FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Título: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE LETRAMENTO Autor Rosana Aparecida Vieira Borgo Disciplina/Área Educação Especial Escola de Implementação Colégio Estadual Wolff Klabin, Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissionalizante. Município Telêmaco Borba Núcleo Regional de Educação Telêmaco Borba Professor Orientador Marivete Bassetto de Quadros Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte Pioneiro – Campus de Jacarezinho – UENP/CCHE/CJ Relação Interdisciplinar Todas as disciplinas curriculares da Educação Básica do Ensino Fundamental Resumo Partindo dos índices do INAF, que mostram que os sujeitos, os quais são considerados analfabetos funcionais, ou seja, lêem e escrevem, mas não compreendem, não fazem análise implícita num enunciado, aparecem em percentual elevado. Fazse necessário, portanto, possibilitar aos mesmos, práticas pedagógicas que os aproximem das relações do cotidiano de linguagem, aqui postulado como letramento, numa proposta a partir do gênero textual: histórias em quadrinhos para alunos de Ensino Regular. Palavras-chave Analfabetos funcionais. Letramento. Histórias em Quadrinhos. Formato do Material Didático Unidade Didática Público Alvo Alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ ROSANA APARECIDA VIEIRA BORGO HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE LETRAMENTO TELÊMACO BORBA 2012 ROSANA APARECIDA VIEIRA BORGO HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE LETRAMENTO Produção de Unidade Didática apresentada à Secretaria de Estado da Educação do Paraná, departamento de políticas e programas Educacionais, Coordenação do PDE, para o cumprimento do segundo período do plano Integrado de Formação continuada. Orientação: Me. Marivete Bassetto de Quadros (UENP/CJ) TELÊMACO BORBA 2012 IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Título: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DE LETRAMENTO Autor: Rosana Aparecida Vieira Borgo Disciplina/Área: Educação Especial Escola de Implementação: Colégio Estadual Wolff Klabin, Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissionalizante Município: Telêmaco Borba Núcleo Regional de Educação: Telêmaco Borba Professor Orientador: Marivete Bassetto de Quadros Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Norte Pioneiro – Campus de Jacarezinho – UENP/CCHE/CJ SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO.....................................................................................................5 2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................6 3 PERSPECTIVAS ADOTADAS................................................................................11 4 CONTEÚDO DA UNIDADE DIDÁTICA..................................................................12 5 ESTRUTURA DAS AULAS....................................................................................12 6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES..............................................................................15 6.1 SUGESTÃO - 01..................................................................................................15 6.2 SUGESTÃO - 02..................................................................................................26 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................34 8 REFERÊNCIAS.......................................................................................................35 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE GOVERNO DO ESTADO 1 APRESENTAÇÃO Pesquisas referentes às condições de letramento da população brasileira sinalizam a necessidade de um repensar em práticas pedagógicas. Dados, como os apresentados pelo Instituto Paulo Montenegro – INAF (2009), que evidenciaram em sua última pesquisa que 54% dos brasileiros entre 15 a 64 anos demonstram analfabetismo funcional e 46% alfabetizados funcionalmente. Sendo que 10% destes sujeitos podem ser considerados analfabetos absolutos, não conseguindo decodificar palavras ou frases simples, mesmo tendo completado os primeiros quatro anos do Ensino fundamental. Dessa forma, esta unidade didática busca promover aos alunos a apropriação da leitura e escrita a partir de práticas de letramento, com intervenção pedagógica, utilizando como proposta o gênero textual histórias em quadrinhos, o que poderá, ao longo de intenso trabalho, modificar o perfil dos brasileiros em relação aos dados encontrados. No contexto educacional, os alunos com dificuldades em ler e escrever é fato, porém, percebe-se que não são apenas os alunos com necessidades educativas especiais – NEEs, os alunos inclusos, que apresentam tais inadequações, os demais alunos também na sua grande maioria não se apropriaram do processo, assim, possibilitar a todos estratégias a partir de gênero textual vem contribuir para uma melhoria na leitura e escrita. É importante ressaltar o papel do professor nesse processo, considerando que é ele quem deverá mediar o processo a partir de práticas significativas de letramento, afim de, minimizar os problemas de analfabetismo funcional e absoluto, no contexto escolar no qual se insere. Na escola, local em que sujeitos compartilham saber, o olhar do professor frente às dificuldades dos seus alunos deve ir além de um olhar apenas de impossibilidades, rótulos, mais sim, de viabilizações a partir de trocas entre os sujeitos, num processo de interação via linguagem, partindo de uma concepção 6 histórico cultural que privilegia a relação de diálogo entre o eu e o outro, observado nos diversos enunciados determinados nas práticas sociais nos mais variados contextos. 