TECHNO Ano III- n 15 - 2013 o NEWS PESQUISA & INOVAÇÃO INTEGRIDADE DE ATIVOS Tecnologia e ferramentas TERMINAL PORTUÁRIO Equipamentos de operação ENGENHARIA DE SUBSOLO Obras viárias subterrâneas Prosub-EBN Conclusão da primeira etapa do cronograma UFEM pronta para operação TECHNO News 2 Ano III - no 15 - 2013 ÍNDICE TECHNO Ano III- no 15 - 2013 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA 4 NEWS PESQUISA & INOVAÇÃO INTEGRIDADE DE ATIVOS Tecnologia e ferramentas NEW TERMINAL PORTUÁRIO Equipamentos de operação ENGENHARIA DE SUBSOLO Obras viárias subterrâneas Inaugurada a primeira etapa do Prosub-EBN INDÚSTRIA NAVAL 6 A Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas 7 A próxima etapa do Prosub-EBN 8 Prosub-EBN Compensações Socioambientais 23 Prosub-EBN O atendimento à mão de obra PROSUB NACIONALIZAÇÃO 12 No Prosub-EBN, a maior prensa hidráulica da América Latina 15 Soluções de Rigging para a montagem da maior prensa do País 17 Diversidade de conhecimento marca o desenvolvimento do projeto do Prosub-EBN 20 Intertek Moody acompanha testes da câmara hiperbárica da UFEM Diretor Geral Ubirajara Xavier da Silva Diretora Executiva Maria Angélica Fe. Teixeira TECHNO NEWS é uma publicação produzida pela Santiago Publicações, dirigida a profissionais e empresas dos setores Energia, Óleo & Gás, Petroquímica, Transportes, Aeronáutica, Indústrias Químicas, Telecomunicações, Agroindústria e Mineração e Metais. Rua das Gaivotas, 343 - Cidade Jardim CEP 38412-138 - Uberlândia - MG Tel. (21) 3512-9456 / (34) 3238-7673 NEWS Prosub-EBN ICN inicia a construção do submarino Conclusão da primeira etapa do cronograma UFEM pronta para operação Techno News 15 b.indd 1 ENGENHARIA DE SUBSOLO 27 Brasfond executa obras complexas no Porto Maravilha PESQUISA & INOVAÇÃO 29 Projetos de inovação e o gerenciamento de riscos INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA 31 Primeiro lote de equipamentos da EMBRAPORT chega ao Brasil 09/04/2013 15:37:52 EDITORIAL Inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas. Esta é a matéria de capa desta edição da Techno News. Este evento é um marco para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil pois com a disponibilidade de operação desta unidade fabril, a UFEM, a construção efetiva do primeiro submarino convencional previsto no programa poderá ser iniciada. Neste mesmo período, o estaleiro de construção do submarino entrará em ritmo intenso de obras, para no seu término, finalizar então, o processo de fabricação do submarino. A cada etapa vencida do Prosub, o percurso a ser percorrido até a obtenção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, que é o propósito fim do programa, torna-se menor, porém, não menos desafiador, quer na esfera do construtivo, quer na esfera do conhecimento. Até o presente momento, o índice de nacionalização do Prosub é de 95% o que demonstra uma participação expressiva da cadeia de fornecedores nacionais no programa. É preciso portanto, um esforço conjunto de Governo e sociedade para que nas etapas seguintes do Prosub, este índice esteja em um patamar significativo, pois esta é uma oportunidade ímpar para a ampliação do potencial fabril e tecnológico do País, em diversas áreas do conhecimento. Este é um grande projeto entre muitos outros em pauta no País. Com o advento da Copa e das Olimpíadas, as obras em diversas cidades que sediarão ambos eventos já estão em curso. São obras que traduzem toda a potencialidade da Engenharia brasileira, como por exemplo, o Porto Maravilha, com os desafios das obras subterrâneas e de reurbanização de uma área nobre no centro do Rio de Janeiro. Foto principal capa: Cerimônia de inauguração da UFEM Divulgação PR / Foto Roberto Stuckert Filho Informações: [email protected] Assinatura: [email protected] Sugestões e colaborações, enviar via correio ou [email protected] O conteúdo dos artigos assinados são de responsabilidade de seus respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da direção do periódico. www.technonews.com.br Pesquisa e Inovação é o que está por trás de grandes obras. Como descobrir novos caminhos sem a Pesquisa ou como caminhar adiante sem a Inovação? Atualmente, em qualquer área do conhecimento, ambos os conceitos andam juntos, de mãos dadas, pois o futuro pode estar próximo. A Pesquisa e Inovação implica em capacitação, qualificação, imaginação, arrojo, investimento e em muitos outros fatores. São estas condicionantes que também promovem o desenvolvimento econômico, social e cultural de uma Nação. O Brasil é um País com muitas potencialidades, e, basta que haja espaço e investimento, que os valores aparacem de todos os cantos, dos mais remotos às grandes capitais. E, o início de tudo está na Educação. Educação com qualidade, com seriedade, com objetivos claros e bem direcionados. Educação com Investimentos e Resultados, assim como deve ser, toda e qualquer estrutura produtiva. Pois, por trás do sucesso de todo empreendimento, independente do porte, sempre haverá a necessidade de um grande investimento para a formação e capacitação do recurso humano, pois sem a sua qualificação profissional adequada, dificilmente os projetos sairão do papel. PROSUB-EBN UFEM marca 95% de nacionalização 4 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Inaugurada a primeira etapa O d esenvolvimento do projeto e a construção do submarino com propulsão nuclear é o propósito final do acordo firmado entre o Brasil e a França em 2008. Desta parceria estratégica, surge o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), implantado no município de Itaguaí-RJ, que engloba um Estaleiro e uma Base Naval (EBN), uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) e a construção de cinco submarinos – quatro convencionais e um movido a propulsão nuclear. A conclusão da primeira etapa do Prosub-EBN, a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), inaugurada em 1º de março último, representa o início de uma grande conquista para o País: a capacidade de desenvolver e construir seus próprios submarinos de forma independente. Na cerimônia de inauguração, que contou com a presença de inúmeras autoridades, a presidente Dilma Rousseff assinalou em seu discurso, a importância do Programa Nuclear da Marinha, especialmente no âmbito tecnológico e da defesa, ao inserir o Brasil no seleto grupo de nações detentoras da tecnologia nuclear, reforçando também o papel da indústria da defesa nesse contexto. “A indústria da defesa é uma indústria da paz. Mas acho que a indústria da defesa é, sobretudo, a indústria do conhecimento. Aqui se produz tecnologia, e aqui, há também um poder imenso de difundir tecnologia”, disse Dilma Rousseff. “Todos nós temos consciência, no entanto, que o mundo é um mundo complexo. O Brasil assumiu, nos últimos anos, uma grande relevância. Um país como o Brasil tem esse mérito de ser um país pacífico. Isso não nos livra de termos uma indústria da defesa e temos toda uma contribuição a dar na garantia da nossa soberania, e nos inserirmos cada vez de forma mais pacífica e dissuasória preventivamente no cenário internacional”, acrescenta a presidente Dilma. Divulgação PR - Foto Roberto Stuckert Filho Com a inauguração da UFEM, Marinha e Odebrecht concluem a primeira etapa da obra do Estaleiro e Base Naval do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub-EBN) “A indústria da defesa é uma indústria da paz. Mas acho que a indústria da defesa é, sobretudo, a indústria do conhecimento.” Divulgação PR - Foto Roberto Stuckert Filho do Prosub-EBN TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 5 O Comandante da Marinha, Almirante Julio Soares de Moura Neto, destacou em seu discurso, os avanços tecnológicos garantidos pelo programa nuclear da Marinha, entre estes, “as últimas centrífugas responsáveis pelo enriquecimento de urânio e que já estão sendo disponibilizadas para a INB, para a produção do combustível a ser utilizado nas usinas nucleares da Angra, e a construção da planta nuclear para a produção do submarino, 100% projetada e sendo produzida no Brasil, que por sua característica dual, poderá servir de base para o projeto de plantas nucleares para a geração de energia elétrica.” Algumas características relevantes das instalações da UFEM também foram descritas no discurso do Comandante da Marinha, entre estas, as edificações que compõem a Unidade e suas respectivas funções; a preocupação do projeto com relação às questões ambientais; e o percurso das estruturas fabricadas na UFEM até o estaleiro, para a construção final do submarino. Almirante Julio Soares assinalou ainda, a preocupação do programa em “utilizar ao máximo a indústria nacional, o que resultou em vencer desafios” com a fabricação no Brasil de equipamentos complexos e sofisticados. “Um índice de 95% de nacionalização, resultando uma injeção na indústria eletromecânica nacional de 360 milhões de reais, que deverão ser acrescidos de 694 milhões de reais até o término da construção do estaleiro e da base naval.” “Hoje estamos dando um grande passo que nos permitirá não apenas projetar e construir nossos próprios submarinos dotados de avançada tecnologia, como também, concretizar o nosso sonho maior que é construir submarinos com propulsão nuclear”, expõe o Comandante da Marinha, finalizando, “uma inspiração legítima para um País, como o nosso, com capacidade de garantir sua soberania e defender as suas riquezas e o seu povo.” Divulgação PR - Foto Roberto Stuckert Filho “... concretizar o nosso sonho maior que é construir submarinos com propulsão nuclear, ... uma inspiração legítima para um País, como o nosso, com capacidade de garantir sua soberania e defender as suas riquezas e o seu povo.” Divulgação PR - Foto Roberto Stuckert Filho Divulgação PR - Foto Roberto Stuckert Filho Divulgação PR - Foto Roberto Stuckert Filho Na página ao lado, Presidente Dilma Rousseff; à direita, Almirante-deEsquadra Julio Soares Moura Neto, Comandante da Marinha; abaixo, Celso Amorim, Ministro da Defesa Inauguração da UFEM, no primeiro plano da esquerda para direita: Almirante Alan Paes Leme Athou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção do Estaleiro e Base Naval; Almirante-de-Esquadra Julio Soares Moura Neto, Comandante da Marinha; Presidente Dilma Rousseff; Celso Amorim, Ministro da Defesa e Tenente Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica 6 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 Divulgação Odebrecht - Foto Daniel Contarini de Oliveira INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Acima, instalações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM); abaixo, equipe da Odebrecht Infraestrutura no Prosub-EBN A Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) é um complexo industrial destinado à fabricação de componentes para o submarino construído próximo à Nuclep, em Itaguaí, onde serão construídas as seções do casco resistente do submarino. O conjunto da UFEM ocupa uma área de 56 mil m2 construídos, reunindo edificações industriais e administrativas. Na área industrial da Unidade, o prédio principal constitui a oficina de montagem destinada ao processamento das seções e subseções do submarino e instalação das estruturas internas, tais como, anteparas, conveses, tanques, fixadores e peças de penetração do casco. Além do pátio de estocagem de chapas de aço para armazenamento e manuseio do material, o complexo industrial compreende diversas oficinas, entre elas: de marcenaria e isolamento térmico; de eletricidade; de mecânica; de tubulações; de dutos; e, de pintura e acabamento. Somam-se a estas, um laboratório de Ensaios Não Destrutivos e uma escola de soldagem para a qualificação de soldadores. Da UFEM, as partes e componentes processadas na Unidade serão transportadas para o estaleiro de construção do submarino, localizado na área Sul do empreendimento. Techno A Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 7 Fábio Gandolfo, Diretor Superintendente da Odebrecht Infraestrutura Instalações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do empreendimento, a experiência com a UFEM certamente será uma referência não só para a construção do estaleiro, mas sim, para a totalidade da obra.” Três partes compõem o projeto do Prosub-EBN: a UFEM, o estaleiro e a base naval. A obra do