Curitiba, 28 de fevereiro de 2011
PARTE SEGUNDA - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos
CAPÍTULO I - DOS ESPÍRITOS
7. Progresso dos Espíritos. Perguntas 114 a 122
(LE – 114) Os Espíritos por si mesmos se melhoram; melhorando-se, passam de uma ordem
inferior para uma superior.
(LE – 115) Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento.
Deu a cada um deles uma missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à
perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar Dele. A felicidade eterna e
sem perturbações, eles a encontrarão nessa perfeição. Os Espíritos adquirem o conhecimento
passando pelas provas que Deus lhes impõe.Uns aceitam essas provas com submissão e
chegam mais prontamente ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem lamentação,
e assim permanecem, por sua culpa, distanciados da perfeição e da felicidade prometida.
(LE – 115a) Os Espíritos, na sua origem, se assemelhariam a crianças, ignorantes e sem
experiência, mas vão adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam, ao
percorrer as diferentes fases da vida:
• a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita;
• seu menor ou maior aproveitamento depende da sua docilidade.
Mas a vida do homem tem fim, enquanto a dos Espíritos se estende ao infinito. Essa
comparação é justa. Podemos fazer esse paralelo do crescimento da criança com o
crescimento moral do espírito, ou seja, se a criança é rebelde, ela demora mais p/ amadurecer,
já a criança dócil aceita melhor os conselhos e amadurece com mais facilidade. Se aceitarmos
que somos espíritos eternos e temos que evoluir, temos que começar a pensar como evoluir
mais rapidamente, pois se mantemos os velhos hábitos, aqueles que nos seguram nesta faixa
evolutiva, vamos demorar mais p/ evoluir, ou seja, retarda o processo educativo do espírito.
(LE – 116) Os Espíritos não ficarão perpetuamente nas classes inferiores, todos se tornarão
perfeitos. Eles mudam, ou seja, se melhoram, embora devagar. Assim como um pai justo e
misericordioso não pode banir eternamente os seus filhos. Deus que é tão grande, tão justo e
tão bom, pela lógica há de agir infinitamente melhor. Deus possui nossos melhores
sentimentos no grau máximo, na perfeição. Então se nós procuramos ajudar quem amamos,
que dizer de Deus? Todos podemos chegar a condição de perfeição de Jesus. Por que Deus
daria a Jesus todas as perfeições? Se Deus é justo, nós também podemos ter todas as
virtudes do nosso mestre Jesus.
A lei de Deus é imparcial para todos, portanto, todos temos as mesmas oportunidades.
Uns chegam mais rápido, outros demoram mais. Não existe inferno eterno, penas eternas.
Costumamos comparar os sentimentos de Deus com os nossos sentimentos. Deus não erra,
Ele é perfeito. Seria justo que quando você reconhece o erro, Deus dissesse: “agora seu tempo
acabou, você me magoou demais” e assim não daria mais chance? Esse sentimento é
humano. Portanto, sempre teremos oportunidade de melhorar, porque Deus é Amor.
(LE – 117) Depende dos Espíritos apressarem o seu avanço para a perfeição. Eles chegam
mais ou menos rapidamente, segundo o seu desejo e a sua submissão à vontade de Deus.
Uma criança dócil se instrui mais depressa que uma rebelde.
Só vamos caminhar rumo a perfeição quando despertar em nós as virtudes, à medida que
vamos tendo experiências na vida material. A qualidade das nossas experiências, quem vai
escolher somos nós.
Se vemos que é importante, que vai trazer tranqüilidade seguir o caminho do Cristo, que vamos
sofrer menos, sofrendo menos não precisamos expiar, passar por dificuldades. Ou seja, nossa
caminhada será mais rápida até o Cristo.
Isto não quer dizer que se acreditarmos nestas verdade, não sofreremos mais. Não é isso. O
sofrimento, a enfermidade, a dificuldade, o desequilíbrio é da nossa situação atual. Só o fato de
nascer já é um sofrimento, pois pra respirar dói, por isso choramos. Todos nós teremos algum
tipo de sofrimento ou dor na vida. É a forma como vivenciamos o sofrimento que vai nos dar
uma condição melhor ou um sofrimento maior. Se não vemos saída para o problema, o
sofrimento aumenta.
Todo efeito tem uma causa. Isso é fé raciocinada, ou seja, entender e aceitar o sofrimento
como um crescimento e não é um castigo.
