcção do textos produzido. Aperfeiçoamento de texto: revisão do resumo produzido. TEMPO 10 55 55 Sumário da aula: Dos apontamentos à técnica do resumo. Autor: José Carreiro 1 Nível Área de competência chave UFCD Conteúdo Tema B3 Linguagem e Comunicação LC3C - Produzir textos informativos Técnicas e modelos de escrita Resumo de texto. FICHA DE TRABALHO Leitura para informação e estudo RESUMO -- Texto que apresenta as ideias ou factos essenciais desenvolvidos num outro texto, expondo-os de um modo abreviado e respeitando a ordem pela qual surgem no texto original NOTA: Devem utilizar-se preferencialmente para resumos textos de carácter informativo (notícias ou artigos de jornais, de revistas...). É de evitar a aplicação desta técnica a excertos de textos literários. Por que se deve praticar o resumo? A prática do resumo ajuda a: - discernir o essencial do acessório; - desenvolver a leitura crítica; - testar as competências de interpretação, raciocínio e composição. Para elaborar um resumo, é útil dividir o trabalho em duas fases: 1ª - Compreensão do texto original • Leitura global; • Leitura para descoberta da organização do texto - levantamento das ideias ou factos essenciais do texto - detecção do seu encadeamento 2ª - Construção do novo texto (resumo): • Selecção das ideias ou factos essenciais do texto original que constarão do resumo; • Supressão das palavras ou frases referentes a ideias ou factos secundários; • Substituição de palavras ou frases do texto original, por outras que tornem mais económica a expressão, devendo excluir-se as transcrições; • Redacção em linguagem clara e precisa do resumo, atendendo a: - ordem pela qual as ideias ou factos são apresentados no texto original; - transformação do discurso directo em indirecto; - articulação de parágrafos e frases, recorrendo a palavras ou expressões que indiquem o tempo, o espaço, o modo, a causa, a consequência (advérbios, conjunções, locuções adverbiais ou conjuncionais); - número de palavras ou de linhas proposto, ou o limite de metade ou um terço do texto original, caso não haja imposição prévia. Autor: José Carreiro 2 ASPECTOS TÉCNICOS AUXILIARES: DISTINGUIR O ESSENCIAL DO ACESSÓRIO 1 - Regras práticas para sublinhar 1.1. Sublinhar pouco, saltando as frases secundárias e os vocábulos supérfluos. 1.2. Sublinhar frases positivas (afirmações); sempre que se sublinhem frases negativas, sublinhar ou evidenciar também uma negação (o não das afirmações negativas), de forma a não ser induzido em erro ao percorrer o texto. 1.3. Reescrever à margem, por palavras próprias, os conceitos expressos no texto, quando não for possível destacar vocábulos que por si sós sintetizem o conteúdo. 1.4. Se o texto for constituído por uma enumeração de ideias, causas, consequências ou outro tipo de elementos, numerá-los; isto é, passar de uma enumeração a uma sequência. 1.5. Quando um texto sublinhado é uma definição, evidenciá-lo por meio de uma seta à margem. Quando existam muitos exemplos, destacar o mais característico com uma seta. 1.6. Além dos sublinhados, usar outros sinais gráficos que chamem à atenção e facilitem as actividades necessárias à compreensão. Por exemplo, ligar com um traço ideias semelhantes ou que se oponham e marcar com um ponto de interrogação as palavras que é preciso procurar no dicionário, bem como períodos de sentido pouco claro. 1.7. Destacar os comentários pessoais com parênteses rectos, de modo a não os confundir com o conteúdo do texto. 1.8. Não usar demasiados lápis ou canetas de cor diferente para distinguir os sublinhados. Em vez disso, alternar dois modos diferentes de sublinhar com uma única caneta ou com um único lápis (por exemplo, uma linha ondulada para informações de maior relevo e uma linha recta para outras informações). 2 - Regras práticas para tirar apontamentos 2.1. Percorrer uma ampla parte do texto antes de começar a tirar apontamentos, de forma a perceber a sua estrutura. Redigir depois os apontamentos relativos a cada unidade de leitura. 2.2. Escrever apontamentos que sejam compreensíveis a uma releitura, mesmo passado muito tempo. Em especial, quando os apontamentos são baseados em palavras-chave, tentar que a relação entre as palavras fique clara. 2.3. Exprimir os conteúdos do texto por palavras próprias, excepto quando for importante fazer uma citação. 2.4. Redigir apontamentos sintéticos e concisos, que sejam muito mais breves que o texto de partida. 2.5. Redigir apontamentos que situem as informações numa relação hierárquica. Usar, para esse fim, alinhamentos e numerações. 