estaleiro, já iniciada com a cravação de estacas dos prédios, foi dividida em três partes: o estaleiro de construção, onde será executada a união das seções de casco e montagem dos submarinos convencional e nuclear; o estaleiro de manutenção, destinado à manutenção dos submarinos; e a ilha, que constitui a área nuclear, onde será realizada a transferência e troca do combustível nuclear para o reator do submarino de propulsão nuclear. Esquema de implantação do Prosub-EBN - Área Norte e Área Sul Divulgação MB Ao longo do período de construção da UFEM - maio de 2010 a novembro de 2012 -, as obras marítimas da área Sul do ProsubEBN foram conduzidas com grande agilidade, permitindo na sequência da inauguração da UFEM, o início das obras da segunda etapa do empreendimento: o estaleiro de construção. “O término e entrega desta etapa está previsto dezembro de 2014 e, nesta fase, teremos um cronograma mais desafiador do que tivemos na UFEM”, coloca Almirante Alan Paes Leme Arthou, Gerente do Empreendimento Modular de Construção do Estaleiro e Base Naval. “A quantidade de edificações será muito maior assim como a complexidade da obra, especialmente pela implicação nuclear em parte do projeto. Também maiores, serão os recursos destinados a esta etapa – que junto com as obras marítimas já realizadas somam mais de R$ 6 bilhões, sendo que na UFEM, estes ficaram em torno de R$ 1,5 bilhão.” O monitoramento do custo da obra do Prosub-EBN, assim como do cumprimento do cronograma, é uma preocupação constante da Marinha e também da Odebrecht Infraestrutura, responsável pela construção de todo o empreendimento. Em se tratando de uma obra de longo prazo, o aprimoramento da gestão e da execução do empreendimento é também um fator fundamental para que haja uma constante melhoria nos processos e procedimentos da obra. Assim, após o término da UFEM, Marinha e Odebrecht realizam uma detalhada avaliação desta etapa, com a participação de seus respectivos profissionais envolvidos na construção da Unidade, com o objetivo de detectar os pontos que poderão ser aprimorados na construção do estaleiro. “A partir desta análise, denominada ‘Lições Aprendidas’, pretendemos aproveitar os pontos considerados bons, os quais, eu diria que pela rapidez e qualidade dos trabalhos na UFEM, somam bem mais do que 90% da obra e, para os aspectos considerados suscetíveis, estes serão revistos com o propósito de aperfeiçoá-los na próxima etapa”, expõe Fabio Gandolfo, Diretor Superintendente da Odebrecht Infraestrutura. “Em um projeto integrado como o Prosub-EBN, com a participação da estatal francesa DCNS - a responsável pela transferência de tecnologia; da Marinha do Brasil - o cliente e o empreendedor do programa; e da Odebrecht - a construtora Divulgação Odebrecht - Foto Daniel Contarini de Oliveira A próxima etapa do Prosub-EBN TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Nesta página, momentos da cerimônia de inauguração da UFEM - da chegada da Presidente Dilma Rousseff à UFEM ao descerramento da placa Divulgação PR - Fotos Roberto Stuckert Filho 8 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 composta por pescadores artesanais da Ilha da Madeira. O curso foi realizado na sede da "Associação de Pescadores e Lavradores da Ilha da Madeira" (APLIM), conduzido pelo "Instituto Rumo ao Mar" (RUMAR) - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) - devidamente credenciada pela Diretoria de Portos e Costas (DPC), sob a fiscalização, orientação e apoio da Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá, propiciando o ingresso Divulgação MB Acima, Comandante Gilberto Huet de Bacellar Sobrinho, Gerente Apoio ao Licenciamento Ambiental da COGESN e o 1o colocado no curso; à esquerda, Comandante Huet e Ana Carolina Oliveira Farias da área de Responsabilidade Social da Odebrecht para o Prosub-EB; abaixo, turma dos 30 formandos do curso “Moço de Convés” O contingente de mão de obra do Prosub-EBN, no período de pico da construção da UFEM, ultrapassou 6.000 homens, destes, mais de 4.000 somente na UFEM, e o restante, nas obras marítimas da área Sul. Este número deverá aumentar significativamente na etapa de construção do estaleiro, quando estão previstos em torno de 9.000 homens no período de pico desta obra. Além da complexidade tecnológica e operacional, o gerenciamento das necessidades em transporte, alimentação, alojamento e segurança desta mão de obra é outro grande desafio do empreendimento. Alojamento Iva Paixão e Silva, Gerente de Meio Ambiente da Odebrecht Infraestrutura para o Prosub-EBN Techno Curso de “Moço de Convés” Promovido pela CoordenadoriaGeral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), o curso "Curso de Formação de Aquaviários" - CFAQ, Módulos II e III ("Moço de Convés") foi realizado no período de 29/OUT/2012 a 30/JAN/2013, para uma turma de 30 (trinta) alunos, dos formandos na carreira de aquaviários. O Curso foi especialmente direcionado aos pescadores artesanais da Ilha da Madeira, em atenção à solicitação da APLIM e de pescadores artesanais da Ilha, como parte das medidas mitigadoras das obras de construção do "Estaleiro e Base Naval para Construção de Submarinos Convencionais e de Propulsão Nuclear" (EBN). No dia 19/FEV/2013 foi realizada a cerimônia de encerramento do Curso, na Escola Municipal Elmo Baptista Coelho, na Ilha da Madeira, em cerimônia militar presidida pelo Delegado da Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá. Foi efetuada a leitura da Ordem-deServiço alusiva à conclusão do Curso pelos 30 (trinta) formandos e a premiação aos três primeiros colocados no Curso. O evento contou com a presença de representantes da COGESN, do RUMAR e de convidados da Maersk Supply Service Apoio Marítimo Ltda., do Porto Sudeste/MMX, da TRANSPETRO e, em especial, dos familiares dos formandos, como Padrinhos, que realizaram a entrega aos formandos dos seus Certificados de Conclusão do Curso. O evento contou, ainda, com a participação de Banda do Corpo de Fuzileiros Navais, com o canto do Hino Nacional pelos presentes e da canção Cisne Branco pelos formandos. A cerimônia ensejou um significativo congraçamento da comunidade da Ilha da Madeira com a Marinha do Brasil, fator relevante de "responsabilidade social", no âmbito do processo de Licenciamento Ambiental do EBN. Prosub-EBN O atendimento à mão de obra Divulgação MB Embora as compensações socioambientais, fundamentadas nas demandas dos próprios pescadores locais, levantadas na ocasião da elaboração do EIA RIMA do PROSUB - EBN, e posteriormente compromissadas junto ao IBAMA, através do PBA, tratem a qualificação/habilitação de pescadores de uma forma bem direcionada ao fortalecimento da Pesca Artesanal, da Maricultura e do turismo, a Marinha ampliou a abrangência de sua atuação com a promoção de mais uma possibilidade: o curso “Moço de Convés”. Direcionado aos pescadores artesanais da Ilha da Madeira, o curso “Moço de Convés” oferece a formação de Aquaviário, habilitando este público alvo a atuar na área de apoio offshore em atividades de operação dos equipamentos de convés, manutenção e conservação de material, atracação e desatracação. Ainda nesse contexto de qualificação/habilitação de pescadores, o acordo com o IBAMA prevê vários projetos. No âmbito do fortalecimento da pesca artesanal e da maricultura: - Projeto de Fortalecimento do Turismo, onde os pescadores que paralelamente utilizam suas embarcações para o turismo serão objeto de qualificação; - Projeto de Formação de Mão de Obra, facilitando o ingresso dos pescadores e, em especial seus familiares no mercado de trabalho; - Projeto de Fortalecimento do Setor Terciário, estimulando o setor local e, consequentemente, abrindo novas vagas de trabalho. - Estabelecimento de “Escola de Pesca e Aquicultura”; - Qualificação dos Pescadores e Coletores de Mariscos Importante ainda destacar algumas ações inseridas na esfera da pesca, tais como: a construção de mercado de peixe para pescadores artesanais e de um pequeno estaleiro para reparos; e, a instalação de um ponto de beneficiamento do pescado. Já no âmbito do apoio ao desenvolvimento do turismo, os projetos visam: - qualificar e formalizar as embarcações pesqueiras da Ilha da Madeira que transportam turistas; estimular a qualificação dos estabelecimentos comerciais da Ilha da Madeira. Divulgação MB Prosub-EBN Compensações Socioambientais 9 A maior parte da mão de obra contratada pela Odebrecht para o empreendimento do Prosub-EBN é proveniente de Itaguaí e regiões próximas, do Rio de Janeiro e de vários outros municípios do Estado do Rio de Janeiro, de onde todos se deslocam para a obra diariamente. Para os contratados procedentes dos municípios mais distantes e também de outros estados, a Odebrecht dispõe de um alojamento, localizado no bairro de Piranema, em Itaguaí. Além das acomodações, compõem o conjunto: a administração, uma área de lazer, e uma estação de tratamento de água com capacidade de atendimento a 5.000 pessoas, que abastece não só o alojamento como também fornece água bruta e tratada para a obra. A estrutura do alojamento comporta quartos quádruplos, com bicamas e dois armários de aço com cadeado para cada integrante, banheiros e chuveiros coletivos. Na área de lazer, 10 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 jogos e música ao vivo; a programação também inclui palestras sobre temas de interesse geral, como a AIDS, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DTS) e Hepatites Virais, ministradas por profissionais convidados. A concentração de um grande número de pessoas, com culturas e hábitos diferentes, gera um desafio imenso na questão da boa convivência, mas também representa uma boa oportunidade para a promoção de novos horizontes. E, é o que a Odebrecht busca proporcionar no alojamento, ao inserir nas atividades de lazer, informações e ferramentas que possibilitem o crescimento pessoal e profissional dos integrantes. A sala Lan House, por exemplo, com 10 computadores e internet livre, além do lazer, constitui um espaço e uma oportunidade para a inserção digital, ou ainda, a sala de telecurso, que além da aquisição de novos conhecimentos, incorpora o prazer do saber. Acima, sala de informática do alojamento Prosub-EBN; abaixo, instalações do alojamento do Prosub-EBN Divulgação Odebrecht Techno um campo de futebol, um salão de jogos com mesas de sinuca, pebolim, tênis de mesa, máquinas de fliperama, mesas para dominó e baralho, e um cinema para 120 pessoas com telão de 150 polegadas possibilitam descontração e entretenimento ao pessoal no retorno do trabalho e nos dias livres. Os cultos e encontros religiosos são realizados em uma capela, permitindo o contato direto dos fiéis com os representantes das igrejas. Já as refeições são preparadas na cozinha industrial do canteiro de obras, de onde são diariamente transportadas para o refeitório do alojamento. Propiciar um bom descanso ao pessoal, com conforto e limpeza das instalações e uma distração saudável é o objetivo da administração do setor de Alojamento da Odebrecht. Mensalmente, vários eventos recreativos são promovidos no alojamento, favorecendo a interação entre os residentes, tais como, torneios de Divulgação Odebrecht INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA A logística de transporte dos contratados da Odebrecht para o ProsubEBN é resultante de um minucioso planejamento e antecede o início da obra. Partindo da previsão do número de pessoas que participariam do projeto, o plano logístico baseou-se no levantamento dos principais pontos de transbordo que determinariam a interligação do transporte da obra com as linhas de transporte público dos municípios vizinhos. Com a definição destas estações de transporte de massa, especialmente o rodoviário, o plano estabeleceu as linhas e os percursos diários de cada rota dos ônibus para atendimento a dois turnos de trabalho. Como o número de pessoas na obra varia de acordo com o estágio de execução das etapas, a quantidade de veículos fretados foi determinada de acordo com a demanda - no pico da obra da UFEM, este número chegou a 118 ônibus, totalizando um transporte mensal de 89.720 pessoas. Independente da demanda e da quantidade de veículos fretados, o conforto e a segurança dos passageiros são os fatores determinantes da logística de