(LE – 118) Os Espíritos não podem degenerar, regredir. À medida que avançam,
compreendem o que os afasta da perfeição. Quando o Espírito conclui uma prova, adquiriu
conhecimento e não o perde mais. Pode permanecer estacionário, mas não regredir. Ou seja, o
espírito não desaprende, não olha pra trás. Quando o espírito adquire uma virtude, ele não a
perde mais, não a esquece. Por exemplo: se acho que sou uma pessoa paciente e em
determinado momento, vou explodir, perdendo a paciência, significa que ainda não conquistei
de verdade a virtude da paciência.
Outra verdade consoladora é que ninguém é mal, estamos mal em determinado momento.
Existe o ingrediente da dor, do sofrimento, que chega a um determinado momento em que
cansamos de tanto sofrer no mal, e somos induzidos a dar nem que seja um pequeno passo,
sair da inércia, deste estado de dor, pois precisamos melhorar.
As vezes concluímos que depois de determinado tempo insistindo para certas pessoas
melhorarem e isto não acontece, geralmente desistimos, dizendo que tal pessoa não tem mais
jeito. Isso não é verdade. Vai chegar um tempo que a pessoa cederá e vai melhorar.
(LE – 119) Deus não livra os Espíritos das provas que devem sofrer pra chegar à primeira
ordem. Se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam merecimento para gozar dos
benefícios dessa perfeição. Onde estaria o mérito, sem a luta? De outro lado, a desigualdade
existente entre eles é necessária à sua personalidade, e a missão que lhes cabe, nos
diferentes graus, está nos desígnios da Providência, com vistas à harmonia do Universo.
Sempre nos perguntamos: por que Deus não nos fez perfeitos? Deus poderia ter nos feito
perfeitos sim, se Ele quisesse, mas não fez. Isso não cabe a nós questionar. Todos nós nos
tornaremos perfeitos. Uns mais rápido, outros demorarão mais. Temos a eternidade para
chegar a essa perfeição, só depende de nós mesmos.
(LE – 120) Os Espíritos não necessitam passar pelo caminho do mal, para chegar ao bem, mas
pelo caminho da ignorância. Todos somos criados ignorantes. A escolha do bem ou do mal é
nossa. A cada momento a vida nos propõe escolhermos, viver de determinadas maneiras. É
por isso que Jesus nos diz para não nos preocuparmos demais com o amanhã. Devemos nos
preocupar com o hoje, porque é o único momento que está sob nossa responsabilidade. Toda
escolha de felicidade futura baseia-se nas escolhas de hoje. Não é possível ser feliz amanhã
sem ser correto, certo, sem seguir as leis divinas hoje.Construímos nossa felicidade do
amanhã agora.
(LE – 121) Uns Espíritos seguem o caminho do bem, e outros o do mal em virtude do livrearbítrio. Deus não criou Espíritos maus, criou-os simples e ignorantes, ou seja, tão aptos para o
bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade. Podemos fazer
escolhas de ser pessoas boas ou más, sofreremos as conseqüências dessas escolhas.
(LE – 122) O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire consciência de si
mesmo. Não haveria liberdade, se a escolha fosse provocada por uma causa estranha à
vontade do Espírito. A causa não está nele, mas no exterior, nas influências a que ele cede em
virtude de sua espontânea vontade. Esta é a grande figura da queda do homem e do pecado
original. Uns cederam à tentação e outros a resistiram. A justiça divina é perfeita. Quando nós
não temos maturidade nas primeiras vivências do espírito, o livre arbítrio, a condição de decidir
ainda é pequena, a sua responsabilidade da escolha é menor. Não é colocado para nós um
fardo que não poderemos carregar.
A medida que vamos evoluindo a nossa liberdade de escolha se amplia e a nossa capacidade
de decidir também se amplia, e portanto a nossa responsabilidade aumenta. Todas as
dificuldades, atribulações que enfrentamos fazem parte das escolhas que fazemos.
A questão da escolha as vezes é complicada de entender, pois sempre olhamos no geral.
Vamos pensar diferente: tentar pensar em cada escolha que nós fazemos em nosso dia a dia.
Cada momento que escolho agir ou não agir, escolher um pensamento ou outro, falar uma
coisa ou outra, é assim que utilizamos nosso livre arbítrio.
