República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLVII - QUINTA-FEIRA. 30 DE JULHO DE 1992 N~ 118 BRASÍLIA - DF A CAMARA DOS DEPUTADOS Convocação Extraordinária sUMÁRIo 1- ATA DA 19~ SESSÃO DA 4~ SESSÃO LEGISLA· TIVA EXTRAORDINÁRIA' DA 49~ LEGISLATURA EM 29 DE JULHO DE 1992 I - Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior 111 - Leitura do Expediente OFÍCIO N~ 31D/92 - Do Senhor Deputado Euler Ribeiro, Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, solicitando a apensação dos PL n 9S 2.873 e 2.874, de 1992 ao PL n~· 295/91. Projeto de Resolução n~ 117, de 1992 (Da Si"" Raquel Cândido) - Dispõe sobre o acompanhamento das conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito e dá outras providências. Projeto de Lei n~ 3.033, de 1992 (Do Sr. Germano Rigotto) - Prorroga o benefício fiscal instituído pela Lei n~ 8.191, de 11 de junho de 1991, no que concerne a trato·· res, colheitadeiras e demais máquinas agrícolas. Projeto de Lei n~ 3.039, de 1992 (Do Sr. Liberato Caboclo) - Dispõe sobre a realização de concursos públicos e dá outras providências. Projeto de Lei n~ 3.041, de 1992 (Do Sr. Magalhães Teixeira) - Dispõe sobre áreas remanescentes de desapropriaçõe·s. Projeto de Lei n~ 3.042, de 1992 (Do Sr. José Carlos Aleluia) - Isenta do imposto de importação os bens destinados à construção da Usina Hidrelétrica de Xingó. Projeto de Lei n~3.046, de 1992 (Do Sr. Nelson Morro) - Dispõe sobre a. contratação de serviços de energia elétrica por parte das concessionárias estaduais. Projeto de Lei n9 3.047, de 1992 (Do Sr. Nelson Morro) - Isenta do imposto sobre a renda os proventos dos aposentados e pensionistas, pagos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social. ProjetodeLein~3.049, de 1992 (Do Sr. Nelson Morro) -Dá nova redação aos arts. 76, § 29 , e 163 do Decreto-Lei nQ.661, de 21 de junho de 1945, que dispõe sobre falência e concordatas. Projeto de Lei n9 3.050, de 1992 (do Sr. Avenir Rosa) - Dispõe sobre o aproveitamento, em atividade remunerada, de pe~soas de terceira idade. Projeto de Lein~ 3.051, de 1992 (do Sr. João Henrique) - Dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de residência oficial pelo Presidente e Vice-Presidente da República e Governadores de Estado. Projeto de Lei n~ 3.052, de 1992 (da Sr~ Raquel Cândido) - Autoriza o uso de gás metano, nos veículos que especifica, define critérios de distribuição de gases para todo tipo de consumidores e dá outras providências. Projeto de Lei n~ 3.053, de lli92 (do Sr. Jackson Pereira) --;Concede desconto de 60% (sessenta por cento) nas tarifas de energia elétrica devida pelos consumidores de classe rural residentes em regiões atendidas por órgãos de desenvolvimento regional. Projeto de Lei n~ 3.054, de 1992 (do SI. Carlos Azambuja) - Torna obrigatória a inclusão de derivados da soja 17306 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) nos cardápios de merenda escolar e das instituições militares. Projeto de Lei n Q 3.055, de 1992 (do Sr. Paulo Duarte) - Concede abono emergencial ao trabalhador com remuneração igual a um salário mínimo. Projeto de Lei n9 3.056, de 1992 (da Srª Regina Gordilho) - Isenta os hospitais públicos do tributo devido no caso de importação de equipamentos hospitalares. IV - Pequeno Expediente RENATO JOHNSSON - Relatório interno do Ipea sobre a inflação brasileira. . ARNALDO FARIA DE SÁ (Pela ordem) - Consolidação da candidatura do orador à Prefeitura de São Paulo, Estado de São Paulo. DIOGO NOMURA - Portaria do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Saúde de Portugal relativa à habilitação de cirurgiões-dentistas brasileiros para exercerem a atividade de odontologia naquele país. Julho de 1992 JOSÉ GENOíNO - Falecimento do ex-Deputado Sebastião Rodrigues.de Souza Júnior. Empréstimo realizado no Uruguai para financiar a campanha do Sr. Fernando Collor à Presidência da República. JOSÉ LOURENÇO (Pela ordem) - Réplica ao pronunciamento do Deputado José Genoíno. JOSÉ GENOÍNO (Pela ordem) - Tréplica no pronunciamento do Deputado José Lourenço. MENDONÇA NETO (Pela ordem) - Críticas a pronunciamentos referentes à crise política brasileira. AGOSTINHO VALENTE - Conveniência de declaração do impeachment do Presidente Fernando Collor. EURIDES BRITO (Como Líder) - Dificuldades do Programa Nacional de Alimentação Escolar. ADROALDO STRECK - Conveniência de declaração do impeachment do Presidente Fernando Collor. PAULO RAMOS - Necessidade de punição dos envolvidos em atos de corrupção no âmbito do Governo Federal. SÉRGIO NAYA - Encontro "SOS Café", realizado em Três Pontas, Estado de Minas Gerais. NILSON GIBSON - Candidatura de Jarbas Vasconcelos à Prefeitura de Recife, Estado de Pernambuco. VICTOR FACCIONI -Editorial do jornal O Comér· do, de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, sobre a impunidade no País. ADYLSON MOTTA (Pela ordem) - Realização de debate, via satélite, entre parlamentares brasileiros e norteamericanos. PAULO DELGADO - Empréstimo realizado no Uruguai para financiar a campanha do Sr. Fernando Collor à Presidência da República. HÁROLDO LIMA (Como Líder) - Necessidade de declaração do impeachment do Presidente Fernando Collor. TILDEN SANTIAGO - Perguntas a serem respondidas na CPI do Congresso Nacional destinada a apurar denúncias de irregularidades praticadas pelo empresário Paulo César Cavalcante Farias. NELSON MARQUEZELLI (Como Líder) - Destinação dos recursos do Imposto sobre Importação de Petróleo para a execução do programa de recuperação de rodovias. HÉLIO ROSAS - Transcurso do Dia do Agricultor. ERNESTO GRADELLA - Mobilização popular para o afastamento do Sr. Fernando Collor da Presidência da República. TOURINHO DANTAS - Desempenho do Governo Fernando Collor. Desvirtuamento das finalidades da CPI que investiga as denúncias contra o empresário Paulo César Cavalcante Farias. MARIA LUIZA FONTENELE - Transcurso do 40" aniversário do Banco do Nordeste do Brasil. MUNHOZ DA ROCHA - Posicionamento do orador, contrário à criação do Estado do Iguaçu. OSVALDO BENDER - Conveniência da concessão de empréstimos rurais vinculados ao produto. GERALDO ALCKMIN FILHO - Adoção do sistema parlamentarista de governo na Venezuela. JONAS PINHEIRO - Falecimento do empresário Ariosto da Riva. LUIZ CARLOS HAULY - Falecimento do ex-Deputado Sebastião Rodrigues de Souza Júnior. JOSÉ LOURENÇO (Pela ordem) - Falecimento do ex-Deputado Sebastião Rodrigues de Souza Júnior. CLÓVIS ASSIS - Dificuldades financeiras da Associação dos Artesãos de Vitória da Conquista, Estado da Bahia. RUBENS BUENO - Necessidade da inclusão do milho tipo 4 no Programa de Garantia de Preços Mínimos. CHICO VIGILANTE (Como Líder) - Necessidade do afastamento do Sr. Fernando Collor da Presidência da República. OSVALDO MELO - Retirada da candidatura Almir Gabriel à Prefeitura Municipal de Belém, Estado elo Pará. WALDIR PIRES - Carta do orador ao Deputado Mussa Demes, Presidente da CPI da NEC do Brasil. ALCIDES MODESTO - Conveniência da declaração do impeachmentdo Presidente Fernando Collor. LOURIVAL FREITAS - Conveniência da renúncia do Presidente Fernando Collor. JARVIS GAIDZINSKI - Importância dá indústria da construção civil para a retomada do desenvolvimento nacional. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) VASCO FURLAN - Assinatura do Acordo de Princípios de Negociação entre o Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária e aSMA - Segnalamento Maríttimo Ed Aereo, de Florença, Itália. AUGUSTO CARVALHO - Falecimento do ex-Deputado Sebastião Rodrigues de Souza Júnior. Crise política do País. Minissérie "Anos Rebeldes", apresentada pela Rede Globo de Televisão. Quinta-feira 30 17307 532.;l OITO CUNHA - Reexame da Portaria n',· 1992, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, sobre alteração do Imposto Territorial Rural - ITR. PAULO DUARTE ~ Restabelecimento pelo Banco do Brasil da linha de crédito concedida aos produtores de maçã do Estado de Santa Catarina. CUNHA BUENO gente no País. Crise político-institucional vi- ELIAS MURAD - Necessidade de cumprimento do dispositivo regimental referente à proibição do tabagismo no plenário da Casa. Circular encaminhada pelo orador aos Srs. Deputados sobre o assunto. ANTÔNIO DE"JESUS - Altemção do Código Eleitoral Brasileiro. MARCELINO ROMANO MACHADO - Ameaça de fechamento do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Estado de São Paulo. FREIRE JÚNIOR - Importância do cumprimento dos compromissos firmados na ECO-92. JORGE UEQUED - Irregularidades praticadas pelo empresário Paulo César Cavalcante Farias. Queda do poder aquisitivo do salário mínimo. TARCÍSIO DELGADO - Depoimento do Sr. Cláudio Vieira na CPI que investiga as denúncias contra o em· presário Paulo César Cavalcante Farias. MAURO MIRANDA - Urgente recuperação da rodovia BR-452 no Estado de Goiás. ABELARDO LUPION - Estado de abandol10 do Instituto Agronômico do Paraná. PEDRO IRUJO - Sucateamento do setor educacional no Estado da Bahia. ALDIR CABRAL consórcios no País. Reformulação do sistema de SÓLON BORGES bos REIS - Defesa dos direitos dos aposentados pelo Pod~r Legislativo. PASCOAL NOVAES - Protesto do orador contra a política de preços adotada pela indústria farmacêutica brasileira. DÉRCIO KNOP - Apoio do orador a projeto de lei relativo à isenção do ICMS para estabelecimentos rurais com consumo mensal de eletricidade até 5üüKw/h. LUIZ HENRIQUE - Necessidade de liberação pelo Banco do Brasil de recursos para os produtores de maçã do Estado de Santa Catarina. VLADIMIR PALMEIRA - Campanha do Dr. Eduardo Manzoni à Prefeitura Municipal de Porto Nacio· nal, Estado do Tocantins. LUIZ GUSHIKEN - Empenho do Presidente do Banco do Brasil, Lafaiete Coutinho. junto ao Conselho Monetário Nacional para o refinanciamento de dívidas contraídas pelo Estado do Mato Grosso do Sul. CARLOS SCARPELINI - Dificuldades financeiras dos produtores rurais do Vale do Ivaí, Estaqo do Paraná. NESTOR DUARTE -Administração Antônio Carlos Magalhães, Estado da Bahia. UBIRATAN AGUIAR - Situação das famílias assentadas pelo Incra na Fazenda do Serrote, Município de Caridade, Estado do Ceará. PAES LANDIM - Artigo "APL reverencia A. Tito Filho", publicado no jornal O Dia, do Estado do Piauí. NEUTO DE CONTO -,- Documento elaborado pela Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente ABEMA - relativo à implementação de novo modelo de desenvolvimento da área ambiental no País. RENATO VIANNA - Cónveniência de revogação do Decreto ng 613, de 1992, sobre alteração das alíquotas do IPI. JAQUES WAGNER -Contrato firmado entre o Sindiquímica e representantes do patronato do pólo petroquímico de Camaçari, Estado da Bahia. WELLINGTON FAGUNDES - Necessidade de repasse pelo Programa Especial de Créditos para a Reforma Agrária dos recursos destinados ao Estado do Mato Grosso. JONI VARISCO - Conveniência de revogação da Portaria ng 532, de 1992, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, sobre alteração do Imposto Territorial Rural - ITR. FLÁVIO PALMIER DA VEIGA - Transcurso do 179º aniversário de fundação do Município de Macaé, Estado do ltio de Janeiro. JOÃO MENDES nacional. v- Situação da malha rodoviária Ordem do Dia Apresentação de proposições: NICIAS RIBEIRO E OUTROS, MARIA LUIZA FONTENELE E OUTROS, ADROALDO STRECK, IRANI BARBOSA. RENATO VIANNA E OUTROS, PEDRO NOVAES, CLÓVIS ASSIS, FLÁVIO PALMIER DA VEIGA, OSMÃNIü PEREIRA. PRESIDENTE (Luiz Moreira) - Cancelamentó de sessão conjunta do Congresso Nacional convocada para as 19 horas. VI - Grande Expediente PEDRO TONELLI - Importância das próximas eleições municipais. 17308 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) PRESIDENTE (Inocencio Oliveira) -Cancelamento de sessão conjunta do Congresso Nacional convocada para as 19 horas. VII - Comunicações Parlamentares EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS - Solidariedade do orador aos pequenos produtores do Estado do Tocantins. COSTA FERREIRA - Dificuldades da periferia de São Luís. Estado do Maranhão. ALCIDES MODESTO - Dificuldades dos trabalhadores rurais do Estado da Bahia. Julho de 1992 VIII - Encerramento 2 - ATOS DO PRESIDENTE a) Aposentadoria: Altair Ribeiro Dutra b) Exoneração: Ana Clara Fonseca Serejo c) Nomeação: Ana Clara Fonseca Serejo 3 - COMISSÕES - ATAS DAS COMISSÕES a) CPI - NEC do Brasil S/A, 4~ reunião, em 30-6-92. 4- MESA 5 - LÍDERES E VICE.LÍDERES 6 - COMISSÕES Ata da 19a Sessão da 4a Sessão Legislativa, Extraordinária, da 49a Legislatura, em 29 de julho de 1992 PresidênCÍa dos Srs.: Waldir Pires~ 2° Vice-Presidente: Inocêncio Oliveira~ 1° Secretário; Luiz Moreira~ 3° Suplente de Secretário; Osvaldo Bender, § 2° do artigo 18do Regimento Interno. I - ABERTURA DA SESSÃO Ofício n9 310/92-P Brasília, 22 de julho de 1992 Às 14 horas O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires)Há número regimental. Está aberta a sessão. . Sob a proteção de Deus, e em nome do Povo Brasileiro, iniciamos nossos trabalhos. O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior. 11 - LEITURA DA ATA O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ, servindo corno 29 , Secretário. procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada. O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - Passa-se à leitura do expediente. O SR. OSVALDO BENDER, servindo como 19 Secretário, procede à leitura do seguinte III - EXPEDIENTE OFÍCIO de Do Sr. Deputado Euler Ribeiro, Presidente da Comissão Social e Família, nos seguintes termos: Se~uridade A Sua Excelência o Senhor Deputado Ibsen Pinheiro DD. Presidente da Câmara dos Deputados Nesta Senhor Presidente, Por versarem matéria análoga, solicito de Vossa Excelência determinar a apensação ao Projeto de Lei n 9 295/91 de autoria do Sr. Costa Ferreira, que "institui passe livr~ para pessoas portadoras de deficiência física ou mental no sist:ma de transporte coletivo interestadual", dos segui~tes projetos: - Projeto de Lei n9 2.873/92, do Sr. Mendonça Neto, que "concede transporte gratuito às pessoas portadoras de deficiência"; e - Projeto de Lei n 9 2.874/92, do Sr. Mendonça Neto, que "concede transporte gratuito às pessoas portadoras de deficiência física, sensorial e mental e dá outras providências". Atenciosamente, - DeputadoEuler Ribeiro,Presidente. Defiro a apensação dos Projetos de Lei n9' 2.873/92 e 2.874/92 ao PL n 9 295, de 1991. Em 29-7-92. - Ibsen Pinheiro, Presidente. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 117, DE 1992 (Da Sra. R::.quel CândIdo) Dispõe sobre o acompanhamento das conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito e dá outras providências. (A Comissão de Constituição e Justiça e de Redação e à Mesa.) A Câmara dos Deputados resolve: Art. 1.0 É criada uma Comissão, de caráter permanente composta por cinco Deputados com a finalidade de acompanhar as conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito perante o poder Judiciário o Ministério Público ou órgãos da administraçã~ pública, direta, indireta ou fundacional. Art. 2.° Os membros da Comissão s~rão livremente indicados pelo Presidente da Camara dos Deputados juntamente com o respectivo suplente, para um ~andato de dois anos, permitida a recondução. § 1.0 Dentre os membros indicados, um pertencerá obrigatoriamente à Procuradoria Parlamentar. § 2.0 A designáção para integrar esta Comissão não implicará em acumulação, regimentalmente vedada, para pertencer a outra Comissão da Câmara dos Deputados. Art. 3.° A Comissão pern.!anente, a. que se refere o art. 1.0 desta Resoluçao, devera apresentar mensalmente relatório de suas atividades ~o Pr~ sidente da Câmara dos Deputados, que sera publlcado no Diário do Congresso Nacional. Art. 4.° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5.0 Revogam-se as disposições em contrário. Justificação As Comissões Parlamentares de Inquérito têm a fama (aliás injusta) de não chegar a resultado algum. Muito se apura, muito se discute, mas pouco se resolve. Infelizmente, grande parte dessa concepção errônea dos 'resultados de uma CPI cabe a nós mesmos, parlamentares. É que a CPI chega a resultados conCl~etos, remetendo cópia dos autos e da documentação nele existente para que a polícia judiciária, o Ministério Público ou órgãos do Poder Executivo tomem as providências necessárias. Muitas vezes esses documentos se perdem, em meio à burocracia ou devido à sobrecarga dos trabalhos de cada um desses segmentos. Se não houver um acompanhamento eficaz, de nossa parte, muito pouco efetivamente aparecerá como resultado dos trabalhos de uma CPI. Assim foi com a recente CPI da Câmara que estudoup'roblemas rela.cionados com o narcotráfico. Houve desacato à Comissão; documentos relevantes, indicando ilícitos penais, foram recolhidos; depoimentos pr,estados levaram à conclusão de atividades criminosas. Tudo foi apurado pela CPI. Mas a execução dos resultados, infelizmente, nem sempre depende da Casa Legislativa. No mais das vezes, tornase necessário r,emeter os autos ao Ministério Pú- Quinta-feira 30 17309 blico ou a órgãos da Administração Pública para que providências, urgentes e enérgicas, sejam tomadas. A eficácia dos resultados de uma CPI dependerá, substancialmente, dessa Comissão de acompanhamento. Espero contar com o apoio de todos os nobres pares para que esta proposição, enriquecida durante sua tramitação possa ser instrumento adequado da atuação legislativa. Sala das Sessões, 15 de julho de 1992. tada Raquel Cândido. Depu- PROJETO DE LEI NQ 3.033, DE 1992 (Do Sr. Germano Rigotto) Prorroga o benefício fiscal instituído pela Lei n Q 8.191, de 11 de junho de 1991, no que concerne a tratores, colheitadeiras e demais máquinas agrícolas. (Às Comissões de Economia, Indústria e Comércio; de Agricultura e política Rural; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Redação (art. 54) _ art. 24. II.) o Congresso Nacional decreta: Art. iA Fica prorrogada até 31 de dezembro de 1999 a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, incidente sobre tratores. colheitadeiras e demais máquinas e implementos agrícolas assegurada a manutenção e utilização dos créditos relativos aos insumos empregados na industrialização destes bens. Art. 2 A Com vistas ao cumprimento da Lei de Diretrizes Orçamentárias. o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional projeto de lei especificando o montante da renúncia fiscal decorrente das isenções previstas nesta lei. bem como as despesas que serão automaticamente anuladas. Art. 3 A Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Just if i cação Em boa hora a Lei nA 8.191/91 trouxe o apoio que se fazia necessário para a modernização do parque industrial do País, notadamente no que se refere à mecanização agrícola. Com o término do benefício em 31 de março de 1993. será interrompido o processo de reestruturação da economia nacional, que vem sendo construído através desses incentivos e que, conforme relatos governamentais. já se traduz em resultados concretos. de que é exemplo o aumento da safra agrícola no biênio 91/92. 17310 Quinta-feira 30 - _. . DIÁRJO pO CQNGRESSO NACIONAL (Seção I) o incluso anteprojeto de lei, ao par de dar continuidade ao Programa de Reconstrução Nacional visando a integração da economia brasileira no mercado mundial, busca permitir um acesso menos oneroso do meio rural aos m~ios necessários à modernização de suas atividades. É importante. sempre, salientarmos que medidas como estas terão seus reflexos incidentes, em última e melhor análise, nos preços dos produtos alimentares vendidos na ponta da cadeia de consumo, o que espelha seu benefício, portanto, a todo brasileiro em geral. seja direta ou indiretamente. Sala das Sessões, 30 de junho de 1992. Deputado Germano Rigotto. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS CEL LEI NQ 8.191, DE 11 DE JUNHO DE 1991 Inst;tu; ;senção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e deprec;ação acelerada para máquinas, equipamentos e dá outras providências. o Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1 2 Fica instituída isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos equipamentos. máquinas, aparelhos e instrumentos novos, inclusive aos de automação industrial e de processamento de dados. importados ou de fabricação nacional, bem como respectivos acessórios, sobressalentes e ferramentas. até 31 de março de 1993. § 1 2 O Poder Executivo. ouvida a Comissão Empresarial de Competitividade, relacionará. por decreto. os bens que farão jus ao benefício de que trata este artigo. § 2 Q São asseguradas a manutenção e a utilização do crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem. empregados na industrialização dos bens de que trata este artigo. Art. 2 2 Fica instituída a depreciação acelerada. calculada pela aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida. multiplicada por dois, sem prejuízo da depreciação normal das máquinas. equipamentos. aparelhos e instrumentos novos destinados ao uso na produção industrial, incorporados ao ativo fixo do adquirente até 31 de dezembro de 1993 e '.lt i 1 i zados :10 processo de produçãc para efeito de apuração do Imposto de Renda. Parágrafo único. A depreciação de que trata este artigo será aplicada automaticamente sobre os bens relacionados em ato do Ministério da Economia. Fazenda e Planejamento Julho de 1992 incorporados ao ativo fixo do adquirente, a partir da entrada em vigor desta lei, até 31 de dezembro de 1993. Art. 3 2 Com vistas ao cumprimento da Lei de Diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional projeto de lei especificando o montante da renúncia fiscal decorrente das isenções previstas nesta lei, bem como as despesas que serão automaticamente anuladas. Parágrafo único. Com anexo, o Poder Executivo enviará a relação dos bens abrangidos pela regra desta lei. Art. 4 2 O depósito para reinvestimento de parcela do Imposto de Renda devido pelas empresas em operação na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) ou da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) continua a ser úplicável aos empreendimentos industriais, inclusive aos de construção civil e agroindustriais. de conformidade com o disposto no art. 19 da Lei n 8.167. de 16 de janeiro de 1991. Art. 52 Os incentivos fiscais instituídos por esta lei não podem ser usufruídos cumulativamente com outros idênticos. salvo quando expressamente autorizados em lei. Art. 6 2 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 7 2 Revoga-se o art. 17 do decreto-Lei n 2 2.433. de 19 de maio de 1988. com a redação dada pelo art. 1 2 do Decreto-Lei n 2 2.451. de 29 de julho de 1988. Brasíl ia. 11 de junho de i991: 170 Q da Independência e 103 da República. FERNANDO COLLOR _ Marcflio Marques Moreira. PROJETO DE LEI NQ 3.039, DE 1992 (Do Sr. Liberato Caboclo) Dispõe sobre a real;zação de concursos públicos e dá outras prov;dênc;as. (Às Comissões de Trabalho. de Administração e Serviço Público; e de Constituição. Justiça e de Redação (art. 54) _ art. 24, I I . ) O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Q OS concursos públicos para provimento de cargos. empregos ou funções na administração pública direta. indireta ou fundacional. de qualquer dos Poderes da União. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão, obrigatoriamente. realizados por bancas compostas por docentes das universidades públicas. contratados pelo órgão que os realizar. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Julho de 1992 Quinta-feira 30 Art. 2~ A nomeação obedecerá. rigorosamente. à ordem de classificação no concurso. TÍTULO III Da Organização do Estado Art. 3~ É facultado o acompanhamento da realização dos concursos por representante do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil. CAPÍTULO VI I Da Administração Pública Parágrafo único. Na hipótese de concurso destinado ao preenchimento de cargos. empregos ou funções técnicas poderá haver o acompanhamento por parte de um representante da categoria profissional específica. Art. 4~ Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5~ contrário. Revogam-se as disposições em .Justificação Este projeto tem por objetivo resguardar os princípios da legalidade. impessoalidade. moralidade e publicidade. previstos no art. 37 da Constituição Federal. Apesar dos cuidados do legislador constituinte. o concurso público sem uma normatização adequada tem permitido uma série de atitudes escapistas. A mais freqQente é a prática de concursos com questões de múltipla escolha. com grau de dificuldade muito pequeno, de tal forma a permitir a aprovação de um grande número de candidatos. sem qualquer princípio discriminatório. Levados a uma prova oral. tais candidatos serão classificados por critérios subjetivos que nem sempre premiam, realmente, a eficácia. Quando o concurso oferece apenas provas escritas, a dificuldade da escolha permanece devido ao grande número de candidatos aprovados. privilegiando-se a mediocridade. Pelo sistema ora proposto. os docentes das universidades públicas realizarão os testes. Estes. facultativamente, serão acompanhados pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil, que darão o testemunho da lisura e da legalidade de seu processamento. Eventualmente. poderá ainda ocorrer o acompanhamento por parte da categoria profissional específica. como na hipótese de concursos para médicos. odontó10gos. professores. engenheiros etc. Espero contar com o apoio de todos os nobres pares para a transformação deste projeto em diploma legal. Sala das Sessões, 28 de julho de 1992. Deputado Liberato Caboclo. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 17311 SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União. dos Estados. do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e. também, ao seguinte: I _ os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei; II _ a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de proVas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; III _ o prazo de validade do concurso público será de até dois anos. prorrogável uma vez, por igual período; IV _ durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação. aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego. na carreira; V os cargos em comissão e as funções de confi ãnça' serão exerci dos, preferenci a 1mente. por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional. nos casos e condições previstos em lei; PROJETO DE LEI Nº 3.041, DE 1992 (Do Sr. Magalhães Teixeira) Dispõe sobre áreas desapropriações. remanescentes de (À Comissão de Constituição e Justiça e de Redação _ art. 24, lI.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1~ Nos casos de alienação, concessão ou permissão de uso de áreas remanescentes de desapropriações, será dada preferência ao desapropr' i ado . Art. 2~ Para fins do disposto no a União, Estado, Distrito Federal e rios, manterão cadasto específico remanescentes de desapropriações, art. 1~, Territóde áreas do qual DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) 17312 Quinta-feira 30 co~s~arão o nome do desapropriado, a área total remanescente e o atuól uso ou ocupação. Parágrafo único. O prazo para implantação do cadastro é de 90 (noventa) dias. a partir da vigência desta 1 ei . Art. 3 Q Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4Q contrário. Revogam-se as disposições em Justificação A presente iniciativa louva-se em dispositivo da Lei Orgânica do Município de Campinas. pioneiro na adoção desta medida. e cujos efeitos práticos fizeram-se sentir ~o bretudo em benefício das populações de ba1xa renda. pequenos proprietários. a quem a possibilidade de readquirir quinhão de sua antiga propriedade é significativa, podendo constituir a única alternativa válida para prover a subsistência do núcleo familiar, ou dispor de moradia própria. De outra parte, cumpre-nos assinalar, a medida também tem o efeito de sanear o processo de alienação de áreas remanescentes de desapropriações. que tem resultado em benefício de expeculadores, os quais adquiremnas a preços irrisórios. para revenda posterior. lucrando com a valorização decorrente das obras públicas realizadas no imóvel Esperamos. assim. contar com o apoio de nossos ilustres Pares à aprovação deste projeto. Sala da Comissão, 30 de junho de 1992. Deputado Magalhães Teixeira. PROJETO DE LEI N° 3.042, DE 1992 (Do Sr. José Carlos Aleluia) I.enta do imposto de importação os bens destinados à construção da Usina Hidrelétrica de Xingõ. (As COMISSOES DE FINANÇAS E TRIBUTAÇAo; E DE CONSTITUI E JUSTIÇA E DE REDAÇAO (ART. 54) - ART. 24, II). ~O o COngresso Nacional decreta: Art. lQ - Ficam isentos do imposto de importaç30 o. bens importados pela CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São rrancisco, destinados à construção da Usina Hidrelétrica de Xin g6. Art. 2g --O disposto no artigo anterior produzirá efeitos em relaçAo às guias de importaçAo que forem emitidas até 31 de dezembro de 1994. Art. 3Q - Em cumprimento ao disposto da Lei nO 8.074, de 31 de julho de 1990 (Lei de no art. 5~ Diretrize~ Orç~ mentirias), o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional pr2 jeto de lei que indique o montante da renúncia fiscal decorr~~~e da iaençlo prevista nesta lei, ~m como as despesas que serão automaticamente anuladas. Julho de 1992 Art .. 