transporte. Aqui, o estado dos veículos e o atendimento à capacidade de ocupação, de modo que não haja o transporte de pessoas em pé, são diariamente monitorados pela equipe de Transporte da Odebrecht, por meio de vistorias surpresa e por relatórios diários enviados pelas empresas contratadas, nos quais estão inclusos a quantidade diária de pessoas transportadas e os custos do serviço. Como reforço ao fator segurança, o setor de Transportes da Odebrecht desenvolve várias campanhas educativas com o propósito de conscientizar os passageiros e os motoristas para a importância de atitudes pró-ativas durante o traslado, tais como, o uso do cinto de segurança, a adoção de um comportamento seguro e de respeito para com os demais passageiros; já eventos como palestras, visam elucidar o pessoal para questões inseridas em um contexto mais amplo, como por exemplo, a Lei Seca e suas implicações. Lindemberg Conceição de Oliveira, Responsável pela Área de Alojamentos e Repúblicas do Prosub-EBN “A cada dia, a logística de transporte de integrantes da obra é aprimorada para que possamos oferecer-lhes uma viagem com conforto, qualidade e segurança. E, o nosso negócio é tratar bem todos os passageiros, independente da função que desempenham na obra ou do nível social. Respeitar para ser respeitado.” Techno Transporte “O alojamento da obra do Prosub-EBN reflete o padrão de atendimento aos contratados da Odebrecht em todas as suas obras, o qual pelo conforto e qualidade, favorece uma convivência pacífica e amigável entre os integrantes. A incidência de ocorrências fora do regulamento é baixíssima e quando identificadas, conseguimos resolvê-las rapidamente com o apoio da área de Assistência Social da empresa. Buscamos adotar atitudes transparentes e o pessoal aqui alojado participa, inclusive, com as suas sugestões.” Paulo Rolim, Responsável pelo Setor de Transporte do Prosub-EBN Divulgação Odebrecht Acima, salaão de jogos do alojamento; abaixo, refeitório do alojamento Techno Kid Meirelles Filho, Gerente Administrativo Financeiro da Odebrecht para o Prosub-EBN Alimentação à mão de obra operacional da obra, com maior desgaste físico, quanto ao pessoal administrativo, com atividade mais sedentária. O objetivo principal é fornecer a todos, uma alimentação saudável, equilibrada, nutritiva e saborosa. Nutricionistas e técnicos em alimentos compõem a equipe responsável por todas as etapas do processo de fornecimento das refeições: da elaboração do cardápio; compra e suprimento dos itens; manipulação e preparo dos alimentos; planejamento e monitoramento do processo; até a supervisão e distribuição das refeições no canteiro. Os bons resultados obtidos pelo setor de Alimentação são derivados da técnica e do conhecimento dos profissionais envolvidos e do comprometimento para com a elaboração e fornecimento de uma refeição com qualidade e nutritiva. Outro aspecto interessante é a integração do cardápio ao Alimento Justo, um Programa de Agricultura Familiar da Odebrecht em parceria com o Governo Federal, que visa à promoção do crescimento da renda familiar por meio do fomento à produção agrícola de pequenas propriedades no entorno do empreendimento, favorecendo assim, a inserção social e a melhoria de qualidade de vida destes núcleos familiares. A implantação do Programa Alimento Justo no município de Itaguaí foi iniciada com o cadastramento dos proprietários rurais, alguns destes, inclusive, já fornecem os seus produtos para a obra. Com a oficialização da cooperativa no primeiro semestre de 2013, o Programa Alimento Justo alcançará um estágio mais avançado no qual o produtor terá maior acesso ao conhecimento e à aplicação de técnicas agrícolas adequadas para a melhoria de sua produtividade e, também, a programas específicos, como por exemplo, as linhas de crédito do Governo Federal, que estabelecem maiores condições para a expansão da produção e do mercado. Segurança A obra do Prosub-EBN, classificada como uma construção civil pesada, além de adotar os parâmetros de segurança estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, entre estes, o Programa das Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), responde também às diretrizes determinadas pelo Sindicato da Construção Pesada. A definição do efetivo da obra e a análise de risco da obra são os fatores determinantes do número de profissionais dedicados à área de Segurança, tais como, engenheiros, médicos, enfermeiros, técnicos, entre outros. No Prosub-EBN, este número ultrapassa aquele estabelecido por lei, pois além da segurança diária da mão de obra no canteiro, conduzida pelos encarregados e pelos próprios operários, a prevenção é o foco principal de atuação da equipe de Segurança da Odebrecht. A conscientização do pessoal em relação aos riscos das atividades e à necessidade de atitudes pró-ativas, tais como, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e atendimento às normas de segurança, é permanente e se estende a todos os que trabalham no canteiro, contratados diretos e também de empresas empreiteiras. As campanhas de prevenção e os treinamentos são constantes, totalizando várias horas dedicadas à Segurança. Entre estes, destacam-se, o Treinamento Diário de Trabalho, obrigatório para todos da obra, no qual os contratados se reúnem, conversam sobre as atividades do dia, dos riscos inerentes e terminam o encontro com uma oração; em outros programas, inseridos nas orientações do PCMAT, os treinamentos são realizados em situações diversas com diferentes equipamentos, avaliando-se mensalmente, entre outros pontos, o desempenho e as lideranças nas questões de segurança. “Nosso propósito é preservar a saúde e a integridade física de todos os trabalhadores da obra, inclusive de terceiros, de modo que tenhamos o melhor resultado possível em segurança do trabalho. Oferecemos aos funcionários, somente equipamentos de EPI de qualidade comprovada e treinamentos constantes, porém, entendemos que a conscientização do trabalhador é um ponto fundamental para o alcance de bons resultados”, coloca João Pedro Calaça, Engenheiro Responsável pela Área de Segurança do Prosub-EBN. A convivência na obra A presença de um representante do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Nova Iguaçu e Itaguaí no canteiro de obras do Prosub-EBN é um fator diferencial na relação contratante e contratado, pois referenda uma relação de transparência de propósitos e ações entre a Odebrecht, o Sindicato e os filiados que ali atuam. Tal relacionamento fortalece a interação entre os três lados, abrindose assim, os canais necessários para que todos se manifestem em relação a questões comuns, de pequenas causas a grandes impasses, buscando-se soluções de consenso, sem prejuízo para qualquer das partes. g Techno Divulgação Odebrecht A alimentação é um ponto diferencial da Odebrecht no Prosub-EBN. Instalada no próprio canteiro de obras, a cozinha industrial chegou a fornecer, no auge da construção da UFEM, um total de 6.500 refeições diárias fornecidas nos refeitórios da obra, no alojamento e também na área Sul do empreendimento onde, além de um refeitório principal, um container foi adaptado para atendimento ao pessoal das obras marítimas. A elaboração do cardápio diário tem como referências dois pontos fundamentais: as leis da nutrição e as necessidades básicas do público alvo. No primeiro, são considerados os itens: qualidade, quantidade, valor nutricional, harmonia e variedade. No segundo, o tipo de trabalho desempenhado pela clientela. O resultado é a oferta de um cardápio amplo, em atendimento tanto 11 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 “Não servimos comida e sim, uma refeição equilibrada, saudável e balanceada. O sucesso da alimentação é fazer para o outro o que você gostaria que fizessem para você: uma refeição com a qualidade e o valor nutricional dos alimentos preservados, aprazível aos olhos e agradável ao paladar.” Divulgação Odebrecht Ana Beatriz Ribeiro Areosa Duarte, Nutricionista Responsável pelo Setor de Alimentação do Prosub-EBN “A relação transparente estabelecida com a Odebrecht e o contato direto da equipe do Sindicato com o empregado e com o empregador dentro da obra resulta na obtenção de muitos ganhos para os dois lados. É importante que todos tenham retorno em suas solicitações e que ninguém fique sem resposta.” Thiago Cunha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Nova Iguaçu e Itaguaí 12 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 D No Prosub-EBN, a maior prensa hidráulica da América Latina e senvolvida especialmente para o dobramento de chapas de aço especiais destinadas a fabricação de partes específicas dos cascos dos submarinos do Prosub, a maior prensa hidráulica da América Latina encontrase em fase final de montagem. O equipamento está instalado na Nuclep, em Itaguaí, onde se inicia o processo de fabricação de várias seções cascos resistentes que, na sequência, serão transferidas para a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do ProsubEBN, para a instalação das estruturas internas. Esta é uma prensa hidráulica com capacidade 80.000 kN de força de prensagem e conformação a frio de chapas de aço com 5 polegadas de espessura. As grandes dimensões das peças somadas ao peso total do equipamento, superior a 1.200 toneladas, determinaram características especiais para a montagem da prensa. Além de um detalhado projeto para a fundação das instalações físicas do prédio, capaz de suportar o peso e A maior prensa hidráulica da América Latina, integrante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, entra em fase final de montagem em Itaguaí - RJ os esforços decorrentes do funcionamento, a montagem da prensa requereu um planejamento minucioso de todas as etapas do processo. Por exigência do fabricante, o início da montagem do equipamento ficou condicionado ao término e entrega de toda a estrutura predial destinada à prensa - obras civis e de utilidades -, o que evitaria a presença de poeira e outros particulados nocivos ao seu sistema hidráulico. A conclusão do prédio incluiu a cobertura do galpão industrial, o que, conseqüentemente, impossibilitou a utilização de guindastes de grande porte na montagem do equipamento. “A sincronia de todas as etapas que antecederam a montagem foi fundamental para que todos os componentes da prensa chegassem à obra no tempo previsto para o início da operação”, coloca Pablo Lemos Martinez, Diretor de Contrato da Montagem Eletromecânica da Odebrecht no Prosub-EBN. “Um equipamento com tal porte, sem Divulgação Odebrecht - Foto Bruno Galba “Nesta obra, nossos prazos estão interligados ao cronograma de fabricação do submarino porque o nosso programa principal não é a obra e sim, a construção dos submarinos.” Divulgação Odebrecht INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA Pablo Lemos Martinez, Diretor de Contrato de Montagem Eletromecânica da Odebrecht TECHNO News Techno Ano III - no 15 - 2013 Divulgação Odebrecht À esquerda, José Ricardo Reis, Coordenador de Mecânica da Odebrecht e Rodrigo Falconeri Silva, Engenheiro Mecânico da Odebrecht precedentes de fabricação no Brasil, nos levou a esmiuçar o planejamento da montagem eletromecânica ao limite, de modo que toda a complexidade e riscos fossem analisados e previstos no plano da operação para a segurança do equipamento, das equipes envolvidas e de toda a obra.” Com a impossibilidade do uso de guindastes, o plano de rigging considerou a montagem por empilhamento com a utilização de um pórtico de grande capacidade – 500 toneladas – e guindastes auxiliares com capacidades - 250 e 160 toneladas. Definida a solução e contratado o pórtico, os estudos que incluíam os detalhes deste equipamento foram concluídos, garantindo a instalação do pórtico e o início da montagem da prensa em meados de fevereiro, de acordo com o cronograma previsto. “A montagem por empilhamento considerou as três partes principais da prensa: a mesa com 225 toneladas; o martelo de 200 toneladas; e o cabeçote com 210 toneladas”, explica José Ricardo Reis, Coordenador de Mecânica da Odebrecht. “Além destes três componentes mais pesados, os tirantes e as colunas são itens importantes do conjunto: o primeiro é fixado no segundo por meio de duas porcas, uma superior e outra inferior, pesando cada uma