(LE – 122 a) As influências que se exercem sobre ele (espíritos encarnados) vem dos Espíritos
imperfeitos que procuram envolvê-lo e dominá-lo, e que ficam felizes de o fazer sucumbir. Foi o
que se quis representar na figura de Satanás. A isto explica muitos símbolos encontrados no
Velho Testamento, que ainda hoje causam confusão nas pessoas. Ou seja, Adão e Eva e o
símbolo da queda do paraíso nada mais representam que as escolhas inadequadas. Quando
nós escolhemos o lado do mal, nós estamos “caindo do paraíso”. Ou seja, saindo de uma
escolha que poderia nos promover, para uma outra que teremos que reparar. A questão da
figura de Satanás como se acreditava no passado, que fosse uma criatura criada por Deus
para o bem, e que se rebelou eternamente para o mal. Acreditar nisso nos levaria a uma
contradição da Onisciência de Deus: como que Deus criaria uma criatura com destino do bem
sem saber que essa criatura iria se rebelar e debandar eternamente ao mal?
Nós todos carregamos em nós desequilíbrio, algo que não é bom ainda em função de nossa
situação de espírito em desenvolvimento, mas nenhum de nós está condenado ao mal
eternamente. Portanto a figura de Satanás como se entendia não pode existir, pois nenhuma
criatura de Deus está eternamente condenada ao mal. Entendem-se então dessa maneira, que
todos os espíritos inferiores que conduzem os encarnados ao mal, são chamados Satanás ou
Demônios. Sofremos as influências dos espíritos inferiores. Se vamos aceitar ou não essas
sugestões, é uma decisão nossa. Até mesmo os bons espíritos respeitam nosso livre arbítrio.
Eles nos influenciam de todas as formas, por pensamentos, por sugestões, mas a escolha será
sempre individual e eles vão respeitar nossa decisão.
(LE – 122 b) Esta influência não se exerce sobre o Espírito somente na sua origem, segue-o na
vida de Espírito, até que ele tenha de tal maneira adquirido o domínio de si mesmo, que os
maus desistam de obsidiá-lo. Podemos sofrer as influências, tentações a todo instante, mas se
temos domínio sobre nós mesmos, vai chegar um momento que aquele irmão desencarnado
vai desistir de tentar. Em se tratando de obsessão, ela só acaba quando os espíritos percebem
que não vão mais conseguir domínio sobre nós. Aí está nossa vontade própria, determinando o
nosso futuro. Se queremos nos libertar da obsessão, devemos agir com domínio próprio, nos
colocando numa posição que o espírito desista de nos influenciar. Não cedermos as sugestões
recebidas. Muitas enfermidades tem origem na obsessão, como podemos perceber em nossa
casa espírita. Então devemos tratar tanto a parte material como a parte espiritual. Se não
melhorarmos a vibração e os pensamentos, a enfermidade não será curada definitivamente.
Perguntas:
(LE – 115)
1-Deus criou todos os seres iguais? Com que características?
Sim, ele criou todos os seres simples e ignorantes, sem conhecimento.
2-Qual a base para que cada um de nós sejamos conduzidos a perfeição? O que
encontramos com ela?
Pelo conhecimento da verdade. Encontraremos a felicidade eterna e sem pertubações.
3-Porque alguns espíritos chegam mais prontamente ao seu destino e outros não?
Porque uns aceitam suas provas com submissão, e outros não conseguem fazer sem
lamentações.
(LE – 115-a)
4-O que devemos fazer para evoluir mais rapidamente?
Aceitarmos que somos espíritos eternos, e sermos dóceis, para mudarmos os velhos
hábitos, com o ensinamento de Jesus.
(LE – 116)
5-Deus é justo com todos por igual?
Sim, todos temos as mesmas oportunidades de evolução, uns chegam mais rápido,
outros demoram mais.
(LE – 117)
6-Porque devemos aceitar o sofrimento como crescimento e não castigo?
Porque melhor, segundo nossa aceitação.
(LE – 118)
7-O que a verdade consoladora de Deus, nos ensina?
Que que a pessoa cedera e vai melhorar.
(LE – 122)
8-Como se desenvolve o livre-arbitrio?
A medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo, pois Deus nos criou
ignorantes, para por nos mesmo escolhermos o caminho que seguiremos, bom ou ruim.
Ninguém precisa passar pelo mal para ser bom.
(LE – 122 b)
9-O que devemos fazer para não nos deixar influenciar por espíritos obsediadores?
Devemos ter domínio sobre nos mesmo, ate o espírito desistir te tentar nos influenciar. Ter
nossa vontade própria e não aceitar sugestões alheias. Devemos melhorar nossos
pensamentos e vibrações.
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114 a 122 Progressão dos Espíritos