40 - Ésta lei 'entr'e em vigor na du~.J.:J~ pul!caçllo. Art. 50 - Revogam-se as disposições em contrário. JUS'l':lFICAÇlío A Usina Hidrelétrica de Xingó, no Rio São Francis co, entre oa Estados de Alagoas e Sergipe, é o maior projeto de geraç30 do Sistema CHESF - Companhia Hidra Eletrica rlo Sao Fra~ ci.co. A produç~o prevista é de 18,4 bilhões de h~h, na pro .ra etapa, representando 25% do pot~ncial hidrelétrico do Nordeste. Decidida a construç!o da Usina em março de 1982, • primeira unidade geradora deveria entrar em funcionamento em junho de 1989. Face à recess30 econômica e a dificuldarles fina~ ceiras, @stabeleceu-se novo cronograma de construção, rreve~ do-se a geração comercial de energia para o segundo semestre de 1992. Novamente, dificuldades financelras forçaram a paralização das obras civis, ocorrida em outubro de 1989. Em junho de 1990, foram relniciadas as obras da Usina, prevendo-se que a primeira unidade geradora entrarà em operaç~o em agosto de 1994. O atual cronograma de construção prevê o iníclo da montagem dos equipamentos eletromecànlcos para julho de 1992, iniciando-se· a geração de energia em 1994. Os equipamentos princlpais para a usina, compo~ tos de turbinas, geradores, material de proteção e con~role e trafos, foram adquiridos desde 1982 a empresas nacionais e al~ .a~a, compondo acordo internacional promovido pelo Governo Fed~ ral, com financiam~nto de bancos alemAes para os equipamentos oriundos da Alemanha. Quando das aquisições dos equlpamentos, foi ta~ bém celebrado Acordo de Participaç~o com a industria nacional, homologado pela CACEX, capacitando B 1':HE5F, se:',?undo a lO:>QlS1nç5io viqente, a receber incentivos EisC8is para as aqulslçó~~ obi~to do acordo. No que se refere ao Imposto de Importaç~o, a C!!ESF gozou de isençllo até 12 de abril de 1990, para todos os equipamentos destinados à UHE de xingó, com base no item 5, da letra F, inciso IV, do Art. 2~ do Decreto-t~i N~ 1.720, de 07/12/79, tendo sido, assim, importados diversos equipamento~. Todavia, em virtude das sucessivas dilataçOes do cronograma da obra e do longo período de fabricaç30, não foram ealtidas as Guias de Importaç~o para todos os equipamentos a s~ r_ importados. Boje, com a vig~ncia da Lei No 8.032, de 12/04/90, quando se faz necessária a emisslo das Guias de Importaçãc para O re~tante dos equipamentos a importar, depara-se a CHESF com a incidência do Imposto de lmportaç~o, onerando o calendário de d~ .embolso de recursos para a obra em um montante de OM 75,2 ml lhO<:s, equivalente a Cr$ 75,9 bilhões em 09/03/92.• A c:c:td:'m-ça do Imposto de Importação no ca.so, ainda . .ia no montante previsto, constitui um verdadeiro absurdo. sao recursos subtraídos de uma estatal que atua em reqi~o carente, de .etor da economia com limitadas disponibilidades financeiras ., portanto, substancialmente complementado por capitais do T~ .ouro Nacional, alocados no Orçamento da União. S~O recursos que gode~ contribuir para evitar novos atrasos na programaçAo das obra. da Usina. A incidência do Imposto de Importação sobre os equipamentos da Usina, isentos na época de sua aquisição, acarr~ tará-a necessidade de maiores recursos do ~esouso Nacional para financiamento da obra. Urge corrigir essa situaçao. Nesse sentido, tenho a honra de apresentar Proj~ to de Lei isentando do imposto de importaçao as importanções a ••rem feitas pela CHESF, de equipamentos de origem estrangeira de.tinados à Usina Hidrelétrica de Xingó. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Jqlhode 1992 A p:u};;o<J_ta de dC1"s( nera..;40 dG lr.'P0,:;to ·~.-:3e nos seguintes pontos: a) trata-se da costrução ~. de suma importância parü o abaste~iwp.nto d~ e~erqi~ funddrne~ de urrd us.i ~lêtricü das re910~s ~orte e Nordeste; b) trata-se de obra prioritária do governo d~' Presidente Fernando Çollor; c) as obras da Usina f2 ram inter ompidas ou adiadas mais de uma vez por dificuldades financeira ; d) mais um atraso na data atualmente estahelecida para a ope~açao da usina de agosto/94. elevará substançial mente a pos:sibilidade de raclonanlento de energia no nordeste; e) a construçao da Usina é de responsabilidad~ de uma empresa estatal, e conta com parcela significativa de recursos orçame~ tários da Uni!o; f) insere-se na política de reduçAo dos de5~ quilíbrios sócio-econômicos observados entre as regiões do ~ LS. À vista do exposto, solicito o apoio dos nobres Membros do Congresso Nacional para a aprovaçAo da medida ora proposta, qu~ se reveste de grande importância para as regiôes Norte e Norde~te. 0(,' 0, ~ Sala das Sessões, em ~ '\:l . 1- Uf../ Quinta-feira 30 VII - f0rta J 2cünento do invf·stimento ;>úblico federal, !;m particu!ar os "oltndos pdra a fiT€'ll social e para d infra·estrntura BeJ.c{jmica. básica, acompanhado de r~dução dos f.;Ust05 llIlitá· rios das metas. DECRETO·LEI N~ 1.721l. DE2!l DE NOVEMBRO DE 1979 Prorrop .tê 31 de dezembro de 1981 o prazo d. ísenclo conced,dll , c., ~Io Decreto·lei n? 569/69 .~ empresas $idprUrKJ' O Presidente da Republica. no uso d. atribuiC;Ao Que lhe confere o artiKo 55, Item I I. da Conatituiçlo. dee:reta: Art. 1~ Fica prorrogado .~ 31 de dl!,l,embro de 1981 o prazo previsto no tlrtigo l° do Decreto·lei D.~ 569. de 7 de maio de 1969. alterado pelo Decreto-lei n! 1 356. de 6 de novembro de 1174. qlUl concede iMnl;;Ao netala empree~:5siderúr~("... Art. r E,te Decreto·lel entra em vilar na datA de !lua plJblicaçAo. revoK'adu u disposl' c;6ea em contrário. , ..................................... - DECRETO-LEI W 569 MAIO DE 1969 . PE 7 DE Concede isenção fiscal a e1llpie~aS SI·· derúrgicas e dá outras pror!dcllcias, ~dO JOSÉ CARLOS ALELUIA t/ o Presidente da República, no uw das atribuições que lhe conf.!:·e ú lJarágrafo l° do artigo 2° do Ato 1ns:ltucional na 5, de 13 de r:::zê'mbr,) "LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA pl:U COORDENAÇAo DE ESTÚbos LEGISLATIvos· Ceu, LEI N~ de 1968; 8.074, DE 31 DE JULHO DE 1990 Dísp6e sobre as diretrius orçament41í· rias para o .no df1' 1991 e dlt outr.s providéncias. O PRESIDENTE DA REPUBLICA. faço saber que o Con/P'esso 1I!acional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Disposiçlo Preliminar Art. 1~ Em cumprimento ao disposto nos arts. 51, inciso IV, 52, inciso XIII. 99, § I? 127. § 3?, 165, § 2?, e 169, da Constituição Federal, esta lei fixa as diretrizes orçamentarias da Unilo para o exercicio financeir9 de 1991. compreendendo: I - metas e ,prioridades' da administração publica fede· ral; CAPlTULO 11 Das Direl.rizes para o Orçamento da União Seçlo I Das Diretrizes Gerais Art, 3~ No projeto de lei orçamentària. as receitas e as despesas serão orçadas segundo os preços vigentes em maio de 1990. ............................................................. - -. Art. S!' A lei orçamentária observará, na estima.tiva da receita e na fixação da despesa. os efeitos econômicos decorrentes da açio governamental orientada pelos seguintes principios bá· aicos: I 11 redução da participação do Estado na economia; modernização e racionalização da administração pu· bliea; 111 alienação de entidades públicas federais que não de· sempenham atribuições que a Constituição Federal estabelece como de competência da União; IV extinção ou dissolução de órgãos e entidades da Unilo; V alienação de imóveis, bem como de outros bens e direitos integrantes do ativo permanente de órgãos e entidades: VI - descentralização. de ações governamentais para os Estados. Distrito Federal e Municipios, inclusive com transferencia de recursos patrimo,niais. financeiros e humanos; 17313 Considerando a necessidade Je proporcionar à indústria siderÚff,\lcU 111:.donal condições de autofmanciumcnto para sua expansão; Considerando a inconveme:I:';a Ol: que essas condições sejam prCtp:cjad", exclusivamente por aumento de preços de venda, decreta: Art. 19 • Ficam Isentos, pelo pcrlOQO de trInta <3D) meses, do pagamento do impôsto de importação as matêna" prlIftas. materiaIS de consumo tq:lIP:lmentos e peças sobressalentes destin.\dos ao funcionamento, mOdc;"n:zaçao Dli ampliação das empresas SiderúrgICas produtoras ou lammadorlls Ó .. aço claSSificadas como tais 01'10 Grupo Executivo da Industrla M~ta!i.lrgl .:a <GEIMET) do Ministéri:> ::ta IndustrIa e do Comércio. Parágra10 único. As import~çoes de carvão. coque, combustivelS ll':!uldo" ~ ~asosos e lUbrificantes, contllmars,o " ser regUladas pela Comissão do Plano do Carvao NaciOnal e pelO ':;onsem" Sacional d·) Petróleo na forma d:t L~). Art. 29 A aplicação da isenção a que se refere o artigo anterior fIca condicionada à prévia aprovaçll.~, pelo GEIMET. dos projetos industriaiS, programas ou lIStas de Imj),)rtnça" dentro das diretTlzes traçad:,,· pe!" Conselho Consultivo da Ind'i:;lria SIderúrgIca <CONSIDERJ. Parágrafo único. As lmpvnaçoe.:l aprovadas pelo GEIME:!' estão s~Jeltlls ao exame do cumprimento das nor_ mas relativas à existência 'ie sinulal nacional a cargo da Canell';} ,l~ Comérc4:> Exterior do Banco do Brasil S. A. (CACEX). Art. 39 :tste DeCI"eto_Iei entrará em vigor na data de sua pul;licaça,; 17314 Quinta\.feira 30 DECRETO-LEI N9 1.356 lIOVDlBRO DE DI: 6 DI: 1974 Alt1era o Decreto-lei número 569, tU 7 de maio de 1969, que concede isenção tiSca! a empresas sideTllrgica3 e dá outras provitUncias. O Presidente da. República, no mo da atribuiçáo que IM contere o artigo 55, item 11, da Constituí- ção, DECRETA Art. 19 Os artigos 19 e 29, do Decreto-Iei número 569, de 7 de maio de 1969, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 19 Ficam isentos, até 31 de dezembro de 1979, do pagamento do imposto de importação as matérias primas, materiais de consumo, equipamentos e peças sobressalentes destinados ao funcionamento, modernização ou ampliação das empresas siderúrgicas produtoras ou laminadoras de aÇo classificadas como tais pelo Conselho de Desenvolvimen t.() .,ndustrial (CDI> do Ministério da Indústria e do Comércio. Parágrafo único. A!; importações de carvão, coque, combustlveis liquidos e gasosos e lubr1flcantes, continuarão a ser regu adas pelo Conselho Nacional do Petróleo,. na forma da Jei. Art. 29 A aplicação da isençll.o a que se refere o artigo anterior fica condicionada à prévia aprovação, pelo CDI, dos projetos industriais, programas ou listas de importação, dentro das diretrizes traçadas pejo ConeJho de NãoFerrosos e de Siderurgia . (CONSIDER) . Parágrafo único. As importaÇões aprovada pelo CDI estão sujeitas ao exame do cumprimento das normas reJativas à existência. de similar nacional a cargo da. Carteira. de Comércio Exterior elo Banco Brasil S.A. (CACEXJ. Art. 29 Este Decreto-leI entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposiçõe em contràrio. BrasUia, 6 de novembro de 1974; 1539 da Independência e 869 da. República. ERNEsTO GEISEL Mario Henrique Simonsoen Severo Fagunàes Gomes . . . . . . . . . . . . . ", Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) t - -- • • - ., ., , PROJETO DE LEI Nº 3.046, DE 1992 (Do Sr. Nelson Morro) Dispõe sobre a contratação de serviços de energIa elétrica por parte das concessionárias estaduais. (Às Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Minas e Energia: e de Constituição e Justiça e de Redação (art. 54 _ art. 24, 11). o Congresso Nacional decreta: Art. 1 Q As concessionárias estaduais de energia elétrica terão assegurado o direito de celebrar contratos bilaterais com qualquer outra empresa concessionária de energia elétrica. de forma a garantir o atendimento do mercado consumidor de suas áreas de concessão. Art. 2~ Esta lei de sua publicação. Art. 3~ Revogam-se contrário. entra em vigor na data as disposições em ,",ustificação Segundo o art. 175, da Constituição, incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. o parágrafo único do mesmo artigo esclarece que a lei citada no caput disporá sobre o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; sobre o direitos dos usuários; sobre política tarifária; sobre a obrigação de manter serviço adequado. A regulamentação pedida pelo art. 175, da Constituição, faz parte do elenco de principais medidas propostas no documento "Brasil; um Projeto de Reconstrução Nacional", que prevê o envio de um projeto de lei sobre a implantação de sistema de concessões de serviços públicos, com o objetivo de atrair investimento privado para a prestação de serviços públicos e ampliar a capacidade de infra-estrutura necessária ao desenvolvimento econômico. Prevê-se, também, no caso do setor elétrico, o envio de um projeto de lei sobre a reorganização institucional do setor, visando a induzir formas de gestão que busquem ganhos de eficiência. Por outro lado, o art. 21 da Constituição, na alínea b de seu inciso XII, define como DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Julho de 1992 se~do competência da União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos. A presente iniciativa tem por objetivo fixar princípio para a atuação das concessionárias estaduais de energia elétrica, a ser observado por ocasião da apresentação dos projetos de lei acima citados. Sua redação, norteada pelo espírito de descentralização das decisões e de alargamento da participação da sociedade, através de seus órgãos representativos na exploração dos recursos naturais brasileiros, visa a dotar as concessionárias estaduais de energia elétrica de instrumento que lhes permitam maximizar o aproveitamento dos potenciais hidroe1étricos de seus Estados. conduzindo-os à auto-suficiência na produção de energia elétrica. Sala das Sessões. 2 de julho de 1992. _ Deputado Nelson Morro. CEL CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 f) os portos marítimos, fluviais e lacus- tres; XIII _ organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; TÍTULO VII Da Ordem Econômica e Financeira CAPÍTULO I Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica Art. 175. Incumbe ao Poder Público. na forma da lei. diretamente ou sob regime de sempre através de concessão ou permissão. licitação. a prestação de serviços públicos. A lei disporá sobre: I o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos. o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação. bem como as condições de cad~ cidade. fiscalização e rescisão da concessao ou permissão; os direitos dos usuários; II TÍTULO III III _ política tarifária; Da Organização do Estado ............... . 17315 e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; Parágrafo único. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS Quinta-feira 30 IV a adequado . . CAPÍTULO 11 obrigação serviço manter de Da União Art. 21. Compete à União: PROJETO DE LEI N2 3.047, DE 1992 XII _ explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: (Do Sr. Nl'JsDn MDrro) aposent~ Isenta do imposto sobre a renda os proventos doa dos e pensionistas, pagos pelo Instituto Nacional de a) os serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; (APENSE-SE AO PROJETO DE LEI N. 5.775. DE 1990). o 1Q são I dEcreta: sentos do iMPosto sobrEi' a ("~nda 05 a PtnSloni'!ttas ref~rentes; apo15~nt ... dor;à'" ~,' .... .,II':.Õt~s,· ~4:,'I·Lt::bidúb J\.J --::11:::' ii. .... :. u ~:_c;ional de proventos e a d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais. ou que transponham os limites de Estado ou Território; Congr~s~o N~clonal A,..t. do'!; 9Rguridad~ c) a navegação aérea. aeroespacial infra-estrutura aeroportuária; Seg~ ridade Social. Social Art. .t~ aposentados e (INSS>_ 22 O Poder EHeclJt 11/0 regulamentar';' \'!:'sta lei. 12. <cento e vinte) dias. contados de Art. public~çio 3Q E5ta e,prodllzlri lei entra ~eu~ efeitos em '.lIgar na data de ,!>IJi\ a part Ir do primeiro dia do exereleio financeiro sub$~qti~nte. Art. em gU~ publica~âo. 4Q. Revoganl-se as dISP051ç:Õt:~5 em contrário. 17316 11 - revisão ':,00 lm~'os'o :'errito.• ",j Rural. de forma a obter acréscimo de arrecadação efetIva cUJa parcela destinada ao Tesouro Nacional seja com;>ativel com a necessidade de financiamento de program::.s governamentais orçados e relacionados com a reforma agrriria no Pais; IH - aperfeiçoamento dos instrumentos de proteção dos créditos tributários e previdenciários. contemplando a in,tituição de foros especializados de modo que se tornem realizáveis na proporção em que são devidos; IV - instituição de nova' fontes de recursos para o financiamento da manutenção e conservação da malha rodoviária federal, constante do Plano NaCIonal de Viação; e Jl!5HFlCI\CÃO P.recl::. Me51ll10 C\!t5im ~l'.u:.' lncrl'YE'l di=endo! ne~,tc Pai:> ,€ ainda olJo;,e·coorar trlbl.ltos de; - OI.l',;1! - $Ó e <lpo~t":'ntacas pcnsionistik'!i. .. li cansellnei.,. I nacrcd i távcl que o se qUI!' possa ou o a,pos&l'ntado. "o•••• se,. -alçados" a c:atf:gD,.i~ julga,.,. pcnsion 1st ... , ... sã brasi ~.. iro5 de contríblJintcs do iMPosto de:- rlt1lda, se,. i ... perguntar-se: se podc,. 50b,..,v i vcr antes Helhor' ~Ult V - aperfeiçoamento dos demais instrumentos da legisla· ção tributária e de contribuições sociai. Parágrafo único. Os recursos eventualmente decorrentes das alterações prevbtas neste artil(o serão incorporados aos Oro çamentos da União. mediante abertura de créditos adicionais no decorrer do exercício, observada a legislação vigente. pagar qualquer coisa para o erário público. E • resposta é contundcntemente não I t,.aj~tória Pai. que,. das penSõES no econõ~ica das são prov~ntos acontf:'ce prec I so no n,olltento d~ aposentadorias ~ínIMo, Art. 47. Qualquer projeto de lei que conceda ou amplie isenção, incentivos ou beneficios de natureza tributária e financeira, que gere efeitos sobre a receita estimada para os orça· mentos de 1992, somente poderá ser aprovado caso indique, fundamentadamente, a estimativa da renuncia d(l receita qUE' acarre~ ta, bem como a. despesas, em idêntico montante, que serão anuladas. automaticamente nos orçamentos do exercicio referido, nestas incluidas. obrigatoria e proporcionalmente. as transferências e vinculações constitucionais correspondentes. vergonhosa. absolutilMC!'Ote vida di.na. UMa E 1•• 0 quer i. para dl%t" o r"sp~ctivo5 Seus Inadequados para •• i. necrsslta Br~sll poder aquisitivo: sobrcviM as enf't:r"'ldades, na que o cidadão K'1ft velhlcr, quando lhE' 9t:'ralMt:ntt: dornç:as or lundas de CAPITULO VI SUil ....... _ vida d .. trabalho • por u. • o CÚMulo, portanto. quC' se lhe5 pagu~. t~o pouco. lado" ~" alnd~ por C IM"'. se lhes venha a extor"quir. (Do Sr. Nelson Morro) Di nova redação aos artigos 76, parágrafo 29, e 163 do Acresea-5C ~ e5se lamentávt:l efeito perverso dr noss~ o passar do tEIAPO só teM ;agravado a sitUilc;ão inJustif'lcadõi\nlente ("'inda) contribuinte!>. porque si.i..:••cic.õ&••mi.v uilU.nuirH:io-ihEs U võ&ior rte.l uw: (As COMISSOES DE ECONOMIA, INDOSTRia e CoMeRCIO; E~ CON~ TITUICÃO E JUSTICA E DE REDACÃO(ART.54) - ART.24, lI) FinalMEnte. o art. 3Q de nossa proposta §g põe para que se atenda o art. 47 da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ante I.so, aprovado D~ ereto-lei n9 7.661. de 21 de junho de 1945. que dispõe s~ bre falência e concordatas·.. seus Já pobres ganhos. c.rta.ente .. PROJETO DE LEI Na 3.049, DE 1992 l •• islaçio que des••s .r!~~. ~~i~p.~s.is.õ.e.s. q,?~~i.~ _. _ llt.ral.tnte diminuir sua já diminuta remuneração, por outro. Estado veM Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 «,speraMOS Yer sober~no pelo o pr..s .. nt e' Plenár io eM (,~ de 'C.'\~ CONGRESSO NACIONAL d..or .. ta: . ProJ eto d4!'st. Casa Congressutll. Sala da5 Sessões, o Art. Jl 22 I) 1.661, de 21 de Junho de 1945, .... d.~ão: de 1992. . ~6 do Decreto Lei vlgorür com a ~e9ulnte . ." 22 § Deputado NELSON "DRRO do art. paS$~ ~ TaMbém pode ~,?r r'?cli\l\}a.da .:\ "'E'~t:t.IJi ç:io da.S·-'t:OI5""á vendlda.s .1. ,:r~dlt:o E' entregl.1es ao f"alido 60 \3eSsrnta> ,~,:;,s .;nterJoreos. ao :",eC;IJEri~.nto d~ ~~~ência. ~~ a:ntla ~~o ~l;~nado~ ~~1~ "assa ... "LEGISLAÇJ\O CITADA ANEXIU'lf\ p-t A DE ESTUDOS LEGISLATIVGS - CeCj C'::ORDE.~AÇÃO Art. 7.661, ° 2Q d .. 21 d~ J'Jnho de i 1º do art. 191:5 .. passa " ~63 do Decreto Lei VI!]or'ê\r com -. n2 '5E:glJ.i:'1t€ ....dação: LEI N? 8.211, DE 22 DE JULHO DE 1991 • Art. DispDe> sobre •• diretrizes orCJmenl.íriu par. o .no de J992 t! d. outr•• -.. provid~nd.5. ~ - - • •••••••••••••••••••••••••••••• • 12 Os criditos sujeitos ~ concordata ~e rio .onctariam«nt~ atuallzado~ de dcordo COM a v ... ta;io do indíce N~clonAl de Preços ao Consu.Idor' (INPC), ~ Q§ JIJros ser"'i\o cêllcl~1i\do5 il l.J.ma taxa de a~é i2~ (do=e por cento) ao ano. a crjt.rlo do JYIZ, tudo a partir da data do ~Jui=~ ••nto do pedido d~ concordata com ~el~ç~o às obrigaçõ~s at~ então vencida$ e, ~m reta'~o -às obrigações vincend~s, poderá o devedor optar pe- . CAPITULO V Das Disposições sobre Alterações na Legislação Tributária Art. 46. O Presidente da República encaminhará ao Con· gresso Nacional. até o dia 31 de agosto de 1991 e na forma do disposto no § I?, do art. 64 da Constituição Federal, projetos de lei contendo propostas de alteração na legislaçãO tributária, em consonância com os planos de Governo, dispondo sobre: I - adaptação da legislaçãO tributária ao processo de es· tabilização da economia; i6~. los t .. "MOS e condições <':lIJ€ antcrlOrnl€nte hOUVE- reM sido acordadas. sendo ~$§a opc;ão efica~ para ptr;odo anterior aos vencl~entos constantES das obrigacões r~~pecti ... a~. ~pllcando-5c apó~ o vencimento a regra deste ?arágraTo.· O A.. t. pub 1 j calj;io. 32 Esta lei entra eM vigor na data de sua Art .. Pf:VO~f;\1;"~<:: 4Ç? i\S contri.\rfO. d.sP':)sl(;CE'$ E"nl Jll!!TIl"ICriClíO ~ind~ oVlgor-a, na 7.661, de 1945. ,ho.,e e~ c~e di~cjplina U~ nos'Zo :'aí$p o Decr~ta :"'el ln~ticu~o§ d~ falêncIa ~ concordata. OcorrI: que r~ferído 1~9al diploma já Cll.r.e cont:.,., Mais de S' (cinqucnta) anos de vigência. não :ilais atende a co. todas ~s occess i dades do set or. O t e::t o Já DeY~mD5, portanto. ~rocurar texto sCnlpr'e atuali;:ado às nlodifical;õ~5 Olle manter o ~r@s~nt.e estão con",;.tant(t:'llen- se verificando. szja para adItQIl;\-10 às novas :-:or!llaS qUe; -::ão promulgadas, seja para veri#lcadas no cOMércio. can.tantellent~s i 1~ O jUÍL mnnduá :.í:jtu;~;~ em separa.do o rt'Querimi:lttl) e documentes que:) inStruirem e OUVIrá o (ahdo e o síndico, no OfaLO de 3 {três} dias para cada um, vaJendo co-mo COntcstaÇ~o a iflformaçãn CiU pJ,recer contrário do falido ou do sincii('v. f 2! O escrivAo avisará aos interessados, pelo órg~o oficial. Que se acha em cartório O pedido, sendo-Ihes concedido o prazo de 5 (cinco) di", para apresentarem contes· taçIo. f 3~ Havendo contestaçlo e deferidas Olô nAo as provas porventura requeridas. o juiz designará, dentro dos 20 (vinte) dtas seguintes, audlência de instruça.o e julgamenlO, que se realiL1rá com ob",rvlncia do disposto DO art. 95 e seu, parágrafo" I.~ na SCDtença podem apelar o reclamante, o falido, o sifld.co e qualquer cre· dor. ainda que nlo contestante, conu.nd~se o prazo da data da mesma Soemença. encent ra de-sat l,1;).- Str llzado ell vários ?Onto5, merecendo l.1rgentes :'l1odif'icar;õil!'s. te Quinta-feira 30 17317 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç_ão I) Julho de 1992 acompanh~r a$ mudanç~$ Apr~srnt~mos. portanto. o pres~nte ~roJeto ?ara adequa.r o O~c::r«tQ Lei nQ 7.661/45 ~~S nllJdanç:as CjI.11t temo$ detectado a nível d~ alteração de legiSlal;ão concernente ao asslJnto • •s necessidades do mercado. • , ,,- com rrdoçdo Mln1ffutada ~1i1 UI n" 6 OU, portanto r conta~ COM o apoio de nosso. Eainentes Pares do COngrQS50 Nacional. ~R ~orMa a ~proYar o presente projeto d~ lei. Esperamo~r 17 rk dnrmbro tk 1973 I S! A sentença que netar a restitujçlo, pode mandar incluir o reclamante na elas-sifacaçlo que, como credor, por direito lhe caiba. I 6? NAo havendo contestação. o juiz. ouvído o representante do Ministério pú· blico, c: se nenhuma dÚVIda houver sobre o dm~lIo do reclamante. determinará, em 48 (quareDta e oito) horas. a expedlçâo de mandado para a entrega da COisa reclamada. t 7~ despesas da reclamaçAo. quando não contestada, sAo pagas pelo reclaman~ te e, se contestada. pelo vencido, Art. 78. O pedido de rcstituiçlo suspende a disponibilidade da coisa. que serfl res· titulda em espécie, § i? Se ela tiver sido sub--rogada por outra. será esta entregue pela masr.a. t 2? Se nem a própria coisa nem 'a sub-rogada exisurem ao tempo da restituição. haverj:o reclamante o valor estimado. ou. no caso de . . enda de uma ou outra. o respec· tivo preço. O pedido de r~tituiçAo nAo autonza.. em caso algum. a repe:tlç~o de rateios distribuido5 aos credores. As I 3~ Quando diversos reclamantes houverem de ser satisfeitos em dinheiro e mIo saldo ba.l;tante para o pagamento integral. far-Soe-á rateia entre eles. I 4? O reclamante pagari à massa as despegs que a COI~ reclamada ou o seu produto tiverem ocasionado. P~OPO.OS a alteraçio de dois· artigo5 da lei de fallneia. PriMeiramente. o art. 76. que trata da r~stltuil;ão de CO~ ••• vendidas a cridito ao falido_ Atualmente. é estabelEcído ~ue o vendedor da coisa pode reclaMar a ~ua restituição sv ~ .ua entrega ocorreu 15 dias antes de declarada ~ falêncIa. EntendeMOS ZEr o ~ra=o de 15 dias extrEmament« exíguo. Propomos. portanto. a ampliaçio desse prazo ?ara 6. di ••• Este novo pr~zo d~ Mais segurança ~o ccm2rclo. garantido • restituição do bem. Entedcl'Ilos. ainda. que I!ilSO evitará ,CI'.1~ co•• rciantcs em estado pré-falimentar. adquiram ~Ens a pra:o r co. o intuito de f~audar cr~do~r~. A out~a .udan,~ ~ue p~opDm05 rtf~~E-5E à concordata. A Lei nQ 8.131/90 havia instituído a ~tuali:a,io de d~bi tos do concordatário d~ aco~do COM a variação da BTN. PorÉM r COM ... extinção da 9TN r vll!'~1f·icOl..l-'Se um ViÍCI.10 n3. legislõ1c:ão. P~opo.os. ?ortanto. a atuâll:;aç:'io d~ d íVl,das do ~oncordatár la de acordo COM a variacio do índice nacional de precos ao con~u .. idor <INPC). d~ eú~tir Art. 79. Aquele que sofrer turbaçlo ou esbulho na sua posse ou direito, por efeito da arrecadaçlo ou do seqUestro, poderá, se na" prererir usar do pedido de resutuiçao (an. 76), defender os seus bens por 1fia dó embargos de !ercruo. I I J~ 01 embargos obedecerao à forma estabelecida na lei processual ci<til. 2? Da s~nrença Que jullar os embargos. cabe dpel.lÇilo. Que pode ser Interposta pelo embargante. pelo falido, pelo síndico ou por qua..lqu~r credor. a.mda que não con. restante. TITULO VI DA VERIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS . " . ~ TITULO VIII DA LIQUIDAÇÃO . ~ %"o~gundo Da Concordata Preventiva An. 156. O d....edor pode ""';tar I declaraçlo da fal~ncia, requerendo ao juiz, que de 199.t.J -lEGlSlI\C)!O C1TAN\ ANFXAI1A P-' A COORDENAÇÃO Di: E5lUDOS LEGISLÁT1VúS· Caí:: DECRETO-LEI N? 7.661, DE 21 DE JUNHO DE 1945 L~I de Fa/enclQs, TtTULOV DO PEDIDO DE RESTITUiÇÃO E EMBARGOS DE TERCEIRO DOS An. 76. Pode ser pedida a .restituiçlo de coisa arrecadada em poder do falido quando Kja de..