destas, em torno de 2.500 kg. Outros componentes de peso são os cilindros hidráulicos, com 70 toneladas cada, responsáveis pela movimentação do cabeçote.” Além da sequência e da forma ideal de montagem do equipamento, o fabricante da prensa forneceu à Odebrecht a relação de uma série de ferramentas especiais necessárias à montagem e 13 posterior manutenção do equipamento. São ferramentas de grandes dimensões, o que as torna efetivamente especiais. “Realizamos a parte mais pesada do processo em 15 dias e o restante dos três meses previstos para a montagem eletromecânica da prensa estão sendo utilizados para os serviços que exigem maior precisão e cuidado – as ligações mecânicas, elétricas e hidráulicas do equipamento”, coloca Rodrigo Falconeri Silva, Engenheiro Mecânico da Odebrecht. O projeto do sistema de utilidades para a prensa partiu das instalações existentes na Nuclep que, em face do tempo de uso, foram totalmente revistas e adaptadas para as necessidades do equipamento. O sistema é composto por uma central de tratamento de água de resfriamento, com bombas e torres de resfriamento; uma central de ar comprimido para abastecimento de toda a parte pneumática da prensa; e, um sistema de água de serviço para o resfriamento de equipamentos com troca de calor. “Todas as etapas da montagem eletromecânica da prensa foram muito bem planejadas: do transporte e chegada dos inúmeros componentes do equipamento à obra; a estocagem dos mesmos; a instalação do pórtico; a montagem por empilhamento das peças; as ligações com o sistema de utilidades; o comissionamento; e os testes finais da prensa”, expõe Pablo Martinez. “Nesta obra, nossos prazos estão interligados ao cronograma de fabricação do submarino porque o nosso programa principal não é a obra e sim, a construção dos submarinos. Tudo no Prosub-EBN é uma parte integrante do cronograma de construção dos submarinos.” g 14 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 INDÚSTRIA NAVAL & DEFESA 1 2 3 Etapas de montagem da parte mais pesada da prensa, realizada em 15 dias 4 5 Fotos: Divulgação Odebrecht 6 7 8 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 15 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Soluções de Rigging para a montagem da maior prensa do País Experiência, planejamento e capacitação técnica permitiram a montagem da maior prensa já instalada no Brasil Divulgação Transremoção A Posicionamento do cabeçote da prensa, finalizando assim as operações sob responsabilidade da Transremoção prensa de 80.000 kN, em fase final de instalação, será utilizada na fabricação de partes especiais dos cascos dos submarinos no Estaleiro da Marinha em Itaguaí-RJ. Esta é a maior prensa já fabricada e instalada no Brasil, e, algumas de suas partes possuem dimensões e pesos superiores a qualquer outro equipamento do gênero. A montagem dos principais componentes da prensa – a mesa, o martelo e o cabeçote – no local determinado para a sua instalação demandou da Odebrecht, a empresa responsável pela obra e serviços de engenharia do Estaleiro e Base Naval da Marinha, o Prosub-EBN, a contratação de uma empresa especializada em movimentações de cargas pesadas e com experiência na montagem de peças de grande porte. A complexidade da operação exigia uma empresa com amplo conhecimento e capacitação técnica nesta especialidade de cargas pesadas, assim como, a disponibilidade de equipamentos com a robustez necessária ao desempenho da montagem. A Transremoção que detém todas estas qualificações foi, portanto, a empresa contratada pela Odebrecht. Uma empresa 100% brasileira, com mais de 45 anos de experiência em movimentação de cargas pesadas, a Transremoção é pioneira no Brasil no segmento de remoções industriais. Conta com equipamentos de última geração, entre estes, uma das maiores frotas de pórticos hidráulicos autopropelidos do País, com capacidades que variam de 40 toneladas a 500 toneladas. A atuação da Transremoção abrange todo o território nacional e se estende aos segmentos de transportes pesados, remoções industriais, içamento de cargas, armazenamento e locação de equipamentos. Porém, mais do que a prestação de serviços, a Transremoção oferece aos seus clientes, soluções inovadoras e completas para o transporte e remoção técnica de equipamentos industriais. Este diferencial possibilitou uma forte interação entre a Transremoção e a Odebrecht com a aplicação das melhores soluções de rigging para a operação de montagem da prensa em Itaguaí. “Em conjunto com o nosso cliente Odebrecht buscamos soluções criativas para a realização das tarefas com segurança”, afirma o engenheiro Vitor Aota. 16 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Mais informações: [email protected] Tel. (11) 3933-9494 www.transremocao.com.br Ao lado, fachada da sede da Transremoção, localizada no Bairro do Limão, em São Paulo; abaixo, montagem da prensa na UFEM - jogo de vigas utilizado no momento da operação de movimentação do martelo, para reduzir a flexão sofrida pelas vigas superiores do pórtico FABRICA FOTO Divulgação Transremoção O planejamento da operação na Transremoção teve início com a visita técnica de um supervisor à obra para conhecer in loco as condições disponíveis para a execução do trabalho e obter as informações necessárias para o plano de rigging. Os dados obtidos no site foram repassados a área de Engenharia da empresa que, com a utilização de softwares específicos e ferramentas de última geração para simulação da operação, iniciou o estudo e a busca das melhores soluções para a realização de um içamento seguro e eficiente. Outras informações específicas de cada parte da prensa, fornecidas pelo próprio fabricante do equipamento no Brasil, foram acrescidas a este estudo, permitindo melhor adequação dos dados inicialmente coletados pela empresa no site. Nesta fase do planejamento, o envolvimento de toda a Engenharia da Transremoção, engenheiros, técnicos e projetistas, em conjunto com a equipe da Odebrecht, responsável pela aprovação final, resultou a solução ideal de rigging para a montagem da prensa. O plano da montagem por empilhamento estabeleceu a utilização de um pórtico hidráulico com 4 torres, telescópicas, com capacidade de 500 toneladas, que elevam até 10,6 metros de altura. As torres são dispostas sobre trilhos, por onde se movimentam em sentido único, no caso da prensa do Prosub-EBN, da entrada do prédio em direção às fundações. Sobre as torres, ou pernas, foram adaptadas as vigas para suportar o peso da carga, interligada através de cabos. Diferentemente dos demais serviços com prensas realizados pela Transremoção, a sequência da montagem das partes principais nesta operação utilizou outra solução com a colocação do martelo por cima das colunas. Tal alteração foi objeto de um estudo específico, para avaliação das condições de ganho de altura e de interferência do prédio. Outro aspecto que também mereceu atenção especial e resultou, inclusive, em algumas alterações no plano final de rigging, diz respeito à concentração excessiva de forças atuando nas vigas do pórtico, em função do posicionamento centrado dos olhais de içamento da carga. A montagem na obra demandou 15 dias, inclusos nos 60 dias determinados na contratação da Transremoção, que realizou o empilhamento das maiores e principais partes da prensa conforme as exigências de segurança e, rigorosamente, cumpriu o cronograma estabelecido pela Odebrecht. “Essa operação é, sem dúvida alguma, de grande valia para o portifólio da Transremoção pela visibilidade do projeto, mas além deste aspecto, é um orgulho para todos nós na empresa, termos participação em algo tão importante para o futuro da Nação”, afirma Josué Rodrigues, um dos diretores e acionista da Transremoção. g Po Divulgação Transremoção O planejamento e a montagem da prensa TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 17 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Diversidade de conhecimento marca o desenvolvimento do projeto do Prosub-EBN I EBN dividido em áreas coordenadas pelo setor de Planejamento do Consórcio: a UFEM; os Estaleiros e Base Naval; os Túneis e Acessos; e as obras marítimas. Neste período de construção dos 56 mil m2 que compõem a UFEM, outras áreas do Prosub-EBN tiveram os seus projetos e obras conduzidos com igual rapidez, entre estes, o túnel, que liga as áreas Norte e Sul, entregue em meados de 2012, e as obras marítimas da área Sul, onde foram realizados os projetos e os serviços de dragagem e as obras do enrocamento, do aterro hidráulico, e dos cais estaqueados, permitindo a partir de 2013, o início da cravação de estacas do Estaleiro de Construção e posteriormente, de Manutenção. Divulgação Odebrecht - Foto Daniel Contarini de Oliveira n iciada em maio de 2010 e inaugurada em 1º de março de 2013, a construção da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) constitui a primeira etapa do projeto do Estaleiro e Base Naval da Marinha (Prosub-EBN), localizado no Município de Itaguaí – RJ. Trata-se de um empreendimento de grande porte, com alta complexidade tecnológica e um extenso programa, cuja obra está sob a responsabilidade da Odebrecht Infraestrutura. Em Junho de 2010, o Consórcio SGP, então contratado pela Odebrecht Infraestrutura e formado pelas empresas Sondotécnica, Planave e Genpro Engenharia, iniciou também o desenvolvimento dos projetos básico e executivo do Prosub- Techno Instalações da Unidade de Fabricação de Estrutura Metálica (UFEM) Coordenadores de área do Consórcio SGP para o projeto do Prosub-EBN. Da esquerda para a direita: Cristiano Moreira, Christianne Lobo e Rafael Berbert Segundo Paulo Sérgio Thomaz de Freitas, gerente de Contrato do Consórcio SGP, a consonância entre o projeto e a obra é possível devido à estreita relação técnica entre ambos e destes com o cronograma e o custo do empreendimento. “Assim como a obra é um sistema dinâmico, é necessário que o projeto também o seja. Elaboramos os projetos a partir das demandas estabelecidas pela Marinha e pela Odebrecht e todo o nosso planejamento gira em torno de dois aspectos essenciais: o atendimento ao custo do empreendimento e o cumprimento do cronograma da obra.” No Consórcio SGP, todos estes fatores norteadores do desenvolvimento do projeto são coordenados pela área de Planejamento, cuja atribuição principal é alinhar os cronogramas de projeto e de obra de forma que a interface entre ambos ocorra de maneira dinâmica e eficaz. No SGP, as disciplinas que compõem o projeto estão agrupadas em setores, os quais atendem as demandas de todo o projeto do Prosub-EBN. Os coordenadores de cada área do projeto contam ainda com o apoio dos setores de Qualidade e de Tecnologia da Informação. O primeiro setor é responsável pela verificação e certificação de toda a documentação emitida pelo Consórcio, visando, inclusive, à rastreabilidade dos projetos elaborados pelo SGP; a área de TI, por sua vez, tem a atribuição de operacionalizar os canais de difusão de informações, em âmbito interno, 18 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 PROSUB NACIONALIZAÇÃO À esquerda, prédio principal da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) ainda na fase de construção permitindo que a informação necessária, ora ao projeto, ora à obra, seja processada rapidamente em diversos níveis e instâncias. “A gestão de documentação adotada pelo Consórcio nos permite imprimir segurança, agilidade na circulação, na distribuição e no tratamento dos documentos, de modo que projeto e obra estejam totalmente integrados”, observa Paulo Sérgio de Freitas. Divulgação Odebrecht - Foto Daniel Contarini de Oliveira Divulgação Odebrecht Techno Coordenação e projeto Túnel que liga as áreas Norte e Sul do Prosub-EBN Do marco inicial da obra da UFEM até a entrega e inauguração da Unidade, o desenvolvimento do projeto do Prosub-EBN envolveu em torno de 280 profissionais do Consórcio SGP, cujas equipes técnicas se distribuíram em frentes de trabalho conduzidas por três coordenadores: a UFEM, liderada pela Engenheira Christianne Lobo; os projetos das áreas Sul e Norte, incluindo os Estaleiros de Construção e de Manutenção, a Base Naval, o túnel e os acessos, conduzidos pelo Engenheiro Cristiano Moreira; e os projetos das obras marítimas, liderados pelo Engenheiro Rafael Berbert. Christianne