2 REFERENCIAL TEÓRICO No contexto escolar, local de trocas de saberes viabilizados via linguagem, numa rede de relações estabelecidas, como afirma Resende (2009), a educação só pode ser realmente compreendida numa restrita relação de dependência com a estrutura social mais ampla, pois o conhecimento é construído numa relação dialética entre sujeito e objeto, isto é, entre o sujeito e o seu meio sócio- histórico e cultural. Uma proposta inclusiva de educação, que enfatiza o processo de interação entre os sujeitos como fundamental, ou seja, numa perspectiva de interação social, vem possibilitar aos educandos inclusos no ensino regular um desenvolvimento intelectual efetivo, considerando que as trocas de experiências coletivas construirão na incorporação de outras vozes a construção de si e dos outros. Nos valemos de Bakhtin (1997, p.314) para melhor compreender tal posicionamento: [...] nossos enunciados [...] estão repletos de palavras dos outros, caracterizadas, em graus variáveis, pela alteridade ou pela assimilação, caracterizadas também em graus variáveis, por um emprego consciente e decalcado. As palavras dos outros introduzem sua própria expressividade, seu tom valorativo, que assimilamos, reestruturamos e modificamos. A valorização do coletivo e a troca de experiências, oportuniza a convivência entre os pares, fazendo a integração na construção dos saberes partilhados em sala de aula. Porém, o papel do outro nessa relação é essencial, no caso da sala de aula, o papel do educador, é fundamental na mediação desse processo. Segundo Vigotsky (2010) ao apropriar-se da linguagem como mediadora das relações sociais, caberá ao educador fazer a mediação entre o conhecimento historicamente adquirido e os educandos, com práticas que proporcionem trocas de experiências em atividades interativas, afim de possibilitar a construção de 7 significados em uma aprendizagem efetiva. De acordo com Pântano (2009), a linguagem falada e escrita é exclusiva do ser humano e serve para expressar o conhecimento, as sensações e os sentimentos. Para tanto, faz-se necessário que haja compreensão da mensagem numa relação dialógica, expressando os pensamentos através da inferência de ideias. Nesse sentido, ensinar deixa de ser uma simples ação do educador e passa a ser uma ação de vínculos coletivos, o que nos remete a pensar como as práticas de leitura e escrita vêm sendo postas no contexto escolar, visto que, no momento social atual, atividades mecanizadas não possibilitam aos sujeitos apropriarem-se de forma efetiva dessas práticas. Procedimentos realizados pela escola no aprendizado da leitura e escrita necessitam ser repensados, considerando que, para que um educando se aproprie da leitura e escrita, novas ações devem ser colocadas em prática. Pois, de acordo com pesquisas referentes às condições de letramento da população brasileira, como as citadas anteriormente nos dados do INAF, observa-se que, na realidade, não se verifica que os sujeitos estão tendo acesso à práticas que garantem tal aprendizado. Inaf - evolução do indicador Esta tabela demonstra a pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa. O INAF avalia por meio de uma prova as habilidades de leitura, escrita e matemática da população de 15 a 64 anos. Os resultados são distribuídos em analfabeto e alfabetismo rudimentar, básico e pleno. São considerados analfabetos funcionais aqueles sujeitos que ficam nesses dois primeiros níveis. Analisando os índices acima, houve uma evolução no nível de analfabetos, mas uma estagnação nos alfabetizados plenos. 8 Segundo a pesquisa da Assessoria de Imprensa da Universidade Federal de Campina Grande (2012), nas redações do ENEM é comum ver, não só erros de ortografia, como também de concordância, crase, acentuação, uso do hífen e muitas outras regras gramaticais. Então observa-se que não houve apropriação da ortografia na educação básica. A classificação das alterações ortográficas segundo Zorzi (1998) auxilia a separar as categorias dos erros ortográficos: representações múltiplas; omissões de letras; junção ou separação indevida de palavras; confusão entre terminações am e ão; generalização de regras; substituição em letras que representam fonemas surdos e sonoros; acréscimo de letras; confusão entre letras parecidas; inversão de letras e outras alterações. Foram constatados os erros de ortografia acima citados por Zorzi (1998), nas redações dos vestibulares e nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Segundo a UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), podemos exemplificar alguns erros produzidos nas palavras a seguir: omissão de letras advinhar (correto: adivinhar), representações múltiplas - ascenção (correto: ascensão), junção indevida de palavras - benvindo (correto: bem-vindo), acréscimo de letras - mendingo (correto: mendigo). Essa pesquisa nos alerta para a forma de apropriação do sistema ortográfico no contexto escolar, e assim, nos leva a estruturar as intervenções necessárias. Embora alguns erros façam parte do processo de apropriação da linguagem escrita, em relação às fases da escrita, durante o processo deve ser possibilitado aos sujeitos o levantamento de hipótese da relação fonema/ grafema, ou seja, que um som pode ter mais de uma forma de representação gráfica, porém, cabe ao professor mediador promover práticas para tais apropriações. CAGLIARI (2009, p.148) cita que, o objetivo da escrita é a leitura, mas quem vai escrever só é capaz de fazê-lo se souber ler o que escreve. Portanto, a leitura é uma habilidade que precede a própria escrita. É fato que, quanto mais o sujeito lê, melhor escreve e consequentemente, se coloca num lugar social que lhe dá condições de lutar por seus direitos de cidadão, ou seja, tem condições de inserir-se nos diversos contextos. Uma prática pedagógica que privilegia ao educando apropriar-se do conhecimento, em contra partida possibilita a não evasão escolar e reduz o índice de repetência. Gagliari (2009) acredita que, a escola deveria considerar a leitura 9 como prioridade no