·ida em vinude de direito real ou de contrato. II~ A restituiçlo pode ser pedida, ainda que a coisa já tenha sido alienada pela maaa, I 2~ Também pode ser reclamada I restituiçlo das coisas .endidas I crédito e en· tresues 10 falido nos IS (quinze) dias anteriores ao requerimento da fal~ncia, se·ainda Dlo alienadas pela massa. An. 77. O pedido de restitttiçlo dew: ser cumpridamente fundamentado e iadi";· duari • coisa reclamada. . ecrla competente para decretá·la, lhe seja concedida concordata preventiva. I J! O devedor, no seu pedido. deve oferecer aos credores Quirografários. por sal.. do de seus créditos, o p"gamenlO mirumo de: I - SO'l'o (cinqüenta por a:ntó), se for á 1o'ÍSta; 11 _ 6O'I't (sessenta por cento), 75'1'0 (setenta e cinco por cento), 90'7. (noven,a por cento) ou JÓO'I'o (cem por a:nto), se o pruo, re<pccti..menle, de 6 (seis), 12 (doze), 18 (dezoito), ou :M (,,;nte e quatro) m=, devendo ser pago<, pelo menos, dn" qUintos no primeiro ano. nas duas últimas hipóteses. § 2? O pedido de cont:ord~tapreventiva da SOCiedade n~o produz qmusqu.er altera· çOes nas relações dos sócios. a.lnda que solidàrios. com os seus credores parut=Ulares. Art. JS7.. SIo repres,entadós no proce'iso da concoràat~ preventi~a: J _ O espblio do devedor, pelo invcnlaria.m.e. devidamente autoru.ado pejos her· deiros; 11 - o d....edor interdito, pelo seu curador; . 111 _ • sociedade anônima. pelos ~us diretores. de acordo com" dehberaç2.o da assembléia dos acionistas; IV - as demais sociedades, pelo sócio que ú.er qualidage para obrigar a sociedade; V - as sociedades em liquidação. peJo liquidante, de....idamente autonzado. An. 158. N.lo ocorrendo os impedImentos enumerado:; no 2ft. J40. cumpre ao de· vedor satisfazer as ses:uintc:. condlçõe~, I - exercer regularmente o comercIO há maIS de 2 (dois) anos; 11 - possuir ati\'o cujo '\alor corresponda a maIs de 500""" (cmquema por cento) d,J seu pusivo quirografano; na apuração de'ise atI.. . o. () valor dos bem Que constituam ob· ,ieto de aarantia será computado G1o-somente pelo que exceder da imponànda dos créditos garantidos; 111 - 010 ser falido ou, se o foi. estarem declaradas ext1nt~ as suas responsabilidades; • 17318 Quinta-feira 30 IV - nào ll!r titulo ~''-ol;:'itadl) DIÁRIO DO CONGRESSO NAqONAL_CSeção I) c~ por falta pa:}'m,er,to. Art. 159. O del.ed0: fundamcmad: a petição mtdd c:"pl:..an~o. mmuciosa..mentt. o seu estado econõmJ':o t: ],~ ra:6,:!o Que Justificam o pedido ... Parágrafo (mico. A petiçlo será instruída com os ...guintes d<x:umentos· I - pro...·;'I de que n:lo ocorre o impedimento do n~ I do art. J40; 11 - pro\"a do reQlJISIlO eXigido no n~ I do artigo anterior; 111 - o contrato SOCial em vigor. em se tratando de SOCiedade; IV - o ultuno balanço e o levantado e'õpectalmente' para Instruir o pedJdo, ltlventáno de todm o!. ben'.. rdd,a.f' da-o dl\lda" illJ\(t.", e d~momtra"a(' da conta. de lu.:ro', e pc:-d~. V _ lista nommatl\.J. de todo':> Q!, credme', nàl' sUJeito';. a concorda1a. ':00. n dom)· cilio e li r~ldê'n ,Ia de C'ajJ um . .a natureza e a lmpnrtáncI3 dos. r~pectl"o\ credl!os; • 1,,,,,, 1- curo rrtilX;Jl' drtrl7rlJ/fadQ ",Ia Ui,,- 7.214, fk 10 dr drJm~a • 19M VI - lista nominativa de todos os credores sujeitos iA concordata, com o domicilio e I residencia de cada um. J. natureza c a Importância dos re!.pectlvos creditas e a indica· çlo do reelstro contabll da operação crecfulcla, asSinada tambem pelo encarregado da contabilidade do de\edoL An. J60. Com a petlçào iniciai, o de,,'edor apresem ara 0$ Unos obrigatorios, que cscn.. àc, por termos assinados pelo iuiz. .s.er~o encerrado~ pelo s J? qU31~ O es.:n\~o certlfi,:ara no.., 3UTm. a formalidade de en.:erra.mento dos hnos. O~ ficarão depositados em canorio para serem entregues ao de'iedor, se defenda a ,;oncordata. § 2:» No mesmo ato, o devedor depO'jitará em m~os do escri\o&lo, med!3nte recibo, a. quantia necessàna para as custas e despesas até a publicaç10 do edital a que se refere o n~ I do § ! ~ do anigl.1 'iegulnte. Julho de 1992 ?;;.r~gta(c imi~\). A.~ C0:ltas. .:or;',,:ntc:ã cúns..de:r.ün·sc encerradas na data dl.... despacho Gllt manda processa: a cont;:ord;:.u;.. '''erifocando-&c o saldo: entretanto. tendo em vista a ruttu.-:za ao contrato, o jo;,\u podeiá autorizar o mO\lmenlO da coma nv~ termos do ano tf7. An. lt6. Ressalt.,·adas as relações Juridicas decorrentes de contrato com o de.. edor. cabe na concordata pre..enti\'a pedlco de restltul.;âo, com fundamento no art. 76, prevalecendo, para o caso cio § 2;. a data do requerimento dit concordata. An. 167. Durante o processo da concordata prevenu\'a, o de\"~or conservarâ. a administraç~o dos seus bens e continuarà com o seu negócio. sob fís~ahzacão do coml~~ $ária. N~o poderã, entretanto. ahenar imó\eis ou constituir !aranu~~ reais. sah'o eVI' dente utilidade. reconhecida pelo JUIZ, depois de ouvido o comissano. An. 168. O comissário, logo que nomeado, será intimado pessoalmente, pelo escrivao, para assinar em canório, dentro de 24 ("1I1te e quatro) horas. termo de bem e fielmente desempenhar os det.,'eTC:t que a presente Lci lhe impõe, Ao 3Motnar o termo, entre~a em canô-rio a dcclaraçao do seu cr<dilO, com obs.r..lncia do dJsposto no pazigrafo únIco do ano 62. An. 169. Ao comissário incumbe: I - avisar, pelo 6rglo ofiCial. que se acha à dlsposlçlo dos interessados. declarando o lu,ar e a hora em que sera encontrado; 11 - comunícar aos credores constanles da lista menCionada nos incisos \' e VI do parairafo unko do ar.. 159 dc:sta LeI a data do ajU1zamcmo da concordat.a. a natureza e O valor do crédito. e proceder, quanto aos demal.s. pela forma re~ulada no UI. 173; • /trm 1/ cem: IWitIÇiJl.' drlrrmUUMQ ~Jt: Ú. 11" 7,1:'4. tU /(J dI' dr:.rf1fb~" dl' /yh,f 111 - vermcar a ocorrencia dos fatos mencionados nos ns. I, 11 e 111 do art. 162. requerendo a falência se for O CISO; IV - fiscalizar O procedimento do det.,edor na administraçlo dos seus haveres, enquanto se processa a concordata. visando, até o dia 10 de ada mê~, seguinte ao venci· do. conta demonstrativa. apresentada peto concordatário, Que especifique com clareza a Teceita t • despesa; I conta. rubrkada pe\o juiz,. sera junta aos autos: • llmf lJ<' (Do'ft fftl,,;'o .'rrmutDdD p'Úl UI "c .f 9.!J. t!r 11 dt maio dr /OM Art. 161. Cumpndas as formalidades do anigo antenor, o escrit.,·~o farà, imediatamente. os autos conclusos ao Juiz, que, se o pedido não estiver formulado nos termos da ki, nlo vier devidamente instrUido, ou quando estiver mequivocamente cara-:rerizada a fraude, declarara, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. aberta a falência, observado o dispo'StC! no paragrafo úni~o do ano 14 delita lei. V - examinar os Iit.,'ros e papeiS do devedor. VenflCar o IUt.,'O e o pasSIVO e solicitar dos interessados as informações que entender utelS; VI - desí,nar perito contador. para os trabalhos refendos no arl. 6~, V, c. se ne· cessário. chamar .... allaJore!'t que o aUXIliem, mediante salarios contratado~ de acordo c:om O devedor, ou, se nlo houver acordo, arbitrados pelo juiz: § I? Estando em tei'1l10S o pedido. e juiz detcmunara seja prDcessado, proferindo despa..:ho em 4ue: [ - mandarà e~pedir edital de que constem o pedido do de\edor, a integra do despacho e a lista do~ credores a que se referem os incisos V e VI do paragrafo unico do ..an. 159 desta Lei. para que seja publicado no órgilo ofidal, nos termos do § 2~ do art. 106. e mantido no Canóno ;). disposiçao dos interessados; \. VII - averiguar e estudar quaisquer reclamações dos interessados e emitir parecer sobre as mesmas; li li8fl1 com twüJcoo tkrnml1ff1da pr/a Lrr tt~ 7274. tk /0 dr dnJMtbt'o. 1914, ordenara a ~uspens.\o de ações e execu~ões contra o de...· edor, por credttos 5U· jenos aos efeitos da concordata; lU - marcará, observado o disposto no ano 80 desta Lei. "razo para os credores sujeitos aos deitos da concordata que não COn<i!3rem. por quah~uer motivo, na lista ol qu~ se referem o:; lOdsos V e VI do parágrafo unico do art. 159, apresentarem as declarações e doctJmentos Jusufkatl\os de seus ..:reduO'i; ti - • :"m 11/ t"(;nt rt'd(J(do d~I~"'fl,'"1do prlO ir) nomeara COmJS':Wl!lo. com IV - 11'0 ObSCf'ãnCl3 1 ;:;'4. ck lO d~ d,:rmbro d, 19lJ4 do dbposto no an, 60 e seus parágrafos; V - marcara prou:o para que o de.. edor tOme efeu\a a garantIa poT'\oemura oferecida. §~? E.~duém·". da ,j",po<ição do n; II do paragrafo antenor as açõ<\ e execuçOes que n~ ti\oeraIT\ por objetO o l...umprimento de obngação líqUida. cuJos credores serll.o Ulcluldos, se for o cas.a, na ..:Ia:.se yue lhes for propna. uma \;ez tomado bqwdo o seu direito. Art, 162. O Juiz decrelarã a falên~la. dentro de ~4 ("Imc e quatro) horas, se, em qualquer momento do proce~so, houver pedIdo do devedor ou ficar provado: I -- existência de qualquer dos impedimentos enumerados no ano 140: il - falta de qualquer das .:ondiç~s e"(igidas no art. 158; 111 - ineX3(1d30 de qU2.lquer dos documentos menCIOnados no parãgrafo unico do art 159, § J~ Decretando a falência, o JUIZ proferirá sentença em que: I - observará o dlspo'Jto no ano 14, panlgraro único, I. lI, 111 e VI; 11 - nomeara "indiCO o ,-omio;s.ano. saho o;e hou....er motivos para. afastà·lo do cargo: 111 - mArcará prazo (art. 80) para que ~prCf'..entem as decla.rações e documentos juslificativos dos s.euç crrolfos os credores anteriores ao pedido da concordata nlo suJeitos aos seus efeitos, 00; pú\(enores ao mesmo pedido e, em se (ratando de sociedade, os credores panlcul,,lfC"'i do'; 'iOt:IOS 'iohdarlús; IV - ordenará .1.-, diligenCIa.0; pret.,ISla5 nos arts 15 e 16. § Z? Dol det:l\c'lo d.) JUI1 cabe ae;ra'vO de Instrumento, An. 163. O d.spacho que manda processar a concordata prev.ntiva d.lermina o ven,;imento antecipado de todos os crédHos sujeitos Ias seus efeitm..• • AtfllO t'om NtiflfdrJ tJrtrmuntNiu ptlit L" Ir· ",9&1. dr 18 dt ""'10 Ih 1966 P.ri~rafo único. No processo de concordata preventiv~, o~ c~éditos lel!almente habilitados vtncer:lo juros à taxa de 12~o (doze por cenlo) ao ano. ale o scu'paeamenlo ou depósito em Juizo. • PlJN/RfoJ'i, CII" "JI1."'. Cll't'fltt{ttadJ twb Lt'I""" 9/o l • di IIt dr ""UI/H r1c" /lj6I\ Art. J64. Comrf;ns.ar~se·~o as di"idas \C'ncidas nos Itrmos prescritos no Irt . .c6 C' seu p.1rágrafo. An. 165. O pedido de concord:u3 preventiva n~o resolt.,e os contrllos bilaterais. Que continuam lIuJelto:. â~ norma~ do direito comum. VIII- verifocar se o devedor praticou IIOS s~ei< de revopçJo em c:I5O de falência; IX - promover a eretivaçlo da garantia porventura oferecida pelo devedor, T«ebendo·a, quando neces~ár}o. em nome dos credores e com a assIStência do reprtsen. tanle do ~lintsterio Publico; X - apresentar em cartório, ate 5 (cmco) dIas apàs a publicaç40 do quadro de credores. acompanhado do laudo do perito. relatório circunstanciado em que ell:aminará: ~ Oestado econômico do d.vedor, ... razões com que liver justificado o pedido. a I:orrespondencia cnrre o atiVO e o pasSI"O para os efeitos da e,jgencla comida no n? 11 do ano ISS. as garanuas porventura oferecidas e as probabilidades que tem o devedor de cumprir I concordata: b) o procedimento do d.vedor, antes. depois do pedido da concordata, e, se hou- ver. OS atos re"'ogà\'eis em caso de falência e os que constituam cnme falimentar. indicando os responsat.,·e1s. bem como, em relaç~o a cada um. 05 dispositl....os penaIS apbca'iels. An~ 170. O comis~rio tem direito a uma remuneraç40, que o juiz deve arbítrar atend.ndo â sua diligência, ao trabalho, à responsabilidade da funçlo e á lmponància da concordata. calculando-a sobre o valor do pagamento prometido aos credores quíra. ,rafárias e sendo ela limitada à terça pane das percentagens pret.,lstas no ano 67. II~ Nlo cabe remuneraçao alguma ao comissirio nomeado contra as' disposições desta Lei, ou que haja renunciado ou Sido destituído. I 2! Do despacho que arbitrar a remuneraçlo, cabe agravo de instrumento. que pod.... ser int.rposto pelo concordalilrio • pelo comissário. t 3! Nos casos em que o comissário pas5e a exercer o cargo de sindico. perdera a rcmuneraçlo regulada neste artigo, cabendo-lhe a que i: atribuída ao novo cargo. Anw l1J. O comissário será substituido ou destituído nos mesmos casos em que o sindico, observando-se, respectivament., o disposto nos ans. 65 .66 • seus parágrafos. Anw 172. O de\'edor Que requerer concordata preventiva deve consentir. sob pena de seqUestro. que seus credores, por SI ou por seus comadores legalmente habilitados, lhe e'l:aminem 050 hvros e papéiS, os apontamentos e as J.:Oplas que entenderem, nos pra~ zos e pe11: forma Que rorem estabelecidos ~Io juiz. • 14""10 com rtdar40 drurrnlll.ooll ~/o Ln tt,'" 9.lJ. dr 18 dr tntliQ dr /966, Patâlrafo üníco. Os credores, por sua vez, sJo obripdos a fomecer, ao juiz. ao c0missário, ou a qualquer credor que o requeira, informa.,iles precisas. a exibir os documen!OI nec:essárioo e 05 seus livros, na parte rdativa aos negócios que tiverem com o devedor. An: 173. Os cr~ilOS arroJados na lista a que se r.ferem os incisos Ve VI do pará,nro único do ano 1~9 desta Lei, nlo sendo impugnados, consid.ram·se incluidos no quadro geral d. credores, ind.pendentement. de de<:laraç1o. verilicaç1o, no valor indicado pelo devedor. • A,.,.-o nlWr t'ft!MrIo irfrnnilt. . pN .li ri! 1,214• • 10 6t dnmtbnJ IM IJtH, f I~ Dentro do prazo d. 20 (vint.) di.... contados da publicaç.lo do edital a que se reforco inciso I do f I! do art. 161 desta Lei, o comissário, o Minist~rio Público. OS credora, OI s6c:ioo ou os acionistas da concordatária podem impucnar cr~ito constante da lista mencionada no inciso VI do parágrafo único do ano 1~9. • f '" (OIff rrdtr;Io ik'fmrr""" pM !..li ri! 1,114• • 10« tkurrtbro. IJU. 2! Autuada em separado. a impua.naçlo de Que tr.ata o parlira:fo anterior sera processada, no que couber, nos termos dos art1. 88 e segumtes desta Lei. devendo oro· míssírio oferecer parecer, instruido com o extrato da conta do devedor. I DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONA.-~ _CSeçã.0 I) Julho de 1992 l't'l7I rní~:üo ':;'lllrmtnItCa pt>!<a 1.~1 • i;r no. 'l.2U. dr 10 ut tlt:t'Mbro dt l~ I 3~ A vtrificaç-ilCl rlc~ trécltcs orrut~cto!. peo!o concordatâno ~r::-~, feita com ob~c:r4 vineia do di,posto na Seç20 I do Tilu!,: VI deSla Lei. • ~r COlTo 'td{lfQ(; dtl,.rmmDda pt'/a Lrl,,' ~ 1". dr /f) dr dt:f'm.hro dr lmru~na,·be. P...r~,r~.ro 'lnico. O síndico, logo apOs a arrecadaçAo e avaliaçlo dos bens, premo-••ri al'ubli.:aç20 do aviso a que alude o art. 114. e. em seluída. pro<ederi. teaJizaç20 do alivo e pagamento do passivo, na conformidade do Titulo VIII. ress:ah·ada em ben~· flcio do devedor a disposiç20 do parisrafo único do art. 182. IM" § 4? O quadro geral seTa elaborad() pelo coml'i\anO e homol0lZad;:l p:lo JUIZ. com base na lista nominativa pre\t~ta no lnCíSO VI úu paragr,alo unll.u do art 159 desta LeJ e na!> sentenças profenda" em Quinta-feira 30 17319 de .:reJuLh Ou em dedara.. ~C'!o tempc..II\,a S4rIJo T,r«irrz ...................... _•~.Ç9~~r.d.&!~ ~.u_s~~i~~ • _••• _••• __ • __ •• _..... ,. meme oferecida.. .... ' ... u .. :.1 t M I,."" ' .. ~ :" _ • j , -."':.. .: o. ""/,,t>., lI. ''',.I LEI N! 8.131. DE 24 DE 'DEZEMBRO DE 1990 S~' N~o ha\(:ndo dcdaraçào lempe~ll\d Ou IrTlpu!;na,,'ào. o JUll hllmologarô a 11.. la mencionada no incl!.o VI do paraE!rafo unlco do 311. IS'1 de!tla Lei e deleimanara a su& pubhcaçoio. como Quadro E'l'ral, no prazo dI.: l.J(J Inn\t.'fl1J) dia... cnnladm da pubh~al,a., do edual referidu no inci!,(1 1 do S I~' do 3rt, 161 _lU. Dá .nova rrdaç.o aO$ J44, J59, J63 • %JO do 1J«reto-Lei n~ 7.661"'. de 3J tk ju. MO de 1945 (Lei de F.lIneias'. o An. 174. EntreE:ue O relatano do comlSli3T10 (aTl. J69, X). O c!tcfI\io. dentro de.:!4 (\tintt c qUina) horas: I - se o dc\cdor n~o (I'ier exibido, ale COlA0. pro\a do pagamento dos impostos rela.ti-.olj, à profiss~o. fedcfzis. estaduai... e municipals. e das contribuiçoo. de\'id~'5 ao Instituto ou Cal\3 de Apmentadona t: Pensõe!> do ramo de induslrIa ou comercio a que penC'n~C'r. fara O~ auto, (:on..:lu~o~ ao JUIZ para que e:r.1C. comob!ier\;in~la do ~ I: d'l art. 16:2, decrete a falén;;l3. 11 - Se' o de\'cdor ti\er cumprido aquela exiE!éncla. fará publicar. no ór!!-~o oficial, Iviso aos credore!! de que durante 50 (CIOCO) dia... poder~o opor embarlO\ à concordata (ans. 14: a J46J. Art. 1-5, O prazCI para o cumprimento da con:ordata inicia·se ni data d('l ins:re,Sso do pedido em JUIZO. § 1~ O del,edor. sob pena de de.:reta.;a.o da falénda, de\'erá: .• - efetuar depósito, em dmheiro, da!! quantias Que se vencerem antes da sentença que conceder a concordata, ate: o dia Imediato ao do,S respecti\'os vencimentos, se a coo· cordata for a prazo; se li vista, efetuar Igual deposito das quantias correspondentes à percentagem devida aos credores quirografarios, dentro dos 30 (trinra) dias seguintes à data do ínl1resso do pedIdo em JUIZO; palar as custas e despesas do processo e a remuneração devida ao comi~sàno, dentro do~ 30 (trinta) dias> seguintes a data em que for proferida a senten~a de con"cs"àC' da concordata.. 11 - § 2~ O depósito reahzado nos termos do paragrafo antertor mdepende do Quadro lera! de credoreo:. e de càlculo do conlador do JUIZO. cabendo ao concordatartll efetua· lo, alendend0 à somô1 da~ seguintes parcela~: 1_ c:rédilos constantes da lista nominativa prevista nos incisos V e VI do parágrafo ÚIÚCO do 159 desta Lei. lIinda que pendente pro<edim.nto de impu~naçao; li - crMitos admitidos por senu:nÇ2, mesmo sujeita a recurso. art. • 12.• ('MJ mJlIflo .'mn,~~ LIt If.· 1,114• • /0 tk drJmbro M 19M. Na hipótese do t J ~ deste artigo, a correçl0 monetária nlo incidirá sobre pe.. rIodo anlerior .. daI" dos depósilos. t 3~ t 4~ • 1 J•• ('Ofl'I f'PtMt;~ ilnrmr,lIediI ptW l.Ir If.· 7.114, di /0« tlr..nrttNo M IPI4. O juiz determinará que o valor rererido no parigraro anterior seja ?C??5ira~ do, no prazo de 24 (vime e quatro) horas. em ~nslit~içlo financeira., ~ oc.dem JudiCial e. em conta que credÍle juros e correçl0 monetána, CUJO resultado revenera em favor dos credores, na proporç:lo dos respectivos créditos. • 14.. COI'f rtdorlo dnmnllfa:M"n. Lft If! 7.174, • 10 IM drumb"O rk 1914 parcelas de:po~itadas, referentes a créditos posteriormente cxcluid.os. reverteria, com os respectivos juros e corrcçlo monerária. a favor do concordatano. t 5~ A5 •f'" ftMI I"t'dItIlo dn,.""iIYtM p"- Ur •.• 7.174. « I(J '" tlt'umbto « 19M. I 6! NIo efetuado o depbsito no prazo e na forma prevista no inciso 1d.o § I!. sem prejuizo do disposto no t 7'1, ambos deste anigo. íncidir~ corrcçlo monet:'.na. que será contada a partir do dia imediato ao do vencimento da prest~lo. se for a pruo; ~ for à vista. a partir do tngesimo primeiro dia subsequente ao do mgresso do pedido em JUIZO. • 1 4.. ""'" rrdItr*' dn"",1ItMM "". Utlf.· 7.174• • /0 til dnzMbro « 19M. I 7! A. correçlo moncttria incidiri nos crédilos que~ por qualquer motiv~. nl0 fe>rem incluldos no depósito. observado o parigrafo antenor. • 1 ~ eM rrdilf60 .,,,",,,MdtI ~ UI It.- 7.114• • 10 M .:"mbro tk 19&4. I I! Venciclo o prazo a que se refere o inciso I do li! deste artilo. sem quo.haja o depósito, o escriv~o fará os autos conclu~os ao juiz 9ur: decretará a falênCia. dCClslo de que cabe IJravo de inslrumento sem efeno suspensIvo. • I'~ COM ~Io .'rt'M.1tGt/. çwM L" li:" , 11#•• 10 di tH:lMbro di 1914. I ~ O depósito só pod.ri ser considerado. pora efeiro d~ refor~a da decislo. se, mesmo deluado tardiamente. compreender corrcçlo monetána e os Juros previStos no puiarafo único do art. 163 deSla Leí. • f~ t'OfI'I' mIIIf'" MI""m,,,tId,, fNI6 Ln li:" 1.114. Ih 10« flnltnbro,. 19&1. Art. 176. Nelando I concordata preventiva,· o juiZ declarar. a r~!ncia do deve· dor, proferindo sentença em que observori o disposto no art. 162. 1',1 •• PRESIDENTE DA REPOBLICA. faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei; Art. 1? Os arts. 144, 159, 163 e 210 do Decreto-Lei n? 7.661. de 21 de junho de 1945. passam a vigorar com a seguinte reda· çlo; .Art. 144. Decorrido o prazo sem apresentação de embargos. será ouvido o representante do Ministério Públi· co. no prazo de cinco dias, e, a seguir. os auLos serào ime~ diatamente conclusos ao juiz, que proferirá sentença. concedendo ou negando a concordata pedida. Parágrafo único. Havendo embargos, o devedor. nas quarenta e oito horas seguintes 80 vencimento do praz.o dos mesmos. poderá apresentar contestação, indicando as provas do alegado. Art. 159. O devedor fundamentará a petiçllo inicial explicando. minuciosamente, o seu estado econõlnico e as razões que justificam" p"dido_ § 1? A petição será instruida com os seguintes documentos: . I - prova de que não ocorre o impedimento do n? I do art. 140; II - prova do n·quisito exi~ido no n~ I do artigo 8n· u·dor. IH - contrato social, ou docum~nlo f"quivalf"nte. em vigor; IV - demonstrações financeiras referentes ao último exerclcio social e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislaÇa0 aocietária aplicável e composta obrigatoriamente de: aI balanço patrimonial; bl demonstração de lucros ou prejuizos acumulados; cl demonstraçlo do resultado desde o último exercício social; V - inventário de todos os bens e a relaçlo das dívidas ativas; VI - lista nominativa de todos os credores. eom don..ieilio e residência de cada um. a natureza e o- valor d~ rt·spectivos créditos; VII _ outros elementos de informaçllo. a critério do 6r&IO do Ministério Público. § 2! As demonstrações financ~iras espe~ialmente le' vantadas para instruir o pedido aphcam-se. amda. os pre' ceitos dos §§ 2? 4! e 5! do art. 176 e os do. arts. 189 a 200 da Leí n! 6.404121, de 15 de dezembro de 1976, independente· mente da forma societária do devedor. I 3! As demonstrações financeir~s referidas no inciso IV do § I! deste artigo aplicá'se a sistemática .de correçlo monetária prevista na Lei n? 7.999 131 • de 10 de julbo de 1989 e no caso das companhias abertas, a decorrente das no~a~ baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários. •••••••••• a ••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••• •••• Art. 163. O despacho que manda process?r a concordata preventiva determina o venci~ento anteCIpado de todos os créditos sujeitos aos seus efe.tos. § I! Os créditos sujeitos a concordat~ serlo moneta· riamente atualizados de acordo com a varlaçllo do B6nus do Tesouro Nacional - BTN, e os juros serã~ ~a~culad~~ a uma taxa de até doze por cento ao ano. a crlterlo do JUI' 17320 tui10 i1 partir da dat.a do ajuizamento GO pedido Je cor~co':"w tip1a com :relação ns nb:iga.;ões até então vencidas. ~. em rela,!!o 1Is o!>rif!!lçÕeS vincenda•• p()derlÍ o d..vedor optar pelus t.ermos c cn.J.âiçÕr~s que anl.~riormente houverem sido acordada5, sendo essa opçâo ~f~caz para O pedido antErior aos vencimentos constantes da~ obrigi:lç6es respectivas, aplicando-se após os vencimentos a regra deste parágrafo. Justificação A velhice é um problema nacional do qual o Brasil se não pode furtar de considerar. e enfrentar. As estatísticas decenais do FIBGE indicam consistentes incrementos da proporção de idosos em nossa pirâmide populacional. § 2? O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos créditos fiscais. que continuarão regidos pela legisla· ção pertinente. Paralelamente, o problema do desemprego é crônico, e de toda a população. Porém. agrava-se com relação aos cidadãos na chamada terceira idade. Art. 210. O representante do Ministério Público. além das atribuições expressas na presente lei, será ouvido em toda ação propo.ta pela massa ou contra esta. Caber·lhe-á o dever. em qualquer fase do processo. de requerer o que for necessário aos interesses da justiça. tendo o direito. em qualquer tempo. de examinar todos os livros. papéis e atos relativos à falência ou à concordata•. Art. ~ Esta lei ':!ntra em vigor na data de sua publicação. Art. 3~ Revogam-se as disposições em contrário. Brasília. 24 de dezembro de 1990; 169? da Independência e 102! da República. FERNANDO CúLLOR Jarbas Passarinho Zélia M. Cardoso de Mello PROJETO DE LEI Ne 3.050, DE 1992 (Do Sr. Avenir Rosa) Dispõe sobre o aproveitamento, em atividade remunerada, de pessoas de terceira idade. (Apense-se ao Projeto de Lei n Q 1.372. de 1991.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Q As pessoas jurídicas que empreguem pessoas de terceira idade poderão deduzir os respectivos encargos trabalhistas, na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda. acrescido de 20% (vinte por cento). Art. 2 Q As pessoas físicas que empreguem pessoas de terceira idade poderão deduzir. do Imposto de Renda a pagar, montante igual a 10% (dez por cento) dos respectivos encargos trabalhistas. Parágrafo único. Da dedução referida neste artigo não poderá resultar diminuição do imposto. maior que 5% (cinco por cento) dele. Para os efeito desta lei Art. 3Q consideram-se pessoas de terceira idade as que já tenham completado 65 (sessenta e cinco) anos. Art. 4 Q O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta lei em até 60 (sessenta) dias de sua publicaç~o. Art. 5 Q Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 6Q contrário. Revogam-se Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 as disposições em Este fato é danoso à economia brasileira por vários fatores. Começa que o idoso inativo é presa fácil de doenças, até psicológicas, o que aumenta os custos públicos médico-hospitalares. Depois. os parcos recursos com que contam. oriundos de suas aposentadorias. geralmente são insuficientes para seu sustento. o que é indigno de um brasileiro que trabalhou mais da metade de sua vida. Demais disso. perde a Nação. pelo não-aproveitamento dessa mão-de-obra, a experiência profissional inigualável. haurida de tantos e suados anos de interminável labuta. Mais importante, porém, a figura humana, concreta, e idosos que merecem uma muito que já dedicaram pertencem. neste contexto, é de nossas idosas vida melhor. pelo à Pátria a que Daí a razão de ser de nosso projeto. que ataca o problema do emprego para o idoso de frente. i.e .. incentiva àqueles que aquiesçam em dar-lhes emprego com o maior dos estímulos. o econômico. retratado no incentivo fiscal. Não poderíamos ficar apenas no nível das pessoas jurídicas, porque se sabe do aumento da economia informal e da ação direta das pessoas físicas em nossas atividades econômicas. Nesse sentido. aliás. abrangendo-se até o próprio emprego doméstico. Portanto, não poderíamos concordar com aqueles que porventura dissintam de nossa proposição. eivando-a de exagerada. Não há exagero quando se trata da velhice. Quem não tem velhos em sua casa? Quem, senhores, quem não caminha para a senilidade? Por isso. ilustres Deputados, contamos com o endosso de nossos insignes Pares no Congresso Nacional para aprovação deste projeto. Sala das Sessões, Deputado Avenir Rosa. 2 de julho de 1992. _ Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção PROJETO DE LEI N1l3.0S1, DE 1m Di.põ. sobre a obrigato,1ed~d~ da u~iliz~~ã~ da rCGicê~ cia oficial pelo Presidente e Vice-Presidente da Repúbli ca • Governadores de Eatado. (APENSE-SE AO PROJETO DE LEI ~ 3.036. DE 1992) Nacional decreta: Art. T8 O Preside~te e Vice-Presidente da República a os Governadores de Estado utilizarão residencia oficial mantida com recur~os previstos nos orçamentos respectivos. Art. 28 Esta lei. entrará em vigor na data de sua Art. J8 Revogam-se as disposições em contrário. pu- bl1caçllo. JUSTIFICACAO A obrigatoriedade de utilização de residência palas autoridades máximas do ?bis justifica-se pela Sala das oficial importância dI'representação que o cargo exige e evita problemas de çlo de residencias particulares. sessõt:~ro manutende' 1992 (Da Sra. RaqmJl Cândido) Autoriza o uso de gás metano, nos veículos que especifica, O "PROAlCOOl", instituído como solução para a crise do petróleo em poucos anos revelou-se ineficáz, reitese-se, sobretudo. por falta de vontade políTica. Os milhares de proprietários de veiculas á alc:ool, veículos estes convertidos ou adquiridos através de fortes incenTivos govarnamentals - Quem não se lembra do slogam "Carta á Alcool - um día você ainda vai ter um"- ficaram a mercê dos interesses dos usineiros, seduzidos pelas altas cotações InternaCionaiS do açúcar e sem quaisquer apoio do governo. As razões do insucesso do PROAlCOOl não foram debatidas. Em nenhum momento questionou-se vulnerabilidade de um modelo energético baseado na dependência de pratícamente um único combustível. O álcool como combustível automotor de um dia para o outro assumiu o papel de vilão. A indústria automobilística adaptou sua escala e produção reduztndo drasticamente a oferta de cartas á alcool. tipo de consumidores e· dá outras providências. Quando tudo parecia ter se solucionado surge uma nova crise. (APENSE-SE AO PROJETO DE LEI NR 1.315, DE 1988). o CONGRESSO NACIONAL DECRETA: - A necessidade de termos combustiveis alternativos para nossos veiculas surge principalmente quando acompanhamos uma grave crise no abasteCimento do álcool hidraTado combustivel. Filas enormes nos postos de combustiveis, passaram a fazer parte do cotidiano, principalmente das grandes cidades. A solução, porém, vista pelo governo como eficaz foi o tncentivo á volta dos veículos a gasolina que alguns anos antes era o grande problema nacional voltava a ser o combustivel ideal. PROJETO DE LEI Nll 3.052, DE 1992 ART. 10 17321 A redução do teor do álcool antdro na gasolina, a adição de gasolina ao álcool hidratado e a importação de metanol foram as primeiras medidas adoTadas. Deputado JOAO HENRIQUE define critérios cl+:> distribuição de gases para todo Quinta-feira 30 A preocupação da SOCiedade com a matnz energética, prinCipalmente com um combustível alternativo para uso automotivo e industrial tem encontrado ressonância no Congresso NaCIOnal. haja visto, que tramitam várias projetos tratando do assunto numa sequéncla ao texto fixado no Art. 25 do arcabouço ConstitUCional, que fixou norma transparente assegurando aos Estados produtores, a abrangência na exclusiva distribuição do gás canalizado, ao consumo residencial comercial, industrial e já agora, de forma insofismável aos veiculas automotores, mormente os de massa e carga (Do Sr. Joll.o Honrlq\l8) o Congresso r) O IRAQUE INVADE O KWAIT. Surge a ameaça de uma guerra no Golfo Pérslco. É permitida a conv~rsão, fabricação ~ circulação, no taritório-nacional, de veículos rodoviários automotores, movidos a gás natural ou biogás, destinados ao transpol1e cole:ti,,·os de passageiros, de carga, bem como aOJ taxis e veículos oficiais, consoante o prescrito no § 2- do art 25 da COlfStfiuição Federal ART 2° - As alterações das características dos motores e dos veículos, de modo a permitir a utilização de gás metano, ficam sujeitas à prbia autorização do órgão de trânsito estadual ART. 3'_ O Intituto Naiconal de Metrologia, lVormaliZilção e Q~a/idade Industrial - Os preços internacionais do Petróleo voltam a elevar-se. E o Brasil o que faz? Reabilita o PROAlCOOl. O preSidente vem aos jornais falar em irrplementar no nordeste do País projeto de Incentivo ao PROAlCOOl. Está na hora de se começar a tratar o assunto com a devida seriedade e abandonar-se de vez a habitual prática da adoção de medidas paliativas. lNMETRO fica responsável pela fisca/iZilção dos fabricantes de equIpamentos e das empresas t!X/!cutoras dos serviços de conversão, cumprimento de normas técnicas. 