Lobo assinala que até a inauguração da UFEM, as disciplinas que integram o projeto do Prosub-EBN estiveram mais dedicadas ao desenvolvimento do projeto básico e executivo da UFEM. Com a entrega da Unidade, observa ela, “a responsabilidade de coordenação dos projetos da área Norte e da área Sul, que reúne instalações maiores e mais complexas do que a UFEM, será dividida entre dois coordenadores, o que não representa uma condução dissociada destes trabalhos, mas sim, uma reorganização de atribuições e de demandas destes projetos.” Na UFEM, os sistemas construtivos adotados nas edificações - estruturas prémoldadas in loco ou metálicas - foram fundamentais para permitir agilidade na execução da obra. Christianne Lobo cita ainda soluções do projeto que visaram à eficiência energética do empreendimento, tais como, o aproveitamento da água pluvial; o uso de energia solar para o aquecimento da água; o emprego de telhas translúcidas nas oficinas para melhor aproveitamento da iluminação natural; e ainda, o projeto arquitetônico das instalações administrativas no qual se buscou a melhor adequação do projeto às condições climáticas da região, favorecendo não só o conforto ambiental, como também a redução do uso de ar condicionado e do consumo de energia. Segundo Cristiano Moreira, que no início dos trabalhos da UFEM coordenava esta equipe, o prazo de execução do contrato e o caráter inovador do projeto foram dois grandes desafios desta etapa. “Já para a fase seguinte do nosso trabalho no Consórcio - os projetos das edificações do Estaleiro de Construção e de Manutenção e a Base Naval - estudamos À esquerda, fase de estaqueamento das obras marítimas na Área Sul TECHNO News Divulgação Odebrecht - Foto Daniel Contarini de Oliveira adotar soluções construtivas semelhantes à UFEM, visto que estas trouxeram ganhos significativos para a obra, assim como evoluir para novas melhorias com as lições aprendidas na UFEM”, observa. “Quanto à fase de projeto atual, nossas equipes estão inicialmente mais concentradas no desenvolvimento do projeto do Estaleiro de Construção, cuja conclusão da obra está prevista para 2014”. Com o início do estaqueamento do Estaleiro de Construção, o projeto básico desta etapa está bastante avançado, porém a conclusão desta fase demandará praticamente seis meses de trabalho. “Entendemos que para a área de projeto, o grande diferencial do Prosub-EBN é a diversidade de disciplinas (área industrial, infraestrutura marítima complexa, túnel com grandes dimensões, entre outras) com o envolvimento de um grande volume de conhecimento técnico específico”, expõe Cristiano Moreira. “Neste aspecto, a larga experiência das empresas que compõem o Consórcio tem sido fundamental para que possamos trazer as melhores soluções para o projeto: da Sondotécnica, com o expertise de grandes obras de infraestrutura; da Planave, em obras marítimas; e da Genpro, em obras industriais.” Já os projetos da área de obras marítimas foram os primeiros a serem definidos visto que a maior parte das instalações do ProsubEBN, destinada aos Estaleiros de Construção e de Manutenção e da Base Naval, ocupa uma área de 320 mil m2 avançada sobre o mar. Os projetos de infraestrutura marítima do Prosub-EBN elaborados pelo Consórcio SGP foram inicialmente divididos em cinco grandes áreas - dragagem, enrocamento, aterro hidráulico, cais e docas -, envolvendo duas equipes técnicas específicas – geotecnia e estrutura. O Engenheiro Rafael Berbert, coordenador desta equipe formada hoje por 25 profissionais, coloca que o primeiro projeto desenvolvido na área de obras marítimas foi para dragagem. ”Partimos de um minucioso estudo do solo e das condições geotécnicas da região, utilizando modernas técnicas e equipamentos de sondagem. O volume de 10 milhões de m3 de material dragado, acrescido da presença de metais pesados em alguns pontos da Baia de Sepetiba, por si só, revela a complexidade do contexto por nós trabalhado”, assinala. Para o enrocamento e para as docas secas, parâmetros de segurança nuclear precisaram ser aplicados aos projetos, especialmente aqueles relativos a tempo de recorrência para efeitos naturais, resultando em condições de dimensionamento bem mais severas que os normalmente utilizados como, por exemplo, a altura do enrocamento, projetado para suportar uma onda de 2,5 metros, e a elevação dos níveis de cota das instalações do Estaleiro, Base Naval e Ilha Nuclear, com variação entre + 4 metros e + 5,80 metros acima do nível do mar. “Atualmente trabalhamos na fase final do projeto da ensecadeira que irá permitir a escavação até a rocha para a execução das docas Em se tratando de estruturas classificadas como nucleares, os projetos das docas e de determinados cais deverão ter a aprovação da CNEN”, explica Rafael Berbert, assinalando que, “apesar Divulgação MB Ano III - no 15 - 2013 da ensecadeira não ter implicações nucleares, todo o projeto foi apresentado à CNEN com o objetivo de levar ao conhecimento de seus técnicos as soluções adotadas para esta etapa que antecede o projeto das docas e, principalmente, ampliar as interfaces técnicas entre a CNEN, a Odebrecht e a equipe de projeto do Consórcio.” g Acima, maquete do conjunto Estaleiro e Base Naval do ProsubEBN; abaixo, vista aérea das obras marítimas na Área Sul 19 20 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 PROSUB NACIONALIZAÇÃO Intertek Moody acompanha testes da câmara hiperbárica da UFEM Fabricante da câmara hiperbárica para a UFEM realiza os testes finais em fábrica para a entrega do equipamento à Marinha do Brasil Divulgação Intertek Moody Acima,Teste de Aceitação da Câmara Hiperbárica; ao lado, equipe de representantes da Marinha do Brasil, profissionais da Odebrecht e da Intertek Moody Divulgação Intertek Moody A c âmara hiperbárica da UFEM (Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas da Marinha), destinada a testes de vazamento e pressões de todas as redes, conexões e cabos sujeitos a pressão por ocasião do submarino submerso, fabricada na França, foi submetida aos testes realizados em fábrica. O Teste de Aceitação em Fábrica (TAF) realizado em março, nas instalações da própria indústria, a CMC Industries, contou com a participação de representantes da Marinha do Brasil, representantes da DCNS, de profissionais da Odebrecht e de técnicos da Intertek Moody, a empresa responsável pelos serviços de inspeção técnica do equipamento. O teste hidrostático da câmara hiperbárica é o ponto principal deste TAF no qual são avaliadas as condições operacionais, a integridade estrutural e a segurança de funcionamento do equipamento mediante uma pressão de 135 bar, constatando-se a ausência de vazamentos ou qualquer anomalia estrutural, especialmente em pontos críticos, tais como, conexões e linhas de solda. Após a execução do teste hidrostático o equipamento é preparado para simular funcionamento com a peça a ser testada em seu interior, onde não foram verificadas deformações e qualquer outra anomalia. Em se tratando de um equipamento fabricado na França, os serviços de inspeção técnica da câmara hiperbárica envolveram a participação na fábrica da Intertek Moody da França e do Brasil, a presença de inspetores franceses, com experiência e vivência anterior nesta modalidade de equipamento, para o acompanhamento de todo o processo de fabricação; e, no Brasil, os inspetores brasileiros, em conjunto com a engenharia do cliente Marinha e da Odebrecht, no monitoramento desse processo, na verificação da qualidade dos fornecimentos na França, verificação da conformidade dos parâmetros em relação às especificações locais e verificação ao atendimento dos requisitos técnicos do equipamento. “A câmara hiperbárica da UFEM está inserida em um contexto de alta tecnologia com características técnicas excepcionais, o que, sem dúvida, amplia o grau de complexidade e de responsabilidade das inspeções técnicas, comparativamente às executadas regularmente no mercado brasileiro”, considera João Carlos Diaz, TECHNO News 21 Divulgação Intertek Moody Ano III - no 15 - 2013 Divulgação Intertek Moody Gerente Comercial da Intertek Moody Brasil. “Os ensaios de câmaras pressurizadas são muito comuns nas atividades das empresas de inspeção, porém, em face da dimensão do equipamento e da magnitude dos componentes de pressão desta câmara, diferentes dos padrões normais de fabricação no Brasil, estes ensaios especificamente, se incluem em uma classe de inspeção nada usual no País.” No Brasil, os equipamentos de pressão são utilizados em toda a cadeia industrial, especialmente das áreas Química, Petroquímica, Óleo & Gás e Sucroalcooleira, que necessitam em seus processos, de caldeiras, tanques e vasos de processos, e outros equipamentos pressurizados. Esta linha de itens requer uma constante avaliação e validação das condições de operação do equipamento ou componente na indústria para a segurança das instalações e dos operadores. Os testes hidrostáticos determinam o estado de integridade de equipamentos sob pressão por meio de água, e atestam a sua resistência para a plena operação, submetendo-os, inclusive, a uma pressão e fatores de segurança superiores àquelas exigidas em condições normais de operação e de projeto. Além de necessários, todos estes procedimentos referentes à segurança do trabalho em locais com equipamentos pressurizados são determinados pela Norma Regulamentadora NR-13 do Ministério do Trabalho e Emprego, sendo a sua observância obrigatória por todas as empresas responsáveis pela instalação, operação, manutenção ou inspeção destes equipamentos. Segundo Claudio Biscuola, Gerente de Operações da Intertek Moody Brasil, “o risco de vazamento, rompimento e até explosões torna-se maior em processos industriais que operam com equipamentos pressurizados, e no Brasil, entendemos que além da obrigatoriedade de cumprimento da NR-13, o controle da integridade destes equipamentos é crescente pela inserção destes procedimentos no chamado Acima,equipamento de escaneamento 3D em montagem de FPSO; abaixo, detalhe do equipamento 22 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 PROSUB NACIONALIZAÇÃO de profissionais com qualificações técnicas específicas, entre estes, inspetores de fabricação; inspetores de solda; inspetores de END, determinados pela especialidade de cada ensaio; técnicos especialistas em controle dimensional; e, finalmente, o engenheiro calculista, responsável técnico do equipamento, com a atribuição de verificar e comparar os dados obtidos nos ensaios com aqueles estabelecidos no Data Book original do equipamento, elaborar o laudo final e, finalmente, a certidão de confiabilidade. “As perspectivas de expansão dos serviços de inspeção da Intertek Moody neste mercado de equipamentos pressurizados no Brasil são crescentes”, afirma Claudio Biscuola. “Temos um corpo técnico altamente treinado e qualificado nas diversas especialidades, para as atividades de inspeção e testes em todas as modalidades de equipamentos do mercado e uma logística de atendimento aos clientes em qualquer região do País. Além do que, o acompanhamento do processo de fabricação da câmara hiperbárica até a entrega ao cliente, nos confere um importante diferencial em relação à tecnologia para inspeção de equipamentos com elevado grau de engenharia, complexidade e segurança, em relação aos demais equipamentos similares no Brasil.” Garantia de alinhamento para montagem de equipamento escaneado 3D Fotos e esquema - divulgação Intertek Moody Sistema de Gestão de Integridade de Ativos (Asset Integrity Management Systems – AIMS), no qual, a determinação do grau de eficiência e segurança dos ativos ao longo de toda a sua vida útil é um dado essencial para a avaliação de todo o sistema de produção.” A gestão de integridade de ativos, ao melhorar a confiabilidade da planta industrial, reduz sensivelmente os custos de manutenção e de reparos não programados. E nesse contexto, os testes e as inspeções regulares são procedimentos importantes que possibilitam assegurar a eficácia do sistema. Nos equipamentos pressurizados, as inspeções são realizadas periodicamente e os testes de Ensaios Não Destrutivos (END) - por ultrasom, radiografia, líquido penetrante ou partículas magnéticas, além de outros mais específicos -, que variam em função do tipo, material, aplicação