GRC FAQ v1.0 ATIVE O PROGRAMA DE GRC DA SUA ORGANIZAÇÃO ! © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 1 GRC FAQ v1.0 APRESENTAÇÃO O GRC FAQ é resultante de uma série de estudos, publicações, palestras, grupos de discussão, cursos e projetos que a ELO Group vem conduzindo ao longo do Brasil com o apoio de diversas instituições como UFRJ, ISO, ABNT, OCEG, SCC, AMCHAM, ABERJ, FUNENSEG, SUCESU, INSADI, ABPMP, IQPC e IBC. Este FAQ consolida experiências, insights, sugestões, boas práticas, preocupações, dúvidas e idéias de usuários, acadêmicos, autores e consultores dos mais diversos tipos de indústrias, regiões e áreas que de alguma forma estão pensando e gerando contribuições para a temática de GRC. Desta forma, o GRC FAQ tem o objetivo de: • Disseminar e desenvolver conceitos e boas práticas da GRC • Integrar a gestão de riscos e controles a agenda estratégica de executivos • Melhoria significativa a forma como uma organização gere suas pessoas, processos e resultados Em caso de dúvidas, críticas, reflexões e desenvolvimento das idéias contidas neste FAQ, por favor, acessem o GRC Blog (www.grcblog.com.br) para postar suas contribuições. Estaremos usando o GRC Blog para permitir uma discussão muito mais dinâmica e participativa das idéias contidas neste documento. Ao longo do tempo, iremos consolidar as contribuições e discussões realizadas no GRC Blog em novas versões do GRC FAQ, de forma a documentar e disseminar todo o conhecimento gerado pelos interessados em GRC. Finalmente, gostaríamos de divulgar que muitas das idéias apresentadas ao longo deste documento estão detalhadas em vídeos, apresentações e outros artigos no site da ELO www.elogroup.com.br na seção Conhecimento&Insights. André Rego Macieira Sócio-Diretor ELO Group [email protected] © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 2 GRC FAQ v1.0 O GRC Blog – www.grcblog.com.br O mundo de hoje é certamente distinto do mundo de dez anos atrás. E desta forma gerir negócios no mundo de hoje é significativamente mais complexo do que gerir negócios no mundo de dez anos atrás. Conceitos como “O Mundo é plano”, “A Era das Turbulências” e “Wikinomics” são apenas evidências claras de que muitas coisas mudaram com a revolução da tecnologia da informação, fortalecimento do mercado de capitais, outsourcing, crescimento da classe média, expansão da China, aumento da pressão regulatória e por responsabilidade sócio-ambiental, necessidade de inovação e customização de produtos e serviços para o cliente, globalização, onda de aquisições, etc.. Neste contexto, muitos autores vêm afirmando que as organizações ainda não conseguiram reinventar suas práticas e ferramentas de gestão para aproveitar as oportunidades criadas em um ambiente de negócios tão complexo, dinâmico e incerto. Alguns chegam a supor que as organizações ainda estão em um estágio inicial de adaptação para competir neste novo ambiente de negócio que surge a sua volta: “Some challenges simply can't be met without reinventing our 100-year-old management model” (Gary Hamel – The Future of Management). “Nós observamos que empresas estavam tendo dificuldades para tirar vantagem das oportunidades criadas pela digitalização e pela globalização por que suas organizações não foram desenvolvidas para o novo mundo” (Bryan & Joyce; Mobilizing Minds; McKinsey; 2007) Neste contexto, a GRC (Governança, Riscos e Compliance) emerge como uma importante teoria moderna de gestão focada em gerir ativamente as incertezas que afetam os resultados de uma organização evitando eventos indesejáveis e viabilizando eventos incertos desejáveis. Não é por acaso que esta temática vem atraindo atenção crescente dos mais diversos tipos de profissionais e indústrias. O GRC Blog foi desenvolvido com o objetiva de reunir os diversos profissionais relacionados a gestão de riscos, controles e auditoria que estejam interessados em discutir a temática de GRC incluindo tendências, conceitos, ferramentas, desafios, aplicações práticas, inovações, etc.. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 3 GRC FAQ v1.0 Este fórum é direcionado para todos aqueles que entendem a GRC como uma forma de melhorar significativamente os sistemas de gestão da organização tornando-o altamente sensitivo a qualquer tipo de operação que saia do padrão e que possa indicar aos gestores uma ameaça a ser tratada ou uma oportunidade a ser explorada. The data that can be used to avoid surprises, to capitalize on opportunities, and to make midcourse corrections already exist. They can anticipate events and changes so they can adjust tactics and strategies to ensure that goals are met, opportunities are maximized, and disasters are avoided – what we call real-time opportunity detection (McGree, Gartnet) © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 4 GRC FAQ v1.0 SUMÁRIO PARTE I - Conceitos Iniciais sobre GRC .............................................................. 7 1. O que são as siglas G, R e C? ..................................................................... 7 2. Minha organização tem dificuldades em entender o conceito de GOVERNANÇA. Como melhor comunicar o que é governança para uma organização segundo a visão de GRC? ............................................................. 8 3. Minha organização tem dificuldades em entender o conceito de RISCOS. Como melhor comunicar o que é risco para uma organização segundo a visão de GRC?........................................................................................................... 9 4. Minha organização tem dificuldades em entender o conceito de COMPLIANCE. Como melhor comunicar o que é compliance para uma organização segundo visão a GRC? ................................................................ 10 5. Então GRC = G + R + C, ou seja, Governança + Riscos + Compliance? ..... 11 6. O que é GRC na teoria? ............................................................................ 12 7. O que é GRC na prática?........................................................................... 14 8. Por que a GRC é diferente dos tradicionais sistemas de indicadores de desempenho? ................................................................................................. 16 9. Uma organização possui quantas GRCs? .................................................. 18 10. Qual deve ser o modelo de implantação da GRC em uma organização: Centralização, Descentralização ou Federação? .............................................. 19 PARTE II - Motivações para Implementação de Programas de GRC ................. 20 11. Qual o problema que a GRC objetiva resolver? .......................................... 20 12. Por que este problema se tornou mais importante agora? O que mudou? ... 22 13. Quais são as características humanas que aumentam a criticidade deste problema?....................................................................................................... 24 14. Por que acreditar que GRC resolve este problema? ................................... 27 15. Quais as dificuldades culturais esperadas para que isto realmente aconteça? ....................................................................................................... 29 PARTE III - A GRC e as demais Iniciativas de Gestão de Riscos ....................... 30 16. A GRC é uma melhoria incremental, uma evolução significativa ou algo completamente distinto da Gestão de Riscos? ................................................. 30 17. A visão de ERM está incorporada na visão de GRC, ou, a visão de ERM deve ser adicionada à visão de GRC? ............................................................. 31 18. Qual a relação entre programas de GRC e projetos SOX?.......................... 34 19. O que é IT-GRC? Por que é tão comum se falar em IT-GRC, e pouco se houve falar em RH-GRC?................................................................................ 34 20. Qual a relação entre GRC e COSO? A GRC seria uma evolução do COSO ou um opção ao COSO? Está sendo previsto algum COSO GRC? ....... 35 © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 5 GRC FAQ v1.0 21. Qual a relação entre GRC e a ISO 31000? Como implantar programas de GRC que estejam alinhados a referência normativa da ISO 31000? ................. 36 22. Como a GRC se refere à idéia de que riscos podem ser tanto negativos (ameaças) quanto positivos (oportunidades)? .................................................. 36 PARTE IV - Implementação de Programas de GRC ............................................ 38 23. Como evoluir os sistemas de gestão de riscos tradicionais para um programa de GRC? ......................................................................................... 38 24. Como evoluir um dicionário de riscos para uma linguagem uniformizada de análise de GRC ? ....................................................................................... 39 25. Como construir um apetite / tolerância a riscos para um programa de GRC ? 42 26. Como gerar uma inteligência de GRC a partir da coleta de informações não estruturadas? ........................................................................................... 46 27. Como expandir a coleta de informações não estruturadas para além da empresa?........................................................................................................ 48 28. Como evoluir a aplicação dos indicadores de riscos e performance (KRIs e KPIs) para um programa de GRC ? .............................................................. 48 29. Como construir um Repositório de Inteligência de GRC que consolide o conhecimento de GRC gerado nos silos funcionais de uma organização ? ....... 51 30. Como evoluir o uso de bases de perdas no contexto de um programa de GRC? ............................................................................................................. 56 31. Como construir uma estratégia dinâmica de GRC que retrate ações passadas e oriente ações futuras? .................................................................. 58 32. Como evoluir a aplicação das matrizes de riscos no contexto de um programa de GRC? ......................................................................................... 60 33. Como implantar a visão de ERM alinhando a um programa de GRC? ......... 65 34. Como promover gradativamente a convergência das iniciativas organizacionais com a taxonomia e apetite de riscos otimizando continuamente o Repositório de Inteligência de GRC? ..................................... 68 35. Como evoluir a aplicação de testes de controles e rotinas de auditoria no contexto de um programa de GRC?................................................................. 73 36. Como evoluir a gestão de planos no contexto de um programa de GRC ? .. 75 37. Como evoluir um Reports ou Dashboard para Reports e Dashboards de GRC? ............................................................................................................. 77 PARTE V - Considerações Finais sobre GRC..................................................... 80 38. Como quantificar e justificar o valor de um programa de GRC?................... 80 39. Por que a GRC não é apenas mais um modismo?...................................... 81 40. Como saber se você está fazendo um bom trabalho de GRC ?................... 84 41. Quais informações estão disponíveis sobre GRC? ..................................... 84 QUEM SOMOS ..................................................................................................... 87 © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 6 GRC FAQ v1.0 PARTE I - Conceitos Iniciais sobre GRC 1. O que são as siglas G, R e C? O acrônimo GRC se refere respectivamente aos termos governança, riscos e compliance, ou em inglês, governance, risk and compliance. Especificamente, alguns autores se referem à letra C como controles (ou controls) ao invés de compliance, contudo, esta diferença de entendimento não implica em uma visão significativamente distinta do que seria um programa de GRC. Iniciando pela letra “G – Governança”, sua definição mais abrangente se refere à construção e implantação de políticas, procedimentos, responsabilidades e autoridades (direitos de decisão) pelos quais uma organização: 1) define suas diretrizes e objetivos e 2) coordena pessoas, processos e sistemas para alcançálos. Algumas definições mais específicas de governança podem focar em discussões de: delegação de autoridade e poder, definição de questões estratégicas, projeto de sistemas de controles, dentre outros. Passando para letra “R – Riscos”, também se pode observar certa divergência em definições como “efeito da incerteza no objetivo”, “possibilidade de que um evento ocorra e impacte nos objetivos do negócio, “possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos”, dentre outros. Algumas abordagens de GRC, ainda se referem a letra “R” como a ação de gestão de riscos, ou até mesmo ERM (Enterprise Risk Management), ao invés de simplesmente “riscos” Finalmente, a letra “C – Compliance” se refere à forma como uma organização mitiga seus riscos e implanta sua estrutura de governança. A visão de compliance que inclui compliance interna a procedimentos/política e compliance externa a resoluções - caracteriza a capacidade de uma organização em analisar e comprovar que está aderente ou em conformidade com uma série de requisitos e regras do negócio. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 7 GRC FAQ v1.0 2. Minha organização GOVERNANÇA. Como tem melhor dificuldades comunicar em o entender o conceito de que é governança para uma organização segundo a visão de GRC? Uma vez que o termo Governança é recorrentemente utilizado com distintos propósitos e sentidos é muito comum que seu entendimento não seja uniforme para os membros de uma organização. De forma prática entendemos que o termo governança se refere basicamente à forma como uma organização se estrutura para definir e atingir seus objetivos incluindo desde decisões mais estratégicas, tomadas por um conselho de administração, até decisões mais táticas e operacionais. Em suma, um modelo de governança responde a simples pergunta “quem decide sobre o quê” , ou “quem é responsável por decidir sobre o quê” devendo ser formalizado nas diversas políticas, procedimentos e processos que constituem o aparato normativo de uma organização. Por exemplo, pode-se pensar que: o presidente decide quanto um diretor pode aprovar na contratação de um fornecedor; um diretor decide qual empresa contratar dentro de sua alçada; um gerente decide qual empresa esta qualificada para prestar os serviços; e um coordenador decide qual a avaliação dos serviços prestados. Outro exemplo, em que a definição de responsabilidades e direitos de decisão deve ser definido inequivocamente é representado na figura a seguir: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 8 GRC FAQ v1.0 3. Minha organização tem dificuldades em entender o conceito de RISCOS. Como melhor comunicar o que é risco para uma organização segundo a visão de GRC? Assim como o termo governança, o termo riscos tende a causar grande polêmica no momento de sua aplicação prática. A heterogeneidade semântica associada a sua utilização é tamanha que por muitas vezes a palavra riscos é utilizada como um sinônimo para problema, falha, erro ou até mesmo preocupação ou angústia. Alguns autores focam nesta dificuldade semântica inerente ao uso do termo riscos propondo que sua aplicação seja restrita e moderada por áreas de riscos, controles e auditoria. Uma vez que muitas organizações possuem milhares de problemas, angústias, preocupações e incertezas estas áreas deveriam moderar o que deveria efetivamente ser classificadas e, portanto, gerida como um risco. Desta forma, classificar um problema enquanto um risco significaria legitimar que tal problema apresenta grande complexidade e impacto nos resultados de uma organização, demandando, portanto, uma análise mais estruturada e uma monitoração sistemática. É como se a palavra riscos fosse uma etiqueta para © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 9 GRC FAQ v1.0 “marcar” quais são as grandes preocupações e incertezas, assegurando sua presença na agenda dos executivos da corporação. “Operational risk is therefore no simple or self-evident category; it is a label for a diverse range of practices, a vision of control and regulation in an elusive field and an imperative to manage a newly visible range of problems and interests” “It’s both a name for a set of problems and interests, and a promise of a new way of intervening in the structure of financial organisations” (Michael Power) “A definição do que é um risco depende de relações sociais complexa muitas vezes dissociadas da lucratividade da empresa” “Definir o que é um risco é um exercício complexo que demanda inteligência e objetividade” Por outro lado, deve-se evitar que um problema simples seja elevado ao nível de risco e demande tempo da escassa agenda dos gestores e decisores da organização. Desenvolver estruturas de riscos que monitorem mil riscos simultaneamente significa afirmar que existem mil grandes preocupações que devem ser gerenciadas de forma estruturada. A grande maioria das organizações não deveria ter este tipo de necessidade. Finalmente, observa-se que definir o que é um risco (assim como o que não é um risco) é um passo fundamental para legitimar e filtrar o que é insumo do framework de GRC da organização. Alternativamente, pode-se pensar numa diferenciação entre - riscos ativos e inativos - ou - riscos e riscos fantasmas - para distinguir as riscos de baixa probabilidade e severidades que deveriam ser sistematicamente monitorados 4. Minha organização COMPLIANCE. Como tem melhor dificuldades comunicar o em que entender é o conceito compliance para de uma organização segundo visão a GRC? O entendimento prático do que é compliance reside na necessidade pragmática de qualquer executivo em materializar e dar concretude a forma como uma organização entende e comprova que está aderente aos requisitos de seus stakeholders, sejam eles internos ou externos. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 10 GRC FAQ v1.0 Desta forma, o conceito prático de compliance e controles deve ser compreendido como uma linguagem universal para a modelagem dos requisitos demandados por diversos stakeholders como acionistas, funcionários, clientes e órgãos reguladores, assim como para a mensuração dos seus graus de atendimento. Modelar e documentar as diversas práticas e ações de uma organização a partir da linguagem de controles assegura que: (1) executivos tenham visibilidade do grau de aderência a requisitos internos e externos e que (2) funcionários possam re-afirmar sua accountability sobre suas principais atribuições e responsabilidades. 5. Então GRC = G + R + C, ou seja, Governança + Riscos + Compliance? Embora possa fazer sentido, o acrônimo GRC ≠ G + R + C, e, portanto, a GRC não se limita a consolidar os conceitos de governança, riscos e compliance apresentados ao longo das últimas quatro perguntas. O somatório inteligente destes três conceitos acaba sendo muito mairo do que o uso destes três conceitos isolados. Neste contexto, observa-se que diversas outras iniciativas como segurança física, segurança da informação, satisfação do cliente, ouvidoria, gestão de recursos humanos, satisfação de RH, gestão de tecnologia da informação, helpdesk, continuidade do negócio, conselhos de administração e fiscal, comitês de ética, segurança e saúde do trabalho, relação com investidor, tesouraria, gestão (escritórios) de projetos, gestão (escritórios) de terceiros, orçamento, desenvolvimento de produtos, gestão de imagem etc., também são iniciativas que devem estar integradas em um programa de GRC. A idéia de que GRC = G + R + C é um erro recorrente que deve ser evitado e rapidamente corrigido. Na prática, o que ocorre é que não seria cognitivo definir uma sigla que incorporasse simultaneamente todos os tipos de discussões presentes dentro de GRC. In the complex and constantly changing sea of acronyms, abbreviations and other abstractions, there is one that is simultaneously met with affirmation and apathy, confirmation and confusion, and recognition and rejection. I am of course writing about GRC. […] Demystifying GRC is not really about precisely defining the term GRC, per se, and it is not about dissecting the “G,” the “R,” and the “C.” It is about understanding the underlying business issues that gave rise to the widespread use © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 11 GRC FAQ v1.0 of the term and that are discussed by most commentators on the topic. Dittmar) (Lee Em suma, deve-se resistir à tentação de simplificar o conceito de GRC para o entendimento de sua sigla, evitando a realização de debates conceituais extensos sobre o significado dos termos governança, riscos e compliance. Contudo, observase, que muitas referências ainda acabam fazendo uso da sigla GRC para apresentar os conceitos tradicionais de gestão de riscos, controles e auditoria. 