2.6. Uma vez que se tenha acabado de tirar apontamentos, relê-los para verificar se são compreensíveis. Se isto não acontecer, acrescentar ligações explícitas entre as partes anotadas. (Maria Teresa Serafini, Saber estudar e aprender, Editorial Presença, Lisboa, 1991, pp.60 e 65. Adaptado em: http://www.esec-l-freitasbranco.rcts.pt/projectos/Centro%20Apoio%20Ens%20Rec/Apoio%20Dist/Portinfo_mod4/info2h_resumo_mod4.pdf) 3- Fases de elaboração de um esquema 3.1. Definir a ideia mais importante ou o conceito fundamental do texto a colocar como raiz ou centro do esquema. 3.2. Seleccionar conceitos que estejam subordinados à ideia principal e que possam ser expandidos. 3.3. Identificar para cada ideia ou conceito referidos anteriormente palavras-chave ou frases breves. Organizar estas no esquema da forma mais legível. Autor: José Carreiro 3 3.4. Tornar a executar o ponto 3.2. enquanto houver conceitos para expandir. http://sintrabe.wikispaces.com/file/view/5.+Sublinhar+Tirar+apontamentos+Esquemas.doc Autor: José Carreiro 4 Tirar apontamentos e fazer resumo . Tirar apontamentos é: 1.seleccionar as informações; 2. hierarquizá-las; 3. reelaborá-las; 4. reorganizá-las; 5. fixar alguns elementos essenciais do texto. Texto-base, com sublinhados - os sublinhados servem de guia, assinalando as palavras-chave. Quando tirar apontamentos Devem ser tirados apontamentos: 1.durante a leitura analítica de um texto: 2.durante a audição de uma conferência; 3.durante a assistência a uma aula; 4.... Extensão dos apontamentos Como tirar apontamentos Os apontamentos devem ser: 1. Os apontamentos devem ser tirados 1. sintéticos e concisos; em folhas duráveis. 2. compreensíveis a uma releitura. 2. Podem ser tirados apontamentos: - por sublinhados e notas à margem; por palavras-chave; por pequenas frases; - por quadros e mapas; por resumos. Palavras-chave - realçam os conceitos fundamentais. Quadros e mapas Pequenas frases - evidenciam as relações - prestam-se a um estudo a entre os conceitos e as longo prazo. informações; - favorecem a memorização. Os elementos da crosta terrestre Metais: dividem-se em dois grandes grupos: - bons metais e não-metais. Todos os elementos condutores do são classificados com base nas suas calor propriedades físicas e químicas. Os - maleáveis metais, ao contrário dos não-metais, são - dúcteis geralmente bons condutores quer da - brilhantes electricidade quer do calor. A maior parte - reflectem a luz dos metais é maleável, podendo ser - elevada trabalhada em lâminas; aos não-metais densidade. falta esta propriedade. Alguns metais são também dúcteis: podem por isso ser Não-metais: trabalhados em fios finíssimos; isto não é - propriedades opostas. geralmente possível com os não-metais. Os metais são geralmente brilhantes, reflectem a luz e têm uma densidade elevada, também isto ao contrário do que sucede com os não-metais. Metais: - Todos permitem uma boa condução do calor e têm densidade elevada. - A maior parte é maleável, brilhante e reflecte a luz. - Alguns são dúcteis. Metais Condução do Boa calor Maleabilidade Sim, para a maioria Ductibilidade Sim, para alguns Brilho, Sim, reflexão à luz para a maioria Densidade Elevada Nãometais Má Não Não, para a maioria Não, para a maioria Baixa Resumo - apresenta a selecção da informação; - é um exercício de redução de texto. Os metais são bons condutores do calor; na maior parte dos casos, maleáveis, por vezes dúcteis, a maioria brilhantes e de densidade elevada. Os não-metais são maus condutores do calor, não são maleáveis, têm uma baixa densidade e em geral não são dúcteis, não são brilhantes nem reflectem a luz. Não-metais: (50 palavras) - São maus condutores do calor e pouco densos. - Não são maleáveis. - Geralmente, não são dúcteis, não são brilhantes e não reflectem a luz. (154 palavras) Maria Teresa Serafini, Saber Estudar e Aprender, Editorial Presença, Lisboa, 1991 (adaptado por Departamento de Línguas Românicas da E.S.D.R.) Autor: José Carreiro 5 Aplicação 1. Leia com atenção o excerto abaixo transcrito. A estrutura económica de Portugal [no início do século XX] fundamentava-se na agricultura. O País era rico em determinados produtos agrícolas - vinho, cortiça, frutas -, que permitiam exportações de vulto, mas dispunha de um solo pobre e pouco adequado à colheita do trigo. Assim, o problema de abastecer os grandes centros urbanos - em especial Lisboa com cereais panificáveis1 absorveu os esforços de numerosos governos ao longo do primeiro terço da centúria2. Oscilando entre uma política de declarado proteccionismo (que permitia certo desenvolvimento da produção nacional, mas onerava3 o custo do pão) e outra de franco liberalismo (que barateava o pão mas desfalcava o tesouro em divisas), Portugal conheceu uma autêntica e aguda «questão do pão» que mobilizou as penas4 de quase todos os economistas da época (ao lado dos simples amadores e interessados) e se manteve por detrás de não poucas crises políticas e sociais. A.H. de Oliveira Marques, História de Portugal, vol. II, 3.