e da classe de pressão do equipamento, buscam detectar eventuais falhas, evidenciar a continuidade de operação sem o risco de rompimento por pressão, confirmar a durabilidade e a segurança de operação do equipamento, e ainda, agilizam e dão confiabilidade para a gestão destes ativos, no que se refere a decisões técnicoeconômicas para a manutenção, reforma ou substituição destes equipamentos. Os ensaios envolvem a participação Acima e abaixo, inspeção de equipamentos pressurizados Imagem e conversão gráfica de dados do escaneamento 3D Novas ferramentas tecnológicas de inspeção A verificação minuciosa da instalação industrial e o alto grau de precisão na medição de equipamentos e componentes estão entre os diversos benefícios proporcionados pela tecnologia Hi-Cad, uma ferramenta adotada recentemente pela Intertek Moody Brasil nas atividades de inspeção de fabricação e na análise da integridade de ativos para os sistemas de gestão das empresas. A tecnologia Hi-Cad é um sistema robusto dotado de recursos computacionais de última geração, tais como, escaneamento a laser 3D, dimensionamento 3D, modelagem e correção de dados, que diminui os custos e prazos de projeto, e aumenta a precisão dos mesmos. O escaneamento a laser 3D, realizado por meio de sensores posicionados em pontos prédeterminados da instalação industrial, permite o levantamento dimensional e fotográfico de áreas, equipamentos e componentes. A grande vantagem do Scanner 3D é o levantamento preciso da real situação da instalação em operação, a qual poderá não corresponder ao projeto original (“as-built”) em face de eventuais interferências realizadas na planta industrial ao longo do processo de produção. Outro aspecto importante é a possibilidade de levantamento em áreas com geometria complexa, congestionadas ou de difícil acesso, ou mesmo operacionais em condições adversas, ou com alto risco. O dimensionamento 3D permite a medição dimensional dos equipamentos e componentes, com rapidez e precisão. A grande vantagem deste recurso é a confirmação da exata dimensão da peça ou equipamento durante a fabricação no fornecedor, em relação à efetiva dimensão do equipamento onde será instalado, antes do transporte e montagem na indústria, evitando-se assim, qualquer surpresa ou problema no momento de instalação destes em uma área ou conjunto industrial existente, bem como o custo decorrente de tal situação, com retrabalhos, alinhamentos, ajustes, e consequentes atrasos de cronograma, e aumento dos custos. “O diferencial da tecnologia dimensional 3D utilizada pela Intertek Moody de outras existentes no mercado nacional é a possibilidade de correção de dimensões e de alinhamentos eventualmente alteradas por interferências externas, como por exemplo, variação de ambientes”, coloca João Carlos Diaz. “Com a globalização, equipamentos para uma mesma instalação industrial são originários de vários países, com condições ambientais e de recursos de fabricação bastante diferentes entre si. Equipamentos, por exemplo, fabricados em países com temperaturas muito baixas para operação no Brasil estão sujeitos a alteração dimensional de componentes ou do todo em face da mudança significativa da temperatura ambiente. Nesse campo, a correção dimensional propiciada por nossa tecnologia dimensional 3D garante a adequação e o encaixe perfeito do equipamento no processo industrial, através da correção dimensional e equalização de equipamentos ainda nos fornecedores, antes de sua efetiva montagem final.” Os dados obtidos do escaneamento e dimensionamento 3D são tratados em softwares específicos, gerando modelagem e dados em linguagem gráfica (AutoCAD, PDMS, MicroStation,...), facilitando o trato pelas equipes de engenharia e de projeto, através de relatórios de montagens e de interferências, verificação dimensional, modelagem tridimensional, emissão de lista de materiais e projetos de componentes, e atualização dos dados do projeto final. g TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 23 INDÚSTRIA NAVAL ICN inicia a construção “... a ICN tem o propósito único de garantir a correta construção dos submarinos e a completa transferência de tecnologia à Marinha.” Instalações da UFEM em Itaguaí - RJ Com o término da obra da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), a ICN inicia a construção do submarino com a integração das seções dos cascos resistentes fabricadas nas instalações da Nuclep, no Brasil, e no estaleiro da DCNS, na França Techno Divulgação Odebrecht - Foto Daniel Contarini de Oliveira do submarino Gerard Solve, Diretor-Presidente da Itaguaí Construções Navais (ICN) E m final de 2008, Brasil e França firmam o acordo de cooperação técnica na área de defesa, especialmente na área de submarinos. O desenvolvimento e a construção de quatro submarinos convencionais e um movido a propulsão nuclear determinados pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil é o objetivo final deste acordo, que inclui a transferência tecnológica para ambos os projetos. Deste acordo surge o contrato principal, firmado pela Marinha do Brasil (MB) e pelo Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), uma parceria entre a empresa DCNS e a Odebrecht, relativo à transferência de tecnologia e prestação de serviços técnicos especializados, destinados a capacitar a MB a projetar e construir submarinos convencionais e nucleares, com exceção da transferência de tecnologia na área nuclear. Sete contratos comerciais compõem o escopo do contrato principal, determinando os pacotes de serviços, de materiais e de transferência tecnológica contratados pela Marinha do Brasil a cada uma das empresas participantes do programa. E, neste contexto, a Itaguaí Construções Navais (ICN) é a empresa criada com o propósito específico de construir os submarinos previstos no Prosub. A Itaguaí Construções Navais (ICN) é uma joint venture formada por duas organizações: a Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), um grupo francês detentor de engenharia e tecnologia no setor de defesa marítima, com larga tradição no mercado internacional de construção naval, com uma participação societária de 41%; e, a Odebrecht, com 59%, uma organização brasileira presente em diversos setores produtivos, com capacitação internacionalmente reconhecida na execução de empreendimentos de grande porte e complexidade tecnológica. 24 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 Techno INDÚSTRIA NAVAL Seção do submarino fabricada na Nuclep Sobre a ICN A estrutura organizacional da ICN é formada pela presidência e três diretorias, cujas atribuições estão divididas entre representantes da DCNS e da Odebrecht: o Diretor-Presidente Gerard Solve, que acumula uma vasta experiência na área de submarinos, tendo sido diretor de três empresas do grupo DCNS na França; o Diretor Operacional Carlos Freire Moreira, que atuou por várias décadas na Marinha do Brasil, inclusive nos projetos e construção dos submarinos executados no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e, após a sua saída da MB, foi convidado pela DCNS a integrar a equipe da empresa no Brasil; o Diretor Financeiro e Administrativo, Carlos Augusto Campos dos Reis, com experiência na implantação e administração de diversos projetos da Odebrecht no Brasil e no exterior, e representante da empresa desde as primeiras negociações do processo de formação da ICN; e o Diretor Industrial, Antonio Luiz Costa, com larga atuação na Engenharia Industrial de empreendimentos executados pela Odebrecht no Brasil e, principalmente, em países da Europa e das Américas. Divulgação Odebrecht - MB “A ICN é uma empresa brasileira, de direito brasileiro, formada a partir de um acordo governamental entre a França e o Brasil, com o objetivo de construir os submarinos previstos no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil. A associação das empresas DCNS e Odebrecht para a formação de uma terceira empresa, a ICN, tem, portanto, o propósito único de garantir a correta construção dos submarinos e a completa transferência de tecnologia à Marinha”, coloca Gerard Solve, Diretor-Presidente da ICN. Com o término da obra Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), a ICN inicia a construção do submarino com a integração das seções dos cascos resistentes fabricadas nas instalações da Nuclep, no Brasil, e no estaleiro da DCNS, na França. Para esta fase inicial, a ICN conta com um efetivo de 400 pessoas, especialmente treinadas e qualificadas no Brasil e na França, com projeção de triplicar este número no decorrer dos primeiros anos da construção do submarino. “Para que tenhamos o nível de conhecimento para a transferência de tecnologia torna-se necessária a aquisição de um mínimo de competência de base. Nesse sentido, nossas primeiras ações se voltam para a área da formação e qualificação de profissionais brasileiros, tanto na França quanto no Brasil, os quais serão os multiplicadores deste conhecimento”, afirma Gerard Solve. “O submarino é um objeto extremamente complexo, que envolve uma apurada tecnologia e o domínio amplo de competências, desde a metalurgia para fabricação do casco até a instalação de sofisticados sistemas, envolvendo diversas disciplinas e qualificações.” A DCNS é a empresa responsável pela transferência de tecnologia para o desenvolvimento do Prosub nas etapas: de projeto e construção dos quatro submarinos convencionais; do desenvolvimento do projeto do submarino com propulsão nuclear; e de fornecimento de informações técnicas para o projeto do Estaleiro, da Base Naval e da UFEM. A transferência tecnológica que trata dos offset está assegurada por meio de um dos sete contratos comerciais, firmado entre a Marinha e a DCNS. Divulgação MB Carlos Freire Moreira, Diretor Operacional da ICN TECHNO News Techno - Foto Rodrigo Morselli Carlos Augusto Campos dos Reis, Diretor Financeiro e Administrativo da ICN Antonio Luiz Costa, Diretor Industrial da ICN Seção do submarino fabricada no estaleiro da DCNS, na França No campo exclusivo da construção dos submarinos, Gerard Solve explica que a atribuição da DCNS junto à ICN é garantir a formação e a qualificação inicial necessária bem como acompanhar a conformidade e a qualidade dos trabalhos, o que inclui a transferência de tecnologia para a construção do casco resistente e para a montagem completa do submarino. “A DCNS está encarregada de fornecer os equipamentos, assegurando que haja também a transferência de tecnologia para os equipamentos fabricados no Brasil. Nesta cadeia, a empresa fornecerá os produtos para a Marinha do Brasil que, por sua vez, os colocará à disposição da ICN para a construção dos submarinos, ou seja, todas as aquisições são garantidas pela DCNS sob o controle da Marinha do Brasil, sendo a ICN, a empresa encarregada pela instalação de todos os equipamentos.” As duas vertentes de transferência de tecnologia da DCNS à Marinha do Brasil - uma para a construção das instalações da UFEM, Estaleiro e da Base Naval e, outra, para a construção dos submarinos -, visam à obtenção do suporte físico e intelectual para a meta do submarino nuclear, cuja plataforma será desenvolvida pela própria Marinha com a assistência da DCNS. “O grande interesse de um País, ao desenvolver um projeto como esse do submarino convencional com vistas ao submarino nuclear, pressupõe uma indústria de defesa que possa não só aportar os recursos necessários a estes submarinos, mas, sobretudo, garantir a renovação e a substituir de equipamentos e o apoio à continuidade do programa no futuro”, expõe Carlos Freire Moreira, Diretor Operacional da ICN. “Por esta razão, há um direcionamento muito forte de nacionalização de bens e serviços no escopo dos contratos assinados com a DCNS.” 25 Em 2008, a DCNS e a Marinha do Brasil iniciaram um extenso trabalho de prospecção de potenciais fornecedores nacionais para o Prosub, no qual se buscou de Norte a Sul do País, empresas com potencial para alcançar e fornecer itens com a qualidade necessária e requerida para o programa. Segundo Carlos Freire Moreira, que participou desta fase do Prosub como assessor da DCNS, a motivação para que as empresas alcançassem o nível de qualidade requerido obteve resultados positivos visto que várias indústrias estão em processo de adequação e certificação para