110 que tartge ao ART. 4° - Fica assegurado aos Estados diretamente e ou mediante concessão à empresas públicas estaduais, a exclusividade de distribuição e comercialização dos combustíveis de qUI! trata o caput do a11. especialmente às indústrias neles instaladas I! as que viuem a se instalar. r, ART. 5° É da competência exclusiva do Estado produtor de gás natural, e ou da Estatal concessionária local determinar a quantidade de gás ao atendimento atual e futuro necessário ao seu desenvolvimento ináustrial, económico e social, observada a capacidade de produção da Petrobrás, bem como estabelecer os locais ao longo dos gasodutos em que receberá o gás. ART.6' -Ficam revogados os contratos pré-existentes entre os Estados pl'lHÚltores, Estados Não podemos adotar uma política energética que fique na dependênCia de fatores impreVisíveis. Urge que se estabeleça para o setor energêtico uma política clara e objetiva, de médio e longo prazo, voltada para a otimização do balanceamento das fontes energéticas disponiveis e aos reais tnteresses do País e da sociedade e não para os Interesses de grupos poderosos, como vem sendo feito até hoje, mormente, em relação aos usineiros. w consumidores, t! as Empresas estmais, delfUlis consumidons e a PdTohrás, referente ao supri",ento e os serviços de distribuk;õo de gás natural, bem como qualquer contrato que contrarie o disposto nesta ki ART, 7' - O Poder Executivo regulamentará observando o disposto nesta lei. no p1'i1ZlJ de . 45 dias de sua publicação. ART. ao - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. ART, 9' - Revogam-se as disposiçõe..' em contrário. JUSTIFICAÇÃO Com o advento da crise do Golfo e a pré-eXistente mundial do petróleo, nos últimos anos, deparamos com o desafio de procurar fontes energéticas alternativas e capazes de atender o desenvolvimento, a independéncia e a soberania do nosso pais. O leque de combustrveis de uso automotivo deve contemplar uma gama de opções de modo a permitir adequar a demanda á capacidada de produção nacional, dimínuir a nossa dependência não só de produtores internaCionais como de grupos nacionais cartorizados e reduzir o impacto provocado por fatores aleatórios. Não devemos descartar o álcool, tãe pouco abandonarmos a gasolina, devemos sim incluir novas opções energéticas e procurar estabelecer modelos regionais, criteriosos, de participação desteS" combustrveis, baseado na oferta e demanda, A utilização de gás metano, seja através do gás natural ou de biogás, destaca-se pela sua Importência política, social e ecológica. É importante salientar que vem se verificando nos últimos anos um acentuado aumento das reservas nacionaiS e da produção de gês natural, associado ou não ao petróleo, lamentavelmente, esse incremenTo nâo Tem sido acompanhado por uma política definida de aproveitamento, resultado na queima diária de grandes quantidades de gás natural, desperdício inconcebível nos dias de hoje, em qualquer parte do mundo e principalmente num país com os problemas que ainda enfrenta o Brasil. 17322 Quinta-feira 30 DJÁRIÇ>J?9 CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Verifica-se ainda, significativo crescimento de projetos de produção e aproveitamento de biogás, combustível constituido basicamente de metano, o qual depois de purificado é semelhante ao gás natural e cuja produção prescinde de contratação de tecnologia estrangeira e os equipamentos e maquinarias lJ1jlizados são, em sua quase totalidade de origem nacional e sem qualquer sofisticação, Além disso, os projetos ligados à produção de blogás são de curta maturação, menos ~e 2 anos, de pequeno porte e abrangendo setores amplamente disseminados em todo território nacional. Aspecto altamente positivo da adoção de gás metano é a proteção ambiental. Sua queima é praticamente completa e Isenta de fuligem e res.duos de monóxido de carbono e compostos de enxofre. A produção de biogás por resultar da fermentação controlada da matéria orgãnica contida no lixo, esgoto, resid~os agricolas e animais, reJeitos industriaiS e vinhoto, lançad~s em aterros e aos nos, contribui para reduzir a poluição da água, do ar e dos lençals subterrãneos. A utilidade de gás natural vem sendo há algum tempo verificada em vários paises, como EUA, Alemanha, Canadá, Inglaterra, Holanda, Irã, Itália, França, Sulça, Suécia, Nova Zelândia, Argentina, dentre outros. Circulam atualmente na Itália mais de 250.000 veiculos movidos a gás metano e nos Estados Unidos este número ultrapassa a 3D.000. Na Argentina, país com características culturais bastante semelhantes às nossa; o gás natural é o combustível responsável pelo abastecimento de cerca de 80% nos velculos que compõem a sua frota de texlS. No Brasii experiências significativas yém sendo realizadas com sucesso nos últimos 6 anos. Projetos de utilização de gás natural e biogás em ônibus, texis e veiculo de frotas cativas, de passageiros" de carga, de empresas públicas e privadas foram implantados em vários estados No Rio de Janeiro cerca de 6D tal(lS e 15D veículos pesados de transporte de carga já estão Circulando atualmente com gás metano. O estado de São Pauio conta atualmente com aproxlmandamente 6D automóveis rodando com biogás. Nos estados das reglôes Norte e Nordeste do Pais experiênCIas semelhantes vêm sendo realizadas em frotas cativas de empresas públicas e de texis. Os aspectos técnicos, de segurança e operacionaiS relativos à conversão de veículos e ao abasteCimento estão satisfatoriamente equacionados pela comunidade técnica e científica internacional e brasilieira, ultrapassada a fase amadoristica e experimental. Normas técnicas internacionais para projeto, montagem, operação, manutenção de postos de abasteCImento coe gás metano para uso automotlvo e de equipamentos de conversão de veiculos estão disponiveis e normas técnicas nacionais estão na fase final de elaboração pela ASSOCIação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, Os dispositivos Instalados nos veiculos de modo a permitir a utllízaão de gás metano, chamados Kit's de conversão, foram prOjetados e são fabricados segundo as peculiaridades do trãnslto dos grandes centros e de rodOVias de alta velocidade e fluxo de veículo. Os Cilindros oe armazenagem de gás são construidos com paredes <le espessura adequada e são dotados de válvulas de segurança capazes de impedir aumento de pressão no interior do cilindro, além dos limites de segurança bem como de interromper o fluxo de saida de gás em caso de evental rompimento da tubulação que conduz o gás até o motor dos veículos. O parque índustrial nacional já dispõe da necessária tecnologia e está apenas no aguardo da regulamentação do uso de gás natural para veículos automotores de passageiros e de carga para adequar sua capaCidade de produção a níveis mais elevados de demanda, No que tange, a autonomia dos veículos e ao prazo necessário para implantação de uma dequada rede de abastecimento de gás metano, cumprimido ou liquefeito é importante mencionar que os veículos convertidos poderão trabalhar alternativamente com os combustíveis originais operando dess modo os motores cicl~tto com metano, ou com álcool/gasolina e os motores ciclo-diesel com mistura diesel-metano ou apenas diesel. Quanto ao pleito de alguns segmentos da sociedade, quanto ao uso de GLP como combustível automotiz, é impoFlante mencionar que isto implicaria em aumento considerável de importaão de GLP, Tal estratégia além de agravar o já sério problema de evasão de divisas viria perpetuar a nossa dependência InternaCional se levarmos em conta o númerc reduzido de fornecedores - 80% da Arábia Saudita configurando-se em tema de segurança nacional. Não obstante o esforça têcnico que vêm efetuando as refinarias naCIonais no sentido de maximizar a produção de GLP, o acentuado aumento de consumo destes energéticos tem obrigado o Pais a recorrer á importação, Em virtude do elevado subsidio ao GLP, ainda em vigor, o uso automotivo deste Insumo, implicaria em õnus para a nossa população já tão sobrecarregada de impostos, acarretando um custo social inconcebível num Pais com problemas sociais como o nosso, mesmo que seja contemplada a adoção de tarifas diferenciadas para o GLP de USá doméstico e para o GLP automotlvo, uma vez que a fiscalização seria de dificil operaCionalidade. Julho de 1992 Outro aspecto de relevante importáncla na utilização automotiva de GLP é a questão de segurança. Os vasilhames em que são armazenados o GLP - Botijões _ foram projetados e são fabricados segundo normas técnicas estabelecidas em função do seu uso residenCial, comercial e Industrial. Para que o GLP pudesse vir a ser utilizado em veículos de transporte de passageiros ou de carga, rodando nas vias públicas submetidas às condições de tráfego das grandes cidades e rodovias do Pais - onde se verifica o mais alto indice mundial de acidentes de trânsito serJa imperioso a adoção de vasilhames especiais prOjetados segundo normas técnicas rigorosas, e submetidas a intensivos testes para aprovação, Vale ressaltar que não se dispõe de normas internacionais de reconhecimento de notoriedade que regulamentem v assunto, vez que não se tem conhecimento da adoção de GLP como combustível em veículos de transporte de passageiros ou de carga em vias públiças em palses tecnologicamente desenvolvidos, Mesmo que normas específicas sejam estabelecidas e aprovadas - o que demandaria tempo conSiderável - persistiria a prática de utilização indevida dos atuais botijões em razão da diferenção de custo de fabricação destes recipientes, sendo necessário portanto instituir Sistema rigoroso de fiscalização, o que sabemos ser na pràtica de difícil execução. Como o GLP é um gás mais pesado que o ar, em caso de vazamento seja por falha no equipamento seja por danos decorrentes de uma acidente, este ficaria relido nas camadas mais baixas da superficie acarretando pengo de explosão, incêndiO ou sufocamento, pondo em risco a Vida não só dos passageiros do veiculo como daqueles que estiverem nas prOXimidades, A experiênCia da utilização do GLP em empilhadeiras, carregadeira e tratores não deve ser parâmetro para ufrlização em veiculos de passageiros e utilitários. vez que estes equipamentos são utilízados em áreas restritas, de pequeno fluxo de viaturas e pedestres. com vias de Circulação definidas, áreas reduzidas e sujeitas a normas de segurança rigorosas onde a fiscalização é operacionalmente viável. Não pode ser encarado como Justificativa para a regulamentação do uso de GLP em veiculos, o grande número de veiculos adaptados para este combustível, Circulando pelos grandes centros apesar da proibição do CONTRAM, pois deve-se coibir o não cumprimento de leis e regUlamentações e não abrir as leis e regulamentação não cumpridas. Quanto a auséncia de registros Significativos de aCidentes decorridos do uso ind_evido deste combustivel não slglnifica comprovação da segurança de sua ulllizaçao, poiS a carênCia de registro de ocorrência não siginifica a falta de acidentes, principalmente se for levado em conta que a ilegalidade gera encobrimento. -Além disso, em engenhana a nãQ concorrênCia de acidadentes não é co~~iderada como. parámetro técnico. As normas téCnicas são estabelecidas por analise de POSSibilidade de falhas em condições especificas de uso. AdemaiS, o uso generalizado do Biogás em todo o territóriO naCIonal nâo só nos trará um combustível de fácil exploração, como também de custo barato, sem contar que construiremos condições ambientais e ecológicas mais ajustáveis á saúde e à vida de nosso povo. Na salvaguarda dos nossos Interesses urge, por outro lado, asssegurar aos Estados produtores o atendimento do seu peculiar interwsse e legitimo direito de usar, gozar e usufrUir de seus recursos mineraIS e neste caso não renováveis inferindo-se consagrar-Ihe-ei reiterar-lhe competênCias constitu~,onais de form~ transparente e indiscutíveis, . Cabe-nos por derradeiro na busca de novas alternativas energéticas atender ao, desafio do Mundo contemporàneo, para tanto o presente Projeto atendendo a reiterados anseios de nossa sociedade que clama desusadamente pelo uso do gás natural, riqueza nossa e que deve ser por nõs explorada, distribuida com exclusividade pelos Estados produtores, gozando em sua plenitude no consumo domiciliar, comercial, Industrial e automollvo, tudo com vistas a melhorar de qualidade a vida de nossa população e a emancipação nacional. ':;"i..\\\'~- Brasilia, :1- de Junho de 1992. /e;:'-0.,"~"J"l; ,"",""".,. " ; RAQUEL cANDIDD De~olàda Federal :-PTB - RO "LEGISLA~A"' CITADA ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS- CO[)I" C<;>NSTITUIÇÃO REPUBLICA FEDERATIVA 00 BRASIL 1988 Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Capitulõm DOS ESTADOS FEDERADOS regem-s~ p~l~s Constituições e leis que adotarem. observados os prlnclplos desta Constituição. § l' São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2' Ci!lbe aos Estados explorar diretamente. ou mediante conc~ssão a empresa estatal. com exclusividade de distribuição. os serviços locais de gás canalizado. Art. 25. Os Estados organizam-se e Não é de se admirar, portanto, que a chegada da eletricidade seja uma velha aspiração do campo brasileiro, e uma preocupação constante do planejamento governamental, consubstanciada nos sucessivos programas de eletrificação rural. PROJETO DE LEI N2 3.053, DE 1992 (Do Sr. Jackson Pereira) Concede desconto de 60% (sessenta por cento) nas tarifas de energia elétrica devida pelos consumidores da classe rural . residentes em regiões atendidas por órgãos de desenvolvimento regional. (Às Comissões de Minas e Energia, de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Redação (art. 54) _ art. 24, I I. ) o Congresso Nacional decreta: Art. 1~ As concessionárias de serviço de energia elétrica concederão um desconto de 60% (sessenta por cento) nas tarifas cobradas aos consumidores de energia elétrica da classe rural residentes em áreas atendidas por órgãos de desenvolvimento regional. g Art. 2 'Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Revogam-se as disposições 17323 neficiada com a eletrificação; seu efeito irradiador atinge a indústria e o comércio da região. que expandem suas vendas, para atender à demanda de equipamentos mais sofisticados, e, em uma segunda etapa, a arrecadação tributária cresce, dotando os governos municipal e estadual de mais recurso para as obras de infra-estrutura. Título 11I DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Art. 3g contrário. Quinta-feira 30 em Não obstante todo esse esforço, entretanto, nossa taxa de eletrificação rural é ainda muito modesta _ 30% (trinta por cento) da média nacional _, agravada por uma enorme disparidade regional, como em todos os índices de nosso desenvolvimento. já que, nos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. a taxa mal supera os 10% (dez por cento). Sabemos tãmbém que boa parte de nossa popu1ação rural não se encontra em condições de sequer pagar sua conta de luz, mesmo com todas as tarifas subsidiadas que lhe são hoje oferecidas. A presente iniciativa, ao propor uma redução substancial nas tarifas de energia elétrica do consumidor rural mais carente. que é precisamente o morador das regiões atendidas pelo órgãos de desenvolvimento regional, como a Sudam e a Sudene, pretende responder a um anseio justo dessa parcela desassistida de nossa sociedade, possibilitando-lhe o acesso à energia elétrica. Sala das Sessões, 7 de julho de 1992. _ Deputado oJackson Pereira PROJETO DE LEI N 2 3.054, DE 1992 (Do Sr. Carlos Azambuja) oJust if i cação A eletrificação rural é um fator de desenvolvimento. que desencadeia um processo de diversificação das atividades do produtor rural, e permite-lhe ter acesso ao mercado agroindusturial e comercial. Torna obrigatória a inclusão de derivados da soja nos cardápios de merenda escolar e das instituições militares. (Às Comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Redação (art. 54) _ art. 24, 11). o Para que possamos avaliar a abrangência dos efeitos da eletrificação rural, cabe lembrar que ela provoca. em curto prazo, o aumento da produtividade agrícola, e da renda líquida daí resultante, além de uma melhoria na qualidade da vida do homem do campo, ao lhe facilitar o contato com os meios de comunicação, o hábito dos métodos de conservação de alimentos e a implantação de estruturas de saneamento. Não devemos esquecer igualmente que não é só a agricultura a be- Congresso Nacional decreta: ~ Art. 1~ é obrigatória a inclusão de produtos derivados da soja nos cardápios dos programas federais de merenda escolar e das instituições militares. Parágrafo único. O apoio financeiro da união a programas de merenda escolar de Estados, Distrito Federal e Municípios será condicionado à observância do disposto no caput deste artigo. 17324 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Julho de 1992 Art. 2 A As instituições federais de pesquisa em tecnologia de alimentos promoverão, junto às entldades responsáveis pela merenda escolar e às instituições militares, difusão de conhecimentos acerca do uso da soja na alimentação humana, bem como a devida orientação técnica. Não é de hoje que a soja tem sido considerada um excelente alimento humano. Desde muito, ela tem sido incluída nas cozinhas orientais e apresenta-se. hoje. como importante fonte de alimento para as populações dos trópicos. Art. 3 Q O atendimento às disposições desta lei far-se-á de forma gradual, de modo a alcançar-se, em 3 (três) anos a contar da sua vigência, o nível tecnicamente recomendável de substituição de componentes tradicionais por derivados da soja, em termos nutricionais e econõmicos. Vale destacar que a soja. cuja expansão no Brasil é relativamente recente. mas que hoje tem expressão inquestionável. se constituiria em importante ~ barata fonte nutritiva para a população brasileira. Nossa produção tem alcançado índices de produtividade comparáveis aos países de agricultura mais adiantada e a produção nacional tem superado a casa dos 20 milhões de toneladas anuais. Art. 4 A O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 60 (sessenta) dias. Art. 5 A Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 6Q contrário. Revogam-se as disposições em Justificação Os programas de mercado escolar, no Brasil, têm-se constituído em importantes fatores de educação alimentar da população e, principalmente. em valioso instrumento complementar de combate à fome. à desnutrição e à má alimentação. Com efeito, é na promoção da merenda escolar que as instituições governamentais têm proporcionado condições de boa alimentação a milhões de crianças que, por essa forma _ e, muitas vezes, somente por essa forma _ podem atingir níveis nutricionais adequados, para uma perfeita aprendizagem. Da mesma forma, os programas nutricionais das unidades militares devem. obrigatoriamente, levar em conta os elevados níveis de nutrientes requeridos na ração, assim como os aspectos de praticidade e economicidade das refeições. Assim. o planejamento de cardápios nestes dois casos é algo fundamental. Tanto levamse em conta esses aspectos de economicidade. praticidade, e de facilidade de obtenção de matérias-primas. como busca-se, também, a inclusão de produtos que apresentem boas características organolépticas e nutricionais. A soja, efetivamente, é um produto que apresenta estas características. Os inúmeros produtos dela derivados dos quais destacamos a farinha, o leite e a carne (Proteína Texturizada de Soja) _ são importantes sucedâneos dos produtos de origem animal e de outros vegetais, muitas vezes superando-os em valor nutricional. Para se ter uma idéia. basta comparar 100g de farinha de soja com 100 g de carne bovina cozida: a soja oferece 58% a mais de proteínas, 40% a menos de gorduras, 1.900% a mais de Cálcio. 400% a mais de fósforo. 140% a mais de ferro e 72% a mais calorias Tendo em vista sua grande produção, a soja pode se constituir em mais uma grande alternativa de fornecimetno de produtos alimentares para o homem, colaborando para a solução do difícil problema da desnutrição em nossa sociedade. É importante. portanto. que comecemos a consolidar a mudança de hábitos alimentares dos brasileiros. Reconhece-se que estes hábitos não são mutáveis de forma rápida. Devemos. entretanto, dar a partida para que tal aconteça. Uma forma é obrigar o uso. em grau variado, de derivados da soja em refeições servidas em programas governamentais. O melhor controle da elaboração destas refeições. assim como a possibilidade de obter melhor orientação e resultados de pesquisa. para a elaboração dos cardápios e, mesmo para a confecção das refeições. indicam ser válida a escolha do programa de merenda escolar e das instituições militares para implantar a difusão destes novos produtos. já largamente utilizados por parcela da população. É o que pretende este Projeto de Lei, para o qual peço o apoio dos nobres Deputados. Sala das Sessões. 7 de julho de 1992. Deputado Carlos Sá Azambuja. PROJETO DE LEI Nll 3.055, DE 1992 (Do Sr. PllUlo Duana) Concede abono emergencial ao trabalhador com reauneração 110&1 a um salário mínimo. (As COMISSOES DE TRABALHO, DE ADMINISTRACÃO E SERVICO POBL! CO; E DE CXl!ISTIIDICiID E .rusTIÇA EII REDACi\D(ART.54) - ART.Z4. II) o Congresso Nacion~l decreta: Art. 10 - Ao trabalhador que recebe l(um) salário mini ao por mês será concedido um abono emergêncial no valor de Cr$ 100.000.00 (cem mil cruzeiros). nos meses de julho, agosto e setembro do corrente ano, assegurando-se o Que estabel~ce a lei 8.419 de 7 de maio de 1992. Art. 20 _ Esta lei. entra em vIgor na data da sua publ1caçlo. Julho de 1992 Art. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ]g - Revogam-se as disposições em contrário. Quinta-feira 30 17325 f S" 1!IlqlLtll10 nIo vi~ a Ii_ÍCllJleVÍ" 1IllO~.. . . - (lO =:de~~A.B. C< O (artojus 1O ....)OIle preV1..,n no ....• da U:i "i.=. de 5 Art. ~ Sttto L~rund1.\ 100 tnba~ anteci~ ~llQ1ai~ ~ 11 PlIf'Ctl. Ué tr!s uJúi~ mfnimo.... I :'I:t"em nud2.ll. e pubhcada.'\ pelo Mini."léno da Economia. ran:nd& e Planejamento 1ft o !eJUndo dia óliI de cldl me.", em percentual nlo inCem.... 1 média ,eonh~tnCJ du Vll'ÍlÇoe... men."il!õ do lRSM no.o; 0015 me..~ imedlltamenfe anll:n~ I SUl conce!do, JUS T I F I C A ç A O A persistência da inflação tem desencadeado constantes e insuportáveis aumentos nas tarifas p~blicas, nas tax~~ de energia elétri~a e de ágUd, além dos tranSDortes coletivo$ e dos generos aliment!cios, levando o trabalhador brasileiro ao desencanto, ~ fadiga e o pior à improdutividãde~ ~ Se nlo bastassem o.peso das ~rigaçõeS jci~ .~nciona das. hoje vivemos outra realidade a de~ o .~ng~ámento do sa1'rio durante quatro meses é.um preço muito alto para os • enos favorecidos. ~~~~~~n}~~~Nodê. i~par~; est~ si~u~Ç~O considero urgente. e inadiável que o Congresso Nacional ofereç~·.~~t·~.-g8ra!! tia de re~;içll';-;~lnda':q~;: insufIciente-. --- ....."'.. , • '1:~h~"I.} ed).rioJ::'; .'I~ cú) Ift~ f 1· A panir de julho de 1'192. inclu';"". OI< tnIbalhadem. elo Grupo A r _ jus b PfCvíSlU ne~e arti~o nO-' me::cli de março. julho e novembro. f 2" A ponir de a,."o de 1'192. inclll'ive. .. tnIhal~ elo Groflo B f _ jus' blnfeCipaçOe:$ previm... ~ miro no," ~ de lboJ. If'Jl'tlO e dcr.embro. 11' A portir de ""ombro de 1992. inclu';... OI< tnlbal_ do Groflo C fulo J- "1r1tct:ipIÇ~previ~" ne1>le U1ito rt05 rne!e.... de janeiro, m.1O e ~tembm. 111' A panir de QOtubro<lc Im. inclll'i>e. .. tnINlludon:s do Grupo O fno jus b IIM!dplÇb previ.l:~ neste lrtlJO no.'l ~$ de fevereiro. junho e outubro. 15" 1!Ilq1W1lo nIo v i _ as di~ previ"'.' nos li 3" < .. _ trtilO. OI trabIlhadores dm Grup05 C e O fulo ju.-.; l.., Inlecipar;Oe... previ~a.' no l1L 'J" da lei n· 8.222. & 5de ..u:mbrode 1991• f 6' lU lnlocipaçllc< de que In" ......iz<>. bem como aquelu e<>ncedidas alO! • de publicaçlo de". l.<i. COO1 bL", no an 3" da Lei n· B.22l. de 5 de de 1'1'11. que _ nIo Ienlwn .. elo compen._ no.< Iernl.. da .. renda La. >crio dednT.idL, por oasilo do rujusIe quadrimeSl1l.l pl'evil:lO no anigo anterior. "'Ie"'''''' _ _prepdor. Art. ~ SaJlrio m(nimo ~ • con~ m(nima devida e P8P dín::tIl'nente peJo Iodo trl.baJhador. pOI' Jornada nonnal de trabalho, Clpu de !olll~ran:r. em qualqu:r retilo do Paú, L'I 1Ul." t'lC'Ctlt\líbde.. vllah bi.ll.K'U e lt; de " . famOI" com morac:ha. IhmentlÇlo. educaçlo. uódc. lvr:r. \'C~utno. hi~CfIC. ln.n":flO'1C c prt:oJ~. MX'111. f.- O saUrio mínimo hotúlo .:orrespondert. ln.20 (Um duzentos e vinte avOl) • 1IMfto-"imo e ouU.no mÚltml) dWio 11130 (um D"Inll avos). I r Para os tr2balh&dores que tenlum por disposiçlo legal Jom.da. mb.ima di~ • aàlho Wcnor I oito boru. Q s.tlJrio mfnuno hodno Ieá Igual 10 definido no ~pafo . . . . . multiphcado por ode e dtvu1tdo pelo mÚ1mo k&l1. Art.."" A partir de l- de mIJo de 1992. inclusive. o salmD ml'Dimo menu} seride OS2lO.lXll1'OO(_.... e.~ .. mil=uoa)•. Parqrtro l!IIicn. A panirde I· de """"'''''' de 1992. o valordosalario mfnimo,"", IOIjoIUdoq~1epeLlapbcJÇIo elo "LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PflA COORDENAÇAo DE ESTUDOS LEGISLATIvos· CeDI" AJ1." FAS. Caso a variaçlo real anual do s.alirio mfnimo resuhe inferior' vlriaçlo real do Produto lntt:mo Bruto· PIB per caplta. observ&da • IlSlem'uca prevlS1I nesu: artigo, o salino mWmo incoc'pocv1. no m!s de: mIJo do ano wbSeqllente. awnento concspondentc ao percentual de YIriIçIo rUI do PIa pu c:aplta. te po!ibVa. no ano considerado. LET Ut;" 3.419, DE 7 D~ PadPo 6nic:O. A vari.açlo real anual do salmo mfnimo com:sponderi • divislo dI.IOifU dalloIlJnOl mlaimos nos do~ meses do ano de n:fe~nCIl peJa ~ dos saJ,"os m/nimoc 110I doze meses do ano unedlatanll:nle antenor. comgmdo-se todos os valOle5 pela van!