° ed., Lisboa, Palas Editores, 1976 1.1. Distinga, no texto, o essencial do acessório, assinalando com um X, das seguintes passagens apresentadas, aquelas que devem ser excluídas e as que você deve manter: Passagens do texto excluir manter A estrutura económica de Portugal [no início do século XX] fundamentava-se na agricultura. O País era rico em determinados produtos agrícolas - vinho, cortiça, frutas -, que permitiam exportações de vulto, mas dispunha de um solo pobre e pouco adequado à colheita do trigo. Assim, o problema de abastecer os grandes centros urbanos - em especial Lisboa com cereais panificáveis absorveu os esforços de numerosos governos ao longo do primeiro terço da centúria. Oscilando entre uma política de declarado proteccionismo (que permitia certo desenvolvimento da produção nacional, mas onerava o custo do pão) e outra de franco liberalismo (que barateava o pão mas desfalcava o tesouro em divisas), Portugal conheceu uma autêntica e aguda «questão do pão» que mobilizou as penas de quase todos os economistas da época (ao lado dos simples amadores e interessados) e se manteve por detrás de não poucas crises políticas e sociais. 1 panificáveis: susceptíveis de serem transformados em pão. centúria: século. 3 onerava: sobrecarregava. 4 mobilizou as penas: suscitou a análise (através da escrita). 2 Autor: José Carreiro 6 1.2. Divida o texto em partes lógicas, indicando-as. 1.3. Elabore a redacção do resumo. Atenção: é necessário – produzir um texto de 55 a 65 palavras (pois não pode ser maior nem igual ao texto a resumir. Se o fizesse, se estivesse a repetir por palavras suas aquilo que diz o autor, estaria a fazer uma paráfrase ou um reconto); – respeitar a ordem de apresentação das ideias ou dos factos; – utilizar elementos de ligação entre as frases para que se note o fio condutor do texto; – evitar transcrições do texto; – evitar comentários e opiniões pessoais (optar por um estilo neutro: não se é obrigado a imitar o estilo do autor nem a adoptar um estilo muito pessoal que leve a deformar o seu pensamento); – transformar o discurso directo em indirecto, se o houver. Autor: José Carreiro 7 Nível Área de competência chave UFCD Conteúdo Tema B3 Linguagem e Comunicação LC3C - Produzir textos informativos, reflexivos e persuasivos Técnicas e modelos de escrita Resumo de texto. FICHA DE TRABALHO CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO 1.1. Contracção de texto. Passagens do texto excluir manter A estrutura económica de Portugal [no início do século XX] fundamentava-se na agricultura. X O País era rico em determinados produtos agrícolas X - vinho, cortiça, frutas -, X que permitiam exportações de vulto, X mas dispunha de um solo pobre e pouco adequado à colheita do trigo. X Assim, o problema de abastecer os grandes centros urbanos X - em especial Lisboa - X com cereais panificáveis X absorveu os esforços de numerosos governos ao longo do primeiro terço da centúria. X Oscilando entre uma política de declarado proteccionismo X (que permitia certo desenvolvimento da produção nacional, mas onerava o custo do pão) X X e outra de franco liberalismo (que barateava o pão mas desfalcava o tesouro em divisas), X Portugal conheceu uma autêntica e aguda «questão do pão» X que mobilizou as penas de quase todos os economistas da época X (ao lado dos simples amadores e interessados) e se manteve por detrás de não poucas crises políticas e sociais. X X 1.2. Divisão do texto em partes lógicas. Estrutura informacional (nível do conteúdo): - agricultura portuguesa nos inícios de novecentos: base da economia, mas sem condições para satisfazer as necessidades de trigo; - insuficiências no abastecimento urbano de pão e inoperância das políticas, ora proteccionistas ora liberais, originando várias crises. 1.3. Resumo do texto. No início do século XX, a economia portuguesa dependia da agricultura. Porém, se o país era rico em alguns produtos agrícolas, era pobre na produção de trigo, o que acarretava dificuldades no abastecimento dos grandes centros com produtos panificáveis. Assim, a “questão do pão”, que vários governos tentaram solucionar com políticas ora proteccionistas, ora liberalistas, originou várias crises político-sociais. [59 palavras] Autor: José Carreiro 8