fornecimentos futuros ao projeto. “Há anos, a Marinha do Brasil está atenta a esta questão. No projeto e construção das corvetas, no final dos anos de 1970, a MB buscou desenvolver o mercado nacional, com investimento e suporte técnico às empresas brasileiras”, expõe Carlos Freire. “Hoje, há um entendimento maior do empresariado brasileiro de que o fornecimento para a indústria da defesa, que requer fornecedores de bens e serviços com tecnologia de ponta, representa um importante passaporte para o mercado externo.” Ainda em relação ao interesse do Brasil na obtenção de uma indústria de defesa, Carlos Freire observa que o apelo do governo aos grandes industriais brasileiros derivou o interesse de uma série de empresas conceituadas com expertise para o desenvolvimento do setor e a criação de novas organizações, o que reflete, inclusive, o potencial de alcance futuro da indústria de defesa nacional. A Odebrecht integra este grupo de empresas nacionais com amplas condições para atuar em vários segmentos da área de defesa e, na ICN, especificamente, o seu know how do mercado brasileiro se une ao know how tecnológico da DCNS, para uma fusão de competências. Foto DCNS Techno - Foto Rodrigo Morselli Ano III - no 15 - 2013 26 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 INDÚSTRIA NAVAL Nos últimos dois anos, várias equipes da ICN receberam treinamento na unidade fabril da DCNS em Cherbourg e, no término deste, retornaram ao Brasil com a função de treinar novas pessoas e disseminar o conhecimento adquirido. Já os profissionais da Marinha que participarão diretamente da construção do submarino, especialmente aqueles oriundos da Emgepron, alguns já se encontram na Nuclep e outros, serão incorporados ao processo industrial da ICN. No Brasil, a qualificação e o treinamento conduzido pela ICN são, prioritariamente, direcionados para as pessoas de Itaguaí e região, onde já funciona o centro de recrutamento e seleção da empresa. “Esta é uma contrapartida importante da ICN à sociedade de Itaguaí pela instalação da fábrica no município”, expõe Carlos Augusto dos Reis. “A construção do submarino é um programa de longo prazo e, nesse sentido, a oferta de qualificação e a possibilidade de uma carreira duradoura na ICN, representa para muitos destes profissionais, uma oportunidade ímpar de crescimento pessoal e familiar.” Em Itaguaí, a ICN estabeleceu parceria com o SENAI, para implantação do Programa Acreditar para o treinamento de pessoal nas competências de base em diversos níveis. Recentemente, o primeiro grupo de pessoas que não eram soldadores e adquiriram formação para a primeira fase de qualificação em solda, obtiveram seus diplomas. São 43 Foto DCNS “Nos últimos anos, o Brasil decidiu aumentar a proteção do território brasileiro e o Comando da Marinha, assim como o Ministro da Defesa estão engajados neste propósito. Nesse contexto, a Marinha busca estabelecer parcerias com empresas privadas brasileiras, com competência para atuação no mercado de defesa, utilizando assim, a agilidade do mercado privado em benefício da Nação”, considera Carlos Augusto Campos dos Reis, Diretor Financeiro e Administrativo da ICN. A utilização de tecnologias específicas e sofisticadas na fabricação de equipamentos de defesa requer um alto grau especialização, por esta razão, a ICN tem investido fortemente na qualificação de profissionais brasileiros em duas instâncias: na França, o treinamento de Engenheiros, técnicos e operários, em diferentes níveis e funções; e, em Itaguaí, na formação profissional e qualificação de pessoas da região, em níveis operacionais para a construção do submarino. Na França, o treinamento de construção é coordenado e orientado pela DCNS. Os cursos e treinamentos são ministrados a pessoas do quadro da ICN, em sua maioria, para atuação na área industrial e, em menor número, para a área operacional. Ainda nas instalações da DCNS, também foram treinados profissionais: da Nuclep, a empresa subcontratada da ICN para a fabricação de seções dos cascos resistentes; e da Marinha, para o apoio à equipe de produção da área industrial. Parte da seção do submarino brasileiro fabricado no estaleiro da DCNS na França soldadores formados pelo Programa Acreditar, que ingressarão na ICN para a execução de serviços auxiliares e com a aquisição de maior habilidade e novas qualificações poderão atingir estágios mais especializados do processo. O segundo grupo composto por soldadores experientes recebem treinamento especifico para soldagem dos componentes dos submarinos. “Nosso interesse final é o treinamento de especialização e a qualificação para a soldagem do submarino e, nesse sentido, a ICN promoverá o treinamento de todos estes jovens e profissionais para a aquisição do nível necessário”, afirma Antonio Luiz Costa, Diretor Industrial da ICN. “O programa do submarino é de longo prazo e cada vez mais, precisamos ingressar os jovens neste processo de formação e qualificação para que alcancem o maior nível de excelência possível em suas funções, porque além da necessidade de renovação de mão de obra, serão estes jovens que enfrentarão no futuro, o desafio de construção do submarino nuclear.” A base da construção dos submarinos será realizada na UFEM e na sequência, transportada para o estaleiro na área Sul, para a realização da parte de maior visibilidade – a união das seções, o término da fabricação e o início dos testes de cais e de mar. Independente da etapa, a transferência de tecnologia é o ponto central e comum a todas as atividades da construção dos submarinos. Nesse campo, Antonio Luiz Costa coloca que a absorção da tecnologia é importante, porém a fixação é essencial para se construir submarinos com a classe e o grau de dificuldade como estes do Prosub. E ainda, não basta fixar é preciso preservar este conhecimento, documentando-o adequadamente, de modo que este não se perca ao longo do tempo, com a substituição natural dos recursos humanos. “A fixação da tecnologia nos permitirá a fabricação dos submarinos no Brasil, executada por brasileiros, o que será uma demonstração de que o País aprendeu a fazer. E, a tecnologia que fica com os profissionais que participam deste trabalho, pertence ao Brasil. A nossa responsabilidade para com o nosso cliente Marinha é, portanto, assegurar que esta tecnologia seja fixada e esteja disponível em adequado nível para os próximos anos.” Outro ponto de grande relevância para a ICN na construção dos submarinos é a questão da segurança. Nesse campo, a ICN assim como a própria Odebrecht, busca conscientizar os profissionais em todos os níveis de atuação, de que a segurança é algo relacionado não somente ao uso de EPIs ou ao cumprimento de normas e exigências, mas sim, do fato de que a segurança é um valor que tem como resultante a sua própria integridade física. Portanto, a partir deste entendimento, o profissional começa a entender a segurança por um prisma bastante distinto. g TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 27 ENGENHARIA DE SUBSOLO Brasfond executa obras complexas no Porto Maravilha Divulgação Brasfond O Divulgação Brasfond Acima, atividades da Brasfond na obra do Porto Maravilha; ao lado, equipamento Hidrofresa Porto Maravilha consiste um dos mais arrojados projetos de revitalização urbana em pauta do País. O projeto prevê a ampla reformulação da zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, com a criação de novas condições de trabalho, moradia, transporte, cultura e lazer para a população, especialmente para os moradores da região central. A primeira fase do projeto que compreende a implantação de novas redes de água, esgoto e drenagem já está finalizada; a segunda etapa, iniciada em julho de 2012, com término previsto para 2016, consiste a reurbanização de toda a região portuária, incluindo a reorganização da malha viária, a valorização do patrimônio histórico da região, e a implantação de novos projetos culturais, como o Museu de Arte do Rio de Janeiro (Mar), na Praça Mauá, e o Museu do Amanhã, no Píer Mauá. Esta fase do projeto Porto Maravilha implantada em uma área de 5 milhões de metros quadrados prevê diversas intervenções viárias, entre estas, a execução de 4 km de túneis, a reurbanização de 70 km de vias, a demolição do elevado da perimetral e a construção de três viadutos. São obras complexas de infraestrutura, considerando-se a alta densidade urbana da área e a geologia problemática pela proximidade com a orla marítima. A construção dos três túneis marca o início desta etapa do projeto: o Túnel da Saúde, com 70 metros e o Túnel Binário, com 1,1 km, executados sob morros; e o Túnel da Via Expressa, com aproximadamente 2,1 km, sob a Avenida Rodrigues Alves. Ao término das obras, o fluxo do trânsito poderá ser desviado para a nova via, possibilitando então, a demolição do elevado da perimetral. “No Porto Maravilha, adotamos soluções tecnológicas de ponta e equipamentos de última geração. A execução, por exemplo, do Túnel da Via Expressa, sob uma avenida e um viaduto em funcionamento, é uma operação complexa e desafiadora”, coloca Luis Carlos Tenuta de Azevedo, gerente Técnico e Comercial da Brasfond Fundações Especiais. “Para a execução dos schafts, utilizamos a Hidrofresa, um equipamento hidráulico para escavação em rocha, muito moderno, próprio para escavações profundas. Além de imprimir velocidade à execução da obra, o grande diferencial deste equipamento é o alto grau de precisão na verticalidade da escavação em profundidade com engastamento na rocha,e melhora da estanqueidade das paredes de contenção a qual neste projeto chega a 40 metros”, explica Luis Carlos de Azevedo. 28 TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 ENGENHARIA DE SUBSOLO Imagnes - Divulgação Prefeitura Rio - Projeto Porto Maravilha Acima, Píer Mauá onde será construído o Museu do Amanhã; ao lado e abaixo, proposta arquitetônica para o Museu do Amanhã Projeto Porto Maravilha - perspectiva futura da nova Praça Mauá Os schafts são os chamados poços de serviço que permitem a execução do túnel em várias frentes de trabalho. Até o presente momento, o projeto do Túnel da Via Expressa definiu a construção de 4 schafts com profundidade em torno de 40 metros e outros poços ainda poderão ser executados em função dos estudos geológicos realizados em determinados pontos do trajeto do túnel. Além das obras subterrâneas para a infraestrutura viária, a Brasfond é também responsável pela execução das fundações do Museu do Amanhã, localizado no Píer Mauá, cuja proposta arquitetônica, contemporânea e sustentável, prevê um prédio com 15 mil m2 em meio a 30 mil m2 de área verde. No Porto Maravilha, diversas técnicas construtivas, definidas em conjunto com o cliente, são adotadas pela Brasfond, entre estas: as paredes diafragma convencional e com emprego de Hidrofresa, nos poços de serviço e no interior dos túneis; o jet grouting, na estabilização do solo na escavação dos túneis e também no tratamento dos solos para a execução da pista as estacas raiz, nas fundações de pórtico e de viaduto, em profundidades de até 35 metros e estacas de brita para melhoria de suporte do solo. “A cidade do Rio de Janeiro tem uma geologia complexa com diversos tipos de solos, o que inevitavelmente nos leva a adotar soluções construtivas e tecnologias muitas vezes combinadas. A Brasfond detém um conhecimento amplo desta geologia porque há décadas vem atuando nas principais obras de infraestrutura da cidade, entre estas, as linhas e estações de metrô, tão complexas e desafiadoras como as obras que ora conduzimos no Porto Maravilha”, observa Luis Carlos de Azevedo. Nos últimos anos, a Brasfond tem investido fortemente na aquisição de equipamentos de grande porte e com alta tecnologia - escavadeiras, perfuratrizes e guindastes, entre outros. São equipamentos computadorizados que permitem o monitoramento e o controle, em tempo real, da qualidade dos serviços executados, e ainda, as correções de eventuais desvios na operação, como é o caso da Hidrofresa. Os investimentos da empresa na qualificação dos recursos humanos também são crescentes. Os constantes treinamentos das equipes, promovidos pela Brasfond - ora em cursos específicos ministrados no Brasil, ora na unidade fabril do próprio fabricante do equipamento no exterior, visam, além da atualização