Çlo _ do IRSM ..tn: o _ de compeltncta < o lIlb de elo ano de JefertJ>ciL MA.IQ DE 1992 AII.., o PRESIDENTE .Faço .caber que o Coot;e&W DA NaeionaJ decrer.. e eu REPÚBLICA ,gnciolW dezem"'" &la U:i ..... em vigor na dall de SOl publicaçlo. An. 10. Ittvopm-", a U:i n· '.222, de 5 de ......"'" de 1991,< demaà diJpnoiçlIa em cootrtrio. I .teguinte lei: Btu:Qia" 7 de ••10 Art. 1· A polftica nacional de uJúios lem como fundamento I 1ivre ncgocilÇlo. Çb!.CíiadO o d~~polôto ne,~l.a Lei, FERNANDO COLLOR Jlarcilio Marques Moreira JOIoo MeU'o Neto Pmgrafo dnico. As .condiçOes de nbllho. bem corno as cttusull.'ô AIlari!is. inclu.';ive os aumentos rt'1.Is. ~anho~ de produbvidAde do rrnbalho e piSOS MImai.. proporcionais l. eJucn!Olu e 1 comple"l:id2dc do tr.Ibalho. ~Io fixados em contrato. convençAo ou llCordo coletJvo de uabllho. faudo arbilnJ ou ~nlença normativa, Obse1Vldas. denrre outros (atores. I produtividade e I lucratividade do setor ou da empresa. An. r FiCI institu(do o lnciice de Reajuste do Saltrio M(nimo - lRSM•• lei' calculado -e dívulJ!ll.do pela Pundaçlo Instituto BmiletrO de Geognfia e E,ll.tatJsl1ca . (BOE, que rcnellr~ a vanaçllo mensal do cuMo de vida pua as famOlll5 cum renda até dOIS salário!. mi"nunos. '1- O Mirtisttrio da Economia. Fl.'lJ:ndl e PlancJamenr..- estlbelt:eert e publicm. . melodotog;a de círculo do fRSM. de 19921 171' da lndepend!ociI < !04t da PROJETO DE LEI N!! 3.056, DE ~92 (Da Sra. ReiJna Gordilho) ~ r Quando. por motivo de (orça mlJor. nlo for potsfvel AO maR dívulgu o lRSM 1I1é o álllmo di. ólJl do mes, o Mim~no da Economia, FlZenda e Planejamento Id~ 'ndll.:C' \1I0t;lllUlIVO. I.~nt. 08 hospitais públicos do tributo d.vldo no c••o de . Ar!. 3" Pv1. os ftns desa La. derme·", o Fator do iUnaltzaçIo Salm.! • FAS ,como o resultado Ih muttiplk.-çlo d05 lZ:guin~ índices: DmLfuoc... . .. 1.porta~ão ". I - {ndice da vari>ç1o =uJada elo IRSM no _ . _ unediatameu'" ...!<rio< Ao me. de .. rO<tnci. do /iAS; (A'IRII-SI AO PROJETO DI L!I NI 2.0B3. DI 1991). . n . 'ndice d4 vJriaçJo lDt'DSA1 do lRSM no mtI irDedi&I.amente l%lbior 10 ~ ~ reresenct.l do FAS. dividJrJo pe1:l ml!dia ~m~lria d\l-S fndices MO; vmllÇt"ks ~ do IRSM DO o COJ>GJl!:SSC ~ menciONdo 00 Inciso IlltenCJ(. ,'. ~ • ~o óu.ico. Para f"tm de.ne I.I1ltu. o t'ndia: unitúio ~. 8Of1l1J da Midade I vanllÇlo pen::entu&1 do úu1Ice t"OmideBdo. divididA por 100 (cem), (1.00'1 • """pnOO OOIlRbalhaclores n:ajml= quadrtmestral da porcela a!IrW .., lleoalfri.. rnlnimos. ""I. apticaçAo dn FAS. Ar!. ~ Sert "'0 I 1- OI tnbalhldon:s cuja daLu-bae ocom:m _ tne'IeI de: janeiro e .-m~ j~ o OropoA. e, neste! metei, • pctlr de ~tembro de 1992. inchmvc. fll'io jcI &b~~~~~o.~anllD. 1 2" 00 trlhal~ cuj.., da........ oton1:m nos ........ de f.....-eilO. juMo e ~ f,*~ o Grupo B. e, ner.&e& J'neIe$, • pattt de outubro de 1992 inclmlVC fl7lo jm 10 laJILSU: prevt.~o neste arfi!Q, • • . 1 3' 00 b'lblJhaclores Cllja.< datu-. oconem !>OI '""""" de morço. jlJlho e ~bm Inte~ o Grupo C. e. ne.~e.~ ~ • putlr de novcmhm de 1m. iné'IlL!iYe. f trio jus . , reljUIle prevuro ne!te anigo. 111' 00 1nbIIhallores cuja! da....- """""'" .... .,..~"" abril _ < do>lembn> 1a1eP:'"' o Grupo D... ne<le> meaes, a ponir de de""""", de Im. inclume' f _ jaI 10 teljUIIe peViltO neMe artigo. • da equipamentoa hoapitalarea. TJ.::IOr.At decreta:' Art. IR 1(0 caso de importação de equipa::entos p:l.talares de qualquer natureza. sãó o. ho~ hospitais bl1cos isentos ao recolhilllento do imposto de importa _ çlõ' dn-ldc. Pe.rágnt'o único. )?ara os t'lM deete artlgo. hospitale pI1bl1cos aqueln 'nncu1lldos à União, sos t.~., ~ Distrito p.edan,J,.• _~e E~ l."unic!plos. Art. :!§ l:sta lei entra em ngor na deta pUbl1cação. - eão. ~l! sua 17326 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ~~lá da~ Se~eõea,ao. JUS'l'IJ'lCA>ÃO o. hospitais pÚblicos, em nosso País, enfrentam a maia graTe cri.e de sua história, sendo que a aiori. deles não dispõe dos equiJlllmentos It:!nimo. p! ra atende:J:' à COllllUlidade.· Um dó. óbices, até agora, para o reequipa:ent O des.e. ho.pitai., é o custo de importação do instrumental necessário, .i. que a al:!quota do tributo d,! Tido • elenda. Poie bem, tel!lOe para nós que, COIllO uma das med,! das indis~""áTe1a ao resgate da eaúde pública recolhi~nto Brasil, impõe-se a i.enção do to de i=POrtaçio, no caso de equipa~ntos do De impc~ hospital! res destinados à ride pu'blica.: Com •• s. providência, a. importações, 8e~ - unte, ••rio agilizad.. e, num prazo relatiTament ~. curto, os hosyita1s pÚblicos contarão' com o equipasento m:!n1l!lO indispensável pare. funcionar adequsda- l!:.~=s, destarte, que a propositura venIT. a :.recer a aprovação de nossos dignos Pares. o SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - Finda a leitura do expediente, passa-se ao IV - PEQUENO EXPEDIENTE Tem a palavra o Sr. Renato Johnsson. O SR. RENATO JOHNSSON (Bloco - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) ,- SI. Presidente, Srs. Deputados, a luta contra inflação no Brasil tem se constituído em uma das maiores fontes de frustrações do Governo e da população em geral. Da população, em função da desproporção entre os sacrifícios que dela exige a política desinflacionária e os resultados efetivamente alcançados. Do Governo, porque a Julho de 1992 este tem cabido a sempre difícil tarefa de explicar por que a inflação não se comportou da forma prevista. Tarefa, aliás, a que deve dedicar-se mais uma vez nos próximos dias, em vista da ampla revisão a que está procedendo em relação às taxas esperadas de inflação no segundo semestre de 1992. E, mais uma vez, a explicação para essa revisão ficará por conta do imponderável. Mais uma vez se dirá que, apesar da absoluta adequação da política desinflacionária, fatores adversos, alheios a essa política e fora do controle governamental, têm levado a sociedade a reagir de forma diferente da esperada. Se aceitarmos essa hipótese, tal fato nos obrigará a reconhecer a extrema fragilidade das políticas de combate à inflação. Estas seriam sempre facilmente anuláveis pela ocorrência, ainda que momentânea, de quaisquer fatores adversos, mesmo que a ela externos. Quaisquer boatos bem plantados no mercado como costuma ocorrer no Brasil a cada quinta-feira, teriam, nessa visão, força suficiente para anular todos os efeitos positivos que poderiam resultar da política econômica, por mais adequada que seja em sua formulação e execução. Esta é, portanto, uma visão que não pode ser aceita com tranqüilidade por quantos se interessem pelo bem público e se dediquem à gestão pública. Felizmente há, porém, os que pensam de forma diferente. Há os que, sem menosprezar ~ influência de fatotes externos sobre a eficácia da política econômica, buscam na própria consistência dessa política as raízes de seus sucessos e/ou de seus fracassos. E é justamente nesta categoria de trabalhos que acaba de vir a minha atenção o Relatório Interno do Ipea n? 2/92, no qual fica demonstrado, com números e não apenas com palavras, que o comportamento recente da inflaçao no Brasil nada tem tido de extraordinário ou de imprevisto. Como não tem tido, aliás, desde o Início dos anos 70. Antes, durante e depois, portanto, de planos tão distintos e marcantes como foram o Plano Cruzado, o Plano Bresser,o Plano Verão e o Plano Collor I. Planos que, como se sabe, foram adotados nas mais diferentes circunstâncias políticas e sociais - com o recurso, inclusive, a instrumentos de ação absolutamente dramáticos e traumáticos - e em períodos repletos de ocorrências importantes e inesperadas nas áreas econômica, política e social. E o que é mais surpreendente, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que, para demonstrar que assim tem sido, o autor desse trabalho se valeu exclusivamente da evolução de um pequeno conjunto de variáveis que qualquer pessoa de bom senso não deixa de arrolar entre as causas da inflação no Brasil. São elas: os preços dos combustíveis, o preço do trigo, a taxa de câmbio, os salários, a correção monetária dos juros e a expansão monetária. Todas, como se sabe, sob o absoluto controle do Governo. Exceção feita, no~ dias atuais, para o preço do trigo, em face da recente retIrada do Governo dos negócios nesse setor. Nesses termos, para que o Executivo possa conhecer, sem nenhuma surpresa mais significativa, a evolução esperada da inflação, não é preciso nada de mágico. Basta que passe Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) a acompanhar com mais atenções suas próprias decisões sobre esse elenco de variáveis. Quinta-feira 30 17327 diesel e óleo combustível), a política salarial, a política cambial, a indexação dos juros e, finalmente, a política monetária. Continuará errando, contudo, se tentar estimá-la a partir I) Parâmetros e Hipóteses do comportamento de apenas uma ou duas dessas variáveis, ' Consoante notícias ofisiosas sobre as bases dessas políticomo atualmente parece fazer o Ministério da Economia, Facas governamentais, os parâmetros adotados foram: zenda e Planejamento. Este, aliás, o critério de avaliação que o Presidente Collor deixou transparecer em seu recente a) para os derivados de petróleo, acréscimo real de 15% prununciamento sobre a reforma fiscal, quando relacionou até o final de 1992, materializado, neste exercício, na correção mensal' dos preços pela inflação do mês anterior, com um a evolução da inflação exclusivamente à evolução do desequiacréscimo de 2,0% ao mês, a título de aumento real; h'brios nas finanças públicas. b) para o câmbio e juros - a preservação de seu valor E continuará o Ministério da Economia a ser surpreenreal, traduzido na correção do câmbio e dos juros pela inflação dido pelo comportamento da inflação, se o Executivo não do mês anterior (e não pela expectativa de inflação do próprio definir previamente parâmetros estáveis para as suas decisões mês, como parece fazer o Governo); futuras em relação a esse mesmo conjunto de variáveis. Este, c) para os salários - correção do salário mínimo nos e não as circunstâncias fortuitas, é que têm se constituído termos da legislação vigente; no principal fator para as frustrações nesse campo. De pouco d) para a política monetária, o parâmetro básico foi o adiantam programações de superávits fiscais, se não acompade austeridade. Não obstante, pela impossibilidade de se tranhados de políticas compatíveis para os preços dos insumos duzir esse parâmetro, de forma inequívoca, em uma determienergéticos, para a taxa de câmbio e para a taxa real de nada trajetória de expansão dos meios de pagamento, optamos ,juros. pela técnica das trajetórias limites. Assim, como sinônimo da máxima austeridade, admitiu-se a absoluta estabilidade Aí, justamente, a grande contribuição desse mais recente do volume nominal de M1 aos níveis de março último (mês trabalho do Dr. Luiz Zottmann, nessa área. Nele fica demonstrado que, conhecidos os parâmetros da política econômica mais recente para o qual dispúnhamos de estimativas do Banco Central). No outro extremo, e como indicativo do limite entre por determinado período de tempo, pode-se simular com preuma política monetária austera e uma política passiva, admicisão a evolução da inflação nesse mesmo intervalo de tempo. tiu-se, também a partir de abril, expansão mensal de M1 a É, aliás, o que faz o autor com relação ao segundo semes- taxas idênticas às da taxa mensal da inflação estimada (o que tre de 1992, quando, a partir de parâmetros muito próximos equivale à hipótese de preservação das atuais taxas de juros daqueles que oficiosamente estariam norteando a atual política reais). econômica, nos apresenta as perspectivas da inflação para esse período. O Encadeamento das Simulações Por trabalhar o modelo com a evolução, mês a mês, da E nesse sentido nos diz esse trabalho, por exemplo, que, se a política econômica continuar obedecendo a esses parâme- inflação de 12 meses, dois foram os caminhos utilizados para tros, a taxa anual de inflação, contrariando toda a expectativa o encadeamento das simulações: um primeiro (Simulações governamental, deverá continuar em elevação até agosto próNão Compensadas), em que tanto a tendência quanto o nível ximo, quando (aí, sim, e por razões bem diferentes das que da inflação foram estimados diretamente do modelo; e um hoje constam dos diagnósticos oficiais de inflação) entrará segundo, em que se valeu apenas da tendência obtida no em declínio consistente e pronunciado. Tão consistente e pro- modelo para, através dela, "atualizar progressivamente" a nunciado que poderá reduzir a inflação de janeiro-dezembro taxa observada de inflação (Simulações Compensadas). para algo em tomo da metade da taxa anual registrada até O uso de ambos os caminhos neste exercício se deve agosto. ao fato de que, quando combinados, tendem a minimizar, a curto e a médio prazo, os possíveis erros de retroalimentação Pela força do instrumental analítico desenvolvido pelo do modelo - dependente, neste caso, da evolução das estimaDr. Zottmann e pela influência, para melhor, que pode exer- tivas das taxas mensais de inflação durante o próprio período cer sobre a formulação de nossa política econômica é que das simulações. solicito, Sr. Presidente, a inclusão desse trabalho nos Anais ID) Tendências Gerais da Inflação desta Casa. E que, para os devidos fins, deste ato se dê ciência ao Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento. A prevalecerem as hipóteses e os parâmetros especificados na seção anterior, o que se pode esperar, em síntese,_ é, conforme o quadro abaixo, a continuidade do agravamento RELATÓRIO A QUE SE REFERE O ORADOR: da taxa anual de inflação até agosto próximo, com reversão firme de tendência nos quatro meses seguintes. "Conhecidos os parâmetros das políticas governamentais Observe-se, também, que para essa reversão de tendência relevantes para o MSI (Modelo de Simulação de Inflação), em nada deverá contribuir qualquer das hipóteses adotadas tomou-se possível especular sobre a evolução dos preços ao para a política monetária. Na verdade, crucial para essa reverlongo do segundo semestre de 1992 e, particularmente, sobre são será a política de preços dos derivados de petróleo; o a influência que neles poderá exercer cada elemento dessa que, aliás, não é novidade. Afinal, esta tem sido, segundo política. Este será, pois, o objeto deste exercício de simu-. o MSI, a história da inflação no Brasil desde 1973. lações. De fato, se examinarmos os G-ráficos I a m, é fácil not~r: As políticas de interesse, neste caso, são: a dos preços- , primeiro, a elevadíssima capacidade do modelo de reproduZlr, para os três principais derivados de petróleo (gasolina, óleo mês a mês, a evolução da inflação observada; segundo, a, m 17328 Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 INFLACÃO OnSERVADA TI SIMULADA - 1992 , IC'V-RJ Relação % SIMULADA Mês Jan Fev Mar Ahr Mai Jun Jul Age Set Out Nev Dez Observada Compensada Hip.l I Hip.2 516,7 540,6 618,2 698,4 826,7 8:\1,6 89:\,8 936.8 967.8 898,2 815,1 737.0 566,5 pequena contribuição da expansão monetária à inflação em todo esse período; e, terceiro, a significante participação da evolução dos preços dos derivados de petróleo na formação das presões de custos. Nesse sentido, vale notar, também, que é justamente a evolução dos preços dos derivados de petróleo que, em todos os momentos, tem determinado as tendências inflacionárias que, por sua vez, têm sido sempre amplificadas, em maior ou menor grau, pelas pressões exercidas pela evolução dos salários, da correção monetária dos juros e da taxa de câmbio. I I Não Hip.1 Compensada I Hip.2 570,6 516,7 582,5 570,6 8:\1,6 89:\,8 936,8 973.9 640,4 9%,6 1.071,2 1.122,7 1.159,8 913,1 1.076,5 841,0 778,2 621,9 976,9 883,3 678,9 516,7 582,5 640,4 9%,6 1.071,2 1.122,7 1.167,0 1.094,2 1.007,9 932,5 745,2 apenas a correção monetária dos juros para acomodar essas pressões. Mas aqui, também, a situação parece bastante crítica, tanto em função de acontecimentos de 1990, quanto dos mais recentes. Qualquer que seja, porém, a opção que possa vir a ser adotada nossa direção, um aspecto importante a se notar será, certamente, o da oportunidade para a adoção dessa nova estratégia. E esta segundo ainda este exercício, surgirá no último quarto .deste ano, quando, de acord~ com noss~s sim~laçóes, deverá ocorrer a reversão da tendênCia atual da mflaçao. Fato que, em si, poderá constituir-se exatamente na evidênci~ que dará, previamente, credibilidade a essa nova estratégia de política de combate à inflação, que, diga-se de. pa,ss.agem, da política atual deverá guardar, apenas, os pnnclplos do "gradualismo" e da "austeridade fiscal e monetária". Como esse diagnóstico não corresponde ao que tem constado das análises oficiais sobre as causas da inflação no Brasil, ele parece sugerir a conveniência de um reexame aprofundado da questão, bem como de toda a estratégia atual de combate à inflação. Com efeito, segundo o MSI, uma política fiscal que busNa verdade, com uma nova combinação dos parâmetros que na política de preços dos energéticos, em geral, e dos relativos às sete variáveis utilizadas pelo MSI, não só a inflação derivados de petróleo, em particular, as bases para elevar poderá ser gradualmente reduzida, como será possível lograr, a receita do Tesouro, ou mesmo para "fazer caixa" a fim simultaneamente, o fim da recessão, e a recuperação gradativa de financiar os investimentos das estatais, dificilmente dará dos níveis de emprego e dos salários reais. alguma chance a um~ política de austeridade monetária no combate à inflação. E que, nessas circunstâncias, a política o Sr. Arnaldo Faria de Sá - SI. Presidente, peço a monetária terá seu poder de ação sensivelmente reduzido. palavra pela ordem. Para que isto não ocorra, necessário é que essa elevação dos impostos indiretos e/ou dos preços dos insumos energéticos o SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - Tem V. Ex~ a seja acompanhada por medidas compensatórias nas áreas de palavra. câmbio, juros e salários; tal como já ocorreu no Brasil nas décadas de 60, 70, e início da década de SO. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco - SP. Sem Em síntese, há que se adotar uma política coordep.ada revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srt' e Srs. Deputados, de combate à inflação, principalmente quando for necessária na semana passada, a Justiça Eleitoral de São Paulo consolidou a elevação das receitas públicas, via alíquotas de impostos a nossa candidatura à Prefeitura de São Paulo. (Palmas). Em indiretos e/ou preços dos insumos energéticos. A não ser, razão disso, considerou nula a convenção que teria escolhido é claro, que uma ou mais das variáveis relevantes ao caso como candidato, para complicar o jogo da sucessão, o SI. apresentem a folga necessária a tal compensação. Sílvio Santos. O juiz, em seu despacho, ao considerar nula Este, porém, não parece ser o caso atual. De fato, exami- a "convenção do dia 24" - entre aspas - lembrou que ela nados os Gráficos IV a IX, não é difícil notar que, pelo menos foi realizada onde não pode~ ter se realizado e os delegados o câmbio e o salário mínimo, apesar da tênue recuperação que ali votaram não poderiam: ter votado. Era o registro que queria fazer nesta tarde, agradecendo alcançada nos últimos meses, situam-se em níveis historica-. mente bastante baixos, se não críticos. Restaria, portanto, a atenção do Sr. Presidente e dos companheiros presentes. lulhode 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A nossa candidatura à Prefeitura de São Paulo está consolidada. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - Concedo a palavra ao Sr. Diogo Nomura. O SR. DIOGO NOMURA (PL - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr-" e Srs. Deputados, cogratulo-me com o eminente colega Arnaldo Faria de Sá pela vit6ria no Tribunal Eleitoral. Sr. Presidente, creio que deve estar presente na mem6ria de todos aquela fase polêmica em que se discutiu, nesta Casa, a difícil situação dos cirurgiões-dentistas brasileiros em Portugal. Lembrando o disposto no art. 14 do Acordo Cultural Luso-Brasileiro, ainda na Legislatura anterior os Deputados odont6logos se manifestaram vigorosamente na Tribuna desta Casa em defesa dos nossos colegas radicados em Portugal. Discriminados pela intransigência do Governo português em desconsiderar a reciprocidade do reconhecimento do exercício da profissão de nível universitário, os odont6logos brasileiros contaram como apoio de muitos que, como n6s, assumimos entusiasticamente a bandeira de sua defesa. O Governo de Portugal baseava-se nas diferenças curriculares, opondo-se à liberação das atividades profisionais dos nossos cirurgiões-dentistas, alegando que "a prestação de cuidados de saúde oral está a cargo de 3 classes profissionais, de acordo com grau obtido: médicos-estomatologistas, médicos-dentistas e odontologistas". Deve ser esclarecido que, em Portugal, os médicos-estomatologistas e os médicos-dentistas são os formados pelas faculdades de Medicina, enquanto os odontologistas correspondem aos nossos antigos dentistas-práticas-licenciados, de triste mem6ria. O Presidente da Associação Brasileira de Odontologia, Seção de Portugal, Dr. Hiram Fischer Trindade, já há tempo vinha trabalhando junto à nossa Embaixada em Lisboa e mantendo contato permanente com os Parlamentares, munindonos de informes a respeito da situação, tendo sido, indubitavelmente, o paladino dessa campanha que chegou a um término aceitável. Cumpre destacar a decisiva importância, para o êxito das negociações entre as Chancelarias de Portugal e do Brasil, da constituição da Subcomissão Especial de Assuntos LusoBrasileiros, subordinada à Comissão de Relações Exteriores, resultando na Constituição da Missão Parlamentar presidida pelo Deputado Djenal Gonçalves e integrada pelos Deputado Cardoso Alves, Edésio Frias, José Lourenço, Adylson Motta e Diogo Nomura. A ida da Missão Parlamentar brasileira a Portugal, que teve o imprescindível apoio do Presidente Ibsen Pinheiro, foi fundamental para o êxito das megociações, produzindo a necessária sinergia das atuações no campo diplomático, exercido com competência pelo Itamarati, e o Congresso Nacional, via Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Contamos com o apoio logístico e diplomático com que o então Chanceler Francisco Rezek havia determinado inclusive a presença, em Lisboa, do Secretário-Geral da Política Exterior, Embaixador Marcos Azambuja e sua assessoria, integrada por dediéados diplomatas. Dentre estes, destacou-se o Secretário Afonso Carbonar, que sempre esteve presente junto aos Deputados, na ligação constante com a nossa Embaixada, comandada pelo Embaixador Lampreia, cuja atuação foi digna de aplausos. Em Lisboa, Sr. Presidente, o nosso Embaixador promoveu um jantar, reunindo o convidado de honra, o Presidente· Quinta-feira 30 17329 da República portuguesa, Dr. Mário Soares, com os membros da Missão Parlamentar, encontro este que foi o início de outros contatos que tivemos com os Deputados lusos, na visita ao Parlamento, com os Ministros dos Negócios da Saúde e com o Ministro dos Neg6cios Estrangeiros, além de outros setores da Administração daquele país irmão e amigo. Sim, amigo e irmão, pois é preciso que fique bem claro que o povo português sempre prestigiou os dentistas brasileiros. A oposição partiu dos ·dentistas portugueses, na defesa da reserva de mercado, já que os odontólogos brasileiros, pela sua própria formação acadêmica especializada, originária dos sistemas curriculares dos países desenvolvidos, que produziu o que hoje poderemos chamar a "Escola Odontol6gica Brasileira", se destacaram em Portugal pelo alto nível da assistência prestada à população. No último encontro oficial que tivemos, ao final da programação da nossa Missão Parlamentar, realizado na Chancelaria portuguesa em Lisboa, que reputo como um dos pontos altos das conversações luso-brasileiras, tivemos a presença dos Deputados brasileiros, do Embaixador Lampreia e seus assessores, do Ministro dos Neg6cios Estrangeiros de Portugal, Dr. João de Deus ~ogado, ao lado da sua Assessoria, e do Embaixador de Portugal no Brasil, Sr. Leonardo Mathias. Foi uma reunião em ambiente sereno, mas, com lealdade e franqueza, foi discutido o assunto, vis-à-vis, os representantes lusos tentando, mais uma vez, defender a tese da diferença dos currículos universitários e a necessidade de os dentistas brasileiros realizarem cursos de adaptação, e nós, brasileiros, prontamente refutando, circunscrevendo o assunto somente à exigência do cumprimento do art. 14 dlo Acordo Cultural Luso-Brasileiro, conforme o Brasil já vinha fazendo em relação aos profissionais portugueses de nível universitário, em nosso país. A certa altura das conversações, o Ministro Jóáo de Deus se referiu à existência, no Tratado, da exigência de que as faculdades fossem idôneas, ao que a delegação brasileira esclareceu que, em nosso País, atualmente, todas as profissões de nível universitário são fiscalizadas pelos Conselhos Regionais, em cada Estado, após o exame dos currículos, sendo que não temos "faculdades inidôneas" pois as faculdades s6 recebem autorização de funcionamento ap6s o exame pelo Conselho Federal de Educação e registro no Ministério da Educação, sendo por estes 6rgãos periodicamente fiscalizadas. Foi a essa altura dos argumentos cruzados que tive a inspiração de mostrar ao Ministro João de Deus a minha Cédula de Identidade Profissional, emitida pelo Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, CROSP, -perguntando ao MÍnistro: "Ministro, esta é a minha identificação e registro profissional de cirurgião-dentista, inscrição n9 1.363, formado que sou pela Universidade de São Paulo, atestada pelo Conselho Federal de Odontologia, tendo, no verso, os registros da minha identificação civil, eleitoral ~ como contribuinte, isto é, o que chamamos o RG, o n 9 do título eleitoal e o CPF, de maneira a não deixar dúvidas para a sua verificação. V. Ex' considera idônea esta minha qualificação profissional para exercer a profissão em Portugal?" "Claro que é idônea, e o senhor está credenciado perfeitamente a exercer a profissão entre n6s", respondeu imediatamente o Ministro. "Então, Sr. Ministro, creio que o problema se resumirá em verificar se cada dentista brasileiro é portador do seu registro junto ao Conselho Federal de Odontologia, através 17330 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Julho de 1992 dos Conselhos Regionais dos seus Estados de origem, e a do Acordo Cultural vigente, fatalmente será exigida a atualiverificação, pela nossa Embaixada, da autenticidade docu- . zação curricular, preconizada por Portugal, significando que mentai, pois ·se não podemos discutir, por inaceitável, a quesnovos contingentes de cirurgiões-dentistas brasileiros somente tão currilar, resta-nos, para atendimento das exigências do terão condições de exercício profissional em Portugal após art. 14 do nosso.Acordo Cultural, a verificação criteriosa da realizarem os cursos de adaptação, pois o Acordo Cultural idoneidade dos registros profissionais, através da Embaixada Luso-Brasileiro deverá ser modificado nesse particular. do Brasil em Lisboa, a qual será o avalista dessa pesquisa". Sr. Presidente, para que fique constando nos Anais desta Foi aproximadamente essa a tomada de posição brasileira.O Casa o registro deste episódio, solicito a V. Ex' a transcrição in totum do Diário da República de Portugal, que publica Embaixador Lampreia propôs,logo em seguida, a constituição de um grupo de trabalho luso-brasileiro, com prazo determia portaria assinada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, nado, e a ida dos representantes portugueses ao Brasil. Isto, Dr. João de Deus Rogado Salvador Pinheiro e pelo Ministro Sr. Presidente, foi efetivado, com reuniões de caráter técnico da Saúde, Dr. Arlindo Gomes de Carvalho, com a lista dos entre os diplomatas de ambos os países, bem como entre odontólogos brasileiros agora liberados para o pleno exercício profissional em terras portuguesas, congratulando-me com toos professores universitários portugueses e os representantes da Odontologia Nacional na sede do Conselho Federal de dos os colegas que participaram desta jornada e com os cirurOdontologia no Rio de Janeiro, sob a presidência do Prof. giões-destistas brasileiros em Portugal. Furtado Leite. Nessas reuniões, a representação lusa mais PORTARIA A QUE SE REFERE O ORADOR: uma vez tentou impor o critério das diferenças curriculares rechaçadas pela nossa representação. O Prof. Emil Adib RaMINISTÉRIOS DOS NEGÓCIOS zuk, Presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, meu velho colega e amigo, foi um dos batalhadores ESTRANGEIROS E DA SAÚDE incansáveis, municiando os Deputados de elementos sobre Portaria 150-A/92 (2' série). - A prestação de cuidados a realidade odontológica nacional, promovendo debates em de saúde oral o está neste momento a cargo de três classes Sã Paulo com os Parlamentares e os cirurgiões-dentistas, com- profissionais, de acordo com o grau de formação obtido: médiparecendo à Comissão de Relações Exteriores, para trazer cos estomatologistas, médicos dentistas e odontologistas. os seus esclarecimentos, publicando no jornal da Crosp, que Ocorre que exerce atividade em Portugal um conjunto é o órgão oficial de todo o notíciário a respeito, e levando de cirurgiões dentistas diplomados por escolas superiores brada atuação dos Palaà classe odontológica o amplo noticiário sileiras devidamente reconhecidas pelo Ministério da Educamentares, valorizando o nosso Parlamento. ção do Brasil e registrados no Conselho Federal de OdontoSr. Presidente, nestas considerações que estou fazendo logia daquele país. à moda de "vôo de pássaro", focalizando os principais tópicos, As alterações ocorridas desde 1966 nos sistemas de ensino ficou patente que, por parte de Portugal, a tese foi da diferença de currículos, pois lá não existe a classificação de cirurgião- e na regulamentação profissional complementar de ambos os dentista, formado por faculdade especializada, na formação países torna indispensável a revisão parcial do Acordo Cultuodontológica, e sim o de médico-estomatologista, médico- ral, assinado por Portugal e Brasil em 1966, designadamente dentistas formados por faculdades de Medicina, e odontolo- nos artigos XIII a XVI, no âmbito dos quais os profissionais gistas, que seriam os nossos antigos "práticos-licenciados", acima referidos pretendem ver reconhecido o exercício da e a posição brasileira foi da defesa dos nossos profissionais sua atividade profissional. cirurgiões-dentistas, formados pelas nossas faculdades de A fim de não protelar por mais tempo a indefinição do Odontologia, isoladas ou integradas em universidades, à luz regime legal aplicável a estes profissionais, a título rigorosado Acordo Cultural Luso-Brasileiro. mente excepcional e dados os laços históricos que unem os Após muitas conversações, inclusive com a firme tomada dois países: Manda o Governo, pelos Ministérios dos Negócios Esde posição a respeito, por parte do Presidente Collor, que declarou que não iria visitar Portugal enquanto esse impasse trangeiros e da Saúde, o seguinte: 19 Os cirurgiões dentistas diplomados por escolas supenão fosse resolvido, da constante atuação dos Deputados, odontólogos ou não, e da nossa diplomacia, chegou-se, final- riores brasileiras reconhecidas pelo Ministério da Educação mente, a uma conclusão aceitável, em decorrência dos enten- do Brasil, registrados no Conselho Federal de Odontologia dimentos conduzidos pelo nosso Chanceler, Prof. Celso Lafer, e que constam da lista de profissionais identificados pela Embaixada do Brasil até 15-11-91, ficam pela presente portaria e pelo Embaixador Lampreia, com as autolidades lusas. No Diário da República de Portugal, que seria o nosso habilitados a exercer legalmente a atividade de odontologia Diário DrlCiaI, de 4 de junho de 1991, no seu suplemento, em Portugal, nos termos previstos no art. 49 da Consolidação foi publicada a portaria do Ministério dos Negócios Estran- das Normas para Procedimento nos Conselhos de Odontogeiros e da Saúde, que determina que "os cirurgiões-dentistas. logia, aprovada pela ResQI. 