6. O que é GRC na teoria? Primeiramente, deve-se ressaltar que um programa de GRC não é uma simples melhoria de métodos de gestão de riscos e ERM. O conceito de GRC abrange uma mudança relevante na abordagem prescrita por métodos tradicionais de gestão de riscos e controles, ampliando, significativamente, seu papel e importância no sistema de gestão de uma organização. Para muitos, a GRC é uma nova filosofia (ou um novo paradigma) de gestão centrada no aumento contínuo da maturidade da colaboração entre áreas para que decisores (vide o modelo de governança definido) tenham sempre a melhor informação possível no momento da tomada de decisão. GRC is more than a catchy acronym used by technology providers and consultants to market their solutions – it is a philosophy of business. This philosophy permeates the organization - its oversight, its processes, and its culture. It is about individual GRC roles across the organization working in harmony to create a collaborative environment for governance, risk, and compliance. It is about collaboration and sharing of information, assessments, metrics, risks, investigations, and losses across these professional roles. It is also about reducing uncertainty in business and producing predictable results. (Michael Rassmussen) A GRC é o próximo estágio no desenvolvimento da gestão riscos visando conectar os processos de análise e monitoração sistemática de riscos aos circuitos de tomada de decisão. A visão de GRC evolui, desta forma, de um modelo de reports de riscos baseados em Control Self Assessment (CSA), Key Risk Indicator (KRI) e Bases de Perdas se colocando o importante desafio de: • Como coletar continuamente as principais informações que uma organização gera em seus silos funcionais, e disponibilizá-las em tempo real (ou quase real) nos © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 12 GRC FAQ v1.0 relatórios e painéis de riscos e indicadores para que decisores possam complementar sua intuição com uma visão holística, tempestiva e baseada em fatos do que está ocorrendo? • Como conectar em tempo real (ou quase real) a oferta de informação gerada por áreas de negócio e suporte com a demanda de executivos por informações para suportar suas decisões? The big issue is how you get all of the data—from all of the multiple places in which it resides—to the decision maker within a timeframe that best enables that decision maker to do his or her job (Philip Howared) Neste contexto, a idéia da criação de uma linguagem universal de análise e monitoração que promova a consolidação inteligente de informações dos mais diversos tipos (qualitativa, quantitativa / não estruturada, semi-estrutura e estruturado), formatos (documentos, relatórios, planilhas, atas, formulários, e-mail, sistemas e sites) e áreas se constitui em um diferencial competitivo fundamental para este século. Esta linguagem universal de GRC abrange, portanto: • Uma linguagem de governança para modelagem dos decisores e decisões da organização; • Uma linguagem de riscos para representação, análise e tratamento de grandes preocupações ou problemas; • Uma linguagem de compliance para identificação e comprovação de atendimento aos requisitos de stakeholders Os profissionais de GRC devem ser entendidos como “arquitetos de colaboração” que constroem esta linguagem convergente de GRC para tradução e consolidação da informação gerada por diversas iniciativas (como segurança da informação, satisfação do cliente, ouvidoria, gestão de recursos humanos, gestão de tecnologia da informação, helpdesk, continuidade do negócio, conselhos de administração e fiscal, comitês de ética, segurança e saúde do trabalho, relação com investidor, tesouraria, gestão de orçamento, desenvolvimento de produtos, gestão de imagem, etc.) assegurando que os conhecimentos gerados nos silos funcionais extrapolem estes limites e sejam disponibilizados de forma tempestiva e estruturada para os decisores. Organizations are approaching GRC to get an enterprise view of risk and compliance with a specific need to identify interrelationships in today’s complex and distributed business environment. This requires that GRC initiatives involve a © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 13 GRC FAQ v1.0 federation of professional roles – the corporate secretary, legal, risk, audit, compliance, IT, ethics, corporate social responsibility, finance, quality, environmental, health and safety, line of business, and others – working together in a common framework, collaboration, and architecture (Michael Rasmussen) A “GRC activity” is any process or activity that contributes to or is part of the system above. Examples include processes and departments such as: Governance (the board and the corporate secretary); Strategy (executive suite and senior management); Risk Management (either enterprise-wide or functional); Compliance; Internal Control; Corporate Security; Legal (office of the general counsel); Information Technology (information security and privacy); Ethics ; Corporate Social Responsibility; Quality Management; Human Capital & Culture; Audit & Assurance; Finance; (OCEG) Em ambientes dinâmicos em que decisões devem ser tomadas de forma tempestiva, as organizações necessitam de uma linguagem e modelo convergente de análise e monitoração que conecte contínua e pró-ativamente as informações geradas por áreas de negócio com os 7. decisores interessados nesta informação. O que é GRC na prática? A visão prática de GRC possui os seguintes objetivos: 1. Coleta contínua e estruturada de informações corporativas dos mais diversos tipos (não estruturada, semi-estrutura e estruturada), formatos (documentos, relatórios, planilhas e sistemas, sites) e áreas; 2. Consolidação inteligente e consiste, a partir da linguagem convergente de GRC, das principais informações geradas, extrapolando os limites e barreiras funcionais referentes ao local onde o conhecimento é gerado; 3. Parametrização da inteligência do negócio, a partir dos conceitos de apetite e rating de riscos para criação de um “sistema nervoso” que dispare alertas e tarefas quando os processos e resultados não transcorrem como esperado; 4. Entrega de dashboards e reports de riscos e oportunidades que permitam aos decisores acessar em tempo real (ou quase real) a melhor informação disponível na organização que seja necessária para o gerenciamento de seus processos e resultados. A figura a seguir ilustra esta visão prática de GRC: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 14 GRC FAQ v1.0 PESSOAS Entrevistas, avaliações de desempenho, checklists, REUNIÕES pesquisas, formulários, atas DOCUMENTOS Relatório de auditorias e consultorias, planilha de indicadores/multas, controle PLANILHAS de ouvidoria e helpdesk BANCO DE Coleta automática de DADOS informações através de SISTEMAS EPIs, ETLs, web Services, FONTE EXTERNA Sites, clientes, concorrentes benchmarks, reportagens O grande paradigma é, portanto, que decisores possam gerir seus riscos e oportunidades tendo acesso a tudo o que a organização já sabe sobre aquela determinada questão, independente das metodologias, linguagens, culturas, termos técnicos e experimentos desenvolvidos localmente nos diversos silos funcionais. A tradução das principais informações geradas para a linguagem convergente de GRC promove um aumento significativo da visibilidade e entendimento de organização para seus executivos. “When comparing the state of real-time monitoring weather patterns with real-time monitoring in business, the business world has roughly the same capability as hurricane forecasting had in 1900. Managers may hope for a sign in the sky to allow them to know the current situation (…) they are unaware of changes in the environmental around them until is to late to take action. “Its about improving every manager’s ability to meet goals by ending surprises and detecting opportunities. (…) far most of the business uncertainty we line with today is unnecessary; that the primarily negative suprises we have to come to live with should in now way be surprises” (Mcgee, Gartner) © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 15 GRC FAQ v1.0 Finalmente, de forma a encerrar este item e legitimar o papel da GRC deve-se pensar no exemplo de um náufrago preso numa pequena ilha deserta cercada de água por todos os lados que começa a passar sede. Toda a água que ele precisa existe e está acessível, contudo, falta a atividade essencial de se tratar esta água para torná-la potável, e, portanto usável. Once you classify the possible information to be tracked by its priority, materiality, and other factors, you will find that no more than 5 percent of the available data is necessary to the end business surprises as we know them. (Mcgee, Gartner) 8. Por que a GRC é diferente dos tradicionais sistemas de indicadores de desempenho? Uma das principais ferramentas de gestão de uma organização são os painéis de indicadores que disponibilizam informações, muitas vezes online, de vendas, custo operacional, nível de qualidade da produção, reclamações ocorridas, tempo de espera, etc.. Desta forma, é comum que surjam algumas dúvidas referente a qual a diferença entre um dashboard de GRC e os tradicionais painéis de indicadores? Primeiramente, deve-se observar que o conceito de monitoração de indicadores está associado a construir uma fórmula, extrair um valor objetivo de algum parâmetro a ser mensurado e disponibilizá-lo para decisores e interessados neste indicador. Contudo, e quanto a todo o conhecimento que está disponível nos diversos documentos, relatórios, formulários, planilhas, atas, emails, avaliações, análises, telas de sistemas pareceres de uma organização que não são representáveis na forma de um número objetivo? Como fazer para coletar estas informações, atribuindo um maior grau de estruturação e permitir que eles possam dar uma maior visibilidade aos gestores do negócio do que está ocorrendo em cada instante? A figura a seguir ilustra esta idéia: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 16 GRC FAQ v1.0 De forma a pragmatizar esta discussão pode-se pensar, por exemplo, em uma Unidade de Negócio que ao final de um semestre realiza uma quantidade de vendas abaixo da média da empresa. Esta informação está disponibilizada no painel de indicadores dos executivos sendo hoje sua principal fonte de informação para tomada de decisão. Como a GRC pode contribuir com este quadro? Que tipo de informação poderia ser disponibilizado num ambiente de GRC que complementaria este entendimento do que está ocorrendo? Managers make critical business decisions with outdated and practically useless information leading to the surprises of missed opportunities at best or disastrous failures at worst for business, for manager, for employees, for the economy. (McGee, Gartner) A partir da implantação de um programa de GRC, o tomador de decisão poderia ter as seguintes informações, por exemplo: 1) notícias extraídas da área de clipping que influenciam na imagem local da empresa e certamente no consumo de produtos da região; 2) registros de problemas nas avaliações individuais de desempenho dos vendedores atuantes na região; 3) documentação de preocupações coletadas nas © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 17 GRC FAQ v1.0 atas de reuniões regionais que indicavam incompatibilidades daquela região com um novo produto da empresa; 4) notificações de empresa de consultoria atuante na filial da região sugerindo a melhoria dos sistemas de informação instalados; 5) crescimento drástico do número de reclamações registrados na ouvidoria da região sobre a demora para recebimento dos produtos comprados; etc.. Não há dúvidas, que este tomador de decisão poderia fazer contato com todas as áreas apontadas e coletar as informações propostas para tomar a melhor decisão possível. Contudo, este é justamente o paradigma que a GRC deseja quebrar. We are using humans as the middleware because the IT architectural isn’t in a situation where you push the button and get the information you need. A proposta de GRC é, justamente, se conectar às diversas fontes de informação existente em uma organização, coletando continuamente as principais informações geradas nos silos funcionais e disponibilizá-las, em tempo real (ou quase real), nos painéis de indicadores e de monitoração de riscos. Busca-se, portanto, construir um ambiente de gestão com um grau de visibilidade e dinamicidade nunca antes visto para aqueles que estão tomando decisão. The data that can be used to avoid surprises, to capitalize on opportunities, and to make midcourse corrections already exist. (McGree, Gartner) 9. Uma organização possui quantas GRCs? Embora a visão de múltiplas GRCs não seja largamente difundida na literatura atual, alguns autores afirmam que cada silo funcional de uma organização pode ser entendido como um tipo de GRC que está conectado a um GRC amplo corporativo. Desta forma, pode-se pensar, por exemplo, em um “mini” GRC de RH que coleta informação de satisfação de funcionários, avaliação de desempenho, entrevistas de contratação e saída de funcionários, treinamentos e consolida informações para riscos como perda de talentos. Este GRC de RH claramente delimita um conjunto de iniciativas organizacionais, taxonomia, critérios de priorização, riscos, etc.. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 18 GRC FAQ v1.0 Um outro exemplo de GRC, seria um GRC de Gestão de Projetos que considere a aplicação do PMBOK, os cronogramas de controles dos projetos, ações de quantificação do impacto dos projetos, e consolide informações para riscos de atraso na entrega de um projeto e descumprimento de regulação. Nesta visão, uma organização seria composta de uma GRC corporativa e uma série de GRCs funcionais (alguns autores chegam a contabilizar 15 GRCs) como segurança da informação, cadeia de suprimentos, comercial, infra-estrutura, eficiência operacional, etc.. “ Many organizations operate between three and 15 GRC silos divided among various business segments” (Scott Mitchell, The Open Compliance And Ethics Group) Finalmente, ressalta-se o desafio entre balancear a possibilidade de se customizar e especificar cada “mini” GRC considerando seu contexto e particularidades, e conectá-los a um único GRC corporativo que habilite uma colaboração ampla de informações para gestão e monitoração de riscos. De forma a facilitar o entendimento deste FAQ, o termo GRC está sendo aplicado apenas para referenciar a idéia do GRC corporativo. 10. Qual deve ser o modelo de implantação da GRC em uma organização: Centralização, Descentralização ou Federação? No que tange a implantação da GRC em uma organização, a visão de Federação vem ganhando bastante força e exposição nas primeiras aplicações ao redor do mundo. A visão de federação, conforme descrita pela GRC,está fortemente associada ao modelo de governo norte americano em que a esfera federal define uma série de regras de decisão e normativos, enquanto que seus estados possuem grande autonomia para deliberar sobre ocorrências em sua área de jurisdição. Por exemplo, observa-se que em alguns estados existe pena de morte, e, em outros, não. Outro exemplo é a percepção da distinção no nível de tolerância e regras de jurisprudência na aplicação de penas em cada estado para crimes da mesma natureza. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 19 GRC FAQ v1.0 Desta forma, pode-se pensar que existe uma padronização central da GRC referente à taxonomia para categorização de riscos e controles e apetite para avaliação das diversas questões analisadas. Por outro lado, os silos funcionais devem possuir grande autonomia para definir parâmetros próprios como atributos, categorias, regras de priorização, desde que este modelo seja conectável ao GRC e, principalmente, que as informações geradas possam ser acumuladas e consolidadas de forma consistente e útil para os decisores. Ressalta-se, portanto, que a GRC preza em larga escala pela manutenção das especificidades e peculiaridades de cada silo funcional, manifestadas em vocabulários próprios, modelos mentais particulares e formas de comunicação diferenciadas. A GRC deve entender a necessidade desta diferenciação técnica e cultural dos silos funcionais, e reforçar que seu papel é justamente viabilizar e amadurecer a colaboração entre estas áreas somando de forma consistente as informações e output geradas. Mais importante do que fazer com que todos falem da mesma forma, é fazer com que a fala de todos possa ser traduzida para uma linguagem convergente que todos entendam. PARTE II - Motivações para Implementação de Programas de GRC 11. Qual o problema que a GRC objetiva resolver? Será que as organizações atualmente possuem um nível adequado de entendimento de quais são as principais ameaças e oportunidades que estão incubadas nas diversas áreas de negócio? Até que ponto, por exemplo, uma organização poderia ter tido acesso à informação que evitaria que os últimos incidentes ou surpresas tivessem ocorrido? Até que ponto esta informação simplesmente não flui de forma adequada e tempestiva até aqueles que poderiam tomar as decisões mais adequadas? “When comparing the state of real-time monitoring weather patterns with real-time monitoring in business, the business world has roughly the same capability as hurricane forecasting had in 1900. Managers may hope for a sign in the sky to allow them to know the current situation (…) they are unaware of changes in the environmental around them until is to late to take action. (McGree, Gartner) © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 20 GRC FAQ v1.0 Os sistemas de gestão das organizações atualmente vivem um contexto único em que gestores e tomadores de decisão têm um entendimento limitado das diversas forças e stakeholders atuantes em sua realidade. Pode-se, inclusive, pensar na idéia que as organizações adquiriram tamanha complexidade, incerteza e dinamicidade que seus gestores passaram a tomar decisões baseados em uma “previsão” do que está ocorrendo no presente. A figura a seguir ilustra de forma esquemática esta situação atual dos sistemas de gestão das organizações: Compliance Week, December, 2006 Vive-se, portanto, um contexto paradoxal em que muitas informações estão sendo geradas sem ser utilizadas e ao mesmo tempo muitas decisões são tomadas sem as informações necessárias. The Managing work is reaching never seen levels of complexity O grande ponto a ser entendido é que hoje o conhecimento gerado pelos silos funcionais não é coletado e disposto de forma acessível para os tomadores de decisão. Como estas informações estão disponíveis em múltiplas fontes de informação com diferentes níveis de detalhamento, formatos, métodos e estruturas de dados, cabe ao decisor confiar na sua intuição e nos seus assessores ou investir © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 21 GRC FAQ v1.0 muitas horas de seu tempo para localizar, analisar e consolidar todas as informações existentes que podem suportar a decisão a ser tomada. Finalmente, deve-se retomar a analogia do náufrago preso numa pequena ilha deserta cercada de água por todos os lados que começa a passar sede. Toda a água que ele precisa existe e está acessível, contudo, falta a atividade essencial de se tratar esta água para torná-la potável, e, portanto aproveitável Pela primeira vez, pessoas de negócio têm a habilidade de detectar oportunidades e evitar desastres de maneira consistente, de forma a acabar com as surpresas no negócio. Business surprises should not be surprises. The information that would allows managers to turn these currently unexpected events in opportunities is available (Kenneth G. McGee, Gartnet) 12. Por que este problema se tornou mais importante agora? O que mudou? Primeiramente, não há dúvidas que as diversas mudanças ocorridas no ambiente de negócios aumentaram significativamente a complexidade, dinamicidade e importância das decisões de planejamento e otimização da alocação de recursos (pessoas, processos, sistemas e infra-estrutura) de uma organização. A figura abaixo ilustra alguma destas mudanças: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 22 GRC FAQ v1.0 “Eu entendo que, há não muito tempo atrás, quando o mundo andava em um ritmo mais lento, pessoas de negócios realmente espertas conseguiam juntar eventos de negócios discretos e dizer “Ah há!” e, então, fazer as decisões de negócio necessárias. No entanto a aceleração do ritmo e complexidade do negócio tornaram conseguir esses momentos “Ah ha!” extremamente difíceis.” (Vivek Ranadivé; Power to Predict; 2006) “Trinta anos atrás, um gestor tinha a opção de ir devagar, esperando pela informação quando decisões estratégicas importantes eram necessárias. O gestor de hoje não tem esse luxo, o ritmo dos negócios acelerou e as decisões são requeridas imediatamente mesmo quando a informação usada está desatualizada.” (Kenneth G. McGee; Heads Up; Gartner; 2004) Em segundo lugar, observa-se que toda a base das teorias de gestão e administração foi inicialmente desenvolvida em um contexto em que a meta da empresa era maximizar a eficiência produtiva e aumentar a confiabilidade da linha de produção. No atual contexto, as componentes da incerteza e da dinamicidade existentes em toda tomada de decisão ganharam tal magnitude que passaram a pressionar a demanda por inovações nas práticas de gestão tradicionais baseadas em rotinas, hierarquia rígida, etc.. “Nós observamos que empresas estavam tendo dificuldades para tirar vantagem das oportunidades criadas pela digitalização e pela globalização por que suas organizações não foram desenvolvidas para o novo mundo” / “Pesquisas mostram que a maioria dos trabalhadores em empregos intensivos em inteligência de grandes empresas sentem que desperdiçam entre meio dia e dois dias toda semana © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 23 GRC FAQ v1.0 em e-mails, mensagens de voz e reuniões improdutivos.” (Bryan & Joyce; Mobilizing Minds; McKinsey; 2007) "management was designed to solve a very especific problem – how to do things with perfectly replicability, at ever increasing scale and steadily efficiency”/ “Some challenges simply can't be met without reinventing our 100-year-old management model” (Gary Hammel; The Future of Management; Harvard Business School; 2007) 13. Quais são as características humanas que aumentam a criticidade deste problema? Inicialmente, observa-se que a resposta a esta pergunta é fortemente baseada na visão defendida por Nassin Taleb. O trabalho deste autor é muito expressivo no entendimento das limitações existentes na mente humana ao longo de um processo de tomada de decisão que envolve indisponibilidade de informação, e, portanto, riscos. Em termos gerais, Taleb apresenta alguns vícios da mente humana que tendem a gerar distorções relevantes na análise de um resultado esperado, afetando significativamente o sucesso de um processo de tomada de decisão. O grande problema existente é que um gestor ou tomador de decisão acaba incorrendo nestes vícios de forma inconsciente, perdendo a sensibilidade do grau de distorção que está sendo incorporado ao resultado esperado. Tais distorções são especialmente relevantes em um ambiente de negócios dinâmico e complexo em que a previsão de resultados esperados possui uma parcela cada vez maior de incerteza. A primeira limitação ilustrada por Taleb é o que se pode chamar de “arrogância do conhecimento”: A maioria dos indivíduos tende a imaginar que entende muito mais do seu objeto de análise do que realmente entende. Neste contexto, o que se observa é que a mente humana tende a supor que possui todo o conhecimento necessário para realizar uma análise, uma vez que é praticamente impossível mensurar qual a parcela de conhecimento desconhecida, mas relevante para uma decisão. Uma pesquisa conduzida na Suécia, por exemplo, constatou que 86% dos motoristas suecos acham que possuem habilidade para direção acima da média. Teoricamente, 36% destes entrevistados dirige abaixo da média, contudo tem a impressão de serem muito melhores motoristas do que realmente são. (Taleb) © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 24 GRC FAQ v1.0 Reforçando a idéia da distorção provocada pela “arrogância do conhecimento”, também observa-se que muitas vezes nossa mente, ao analisar um determinado objeto, tende a superestimar as questões que tem maior conhecimento e experiência prática, independente da relevância destes elementos para resultado final desejado. Da mesma forma, a mente humana inconscientemente subestima questões menos experimentas ou estudadas deixando a sensação de que se trata de algo simples e com impacto desprezível no resultado final. Isto é, um economista, um sociólogo, um psicólogo e um historiador poderão explicar um mesmo fenômeno de quatro formas diferentes. Provavelmente, cada um deles terá uma explicação focada em sua área de conhecimento. Provavelmente, todas terão algum grau de pertinência, porém possivelmente nenhuma delas apresentará uma abrangência suficiente para gerar uma compreensão completa dos fatos. Um segundo vício da mente humana, apresentado por Taleb, reside nas distorções criadas ao se tentar explicar fatos passados ocorridos. É muito comum vermos pessoas falando que determinado evento (ocorrido) estava fadado a acontecer e tecer uma explicação causal convincente para tanto. No entanto, raramente estas mesmas pessoas são vistas alertando (e acertando com freqüência) a ocorrência de eventos antes que eles aconteçam. O que ocorre é que é natural para o ser humano criar relações causais (simples) que expliquem os fenômenos que na verdade possuem uma explicação muito mais aleatória do que gostaríamos de acreditar. Aparentemente, a mente humana apresenta certa relutância para reconhecer a parcela de incertezas que afeta o resultado de suas decisões. optando por ignorar o efeito desta parcela de aleatoriedade. De fato, algumas organizações têm uma cultura de supressão da incerteza. Os psicólogos mostraram que a maior parte dos gerentes tende a confiar mais em suas previsões sobre os resultados futuros e acha que tem mais controle do que realmente tem. (Jeremy Hope) Embora pareça óbvio e simples explicar fatos do passado, a verdade é que explicar o passado pode ser muito mais difícil que prever o futuro. Da mesma forma que um evento pode abrir uma árvore de opções futuras que sucedem este evento, a precessão de um evento também possui um leque enorme de possibilidade. Para © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 25 GRC FAQ v1.0 tentar dar materialidade a esse conceito, usemos o exemplo dado por Taleb em relação a um cubo de gelo deixado sobre uma mesa. Prever o formato da poça d’água que se formará pode parecer razoavelmente fácil. No entanto, dada uma poça d’água sobre a mesa, não é tão fácil saber como era o pedaço de gelo que deu origem a ela, se é que ela foi originada por um cubo de gelo. Em terceiro lugar, ao se olhar para o futuro, o homem também possui uma grande limitação que cria distorções significativas em suas previsões. O homem naturalmente consolida um entendimento inicial “ex-ante” da situação ou do contexto e tende a buscar apenas evidências ou sinais que confirma sua teoria inicial. O grande vício, neste sentido, é estar inconscientemente fechado para sinais de que a “planejamento” não está andando como previsto sendo necessário fazer mudanças. Neste sentido, o investidor George Sores costumava comentar que acordava todo o dia pensando que no dia anterior havia feito tudo errado de forma a estar aberto para sinais de que a realidade não está seguindo o planejado ou esperado. Desta forma, a mente humana tende a ignorar inconscientemente fatos concretos que indiquem o sucesso de suas intenções e expectativas. Inclusive, uitas organizações acabaram incorrendo em grandes prejuízos por causa desta distorção. Você acaba acreditando tanto que as coisas vão acontecer de uma certa forma, que já não consegue mais perceber os sinais de que novos fatos e informações apareceram. Desta forma, é neste contexto que muitos autores afimam que o cérebro humano não foi pensado para ser um gestor de riscos. O instituto humano na busca pela sobrevivência e sua tendência a se comportar “bandos” (vide a idéia de “animal spirit”.espírito animal de Keynes) fazem da mente humana uma máquina perigosa de distorção da realidade em busca de “verdades alternativas” que aumentem seu sentimento de conforto e tranquilidade. “olhamos para um projeto com 5% de chance de sucessos e achamos que as chances são de 30%”; (Kahneman e Lovallo) “Em tempos prósperos, é facil esquecer os riscso. Mas esse é o período em que provavelmente mais decisões ruins são tomadas e riscos excessivos são aceito. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 26 GRC FAQ v1.0 Esse também é o período em que os mensageiros com notícias ruins são mais facilmente silenciados.” (Robert Simons, Harvard) Finalmente, reforça-se, neste sentido a necessidade da construção de programas de GRC que apóiem gestores e executivos a reduzir esta a parcela de distorção construída inconscientemente e que só aumenta em tempo de grande incerteza e dinamicidade. 14. Quais os benefícios gerados por um programa de GRC ? A literatura disponível e aplicação prática de GRC tende a concentrar os benefícios deste tipo de programa em três grandes frentes: Primeiramente, espera-se, fortemente, que um projeto de GRC reduza custos relacionados à gestão da informação e aumente significativamente a eficiência das diversas iniciativas organizacionais executadas. Diversos estudos demonstram que a maioria das organizações possui: 1) iniciativas de gestão e compliance, que por não serem planejadas conjuntamente, possuem grande sobreposição de atividades realizadas e redundância de informações geradas; 2) diversos relatórios com uma grande quantidade de informações que simplesmente não são mais utilizadas, ou poderiam ser fortemente reduzidas, sendo apenas resquícios de mudanças e evoluções passadas pela organização. Organizations require that multiple roles in the organization start working together in an integrated framework. Business roles of governance, risk, and compliance need to understand how their roles fit into the big picture. GRC is getting everyone to play their different positions (roles within the enterprise) out of the same playbook. […] The line-of-business is fighting back because redundant assessment and audit processes looking for similar information for different purposes is preventing the business from getting business done. GRC aims to ease the burden on business by leveraging common processes, assessments, and information. (Michael Ramussen, OCEG) “We are using humans as the middleware because the IT architectural isn’t in a situation where you push the button and get the information you need” Em segundo lugar, programas de GRC pretendem prover ao tomador de decisão um aumento dramático do grau de visibilidade e entendimento sistêmico do ambiente. A GRC deve complementar a intuição do gestor com um fluxo contínuo © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 27 GRC FAQ v1.0 da informação que está sendo gerada de forma fragmentada nos silos funcionais, evitando que ações sejam tomadas causando impactos sistêmicos indesejáveis não previstos em outras áreas e processos. Neste sentido, espera-se que ameaças sejam tratadas de forma muito mais assertiva e econômica e que oportunidades sejam exploradas maximizando os resultados gerados. I would add a holistic view of risk. What we don’t see enough of is true risk models where you understand the relationships between the different risks, which can be both subtle and complex. If one thing in the organization changes, that can dramatically impact something somewhere else. To have those models and build them into these “alert systems” or “dashboards” would be a very powerful addition.( Steve Taylor, CEO, Resolver) Finalmente, espera-se que a GRC modernize significativamente o sistema de gestão de uma organização, tornando-o altamente sensitivo a qualquer tipo de operação que saia do padrão esperado e que possa indicar uma ameaça ou oportunidade a ser tratada. The data that can be used to avoid surprises, to capitalize on opportunities, and to make midcourse corrections already exist. They can anticipate events and changes so they can adjust tactics and strategies to ensure that goals are met, opportunities are maximized, and disasters are avoided – what we call real-time opportunity detection (McGree, Gartnet) Analogamente, pode-se pensar que a GRC é a teoria organizacional proposta para se tentar acertar uma flecha em um alvo, quando este alvo se move diariamente de acordo com fatos e eventos ocorridos. In the Utopian world of GRC, we’d also like to deliver predictive transparency to our customers. Based upon historical data or various what-if scenarios, we can provide a minority report capability that helps people prevent the risksbefore they occur. That is the ultimate Utopia – not only do people have a 360 degree perspective of the GRC status in the organization and collaborate more effectively, but they can actually prevent problems before they happen. (Holly Roland, Senior Director, SAP) Neste sentido, a aplicação da GRC é uma fonte fundamental de vantagem competitiva para que as organizações possam desenvolver sua capacidade de antecipar, interpretar e reagir rapidamente a mudanças e oportunidades, neste ambiente dinâmico e incerto, em que decisões devem ser tomadas de forma cada vez mais ágil. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 28 GRC FAQ v1.0 “Companies will increasingly go toward Predictive Business as they begin to look at business events in greater and greater detail aid in tighter and tighter time frames. Using historical knowledge, you will create a set of standard pattern in which behavior-of events, customers and transactions will be identified. The next time you see this sequence of behavior aligning in the same or similar fashion, you will know the likelihood that it will result in the same kind of out come” 15. Quais as dificuldades culturais esperadas para que isto realmente aconteça? Embora as idéias apresentadas até o presente momento possam parecer interessantes e motivadoras, não se pode esquecer que diversas outras teorias também prometiam resultados que acabaram não sendo comprovados. Especificamente, pode-se pensar na experiência de diversas organizações com programas de ERM que acabaram não tendo seu retorno financeiro esperado. “Think about all the billion of dollars that have been burned on the altar of enterprise-wide risk management (ERM)” (OpRisk & Compliance) Trazer uma abordagem teórica para a prática é sempre um grande desafio. Não se pode esquecer que os provedores de informações e gestores de riscos e oportunidades são seres humanos com vícios, traumas, experiências, afinidades e relacionamentos pessoais dentro e fora da organização. Desta forma, um grande desafio da GRC se refere a como motivar pessoas para colaborar e compartilhar informações, seja por meio de incentivo, controles ou punições. Atualmente, a informação é vista como moeda de troca nas organizações e até mesmo um seguro para a manutenção de posições e condicionar o formato de estruturas organizacionais. Em outros casos, observa-se que a colaboração de informações é fortemente condicionada pelo grau de amizade entre as pessoas envolvidas e pelos interesses particulares de que algo seja ou não divulgado. Quando trabalhamos juntos em uma organizações, a tendência a uma visão tacanha do futuro é geralmente amplificada por várias pressões sociais e sistemas gerenciais."Matthew Leitch O desafio de um programa de GRC é em grande parte o desafio de resolver (ou melhor contribuir para a resolução) do histórico problema de silos funcionais. Este © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 29 GRC FAQ v1.0 problema há décadas já foi identificado e diversas foram as abordagens que tentaram solucioná-lo. ao longo do tempo Em suma, as diversas organizações que iniciarem seus programas devem estar atentas aos desafios culturais de um programa de GRC e reforçar sua comunicação para tal. O sucesso do ambiente de GRC é fortemente condicionado pela sua capacidade de motivar e mobilizar as pessoas a participarem efetivamente de um ambiente colaborativo como provedores e usuários de informação. As pessoas costumam trocar informação com quem gostam do com quem você precisa. Em especial, deve-se reforçar o princípio de que a GRC atua primordialmente para criar conectividade e habilitar a colaboração entre silos funcionais. Deve-se, portanto, valorizar e respeitar as especificidade e especializações de cada silo, criando mecanismos para traduzir os conhecimentos gerados para uma linguagem única de GRC que seja acessível por todos e independente de métodos, ferramentas e terminologias locais. Mudar alguma coisa implica não apenas aprender algo novo, mas desaprender algo que já existe, e, possivelmente, está atrapalhando. O que a maioria das teorias e dos modelos sobre aprendizado negligencia é a dinâmica do desaprendizado, da superação da resistência à mudança. Eles supõem que, se você conseguir ter uma visão bastante clara de um futuro positivo, essa motivação será suficiente para começar o novo aprendizado. (Edgar Schein) Mais importante do que fazer com que todos falem da mesma forma, é fazer com que a fala de todos possa ser traduzida para uma linguagem convergente que todos entendam. PARTE III - A GRC e as demais Iniciativas de Gestão de Riscos 16. A GRC é uma melhoria incremental, uma evolução significativa ou algo completamente distinto da Gestão de Riscos? Primeiramente, entendemos que a GRC é um pouco mais do que uma simples melhoria da Gestão de Riscos, uma vez que as premissas e desafios significativamente distintos foram definidos. O desafio de difundir uma nova filosofia de gestão centrada no aumento contínuo da maturidade da colaboração entre áreas para que um decisor (vide o modelo de © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 30 GRC FAQ v1.0 governança definido) tenha sempre a melhor informação possível é algo efetivamente novo que não havia sido proposto pela gestão de riscos e controles. Por outro lado, as tradicionais matrizes de riscos, bases de perdas e KRIs devem continuar sendo executados como pilares centrais do sistema de GRC. A grande diferença é que estas atividades devem possuir um caráter muito mais pró ativo e dinâmico além de serem suportadas pelas informações coletadas pela estrutura de GRC. Em suma, pode-se pensar que as bases de perdas estariam associadas à apuração financeira das informações captadas pelo sistema de GRC, a partir de fontes como rubricas contábeis específicos, relatório de compensação ao cliente, controle de multas e passivo, etc.. Atualmente, muitas organizações já conseguem fazer este tracking de informações para sua base de perdas. No que tange as matrizes de riscos, sua atualização deverá possui um caráter muito mais dinâmico e pró-ativo. Desta forma, o ambiente de GRC deverá ser sensitivo a ponto de entender as mudanças ocorridas no ambiente e antecipar a necessidade da revisão de um assessment de riscos na matriz. Esta visão dinâmica é muito próxima à abordagem de riscos de mercado em que qualquer evento ocorrido rapidamente se reflete na atualização dos riscos dos papéis das empresas relacionadas. Finalmente, os sistemas de reports de riscos e painés tendem a ser muito mais completos e sofisticados abarcando praticamente todo o conhecimento gerado nas diversas fontes de informação de uma organização. Conforme observado, espera-se construir um ambiente de gestão com um grau de visibilidade nunca antes visto, possibilitando que a tomada de decisão possa ser feita com uma dinamicidade também sem precedentes 17. A visão de ERM está incorporada na visão de GRC, ou, a visão de ERM deve ser adicionada à visão de GRC? No que tange a discussão entre GRC e ERM, novamente nos deparamos com diferenças de opiniões entre os principais especialistas e referências neste assunto. A visão de ERM sugere que a gestão do risco em uma organização deve partir de um entendimento holístico que efetivamente avalie qual a contribuição de cada área, © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 31 GRC FAQ v1.0 processo, sistema, independente dos limites funcionais da empresa prescritos em seu organograma. Muitas abordagens de gestão de riscos falharam em não conseguir modelar toda a complexidade de um risco propondo tratamentos inefetivos que não atuavam na causa raiz do problema e, portanto, em seu ponto de maior alavancagem. Neste sentido, até a interação entre riscos deve ser considerada e modelada para priorização das vulnerabilidades críticas a serem tratadas. A figura a seguir ilustra esta visão sistêmica proposta por ERM: Vendas Satisfação Estratégia Dos Clientes De Vendas Campanhas Realização Entrega De Marketing De Vendas De Produtos A incerteza sobre os resultados do processo se propaga através de suas atividades A analogia ideal para esta idéia é a situação em que a colocação da última carta de baralho em uma pirâmide de cartas, provoca a queda de todas as cartas da pirâmide. Certamente, a razão para queda da pirâmide é bem mais complexa do que a última carta colocada, a qual pode ter simplesmente disparado a queda de todas as outras cartas. Por outro lado, analisar a estrutura das cartas montadas, identificando os potenciais pontos de vulnerabilidade na ligação entre as cartas é tarefa analítica de grande dificuldade devido à infinidade de possibilidades de combinações de causas interconectadas que justifiquem o evento ocorrido The other gap is the lack of ability to model risks and understand the relationships between them. Risk assessment is often still conducted on a ‘per risk’ basis with different risk owners making a determination as to likelihood, impact, or control © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 32 GRC FAQ v1.0 level in a vacuum. In reality, there are groups of risks that affect each other. If the status of one risk changes, the status of all others in the system can also change; often a simple change outside of the business can lead to a chain reaction inside the business. Most companies don’t seek to understand these systems, leaving themselves exposed. A visão de ERM também agrega à disciplina de gestão de riscos o importante entendimento de riscos como situações ou eventos em que os objetivos da empresa não estão sendo atingidos. Desta forma, com a ERM uma organização pode facilmente relacionar: os objetivos que não estão sendo atingidos, as vulnerabilidades existentes nos processos/sistemas e os controles internos que devem ser implantados. A atividade de gestão de riscos é, portanto, construída como um desdobramento natural do planejamento estratégico mobilizando esforços e prioridades em torno do atingimento das metas e resultados esperados. Uma primeira corrente de especialistas considera que ERM está inteiramente incorporada no conceito de GRC e que o R de GRC nada mais é do que o próprio ERM. Uma segunda linha prefere enfatizar que o conceito de ERM não estaria inserido dentro de GRC e que programas de GRC e ERM deveriam ocorrer de forma integrada: a GRC teria um foco no conceito de coleta de informação estruturada e entrega de reports consolidados; já o foco de ERM reside na visão de apetite a riscos (desdobrado da estratégia) e no entendimento de como os diversos riscos se inter-relacionam e são desdobrados para os processos. Não há dúvidas que independente da posição escolhida, um framework de gestão de riscos deva contemplar ambos conceitos, insight e ferramentas. A questão de quem engloba o que é pequena diante do desafio de se construir um apetite ao risco que seja compreendido e efetivamente utilizado no mundo real, contribuindo para orientar decisões de priorização desdobradas da estratégia. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 33 GRC FAQ v1.0 18. Qual a relação entre programas de GRC e projetos SOX? Embora esta pergunta não seja muito recorrente no Brasil, algumas vezes observase certa confusão entre um programa de GRC e uma iniciativa de otimizar a eficiência de um programa de SOX. Neste contexto, organizações que vêm realizando projetos de SOX apresentam uma grande motivação para redução de custo de compliance devido à extensa quantidade de práticas que devem ser realizadas para comprovar credibilidade frente aos acionistas da NYSE. Para estas organizações, otimizar drasticamente as iniciativas de compliance é uma ação imperativa com impactos relevantes em seu resultado financeiro. Contudo, ressalta-se que as aplicações de GRC relacionadas à SOX são apenas um case preliminar do uso da filosofia de colaboração e convergência de informações para o contexto específico da confiabilidade de reports financeiros. Estas abordagens, portanto, vêm apresentando um foco ainda superficial na proposição de painéis e reports dinâmicos de riscos que consolidem de forma inteligência e em tempo real (ou quase real) as diversas fontes de informação disponíveis na organização. 19. O que é IT-GRC? Por que é tão comum se falar em IT-GRC, e pouco se houve falar em RH-GRC? Uma segunda aplicação dos conceitos de GRC que vem ganhando forte adesão está centrada a áreas de Tecnologia da Informação das organizações. Devido à grande quantidade de legislações, modelos de referência e procedimentos aplicáveis a este setor, existe uma forte demanda por uma abordagem integrada feita pela alta administração. Neste sentido, se a aplicação de GRC para SOX é focado num aumento drástico de eficiência para comprovação da confiabilidade de reports financeiros, a aplicação de GRC focada em TI é um aumento drástico de eficiência para assegurar a disponibilidade e qualidade de todo o suporte tecnológico necessário ao bom funcionamento de uma empresa. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 34 GRC FAQ v1.0 Finalmente, ressalta-se novamente que este tipo de aplicação é apenas um case preliminar do uso da filosofia de colaboração e convergência de informações com foco em aumento de eficiência. A visão da construção de painéis e reports dinâmicos de riscos que consolidem dinamicamente e tempestivamente as diversas fontes de informação disponíveis na organização, ainda está sendo aplicada de forma bem preliminar. 20. Qual a relação entre GRC e COSO? A GRC seria uma evolução do COSO ou um opção ao COSO? Está sendo previsto algum COSO GRC? Uma vez que a história da gestão de risco é fortemente atrelada à história do COSO, e posteriormente a do COSO ERM, é importante refletir como o conceito de GRC se conecta a este tradicional framework. Inicialmente, deve-se entender que a proposta de GRC vai para além dos conceitos e desafios estabelecidos no COSO e COSO ERM. Por conseguinte, o desafio da coleta contínua de informações de iniciativas como ouvidoria, helpdesk, comitê de desenvolvimento de produtos, avaliação de satisfação de funcionários, ata da reunião de clientes, sistemas de vendas, etc. e consolidação dinâmica deste conhecimento em dashboards de riscos não está descrito no COSO. Por outro lado, a linguagem de controles construída pelo COSO é um elemento fundamental para erguer um ambiente de GRC. Através da descrição do COSO é possível modelar todo o funcionamento de uma organização em controles organizados em categorias e subcategorias como ambiente de controle (filosofia de gestão de riscos, comprometimento com indicadores), atividades de controle (controles manuais, controles automáticos), monitoração (indicadores) etc.. Neste sentido, constrói-se uma linguagem universal que habilite a colaboração e comparação da forma como cada área mitiga e trata seus de riscos. Desta forma, pode-se interpretar facilmente que riscos de um determinado tipo ( por exemplo cobrança indedevida) são mitigados por controles de naturezas distintas ( por exemplo, sistemas, duplas checkagem, checklist, supervisão gerencia, etc.) entre as diferentes filiais. Um segundo exemplo passa por compreender se a grande maioria das áreas trata riscos financeiros com o mesmo tipo de prática. Observa-se, ainda, que o surgimento da GRC de forma alguma é uma crítica ou algo que substitui o framework COSO. A GRC deve ser pensada como estágio © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 35 GRC FAQ v1.0 superior de implantação do COSO rumo a uma visão mais dinâmica, pró-ativa e capilarizada na organização. Finalmente, observa-se que até o presente momento não houve nenhum indício da elaboração de algum COSO GRC. 21. Qual a relação entre GRC e a ISO 31000? Como implantar programas de GRC que estejam alinhados a referência normativa da ISO 31000? A resposta a esta pergunta está muito associada à resposta da pergunta anterior. A GRC se caracteriza hoje como um estágio mais evoluído da gestão de riscos que conecta os diversos fluxos de informação de toda a organização, consolidando e organizando este conhecimento em painéis de riscos baseados na linguagem de GRC. Estes painéis, ou dashboards, proporcionam uma monitoração dinâmica (em tempo real ou quase real) e pró-ativa das ameaças e oportunidades que extrapola os limites funcionais de uma organização. Por outro lado, a ISO 31000 ainda está atrelada a uma abordagem mais estática da gestão de riscos em que o gestor de riscos tem que ir atrás da informação no momento da reavaliação (semestral ou anual) de riscos e testes de controles. Esta mudança de paradigma em que provedores e usuários de informações de gestão de riscos estão conectados em um ambiente de GRC com grande acessibilidade e reusabilidade do conhecimento gerado pelos indivíduos não está incorporada a visão da ISO 31000. Neste sentido, a GRC não é concorrente da ISO 31000, mas um estágio mais evoluído e sofisticado de gestão. Desta forma, sugere-se, fortemente, que toda a estrutura de GRC seja construída a partir dos termos e conceitos propostos pela ISO 31000, alinhando às terminologias que estão sendo uniformizadas mundo afora. 