processo de alfabetização, pois possibilitaria ao educando o bom rendimento nas diversas outras matérias existentes no currículo. O conceito de alfabetizado que equivalia à leitura mecânica, somente decodificação de palavras e frases, não promove ao sujeito condições de leitura e escrita e assim, acaba por enquadrar no conceito de analfabeto funcional. O que desejamos da escola é que se promovam práticas de letramento fundamentais para a inserção social do sujeito. Ressaltamos que um desafio deve ser superado pelo educador, que é de alfabetizar letrando, possibilitando a habilidade de leitura e escrita que determinam a sua prática social. Porém, no contexto escolar, nos deparamos nos dias atuais com o processo inclusivo, ou seja, educandos com diferentes níveis de dificuldades/ deficiências (mental, sensorial, motora) que têm direito ao acesso de apropriação da leitura e escrita. Zorzi (2010, p. 59) salienta algumas características individuais que podem influenciar no acesso ao aprendizado da leitura e escrita dos sujeitos no contexto escolar: Variáveis individuais também podem ser assinaladas como propícias ou não para a aprendizagem da leitura e da formação de leitores. Elas correspondem às características pessoais do aluno, como é o caso, por exemplo, do interesse e da curiosidade que ele tenha por obter novas informações, do conhecimento sobre o assunto lido e das condições socioeconômicas da família. Considere-se, ainda, que as propostas pedagógicas têm um forte efeito sobre os alunos, no sentido de envolvê-los e motivá-los. Na escola, no momento atual em que a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais é fato, vem procurando adequar-se com metodologias que os aproximem cada vez mais de uma proposta heterogênea de ensino. Porém, muito ainda deve ser feito, em principal, são as quebras de paradigmas de impossibilidades desses sujeitos. Propostas de apropriação de linguagem pautadas na teoria de Bakhtin (2011), partindo de gêneros textuais, gêneros que fazem a interconexão da linguagem com a vida social do sujeito são uma sugestão. A concretude da linguagem se estabelece na vida e a vida se concretiza através da linguagem das atividades humanas. Que 10 enfatiza no contexto escolar práticas de leitura e escrita vinculadas às práticas sociais de linguagem, ou seja, que circulam na sociedade, valorizando o processo de interação na aprendizagem da língua, mediando os sujeitos no estudo dos gêneros, que se traduzem em aprender a falar e a escrever. Esta perspectiva de interação dos sujeitos nas diversas práticas sociais, possibilita produzir e compreender a constituição dos gêneros textuais nas esferas da atuação humana. Dessa forma Fiorin (2008, p. 61) apresenta: O gênero estabelece, pois, uma interconexão da linguagem com a vida social. A linguagem penetra na vida por meio dos enunciados concretos e, ao mesmo tempo, pelos enunciados a vida se introduz na linguagem. Os gêneros estão sempre vinculados a um domínio da atividade humana, refletindo suas condições específicas e suas finalidades. Conteúdo temático, estilo e organização composicional constroem o todo que constitui o enunciado, que é marcado pela especificidade de uma esfera de ação. Desta forma, foi escolhida a proposta metodológica que traz o gênero textual histórias em quadrinhos utilizando texto e imagem que facilitam a interpretação, mesmo que os alunos não tenham o domínio da leitura, este gênero torna o aprendizado atraente. Santos (2003, p.4) apresenta as vantagens da leitura e escrita através dos quadrinhos: A linguagem característica dos quadrinhos e os elementos de sua semântica, quando bem utilizados, podem ser aliados ao ensino. A união do texto e desenho consegue tornar mais claros, para a criança, conceitos que continuariam abstratos se confinados unicamente à palavra. Partindo deste pressuposto, a ideia do gênero textual histórias em quadrinhos, além de desenvolver as funções cognitivas básicas, faz com que os educandos e educadores melhorem as relações interpessoais, reduzindo as situações escolares de exclusão social. O gênero textual história em quadrinhos, segundo Carvalho (2006), proporciona o incentivo à leitura, fixa conceitos de ortografia, semântica e amplia o vocabulário. Sendo assim o educador fará as intervenções necessárias no estudo/ensino da constituição da língua. Observando as necessidades específicas dos educandos na aquisição e domínio dos componentes léxicos e gramaticais da língua, pois: 11 [...] saber falar e escrever uma língua supõe, também, saber a gramática dessa língua. Em desdobramento, supõe saber produzir e interpretar diferentes gêneros de textos. Consequentemente, é apenas no domínio do texto que as regularidades da gramática encontram inteira relevância e aplicabilidade (Antunes, 2003, p. 92). Certamente, em consonância com o contexto de interação social e com o gênero textual proposto, os educandos, após observação, análise e reflexão da língua em uso, segundo Soares (2009), constroem os conhecimentos sobre o funcionamento da linguagem, do sistema linguístico (...) selecionando aqueles conhecimentos considerados relevantes para as práticas de produção de textos de determinado gênero textual. 