155, de 25-8-84, do Conselho diplomados por escolas superiores brasileiras reconhecidas pe- Federal de Odontologia do Brasil, que constarão de despacho lo Ministério da Educação do Brasil, registrados, no Conselho do Ministério da Saúde. 29 O título de cirugião dentista deve ser exibido no respecFederal de Odontologia, e que constam da lista de profissionais identificados pela Embaixada do Brasil até 15 de no- tivo receituário, placas, cartões e outros meios de identifi· vembro c;le 1991, ficam habilitados a exercer legalmente a ca.ção, conjuntamente com o número de registro, organizado atividade de Odontologia em Portugal". Em conseqüência, nos termos do número seguinte. 39 O Ministério da Saúde organizará o registro nacional o Governo português reconheceu o exercício da profissão de cirurgião-dentista para 414 odontólogos brasileiros, justamen- dos cirurgiões dentistas, previstos no n9 1, do qual constará te os que estavam em Portugal até o dia 15 de novembro a identificação do local ou locais onde é exercida a atividade de 1991, pois, doravante, com a denúncia parcial ou total _~eemitiránosinteressadosdocumentocomprovativodorespec' Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) tivo registro, que valerá como autorização do exercício profissional. 49 Para efeitos do disposto no n 9 1 e sem prejuízo do registro nacional previsto no número anterior, a lista dos cirurgiões dentistas formados no Brasil, devidamente confirmada pelo Conselho Federal de Odontologia, constará de despacho do Ministério da Saúde. 18-5-92, - O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João de Deus Rogodo Salvador Pinheiro, - O Ministro da Saúde, Arlindo Gomes de Carvalho. MINISTÉRIO DA SAÚDE Gabinete do Ministro O despacho n 4 da Porto n 9 180-A/92 (2. sárie), de 4-6, publicada no DR, 29 estabelece que a lista dos,drurgiões dentistas formados no Brasil, devidamente confirmada pelo Conselho Federal de Odontologia, constará de despacho do Ministro da Saúde. Assim: Ao abrigo no n9 4 da Port. 180-A/92, de 4-6, determino o seguinte: 1 - É fixada a lista dos cirurgiões dentistas diplomados por escolas superiores brasileiras reconhecidas pelo Ministério da Educação do Brasil, confirmada pelo Conselho Federal de Odontologia, e que consta do rol de profissionais identificados pela Embaixada do Brasil até 15-11-91. 2 - A lista referida no número anterior consta do anexo a este diploma, que dele faz parte integrante. 18-3-92. - O Ministro da Saúde, Arlindo Gomes de Carvalho. 9 ANEXO (a que se refere o n 9 2) Aberlado Paraíso Soares Lamas, Adaécio Silva Jardim, Adalberto Márcio Nogueira Medeiros e Silva, Adih Fayad Sobrinho, Adirizine Suiene da Terra Caldeira, Adriana de Fartler Bighetti, Aelson Machado Caldeira, Alaize Maria da Silva, Alaor Rodrigues de Almeida, Alberto Barcha Júnior, filexandre Cavalcante Wanderley, Alexandre Cecchirio Zabeni, Ali Kaddourah, Aloisio Alves de Amorim, Altair Pereira, Álvaro José Barone Rodrigues, Ana Cristina Venanzi Azevedo Candeias, Ana Lúcia Mello de Quadros, Ana Luzia de Gusmão C. de Trindade da Costa, Ana Lydia Lopes Esteves Pires, Ana Maria Borges Maradei, Ana Maria Schralez de Quadros, André Luciano Rodrigues Câmara, André Pimentel de Araújo, Andréia d'Urso Hebling de Souza, Andréa Dore Balbino, Andréa Tavares de Oliveira Pinho, Ângela Mantovani, Ângela Maria Antero Pereira Lima, Ângela Maria de Carvalho, Ângelo Wlidner, Antônio José Russo, Antônio Mário Salvado Capongla Lopes, Antônio Soares de Oliveira, Antônio Valdemir Cogo, Aparecido Spósito, Aracy Affonso Guisolphe Castro, Ari dos Santos Ramos, Ari Rogério da Silva Júnior, Aristeu C. Bittencouri Neto, Aristeu d'Almeida Sousa Neto, Arthur Amparo Lopes da Silva, Aurélio Gaudensi Costa, Aurora Teresa Cantisano Carnevale, Beatriz Costantin Kavamolo Fayad, Bruna Iodice, Carla Andretto, Carla Pilotto, Carlos Alberto de Almeida, Carlos Alberto de Souza Martins, Carlos Alberto Portela, Carlos Alberto Ruzzi, Carlos André de Affonso Pereira, Carlos César Mercatelli, Carlos Eduardo Guerrer Barrios, Carlos Eduardo Refondim Borges, Carlos Fernando Legarpe Moucachen, Carlos Henrique Hotura, Carlos Henrique Raperri, Carlos Manoel Bombarda Pedro, Carlos Roberto Ramos, Carlos Tadeu Machado Bittencourt, Carlos Thadeu Cu- Quinta-feira 30 17331 nha Cruz, Carlos Vânio de Oliveira, Carmen Ligia Lucas Silva, Cássia da Silva Videiro, Cassia Fernanda Guerra, Cassiano Scapini, Cecília Azevedo da Silva Cunha, Celso Antônio deI Sanio, Celso Cavalcante, Celso Eduardo Antoniazzi, Celira Luz Rigobello Rodrigues, César Augusto Mendes Lima, César Fernando Carvalho Pires, Cidália da Costa Bastos, Cícero Carvalheiro, Claúdia Brehn d'A vila, Claúdia de Carvalho Ruzzi, Claúdia Maria de Carvalho Barbosa Leão, Claúdia Maria Vieira Rodrigues, Claúdia Moreira Mendes, Claúdio Catran, Claúdio José Bandeira Mello, Claúdio Tautomu Akatauka, Dagna Maria Lins, Daise Maria de Aguilar, Daniela Hollanda Alves, Dário Lino de Carvalho Júnior, Darlan França Jardim, Darlene Dias Macedo, Darmes Piva Filho, Davis Albert Daye, (inlegível) , Denise Nunes de Barros e Lima, Dhebora Dias da Costa, Dorival Mendes, Douglas Aparecido Ousto Júnior, Douglas da Silveira, Douglas Nacamer, Durval Gonçalves dos Santos, Edelweise Dias C. de Freitas, Edemilson Horiense, Eder Quedas Ferreira, Edmundo César Cabral Guimarães, Ednf} Mitiko Basald, Edson Albuquerque Pontes, Edson de Sá A vila, Edson Marcos Ceniço Hladyszehrk, Elda Maria de Rezende, Eliete de Fátima Salvador, Elisabete Aparecida Azevedo de Sá, Elisabete Aparecida Ferraresi, Elisabete Mendes Durães, Elisabeth Volkan de Almeida, Eliseu Pellens Júnior, varo Pascon, Elyseu Pellons, Emerson Wiezhisli, Emília Antônia Martins Goulart, Emilia Rodrigues Bonaio, Ester Alves Bezerra, Eunice Frichenbruders, Eva Luci da Cunha, Ewaldo Antônio Vieira Rodrigues, Fernando Antônio Pacheco Freire, Fernando Antônio Soares Orillo, Fernando Luís Carneiro, Fernando Medeiros Montante, Fernando Mesquita Lacerda, Félix Domingos Barros Júnior, Flávia Cunha Lima Naughton Simões, Flávio Antônio Portalet Júnior, Flávio Niebues, Fran-. cisco Pedro Neto Magalhães, Gerusa de Almeida Medeiros, Gilberto Kaneko, Gilberto Nishioka, Gilberto Nogueira Gonçalves, Oilmar Domingos Girotto, Gilneide de Queiroz Peixoto, Giselda Regina de França, Gislene Gregório, Givanilson da Silva Neto, Glauco Garcia da Silva, Gláucia Busso, Gláucia Celita Mendes, Graça Sueli Mendes de Souza, Guido Ferreira, Hamilton Dias Gioso, Haroldo Meneses Júnior, Hebe lvf. Z. Gomes, Helder de Oliveira Maia, Helder Pinheiro Ferrari, Heloísa Coelho Segurado, Henedina Rodrigues e Sousa, Hernani Abelem Ribeiro da Silva, Hélcio Paceni Filho, Hiram Fischer Trindade, Homero Luis Alves Fonseca, Idelfonso Paulo Rios Machado, Irineu Escobar Júnior, Isveides Ivan Cestari, Ivete Francis Zanicola, Izabela dos Santos Pimenta, Jacaira Izolins Souto Davilari, Jamil Manoel, Jan Leng, Januncio Gal· vão de Araújo, Jeanne José Iwayama; Jefferson Wiesbü;ki, Jesus Carlos Arturo de Quadros, João Antonino Dias Go~es, João Antônio de Quadros, João Carlos (inlegível), João Clementino Dias Filho, João Luís Gomes de Oliveira, João Vitor Marques Teodósio, Jolinda Maria Cabral Camara, Jorge Di~iiz Pretos, José Airton Freitas do Carmo, José Augusto Santf)S Rodrigues, José Carlos dos Santos, José Fernando Esteves Costa, José Guilherme de Souza Pinto, José Luís da Cruz Viu, José Luís Campos Miranda Rabelo, José Luís Queirós Sena, José Maria da Silva Mendes Corte-Real, José Maria de Mendonça Faria, José Pinto, José Raposo do Amaral Júnior, José Ricardo Cunha, José Sobral Júnior, Jussara Campos dos Santos, Juvenil Alves N. D. Fe"eira, Júlio César de Souza Lima, Júlio Sérgio Gomes de Sousa, Karin Denize Pellenz, Katia Aparecida Nacchi Martins, Kelly Fátima de Melo Fernandes, Lana Cristina Marques Barrios, Laura Paulinelli, Lauri Dias Cavalcanti, Lauro Arruda Câmara de Freitas Diniz, Leila Iannicelli, f,-eonardo Braga Adário, Leonardo de Souza Marini, 17332 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Leonardo Luís de Souza, Leopoldo Luis Araújo, Libertino José Dias, Lourdes de Cassia Padula, Lucélia da Silveira Lopes, Lucia vargas Monte Alto, Lucilia Moreira de Araújo, Ludmila Osorio e Castro Carvalho, Luís Geraldo Rodrigues, Luíz Alberto Vieira Teixeira, Luíz Antônio de Oliveira, Luíz Antônio de Paula, Luíz Carlos dos Santos Silva, Luíz Carlos Gonçalves Gomes, Luíz Eduardo Pupo Ribeiro, Luíz Fernando de Brito d'A villar, Luíz Roque Neto, Luíza de Gasperi Antoniazzi, Luíz Manuel Pires Gomes, Lúcia Cassiano Lopes, Lúcia Coheu Catran, Masur Elias Bittar, Manuel Alexandre de Souza Ferreira, Manuel de Amorim Cerqueira Gomes, (inlegível) Marcelo Antônio Von Zuben, Marcelo Carvalho, Marcelo Castellano Júnior, Marcelo Clemente Rabelo da Costa, Marcelo Loureiro Orlando, Mareilio Antônio Miranda Proença, Marco Antônio Gameiro Ferreira, Marco Antônio Maffucei, Marco Antônio Ortega, Marco Antônio Roveri, Marco Aurélio Taveira, Marco Aurélio Ultiman, Marcos Esteves Pinto Ferreira, Marcos Alexandre Freire, Marcos de Brito d'Avillar. Marcos Molina, Marcos Takata, Maria Carlota Ávila Stepen, Maria Cecilia Ferreira e Silva de V. Simões, Maria Cristiane Yazbek, Maria Cristina Modesto de Paula Santos, Maria das Graças Guimarães Lima, Maria do Carmo Ferreira de Carvalho, Maria Elisabete Alves Valente, Maria Helena Moreira dos Santos, Maria Inez de Anderaus Prado Alves, Maria Inês da Fonseca Brandão, Maria Isabel da Silva Marques Antunes. Maria lzabel Rodrigues Dias, Maria João Machado Tiago dos Santos, Maria José Recife Diniz, Maria Laise O. Almeida Monglardim Saraiva, Maria Luiza Ferreira dos Santos, Maria Luíza Neves de Almeida, Maria Lúcia Rocha de Morães, Maria Rita Carvalho Guimarães, Maria Silvia Rangel de Almeida, Maria Valéria Walter Domingues, Maria Zita de S. Andrade, Mariana Souza de Morães, Marili Baumgart Rossi Velanco Rodrigues, Marilda Aparecida Alves, Maristela Orlandini, Marlene Josefina Leite Alvarez, Marlene José Leite, (inlegível), Marley Cordas Soares, Maris Amestoy Fialho Portalet, Maurício Colpas Trigo, Mauríeio Tomé da Silva, Mauro Iurowsky, Mauro Lança Freitas Vale, Márcia Mens Maru, Márcia Nakaudacare, Márcia Regina Fernandes (inlegível), Máreio Garcia da "Silva, Márcio Rernane Barbosa, Márcio Macedo, Márcio Roberto Delmar, Mário Afonso Ferreira Júnior, Mário Castelo da Silva, Mário Gonçalves Viana Netto, Mário Marques Teodózio Júnior, Mário Sabino Júnior, Messias Cláudio Correia, Mércia Regina Lima Damiaswu, Miguel Angelo Azzi Espírito. Milton Kolson Caetano, Miriam de Cássia Ricardo, Mirian Emi Kumbe, Miriam Teresa Souza Rocha, Miriam Campus Siqueira, Moíses Araújo Aeioli, Mônica Ascenção M. dos Santos, Mônica de Mendonça Pereira Lima, Naccar Alssemi, Nelson de Seixas Gonçalves Júnior, Newma Rosa Pereira Cavalcanti, Newton Albereo A vallone Filippi, Nilva Terezinha Rllwanger, Onis Antônio Girotto, Oscar João Beirante de Mendonça, Osiel Boaventura, Osmar Gomes Rezende, Patrícia Adri Cezarina Gonçalves, Paulo de Tarso Ribeiro Siqueira, Paulo Garcia Rebelli, Paulo Gregório Carlin, Paulo Jorge Rolo Ferreira, Paulo Monteiro Freitas Júnior, Paulo Roberto Corrêa Marques, Paulo Sérgio Loschiavo, Paulo Urbini, Possidonio Velarco Rodrigues, Raimundo de Oliveira Rezende, Ramona Narvas Martinez, Raquel Kaisch Barbosa, Reginaldo Paulo Margolino da Silva, Reinaldo Cesar (inlegível), Renato André Schimid, Renato Godoy de Oliveira Lyrio, Renjo Ricardo da Costa Brito, Ricardo da Anunciação Cordeiro, Ricardo Jaha, Ricardo Reis de Paula, Ricardo Teixeira de Souza, Richard Rauffus, Roberto Bianchi Brasil, Roberto Braga Lima, Roberto Wu Chen Julho de 1992. San, Robson Soares Rogério, Rodrigo Generoso Carlos, Rogério Emídio da Rosa e Silva Jr. Rogério Grau Gabbi, Ron·aldo Luiz Amaral Pucei, Ronaldo Rinaldi, Rosa Adelaide Gonçalves, Rosa Machado Lima, Rosa Maria da Silva Lourenço, Rosa Maria Mendes de Oliveira, Rosa Maria Pinheiro Montenegro, Rosângela Delduque, Rosângela R. Viu, Rowney Alves Furfuro, Rubens Barros de Azevedo, Rui Vilela, Sandra Laube Marx, Sandra Regina Rortence, Sebastião Buck Tocalino, Se· bastião Claudino Duarte, Sebastião Diniz Filho, Sérgio Barto lomeu Miceli, Sérgio Fernandes Rangel, Sérgio Luiz Almeida Corrêa, Sérgio Luiz Coelho Barros, Sérgio Prado, (inlegível) , Sidney Paeini, Silmara de Azevedo, Silvana da Conceição Baptista, Si/vana Silveira, Silvio Paeini, Simone Cristina Torres Valencia Munis, Sineid Maria Esteves dos Santos, Solange Dias da Rocha, Suzana Bueno do Nascimento Almeida, Suzana Maria d'Avila Neves, Tamara Freijó, (inlegível) , Taudelno Arthuro de Quadros, (inlegível) , Tomos Takahashi, Valdeeir Alves Fonseca, Valdir Luiz da Cruz, Vanderlei Kuskoski, Vânia Maria Godinho, Vera Laizola Frainer, Vera Neves da Silva, Victor Nunes Lopes, Vilas Guttermann, Vinícius Fernandes Lino, Vital Lopes Beserra, Wagner Andrade Barbosa, Wagner de Souza Carvalho, Waldir de Oliveira Rodrigues, Walter Ferraz de Brito, Walter Luiz Braga de Medeiros, Walter Pierrabom, Waldeci T. da Cunha Júnior, Wandy Ebeneser Benencase, Washington d'otordani Otillo, Wellington da Rocha Bezerra, Wilson Adalberto Braga de Medeiros, Wilson de Almeida Matos, Wilson José Lucion, Wilson M. Castro, Wislei de Oliveira, Wladimir Bueno Júnior, Wladimiro Antônio de Lucas Braga, Yarice Carvalho Gonçalves, Yunesef M. Abon Ramir, Zumira P. Vieira da Costa. o SR. SÉRGIO NAYA (PMDB-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Srs. Deputados, desejo regis. trar, nesta oportunidade, o encontro havido na cidade de Três Pontas, Minas Gerais, denominado "SOS CAFÉ", um alerta à Nação, dos produtores de café e autoridades, para que se trate dos problemas que afligem esse importante segmento, na atual conjuntura. Estiveram presentes ao evento os Governadores de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, e de Minas Gerais, Hélio Garcia, o representante do Governador do Paraná, Secretário de Agricultura daquele Estado, e o Vice-Governador do Espíríto Santo, além de Deputados Federais e Estaduais, Secretários e ex-Governadores de Minas e São Paulo, Fábio Meireles, Paulo Heslander e outras personalidades. Desde que o Acordo Internacional do Café foi rompido, em julho de 1989, os preços desabaram, trazendo sérias dificuldades aos produtores, que, além de enfrentarem a concorrência, no mercado internacional, de tradicionais produtores, como a Colômbia, têm, agora, de disputar com os novos produtores asiáticos, como a Indonésia e o Vietnã, cujos custos são mais baixos, principalmente por causa da mão-de-obra mais barata. Há, portanto, a grande expectativa dos produtores e consumidores de café de que estejam mais próximos do que nunca de firmar um novo acordo internacional, na reunião que estará se realizando, nesta semana, na Organização Internacional do Café, em Londres. A aproximação desse encontro, por si só, fez com que os preços do café no mercado futuro internacional voltasse a subir, aliada às pressões da temperatura nas regiões produtoras no Brasil. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I). Os principais pontos de discussão da reunião em Londres serão a definição da cota universal do produto que estará disponível para os consumidores, seja o fornecedor membro ou não do acordo; o critério de distribuição das cotas e a questão da seleção da qualidade. A expectativa do setor é de que o mercado reproduza, agora, o mesmo comportamento ocorrido em reuniões anteriores, ou seja, de baixa dos preços internacionais e paralisação dos negócios. O setor cafeeiro acredita que a volta do sistema de cotas de exportação só deverá efetivar-se no próximo ano, época em que já irá contrariar os interesses imediatos do nosso País. É relevante notar que o registro de exportações de café do Brasil na safra 1991/1992 somou 23.980.933 sacas de 60 quilos. Para a safra 199211993, foram registradas, no mesmo período, 8.862.750 sacas. A volta do acordo internacional pode, entretanto, embutir o perigo de, ao sustentar os preços, incentivar os novos produtores asiáticos, que têm influído decisivamente no aumento da oferta, deprimindo os preços. É fundamental, portanto, que o Brasil, contando com o incentivo e o apoio governamental, procure investir em tecnologia, para que a produção do café possa ser mais eficiente e competitiva. A proposta do setor privado brasileiro ao Governo busca a remoção de obstáculos para o novo acordo e a aproximação com os consumidores, porque o mercado, como um todo, reconhece que quanto mais demorar para entrar em vigor o sistema de cotas, menos interesse haverá por parte do Brasil. Um acordo, em meados de 1993, já teria pouca influência na comercialização de sua safra e seria tardio para motivar o cafeicultor para a próxima safra. Em linhas gerais, esses foram os principais tópicos tratados na reunião havida em Três Pontas, ocasião em que as lideranças mais expressivas do setor tiveram oportunidade de exprimir suas preocupações frente às autoridades máximas dos mais importantes Estados produtores. o SR. NILSON GIBSON (PMDB-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, volto a esta tribuna para registrar o regozijo e o prazer do povo recifense pela campanha do candidato a Prefeito da cidade, o líder Jarbas Vasconcelos. É sempre crescente o apoio ao líder do PMDB Jarbas Vasconcelos, que inicia sua campanha à Prefeitura do Recife. O PMDB exerce suas atividades políticas visando à realização dos objetivos programáticos de construção de uma Nação soberana e de consolidação de um regime democrático pluralista e socialmente justo, em que a riqueza criada seja instrumento do bem-estar de todos. Gostaria de registrar que esta observação é da lavra de V. Ex., ilustre Deputado Waldir Pires, quando preparava as diretrizes do nosso partido. A história do líder Jarbas Vasconcelos se confunde com a história do MDB. Estudante, a ele se filiou na primeira hora. Elegeu-se Deputado Estadual, Prefeito, Deputado Federal. Votou em branco, comigo, no Colégio Eleitoral, em 1984 - não votamos para Presidente da República porque éramos contra o Colégio Eleitoral. Dirigiu o partido e, agora, é Se1) 19 Vice-Presidente nacional. Com estes homens e mulheres, a mais autêntica expressão do povo brasileiro, continua servindo ao Estado de Pernambuco, particularmente à cidade do Recife. Quinta-feira 30 17333 Foi Jarbas Vasconcelos um soldado do MDB. Entregouse de corpo e alma à resistência contra o regime militar de 1964. Como tantos outros brasileiros, sofreu a violência da ditadura e se manteve fiel ao sonho que trazia de ver construída uma Pátria melhor, desenvolvida e justa. Ao deixar a Prefeitura do Recife - após cumprir fielmente todo o mandato - percorreu todo o Estado de Pernambuco na tarefa de reorganizar e modernizar o PMDB, inclusive com a ampliação das bases de nosso partido. De bairro em bairro, nas grandes cidades e na Capital, de Município em município, em todo o interior, levava Jarbas Vasconcelos nas mãos o programa do MDB, a sua palavra de esperança. Aqueles anos foram os mais frios e tenebrosos do regime, e V. Ex' sabe disso, nobre Presidente Waldir Pires. No desespero, vimos a Pátria submersa no pavór, jovens lutando e morrendo nas ruas, enquanto outros apodreciam nos cárceres e tinham a alma e a carne dilaceradas nas salas de tortura. SI. Presidente, muitas portas se trancavam quando nelas Jarbas e seu grupo batiam. Amedrontada a cidade do Recife, amedrontado o Estado de Pernambuco, poucos eram os que se dispunham a ouvir a sua palavra. Mas é importante registrar que à época foi o Deputado Federal mais votado de Pernambuco. Havia os que não se intimidavam, os que, com os olhos limpos e firmes, diziam "sim" ao MDB. Eles eram, em sua maioria, a gente mais singela de nosso povo. Trabalhadores modestos, pequenos comerciantes, lavradores. Sr. Presidente, acredito que o líder Jarbas Vasconcelos não esquece as faces que fitou naquelas caminhadas, cada mão calosa, que, com natural dificuldade, assinava a ficha de filiação ao MDB. Esses homens e essas mulheres eram o fermento na massa de que falam companheiros que cumpriam a mesma difícil missão. Hoje, os que estão abrigados no PT eram os que estavam conosco na luta do MDB, que nos fortaleceu. Em Recife, com o trabalho do líder Jarbas Vasconcelos, conseguimos aumentar o número de diretórios do partido. Hoje somos fortes. Ninguém pode conter a força da liberdade. Como a brisa que se adensa para formar os ventos poderosos, é impossível impedir o seu avanço, encabrestá-la, submetê-la. Foram esses ventos da liberdade que espalharam em todo o País as sementes do Movimento Democrático Brasileiro. De nada adiantou o terror policial, a vileza da delação, o medo das pessoas simples, o oportunismo e a covardia dos poderosos. No coração e na mente de nosso povo, a ânsia de liberdade e a esperança de paz tinham uma bandeira e uma sigla: MDB. SI. Presidente, Deus nos deu, com a natureza e a história, manifesto destino de grandeza. Formamos a maior comunidade nacional que fala uma só língua em território de dimensões continentais, com água, sol, terras férteis e subsolo riquíssimo. Não há, entre nós, confrontos étnicos, tão comuns em nosso tempo. Nada nos falta, a não ser a decisão política de cumprir esse destino. Para a decisão política, o povo recifense pode contar com o nosso partido. O candidato a Prefeito é Jarbas Vasconcelos, atualmente, franco favorito nas prévias. O PMDB continuará a ser grande partido nacional de oposição. Nada temos a ver com o Governo corrupto aí instalado. Nada há de comum entre o que eles pensam e fazem e o que nós pensamos e fazemos. Diz a sabedoria popular que Deus escreve certo por linhas tortas, e que os grandes homens, as grandes obras, os grandes 17334 Quinta-feira 30 Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) feitos, as grandes vitórias são como os grandes milagres: não se explicam. Nascem, surgem, acontecem e pronto. Assim é a vida, cheia de mistérios. Jarbas Vasconcelos é, no Recife, uma exceção em todos os sentidos, uma figura humana que transcende os padrões comuns e morais, para tipificar um acontecimento diferente no fenômeno da criação. Jarbas Vasconcelos não se explica nem se define. Homem simples do interior, transformou-se pelo milagre do trabalho, das forças nativas e brutas do seu biotipo, numa figura que domina, demarca, assinala e preenche toda uma época na história política e social de Pernambuco. Vamos à vitória, Jarbas Vasconcelos! O SR. VICTOR FACCIONI (PDS-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, pior que a corrupção somente a impunidade. O Brasil tem três inimigos terríveis que precisamos extirpar da vida pública, custe o que custar: a corrupção, a inflação e a recessão, e, como corolário, a impunidade e a irresponsabilidade na vida pública. Ou o Brasil acaba com a corrupção, com a inflação e a recessão, ou esses três inimigos acabarão com as nossas instituições. Mas, para acabar com os três, precisamos acabar com a irresponsabilidade e a impunidade. Nesse sentido, do combate à impunidade, ao que tudo indica, estamos no caminho de medidas efetivas. Este, pelo menos, é o entendimento a que chegou - e chegamos nós, aqui, também - o Jornal do Comércio, de Porto Alegre, um dos mais tradicionais e conceituados periódicos do meu Estado, o Rio Grande do Sul, o qual, destacou, em seu editorial de ontem, dia 28, ao se referir à CPI do caso PC Farias, que a "Impunidade está sendo Atropelada", razão por que solicito sua transcrição nos Anais desta Casa, como parte integrante do meu pronunciamento. EDITORIAL A QUE SE REFERE O ORADOR: "Impunidade está sendo atropelada A estabilidade econômico-financeira é irmã gêmea da estabilidade institucional. Esta verdade reflete o nosso momento, quando a economia caminha, embora às vezes sofrendo, graças ao esforço e à preocupação dos empresários com o futuro do País. As instituições, hoje amadurecidas, transporão esses momentos de perplexidade, alinhadas à estabilidade relativa por que passa o País. De outra parte, a impunidade, que até há pouco transitava tranqüila, hoje está sendo atacada nos seus dois pólos, ativo e passivo. Ela tem, ao longo da história latino-americana, sido o motivo principal dos golpes de Estado, porque privilegia minorias em detrimento das maiorias abandonadas. Felizmente, entre nós esses tempos de impunidade estão sendo relegados, embora seja oportuna uma limpeza geral, levando os