e ampliação do conhecimento, à operação segura dos equipamentos e à qualidade dos serviços, e, por conseguinte, ganhos significativos em prazos e custos para o cliente. g TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 29 PESQUISA & INOVAÇÃO Projetos de inovação Divulgação DNV e o gerenciamento de riscos Divulgação DNV O Brasil está entre os maiores mercados para dutos no mundo e, com o desenvolvimento do pré-sal, a quantidade instalada de dutos será substancialmente ampliada Asle Venas, diretor global do segmento de dutos da DNV A atividade petroleira, desde os seus primórdios, é responsável por grandes conquistas tecnológicas da humanidade. O aumento da demanda global por produtos de hidrocarbonetos nas últimas décadas empurrou a exploração de petróleo e gás para áreas marítimas cada vez mais profundas, encontrando ali ambientes desafiadores com severas condições de operação. Tais ambientes consistem o sítio para o desenvolvimento de pesquisas que buscam não só desenvolver e estabelecer novos parâmetros de conhecimento, mas principalmente, viabilizar a atividade petroleira por meio de processos e procedimentos que possam garantir a integridade e a segurança das operações. Para o segmento de dutos, o alcance de novos paradigmas para a operação em ambientes offshore agressivos é uma necessidade atual e envolve toda a cadeia de produção, da concepção do projeto à operação em todas as etapas do ciclo de vida útil do duto. Nesse campo, a DNV, empresa líder na área de dutos com 65% dos dutos offshore mundiais projetados de acordo com as normas da DNV, promove o desenvolvimento de projetos de pesquisa, internamente ou em parceria com empresas do mercado offshore, que visam o alcance de novos conceitos e idéias para os desafios em determinados nichos da indústria do petróleo. A inovação é um ponto diferencial da DNV no mercado mundial que investe cerca de 6% de sua receita em atividades internas de P&D, divididas basicamente em duas carteiras de projetos – uma, para as pesquisas de longo prazo e a outra, denominada Projetos Extraordinários de Inovação, com trabalhos de curta duração. “A DNV investe continuamente em pesquisas e destina uma verba considerável para a inovação. Na área de dutos, por exemplo, o montante de 6% do que obtemos no segmento, ao retornar para a pesquisa, nos permite manter um fluxo muito bom de projetos de inovação e pesquisa”, coloca Celso Raposo, gerente do Departamento Técnico Advisory & Approval da DNV América do Sul. “Estes trabalhos constituem, em última análise, uma forma de mantermos o estado da arte das atividades da DNV na área de dutos, não só atendendo as expectativas de nossos clientes, como também, associando o conhecimento de cada um destes à experiência global da DNV.” As atividades petroleiras em águas marítimas profundas oferecem inúmeros desafios tecnológicos em todo o mundo, acentuados no Brasil, pela exploração e produção dos reservatórios do pré-sal, cujo ambiente apresenta condições extremamente agressivas que comprometem a integridade dos dutos e o bom desempenho da operação. Vários problemas com dutos decorrentes das atividades na área do pré-sal são objeto de estudo das pesquisas promovidas pela DNV. No final de 2012, em evento da empresa denominado Pipeline Innovation Day, a DNV apresentou ao mercado nacional, e especialmente à comunidade dutoviária brasileira, os projetos de inovação extraordinária X-Stream, SliPIPE e FloatPipe, assim como os projetos de pesquisa multiclientes, os chamados JIPs - Joint Industy Project, desenvolvidos em cooperação com a indústria. TECHNO News 30 Ano III - no 15 - 2013 Divulgação DNV PESQUISA & INOVAÇÃO Divulgação DNV Celso Raposo, gerente do Departamento Técnico Advisory & Approval da DNV América do Sul O principal palestrante do Pipeline Innovation Day, Asle Venas, diretor global do segmento de dutos da DNV, observa que o evento “contribui para divulgar novas idéias ao mercado, posicionando a DNV como uma empresa inovadora com pensamento moderno e diferenciado.” Ana Paula França de Souza, responsável pela divulgação dos projetos de inovação extraordinária da DNV, assinala que “esta oportunidade de interação entre a DNV e os clientes com a discussão de novas idéias faz com que a DNV seja percebida não somente como uma entidade normativa, mas sim, como uma empresa de inovação voltada para a busca constante de melhores soluções para o mercado.” O Brasil se apresenta hoje, como um dos maiores mercados para dutos no mundo e com o desenvolvimento do pré-sal, a quantidade instalada de dutos será substancialmente ampliada. Em face deste cenário presente e futuro, a temática inerente aos projetos da DNV reúne interesses de toda a cadeia de produção do segmento dutoviário. Os projetos de inovação extraordinária apresentados no Pipeline Innovation Day são: o X-Stream, que propõe um novo conceito para a operação de dutos de gás em águas profundas e ultraprofundas baseado no controle da pressão diferencial interna e externa do gasoduto durante a instalação e operação, resultando expressiva redução dos custos sem perda da segurança; o SliPIPE, que traz uma nova proposta para a acomodação das expansões térmicas em gasoduto submetido à alta pressão e / ou alta temperatura (HPHT); e, o FloatPipe, que oferece uma alternativa para a tecnologia convencional de gasoduto em águas profundas, com difícil topografia do fundo do mar ou zonas geoambientais sensíveis. Na esfera dos projetos multiclientes, os JIPs, a DNV detém uma série de projetos cujos temas estudados são de interesse específico, tais como a solução de algum problema ou a melhoria de algum processo ou procedimento. São projetos que envolvem especialmente contratantes, operadores, fabricantes de dutos e empresas prestadoras de serviços preocupados em resolver problemas inerentes às suas atividades. No Brasil, o desenvolvimento do projeto multicliente “Furo Direcional Horizontal” (HDD – Horizontal Directional Drilling) obteve uma repercussão muito boa, envolvendo a Petrobras e a comunidade dutoviária nacional, na discussão sobre os riscos e as melhores práticas em HDD. Decorrido o período de confidencialidade do projeto, a DNV emite uma Recommended Practices, com uma validade internacional, utilizada como referência por toda a cadeia dutoviária - projetistas, empresas prestadoras de serviços, contratantes e operadores. “Os projetos JIP e de inovação extraordinária têm uma influência ampla, pois desenvolvem conceitos possíveis de utilização em qualquer parte do mundo. Os investimentos na obtenção de um novo duto são muito altos, e, altos são também, os riscos de operação. Entre o projeto, a fabricação e a entrada em operação de um duto é necessário um período de dois a quatro anos e, uma falha na operação, sem considerar as questões ambientais, por si só já representa enormes prejuízos”, expõe Celso Raposo. “Portanto, quando há uma nova proposição, tentamos buscar novos modos de falha, avaliar os riscos e quantificá-los, ou seja, gerenciar riscos, que é o ponto central de todas as nossas atividades.” g Ana Paula França de Souza, responsável pela divulgação dos projetos de inovação extraordinária da DNV Inovação e sustentabilidade Divulgação DNV Opera é uma central estacionária flutuante de geração e distribuição de energia para uma rede de instalações offshore. A energia é gerada por 10 turbinas de ciclo combinado e apresenta uma eficiência energética 15% maior do que o modelo convencional com turbinas a gás e uma redução da emissão de CO2, chegando ao índice de até 40%. A geração centralizada em um único hub propicia uma sensível queda do consumo de gás nos FPSOs, o que representa significativa economia da matéria prima. Outros benefícios do Opera são determinados pelos ganhos logísticos operacionais, com a concentração de todos os equipamentos em um só hub e ainda, o ganho de espaço nos FPSOs, permitindo inclusive, a redução do tamanho das embarcações. Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de profissionais da DNV, o Opera apresenta uma solução econômica e segura para o atendimento à crescente demanda energética de plataformas e sistemas de produção offshore. Divulgação DNV Projeto de pesquisa extraordinária da DNV propõe um novo conceito de energia para instalações offshore. TECHNO News Ano III - no 15 - 2013 31 INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA Primeiro lote de equipamentos da EMBRAPORT chega ao Brasil Navio Zhen Hua 10 chega ao terminal com mais de 9 mil toneladas em equipamentos após viajar aproximadamente 20 mil quilômetros em 61 dias Divulgação Embraport A Portêineres - Quantidade total: 6 - Quantidade no 1º lote: 3 - Alcance: 23 contêineres - Altura: 76 m até 124 m - Capacidade de carregamento: 80 ton - Spreaders (expansão): twin – 20’ Transtêineres (RTGs) - Quantidade total: 22 - Quantidade no 1º lote: 11 - Alcance: 7 contêineres - Altura: 25,93 ou 5 + 1 - Capacidade de carregamento: 41 ton - Rodas: 16 Sobre a Embraport: Instalado em área estratégica com acesso por mar, rodovia e ferrovia, o empreendimento começará suas operações nos próximos meses. Quando concluído, terá um cais de 1.100 metros de comprimento e a retroárea para 342 mil m², que representa uma capacidade anual para 2 milhões de TEUs e 2 bilhões de litros de granéis líquidos. Divulgação Embraport A EMBRAPORT (Empresa Brasileira de Terminais Portuários) é a empresa responsável pela implantação e operação do maior terminal portuário privado do Brasil, que está em construção na margem esquerda do Porto de Santos e representa um investimento total de R$ 2,3 bilhões. Seus acionistas são Odebrecht Transport, DP World e Grupo Coimex. EMBRAPORT (Empresa Brasileira de Terminais Portuários) recebeu em fevereiro, o navio chinês Zhen Hua 10 com o primeiro lote de equipamentos para operação do maior terminal portuário privado do Brasil, que está em construção na margem esquerda do Porto de Santos. Os equipamentos – três portêineres e 11 transtêineres – da fabricante ZPMC auxiliarão na movimentação portuária. O portêiner, com mais de 124 metros de altura e aproximadamente 1.600 toneladas, é um guindaste específico para retirar ou inserir contêineres nos navios. Já o transtêiner, com dimensões de 25,20 metros de altura e 381 toneladas, serve para movimentar as cargas dentro do próprio pátio. Ao todo, na primeira fase, o terminal terá seis portêineres e 22 transtêineres. A embarcação, que tem 244 metros de comprimento e 39,35 metros de largura, saiu de Xangai, na China, no dia 13 de dezembro de 2012, e viajou mais de 20 mil quilômetros até chegar à Barra de Santos, no dia 08 de fevereiro. Uma equipe da área de manutenção da EMBRAPORT acompanhou todo o processo, desde a especificação e inspeção da construção dos equipamentos até o carregamento do navio. A embarcação com o segundo lote de equipamentos composto por outros três portêineres e 11 transtêineres saiu de Xangai no dia 08 de fevereiro e chega ao Brasil em abril. Ernst Schulze, diretorpresidente da EMBRAPORT, destaca que os equipamentos recémadquiridos são os mais modernos do mundo para operação de contêineres e colocarão a companhia na vanguarda tecnológica do setor. “Nosso terminal será diferenciado e de alta produtividade, e por isso estamos investindo em máquinas de ponta, em segurança, e também na capacitação de nossos integrantes”, reforça. Operação Localizado ao lado do terminal de granéis líquidos da Ilha Barnabé, entre os rios Diana e Sandi, o terminal EMBRAPORT tem posição estratégica. Além da via marítima, possui acesso pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni, mais conhecida como Rodovia Piaçaguera-Guarujá, evitando, dessa forma, o trânsito de caminhões na cidade de Santos. Outro diferencial é a linha férrea da MRS Logística, que corta o terreno, facilitando o transporte de cargas para esse tipo de modal. A empresa começará suas operações no primeiro semestre de 2013, com aproximadamente 400 metros de cais e 50 mil m² de retroárea para armazenagem de cargas em geral. A meta é tornar o terminal EMBRAPORT referência em produtividade e eficiência no Porto de Santos, com índices de excelência em sua operação. g Este é o início de uma grande conquista Seção do submarino fabricada no brasil para o programa de desenvolvimento de submarinos (PROSUB)