3 PERSPECTIVA ADOTADA A proposta de ensino/aprendizagem da leitura e da escrita estrutura-se na concepção sóciointeracionista de linguagem. Na evolução histórica do ser humano temos a linguagem como produto social, que se torna concreta na interação sóciocultural dos sujeitos. A linguagem escrita, diferente da falada, exige maior complexidade de organização mental, distribuição espacial e localização temporal para ser produzida. Tendo em vista o domínio alfabético e gramatical, consequentemente o domínio do ato de ler e escrever implica na produção textual para ser compreendida pelo outro. Partindo desse pressuposto, utilizaremos como objeto de ensino, o gênero textual histórias em quadrinhos. Este gênero textual facilita a apreensão da leitura e escrita pela mistura... não seria melhor diversidade de texto e desenho. Aproxima os educandos nos seus diversos níveis de aprendizagem, na interação e troca de experiências entre os que dominam a leitura e a escrita, com os que possuem a necessidade de aprofundar seus conhecimentos. Quanto ao papel do mediador do ensino, Zorzi (1998, p.108) pontua: Acreditamos que o educador ocupa uma posição privilegiada de mediador da interação da criança com a escrita. Para que seu papel seja efetivo, no sentido de conduzir as crianças no mundo das letras, ele necessita compreender, mais profundamente, como as crianças constroem conhecimentos. Necessita também, aprofundar seus próprios conhecimentos a respeito do que é a escrita: sua natureza, seus usos e funções. 12 Sendo assim, a mediação do educador é fundamental na formação das duplas, variando sempre os grupos de trabalhos de acordo com o domínio dos saberes de cada educando, partilhando suas dúvidas e experiências. De acordo com Zorzi (1998, p. 108), “[...] é papel fundamental do educador valorizar a produção da criança, mostrar-lhes a regras do jogo e fazê-las crer que estão conseguindo progredir. Acima de tudo, acreditar ele próprio, que as crianças progridem, apesar dos erros”. 4 CONTEÚDO DA UNIDADE DIDÁTICA Letramento através do gênero textual histórias em quadrinhos 5 ESTRUTURA DAS AULAS Na implementação do projeto será oferecida aos educandos a oportunidade de assistir filmes de histórias em quadrinhos, dramatização dos mesmos e representação de cenas do cotidiano. O educador fará a mediação apresentando o histórico e a arte sequencial dos quadrinhos (tipos de balões, recordatório, onomatopeia, linhas cinéticas, metáforas visuais, desenhos iconográficos e tipos de personagens), a leitura crítica e a interpretação de texto através de tirinhas. E com a leitura do gênero textual de histórias em quadrinhos (HQS) como Chico Bento, poderão tomar conhecimento das características regionais da fala, trabalhando a oralidade. Carvalho (2006 apud Fiorin 2006, p. 91) capta bem a valorização regional afirmando que: “Não existe o falar errado. Existe o falar diferente. A oralidade reflete as diferentes culturas às quais as pessoas pertencem e devemos ter tolerância com ela. Já a ortografia, nesta sim existe o certo e o errado, pois é uma convenção, com leis e regras”. Na exploração da criatividade, interação com os colegas e mediados pelo educador, utilizando-se do gênero textual histórias em quadrinhos, poderão treinar a ortografia através da escrita nos balões e elaboração de histórias em quadrinhos no computador com cenas do cotidiano, buscando elementos no universo do educando, e inserindo temas com conteúdos culturais, historicamente adquiridos envolvendo as áreas do conhecimento. O manuseio de diversas histórias em quadrinhos com os mesmos, na 13 observação da forma de apresentação dos quadrinhos, do trabalho de elaboração de roteiros, entre outros, será um momento que permitirá a familiarização com o gênero textual histórias em quadrinhos. Essa leitura será incentivada e acompanhada. Em um caderno, reservado para atividades de interpretação e produções textuais das Histórias em quadrinhos impressas, serão trabalhadas tirinhas explorando a noção temporal, as características físicas e psicológicas das personagens. Serão apresentados roteiros contendo os conceitos: quem, o que, quando, quantos, onde, como, entre outros, que serão trabalhados sistematicamente em todos os textos. Tendo o educador como um mediador do conhecimento, priorizaremos pela motivação e percepção do aluno quanto à importância da aquisição e ampliação do seu vocabulário e, ao trabalhar com os mesmos, atentaremos para o fato de serem contextualizados. Em algumas histórias questionaremos sobre a possibilidade de mudança do final da mesma. Recortaremos e também utilizaremos fotocópias de algumas historinhas. Após explorarmos aspectos dos itens anteriores, retiraremos o último quadro e solicitaremos que os alunos proponham um final diferente. Exemplo de atividade do Programa Toondoo: Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon 14 O registro no caderno será a garantia de mais uma fonte de consulta para o aluno, sendo utilizados os carimbos dos personagens para nomear, descrever, estruturar frases, estudar os verbos, entre outros; e as Histórias em quadrinhos impressas para explorar o significado dos balões explorando as representações de sentimentos, e porque não, como se registram as onomatopeias. Solicitaremos a elaboração de textos e partiremos para reestruturação da Língua portuguesa, explicitando no aspecto discursivo (como se fala) e como se escreve (padrão, registros nos livros, etc.), mostrando aos alunos que seu “erro” faz parte de seu processo de construção do conhecimento. ( Baseado no artigo de Mirais, 2009) Após o domínio das noções básicas da construção das Hqs serão utilizados os seguintes programas (softwares): 1- HagaQuê; 2- Toondoo; 3 – Portal Turma da Mônica (versão demonstrativa); 4- Atividades Educativas (quiz). Exemplo de atividade realizada no Programa Toondoo: Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon Cada dupla de alunos terá uma pasta eletrônica para arquivar suas produções. E poderão compartilhar com os demais colegas seus escritos, 15 escolhendo a melhor história para construção de um gibi da turma. Oportunizando aos educadores fazer a avaliação dinâmica, constante do processo ensino aprendizagem, diagnosticando as possíveis ações que efetivem o melhor aproveitamento dos educandos na construção do conhecimento. A produção de histórias em quadrinhos busca soluções inovadoras para os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem. E aqueles que carecem de metodologias significativas para que possam apropriar-se do conhecimento como leitores e produtores críticos de textos. Considerando assim, que o educando se torne um leitor autônomo e compreenda a linguagem oral e escrita como prática de construção e reconstrução social. 