Fotografia
A ideia de uma imagem vista a partir de um
pequeno orifício dentro de uma caixa escura é muito
antiga. Há registros de que no tempo de Aristóteles já se
conhecia o fenômeno de produção de imagens através
desse processo. Mas foi apenas no século XIX que a
fixação dessas imagens projetadas dentro de caixas
pretas passou a acontecer.
Várias pessoas estiveram envolvidas no processo
de elaboração e descoberta de lentes e produtos
químicos que não apenas dessem maior nitidez às
imagens, mas que também as fixassem, “congelando”,
dessa forma, o tempo.
Figura 01: Blanche Satchell
(1925), Alfred Cheney.
Em 1839 o francês Louis Daguerre
apresentou para a comunidade científica de seu
país o processo que originava as fotografias, ou
os daguerreótipos, como ficaram conhecidas
inicialmente.
A fotografia, uma invenção do século XIX,
alterou dramaticamente a percepção e a
experiência que a raça humana tinha sobre o
mundo e o Universo. Esse efeito avassalador é
percebido até nossos dias, através de imagens
que nos chegam de vários meios nos quais a
fotografia foi empregada.
A reprodução de uma realidade contida num
tempo passado e preservada através de uma
imagem, extremamente fiel e realizada de
maneira tão rápida, parecia para muitos no
século XIX um verdadeiro milagre.
Era a criação de um mundo imaginário
quase tão real quanto o que vivemos. Foi a
primeira vez que o passado pôde ser registrado
sem palavras ou através de pinturas. O passado
conseguia agora sobreviver por meio de
processos químicos que o tronavam tão reais
quanto o presente.
Figura 01: Blanche Satchell (1925),
Alfred Cheney.
Figura 02: Ansiedade (1928),
Eugênio Latour.
No inicio os artistas que aderiam à nova técnica de
construção e captura de imagens ainda estavam muito
ligados a um modo tradicional de representação atrelado
à pintura. E as composições denunciavam isso, como
podemos observar na fotografia de Alfred Cheney (figura
01) e na pintura de Eugênio Latour (figura 02).
Ambas possuem o mesmo tipo de enquadramento,
ou seja, a seleção do campo visual a ser representado
se restringe aos elementos que de fato são importantes
para compor a cena. Nas duas imagens foram criados
cenários que restringem e conduzem nosso olhar para a
cena principal. No caso da figura 01, a tapeçaria de
fundo possui duas figuras femininas que parecem
dialogar com a moça que se olha no espelho. Na
imagem da figura 02, a decoração da parede se une em
um canto do ambiente que é representado, exatamente
na cabeça da bela moça curiosa.
Há uma mesma atmosfera que envolve as duas
imagens, apesar de serem produtos de técnicas
artísticas distintas.
Essa tentativa que a fotografia faz de se aproximar
da pintura criou no meio artístico grupos que
entenderam a nova técnica como mais um instrumento à
disposição dos artistas, sendo assim, o seu resultado
considerado como arte, tal qual pintura ou escultura. De
outro lado, havia grupos que desacreditavam do novo
modo de construção de imagens, por entenderem que
elas eram geradas por uma máquina, e não por uma
habilidade humana.
Com o passar do tempo, os fotógrafos
encontraram um caminho próprio na construção
de suas imagens. Paralelamente a esse
processo surgiu, a partir da fotografia, o cinema,
que vem a ser a sequencia de quadros
fotográficos apresentados em grande
velocidade.
A fotografia permitia a captura de momentos
inusitados e pequenas cenas que no cotidiano
eram perdidas ou reproduzidas com alguma
similaridade pela pintura, mas sem o brilho e o
fresco do real trazido pela foto.
A figura 03 mostra
um desses instantes
em que um guarda da
polícia francesa nos
anos 50 do século XX
passa em frente a um
bar que possui uma
fachada bastante
inusitada. A imagem
sugere que o policial
será devorado pela
grande boca que é a
porta do bar.
Figura 03: Portão
do Inferno,
Boulevard de
Clichy (1952),
Robert Doisseau.
Além desses instantes únicos registrados
somente a partir da invenção da máquina
fotografia, a fotografia passou a estar presente
no processo de criação de diversos artistas,
sendo incorporada como parte do processo ou
ainda como resultado final da obra.
Um dos artistas
que mais se
destacaram no uso
da nova tecnologia
foi Emmanuel
Rudnitzky, mais
conhecido como
Man Ray (figura 04).
Figura 04: kiki, Violino de
Ingres (1924), Man Ray.
A Lágrima, Man Ray
Entre todos os usos que foram feitos da
nova técnica, um dos seus maiores sucessos foi
no ramo da moda. Diversos artistas se
dedicaram com entusiasmo e criatividade para
produzir imagens que seduzissem homens e
mulheres, Irving Penn foi um desses. As
mulheres fotografadas por ele mais se pareciam
com deusas do que com mulheres reais. O
glamour e a elegância eram a força de suas
imagens, e tudo isso apenas em preto-e-branco,
com variações em tons de cinza.
Figura 05: Lisa Fonssagrives (1950), Irving Penn.
Avaliação:
01)Na sua opinião a fotografia alterou a percepção
humana e por quê?
02)Como os artistas reagiram com a nova
tecnologia da fotografia?
03) Na sua visão quais os benefícios da fotografia
para o homem?
04) Qual artista e obra citado no texto você
considera expressivo, comente sua resposta?
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Fotografia - Colégio Energia Barreiros