22. Como a GRC se refere à idéia de que riscos podem ser tanto negativos (ameaças) quanto positivos (oportunidades)? Existe, aparentemente, um grande desequilíbrio entre a atenção e esforços investidos em gestão de riscos para prevenção de ameaças em detrimento à gestão de riscos para exploração de oportunidades. Na prática, pouco vem sendo debatido sobre como as mesmas fontes de incertezas, causadoras de ameaças e © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 36 GRC FAQ v1.0 destruidoras de valor para acionistas, são também geradoras de uma vasta gama de oportunidades e opções de inovação para as organizações. Contudo, pensar em uma gestão de riscos positivos não consiste em distribuir liberdade e autonomia para identificação de todo e qualquer tipo de oportunidade por todo e qualquer funcionário da organização. A implantação de controles de risco positivo é um ato consciente e deliberado em que uma organização se compromete intencionalmente com uma determinada prática visando aumentar a probabilidade e magnitude de ganhos com oportunidades potenciais referentes a ações estratégicas de alta incerteza. Esta visão de riscos positivos, embora não seja abordada de forma exaustiva, é recorrentemente citada nas principais referências de GRC. Em outras palavras, é muito mais freqüente a idéia de oportunidades enquanto eventos incertos a serem explorados em artigos de GRC em comparação com artigos de Gestão de Riscos tradicional. Desta forma, implementar a gestão de riscos positivos parece ser algo natural no contexto da criação de um ambiente de GRC que uniformiza a linguagem e dissemina o conhecimento armazenado nos silos funcionais para todos os interessados. Inclusive, observa-se que muitos autores afirmam que as principais © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 37 GRC FAQ v1.0 oportunidades de uma organização residem justamente nos espaços em branco existentes nos organogramas. PARTE IV - Implementação de Programas de GRC 23. Como evoluir os sistemas de gestão de riscos tradicionais para um programa de GRC? A partir de um amplo benchmarking nacional e internacional, e da realização de diversos projetos de GRC, a ELO vem desenvolvendo um framework para condução de programas de GRC que reforce a visão sistêmica de ERM e seja baseado nas terminologias e conceitos da norma ISO 31.000. Este framework é denominado GRC Intelligence® e pode ser visualizado na figura: Geração de dashboard e reports customizados em tempo real Monitoração de Indicadores de Riscos e Performance Coleta inteligente de informações não estruturadas Amadurecimento das iniciativas e cultura de GRC Consolidação do Repositório de Inteligência de GRC Definição da Estratégia de GRC Atualização da Base de Perdas e Quase Perdas Modelagem e Avaliação de Riscos e Controles Consolidação e Monitoração de Planos de Ação Realização de Testes de Controle / Compliance Disseminação de Linguagem Uniformizada de Análise (Taxonomia e Apetite) 1 De forma a detalhar esta figura a tabela a seguir detalha a descrição de cada um dos componentes do framework GRC Intelligence ® : © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 38 GRC FAQ v1.0 Ge raç ão d e d ash b oard e re po rts cu stom zi a do s e m temp o re al 11 24. Como evoluir um dicionário de riscos para uma linguagem Ri sco s e Pe rforma nc e 3 uniformizada de análise de GRC ? Amad u e r ci me nto da s n i ci a i ti va s e cu l tu ra de GRC 8 Mo ni tora ção d e Ind i cad o res d e Co e l ta n i tel i ge nte d e i nfo rmaç õe s nã o e stru tura das 2 Con so il da çã o d o Re po si tó ri o de Inte il g ên ci a de GRC 6 Con tro l es Con so l d i aç ão e Mo ni tora çã o de Pla no s d e Aç ão 7 5 T e stes d e Con tro l e / Co mp il an ce 9 Diss em in a çã o d e L in gu a ge m Un ifo rmiz ad a d e An ális e (Ta x on o mia e Ap etite ) 1 de processos, riscos e controles, é muito comum que esta visão esteja sendo subutilizada como uma mera categorização burocrática. Em muitos casos, observase um alto grau de investimento na construção de categorias (inventários de processos, tipologias de riscos, etc..) que acabam restritas a poucos especialistas, não gerando, portanto, o retorno esperado. A idéia da criação de uma linguagem universal a partir da criação de categorias foi um marco muito importante na biologia com o surgimento da classificação de reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Desta forma, para toda nova espécie identificada, era possível estimar suas características rapidamente baseado nos seres vivos já estudados que pertencessem ao seu mesmo grupo. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br 10 Rea il za ção de Atu al zi açã o d e Base de Pe rda s e Qu ase Pe rd as Embora muitas organizações já tenham avançado com taxonomias M od el ag em e Av al a i ção d e Ri sc os e De fin çi ão d a Es tratég a i de GRC 4 Página 39 GRC FAQ v1.0 Neste sentido, a criação da classificação universal de seres vivos, longe de ser um fardo burocrático, efetivamente habilitou que diversos cientistas no mundo pudessem colaborar na realização de suas pesquisas, compartilhando o conhecimento gerado e avançando significativamente no entendimento das características e comportamentos dos seres vivos. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Vírus Bactéria Fungo Protozoário Também é possível observar, que a uniformização do entendimento dos elementos constituintes do corpo humano (esqueleto/ossos, sistemas/órgãos, etc.) e o inventário contínuo das patologias existentes foi de fundamental importância para o avanço da medicina. Desta forma, um profissional poderia avançar em uma determinada especialidade (como pediatria, dermatologia, geriatria, cirurgia, oncologia, etc.), minimizando, o impacto dos silos funcionais que estavam sendo erguidos. Otorrinolaringologista Epidemiologista Endocrinologista Hematologista Oncologista Infectologista Cardiologista Pneumologista Dermatologista Hepatologista Desta forma, quando um paciente vai para um clínico geral, cardiologista ou um endocrinologista, todos estes profissionais vão diferenciar da mesma forma a febre da febre amarela, o sarampo da caxumba, a gripe da pneumonia, etc.. Contudo, se você perguntar o que é um problema de processos ou de satisfação de clientes para profissionais de diversas áreas, certamente receberá respostas significativamente distintas. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 40 GRC FAQ v1.0 “It’s amazing how much risk exists because of different people speaking in different languages” A criação da linguagem de riscos, controles e processos é, portanto, um habilitador fundamental para que as áreas consigam construir um ambiente de colaboração de informações que extrapole os silos funcionais. Para fins deste documento sugerimos que a GRC esteja fundamentada nos cinco tipos de categorias apresentados na figura a seguir: Fontes de Riscos Riscos Impactos • Design (Visão f uncional) • Design (Visão de processos) • Segurança da informação • Estrutura de gestão • Segurança e saúde do funcionário • Estratégia • Propriedade intelectual • Competências • Recompensas e Motivação • Infra-estrutura tecnológica • Fornecedores e Terceiros • Clientes • Controles, Compliance e Continuidade •Governança Corporativa • Disputas trabalhistas • Redução de competências • Imagem no mercado • Relacionamento com cliente • Conf ormidade legal • Eficiência operacional • Fusões e aquisições • Dif erencial competitivo • Complexidade em gestão • Clima organizacional • Outsourcing • Gestão de projetos Adaptado Norton& Kaplan (2008) • Falha tecnológica Processos Controles •Auditoria Interna e Externa COSO • Ambiente interno • Resposta a risco • Definição de objetivo • Atividades de controle • Identif icação de evento • Inf ormação e comunicação • Avaliação de risco • Monitoração • Infra-estrutura • Aquisição • Gerência de Recursos Humanos • Logística Interna • Desenvolvimento de Tecnologia • Operações • Logística Externa Cadeia de Valor de Porter • Marketing de Vendas • Serviço Para cada categoria, sugerimos que seja desenvolvido: um segundo nível de detalhamento; uma descrição detalhada; palavras-chaves associadas; palavraschaves que não estão associadas; exemplos; e, até mesmo, perguntas objetivas para validar uma determinada classificação. Neste momento, o uso de conceitos de ontologia é fortemente sugerido de forma a otimizar o enquadramento de palavras em domínios e dar usabilidade a estes termos “classificados”. Este tipo de prática já é fortemente utilizado para organizar portais de compras como, por exemplo, no caso da Amazon.com, em que livros são categorizados em temas, e, desta forma, quando um usuário compra um livro de um determinado domínio a Amazon sugere a venda de outros livros pertencentes ao mesmo domínios que estejam bem ranqueados. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 41 GRC FAQ v1.0 Finalmente, observa-se que as diversas iniciativas de RH, TI, Comercial, Operação, Marketing, Financeiro, etc. não são obrigadas a implantar o conjunto de categorias definidos pela GRC. O essencial é que a informação provida por estas áreas possa ser traduzível na linguagem de GRC, e desta forma, seja consolidável no Repositório de Inteligência de GRC. Por exemplo, uma área de RH poderia definir o nível 3 de categorias ligadas a funcionários, enquanto uma área jurídica poderia detalhar categorias relacionadas a passivo trabalhista. Mais importante do que fazer com que todos falem da mesma forma, é fazer com que a fala de todos possa ser traduzida para uma linguagem convergente que todos entendam. 25. Como construir um apetite / tolerância a riscos para um Gera çã o de da shb o ard e rep orts cu sto mi zad os em te mpo re al 11 Ama du rec ime n o t d as in i ci ativ as e programa de GRC ? c ul tura d e GRC Mo ni toraç ão d e 8 Ind i cad ore s d e Ri sco s e Pe rforma nc e 3 Co le ta in tel i ge nte d e A temática de apetite ou tolerância ao risco é um dos assuntos que i nfo rmaç õe s nã o e stru tu rad as 2 Co n sol i da ção do Rep os it ó rio d e Intel i gê nc ia d e GRC Mod e la ge me Aval i açã o d e Defi ni çã o da Estraté gi a d e GRC 4 6 Ris co se Con trol es Co ns ol d i aç ão e Mo n ti o raçã o de Pla no s d e Ação 7 10 Re al iza çã o d e Te ste s de Atua li za ção d e Ba se d e Perd as e Q ua se Pe rda s 5 Con trol e / Comp li an ce 9 Dis se min aç ã o d e L in g u ag em Un ifo rmiza da de An á lis e (T ax o no mia e Ap e tite ) 1 vem causando maior polêmica em apresentações, fóruns e grupos de discussão de gestão de riscos. Observa-se que apesar deste tema possuir uma base conceitual consistente, a maioria das organizações vem tendo grandes dificuldades em efetivamente construir um referencial desdobrado da estratégia que oriente a execução dos processos e a priorização de decisões. Primeiramente, observa-se que as principais referências em GRC possuem entendimentos distintos sobre os termos apetite e tolerância. Uma primeira corrente aplica o termo apetite para questões mais estratégicas (por exemplo, a satisfação dos funcionários da corporação) e tolerância para questões táticas, operacionais (por exemplo, a satisfação dos funcionários de uma determinada área). Uma segunda corrente afirma que os conceitos de apetite e tolerância são sinônimos, devendo ser evitado o uso do termo apetite. Esta segunda corrente afirma que este termo pode soar de forma estranha quando se trata, por exemplo, da definição de um limite mínimo de valor de multas por ano. Teoricamente, a visão de apetite/tolerância a riscos objetiva calibrar a sensibilidade e a subjetividade dos vários indivíduos que compõem uma organização de acordo com os tipos de incertezas que afetam seu resultado. Cria-se, portanto, uma “régua” © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 42 GRC FAQ v1.0 padrão de análise que proporciona a comparabilidade necessária para priorizar decisões concorrentes como: comprar um sistema, iniciar um projeto, contratar novos recursos, modificar um processo, etc.. Contudo, é no uso prático do conceito de tolerância/apetite que as organizações vêm obtendo maior dificuldade e resistência. Muitas aplicações associam a visão de apetite/tolerância a uma expectativa financeira de perda a ser calibrada em faixas de severidade (por exemplo, severidade média de R$100.000,00 a R$1.000.000). Esta visão pode ser observado na figura abaixo retirada do Risk Management Toolkit da Lloyds. Uma segunda aplicação deste conceito se refere à definição de limites (inferiores ou superiores) por indicadores que podem acionar (triggers) níveis de alertas e tarefas pré-configuradas. Esta visão também pode ser observado na figura abaixo retirada do Risk Management Toolkit da Lloyds. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 43 GRC FAQ v1.0 No primeiro caso, observa-se a existência de um grande desconforto na realização um processo analítico como uma escala unicamente financeira, emergindo diversos tipos de dúvidas: Como considerar aspectos intangíveis como perda de competências e clima organizacional? Como quantificar perdas relacionadas à insatisfação de funcionários? Como lidar com eventos de baixa perda porém com impacto significativo na imagem, etc.? Já no segundo caso, existe uma grande preocupação em evitar a definição de tolerâncias locais por indicador, descoladas de um referencial corporativo único que assegure um mínimo de rigor e comparabilidade para avaliação dos resultados e alertas obtidos. Ou seja, até que ponto dois indicadores que chegaram a um nível “intolerável” são igualmente importantes? Neste âmbito, propomos que o conceito de tolerância/apetite ao risco seja desenvolvido a partir de uma matriz de categorias de impacto com escalas de severidade sendo definidas a partir de parâmetros objetivos de análise e © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 44 GRC FAQ v1.0 mensuração. Por mais que o tipo de impacto seja subjetivo (por exemplo, imagem), o parâmetro de mensuração (por exemplo, amplitude da divulgação: municipal, estadual ou federal) deve ser objetivo, reduzindo margens para julgamentos individuais carregados de vícios e subjetividades. A especificação das categorias de impacto listadas na figura a seguir é apenas um exemplo inicial que deve ser customizado de acordo com o tipo de empresa e tipo de posicionamento competitivo adotado. DICIONÁRIO DE IMPACTOS Categoria # Impacto imagem no mercado clima organizacional conformidade legal relacionamento com o cliente diferencial competitivo eficiência operacional ESCALAS DE SEVERIDADE Parâmetros Relevância 1 Abrangência geográfica da repercussão Relevante 2 Quantidade de funcinonários impactos Muito Relevante 2 Valor da multa Muito Relevante 1 1 1 Impacto em satisfação do cliente variação percentual de market share Redução dos custos totais anuais Relevante Relevante Relevante Baixo Médio Alto Impacto em imagem Impacto em imagem Impacto em imagem em escala municipal em escala estadual em escala nacional Menos de 5 funcionários Entre 5 e 50 Mais de 50 funcionários funcionários Entre R$ 10 e R$ 50 Até R$ 10 Acima de R$ 50 mil mil Impacto pontual Impacto com Perda de cliente sem repercussões repercussões Entre 3% e 7% do Acima de 7% do Até 3% do mercado mercado mercado Redução entre 1% e Redução acima de Redução de até 1% 5% dos custos 5% dos custos dos custos anuais anuais anuais Não se pode esquecer que o apetite/tolerância de riscos é um componente fundamental para que os sistemas de rating de riscos efetivamente gerem resultados que complementem a realidade do gestor e, portanto, tenham credibilidade. Desta forma, a materialização do apetite/tolerância de uma organização em dimensões de impacto é de fundamental importância para construção de um referencial único para ponderação qualitativa de uma análise, minimizando o efeito de opiniões e preferências individuais em relação ao que é crítico, relevante, aceitável, etc.. Finalmente deve-se ressaltar, que este movimento de ampliação de uma visão puramente financeira e inclusão de outras dimensões como clientes, funcionários, eficiência, etc. é um movimento muito parecido com a emergência dos Balanced ScoreCards na década de 90. Idealmente, tudo deveria ser normatizado na escala financeira que efetivamente é a linguagem de toda corporação. Contudo, como nem tudo pode ser monetizado de forma confiável, deve-se pensar em outras formas © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 45 GRC FAQ v1.0 para modelar o conjunto de variáveis que o cérebro de um gestor considera quando interpreta o que é ou não prioridade. Enhanced management competency in dealing with risk, most discernibly through the creation of a common language and common definitions os risk that led to common and comparable standards and measurement (CRO, Prudential) – comentando sobre os benefícios da gestão de riscos Gera çã o de da shb o ard e rep orts cu sto mi zad os em te mpo re al 11 26. Como gerar uma inteligência de GRC a partir da coleta de Pe rforma nc e 3 informações não estruturadas? Ama du rec m i eno t d as n i i ci ativ as e c ul tura d e GRC 8 Mo ni toraç ão d e Ind i cad ore s d e Ri sco s e Co le ta in tel i ge nte d e i nfo rmaç õe s nã o Co n sol i da ção do Rep os it ó rio d e Intel i gê nc ia d e GRC 6 e stru tu rad as 2 Mod e a l ge me Aval i açã o d e Defi ni çã o da Estraté gi a d e GRC 4 Atua li za ção d e Ba se d e Perd as e Q ua se Pe rda s Ris co se Con trol es Co ns ol d i aç ão e Mo n ti o raçã o de Pla no s d e Ação 7 10 Re al zi a çã o d e Te ste s de Con trol e / Comp il an ce 5 9 Dis se min aç ão de Li ng ua ge m Uni fo rmiz ad a d e An ál i se T ( a xo no mia e Ape tit e ) Esta certamente é uma das perguntas mais difíceis de serem 1 respondidas, e, possivelmente é o componente do framework de GRC que possui o maior gap existente entre as idéias propostas e as aplicações práticas implantadas com sucesso. O grande desafio reside em permitir que as principais informações disponíveis nas fontes de informação não estruturadas sejam traduzidas para a linguagem de GRC e armazenadas como conhecimento no Repositório de Inteligência de GRC. A partir daí, o conhecimento que estava “abandonado” e “escondido” em um documento, por exemplo, está acessível para toda a organização, independente de métodos utilizados, linguagens e demais barreiras funcionais. Também é importante reforçar que por fonte de informação não estruturada entendemos: relatórios diversos, emails, formulários, questionários, checklist, atas de reunião, pareceres de especialistas, avaliações, planilhas locais (principalmente) entrevistas, chats, portais de internet, etc.. Primeiramente, deve-se inventariar todas as fontes de informação geradas e utilizadas por cada área detalhando: qual o tipo de informação existente; qual o grau de convergência com a linguagem de GRC; qual o grau de convergência com o apetite de GRC; qual o grau de confiabilidade presente na informação disponível; qual a periodicidade de atualização da informação existente; qual o formato em que a informação está armazenada, dentre outros. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 46 GRC FAQ v1.0 Em segundo lugar, deve-se definir as regras para coleta de informação, com foco no entendimento da demanda de informações para suporte a decisão de gestores e executivos. A coleta de informações também deve estar alinhada com a estratégia da organização e o entendimento prévio de quais são as principais incertezas existentes e que tipo de informação é necessário para gerenciá-las ativamente. FONTES DE INFORMAÇÃO Nome Área Responsável O que coletar Status Relatório de entrevista de desligamento RH Desligamento de cargos estratégicos Ativo Saídas ou demoras para preenchimento de Em vagas acima do padrão ativação Pesquisa de satisfação interna RH Reduções de níveis de satisfação Ativo Controle automático de sistema Operacional Paradas inesperadas Ativo Fatos inusitados que possam ter influência Ata reunião comitê de logística Operacional Inativo no resultado Alertas sobre questões referentes aos Relatório de auditoria externa Operacional Ativo resultados Variações expressivas no nível de satisfação Em Pesquisa de satisfação externa Comercial de clientes importantes ativação Fatos inesperados em oportunidades Planilha de pipeline de vendas Comercial Ativo importantes Relatório de atendimento ao cliente Comercial Problemas ou atritos relatados Ativo Questões relevantes às preocupações Reunião de comitê financeiro Financeiro Ativo registradas Notícias que alteram o contexto do mercado Relatório de investimentos corporativos Financeiro Inativo significativamente Alertas sobre questões que influenciem no Diagnóstico de mercado de consultoria Financeiro Ativo mercado significativamente Planilha de gestão de pessoal RH A calibragem do grau de “sensibilidade” ou “filtro” para que uma informação seja capturada para o Repositório de Inteligência de GRC deve materializar o entendimento sobre o contexto estratégico vivido pela organização com foco nas grandes preocupações manifestadas por executivos e decisores. Não se pode esquecer que existe um custo significativo para capturar e consolidar de forma consistente este repositório de conhecimentos. Ainda, espera-se que, ao longo dos meses, a organização ajuste periodicamente (semestralmente ou anualmente) seus coletores de informação e atualize as regras de coletas propostas. Esta recalibragem na coleta de informação é justamente um reflexo da forma dinâmica como uma organização entende e se posiciona no ambiente de negócios atual. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 47 GRC FAQ v1.0 Finalmente, deve-se discutir as diferentes formas com que estas informações podem ser coletadas: • Mecanismos de importação e exportação de informações em distintos formatos; • Integração direta com formulários, checklist, pesquisas, questionários e planilhas eletrônicos para coleta de informações localizadas em campos específicos; • Varredura de informações de documentos, planilhas, relatórios, emails; análises, portais e domínios de internet baseada em palavras chave (KeyWord) • Uso de conectores (Webservices) para coleta de informações de ESBs (Enterprise Service Bus) ou diretamente de bancos de dados e aplicações; Gera çã o de da shb o ard e rep orts cu sto mi zad os em te mpo re al 11 27. Como expandir a coleta de informações não estruturadas Ri sco s e Pe rforma nc e 3 para além da empresa? Ama du rec ime n o t d as in i ci ativ as e c ul tura d e GRC 8 Mo ni toraç ão d e Ind i cad ore s d e Co le ta in tel i ge nte d e i nfo rmaç õe s nã o Co n sol i da ção do Rep os it ó rio d e Intel i gê nc ia d e GRC 2 Mod e la ge me Aval i açã o d e Ris co se Defi ni çã o da Estraté gi a d e GRC 4 6 e stru tu rad as Con trol es Atua li za ção d e Te ste s de Con trol e / Comp li an ce Ba se d e Perd as e Q ua se Pe rda s 5 Apesar das discussões acima serem focados em fontes de Co ns ol d i aç ão e Mo n ti o raçã o de Pla no s d e Ação 7 10 Re al iza çã o d e 9 Dis se min aç ão de Li ng ua ge m Uni fo rmiz ad a d e An ál i se T ( a xo no mia e Ape tit e ) 1 informação internas a empresa, deve-se ressaltar que a coleta de informação também pode e deve ser expandida para fontes de informação externas a organização. Desta forma, por que não pensar em coletar informações diretamente de fornecedores, parceiros, clientes, concorrentes, notícias e até fornecedores de novas tecnologias? Por que não pensar, em buscas constantes a portais de internet, depoimentos de entrevistas, documentação amplamente publicada, documentação confidencial (tendo grande atenção a este ponto) entre as partes, etc.? Finalmente, observa-se que o termo Extended Enterprise é comumente associado a programas de GRC que definem fontes de informação a serem monitorados tanto interna quanto externamente. Ge ra ção d e d ash b oa rd e re po rts cu sto mi za do s e m te mp o re al 11 28. Como evoluir a aplicação dos indicadores de riscos e Per form an ce 3 performance (KRIs e KPIs) para um programa de GRC ? Am ad ure c im en to d as i n ic ia tiv as e cu lt u ra d e GRC 8 M on i tora çã o d e Ind ic ad o res d e Ri sc os e Co l eta in tel i ge n e t de in fo rmaç õ es n ão Co n so li d aç ão d o Rep o si tóri o d e Inte li g ên ci a d e GRC 2 Mo d el ag e m e Av al ia çã o d e De fin i ção da Es rt a tég i a d e GRC 4 6 e stru tura da s Atu al iz aç ão d e Ba se de Perd as e Qu ase Perd a s Ri sc os e Co n trol es C on so l d i aç ão e M o ni tora çã o d e Pl an o s d e Açã o 7 10 Re a li za çã o d e Te ste s de Co n rt o l e / Co mp li an ce 5 9 Dis se mi n açã o de Li n gu ag e m Un if o rmi za da d e Aná li s e (Ta xo no mi a e Ape ti e t ) 1 A visão de indicadores de desempenho não é novidade para a grande maioria das organizações. O que a gestão de riscos trouxe de novo é a idéia da criação de indicadores chaves de riscos que deveriam funcionar como alarmes, avisando que alguma coisa não está ocorrendo como esperado. Ou seja, enquanto © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 48 GRC FAQ v1.0 um indicador de desempenho (KPI) deveria suportar uma avaliação do desempenho do negócio (como por exemplo, se a quantidade de vendas está próximo da meta estabelecida), um indicador de risco (KRI) deveria orientar a antecipação de riscos que estivessem na iminência de ocorrer (por exemplo, se estaria ocorrendo um declínio acentuado nas vendas realizadas). A figura a seguir ilustra alguns KRIs comumente utilizados segundo a Risk Management Associations: Contudo, recentemente, pode-se observar que alguns autores e até mesmo alguns fornecedores de aplicações de GRC já não fomentam mais esta diferenciação entre KRIs e KPIs, considerando todos como indicadores com seus níveis de alertas (triggers) e metas. A visão moderna de KRIs também reforça a premissa de que esta ferramenta é fortemente um “chamariz de atenção” dos executivos, com capacidade limitada de “explicar” o que está efetivamente ocorrendo na organização. Gestores não devem se esquecer de que a interpretação de uma métrica é fortemente enviesada pelo parâmetro que está sendo mensurado devendo ser ponderado por outras fontes de informações. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 49 GRC FAQ v1.0 Retomando a temática dos programas de GRC, observa-se que a implantação de KRIs/KPIs deve ser orientada para aumentar a capacidade de uma organização na antecipação de ameaças potenciais e oportunidades emergentes, a partir de fontes de informação estruturadas. Pragmatizando esta visão, espera-se que a definição de limites inferiores e superiores (um aumento significativo de receita também pode ser entendido como um alerta, por exemplo) esteja alinhada ao apetite/tolerância de riscos definidos, assegurando a comparabilidade entre os níveis de alerta definidos para KPIs e KRIs. Além disto, o disparo de todo alerta, ou seja, o atingimento destes limites definidos, deve gerar uma ocorrência no Repositório de Inteligência de GRC, registrando todas as vezes que os processos se comportaram de forma diferente do esperado. A figura abaixo ilustra esta idéia: INDICADORES Indicador Objetivos Relacionados Metas Trigger Alerta Médio Trigger Alerta Alto Última Medição Oportunidades Sustentabilidade R$150M em Pipeline Aumento de Vendas R$30M Market Share Faturamento Receita R$27M Margem Lucratividade 30% Custos variáveis Turnover Satisfação interna Satisfação externa Tempo de entrega Índice de conformidade Lucratividade Retenção de talentos Retenção de talentos Fidelização de cliente Fidelização de cliente Qualidade R$120M R$110M R$170M R$25M R$22M R$28M R$26M 29% R$25M 28% R$23M 32% R$7M R$7,5M R$7,8M R$8,2M 1,0% 2,0% 2,8% 3,1% 90% 85% 80% 82% 95% 93% 90% 88% 3 dias 3,2 dias 3,5 dias 3 dias 98% 97% 96% 96% Desta forma, objetiva-se consolidar e disseminar o conhecimento referente a desvios ocorridos. Esta informação é de grande valia para as áreas que estejam distante funcionalmente, e, portanto, analisando a organização sobre uma ótica diferente do responsável direto pela monitoração do indicador. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 50 GRC FAQ v1.0 Além disto, o próprio ambiente de GRC deve localizar e correlacionar outras ocorrências coletadas no mesmo período de tempo do desvio gerado, construindo uma visão sistêmica (e até mesmo fora dela) que apóie no entendimento de como os executivos devem lidar com esta situação. Por exemplo, sempre que houver um desvio do indicador de produtividade, o ambiente de GRC pode sugerir explicações a partir variações de índices macroeconômicos, quedas de sistemas registradas no helpdesk, não conformidades identificadas em relatórios de qualidade, etc.. Um segundo exemplo, consiste na subida excessiva de um indicador de vendas que gera uma ocorrência no Repositório de Inteligência de GRC. Depois de seis meses esta mesma ocorrência pode ser acessada por um gerente de manutenção para entender e explicar por que o tempo médio de manutenção de um determinado produto aumentou significativamente. G era çã o d e d a sh b oa rd e re po rts cu s o t mi z ad os em tem po re al 29. Como construir um Repositório de Inteligência de GRC que consolide o conhecimento de GRC gerado nos silos funcionais de uma organização ? 11 Ama d ure ci me n to d as i ni c a i tiv as e c ul tu ra de GRC 8 Mo n ti o raç ão de In di ca d ore s d e Ri sc o s e Co n so l d i aç ão d o Pe rfo rma nc e 3 Col e ta n i te il g en te d e i nfo rma çõ e s n ão e s rt utu rad as 2 GR C M o de l ag e m e De fin i çã o d a Es rt a tég i a d e GRC Re po si tó rio de Inte il g ên c a i de 4 Co ns o il da çã o e Mo n ti o raç ão de Pla n os de Ação Ava il a ção d e Ri sc os e 6 Co n rt o l es 7 10 Re al i zaç ão d e Tes tes d e Atua il za çã o de Bas e d e Pe rd as e Qu a se Pe rd as Co ntro l e / Co mp il an ce 5 9 Dis se mi n aç ão d e L i ng u ag em Uni fo rmi za d a d e An ál si e (Tax on o mi a e Ape tit e ) 1 A idéia da construção de um repositório (ou inventário) de ocorrências, incidentes, eventos, problemas, demandas ou sugestões, é uma prática que já vem sendo disseminada em diversas iniciativas como backlogs, helpdesk, call centers, ouvidorias, etc.. Em todos estes casos, objetiva-se manter um registro de questões (issues ou concerns) a serem solucionadas de forma estruturada, reutilizadas quando da recorrência de algo de natureza semelhante e gerenciadas com estatísticas e indicadores. O Repositório de Inteligência GRC tem o desafio de se tornar algo corporativo, e, portanto, mais amplo se tornando o elemento de convergência entre estes inventários específicos de natureza funcional com as demais fontes de informação estruturas (indicadores de desempenho, por exemplo) e não estruturadas (documentos, relatórios, formulários, planilhas, e-mails, atas, sistemas, sites). Exemplos da natureza das informações registradas neste repositório são: Investigações, incidentes, questões, eventos, fatos, reclamações, recomendações, preocupações, perdas, etc... © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 51 GRC FAQ v1.0 G er ação de da shboa rd e r epo r ts cust omizad os em tempo r eal 11 Quebra de SLA gerando desconto de pagamento Indisponibilidade de caminhões Anúncio do governo sobre reformulações tributárias A ma dur eci me nt o das n i i cia ti vas e cul t ur ade G RC 8 Mo nit or ação de In dica dor es de Ri scos e Per f or mance 3 Co let a i nt eli gen te de in fo rm açõ es não est r utu r adas 2 C onsol id ação do R eposi t ór io de I nt eli gên cia de G RC 4 Mode a l ge m e A vali ação d e D ef i nição da Est r at égi ad e G RC 6 At ual ização de B ase de Per das e Qu ase Per d as R i scos e Co nt o r e ls Rea z il ação de Test es de Co nt o r e l / Co mp il ance 5 Con soli daçã oe Mo nit or ação de Pa l nos de Ação 7 D iss eminaç ão de Li nguag em U ni fo r mi zada de An áli se ( Taxo nomia e A pet ti e) 1 Problemas com Receita Federal Pedido de demissão de diretor Insatisfação de clientes Queda de vendas Parada de máquina inesperada Demora no preenchimento de vaga técnica para projeto Uma vez que as áreas tenham sido mobilizadas para criação deste repositório, o grande desafio consiste em avançar de uma simples listagem de registros de problemas para a criação de conhecimento organizacional que extrapole as barreiras dos silos funcionais. Tal atividade é de grande complexidade uma vez que as informações recebidas são provenientes de praticamente toda a organização sendo, portanto, inter-relacionadas, heterogêneas, com diferentes formatos, níveis de detalhamento, periodicidade de atualização, etc.. “The big issue is how you get all of the data—from all of the multiple places in which it resides—to the decision maker within a timeframe that best enables that decision maker to do his or her job” (Philip Howard) Although many businesspeople are concerned about “infoflood”, the amount of data that is material is relatively small and can be determined (McGree, Gartner) A figura e a tabela a seguir ilustram esta visão de estruturação da coleta de informação para o Repositório de Inteligência de GRC © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br 10 9 Página 52 GRC FAQ v1.0 Taxonomia OCORRÊNCIAS Ocorrência Data Pedido de demissão de diretor de área técnica jun/07 Pedido de demissão de três analistas segundo semestre de 2007 Demora no preenchimento de vaga técnica Feb-08 Pequena redução de nível de satisfação interna detectada na pesquisa de satisfação Parada de máquina inesperada causando redução da produção Falta de caminhões para despacho de mercadoria Greve da receita federal causando impossibilidade de importação de matéria-prima Redução de margem em virtude de aumento de custos de por conta de aumento de refugos primeiro semestre de 2008 abr/08 mar/08 Perda de prazo de licitação por documentação de habilitação Quebra de SLA gerando desconto no pagamento feito pelo serviço Reclamações sobre atraso de entrega de um determinado produto Feb-08 Mar-08 primeiro semestre de 2008 May-08 Dec-07 Jan-08 Reforma trabalhista gerando aumento da complexidade em folha de pagamento May-08 Anúncio do governo sobre reformulação de políticas tributárias Jan-08 Brasil recebendo ‘Investment Grade’ Compra de empresa do setor por multinacional Apr-08 Mar-08 Cliente insatisfeito detectado na pesquisa de satisfação externa Processo Retenção de recursos Retenção de recursos Recrutamento e seleção Retenção de recursos Produção Logística Logística PCP Marketing Vendas Contas a receber Marketing Fechamento contábil Fechamento contábil Marketing Marketing Uma visão mais detalhada do Repositório de Inteligência de GRC pode ser visto na figura a seguir: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 53 GRC FAQ v1.0 INVENTÁRIO DE OCORRÊNCIAS Ocorrência Alerta Pedido de demissão de diretor de área técnica Baixo Pedido de demissão de três analistas Alto Causas Recompensas e Motivação Estratégia Recompensas e Motivação Impactos imagem no mercado clima organizacional relacionamento com o cliente clima organizacional diferencial competitivo Rating Médio Médio Baixo Médio Baixo Processo relacionamento com o cliente diferencial competitivo Baixo Médio clima organizacional Médio relacionamento com o cliente eficiência operacional Baixo Médio 4 12 10 7 Pequena redução de nível de satisfação interna detectada na pesquisa de satisfação Baixo Parada de máquina inesperada causando redução da produção Baixo Design (Visão funcional) Recompensas e Motivação Competências Competências Recompensas e Motivação Infra-estrutura tecnológica Competências Infra-estrutura tecnológica Falta de caminhões para despacho de mercadoria Baixo Design (Visão de processos) Infra-estrutura tecnológica relacionamento com o cliente eficiência operacional Alto Médio Greve da receita federal causando impossibilidade de importação de matériaprima Baixo Controles, Compliance e Continuidade Fornecedores e Terceiros relacionamento com o cliente diferencial competitivo eficiência operacional Médio Baixo Baixo Redução de margem em virtude de aumento de custos de por conta de aumento de refugos Médio Competências Infra-estrutura tecnológica diferencial competitivo eficiência operacional Alto Baixo 10 Cliente insatisfeito detectado na pesquisa de satisfação externa Médio Clientes Estrutura de gestão imagem no mercado relacionamento com o cliente Médio Médio 6 Demora no preenchimento de vaga técnica Médio 4 6 5 Neste sentido, uma linguagem de GRC (taxonomia e apetite) é de fundamental importância para assegurar que estas informações possam ser agregadas e acessadas de forma rápida e consistente. Por outro lado, também é importante que os coletores de fontes de informação sejam calibrados adequadamente de forma que este repositório efetivamente filtre as principais informações geradas nos silos funcionais, não se constituindo em redundâncias das fontes originais. Funcionalmente, deve-se definir uma área para ser gestora desta base, realizando as seguintes tarefas: validação das informações cadastradas, assim como de suas classificações; limpeza de ocorrências que tenham sido cadastradas de forma redundante; identificação da relação entre ocorrências; análise das informações e sugestão de encaminhamento; aprendizado com os padrões de surgimento de ocorrências; avaliação do uso das informações geradas por decisores, dentre outros. A GRC aponta para um cenário de sistemas de informação com baixa latência e tempo de resposta reduzido em relação a novos eventos, possibilitando o monitoramento contínuo de eventos indesejados. Desta forma, uma das aplicações mais avançadas de GRC consiste na implantação de sistemas de gestão orientados a evento, aonde eventos fora do apetite de risco da empresa ou que possam © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 54 GRC FAQ v1.0 sinalizar tendências de alterações significativas na lógica do negócio pode ser detectados e resolvidos imediatamente. Observa-se também, uma tendência à interligação entre este Repositório de GRC com aplicações de CEP (Complex Event Processing). Neste tipo de aplicação diversos algoritmos são definidos (como Redes Neurais, Sistemas Bayesianos, etc.) para analisar as fontes de informação e identificar padrões de repetição de seqüência de eventos (ou ocorrências). Desta forma, automatiza-se a inteligência para interpretação deste Repositório de Inteligência assegurando que aprendizado esteja sendo gerado em relação ao padrão de coleta de ocorrências e o tipo de resultado obtido. A figura a seguir, apresentada por Tim Bass em CEP and SOA: An Open EventDriven Architecture for Risk Management ilustra esta idéia: The Utopian world of GRC, we’d also like to deliver predictive transparency to our customers. Based upon historical data or various what-if scenarios, we can provide a minority report capability that helps people prevent the risksbefore they occur. That is the ultimate Utopia – not only do people have a 360 degree perspective of the GRC status in the organization and collaborate more effectively, but they can actually prevent problems before they happen. (Holly Roland, Senior Director, SAP) © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 55 GRC FAQ v1.0 Finalmente, observa-se que um Repositório de Inteligência de GRC que conecte, de forma consistente a oferta de informações dos silos funcionais com a demanda de informações de decisores é um diferencial competitivo imprescindível para empresas que esperam obter sucesso neste ambiente empresarial tão dinâmico e complexo. “We are using humans as the middleware because the IT architectural isn’t in a situation where you push the button and get the information you need” “Companies will increasingly go toward Predictive Business as they begin to look at business events in greater and greater detail aid in tighter and tighter time frames. Using historical knowledge, you will create a set of standard pattern in which behavior-of events, customers and transactions will be identified. The next time you see this sequence of behavior aligning in the same or similar fashion, you will know the likelihood that it will result in the same kind of out come” 30. Como evoluir o uso de bases de perdas no contexto de um Ge ra çã o d e d as hb o ard e re p or st c u sto mi zad o s e m te mp o re al 11 Am ad u rec m i en to programa de GRC? d as i n ci a i tiv as e cu tl u ra d e GRC 8 Mo ni to raç ão d e Ind i ca do re s d e Ri sc o s e Pe rfo rman c e 3 C ol e a t Co ns o il d açã o do R ep o si tóri o d e In te il gê n ci a d e GRC n i te il g en te d e i nfo rma çõ e s nã o e s rt u tu rad as 2 Atualmente, a utilização de base de perdas em organizações no Mo d el ag e m e Av al a i çã o de Ri sc o s e De fi n çi ão d a Estraté g a i de GR C 4 6 Co n trol e s Atu al i za ção d e Ba se d e Per da s Re a il za çã o de Te ste s de Co n trol e / e Qu as e Pe rda s Co mp il a nc e 5 Co ns o il d açã o e Mo n ti o ra ção d e Pla n os de Açã o 7 10 9 Dis se mi n açã o de L n i g ua ge m Un i form zi ad a de An á il se (Ta xo no mi a e Ap eti te) 1 Brasil ainda é bem restrita a instituições financeiras por força das resoluções BACEN 3380 e BACEN 3490. Contudo, observa-se que nestes casos, esta ferramenta vem sendo utilizada com o objetivo de estimar e provisionar um patrimônio de reserva (capital econômico), em detrimentos a cristalizar novas ferramentas de gestão. Algumas correntes em gestão de riscos, são fortemente favoráveis a esta abordagem afirmando que com o avanço das técnicas de modelagem matemática e aumento do histórico de informações acumuladas, será possível realizar a grande maioria das decisões de alocação de recursos baseadas em seu impacto no aumento ou redução deste valor de provisionamento (capital econômico). Uma segunda corrente vai de frente a este entendimento afirmando que o uso de modelagem matemática para gestão de riscos empresariais deve ser realizado de forma cautelosa, uma vez que o melhor grau de confiabilidade possível ainda é muito limitado. Por exemplo, pode-se pensar em estimar como seria modificada uma série histórica de perdas a partir do momento em que a organização decide implantar um novo software de compras. Até que ponto as perdas ocorridas teriam © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 56 GRC FAQ v1.0 sido evitadas devido ao software? Será que outras perdas não poderiam emergir a partir do momento em que o software existisse? No que concerne a um programa de GRC, uma base de perdas desempenha o importante papel de difusão da cultura e uniformização das práticas para quantificação de erros ocorridos, sejam eles ameaças concretizadas ou oportunidades não exploradas. Dentre questões que um programa de GRC deve atentar, observa-se: regras para documentação e validação do valor de perdas (ou quase perdas) identificadas; classificação de perdas enquanto perdas esperadas e não esperadas (ou não previsíveis); realização de benchmarking com os pares no que tange o histórico de perdas; quantificação de quase perdas (near misses) que apontem para a existência de riscos incubados ainda invisíveis; segmentação das perdas em perdas diretas, perdas indiretas e perdas intangíveis e recuperações (uso de seguros, por exemplo), etc.. O aumento da sinergia entre a gestão de riscos e a gestão financeira é uma importante fronteira da GRC, em busca da tradução das incertezas da estratégia em expectativa de variações nos fluxos de caixa esperado (por exemplo, via métodos como o cash flow at risk). Esta tradução de incertezas do ambiente operacional para o “mundo” financeiro é materializada a partir da quantificação financeira das diversas ocorrências armazenadas no Repositório de Inteligência de GRC e associada a itens de fluxos de caixa / DRE e rubricas de planos de contas. Ressalta-se ainda, que existe um grande desafio para convencer os funcionários de uma organização a reportar suas próprias perdas, que muitas vezes refletem falhas e erros deste mesmo funcionário. Neste sentido, deve-se pensar em eventos e mídias para comunicação desta iniciativa, e, principalmente, orientar a alta administração a lidar com cautela e atenção no uso deste tipo de informação. Em síntese, um programa de GRC deve evoluir o uso de bases de perdas para estimar, com grande rigor analítico, os valores financeiros envolvidos nas diversas ocorrências capturadas, sejam elas perdas ou quase perdas. Neste sentido, buscar gerar uma representação,”imagem” financeira do conhecimento acumulado no Repositório de Inteligência de GRC, explicitando todas as nuances existentes no que tange à confiabilidade destas informações. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 57 GRC FAQ v1.0 31. Como construir uma estratégia dinâmica de GRC que G era çã o d e d a sh b oa rd e re po rts cu s o t mi z ad os em tem po re al 11 retrate ações passadas e oriente ações futuras? Ama d ure ci me n to d as i ni c a i tiv as e c ul tu ra de GRC 8 Mo n ti o raç ão de In di ca d ore s d e Ri sc o s e Pe rfo rma nc e 3 Col e ta n i te il g en te d e i nfo rma çõ e s n ão A idéia da criação de uma estratégia de GRC já é algo pensado, e s rt utu rad as 2 Co n so l d i aç ão d o Re po si tó rio de Inte il g ên c a i de GR C M o de l ag e m e Ava il a ção d e Ri sc os e De fin i çã o d a Es rt a tég i a d e GRC 4 Co n rt o l es 6 Co ns o il da çã o e Mo n ti o raç ão de Pla n os de Ação 7 10 Re al i zaç ão d e Atua il za çã o de Tes tes d e Co ntro l e / Co mp il an ce Bas e d e Pe rd as e Qu a se Pe rd as 5 9 Dis se mi n aç ão d e L i ng u ag em Uni fo rmi za d a d e An ál si e (Tax on o mi a e Ape tit e ) 1 ou pelo menos demandado, deste as primeiras abordagens de gestão de controles e riscos. Muitos profissionais destas áreas criticam o fato do esforço dedicado às matrizes de riscos e teste de controle ser desconectado da relevância dos processos e riscos potenciais. Desta forma, se uma organização monitora mil riscos, estes mil riscos serão igualmente avaliados e re-avaliados independente de seu potencial impacto para o resultado da organização. Contudo, por que não planejar a estratégia de gestão de riscos e compliance definindo que riscos críticos sejam revisados a cada dois meses enquanto riscos não críticos a cada dois anos? Uma vez que recursos são limitados, não se pode dar o mesmo tratamento a todos os tipos de riscos, desconsiderando suas particularidades. Freqüência de análise Número de riscos analisados Semestral 1000 Estratégia de Gestão de Riscos Bimestral X Control Self Asessment Tradicional Control Self Assessment (Programa GRC) 100 5 minutos/risco 2 hora / risco Tempo de análise / risco A idéia de uma estratégia de GRC é descrita por alguns autores como um high level assessment, ou seja, uma análise rápida e agregada para construção de uma visão © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 58 GRC FAQ v1.0 geral, para que, posteriormente, realize-se os CSAs apenas em pontos de alta relevância. Desta forma, a aplicação de um CSA em um determinado processo ou área deve sempre possuir um foco específico, seja ele, uma problema apontado pelos funcionários ou uma preocupação percebida pelos executivos. Geração de da shboa d r e repo rts customizad os em tempo real 11 Mo nti oração de n I dci a dores de Riscos e Performance 3 Co e l ta i nteil gen e t de n i o fm r açõ es não estruu t radas 2 Ama dureci me nto das n i i cia ti vas e cul turade GRC 8 Consol d i ação do Reposi tório de Inteil gên cia de GRC 4 Defi nçi ão da Estratégi ad e GRC 6 Atual zi ação de Base de Perdas e Qu ase Perd as 5 Mode a l ge me Avail ação d e Ri scos e Co ntro e ls Rea zil ação de Testes de Co ntro e l / Co mp il ance 7 Con soil daçã oe Mo nti oração de Pa l nos de Ação 10 9 Diss eminaç ão de Li nguag emUni o f rmizada de An áil se (Taxo nomia e Apetit e) 1 Pragramatizando a idéia de uma estratégia de GRC, sugerimos a construção de uma matriz em que os processos, ou as áreas da organização sejam cruzados contra categorias de impacto, estimando qual a percepção inicial do risco que aquele processo oferece para a organização. O preenchimento desta matriz deve levar em consideração dois importantes inputs: 1) O conhecimento acumulado através de ocorrências e problemas armazenados no Repositório de Inteligência de GRC; e, 2) as preocupações estratégicas e táticas manifestadas pelos executivos. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 59 GRC FAQ v1.0 relacionamento com o cliente diferencial competitivo eficiência operacional Contas a pagar Fechamento contábil Contas a receber Produção Operacional Logística PCP Recrutamento e seleção RH Retenção de recursos Cargos e salários Vendas Comercial Prospecção Marketing Financeiro conformidade legal Processos clima organizacional Área imagem no mercado MATRIZ HIGH LEVEL Rating Médio Baixo Médio Médio Médio Baixo Alto Médio Médio Alto Médio Alto Baixo Baixo Médio Médio Médio Baixo Médio Alto Baixo Médio Baixo Baixo Médio Alto Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Alto Médio Médio Médio Médio Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Alto Alto Médio Alto Alto Médio Médio Baixo Alto Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Médio Alto Alto Baixo Baixo Baixo 14 24 14 30 24 12 32 44 20 22 10 24 Ranking 9 4 10 3 5 11 2 1 8 7 12 6 A estratégia de GRC deve, portanto, aumentar a eficiência da aplicação de matrizes de riscos, orientando o foco de atuação destas iniciativas para escopos em que exista uma percepção (concreta ou apenas inferida) de problemas, vulnerabilidades e oportunidades de melhorias. Finalmente, ressalta-se que uma vez que os coletores de fontes de informação de um programa de GRC estejam implantados de forma capilarizada, a própria monitoração contínua dos eventos registrados no Repositório de Inteligência de GRC será um instrumento efetivo para construir uma sensibilidade das incertezas existentes em uma organização que demandam aplicações de matrizes de riscos e testes de controle. Ge raç ão d e d ash b oard e re po rts cu stom zi a do s e m temp o re al 11 32. Como evoluir a aplicação das matrizes de riscos no contexto Amad u er ci me nto da s ni ci ai ti va s e cu l tu ra de GRC Mo ni tora ção d e Ind i cad o res d e Ri sco s e 8 Con so il da çã o d o Pe rforma nc e de um programa de GRC? 3 GRC i nfo rmaç õe s nã o e stru tura das 2 M od el ag em e De fin çi ão d a Es tratég ai de GRC Re po si tó ri o de Inte il g ên ci a de Co el ta ni tel i ge nte d e 4 Con tro l es Atu al zi açã o d e Rea il za ção de T e stes d e Base de Pe rda s e Qu ase Pe rd as Con tro l e / Co mp il an ce 5 A aplicação de matrizes de riscos já é uma prática razoavelmente e Con so l di aç ão e Mo ni tora çã o de Pla no s d e Aç ão Av al ai ção d e Ri sc os e 6 7 9 Di sse mi na çã o d e L ni gu ag em Un i formi za da de An ál si e (T ax on om ai e Ape tit e ) 1 discutida em organizações nacionais. Contudo, não é incomum que áreas de negócios e executivos façam críticas quanto ao esforço necessário para o uso desta ferramenta, em detrimento aos resultados percebidos. Em alguns casos, percebe-se a criação de ganhos e melhorias significativas para o negócio nos primeiros anos de implantação da matriz de riscos. Contudo, ao longo do tempo, esta abordagem acaba ficando restrita à proposição de melhorias marginais para o negócio. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br 10 Página 60 GRC FAQ v1.0 No que tange a visão de GRC, a aplicação de matrizes de riscos deve evoluir de uma avaliação “estática” e periódica para um modelo dinâmico e pró-ativo baseado em “insights” ou “eventos”. O grande paradigma a ser quebrado é a construção de um painel em que os rating de riscos estejam permanentemente atualizados, sem que isto implique em na contratação de equipes extensiva de profissionais de riscos e controles. Analogamente, pode-se pensar que os ratings de riscos empresariais devem se aproximar da visão de riscos de mercado no que tange a dinamicidade existente e o grau de integração com a tomada de decisão. Um evento ocorrido em qualquer lugar do mundo, rapidamente se reflete na atualização quase que online dos riscos de mercado dos papéis de todas as empresas envolvidas e na disponibilização de uma série de informações e fatos para analistas e operadores financeiros. Da mesma forma, a mudança de preço de uma determinada commodity rapidamente é refletida na atualização do valor das ações de fornecedores e consumidores relacionados a esta commodity. Contudo, nos sistemas de riscos corporativos, a saída de um executivo importante aparentemente não representa impacto para revisão do rating dos riscos operacionais associados. Deve-se esperar que os riscos sejam atualizados anualmente, para, posteriormente entender qual foi impacto da saída deste executivo para o sistema de rating dos riscos inventariados. Na prática, é como se existissem duas iniciativas separadas: 1) a gestão do negócio em que decisões são tomadas rapidamente para lidar com problemas e oportunidades, mesmo quando nem toda informação necessária está disponível e, 2) a aplicação de matrizes de riscos que inventaria, analisa e documenta riscos e controles para demonstração de credibilidade junto a investidores e órgãos reguladores. Desta forma, uma vez que o Repositório de Inteligência de GRC tenha sido ativado, áreas de gestão de riscos, controles e auditoria devem continuamente monitorar as informações geradas e construir uma visão ampla e sistêmica da organização que direcione seus esforços de atuação. Deve-se atuar pró-ativamente na atualização do rating dos riscos da organização, disparando programas de CSA, revisão de planos de ação, redirecionamento testes de auditoria, conforme as informações vão sendo acumuladas e a Estratégia de GRC vai sendo deliberada, © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 61 GRC FAQ v1.0 A análise de um risco ou teste de controle não é disparada pelo tempo decorrido desde a última análise, mas, principalmente, pela estratégia de GRC e pelo conjunto de ocorrências, eventos e fatos que vão sendo capturados. Voltando ao exemplo da saída de um executivo importante, uma área de riscos e auditoria poderia rapidamente revisar o rating dos riscos que dependam da competência tácita deste funcionário, e, encaminhar testes para verificar se os controles definidos anteriormente continuam sendo realizados. I would add a holistic view of risk. What we don’t see enough of is true risk models where you understand the relationships between the different risks, which can be both subtle and complex. If one thing in the organization changes, that can dramatically impact something somewhere else. To have those models and build them into these “alert systems” or “dashboards” would be a very powerful addition.( Steve Taylor, CEO, Resolver) Neste contexto, sugere-se a criação de um índice de alerta por risco que seja automaticamente alimentado de acordo com a gravidade (ou qualquer outro parâmetro) das ocorrências registradas no Repositório de GRC que estejam relacionadas a este risco. Por exemplo, pode-se pensar em um risco de falha de um equipamento que possui um indicador de alerta baseado em: 1) tempo decorrido desde a última manutenção, 2) falhas apontadas pela inspeção visual de um supervisor, 3) desvios do esperado apontados por algum instrumento preditivo instalado no equipamento. A figura abaixo ilustra esta visão com foco na convergência de base de perdas, KRIs e testes de controles para construção de índice de alerta. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 62 GRC FAQ v1.0 Base de Perdas KRIs Testes de Controles Nível de Control Self Assessment Ris cos S olicit ação de compr a d e u m p ro dut o o u se rviço desn ecessár io Esp ecifica çã o t écn ica inad equ ad a d o mat er ial/serv iço solicit ado En ten diment o in cor re to por Compr as da especif icação d et alha da pela ár ea Solicit an te Realiza ção d e co mp ra s de for ne cedor es que nã o o fer eçam ser viços/pr od ut os p elo melh or p re ço d ada a especif icação de qu alida de. Aval iação Ri sc o I nerente B M B A Es tr utura de Controles Internos Tipo de c ontrol e A solicit ação de compr a é an alisad a e ap ro vada pe lo pr op rie tár io do Ce nt ro de Cu sto ap oiad o p elo sist ema Compr as, de acor do com a div isão d e r espo nsab ilidad es d a e mp re sa Dete ctivo A elab or ação do or çamen to da ár ea solicita nte de fine em lin has ger ais qua is be ns d evem o u n ão ser ad qu irid os. Em ca so d e so licitaçã o d e u m ativ o f ixo p ar a a empr esa , e sta é an alisad a e ap ro vad a p ela Á r ea de ge stão de at ivos, de aco rd o co m a P olítica de Compr as Pr even tivo Des ign Performance S S R I S R S S Plano de Aç ão Dete ctivo A solicit ação de compr a é an alisad a e ap ro vada pe lo pr op rie tár io do Ce nt ro de Cu sto ap oiad o p elo sist ema Compr as, de acor do com a div isão d e r espo nsab ilidad es d a e mp re sa Dete ctivo A solicit ação de compr a é r evisad a p ela ár ea d e compr as qu e bu sca in te rag ir com o solicita nt e a fim de compr ee nde r o q ue r ea lme nte de ve se r adq uir ido. Em ca so d e d úvid as p or pa rt e d o f or neced or , escla recimen to s po r par te do solicit ant e se rã o ne cessár ios. Dete ctivo A solicit ação de compr a é r evisad a p ela ár ea d e compr as qu e bu sca in te rag ir com o solicita nt e a fim de compr ee nde r o q ue r ea lme nte de ve se r adq uir ido. Em ca so d e d úvid as p or pa rt e d o f or neced or , escla recimen to s po r par te do solicit ant e se rã o ne cessár ios. Dete ctivo A Po lítica de Co mp ra s fo i est abele cida par a de ter minar o cor r eto pr oce diment o d as co taçõ es d e pr od ut os a ser em ad qu irid os p ela e mp re sa. Pr even tivo O p ré -ca dast ro de fo rn eced ore s é mo nito ra do pela ár ea de Co mp r as, no sistema de Comp ras, p ar a ga ra nt ir o con he cimen to do compo rt ament o histó rico de um d et ermin ado for n ecedo r par a com seus compr omissos no qu e t ang e o pr azo e a qu alida de do s pr od ut os. Pr even tivo For ma lização da s espe cificaçõ es t écnicas idea is na Po lítica de Co mp ra s alerta Plano de A ção ! ! ! For malização da s esp ecificaçõ es t écnica s idea is na Po lítica de Co mp ra s Um paradigma adicional a ser tratado consiste no aumento da confiabilidade e precisão do preenchimento dos parâmetros de probabilidade (ou possibilidade, ou freqüência) e severidade (ou impacto, ou magnitude, ou conseqüência). Historicamente, muitos usuários de matrizes de riscos relatam as dificuldades existentes em enquadrar uma ameaça ou oportunidades nestas faixas de valores financeiros, questionando como quantificar as perdas intangíveis de clima organizacional, reputação, etc.. Neste sentido, sugerimos que a o conceito de tolerância (vide pergunta 24) seja utilizada para analisar cada risco identificado, de forma, que cada ameaça ou oportunidade seja avaliada em cada uma das dimensões de impacto definidas anteriormente. As figuras a seguir ilustram esta visão: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 63 GRC FAQ v1.0 Severidade Categoria Risco Impacto Categoria Impacto Baixo Médio Alto Impacto em Impacto em Impacto em imagem no imagem em imagem em imagem em mercado escala municipal escala estadual escala nacional clima Menos de 5 Entre 5 e 50 Mais de 50 Risco organizacional funcionários funcionários funcionários conformidade Entre R$ 10 e R$ Acima de R$ 50 Até R$ 10 legal 50 mil mil Risco 1 relacionamento Impacto pontual com o cliente sem repercussões diferencial competitivo Impacto com repercussões Severidade SEVERIDADE Perda de cliente Até 3% do Entre 3% e 7% do Acima de 7% do mercado mercado mercado Redução de até Redução entre 1% Redução acima de 1% dos custos e 5% dos custos 5% dos custos anuais anuais anuais eficiência operacional RATING FINAL Probabilidade Probabilidade PROBABILIDADE Severidade Probabilidade imagem no mercado clima organizacional conformidade legal Sev. relacionamento com o cliente diferencial competitivo eficiência operacional RISCOS Risco Perda de conhecimento técnico para concorrentes Aumento de custos por elevação de preço de matéria-prima Revisão de processos visando a otimização Entrada de concorrentes estrangeiros Rating Status Processos Sev. Prob. Sev. Prob. 75 Em monitoração Prob. Gestão de RH Alta Média Média Média 74 Em tratamento Produção; Gestão de Recursos Média Média Alta Média Baixa Baixa 216 Em análise Produção Alta Baixa Alta Média Alta Média 12 Inativo Comercial Baixa Baixa Sev. Prob. Sev. Prob. Baixa Média Alta Média Média Média Alta Média Alta Alta Sev. Prob. Baixa Média Média Média Baixa Baixa Não há dúvidas que uma abordagem deste tipo aumenta a complexidade e o tempo de execução das análises de riscos realizadas. Contudo, um sistema de rating construído desta forma permite a áreas de gestão de riscos e controles sofisticar seu método de análise aumentando a aderência com a forma como a percepção de importância é efetivamente construída na mente de gestores e executivos. Adicionalmente, reforçamos que é melhor investir em 100 análises de riscos de grande qualidade em questões relevantes (vide Estratégia de GRC) do que mil análises de riscos superficiais que acabam sendo utilizadas de forma limitada pela organização. Finalmente, observa-se que alguns autores julgam que o grande desafio das organizações não é definir uma estratégia, mas implantá-la de forma efetiva © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 64 GRC FAQ v1.0 realizando as devidas adaptações no momento em que novas informações são adquiridas. Neste sentido, entendemos que o uso de matrizes de riscos, e, conseqüentemente, um sistema de ratings de dinâmico e aderente, é um instrumento de gestão imprescindível para refletir se a estratégia está sendo implantada da melhor forma possível e, até mesmo, se as decisões estratégicas devem ser modificadas com o surgimento de novas informações. Ge raç ão d e d ash b oard e re po rts cu stom zi a do s e m temp o re al 11 33. Como implantar a visão de ERM alinhando a um programa Mo ni tora ção d e 8 Ind i cad o res d e Ri sco s e Pe rforma nc e 3 Con so il da çã o d o Re po si tó ri o de Inte il g ên ci a de GRC Co e l ta n i tel i ge nte d e i nfo rmaç õe s nã o de GRC? Amad u re ci me nto da s n i ci a i ti va s e cu l tu ra de GRC Con so l d i aç ão e Mo ni tora çã o de Pla no s d e Aç ão Ri sc os e Con tro l es 6 e stru tura das 2 M od el ag em e Av al a i ção d e De fin çi ão d a Es tratég a i de GRC 4 7 10 Rea il za ção de Atu al zi açã o d e Base de Pe rda s e Qu ase Pe rd as T e stes d e Con tro l e / Co mp il an ce 5 9 Di sse mi na çã o d e L n i gu ag em Un i formi za da de An ál si e (T ax on om a i e Ape tit e ) 1 No que tange a implantação de programas de ERM, não temos a pretensão de detalhar um passo a passo para construir uma visão sistêmica de riscos e como eles se comportam nas estruturas organizacionais, processos e sistemas de uma organização. A literatura sobre esta temática é extensa e nosso foco é apenas em compartilhar alguns insights para aqueles que vêm tendo problemas desta natureza. O principal paradigma a ser vencido consiste em sair da visão de muitos riscos “com alto grau de detalhamento” pendurados nos últimos níveis dos processos mapeados. Ressaltamos ainda, a dificuldade cultural em se realizar uma modelagem mais sintética, uma vez que aparentemente, exista uma idéia de quanto maior for o número de riscos inventariados mais completa foi a análise. Nossa proposição,consiste em modelar: • um risco (por exemplo, o risco 34) como um objeto mais amplo de forma alinhada a visão de ERM • Detalhar suas várias manifestações ou reflexos nos processos como “componentes do risco” (por exemplo, o risco 34.1) na visão tradicional e funcional de riscos e controles A figura a seguir ilustra esta proposta: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 65 GRC FAQ v1.0 Cenário Atual Cenário Proposto R 34 R 34.1 R 34.2 R 34.3 R 34.4 R 34.5 R 34.6 Poucos Riscos para Gerenciar Muitos Riscos para gerenciar Dados Organizados O grande desafio para implantação de um programa de ERM é, portanto,:combinar os benefícios da visão estratégica de ERM (que favorece o entendimento sistêmico de como os processos se relacionam entre si) com a formalização da accountability funcional proposta na visão original de riscos e controles e documentada nos componentes de risco mapeados. A figura a seguir ilustra esta diferença entre abordagens tracionais de riscos e programas que efetivamente implantam a visão de ERM: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 66 GRC FAQ v1.0 R2 R6 Situação atual R4 R5 R3 R7 R1 R1 R2 Risco 1 Risco 2 R2.1 Implantação Efetiva do ERM R1.4 R2.2 R1.3 R1.2 R2.3 R1.1 Finalmente, observa-se que este tipo de abordagem para implantação de programas ERM deve apoiar uma organização a entender o inter- relacionamento entre dois ou mais riscos. Uma vez que os riscos estão modelados de forma sintética (devido a construção dos componentes de riscos) fica mais fácil perceber, por exemplo, que: o rating de um risco de falta de estoque (1) é diretamente relacionado ao de insatisfação do cliente e (2) inversamente relacionado ao custo excessivo de armazenamento. The other gap is the lack of ability to model risks and understand the relationships between them. Risk assessment is often still conducted on a ‘per risk’ basis with different risk owners making a determination as to likelihood, impact, or control level in a vacuum. In reality, there are groups of risks that affect each other. If the status of one risk changes, the status of all others in the system can also change; often a simple change outside of the business can lead to a chain reaction inside the business. Most companies don’t seek to understand these systems, leaving themselves exposed. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 67 GRC FAQ v1.0 34. Como promover gradativamente a convergência das G era çã o d e d a sh b oa rd e re po rts cu s to mi z ad os em tem po re al 11 Ama d ure ci me n to d as i ni c a i tiv as e iniciativas organizacionais com a taxonomia e apetite de Mo n ti o raç ão de In di ca d ore s d e Ri sc o s e 8 Co n so l d i aç ão d o Pe rfo rma nc e 3 Col e ta n i te il g en te d e riscos otimizando continuamente o Repositório de Inteligência c ul tu ra de GRC i nfo rma çõ e s n ão e s tr utu rad as 2 GR C M o de l ag e m e De fin i çã o d a Es tra tég i a d e GRC Re po si tó rio de Inte il g ên c a i de 4 Co n tro l es Atua il za çã o de Re al i zaç ão d e T es tes d e Bas e d e Pe rd as e Qu a se Pe rd as Co ntro l e / Co mp il an ce 5 de GRC? Co ns o il da çã o e Mo n ti o raç ão de Pla n os de Ação Ava il a ção d e Ri sc os e 6 7 9 Dis se mi n aç ão d e L i ng u ag em Uni fo rmi za d a d e An ál si e (T ax on o mi a e Ape tit e ) 1 De todos os componentes apresentados no framework, a idéia de convergência das iniciativas organizacionais a taxonomia e apetite de riscos é certamente a que exige maior grau de comunicação e capacidade de inter-relacionamento entre áreas. “Op risk executives are, in some places, becoming the organization's psychologies… Sometimes they are peacemakers. Other times they are communicators” (Ellen Davis) Embora a visão de GRC não objetive modificar a forma como as iniciativas de análise e report são realizadas nos silos funcionais, certamente, algum grau de mudança é necessário para viabilizar esta convergência para um repositório único, e, posteriormente, reusabilidade do conhecimento gerado nestas áreas. Desta forma, deve-se assegurar que as principais informações geradas nas áreas e registradas em algum tipo de fonte de informação, sejam traduzidas na linguagem de GRC e armazenadas como conhecimento estruturado no Repositório de Inteligência. Mais importante do que fazer com que todos falem da mesma forma, é fazer com que a fala de todos possa ser traduzida para uma linguagem convergente que todos entendam. Por outro lado, deve-se entender as necessidades de informação dos gestores, e verificar sua disponibilidade e facilidade de acesso no Repositório de GRC. Muitas vezes, será necessário atualizar as parametrizações para coleta de informação, como conseqüência dos próprios executivos modificarem suas preocupações e prioridades na medida em que novas informações e fatos emergem. “The big issue is how you get all of the data—from all of the multiple places in which it resides—to the decision maker within a timeframe that best enables that decision maker to do his or her job” (Philip Howard) “We are using humans as the middleware because the IT architectural isn’t in a situation where you push the button and get the information you need” © Setembro 2008. ELO Group 10 www.elogroup.com.br Página 68 GRC FAQ v1.0 A figura abaixo ilustra um modelo de maturidade adaptado da OCEG para materializar como funciona esta evolução da convergência das iniciativas de uma organização no contexto de um programa de GRC: Maturidade GRC 1 Aventureiro 2 Fragmentado 3 Integrado 4 Alinhado 5 Otimizado •Atuação caso a caso •Informações em silos •Abordagem única de GRC •Abordagem estratégica de GRC •GRC otimizado •Informação indisponível •Iniciativas isoladas •Informações coletas são compartilhadas •Informações são coletadas de forma alinhada da estratégia •Eliminação de ineficiências ? ? ? Adaptado de OCEG No estágio inicial, a organização simplesmente não tem visibilidade de quais são as iniciativas organizacionais que geram informações relevantes e devem ser alinhadas ao programa de GRC: Treinamento e Coaching Compliance Políticas e ? Procedimentos ? Indicadores de Desempenho ? ? ? Segurança da Informação ? ? ? Desenvolvimento de Produto Pesquisa de Satisfação Ouvidoria Helpdesk do Cliente Posteriormente, a organização deve construir o inventário (vide pergunta 26) de todas as fontes de informação existentes na organização que devem gerar © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 69 GRC FAQ v1.0 informações relevantes para serem consolidadas no Repositório de Inteligência de GRC: Gestão (Escritório) de Contratos Terceiros Treinamento Gestão da e Coaching Mudança Código da Auditoria conduta ética Externa Políticas e Arquitetura Gestão Escritório Procedimentos de Pro cessos de Projetos Relação Compliance com Investidor Questionários E Patrimonial Indicadores de Desempenho ISO 9001 Governança Plano de Gestão da Imagem Segurança Física Linhas de Negócio PNQ Análise de Cenários Corporativa Testes de Continuidade Com Negócio Segurança da aprendidas e Fiscal Informação Gestão de Portfólio de Relacionamento Clientes Com Investidor Base de lições Audito ria Conselhos de Administração Multas Pesquisa de Rotinas de Satisfação dos Tratamento de Funcionários Ocorrências Saúde e Comitês de Segurança Tecnologia Desenvo lvimento de Produto Relatórios Externos Internos Canal de Denúncias A companhamento Base de Perdas Externas Do Orçamento Six Sigma Pesquisa de Sindicância Ouvidoria Relatórios Gestão de TI Helpdesk Satisfação do Cliente Posteriormente, deve-se entender a linguagem adotada por cada área e verificar o melhor modo para conectar os dicionários e categorias/termos consagrados com a linguagem de GRC. Algumas soluções possíveis para esta etapa são: conectar categorias utilizadas localmente nos silos funcionais; padronizar linguagem de convergência de termos (por exemplo, funcionários = empregados <> terceiros = colaboradores); modificar as categorias utilizadas pela área ou até mesmo ajustar as categorias adotadas na GRC. Em paralelo a isto, deve-se ajustar a sensibilidade de cada área e cada iniciativa organizacional em definir o que é ou não relevante. Teoricamente, a formalização e desdobramento de uma estratégia deveriam cumprir o papel de alinhar a tomada de decisão ao atingimento dos objetivos estratégicos e metas definidas. Contudo, na prática, observa-se que as diversas iniciativas de análises de uma organização são fortemente baseadas em percepções individuais com alta subjetividade e baixo grau de direcionamento corporativo. A visão de apetite a riscos © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 70 GRC FAQ v1.0 (vide 25) deve, portanto, suprir este gap se constituindo em uma importante “régua” para que cada funcionário possa calibrar suas análises com base em prioridades desdobradas da estratégia. Pragmatizando esta visão, deve-se pensar que toda informação coletada nas fontes de informação e registrada como ocorrência (ou evento) no Repositório de Inteligência de GRC, deve possuir algum tipo de nível de gravidade ou relevância (variando de acordo com a referência), que seja consistente independente da origem da informação. Adicionalmente, pode-se pensar no relacionamento da coleta de informação e registro de ocorrências diretamente com os riscos já inventariados. Desta forma, os responsáveis pelo monitoramento destes riscos serão rapidamente avisados quando do surgimento de novas informações no Repositório de Inteligência de GRC. Gestão (Escritó rio) de Co ntratos Terceiro s Treinamento Gestão da e Coaching Mudança Có digo da Audito ria conduta ética Externa Arquitetura Gestão Escritó rio Procedimentos de Pro cessos de Projetos Fontes de Riscos E Patrimo nial Co ntinuidade Co m Negó cio Governança Contr oles Informação e Fiscal Processos Segurança da Co nselhos de Administração Gestão de Po rtfó lio de Relacionamento Clientes Com Investidor Multas Pesquisa de Rotinas de Satisfação do s Tratamento de Funcio nários Riscos Oco rrências Indicado res • Seg urança d a inf orma çã o • Estrutu ra de gestão • Seg urança e sa úde do • Estraté gia fu ncionár io • Imagem no m ercado • Co mpetên ci as • Prop rieda de inte lectual • Rel acionam ento com clie nte • Re co mpensas e M otiva çã o • Disputas tr abalh istas • Con for midad e lega l • Infr a-e str utur a tecnoló gica • Red ução de co mpetên ci as • Eficiê ncia o pera ci onal • For necedor es e Tercei ros • Fusões e aquisiçõe s • Difer encial co mpetiti vo • Cl ientes • Com plexid ade em g estão • Cli ma o rgan izacional • Co ntrol es, Compli ance e • Prob lemas com ou tso urcing Contin uidad e • Gestão de pr ojetos •Gov erna nça Co rpor ativa • Falha te cn ológi ca Questionários ISO 9001 • Re spo sta a risco • Defi nição de objetiv o • Ati vidade s de co ntrol e • Identi ficação de ev ento • Infor mação e comu nicação Audito ria • Ger ência de Recur so s Hu manos • Logística Inter na • Desenv olvim ento de Te cn ologi a • Oper ações Base de liçõ es aprendidas • Lo gística Exter na • Aq uisição • Mar keting de Venda s • Ser viço Saúde e Co mitês de Segurança Tecno logia Relatório s Relató rios Externo s Internos Canal de Denúncias Aco mpanhamento Base de Perdas Externas Do Orçamento Six Sigma Pesquisa de Sindicância Ouvido ria Análise de Testes de • Moni toração • Inf ra- estrutur a Desenvo lvimento de Pro duto de Desempenho Cenários • Am biente inte rno • Av aliação de r isco Compliance Impactos • Design (Visão de pr ocesso s) •Audito ria Inter na e Exter na Corporativa Linhas de Negó cio Relação co m Investido r • Design (Visão funcio nal) Segurança Física Gestão da Imagem Po líticas e Plano de PNQ Helpdesk Gestão de TI Satisfação do Cliente Um terceiro paradigma a ser tratado consiste na difusão para áreas de negócio e de suporte do uso do Repositório de Inteligência de GRC para planejamento de suas ações e avaliação de resultados obtidos. Este tipo de uso do Repositório de GRC pode ser pensado para ações de avaliação de desempenho de funcionários, na © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 71 GRC FAQ v1.0 realização pesquisa de satisfação, no controle de qualidade, nos relatório de desvios de indicadores, dentre diversas outras. A conexão das áreas de negócio e suporte de uma organização em um ambiente de GRC (indexado por sistemas de rating de riscos) deve considerar tanto as fontes de informação disponíveis quanto as demandas por melhores informações destas áreas. Todos devem ser entendidos tanto como provedores quanto usuários de informação que se comunicam a partir da linguagem de GRC. Neste sentido, espera-se que gradativamente a organização consiga maximizar a sinergia entre suas áreas operacionais e de suporte, 1) evitando redundâncias na geração de informação que já estejam disponíveis e 2) demora no acesso a estas informações. Questionários Arquitetura de Processo s Políticas e procedimentos Gestão (Escritório) de Co ntrato s Terceiros Segurança Física Relatórios E Patrimo nial Externos Código da co nduta ética Co mitês de Tecno lo gia Gestão Escritó rio Audito ria Testes de Relação de Projetos Externa Auditoria com Investidor Fontes de Riscos Riscos Impactos • Design ( Visão funcional) Linhas de Negócio • Design ( Visão de processo s) • Segur ança da info rmação • Estrutur a de gestão • Segur ança e sa úde do f unci onário • Imagem no me rcado • Competências • Propr iedade intel ectua l • Rela cio namento com clie nte • R eco mpensas e Mo tivação • Disp utas trabalhi stas • Conf ormidad e legal • Estratégi a PNQ • Inf ra-estrutur a tecn ológica • Fusões e aqui sições • Difere nci al co mpetitivo • Clientes • Compl exidade em gestão • Cli ma orga nizacio nal • Controles, Complian ce e Contin uidade •Go vernança Corpora tiva Corporativa Com Negócio Segurança da Conselhos de Administração Inform ação e Fiscal Portfó lio de Relacionamento Clientes Com Investido r Pesquisa de Rotinas de Satisfação do s Tratamento de Funcio nários Ocorrências • Proble mas com outsourcing Gestão da Imagem Gestão da Indicadores Mudança de Desempenho Saúde e Análise de Segurança Cenários • Gestão d e projetos • Falha tecnológi ca •Auditor ia Inter na e Exter na Controle s Continuidade Governança e Coaching • Eficiência operacional • For necedores e T erceiros Proce ssos Plano de • Redução de competências Treinamento • Ambi ente inter no • R esposta a r isco • Definição de o bjetivo • A tividades de controle • Identifi cação de evento • Inf ormação e comu nicação • Aval iação de r isco • M onitoração • Infr a-estrutur a • A quisição • Gerência de Recursos Humanos • Logística In te rna • Desenvolvim ento d e Tecn ologia • Oper açõe s Gestão de Base de lições Multas aprendidas • Log ísti ca Exter na • Marke ti ng de V endas • Ser viço Canal de Relatórios Denúncias Internos Aco mpanhamento ISO 9001 Sindicância Desenvolvimento de Pro duto Base de Do Orçamento Perdas Externas Pesquisa de Gestão de TI Ouvidoria Helpdesk Compliance Six Sigma Satisfação do Cliente Finalmente, deve-se ressaltar novamente a importância de se avançar na forma como a informação migra das fontes de informação nos silos funcionais e chega ao Repositório de Inteligência de GRC. Atualmente, pode-se pensar em várias formas para realizar esta migração como: © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 72 GRC FAQ v1.0 • Mecanismos de importação e exportação de informações em distintos formatos; • Integração direta com formulários, checklist, pesquisas, questionários e planilhas eletrônicos para coleta de informações localizadas em campos específicos; • Varredura de informações de documentos, planilhas, relatórios, emails; análises, portais e domínios de internet baseada em palavras chave (KeyWord) • Uso de conectores (Webservices) para coleta de informações de ESBs (Enterprise Service Bus) ou diretamente de bancos de dados e aplicações; A figura abaixo ilustra este planejamento e acompanhamento do amadurecimento do programa de GRC: Convergência de linguagem à Taxonomia GRC Convergência de Convergência de forma de planejamento e resultados priorização ao Apetite GRC de iniciativas com GRC Planejamento e avaliação de Linguagem divergente Forma de priorização não resultados divergentes da à taxonomia GRC estruturada inteligência de GRC Forma de priorização Não há estruturação Planejamento convergentes divergente do apetite de de linguagem à inteligência de GRC GRC Linguagem Planejamento e avaliação de convergente à Utilização de apetite de GRC resultados divergentes da taxonomia GRC inteligência de GRC Iniciativa Periodicidade Matutidade Tecnológica Índice geral de convergência a GRC Plano de Treinamento Díario Apresentação 0,166666667 Six Sigma Mensal Formulário 0,291666667 ISO 9001 Quinzenal Relatório 0,5 Compliance Díario Conhecimento Tácito 0,5 Gestão da Mudança Semestral Outros 0,458333333 Não há estruturação de linguagem Ouvidoria Decenal Site 0,375 Linguagem divergente à taxonomia GRC Helpdesk Quinzenal Planilha 0,333333333 Não há estruturação de linguagem Total 0,375 Linguagem divergente Forma de priorização não à taxonomia GRC estruturada Planejamento e avaliação de resultados convergentes à inteligência de GRC Forma de priorização Avaliação de resultados divergente do apetite de convergentes à inteligência GRC Forma de priorização Planejamento e avaliação de divergente do apetite de resultados divergentes da GRC inteligência de GRC Forma de priorização não estruturada Planejamento e avaliação de resultados convergentes à inteligência de GRC Geração de dashboard e repor st customi zados em tempo real 11 35. Como evoluir a aplicação de testes de controles e rotinas Am adureci mento das in i ci ati vas e cult ura de G RC 8 Moni o t ração de Indic adores de Ris c os e Cons ol i dação do Perform ance 3 de auditoria no contexto de um programa de GRC? Cole ta i nte l ig ente de GRC Consol d i ação e Av al i aç ão de Ri s cos e Es tratégia de GR C 4 6 estruturadas 2 C ontrole s M oni tor aç ão de Pl anos de Aç ão 7 5 C ontrole / Compl ia nce 9 Di ss emi nação de Li nguagem Uni form iz ada de Anál is e (Tax onomi a e Apetit e) 1 testar se os controles que estão sendo executados conforme os procedimentos definidos é certamente uma das práticas mais antigas. Contudo, assim como no caso das matrizes de riscos existe um grande desafio em sair de uma lógica © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br 10 Reali z aç ão de Testes de Atu ali zaç ão de Bas e de Perdas e Quas e Perdas Dentre as ferramentas e conceitos já apresentados a idéia de se Modela gem e Defi ni ç ão da Repos i tóri o de Intel i gênci a de i nfor maç ões não Página 73 GRC FAQ v1.0 burocrática, para uma abordagem mais sofisticada e eficiente que consiga identificar e tratar agilmente as principais vulnerabilidades existentes no sistema de controle. Neste sentido, as principais referências em GRC vêm apresentando algumas tendências para sofisticação deste tipo de ferramenta. A primeira tendência está associada ao conceito de auditoria baseada em riscos. Esta visão objetiva equilibrar o esforço de realização de testes de controle com base no rating dos riscos que este controle mitiga. Esta idéia está fortemente associada à visão da estratégia de GRC (vide pergunta 31) em que primeiramente deve-se realizar uma análise agregada e, posteriormente, concentrar esforços em área de interesse. Adicionalmente, sugere-se que o preenchimento das matrizes de riscos também gere sugestões do tipo, periodicidade e esforço de testes de controles a serem adotados. Neste sentido, novamente, ressalta-se que uma vez que os coletores de fontes de informação de um programa de GRC estejam implantados de forma capilarizada, a própria monitoração contínua dos eventos registrados no Repositório de Inteligência de GRC será um instrumento efetivo para construir uma sensibilidade das incertezas existentes em uma organização que demandam aplicações de testes de controle. Uma segunda tendência a ser ressaltada, está centrada na automatização ampla da grande maioria dos controles. Neste sentido, tecnologias de BPM (Business Process Management), ECM (Enterprise Content Management) e ERPs vêm sendo aprimorados para permitir que os usuários possam automatizar seus controles, (parametrizados por Motores de Regras – Rules Engine) com grande flexibilidade para criação, alteração e exclusão de controles e sem a necessidade de programação do código da aplicação. Uma vez automatizados os controles, fica muito mais fácil para a organização definir algoritmos automáticos de testes para verificar se estes controles vêm sendo realizados de forma adequada. Alguns autores chegam a sugerir que para todo novo serviço/componente de sistemas desenvolvido, também sejam automatizadas as rotinas de testes que validam a conformidade de seu uso, enviando, quando necessário, informações para o módulo de auditoria de uma plataforma GRC. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 74 GRC FAQ v1.0 Finalmente, observa-se que o acrônimo CCM - Continuous Control Monitoring vem ganhando atenção para representar esta visão de automação ampla de controles, e, conseqüentemente, automação ampla de testes de controles que passam a ser executados em pequenos intervalos de tempo. 36. Como evoluir a gestão de planos de ação no contexto de um programa de GRC ? No que tange a questão dos planos de ação, a primeira discussão emergente se refere à distinção entre termos como: Tarefas pontuais , Plano de ação, projetos, grandes empreendimentos, iniciativas de curto prazo, etc.. Até que ponto, um plano de ação é na verdade um projeto complexo a ser delegado para um escritório de projetos, ou um plano de ação é algo tão simples e rápido que nem deveria ser documentado ? Entendemos que as organizações devem definir claramente quando cada um destes termos deve ser aplicado e, principalmente, uniformizar o tipo de informação a ser documentada e ferramentas a serem utilizadas (cronogramas, WBS, Checklists, Eventos de Gestão da Mudança, etc.) em cada caso. Do ponto de vista de um programa da GRC, uma importante forma de organizar esta questão é vincular a idéia de tarefa, plano de ação ou projeto de acordo com o rating de riscos que se propõe a mitigar. Desta forma, ações pontuais que não influenciem significativamente o rating dos riscos envolvidos tendem a ser consideradas tarefas em que apenas deve ser documentado algo do tipo responsável, data e realizado/não realizado. Já ações com maior duração e que impactem razoavelmente no portfólio de riscos deveriam ser denominadas planos de ação atrelados à definição de sub-atividades, responsáveis, prazos, metas, etc.. Finalmente, ações mais complexas que impactam significativamente nos ratings de riscos deveriam ser denominadas projetos a serem geridos de forma significativamente estruturada com rotinas de validação, WBS, checklists, controle de alocação de recursos, etc.. Observa-se que a essência é a mesma defendida ao longo de todo este documento. Assegurar a convergência de todos estes tipos de atividades que uma organização © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 75 GRC FAQ v1.0 realiza pró-ativamente e que possuam início, meio e fim bem definidos (ou seja, não são processos) e objetivos específicos que impactem no portfólio atual de rating de riscos da organização. Ainda reforça-se a importante preocupação de orientar o nível de documentação gerada e de controles sugeridos de acordo com o tipo de ação que está sendo realizado: tarefa pontual, plano de ação ou um projeto. Neste sentido, sempre que alguém for propor e aprovar um novo plano de ação (ou uma tarefa pontual ou um projeto), o importante é que se saiba quais são as demais ações em andamento na organização para evitar a criação de atividades redundantes ou ações contraproducente. Num próximo estágio de maturidade de GRC pode-se pensar ainda em criar sinergia entre ações, aparentemente, desconexas fortalecendo a integração entre tarefas, planos de ação e projetos. Além disto, observa-se que a visão de rating de riscos mitigados deve ser utilizada como uma importante escala para priorizar planos de ação a serem realizados. É comum, por exemplo, que muitas tarefas sejam direcionadas para uma área de TI gerando certo desentendimento em relação à ordem com que estas demandas devem ser atendidas. Finalmente, ressalta-se a tendência de se pré-definir de forma planejada uma série de planos de ação a serem sugeridas de acordo com as informações coletadas no repositório de GRC ou nos ratings de riscos definidos. Este tipo de filosofia já é muito comum no desenvolvimento de planos de contingência para situações de crise ou até mesmo na definição de opções estratégicos que proporcionem maior flexibilidade num planejamento a ser percorrido. Alguns autores, inclusive, já propõem a ampliação da visão tradicional de continuidade para uma visão de resiliência em que uma série de ações pré-definidas são programadas para serem disparadas quando da ocorrência de problemas recorrentes e previstos (necessariamente vinculados a uma crise ou descontinuidade do negócio). Pode-se pensar, por exemplo, na sugestão e preparação automática de um pedido de importação de matéria-prima sempre que o preço do dólar baixar e o rating dos riscos de falta de matéria-prima estiver alto. Uma vez que a GRC efetivamente consiga tornar uma organização altamente sensitiva a qualquer tipo de operação que saia do padrão e que possa indicar aos gestores uma ameaça a ser tratada ou uma oportunidade a ser explorada, por que não pensar em sugestões de planos de ação para tratar questões recorrentes. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 76 GRC FAQ v1.0 Um segundo exemplo pode ser percebido na queda de vendas no final do mês: o ambiente de GRC poderia analisar o perfil dos ratings de risco atuais e sugerir planos de ação dentre 1) treinamento para vendedores específicos, 2) reforço da publicidade de um determinado produto, ou até mesmo 3) modificação do custo de produção. 37. Como evoluir um Reports ou Dashboard para Reports e Dashboards de GRC? No atual contexto de grande complexidade e dinamicidade, é muito comum que gestores tomem decisões fortemente baseados em sua intuição, uma vez que a maior parte da informação necessária, embora exista, está dissolvida nos silos funcionais que compõem a organização. Desta forma, deve-se lembrar que a GRC não é um projeto isolado da organização, mas uma importante ferramenta de gestão na qual toda a organização se comporta como um usuário. “A pesquisa de Kahneman confirma o que a maioria dos gerentes já sabe – as decisões são mais subjetivas e irracionais do que gostaríamos de imaginar. Em algumas organizações, essa irracionalidade é reforçada por incentivos e comportamentos disfuncionais.” (Jeremy Hole) A capacidade de identificar e se adaptar rapidamente às mudanças e incertezas do ambiente é um importante diferencial competitivo para o século XXI. E, desta forma, gestores devem fazer uso da gestão de riscos para complementar sua intuição com uma visão holística, tempestiva e baseada em fatos do que está ocorrendo na organização. “When comparing the state of real-time monitoring weather patterns with real-time monitoring in business, the business world has roughly the same capability as hurricane forecasting had in 1900. Managers may hope for a sign in the sky to allow them to know the current situation (…) they are unaware of changes in the environmental around them until is to late to take action. Neste sentido, o ambiente de GRC deve ser acessado de forma simples e assertiva por toda a organização, se aproveitando do uso de uma linguagem de GRC uniformizada. Os diversos diretores, gerentes, supervisores e coordenadores devem rapidamente acessar a informação que desejam e confiar nos sistemas de rating para direcionar suas prioridades de esforços e ações. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 77 GRC FAQ v1.0 Creating consolidated reporting by having the whole company collecting data and managing risk to the same standard. That makes it a lot easier to standardise reporting to the board. (CFO Prudential, sobre os benefícios da gestão de riscos) I would have instantaneous knowledge when individuals access data and affect key controls across the company, and have assurance that those individuals accessing thatinformation are properly authorized. Today, many firms manage that through obscurity or through spread sheets. Tomorrow, those tools will enable us to have real-time information about when people are accessing both controls and specific data within databases, and enable us to take immediate action to prevent unauthorized access. It’s all about watching the data flow through the network, and being able to take immediate response when necessary.