6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES 6.1 - Sugestões do Portal do Professor – MEC Prof. Walleska Bernardino Silva Coautora: Eliana Dias Dados da Aula O que o aluno poderá aprender com esta aula • Manusear gibis e levantar, preliminar e intuitivamente, características recorrentes no gênero história em quadrinhos; • conhecer o gênero histórias em quadrinhos: constituição e funcionamento; • conhecer os personagens que fazem sucesso nas histórias em quadrinhos infantis; • diferenciar os tipos de balão que dão voz aos personagens das histórias em quadrinhos; • compreender o significado das onomatopeias; • relacionar linguagem verbal e não verbal de modo a produzir sentido. Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno 16 Os alunos terão que: • saber minimamente que a língua comporta tipos de linguagem: a linguagem verbal (utiliza a palavra), a não verbal (não utiliza a palavra) e a mista (presença dos dois tipos anteriores); • saber que, basicamente, para contar uma história é necessário alguém para contar os fatos, personagens que participam dos fatos que, por sua vez, ocorrem em determinado lugar e num tempo. Além disso, é necessário saber o que contar; • ter noção que o som pode ser representado graficamente, por exemplo: o som da batida em uma porta de madeira é representado pela onomatopeia: “TOC, TOC”. Estratégias e recursos da aula • Atividades em duplas; • discussões coletivas; • roteiro de estudo; • sala de computação com recurso à Internet. Atividade 1 O professor iniciará a aula levando para a sala diferentes gibis e/ou quadri- nhos impressos em folhas avulsas ou inseridos no suporte de texto original, isso porque quando se fala no gênero história em quadrinhos ( HQs), ele não ocorre necessariamente apenas no gibi, pode ocorrer em revistas, jornais, dentre outros suportes. Os alunos estarão organizados em círculo para melhor manusearem as histórias. Assim, esta primeira atividade constará do primeiro contato do aluno com as HQs, isto é, uma atividade livre para aguçar o aluno quanto ao trabalho que será desen volvido. Importante: esta aula pode tranquilamente ser desenvolvida na biblioteca da escola, já que é pressuposto que neste espaço haverá material para consulta. Alguns exemplos: 17 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001438.jpg Disponível em: http://www.monica.com.br/mural/capas2010-04/08.htm Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_ouwtZ5cfu_I/Sbb6CK1GroI/AAAAAAAAFq4/VKbHKVe1es/s320/HQ-Homem+Aranha.png 18 Disponível em: http://www2.uol.com.br/cartoonshow/hqs/homemcoberta/ventolevou.jpg http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001429.jpg Disponível em:: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/tiras1.html http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001429.jpg Disponível em: http://i163.photobucket.com/albums/t295/cleber_album/extraterrestre.jpg 19 Atividade 2 Depois de manusearem livremente os gibis e demais suportes, os alunos junto com o professor levantarão características comuns nas HQs. O professor anotará as informações no quadro. Importante: neste momento, os alunos terão total liberdade para citar semelhanças entre as histórias. O esperado é que os aprendizes observem, dentre outras coisas, que as histórias em quadrinhos apresentam basicamente: • narrador, personagens, tempo, espaço e enredo (claro que esses elementos da narrativa devem ser tratados conforme nível de ensino); • quadrinhos alinhados na página sem necessariamente uma quantidade específica; • balões para as falas ou pensamentos; • palavras que representam barulhos; • textos verbais curtos; • imagens a cada quadrinho; • títulos; • nomes dos autores. Atividade 3 Depois de elencadas semelhanças, o professor então partirá para o trabalho formal do gênero. Escolherá duas histórias em quadrinhos e disponibilizará para toda turma. Essa disponibilização pode ser por meio do papel impresso ou ainda por meios digitalizados. O objetivo é que mostre ao aluno a estrutura da HQ. Esta atividade, com base em um questionário, será desenvolvida em duplas com base em duas HQs: HQ 1 20 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001435.jpg Disponível em: http://tiras-snoopy.blogspot.com/ Disponível em: http://tirinhasdogarfield.blogspot.com/ Questionário para as duas HQs: 1. Qual o título das histórias? 2. Quais os personagens que delas participam? 3. Apresentam personagens principais? 21 4. A história é apresentada em cores ou não? 5. Quantos quadrinhos compõem a narrativa? Eles são divididos igualmente nas duas histórias? 6. A leitura dos quadrinhos é da direita para a esquerda ou pode-se ler cada quadrinho na ordem que lhes interessar? 7. Existe alguma palavra que representa algum som? Se sim, qual (is)? O que representam? 8. Quantos quadrinhos, nas duas histórias, contêm palavras? E quantos não contêm? 9. Os quadrinhos que usam a palavra apresentam grandes textos? Por que vocês acham que isso acontece? 10. Se nos quadrinhos tivesse apenas textos que se utilizam de palavras, vocês acham que as HQs deixariam de ser assim chamadas? Por quê? 11. Aparece o nome do autor das HQs? 12. Qualquer pessoa pode ler esse tipo de história? 13. Há uma preferência de leitores para as HQs? Por quê? 14. Qual o assunto (enredo) das histórias? 15. Há uma preferência por um tipo de assunto? 