corruptos para o lugar merecido. O nosso País está transpondo a escuridão que precede o amanhecer. Os brasileiros do amanhã, com base na realidade de hoje, terão um país melhor, mais digno e justo, com um comportamento ético sedimentando a cidadania. A velha moda de privilegiar a conveniência pessoal, por certo, depois das tropelias do PC, ficará definitivamente sepultada, surgindo em todos a cobrança, cada vez mais intensa, de moral no trato <:!e todos os assuntos públicos ou pessoais. A verdadeira democracia nasce, imluestionavelmente, de baixo para cima e não é passível de improvisos. O nosso País precisa vencer a inércia histórica que o atormenta, planejar o futuro tendo como lastro suas potencialidades e a sua riqueza maior, o povo. Longe da corrupção que destrói tanto ou mais que a inflação, com lideranças fortes, abrindo seu caminho dentro de princípios éticos e solidários. A partir destes tempos, da guerra total à impunidade, surgirá uma Nação mais exigente e madura. É o maior resultado que fica de toda essa devassa congressual." O SR. PAULO DELGADO (PT - MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª' e Srs. Deputados, é impressionante o delírio do Governo Federal, transformando o País nessa imensa noite relativista, onde todos os gatos são pardos e é praticamente impossível saber concretamente qual será o próximo lance desse encurralado roteiro de Sam Peckinpah, que assusta o País de maneira a mais perigosa, que pode assustar uma sociedade, através do mutismo, do silêncio e da dificuldade em se encontrar o fio da meada. O Presidente fica cada vez mais escravo das suas próprias histórias e reflete o padrão de comportamento atribuído pelo povo aos políticos, mesmo sem conhecê-los. Na verdade, o homem comum brasileiro, nos diversos cantos deste País, acha que o político não faz despesas particulares, tem um cheque especial sem limite, não precisa anotar no canhoto do seu cheq,-!e as despesas pessoais e não deve satisfação à sociedade. E de um Rei Midas a visão que o povo tem do político, de maneira geral, e o Presidente da República, com a transparência cada vez maior do seu comportamento e da sua contabilidade privada, sendo o maior homem público do País, tendo em vista o cargo que ocupa, passa rigorosamente a criar no inconsciente do nosso povo a idéia de que todos somos iguais. O fato de o povo estar em silêncio consagra muito mais o testemunho do que a fala do Presidente ou daqueles que o defendem. O silêncio do povo brasileiro, segundo penso, é uma atribuição de responsabilidade. "Vocês, que pariram Mateus, que embalem." O povo, dentre aqueles que lhe foram apresentados no jogo eleitoral, escolheu o que lhe pareceu mais sincero. que lhe parecia realmente cumprir aquilo que prometia, e não blefar, como tem feito. Agora, o povo nos dá a impressão de que aguarda que os políticos resolvam esse problema. Não moverá uma palha para sustentar o Presidente da República, mas também não moverá uma palha para derrubá-lo. Este é o grande problema do Brasil no momento. Temos a responsabilidade de resolver o problema de forma corporativista, infelizmente, pois essa responsabilidade tinha de ser generalizada, de todo o povo, porque a política tem de interessar a todos nós. Acho que o Presidente dá um mau exemplo ao País. Eleito pela maioria, que, no processo eleitoral, consagrou o seu nome, S. Ex' tem de representar a média do comportamento dessas pessoas. Não o consenso, mas o senso comum diz que o Presidente não pode ter um comportamento diferente do daqueles que o elegeram. O homem público não pode ser diferente do eleitor, que sai de casa, faz dívidas e as paga, sem que ninguém faça isso por ele, a não ser um familiar seu, quando em situação de dificuldade. O escândalo do Uruguai é mais grave do que pode parecer num primeiro momento a essa geração de brasileiros. Como pode uma pessoa conseguir, com tanta facilidade, de uma hora para outra, recursos para sustentar uma campanha no ° Julho de 1992 DIÁRIO DO CONcJRESSO NACIONAL (Seção I) seu País? Aliás, milhares de brasileiros foram colocados sob suspeição, acusados de receberem dinheiro do exterior. Ora, foi justamente dinheiro do exterior que entrou aqui, no início da década de 60, para derrubar governos legítimos. Isto é um escândalo; é contra a Constituição brasileira. Se a OEA funcionasse como organismo independente, teria que montar uma CPI para descobrir como esse dinheiro do Uruguai veio parar no Brasil. Mesmo com o padrão de comportamento do Presidente da República e a maneira como essa oligarquia alagoana trata a coisa privada, não é possível afirmar que esses recursos vieram para financiar uma campanha presidencial em nosso País. Imaginem se Mitterand pede dinheiro na Itália para' financiar sua campanha na França; imaginem se Clinton ou Bush pedem dinheiro no Canadá ou na Inglaterra para financiarem suas campanhas nos Estados Unidos e o esfarelam como biscoito! É um escândalo buscar dinheiro no estrangeiro para financiar campanha em nosso País. A moeda é um símbolo nacional. As crianças aprendem isto nos CIAC que o Presiente quer montar: a Bandeira Nacional, a Moeda Nacional, o Hino Nacional e as Armas Nacionais são nossos símbolos. É uma invasão da privacidade brasileira sustentar uma campanha eleitoral com dinheiro estrangeiro. Sr. Presidente, a facilidade com que o favor pode ser prestado 'ao Presidente, sob qualquer condição, como temos visto, atesta, na verdade, a sua incapacidade de fugir aos seus próprios padrões e reconhecer o direito dos outros. Quem imagina que a vida é fácil a ponto de poder ter uma conta bancária maior do que seu patrimônio, que situações de dificuldade se revolvem exclusivamente pedindo empréstimos aos outros, não vive num mundo real, não vive a vida das pessoas comuns. Ninguém no mundo vive assim. Quem só tira e nada põe não tem patrimônio. Qualquer empresário minimamente informado - não precisa ser um Lee Lacocca, nem sequer americano ou japonês - sabe que, se sai, tem que entrar. Se apenas sai e não entra, quebra. Mas que quebrem seus bens privados, sem esse tipo de comportamento. O SR. TILDEN SANTIAGO (PT - MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não vou discursar, mas apenas pedir que sejam transcritas nos Anais da Câmara dos Deputados as perguntas que foram feitas na CPI do caso PC Farias e que ainda não foram respondidas. A Folha de S. Paulo tem publicado diariamente essas perguntas. No início eram 20 e poucas, e hoje, 29 de julho de 1992, são 51. PERGUNTAS A QUE SE REFERE O ORADOR: 1 - Embora Cláudio Vieira assuma a responsabilidade pelos pagamentos, por que PC depositou dinheiro na conta de Ana Acioli, como afirma sua própria secretária Rosinete Melanias? 2 - Por que o empréstimo que Cláudio Vieira teria obtido no Uruguai não aparece em sua declaração de rendimento? 3-Por que Najun Turner, segundo Vieira o aplicador dos recursos do empréstimo obtido no Uruguai, precisa de "depositantes-fantasmas" para abastecer a conta de Ana Acioli? 4 - Por que todos os "depositantes-fantasmas" apresentam ligação direta com PC? Todos eles apresentaram como endereço no cadastro bancário a firma EPC, de PC Farias. Além disso, os "fantasmas" Carlos Alberto da N6brega e .José Carlos Bomfim seriam, na verdade, Jorge Bandeira de, Quinta-feira 30 17335 Mello, s6cio de PC na Brasil-Jet. Os "fantasmas" Flávio Maurício Ramos, Rosalinda Cristina Menezes, Manuel Dantas Araújo, Jurandir Castro Menezes e Rosimar Francisca de Almeida seriam Rosinete Melanias, secretária de PC. 5 -Por que o Fiat Elba, placa FA-1208, do Presidente Collor, foi pago pelo "depositante-fantasma" José Carlos Bonfim? Segundo o ex-Deputado Sebastião Curi6, este nome era usado por Jorge Bandeira, s6cio de Pc. 6 - Por que Rosane Collor recebia 20 mil dólares por mês da EPC? Como é possível que Collor, o marido, desconhecesse esses depósitos? 7 - Quais as razões para PC ter depositado um cheque nominal para Rosane Collor? 8 - Por que Cláudio Vieira, ou seu investidor, não depositavam dinheiro diretamente na conta de Rosane? Por que precisavam triangular o pagamento das despesas da primeiradama pela conta de Ana Acioli? 9 - Qual a razão dos depósitos regulares do "correntistafantasma" Manoel Dantas de Araújo na conta de Lilibeth Monteiro de Carvalho, ex-mulher de Collor, que detém a guarda dos dois filhos do Presidente? 10 - Por que o mordomo da Casa da Dinda, Berto José Mendes, recebeu cheques da PCE, empresa de PC? 11- Como o dinheiro do empréstimo, em cruzados novos, foi transferido do Uruguai para o Brasil? 12 - Como Collor, que ganha 10,8 milhões de cruzeiros, e Vieira, que recebe em torno de 2 milhões de cruzeiros, podem pagar um empréstimo de 3,75 milhões de d6lares? 13 - Por que Vieira escolheu para aplicar o dinheiro do empréstimo um corretor suspeito de operações irregulares no mercado? 14 - Por que Vieira demorou tanto a apresentar sua versão, deixando Collor exposto ao desgaste? 15 -Por que Najun Turner, sabendo que sua presença é fundamental para a elucidação do caso, decidiu se ausentar do País? 16 - Por que empresas de PC efetuaram depósitos em contas de Rosane Collor, Leda Collor, Cláudio Vieira, do ex-porta-voz da Presidência Cláudio Humberto e de Elizabeth Luporini, ex-secretária do Secretário-Geral da Presidência, Marcos Coimbra? 17 - Como Ana Acioli, que tem salário de 2.228.078.26 cruzeiros, conseguiu movimentar, em maio, mais de 24(} milhões de cruzeiros, quantia mais de 100 vezes superior ao seu salário? 18 - Cláudio Vieira saiu do Governo em março. Se era ele quem provia a conta de Ana Acioli, como afirma a secretária de Collor, como o movimento de sua conta chegou a 240 milhões de cruzeiros, em maio 2 meses após o afastamento de Vieira? 19 - Quais são exatamente os neg6cios do Presidente que são administrados por Cláudio Vi(:ira? 20 - Por que a secretária tinha contas com três nomes diferentes - Maria Gomes, Ana Maria Acioli Gomes de Melo e Ana Maria Correia Acioli - no Bancesa? O presidente do Bancesa, Manoel Machado, confirma a diferença dos nomes: "Não entendi por que o Presidente omitiu esta informação no pronunciamento." A própria Ana Acioli já apresentou nova versão ao fato, afirmando que Cláudio Vieira e a gerência do Bancesa a aconselharam a abrir contas com nomes diferentes. 17336 Quinta-feira 30 DIÁRiO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) 21 - Ana Acioli assinou em branco o documento que foi lido no pronunciamento de Collor, como suspeitam alguns grafólogos'? 22 - Por que Ana Acioli recebia dólares da Brasil-let para fazer pagamentos a Uajara Cabral, no Planalto? 23 - Por que o Opala Diplomata placa SC-5555, utilizado por Ana Acioli, era alugado pela empresa Brasil-let, de PC? 24 - Por que a Brasil-Jet pagava o aluguel do Santana GLS placa ZZ-1212, também usado por Ana Acioli? 25 - Por que o combustível dos carros usados por Ana Acioli era pago pela empresa AL Táxi Aéreo, segundo disse Eriberto França? 26 - O Opala Diplomata era também dirigido por Roberto, motorista de PC na Brasil-Jet, como acusou Eriberto França? 27 - Por que Eriberto França teve registro na carteira de trabalho assinado pela Sever Engenharia quando trabalhava como motorista na campanha presidencial de Collor em 1989? 28 - Quais os motivos de tantas ligações telefônicas a partir do escritório de PC em São Paulo para o Palácio do Planalto e outros órgãos do Governo? 29 - Quando foi a última vez que Collor encontrou PC? Eriberto França disse ter visto PC no Planalto no ano passado, por volta do dia do aniversário do Presidente (12 de agosto). Collor disse que há cerca de 2 anos não encontra nem fala com PC. 30 -Como PC conseguiu expandir seu patrimônio, sendo proprietário, atualmente, da maior concessionária Fiat do Nordeste, a Favel; da Brasil-Jet, Táxi-Aéreo, que comprou neste ano um avião de 10 milhões de dólares; a EPC e a empresa de Comunicação Tribuna de Alagoas, com investimentos de 5 milhões de dólares, em 1990 ele tinha apenas duas empresas: a Tratoral e uma fazenda de plantação de cocos, que dava prejuízo? 31 - Como a Brasil-Jet conseguiu ter um lucro expressivo em 1991 (841,755 milhões de cruzeiros), um ano considerado ruim para a maioria das empresas de táxi aéreo? (Líder, uma das maiores do setor no País, teve um prejuízo de 9 bilhões de cruzeiros no ano passado.) 32 - Por que relatórios de vôos dos aviões da Brasil-Jet entregues ao Departamento de Aviação Civil (D AC) apontam o pouso dos aparelhos em um aeroporto e decolagem seguinte em outro? (E o caso do "Morcego Negro", que, em 10 de abril de 1990, saiu do Rio, foi para Brasília e decolou no dia seguinte de Maceió para São Luís). 33 - Qual a finalidade dos vôos de jatos da Brasil-Jet para paraísos fiscais como as Antilhas Holandesas e Barbados? 34 - Por que Marcos Coimbra ligou para o então presidente da Petrobrás Motta Veiga para saber como andava o negócio VasplPetrobrás, se a privatização da empresa aérea, que não pertencia ao Governo Federal, já estava praticamente concluída? 35 - Por que PC emitiu um cheque, através da EPC, de 250 milhões de cruzeiros para Wagner Canhedo, proprietário da Vasp, em setembro de 1990, na mesma época da comprada estatal? 36 - Por que as agências de publicidade Setembro e Giovanni Associados, que atuaram na campanha presidencial de Collor, foram contratadas sem licitação pelo Governo Federal? lulhode 1992 37 - Por que os filhos do Presidente usavam, até junho, um Opala de placa VY-2745, registrado em nome da empresa EPC, de propriedade de PC Farias? 38 - Se Collor não mantinha nenhum contato com PC há 2 anos, como afirmou o Presidente em seu pronunciamento, como o Presidente comprou um terreno do empresário em fevereiro de 1991, intermediado por Paulo Octávio? 39 - Por que Cláudio Vieira em 2 linhas telefônicas registradas em nome da empresa EPC, de propriedade de PC? 40 - Quem pagou a reforma da Casa da Dinda feita pela empresa Brasil'S Garden e avaliada em 1 milhão de dólares? 41- Por que empresas de PC efetuaram pagamentos de quase 1 milhão de dólares a Brasil's Garden, mesmo valor da reforma da Casa da Dinda? 42 - Por que 5 grandes empresas do País pagaram cerca de 15 bilhões de cruzeiros (atualizados) entre abril de 1990 e junho deste ano à EPC a título de assessoria fiscal, dado que a empresa não é especializada no ramo? 43 - Como, com apenas 12 funcionários, a EPC consegue prestar a estas empresas assessoria em áreas tão distintas como legislação fiscal, avaliação de minas de diamante e projetos de desenvolvimento de transportes coletivos? 44 - Quem pagou a reforma e decoração do apartamento de Collor em Maceió? 45 - PC e Cláudio Vieira têm conta conjunta no BMC? 46 - Qual foi exatamente a participação de Collor e PC na campanha eleitoral de Sebastião Moura, o Curió? 47 - Qual o interesse de PC em exploração de ouro? 48 - Qual o interesse de Luiz Adelar Scheuer, diretor da Mercedes-Benz no Brasil e presidente da Anfavea, no financiamento da campanha de Curió? 49 - Por que a EPC pagou 3,3 bilhões de cruzeiros (valor atualizado) para o Deputado Paulo Octávio, empresário amigo de Collor? 50 - Por que o ex-sócio de Zélia Cardoso de Mello na ZLC, Carlos Moraes, recebeu dinheiro da EPC? 51- Qual o motivo de o Deputado Federal Ivânio Guerra, irmão do ex-Ministro da Saúde Alceni Guerra, ter recebido dinheiro da EPC? O SR. HÉLIO ROSAS (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o dia 28 de julho é consagrado ao agricultor. Não poderíamos deixar de registrar a nossa homenagem a esse herói anônimo, que, sujeito às adversidades peculiares do trabalho no campo, luta diutumamente pela sua sobrevivência, desassistido, abandonado e explorado. Essa é a realidade da maioria dos agricultores brasileiros, principalmente dos pequenos e médios produtores. A atividade agrícola é um grande risco, que o agricultor assume sozinho. Países desenvolvidos como a Alemanha, onde o setor primário contribui com menor percentual que o brasileiro para a composição do PIE, não deixam de incentivá-lo, protegê-lo. Nesses países, os agentes financeiros e os industriais também correm os riscos do processo produtivo agrícola, na condição de parceiros do empreendimento. No Brasil, na atual conjuntura mais acentuadamente, quando o modelo econômico estabelece altas taxas de juros com o objetivo de reduzir a disponibilidade de recursos financeiros e, conseqüentemente, induzir retração do consumo, e os investimentos imprescindíveis à produção agrícola são altíssimos, o agricultor quase sempre é levado à situação de insolvência junto aos agentes financeiros, em razão da renda baixa da safra colhida. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Essa situação de insolvência decorrente da pequena receita líquida da safra colhida é constrangedora somente para o agricultor, pois o agente financeiro, em última instância, terá como garantia do empréstimo a hipoteca da propriedade, de máquinas agrícolas ou mesmo de imóveis urbanos. Por mais paradoxal que pareça, as grandes safras geralmente não trazem benefícios reais aos agricultores, pois a maior oferta do produto provoca o aviltamento dos preços, como decorrência natural da lei da oferta e procura que nem mesmo os programas governamentais de garantia de preços conseguem impedir. Seria desejável que a implementação de programas de incentivo à produção fossem sempre de pesquisa de mercados e antecedidos do planejamento da comercialização. Iniciativas bem-sucedidas de produção e comercialização planejadas, como as do frango, em que se associam criadores e indnstriais com responsabilidades definidas em contratos, ou as do açúcar, em que são estabelecidas cotas para os fornecedores de cana, e as usinas planejam a produção anual em função das estimativas do consumo interno e externo, são bons exemplos a serem estudados e adaptados a outros produtores agropecuários. A viabilidade desses sistemas integrados de produçãocomercialização será mais facilmente assegurada pelo incentivo aos projetos agroindustriais, que tem merecido nossa especial atenção no momento da discussão e aprovação do Orçamento da União. O apoio às cooperativas de agricultores constitui fator relevante para a implementação desses sistemas integrados produção-comercialização, sem discriminação nos programas de incentivo do Governo às agroindústrias do setor privado, nacionais ou multinacionais, que conciliem os interesses de . produtores industriais e que atendem aos objetivos maiores do desenvolvimento econômico e social do País, com melhores condições de vida para o brasileiro. Sr. Presidente, Srs. Deputados, que a homenagem desta Casa ao agricultor brasileiro não fique apenas neste dia, mas seja uma constante em todos os nossos dias, ao legislarmos sobre os temas do seu interesse. o SR. TOURINHO DANTAS (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, sob a égide de um Governo eleito, após 20 anos da ditadura militar, o Brasil, afinal, começa a ingressar na modernidade. O Congresso Nacional, sentindo o anseio da sociedade, aprovou, nos últimos dois meses, leis da mais alta relevância. Dentre estas, temos a lei de concessão de serviços públicos, da modernização dos portos, das licitações, da AdvocaciaGeral da União, a lei dos Tribunais de Contas, da reforma agrária, da isonomia salarial etc. Além destas, tramitam pela nossa Casa a lei das marcas e patentes e a proposta do ajuste fiscal. Sobre ajuste fiscal, pesquisas têm sido divulgadas, e, nestas, constata-se o interesse enorme da sociedade em vê-lo votado e aprovado, mesmo com algumas modificações que não venham a torná-lo ineficaz, com vistas a permitir um maior desenvolvimento do País e, afinal, a vitória que todos tanto esperamos, há mais de 20 anos, sobr_e_a i!!nação,-_ Durante a gestão do Presidente Fernando Collor, da qual hoje fazem parte Ministros da maior envergadura política e moral, gerou-se um contínuo superávit mensal nas contas do Governo, da data da posse até o dia de hoje, ou seja, foi Quinta-feira 30 17337 gasta apenas a importância efetivamente arrecadada, fato que há muito tempo não se via neste País. Colhe-se neste ano safra de grãos da história do País, cerca de 70 milhões de toneladas, graças ao incentivo dado pelo Sr. Presidente ao setor agrícola. Construiu-se, durante esses 2 anos e 4 meses de Governo, 500 mil novas casas populares - o dobro do que erigiu o Governo passado em 5 anos. Pela primeira vez, eu, pelo menos, como advogado militante há 18 <rnos, vejo um juiz e outros asseclas seus, que , fraudaram o INSS, irem para a cadeia e terem seus bens confiscados. O Brasil, hoje, possui reservas cambiais da ordem de 22 bilhões de dólares, e, estima-se que, neste ano, o superávit da nossa balança comercial atingirá a importância recorde de 13 bilhões de dólares. . Após 10 anos fora do mercado de crédito internacional, o Brasil, sob o comando doseu Ministro da Economia, renegociou 44 bilhões de dólares de sua dívida externa vencida, com descontos, dependendo da opção feita, de até 15,4%, para pagar em um prazo de 30 anos. Com isto, novas remessas, como já vem ocorrendo, aportarão em maior intensidade no País, gerando maior desenvolvimento. No Brasil de hoje não existe um só produto cujo preço esteja controlado, ou seja, tem-se total liberdade de mercado, como também se pratica a democracia plena. Por tudo isto, vê-se que o País está no caminho certo, e só não enxerga quem não quer. Batidos nas urnas em 1989, hoje sem qualquer discurso ideológico convincente, pois os seus discursos ruíram junto com o Muro de Berlim, decidiram os amantes do caos fazer da CPI que investiga as ações do empresário Paulo César Farias seu novo palanque eleitoral. Entretanto, esses senhores, que tentam tirar o País do rumo correto, não conseguirão, pois 35 milhões de brasileiros aprovaram nas urnas o projeto que aí está. O que pedem hoje os brasileiros, da Capital ao interior, é que os deixem trabalhar, pois com a riqueza gerada serão construídas escolas, hospitais, habitações, e todos viverão com dignidade. Enquanto a CPI continua a servir de palanque eleitoreiro, enchendo os jornais de notícias, em cima deste estardalhaço ganham os especuladores, e mio os que efetivamente trabalham. Está na hora de um basta, e a sociedade suplica por ele, pois ninguém mais suporta ver notícias importantes para o País ficarem num segundo plano, dando lugar a outras que interessam apenas a meia dúzia de gatos-pingados, na sua ânsia de ganhar as eleições que se avizinham e onde, certamente, serão novamente derrotados. A SRA. MARIA LUIZA FONTENELE (PSB - CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, é uma honra para nós registrar o transcurso dos 40 anos do BNB tendo na presidência dos trabalhos V. Ex\ um defensor do patrimônio público. Os difíceis momentos por que passa a Nação não constituem motivo para olvidar fato tão importante para o País e, particularmente, para a sofrida Região Nordeste: a criação, há 40 anos, do Banco do Nordeste do Brasil SA, segundo a Lei n 9 1.649, de 19 de julho de 1952. Movidos pela vontade política de reduzir as disparidades inter-regionais, homens de elevado espírito público, a exemplo dos Srs. Rômulo Barreto de Almeida, Francisco Vieira de .17338 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Alencar e Cleantho de Paiva Leite, comandaram a criação. do Banco do Nordeste do Brasil SA. Foram eles os responsáveis pelos trabalhos da comissão incorporadora encarregada de dar início às atividades do BNB, já àquela época concebido como instituição de crédito especial, com a missão de promover o desenvolvimento regional e modernizar a estrutura produtiva do Nordeste. O BNB nascia, desta forma, dentro do propósito de substituir os planos emergenciais de combate às secas, em geral manipulados pelos exploradores da miséria alheia, por medidas mais eficientes e duradouras de fortalecimento da economia nordestina. Operando com 177 agências, das quais 173 estão localizadas no Nordeste (incluído o norte de Minas Gerais), o BNB mantém 14 postos de atendimento bancário especial e apenas 4 agências localizadas fora da Região: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Instituição que angariou o respeito da comunidade pelo correto trato dispensado à coisa pública, o BNB - ou "conterrâneo", como é carinhosamente conhecido pela população - é um órgão de desenvolvimento regional com relevantes serviços prestados ao Nordeste. Sem ele, com certeza, o quadro de estagnação econômica da região ter-se-ia aprofundado, ampliando-se o fosso entre o Sul e o Norte. Assim é que, ao longo de 40 anos de atuação, o BNB tem contribuído de forma decisiva para a modernização do parque industrial, bem como para o fortalecimento do setor agropecuário nordestino, ao financiar projetos que geram empregos diretos e indiretos, criam renda e fixam o homem ao campo. Além, é claro, da sua efetiva participação do 'setor de infra-estrutura. Somente nos 3 últimos anos, com o advento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) , por ocasião da Carta Magna de 1988, o BNB financiou mais de 70 mil empreendimentos, beneficiando, em sua maioria, m.ini e pequenos produtores rurais e micro e pequenas empresas industriais. O Banco do Nordeste adota, ainda, estratégia específica para financiar o pequeno produtor, consciente de que este homem, isoladamente, é incapaz de vencer todos os obstáculos que lhe são impostos por um sistema perverso. Por isso, apóia o associativismo no sentido de fomentar o surgimento de nova cultura capaz de propiciar a criação de oportunidades de ocupação da mão-de-obra do campo, incentivar a adoção de tecnologia modernizante na produção e melhorar o nível de renda e da qualidade de vida das famílias rurais. Seu saldo de aplicações atinge quase 5 trilhões de cruzeiros, dos quais 94% correspondem a créditos de médio e longo prazos aplicados nos setores rural, industrial e de infra-estrutura da região, o que coloca a instituição na posição de quinto maior banco do País em volume de aplicações e de primeiro lugar em crédito rural no ranking da Febraban. Quanto ao FNE, especificamente, o Fúndo apresentava, na posíção de abril deste ano, patrimônio total de 1.718 bilhões de cruzeiros, dos quais 1.633,5 bilhões estavam comprometidos em financiamentos, sendo 1.433,3 bilhões já desembolsados e 200, 2 bilhões em fase de desembolso. Na mesma posição, vale destacar, a disponibilidade, de 84,5 bilhões de cruzeiros, era bastante inferior à demanda de propostas nas agências do banco, de 385,6 bilhões de cruzeiros. Julho de 1992 Esses números, no seu conjunto, levam à previsão de que as repercussões econômicas das aplicações do BNB até o ano passado contribuíam para a formação adicional do valor bruto da produção da ordem de 1.565,6 milhões de dólares, acrescidos na renda gerada de 730,4 bilhões de dólares e geração de 259,4 mil empregos, quando os projetos tiverem atingido o estágio de maturação. Isto não quer dizer que os problemas regionais estejam resolvidos, o que só ocorrerá através de uma radical mudança na estrutura econômica e social do País, mas sinaliza ação concreta e efetiva no sentido de minorar os índices de pobreza e inserir mais pessoas no mercado via distribuição de renda. Longe, portanto, de a ação do banco representar solução definitiva, mesmo porque as necessidades da região exigem recursos de 1,5 bilhão de dólares ao ano. E preciso salientar, por outro lado, a preocupação do Banco do Nordeste em seguir rigorosamente o texto da lei, consoante o espírito idealizado pelos Srs. Parlamentares, de aplicar 50% dos recursos do FNE no semi-árido nordestino. E essa preocupação está bem traduzida no incansável trabalho em prol do semi-árido da região, onde vive grande faixa da população nordestina, marginalizada dos processos de produção e na busca de caminhos que a livrem do histórico paternalismo a que foi submetida em função de interesses políticos menores. Tem o BNB, faça-se justiça, procurado induzir a iniciativa privada a investir no semi-árido. O Banco do Nordeste, ·sediado em Fortaleza, Estado do Ceará, tem dado importante contribuição à região não apenas por meio da ação financiadora das atividades produtivas. Relevantes também são as iniciativas pioneiras relacionadas à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, promoção de investimentos e incentivos à exportação, assistência