(Robert Warral) Os Dashboard e Reports de GRC devem ainda ter flexibilidade para que um gestor possa: • Analisar a organização sob diversas óticas, como por exemplo: atendimento aos clientes, crise de energia, eficiência e produtividade, ambiência interna. • Definir argumentos de busca e rapidamente encontrar tudo o que a organização vem documentando e analisando sobre este tema específico independente de silos funcionais, linguagens, relacionamentos sociais, etc..; © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 78 GRC FAQ v1.0 • Definir novas regras de rating para representar cenários específicos de gestão como surgimento de um novo concorrente ou escassez de matériaprima; • Re-configurar facilmente sua interface e layout customizado de acordo com as suas preferências individuais • “Plotar” as informações em fluxogramas (por exemplo, associados às ocorrências capturadas nas atividades), procedimentos e políticas (por exemplo, iluminando os parágrafos em que os controles não vêm sendo desempenhados da mesma forma), fluxos de caixa (por exemplo, representado setas para apontar as incertezas contidas em cada linha de receita ou despesa) • Estar integrado com mecanismos de workflow para apoiar todo o conjunto de criação de tarefas e avisos relacionados à governança das ações de GRC; A tendência é que dashboards e report de GRC sejam percebidos como grandes prestadores de serviços on-demad para gestores e executivos no que tange a gestão de informação estruturada e consistente. Once you classify the possible information to be tracked by its priority, materiality, and other factors, you will find that no more than 5 percent of the available data is necessary to the end business surprises as we know them. Seja qual for a demanda por informação, ela deve ser facilmente solicitada através da interface do dashboard ou report, passar pelo Repositório de Informação de GRC, chegar até os coletores que conectam o ambiente de GRC às fontes de informação, e, finalmente, retornar de forma tempestiva e assertiva para o gestor. Contudo, este serviço não precisa ser prestado de forma pontual. Uma vez criada a demanda, o Dashboard de GRC poderia passar a disponibilizar semanalmente, por exemplo, um report que traga a melhor informação disponível dado um determinado assunto. Mais que isto, cada gestor pode ter este report semanal parametrizado de acordo com suas preocupações e metas estratégicas. Por outro lado, por que não pensar © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 79 GRC FAQ v1.0 no envio de emails ou até mesmo mensagens de celular para questões mais críticas que efetivamente são atualizadas em tempo real. Finalmente, devemos ressaltar a importância de que o Dashboard ou Report de GRC tenha funcionalidades de controle de permissão altamente sofisticadas que garantam que um usuário só possa ter acesso a informações compatíveis com seu nível hierárquico e posição funcional. PARTE V - Considerações Finais sobre GRC 38. Como quantificar o retorno financeiro de um programa de GRC? A mensuração do valor criado por um programa de gestão de riscos, controles, ERM sempre foi um grande desafio para diversos profissionais de gestão de riscos, controles e auditoria interessados em materializar para seus diretores qual o retorno financeiro gerado pela área. No que tange a programas de GRC este desafio é certamente igual ou até mesmo maior. Uma primeira parcela do retorno gerado pela GRC pode ser calculada pela redução do histórico de perdas ocorridas. Esta visão está fortemente associada à visão de apuração de perdas (pergunta 29), sendo composta de itens como: multas, compensações ou restituições a cliente, indenização de funcionários, homens hora de retrabalho, ativos físicos danificados, perdas de receitas programadas, perda de transação, indenização de fornecedores, desperdício de matéria-prima, etc.. A segunda parcela deste retorno se refere ao aumento da eficiência ou produtividade de uma organização percebida como uma menor necessidade de recursos (ou inputs) para gerar os mesmos resultados (ou outputs). Devido ao aumento da sinergia entre as diversas áreas organizacionais espera-se: (1) uma minimização de redundâncias na geração de informação entre diferentes áreas e (2) uma redução na necessidade de tempo para se localizar as informações necessárias. Entre itens financeiros de aumento de eficiência pode-se pensar em: homem-hora de funcionários, horas de contratos com terceiros, quantidade de matéria-prima utilizados, etc.. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 80 GRC FAQ v1.0 A terceira parcela que compõe a quantificação do retorno financeiro se refere aos ganhos gerados pelo fato da tomada de decisão se torna mais rápida e assertiva. Contudo, esta parcela acaba sendo a mais difícil de ser calculada... Como quantificar quanto deixou de ser perdido, devido a um novo tipo de ameaça evitada por gestores que rapidamente a detectaram no ambiente de GRC? Como quantificar o ganho extra gerada por uma oportunidade ter sido identificado com grande antecedência ou ter sido explorada de forma mais efetiva? O grande desafio, é que para programas bem sucedidos de GRC, esta terceira parcela é justamente a maior responsável pelo retorno auferido para o negócio. Para entender a complexidade deste desafio, pode-se pensar em alguma pessoa que sugerisse um controle que viesse a evitar ou minimizar o atentado de 11 de Setembro. O mérito desta decisão não teria sido valorizado, como deveria, uma vez que o atentado terrorista não teria ocorrido. Quantas decisões assertivas que implicaram em grandes ganhos, ou evitaram grandes perdas, que não tiveram seu retorno quantificado, simplesmente, por que não conseguimos pensar e estimar como os fatos poderiam ter transcorrido de forma distinta? Como provar que estas decisões não teriam sido tomadas sem as informações de um determinado dashboard? Finalmente, gostaríamos de observar que se os programas de GRC efetivamente aumentarem drasticamente o nível de visibilidade, entendimento e capacidade de reação dos executivos em relação a sua organização - certamente ninguém questionará o valor da manutenção de uma estrutura de GRC. Todo este conjunto de práticas será incorporado sinergicamente na tomada de decisão da organização, como se fosse uma evolução natural, e até mesmo, óbvia dos sistemas de gestão. “ If HP knew what HP knows, it would be three times more profitable” (Lew Plat, CEO of HP) O custo da atividade de coletar traduzir as principais informações geradas para a linguagem de GRC, e armazená-las para serem reutilizadas no ambiente de GRC é marginal frente ao custo de geração da própria informação. 39. Por que a GRC não é apenas mais um modismo? Um grande desafio associado à gestão de riscos é provar aos demais que efetivamente é uma solução para uma dor latente nas organizações, em detrimento © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 81 GRC FAQ v1.0 a mais uma moda disseminada por pesquisadores, consultorias, fornecedores de tecnologias e mídias especializadas. Primeiramente, observa-se que o reconhecimento da GRC como um conceito interessante não significa que ele será incorporado à rotina dos executivos. Antes de se pensar em qualquer solução, deve-se entender claramente qual a demanda ou qual a “dor” a ser solucionada. Ressalta-se ainda que algumas organizações acabam apresentando equivocadamente que a inexistência ou insuficiência de um programa de GRC é o próprio problema a ser resolvido. Neste caso, entendemos que existe efetivamente uma demanda, ou uma “dor” a ser tratada (vide perguntas 15, 16 e 17): A complexidade do ambiente de gestão efetivamente evoluiu de forma muito mais acelerada e dinâmica do que a modernização dos sistemas e ferramentas de gestão. Desta forma, gerir uma área se tornou algo mais complicado, tomar uma decisão se tornou mais desconfortável, responder o que está ocorrendo na organização passa a gerar um maior grau de insegurança, etc.. The Managing work is reaching never seen levels of complexity Managers make critical business decisions with outdated and practically useless information leading to the surprises of missed opportunities at best or disastrous failures at worst for business, for manager, for employees, for the economy. (Gartner) Ressalta-se ainda que diversas referências em management chamam atenção para este fato independente de julgar qual a solução a ser adotada. Ou seja, a demanda por melhorias nos sistemas de gestão é concreta não se tratando de uma motivação adicional criado pela corrente de GRC. “Some challenges simply can't be met without reinventing our 100-year-old management model” (Gary Hamel – The Future of Management) Nós observamos que empresas estavam tendo dificuldades para tirar vantagem das oportunidades criadas pela digitalização e pela globalização por que suas organizações não foram desenvolvidas para o novo mundo (Bryan & Joyce, McKinsey) “Trinta anos atrás, um gestor tinha a opção de ir devagar, esperando pela informação quando decisões estratégicas importantes eram necessárias. O gestor de hoje não tem esse luxo, o ritmo dos negócios acelerou e as decisões são © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 82 GRC FAQ v1.0 requeridas imediatamente mesmo quando a informação usada está desatualizada.” (Kenneth G. McGee; Heads Up; Gartner; 2004) Um programa de GRC em suma é uma coletânea de boas práticas gerenciais incorporadas de diversas outras disciplinas como gestão de projetos, gestão de processos, gestão da qualidade, projeto organizacional, etc. que tem como diferencial a idéia de ser uma linguagem e metodologia universal de análise para criação de convergência e reusabilidade para informação gerada pelas diversas áreas de negócio e suporte. “We are using humans as the middleware because the IT architectural isn’t in a situation where you push the button and get the information you need” “As unexpected events begin to materialize, someone somewhere sees early warning signs. But the first to know tend to be lower in rank, invisible, reluctant to speak up, and may not even realize that what they are seeing is important.” (Gartner) Entendemos que faz algum tempo que o problema não é a falta de informação. Diversos estudos apontam que o conhecimento necessário para que um executivo tome uma decisão de fato existe, mas está “jogada em algum canto da sala.” Desta forma, a filosofia de GRC se foca justamente em dar re-usabilidade e organização as informações já existentes, conectando fontes e demandas de informação em uma linguagem única baseada em taxonomia e rating. Pela primeira vez, pessoas de negócio têm a habilidade de detectar oportunidades e evitar desastres de maneira consistente, de forma a acabar com as surpresas no negócio. “Its about improving every manager’s ability to meet goals by ending surprises and detecting opportunities. (…) far most of the business uncertainty we line with today is unnecessary; that the primarily negative suprises we have to come to live with should in now way be surprises” Business surprises should not be surprises. The information that would allows managers to turn these currently unexpected events in opportunities is available. (Kenneth G. McGee) Entre 70% e 80% das informações do negócio estão disponíveis na própria empresa, mas ninguém utiliza com eficiência. (Robson Alberoni) © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 83 GRC FAQ v1.0 40. Como saber se você está fazendo um bom trabalho de GRC ? Para responder a esta pergunta primeiramente gostaríamos de ressaltar que quem gere os riscos são os gestores e não áreas de negócio e suporte. Desta forma, o sucesso de uma área deste tipo é assegurar que não existam surpresas para quem toma decisão. O que uma organização sabe e está disperso em alguma pessoa, documento ou sistema, tem que chegar no momento certo, com a classificação certa (taxonomia) e prioridade certa (rating) para quem precisa desta informação. A partir daí se o decisor toma a melhor ou pior decisão não é mais uma questão da GRC. A GRC conecta a oferta à demanda de informação dentro da organização. O uso que é feito destas informações é responsabilidade do decisor que é quem efetivamente executa a gestão de seus riscos e oportunidades. “When CFOs and CIOs know each other’s areas as well as their own, it is an indication that they are on the right GRC path” Lee Dittmar “You know you’re doing a good job when there are no surprises and you know immediately about anything unusual…” (CRO, Global Banking Group) 41. Quais são as referências existentes sobre GRC? Sites: • • • • • • • • • • • http://www.oceg.org/ http://sox.mashnetworks.com/ http://www.ibgc.org.br/Home.aspx http://corp-integrity.blogspot.com/ http://www.forrester.com/rb/research http://www.cfo.com http://www.complianceweek.com http://www.thecro.com/ http://www.grcroundtable.org/ http://mgt.ncsu.edu/erm/ http://www.opriskandcompliance.com/ © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 84 GRC FAQ v1.0 Modelos de Referência Modelo de Referência Ano Descrição Geral COSO Internal Control – Integrated Framewok 1992 Principal framework existente até hoje para implantação de uma estrutura de controles internos a partir de cinco componentes centrais: ambiente de controle; risk assessment; atividades de controle; informação e comunicação; monitoração. COSO – Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission FSA Handbook 2001 Handbook online completo com orientações e boas práticas bem detalhadas para instituições financeiras. O site da FSA permite ainda a construção de handbooks com conteúdos personalizados de acordo com a organização. FSA - Financial Services Authority. Órgão regulador de instituições financeiras no Reino Unido FERMA 2002 Cartilha para difusão da disciplina de gestão de riscos na Europa a partir de uma visão objetiva do processo de gestão de riscos. Este manual também apresenta um conjunto de templates para descrição e análise de riscos. FERMA – Federation of European Risk Managers Association AS/NZS 4360 (1a versão ) Uma das principais referências utilizadas para processos de gestão de riscos no mundo. Este modelo apresenta um conjunto interessante de templates e práticas que se propõe ser aplicáveis para gerir riscos no contexto de um processo, de uma empresa, ou até mesmo no projeto de vida de um indivíduo. Standards Australia e Standards New Zealand 1995 2004 (última revisão) COSO Enterprise Risk Management – Integrated Framewok 2004 Orange Book 2004 Best practicies in qualitative operational risk management Red Book BS 31100 ISO 31000 2006 Este Framework se propõe a ampliar o conceito de COSO Internal Control, de forma a maximizar o valor gerado pela gestão de riscos alinhando-o a estratégia da organização. Este manual introduz os conceitos de apetite de riscos e visão integrado de riscos (ERM). Visão inicial da abordagem de gestão de riscos e como esta disciplina se desdobra nos vários níveis de uma organização, desde o planejamento estratégico, até suas operações específicas. Handbook prático para a gestão de riscos operacionais baseado em experiências reais em instituições financeiras e na estrutura do COSO Enterprise Risk Management – Integrated Framewok. Este manual apresenta diversos insights práticos sobre o uso gestão de riscos operacionais. Apresenta um Framework constituído de 9 componentes para a implantação de um programa que integre as diversas iniciativas organizacionais de Governança, 2007 riscos e Compliance (GRC). Cada componente é dividido em sub-componentes e em diretrizes, tratando-se provavelmente do manual mais completo e amplo em termos de Gestão de Riscos Manual desenvolvida pela BSI para orientar a gestão de riscos. Apresenta 10 Em princípios-chave para gestão de riscos, um modelo de gestão de riscos, um desenvolvim framework de gestão de riscos, um processo de gestão de riscos e um capítulo ento dedicado à implantação da gestão de riscos. Manual a ser finalizada em 2009 que possivelmente deve se tornar a principal Em norma de gestão de riscos do mundo. Apresenta os 11 princípios da gestão de desenvolvim riscos, uma orientação sobre como construir e monitorar um Framework para ento gestão de riscos e um processo genérico de gestão de riscos © Setembro 2008. ELO Group Autor www.elogroup.com.br COSO – Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission Her Majesty's Treasury Ministério econômico e financeiro do Reino Unido TransConstelation - Uma associação de empresas da área de processamento de transações financeiras OCEG – Open Compliance and Ethics Group BSI – British Standard Institution ISO – International organization for standardization Página 85 GRC FAQ v1.0 Regulações: Legislação Ano Descrição Geral Autor 2004 Publicação desenvolvida por diversas empresas e instituições do setor financeiro com a intenção de se criar um padrão internacional para a formulação de leis e regulamentações relacionadas à gestão de riscos em bancos. O documento é dividido em três pilares: Requerimento mínimo de capital, processo de revisão para supervisão e disciplina de mercado. Trata-se de um conteúdo bastante detalhado que propõe o uso de ferramentas matemáticas não triviais. Sarbanes-Oxley Act 2002 Lei federal que determina práticas de controles internos sobre relatórios financeiros para todas as empresas com ações negociadas na bolsa de Nova York. Além disso, a lei responsabiliza, civil e criminalmente os principais executivos destas empresas pela confiabilidade das informações financeiros e contábeis publicada. Esta lei também exige que as organizações realizem avaliações dos seus sistemas de controle e que tais avaliações sejam objeto de uma auditoria independente. (Financial Instruments and Exchange Act) JSox 2006 Considerada a versão japonesa da SOX. Basiléia II Combined Code of Corporate Governance (Turnbull Cadbury Report) 1992 (1a versão ) 2003 (última revisão) 1970 BSA (Bank Secrecy Act) (publicação versão d o BSA) 2001 (Patriot Act) Basel Committee on Banking Supervision Parlamento Japonês Código de práticas de Governança corporativa e controles internos sobre relatórios FRC - Financial Reporting financeiros com o qual todas as empresas com ações negociadas na bolsa de Council. Órgão regulador Londres devem estar em conformidade e demonstrá-las através da publicação de independente do Reino Unido responsável pela promoção da relatórios públicos. O código consiste da combinação de dois documentos: o confiança nos relatórios e da Cadbury Report, que trata de governança corporativa e o Turnbull Report que governança corporativa. aborda controles internos sobre relatórios financeiros. Determina a colaboração de todas as instituições financeiras norte americanas com o Governo objetivando a prevenção da lavagem de dinheiro. Para tanto, as instituições financeiras devem submeter ao governo relatórios específicos sobre determinadas transações financeiras. Outros atos foram promulgados atualizando o Banks Secrecy Act, o último dos quais foi o Patriot Act. Governo Federal dos Estados Unidos Determina a implementação de práticas de gestão de risco por parte de 2554 - 1998; Resoluções do Banco instituições financeiras no Brasil, dente algumas: : 2554 – implementação de um 3056 - 2001; Central No 2554, 3056, sistema de controles internos; 3056 – Dispõe sobre a auditoria interna; 3380 – 3380 - 2006; 3380 e 3490 Implementação de uma área de riscos operacionais; 3490 – Trata da apuração do 3490 -2007 Patrimônio de Referência Exigido (capital econômico) Circular SUSEP 249, 280, 327 249 - 2004 280 - 2004 327 - 2006 © Setembro 2008. ELO Group SEC - Security Exchange Comission Banco Central do Brasil Determina a implementação de práticas de controles internos em seguradoras. Alguns exemplos destas circulares são: circular 249 que dispões sobre a criação de uma estrutura de controle internos em uma seguradora; circular 280 que SUSEP - Superintendência de estabelece os procedimentos mínimos associados aos controles internos e sobre o Seguros Privados descumprimento de dispositivos legais e regulamentares; circular 327 que dispõe sobre os controles internos específicos para o tratamento de situações relacionadas a crimes como lavagem de dinheiro, etc www.elogroup.com.br Página 86 GRC FAQ v1.0 QUEM SOMOS A ELO Group é uma empresa de consultoria com foco em Gestão de Processos de Negócios (BPM – Business Process Management) e Governança, Riscos e Compliance (GRC) que tem o objetivo de trazer para o mercado soluções de gestão customizadas com alto grau de conhecimento embarcado e aderência integral a suas reais necessidades. “De forma a reforçar este posicionamento, a ELO Group foi fundada no Parque Tecnológico da COPPE/UFRJ, um dos mais avançados Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da América Latina, assegurando sua proximidade com a academia e com a pesquisa e surgimento de inovações em práticas e ferramentas de gestão empresarial.” A ELO Group possui um quadro de profissionais com sólida formação acadêmica e passagem por renomadas universidades no Brasil, EUA (Carnegie Mellon University e North Caroline State University) e Europa (L’Ècole Central de Paris, Politécnico di Turino e Universidad de Valencia). Estes profissionais atuam como professores em diversos cursos de curta e longa duração (MBA) junto a UERJ, UFRJ, PUC, INSADE, Funenseg dentre outras instituições de ensino de grande renome. A ELO Group é membro ativo de diversos grupos de discussão junto a ABNT, SUCESU, SCOR, ISO, AMCHAM, ABPMP, liderando a construção de diversos modelos de referências e disseminação de melhores práticas de gestão empresarial no Brasil e no mundo. A própria ELO Group foi formada a partir de um Spin-off do Grupo de Produção Integrada da UFRJ, uma das principais referências nacionais em pesquisa e desenvolvimento em a Gestão Empresarial e Gestão de Processos, mantendo projetos e ações de pesquisa com este grupo. A ELO Group vem apoiando diversas organizações a inovar e otimizar suas práticas e ferramentas de gestão para aproveitar as oportunidades criadas por um ambiente de negócios tão complexo, dinâmico e incerto. O contato singular mantido com universidades e grupos de discussão no Brasil, EUA e Europa, permite à ELO trazer o Estado da Arte e da Técnica de Gestão de Processos (BPM) e Governança, © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 87 GRC FAQ v1.0 Riscos e Compliance (GRC) para a realidade prática das organizações com bastante simplicidade e efetividade. Ao longo de sua trajetória, a ELO Group já desenvolveu soluções flexíveis e com alto grau de conhecimento embarcado para tratar com inteligência e objetividade toda a complexidade e incerteza existente em segmentos como seguros; telecomunicações; finanças; mineração; petróleo e gás; construção; manufatura; varejo; petroquímica; biofármacos; propaganda e mídia; governo. A ELO Group desenvolve cada um de seus projetos com uma solução única, entendendo o equilíbrio entre preço-desempenho-diferenciação e customizando a solução que melhor se encaixa às necessidades e especificidades de cada cliente. Desta forma, a ELO combina com inteligência e eficiência o uso de soluções tradicionais para problemas já conhecidos com a criação de inovações e diferenciais competitivos em gestão. © Setembro 2008. ELO Group www.elogroup.com.br Página 88