16. Qual o local de aparecimento, em geral, das HQs? Atividade 4 Terminado o questionário, a professora dará início à sua correção enfatizando a composição estrutural, temática e estilística (gênero) das HQs: Uma história como qualquer outra no que tange à presença dos elementos da narrativa, mas que se apresenta em quadrinhos. Não existe um número específi co de quadrinhos; estes variam conforme enredo. Entretanto, sua leitura obedece a 22 uma ordem espacial e direcional: da esquerda para a direita e de cima para baixo. Há ainda o nome do autor da história e a presença indispensável de balões para re presentar a fala dos personagens ou o som. Os quadrinhos apresentam textos curtos porque, em geral, a imagem diz muito neste gênero. O tipo de linguagem varia conforme personagem e contexto situacional; por exemplo, o Cascão, da Turma da Mônica, utiliza o tipo informal de linguagem, diferente do Franjinha. Mesmo que haja variação, a preferência é por uma linguagem que se aproxima da linguagem do cotidiano e preferencialmente descarta vocábulos técnicos ou muito rebuscados. Os assuntos tratados pelas HQs não são pré-definidos, pois variam conforme desejo autoral. Atividade 5 Esta aula será desenvolvida em laboratório de informática que esteja conectado à Internet. Os alunos serão novamente organizados em duplas. O professor trabalhará com a significação dos tipos de balões e as onomatopeias. Para tanto, instruirá os alunos para acessar os links: http://www.slideshare.net/gibiteca/oficina-de-quadrinhos-presentation-667792 http://www.edukbr.com.br/artemanhas/gifs/quadrinho.gif Nestes links, os alunos encontrão os seguintes tipos de balões: pensamento, sussurro, choro, grito, diálogo ou fala, coletivo, indicador. Em seguida, o professor questionará se há alguma relação entre o tracejado de cada balão e o sentimento ou expressão que ele simboliza. Depois, os alunos visitarão o link: http://wiki.laptop.org/images/4/43/Tipos_de_bal%C3%B5es.jpge tentarão indicar a que estado de espírito da personagem o balão simboliza. 23 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001436.jpg Atividade 6 Conhecidos os tipos de balões, o professor trabalhará com as onomatopeias. Para tanto, conduzirá os alunos para o link no qual consta a imagem: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/onoma2.gif 24 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000088/0000001437.gif Os alunos terão de relacionar os sons com a grafia dos balões. Feita essa relação, o professor então dirá que as onomatopeias representam graficamente os sons. Daí conduzirá a seguinte dinâmica: Perguntará aos alunos qual escrita representaria os sons das seguintes ações: • Escovar os dentes; • Bater com a cabeça no poste; • Piscar os olhos; • Bocejar; • Etc. Posteriormente, no quadro, o professor deve anotar as onomatopeias dos alunos e discutir o que não for adequado. E a seguir em duplas construirão tirinhas utilizando as suas produções. Sugestões de leitura para o professor: Para professores: o trabalho com o gibi na sala de aula http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do? select_action=&co_obra=39103 25 SANTOS, Roberto Elisio dos. História em quadrinhos na sala de aula. In: XXVI Congresso Internacional de Ciências da Comunicação. BH/MG de 2 a 6 setembro de 2003. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/2901302/Historia-em-quadri- nhos-na-sala-de-aula Avaliação A avaliação será proposta com base nas atividades desenvolvidas nas aulas: • Identificação das características recorrentes nas HQs; • realização do questionário sobre duas HQs para estudar a constituição e funcionamento do gênero; • co-relacionamento entre balões usados nas HQs e significados convencionalmente estabelecidos; • identificação de onomatopeias com os sons que representam; • criação de uma HQs por meio do preenchimento de balões relacionando o verbal e não verbal para possibilitar sentido; • discussões em geral orientadas pelo professor e realizadas na sala acerca das HQs. 26 6.2 - Sugestão do Portal do Professor – MEC Autora: Mirian Chaves Carneiro Coautora: Sulamita Nagem Dias Lima Dados da Aula O que o aluno poderá aprender com esta aula • Respeitar a variedade linguística que caracteriza a comunidade dos falantes da Língua Portuguesa. • Expressar-se oralmente com eficácia em diferentes situações, interessando-se por ampliar seus recursos expressivos e enriquecer seu vocabulário. • Dominar o mecanismo e os recursos do sistema de representação escrita, compreendendo suas funções. • Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas de personagens (dois pontos, travessão). • Analisar características da Língua Portuguesa e marcas lingüísticas de diferentes textos, interessando-se por aprofundar seus conhecimentos sobre a língua. • Identificar o gênero textual história em quadrinhos e suas características textuais. Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno Dominar o processo da leitura. Conhecimentos básicos da escrita. Estratégias e recursos da aula As estratégias a serem utilizadas são: - aula interativa; - trabalhos em grupos; - seleção e leitura de histórias em quadrinhos; - debate. 27 DESENVOLVIMENTO 1ª Atividade: O mundo das Histórias em Quadrinhos - HQs 1) O professor entrega o texto abaixo propondo a leitura do mesmo. Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon 2) Em seguida o professor propõe uma discussão a partir das questões: a) Que texto é este? b) Quem são os personagens que aparecem nele? c) Para que serve esse texto? d) Quem são os leitores desse tipo de texto? e) Você costuma ler textos como este? f) Onde esses textos são encontrados? g) Todos os textos como este são com os mesmos personagens? h) As histórias são todas do mesmo tamanho desta? i) Como esse texto está organizado? j) O que tem nesse texto que nos permite entendê-lo? OBS: É importante enfatizar que esta pequena história em quadrinho é chamada de TIRINHA, porque possui 03 quadrinhos. 28 Outras tirinhas poderão ser encontradas nos endereços: http://www.monica.com.br/i-home.htm http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/images/tira101.gif ALGUNS ELEMENTOS DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS – HQs Quadro ou vinheta - chamados também de quadrinhos é o espaço no qual acontece uma ou mais ações. Geralmente de forma retangular ou quadrangular, funciona como moldura de um momento de ação. Tem a função de delimitar, separar, indicar o espaço entre as diferentes imagens. A disposição dos quadros na página pode facilitar ou dificultar a leitura (lembre-se que no ocidente lemos da esquerda para a di reita e isso deve ser respeitado nas HQs). Além disso, a disposição dos quadros cumpre a função de dar dinamismo às sequências. http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html Legendas: aparecem, frequentemente, em forma retangular, no alto da vinheta e têm a função de delimitar o texto que representa a ‘voz’ do narrador. "É elemento narrativo, cuja forma de apresentação é variada. Se muito extensa, pode tomar um quadrinho inteiro, embora, normalmente, seja um pequeno fragmento do discurso narrativo, podendo, por isso, ficar em pequena faixa limitada por uma linha paralela a um dos lados do quadrinho. Como nelas entra a voz quase impassível do narrador, que é um elemento externo à ação, seu conteúdo é sempre um texto com caracteres normais, o que nem sempre acontece com os balões, cujos caracteres podem variar, dependendo da situação: pode-se colocar caracteres semelhantes aos das línguas árabe, chinesa ou japonesa, por exemplo, para mostrar a fala do(s) personagem(ns) que as utilizaria(m)" http://www.filologia.org.br/revista/artigo/10%2828%2901.htm. http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2010-03-01_2010-03-31.html 29 http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2010-03-01_2010-03-31.html Balões: espaço onde aparece a fala, pensamento, etc. http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html 2ª Atividade:Tirinhas 1) O professor entrega a tirinha abaixo solicitando a leitura da mesma. Disponível em: http://www.toondoo.com/MyToondoo.toon 2) Em seguida propõe que alguns alunos “contem” a história contida nessa tirinha. 3) Após ouvir alguns alunos, o professor propõe discussão a partir da questão: o que há nesse texto que nos permitiu entender a sua mensagem? 30 4) O professor organiza a turma em duplas propondo que cada uma delas crie os balões com as falas dos personagens. OBS: É importante lembrar aos alunos a necessidade de colocar também a “fala” do narrador. 5) O professor socializa as produções das duplas, faz os comentários necessários, propõe a correção textual e organiza a exposição dos trabalhos na sala de aula. 3ª Atividade: Uma história para toda a turma 1) O professor entrega a história abaixo solicitando a leitura da mesma. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001998/0000023928.jpg http://www.monica.com.br/i-home.htm Turma da Mônica - Página Semanal 340 2) Em seguida o professor propõe uma discussão a partir das questões: a) Quem é o personagem dessa história? 31 b) Que características ele possui? c) Em sua opinião, porque ele fala desse jeito? d) Em sua opinião, esse personagem fala errado? Por quê? OBS: É importante enfatizar para os alunos que esse personagem, linguisticamente não fala errado e sim de acordo com o meio onde vive. 3) Após a discussão anterior o professor organiza a turma em grupos e entrega a cada um deles uma das orientações abaixo: 1º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um autor de livros infantis. 2º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um professor. 3º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um médico. 4º grupo: O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um jornalista. 5º grupo:O grupo deverá dizer a fala do Chico como se fosse um prefeito. 4) O professor socializa as produções dos grupos e faz os comentários necessários. 5) Para a próxima aula o professor deverá pedir aos alunos que tragam revistas em quadrinhos que podem ser recortadas. 4ª Atividade: Explorando uma revista em quadrinhos 1) O professor propõe que, coletivamente, façam um levantamento das revistas trazidas pelos alunos. 2) Em seguida solicita que cada grupo escolha uma das histórias para ser lida e trabalhada. Nesse momento o professor preenche o quadro abaixo: Nome da revista Nome da história esem quadrinhos 1. 2. colhida 32 3) Com a história escolhida, o professor propõe que o grupo a reconte em um pe queno texto em 1ª pessoa. 4) O professor socializa as produções dos grupos, faz os comentários necessários, propõe a correção textual e organiza a exposição dos trabalhos no espaço da sala. 5) O professor propõe que cada grupo faça um cartaz, recortando da história que es colheu, cada um dos elementos desse gênero textual, tais como, as onomatopeias, os diferentes tipos de balões, as legendas, as figuras cinéticas, as metáforas, etc. OBS: É importante lembrar aos grupos que é preciso dar um título ao cartaz. 6) O professor socializa as produções dos grupos, faz os comentários necessários, propõe a correção textual e organiza a exposição dos trabalhos no espaço da sala. Recursos Complementares “As Histórias em Quadrinhos constituem um gênero discursivo secundário que, para Bakhtin aparecem em circunstâncias de comunicação cultural na forma escrita e que, muitas vezes em função do enredo desenvolvido, englobam os gêneros discursivos primários correspondentes a circunstâncias de comunicação verbal espontânea. Outra característica é o fato de que, segundo Assis, os gêneros produzidos na interface oral/escrita são necessariamente secundários, como é o caso das Hqs.” http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno12-11.html COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte:Autêntica Editora.2008. FÁVERO, Leonor Lopes, ANDRADE, Maria Lúcia C. V. O. e AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita perspectiva para o ensino de língua materna. São Paulo: Cortez, 1999. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da Conversação. São Paulo: Ática, 1986. MAGALHÃES,Luciane Manera, PINTON, Juliana Clara, SILVA, Maria Diomara. As concepções do gênero história em quadrinhos nas produções escritas de crianças alfabetizandas. XIII Congresso Nacional de Filologia e Linguística, 2009. NAGY, Cynthia. Aulas que estão no Gibi. In: Nova Escola. Edição130, mar/2000. 33 VERGUEIRO, Waldomiro. A linguagem dos quadrinhos: uma “alfabetização” necessária. In: RAMA, Angela & VERGUEIRO, Waldomiro. (orgs). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. Avaliação A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas de discussão, a leitura das tirinhas e das histórias em quadrinhos, a criação dos cartazes, da história em primeira pessoa, a discussão das questões apresentadas pelo educador, somadas às intervenções dele, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. Após constatar erros ortográficos, utilizar atividades específicas para a superação das dificuldades apresentadas pelos educandos na área da escrita e leitura. Podemos utilizar o apoio dos endereços abaixo: • http://www.atividadeseducativas.com.br/index.php?id=86 – Jogos ortográficos; • http://www.toondoo.com/createToon.do - Produção de histórias em quadrinhos; • http://www.nre.seed.pr.gov.br/pontagrossa/arquivos/File/EDUCACAO_BASI CA/SALA_DE_APOIO/Atividades_de_Ortografia.pdf - Atividades de apoio a leitura e escrita; • http://educarparacrescer.abril.com.br/grafia/index.shtml - jogos ortográficos. 34 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estamos num momento postulado de contemporâneo com características marcadas por mudanças e transformações sociais que refletem direta e indiretamente no contexto escolar, pois, dizem respeito à vida social, cultural, política e econômica de uma sociedade. Nesse sentido, pensar na escola como um simples veículo de informação não vem de encontro com as mais diversas mudanças que vem ocorrendo. A escola hoje, deve ter como característica o papel de possibilitar, promover aos sujeitos condições de se apropriarem da linguagem partindo de uma concepção, não de representação individual de pensamento, mais sim, de poder estar num sistema e práticas sociais de uso, ou seja, práticas de letramento. Diante dessas transformações sociais, não se concebe nos dias atuais práticas pedagógicas que não contemplem ao sujeito apropriar-se da leitura e escrita, afim de as utilizar no cotidiano letrado no qual se insere. Desta forma o educador fará as intervenções pedagógicas utilizando-se do gênero textual histórias em quadrinhos. Buscando minimizar junto aos educandos as dificuldades na apropriação do letramento, com a inovação das práticas pedagógicas que possam incluir todos os educandos na aquisição do conhecimento da leitura e escrita. 35 8 REFERÊNCIAS ANTUNES, I. Muito além da gramática. Por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editora, 2007. Atividades de apoio a leitura e escrita. < disponível em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/pontagrossa/arquivos/File/EDUCACAO_BASICA/SALA _DE_APOIO/Atividades_de_Ortografia.pdf > 10 de novembro de 2012. Atividades Educativas < disponível em: http://www.atividadeseducativas.com.br/index.php?id=86 > acessado em 16 de novembro de 2012. BAKHTIN, Mikhail Miklailovitch. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2011. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009. CARVALHO, Djota. A Educação está no Gibi. São Paulo: Papirus, 2006. CARVALHO, Rosita Edler. Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. 3ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2010. FIORIN, José Luiz. Introdução ao Pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2008. GOES, Maria Cecília Rafael de e LAPLANE, Adriana Lia Friszman (orgs.). Políticas e Práticas de educação Inclusiva. 2ª ed. São Paulo: Autores Associados, 2007. INAF - Indicador de Alfabetismo Funcional 2011. < Disponível em: http://www.ipm.org.br/download/informe_resultados_inaf2011_versao %20final_12072012b.pdf > acessado em 16 de outubro de 2012. 36 Jogo das Palavras < disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/grafia/index.shtml > acessado em 10 de novembro de 2012. LEITE, Sérgio Antônio da Silva (org.) et al. Alfabetização e Letramento: contribuição para as práticas pedagógicas. 4ª Ed. São Paulo: Komedi, 2008. MIRAIS, Maria Stella. Produção de História em Quadrinhos (HQS) no computador como estratégia de Ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos. Artigo da implementação do Projeto de Pesquisa e Caderno Pedagógico desenvolvido para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED. Londrina, 2009. Programa Toondoo Disponível em: http://www.toondoo.com/createToon.do > acessado em 16 de novembro de 2012. PANTANO, Telma e Zorzi, Jaime Luiz. Neurociência aplicada à aprendizagem. São José dos Campos: Pulso, 2009. Portal do Professor – Espaço da aula < Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html < Acessado em: 10 agosto de 2012. RESENDE, Terezinha Cristina Campos de. Da Abóbora à Carruagem: a construção do letramento. Veredas: Revista de estudos Lingüísticos. Acesso em 18 jun. 2012. http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/artigo044.pdf http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceitozona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=3 >Acessado em: 15 de novembro de 2012. SANTOS, Roberto Elisio dos. História em quadrinhos na sala de aula. In: XXVI Congresso Internacional de Ciências da Comunicação. BH/MG de 2 a 6 setembro de 37 2003. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/2901302/Historia-em-quadri- nhos-na-sala-de-aula Software HagáQuê < Disponível em: http://pan.nied.unicamp.br/~hagaque > Acessado em: 19 de junho de 2012. SOARES, M. Português: uma proposta para o letramento. 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