técnica e prepa- . ração de recursos humanos. Não se pode esquecer, nesse contexto, o papel do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), órgão do BNB responsável pela realização de estudos e pesquisas econômicas que subsidiam a ação do banco, de órgãos governamentais e setores privados. Merece destaque, do mesmo modo, a recente criação do Centro de Desenvolvimento e Informação Cultural do Nordeste, criado para tornar mais efetiva a contribuição do Banco do Nordeste ao desenvolvimento artístico-cultural da região. Em essência, um centro de referência necessário para suprir uma lacuna em nível regional, levando em conta a importância da dimensão cultural no processo sócio-dinâmico do desenvolvimento. .Convém ressaltar o elevado grau de formação do pessoal do Banco do Nordeste, em torno de 6 mil funcionárioS,recrutados mediante concurso público e dos quais mais de um terço detém curso superior ou de pós-graduação. Formam os servidores da instituição verdadeira elite pensante da região, reafirmando o conceito de que o BNB, de fato, é a "Universidade do Nordeste". A História do BNB, os serviços prestados à região e sua credibilidade o credenciam como instituição a ser preservada de quaisquer tentativas de desmantelamento do patrimônio público, comumente partidas de seguementos irresponsáveis ou desconhecedores do papel fundamental que este órgão tem prestado à economia brasileira. Sem dúvida, o Banco do Nordeste constitui patrimônio de toda a sociedade brasileira, sobretudo do povo nordestino, pois construído durante décadas e mantido graças à vigilância Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO- NACIONAL (Seção I) dos que encaram o problema das ~isparidades inter-regionais como questão nacional, das mais graves. Ê esta a minha homenagem aos que hoje fazem o BNB e àqueles que ajudaram a construí-lo no passado. O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - A Mesa se associa à lembrança de V. Ex~ desta importante data para o País. Foi significativo para o Nordeste do Brasil ter, na concepção de uma nova ordem sociale' econômica, a inspiração do grande brasileiro que foi Rômulo Almeida. Concedo a palavra ao Sr. Munhoz da Rocha. O SR. MONHOZ DA ROCHA (PSDB - PRo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, retorno hoje a esta tribuna para reafirmar minha posição totalmente contrária à criação do Estado do Iguaçu e reavivar alguns pontos por mim levantados na última ocasião em que tratei do assunto. Lembro àqueles que defendem o fracionamento dos Estados do Paraná e Santa Catarina que o antigo anseio da população iguaçuense de emancipar-se não é maior do que a preocupação de toda a população dos demais Municípios dos dois Estados. Uma preocupação embasada principalmente no risco que haveria de passarem o Paraná e Santa Catarina por uma verdadeira sangria em suas finanças, além do surgimento de três Estados que ficariam bastante enfraquecidos. Do Paraná, seriam subtraídos nada menos do que 70 Municípios, alguns da importância de Cascavel, Clevelândia, Pato Branco, Palmas e Guaíra. De Santa Catarina, Municípios também com forte importância econômica, a exemplo de Joaçaba e outros, seriam subtraídos. Tem sido dito que a pequena representatividade do Sul no Congresso Nacional é uma das fortes razões daqueles que defendem a criação do Estado do Iguaçu. Também concordo em que a representatividade do Sul do País no Congresso Nacional é desproporcional a sua importância. Mas entendo que nãq é com a criação de um novo Estado que se vai corrigir esse erro. Isto poderia ser feito por ocasião da revisão constitucional de 1993, ou com a aprovação de alguns projetos de lei, já em tramitação aqui no Congresso Nacional, através das quais poderia ser estabelecido um crime mais justo e racional para redistribuição no número de Parlamentares dentre os diversos Estados. Tem sido alegada também a pequena participação dos iguaçuenses nas administrações estaduais. Não precisaria, também neste caso, a criação de um novo Estado, a criação de uma onerosa máquina administrativa, para que se brindassem os iguaçuenses com algumas funções públicas. Basta, para isso, uma disposição política dos atuais governantes. O ViceGovernador do Estado do Paraná, que acumula a Secretaria de Transportes do Estado, é oriundo do Iguaçu. A pequena participação orçamentária da região iguaçuense também tem sido lembrada, mas o Governador do Estado do Paraná contestou essa afirmação recentemente, quando comprovou, através de documentos, que a cada cruzeiro de ICM ali arrecadado o Estado vem aplicando Cr$ 1,70. No Governo anterior, se houve uma arrecadação de 54 bilhões de cruzeiros, graças aos cofres do Estado houve um investi. mento, naquela região, da ordem de 329 bilhões de cruzeiros, sem lembrar a constituição da Ferroeste, ferrovia que ligará Guarapuava a Cascavel, chegando a Guaíra e talvez a Foz do Iguaçu, já em andamento, por iniciativa do Governo do pstado do Paraná. Quinta-feira 30 17339 No que diz respeito ao Governo Federal, eu lembraria a implantação da usina hidrelétrica de Itaipu. Mesmo anteriormente, quando da extinção do Território de Iguaçu, foi lembrado pelo meu irmão, o então Deputado constituinte Bento Munhoz da Rocha Neto, que investimentos como a ligação ferroviária Guarapuava-Foz do Iguaçu e a criação da Reserva Florestal do Iguaçu antedeceram a criação do próprio território. As grandes distâncias físicas entre as Capitais do Paraná e Santa Catarina deixaram de ter importância em face do grande desenvolvimento tecnológico e também dos meios de comunicação. Por oportuno, gostaria de solicitar ao Sr. Presidente que registrasse nos Anais desta Casa artigo do Prof. Luis Carlos Tourinho, que coloca em dúvida inclusive a constitucionalidade da tramitação deste projeto de lei na Câmara dos Deputados. (ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR:) Ainda o estado do Iguaçu Para os leitores que não estão habituados a deslindar o que pensavam e escreveram os juristas que participaram da elaboração da nossa Carta Magna, procurarei interpretá-la em linguagem mais simples, embora sendo engenheiro, e não trabalhe em Direito. O § 3~ do art. 18 diz textualmente: § 39 Os Estados podem incorp~rar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se... ' . Isto porque o art. 18 diz taxativamente que União,' os Estados, o Distrito Federal e os Municípios "são autônomos" - pois a República é Federativa. Não fosse assim o § 39 acima teria outra redação. - Os Estados "podem ser" incorporados entre si, subdivididos ou desmembrados ... O que seria ferir a sua autonomia. Façamos um exemplo concreto. A Confederação Brasileira de Futebol pode dizer nos seus estatutos: . "Os clubes filiados podem incorporar-se entre si, subdividir"se etc., etc." , Diante disso Atlético e Coritiba podem incorporar-se entre si para formar o Clube Atlético Coritiba. O Botafogo de Futebol e Regatas pode desmembrar-se para formar o Botafogo Futebol Clube e o Botafogo de Regatas, mas a Confederação não pode obrigá-los a assim proceder, por vontade de alguns associados. No caso de criação de novos Estados ocorre o mesmo. Eis pórque o inciso VI do art. 48 diz claramente que a incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados só pode ser feito "ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas". O Deputado Siliprandi foi muito afoito. Devia ter começado o processo pela Assembléia Legislativa. Uma ~ez com o concordo desta, seria feito o plebiscito e, a segUir, caso vitorioso, elaborada a "lei complementar" pelo Congresso Nacional. No art. 21- Que estabelece a "competência da União", composto de vinte e cinco incisos, nenhum deles atribui à União competência para dividir os territórios dos Estados. No art. 12 ficou estabelecido nos seus vinte e nove incisos o que "compete privativamente à União legislar". Nenhum deles trata de redivisão territorial dos Estados. a 17340 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A primeira tentativa de criar o Território do Iguaçu ocorreu logo após a Revolução de 1930, sendo afastada pelo interventor Mário Tourinho. Prevenido, eleito para a Constituinte de 1934, Plínio Tourinho propôs um adendo de forma a exigir a manifestação do Estado interessado. Com a instauração da ditadura estado-nuvista, Getúlio Vargas 'aproveitou a oportunidade, contando com a aquiescência do interventor Manoel Ribas, que residira durante 30 anos no Rio Grande do Sul. Manoel Ribas afirmou publicamente que o Paraná devia sentir-se agradecido ao Presidente Getúlio Vargas, por ter subtraído da sua jurisdição grossa fatia "das mais ricas terras do Estado". O ilustre Presidente do IBGE, Dr. Teixeira de Freitas, que batalhou pela redivisão territorial do Brasil, preconizou unidades ideais entre 200 e 300 mil km 2• Foi favorável à criação "temporária" do Território do Iguaçu, que deveria ser restituído aos Estados de origem, após ter sido convenientemente povoado, como se encontra hoje. Com seus 200 mil km2 de extensão o Paraná é a mais valiosa jóia da Federação. Até petróleo foi encontrado no seu subsolo. Nas redondezas da confluência Paraná-Iguaçu temos a maior concentração de potencial hidráulico do mundo. Temos sido bem governados. Nossa rede de rodovias asfaltadas, proporcionalmente só é inferior à de São Paulo. A Copel conclui Segredo e começa Caxias. O porto de Paranaguá tem uma posição excepcional no tabuleiro sul-americano. Curitiba já é a primeira cidade da Região Sul. Londrina, a terceira. Não há nenhuma discriminação. O sul do Estado descarregou maciçamente sua votação em Richa e Álvaro Dias, de Londrina. Nosso Vice-Governador, Mário Pereira, veio de Cascavel. Recebeu consagradora votação em todo o Estado. Pode "pintar" como futuro candidato do PMDB ao Governo do Estado. Por quê, então, desmembrar Paraná e Santa Catarina para criar três Estados fracos? O Deputado Siliprandi que faça um exame de consciência. Venha cooperar com todos os paranaenses para grandeza do nosso Paraná. o SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Parlamentares, no Sul do País os agricultores começam a preparar as terras para o plantio de mais uma safra de verão. Na safra de inverno, poucos plantaram. As áreas do plantio de trigo foram reduzidas sensivelmente. Um exemplo preocupante dessa redução é dado pela Cooperativa Tritícola de Panambi Ltda., a COTRIPAL, que, nos últimos quatro anos, reduziu sua área de plantio em 24 mil hectares. Há quatro anos seus associados plantavam 32 mil hectares e, na última safra, plantaram apenas 8 mil hectares. Esse desânimo, esse pouco desejo de produzir não está apenas ligado à vontade do produtor, mas, sim, ao grande risco que corre quando plantam. Primeiro, porque a grande maioria não tem recursos próprios para manter as áreas anteriormente plantadas, e naquela época os riscos eram menores. Na medida em que o dinheiro ficou mais caro, correção monetária cada vez maior e preços menores, os produtores começaram a ficar descapitalizados e sem recursos para manter suas áreas. Daí a razão da diminuição delas. Outro motivo é que está havendo também uma diminuição na produtividade por área plantada. Antes, quando existia incentivos para a recuperação do solo, colhiam 40 sacas por hectare, e hoje colhem apenas 20. Quem arrisca colocar calcário na lavoura, pagando uma TR acima de 20% ao mês, sem saber se vai colher, pois ainda Julho de 1992 depende das chuvas e tantas outras coisas? O mesmo ocorre com a adubação. Ninguém coloca a quantidade realmente necessária para um bom desempenho. São raras as exceções. Eis os motivos do pouco ânimo para plantar agora a safra de verão. Pouco, porém, se faz necessário para que os agricultores se animem e voltem a produzir corretamente: concessão de empréstimos rurais vinculados ao produto, quer para custeio, quer para recuperação do solo. Esta é a única forma de manter acesa a chama do entusiasmo no meio rural. Não entendo o porquê da não adotação dessa fórmula para a agricultura. Poderiam dizer que seria um subsídio. Mas praticamente todos os países do mundo subsidiam suas agriculturas. No caso do Brasil, seria um investimento mínimo, pelo que representaria em produtividade. Caso os produtores conseguissem preços justos, acompanhando a inflação, não poderia ser considerado um subsídio. A grande influência desse sistema para a agricultura seria a volta da tranqüilidade ao homem do campo. Um sistema assim asseguraria ao produtor o pagamento de seus compromissos com produtos. Por exemplo, se faz um empréstimo de 100 sacas de soja, sabe que ficará devendo o valor das 100 sacas e nada mais. Isto trará de volta o estímulo ao trabalho, a produtividade, investimento em melhores colheitas, com recuperação do solo, assim como a aquisição de novos equipamentos. Enfim, o nosso agricultor voltaria a ser um novo homem, diferente. Passaria de triste e aborrecido a alegre e esperançoso, tranqüilo, feliz, pois teria a certeza de que seus compromissos nos bancos não aumentariam do dia para a noite. Pelo sistema atual, as instituições financeiras apresentam números cada vez mais astronômicos, que crescem até quando estamos dormindo e que acabam se tornando impagáveis, ou consomem todo o patrimônio do agricultor, que levou anos para adquiri-lo. É preciso que se dê um basta a esse tipo de financiamento para a agricultura. As autoridades de uma vez por todas, precisam reconhecer que assim como está não tem condições de continuar. Está aí uma fórmula mágica, sem riscos para o erário público, uma vez que ninguém vai receber nada de presente. Produto é dinheiro, é a moeda que o agricultor conhece, é a moeda que pode protegê-lo de correções absurdas. Acredito sinceramente que mais dia menos dia ela será adotada, até porque não resta outra alternativa ao Governo, já que o setor agrícola não suporta mais experiências desastrosas para garantir recursos para o plantio. O SR. GERALDO ALCKMIN FILHO (PSDB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem a Câmara dos Deputados da Venezuela aprovou uma reforma constitucional que cria a figura do Primeiro-Ministro. Ou seja, na Venezuela, o Poder Legislativo acaba de alterar a Constituição do país, limitando os poderes do Presidente, proibindo sua reeleição e criando a figura do Primeiro-Ministro, do Chefe de Governo, muito próximo ao modelo francês. , Entendemos que a crise política que o País atravessa decorre, antes de mais nada, do sistema presidencialista, engessado, que premia a irresponsabilidade, uma verdadeira ditadura de mandato, bem diferente do sistema parlamentarista, sistema de confiança, de responsabilidade e de diuturna prestação de contas ao Congresso Nacional e à sociedade como um todo. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) O sistema parlamentarista dá estabilidade ao que deve ser estável, o Chefe de Estado, o Presidente da República, e instabilidade ao que deve ser instável o Chefe de Governo, o Primeiro-Ministro. Por isso que o mundo mais civilizado, principah}lente a Europa e mesmo outros países, como a Austrália, a India, o Canadá e o Japão, adota como sistema de governo o parlamentarismo. Esta crise que estamos vivendo hoje, gravíssima, onde a Nação assiste, perplexa, aos escândalos e abusos que se cometem no uso do poder, serve para refletirmos sobre a necessidade de limitarmos o poder do Presidente da Repúbilca e, principalmente, de adotarmos no Brasil o sistema de gabinete, ou seja, o parlamentarismo, um sistema mais ágil e mais dinâmico, que supera crises e ao mesmo tempo exige responsabilidade e prestação de contas permanentes. No modelo parlamentarista, este Governo, que perdeu a confiança do povo e certamente perdeu a confiança dos representantes do povo na Câmara dos Deputados, há muito já teria deixado o poder a um novo gabinete que pudesse conduzir as políticas e as reformas tão necessárias ao desenvolvimento brasileiro. Quero, portanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, registrar essa importante mudança do sistema de governo da Venezuela, através de uma reforma constitucional, com a implantação da figura do primeiro-ministro, própria do modelo parlamentarista. Durante o discurso do Sr. Geraldo Alckmin Filho, o Sr. Waldir Pires, 2" Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Osvaldo Render, §2- do artigo 18 do Regimento Interno. o SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) palavra ao Sr. Jonas Pinheiro Concedo a O SR. JONAS PINHEmO (Bloco - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srª' e Srs. Deputados, ocupamos a tribuna desta Casa para registrar o falecimento de um dos mais importantes empresários e colonizadores deste País: Ariosto da Riva. Paulista, nascido em 1915, o empresá110 Ariosto da Riva, além de cafeicultor e pecuarista, foi responsável pela fundação da cidade de Navirai, no Estado de Mato Grosso do Sul, hoje importante centro produtor daquele Estado. Foi graças também ao seu espírito empreendedor que, através da empresa Indeco S.A., que criou e dirigiu, surgiram as cidades de Alta Floresta, Paranaita e Apiacás, hoje importantes pólos de desenvolvimento da região norte do Estado de Mato Grosso. Foi também graças à sua iniciativa que foram introduzidos na amazônia mato-grossense o café, o guaraná, o cacau e o urucum, criando, assim, novas opções econômicas para aquela região. O .empresário Ariosto da Riva, pelo seu trabalho e pelas suas realizações, recebeu, ao longo de sua vida, homenagens e inúmeros títulos de reconhecimento, inclusive o de cidadão mato-grossense, por parte da Assembléia Legislativa do Estado de ,Mato 'Grosso, tendo, em 1992, sido condecorado com o título de Comendador e recebido a Ordem da Cruz do Rio Branco. Esta Casa, por ocasião da Assembléia Nacional Constituinte, o conheceu em audiência pública na Subcomissão de Política Agrícola e Reforma Agrária, juntamente com seu filho, o engenheiro agrônomo Ludovico da Riva, falecido em Quinta-feira 30 17341 desastre aéreo, ocasião em que contribuíram enormemente, com seus conhecimentos, para a elaboração do texto constitucional nas questões de reforma agrária e nas ligadas à atividade rural. O empresário Ariosto da Riva deixa viúva, D. Helena dos Santos da Riva, filho, filhas e milhares de amigos e admiradores. A sua desencamação deixa uma lacuna no seio do empresariado brasileiro, mas nos deixa também, como recompensa, um exemplo de dedicação ao trabalho, de visão empresarial e de alto espírito de empreendimento e pioneirismo. Dessa maneira, SI. Presidente, Srª' e Srs. Deputados, não poderíamos neste momento deixar de, em nosso nome e no do povo do Estado de Mato Grosso, solicitar que conste nos Anais desta Casa o resumo do Curriculum Vitae do Sr. Ariosto da Riva, bem como nossa sincera homenagem à sua memória e o nosso profundo reconhecimento pelo importante trabalho que realizou, certos de que em muito contribuiu para o desenvolvimento não só do nosso Estado, como das regiões Centro-Oeste e Amazônica e do nosso País. CURRICULUM A QUE SE REFERE O ORADOR: CURRICULUM VITAE - Dados Pessoais Nome = Ariosto da Riva Estado Civil = casado com Helena Augusta dos Santos da Riva Nacionalidade = Brasileira Naturalidade = Agudos - SP Nascimento = 25-11-1915 Filiação = Ludovico da Riva e Vitória Furlani da Riva Profissão = Empresário Carteira de Identidade = N9 1.120.449 - SSP-SP Emitida em 13-6-66 CPF = N- 002.367.568-34 Título de Eleitor = 32551918-05 - Zona 024 - Secção 0033 Endereço = Rua E 3. S/N? - Setor E - Alta Floresta -MT Cargos e Funções Atuais Diretor Presidente de Indeco S/A - Integração, desenvolvimento e colonização, empresa que implantou, em Mato Grosso, as cidades de Alta Floresta, Paranaíta e Apiacás. Diretor Presidente de Caiabi-Empresa Agroindustrial Ltda., que introduziu o caf~, guaraná, cacau e urucum, na amazônia matogrossense. Diretor Presidente do Instituto de Educação Vitória Furlani da Riva. Cargos e Funções Exercidas Cafeicultor na região de Garra - SP Fundador e Presidente da Colonizadora vera Cruz Mato Grosso Ltda., com sede na cidade de Vera Cruz - SP, responsável pela fundação da cidade de Naviraí, no sul do Estado de Mato Grosso, hoje sede de Comarca, e a quinta cidade em arrecadação de ICM no Estado de Mato Grosso. Cafeicultor e Pecuarista em Naviraí - MS Fundador e diretor executivo da Agropecuária Suiã-Missu S/A, no Município e Comarca de Barra do Garças-MT, tendo sido pioneiro na região, muito antes dos benefícios 17342 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) concedidos pela SEDAM, e responsável pela colonização regional, através de projetos agropecuários Títulos Diploma Bororó, concedido pela imprensa de Cuiabá, pela participação efetiva nas atividades econômicas, sociais e culturais, em favor da comunidade. Cidadão naviraiense, concedido pela Câmara Municipal de Naviraí, pelos relevantes serviços prestados em prol do engrandecimento e progresso de Naviraí. Cidadão barragardence, concedido pela Câmara Municipal de Barra do Garças-MT, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Município. Título de cidadão, concedido pela Câmara Municipal de São Félix do Araguaia, em reconhecimento pelo pioneirismo, que deu à região, grande desenvolvimento. Cidadão alta florestense, título concedido pela Câmara Municipal de Alta Floresta. Cidadão paranaitense, título recebido pela Câmara Municipal de Paranaíta-MT. Título de cidadão honorário do Paraná, concedido pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, pelos projetos de colonização que abriram perspectiva para milhares de paranaenses. Título personalidade do ano em colonização e merecedor. de consideração e reconhecimento público, concedido pelo Rotary Club de São Paulo, em 1987 Diploma de reconhecimento, em novembro de 1987, pelos inestimáveis serviços prestados no desenvolvimento do Norte do Estado de Mato Grosso. Homenageado pela Associação comercial de Cuiabá, em reconhecimento pelo pioneirismo na construção de um novo Brasil, em julho de 1988. Homenageado pela televisão bandeirantes - SP, no programa "Gente que Faz", exibido em 13-05-1991. Homenageado pelo Banco Bamerindus do Brasil, com o "Troféu Gente que Faz", em 13-05-1991. Título de Cidadão Mato-grossense, através da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Condecorado em 1992, com o título de comendador, tendo recebido a Ordem da Cruz do Rio Branco. O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PST - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, registro, com grande pesar, o falecimento do ex-Deputado Sebastião Rodrigues de Souza Júnior, ocorrido em São Paulo, na última sexta-feira, dia 24, no Hospital do Coração, onde estava internado para a realização de exames. Advogado, nascido em Chiador, Estado de Minas Gerais, o querido companheiro Tião, como era conhecido pelos amigos e correligionários, radicou-se no Paraná desde o início da década de 60. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, chegou a ocupar o cargo de Diretor de Crédito Rural da instituição, tendo prestado relevantes serviços ao setor agropecuário nacional. Por último, foi o Secretário Especial para Assuntos Externos do Governo do Paraná, aqui em Brasília. Em nosso Estado, foi um dos fundadores do MDB "velho de guerra", partido pelo qual sempre militou, e por ele e pelo PMDB cumpriu cinco mandatos, primeiro como Deputado Estadual, depois como membro desta Casa, destacando-se como Parlamentar atuante, zeloso no cumprimento de suas funço.es e na defesa dos interesses Daranaenses e nacionais. Julho de 1992 À esposa de Sebastião Rodrigues, D' Marlene Rehzein, e às filhas Tatiana, Larissa e Malena reitero as minhas condolências e o meu pesar, em nome também do Partido Social Trabalhista - PST, esperando que o Senhor as conforte nessas tristes horas de dor, com o amor e o carinho dos parentes e amigos. O Sr. José Lourenço - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Tem V. Ex' a palavra. OSR. JOSÉ LOURENÇO (PDS-BA) -Sr. Presidente, Sr!' e Srs. Deputados, em nome desta Casa e em nome do meu partido, o PDS, quero associar-me às condolências aqui apresentadas pelo Deputado Luiz Carlos Hauly, pelo falecimento do nosso ex-colega e meu querido e estimado amigo Sebastião Rodrigues, nosso Tião. Foi ele um Deputado brilhante, que representou o Paraná por diversas legislaturas nesta Casa e que saiu daqui para ser Diretor de Crédito Rural do Banco do Brasil. Encontrava-me diariamente com S. Ex' nas caminhadas matinais que fazíamos. Infelizmente, como eu, S. Ex' também era cardíaco. Figura extremamente agradável, homem simples e muito preocupado com o País, atualmente ocupava o cargo de Secretário Especial para Assuntos Externos do Governo do Paraná em Brasília. Portanto, quero apresentar, em meu nome e em nome do meu partido, as minhas condolências à família de S. Ex', à sua esposa e filhas, bem como ao povo do Estado do Paraná, por esta perda, que considero extremamente dolorosa. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - A Mesa somase às homenagens prestadas à memória do ilustre Parlamentar Sebastião Rodrigues de Souza Júnior, falecido na sexta-feira passada. Concedo a palavra ao Sr. José Genoíno. O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero associar-me às manifestações de pesar aqui expressadas pelos Deputados Luiz Carlos Hauly e José Lourenço. SI. Presidente, desejo destacar notícias hoje divulgadas por alguns órgãos de informação do País, segundo as quais o Embaixador Marcos Coimbra, Secretário-Geral da Presidência da República, declara que o Sr. Cláudio Vieira não vai apresentar mais nenhuma prova ou documento à CPI. Trata-se de um ato de confissão de que a história montada em torno do empréstimo no Uruguai não tem começo, meio, nem fim. Se assim não fosse, o Governo seria o primeiro interessado em apresentar à Nação e ao Congresso Nacional as provas prometidas. Por que o Secretáril> Marcos Coimbra fala por Cláudio Vieira? O Sr. Cláudio Vieira não é mais funcionário do Palácio do Planalto, não é mais subordinado ao Presidente Collor, nem ao Embaixador Marcos Coimbra. Entretanto, é o Embaixador Marcos Coimbra quem declara que o Sr. Cláudio Vieira 'não vai apresentar provas, como se ele ainda fosse subordinado ao Palácio do Planalto. Pelo que consta, esse cidadão não está mais trabalhando no Gabinete do Presidente da República. De outra parte, acho que a opinião pública nacional, bem como a internacional foram desrespeitadas com aquela Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) história divulgada na segunda-feira pelo Sr. Cláudio Vieira. Essa história está prestes a ser desmontada, esse castelo de cartas não resiste ao menor vento. A credibilidade do Governo, se já era zero, agora está negativa. A moralidade pública deste Governo, que gerencia o Orçamento, é responsável pelas reservas do Brasil e pela fixação da taxa de câmbio, está a zero. Como pode ter condições de continuar governando, se fez empréstimo com um doleiro, que, além do mais, está foragido? Aliás, como foi amplamente divulgado ontem à noite pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, o gerente não se acha, o chefe não se acha, o subchefe não se acha. O banco é uma mera casa de câmbio. Isso é mau para o País. O Presidente da República fazendo empréstimo num outro país para custear sua campanha! Repito o que o meu colega de bancada, Deputado Paulo Delgado, disse: imagine, Sr. Presidente, o Presidente dos Estados Unidos tomando empréstimo no Uruguai para a sua campanha presidencial; Miterrand tomando empréstimo na Bolívia para sua campanha na França; Kohl tomando empréstimo no Peru para a sua campanha na Alemanha, e Margareth Thatcher tomando empréstimo na Colômbia para a sua campanha! O Sr. José Lourenço - O PT recebe de graça. O SR. JOSÉ GENOÍNO - Sr. Presidente, não citei o Deputado José Lourenço. Parece que S. Ex~ se irritou. Não entendo as razões dessa sua irritação. Peço calma ao Deputado José Lourenço. Calma, Deputado José Lourenço! Não brigue com os fatos! O Governo está muito preocupado porque os fatos que monta não resistem a um dia de imprensa. Estamos tranqüilos porque os fatos falam por nós. Fazer empréstimo em outro país para custear campanha eleitoral já pega mal. Mas fazer empréstimo com prejuízo, pega mal duas vezes. Fazer empréstimo com doleiro, piora a situação. Não achar o doleiro, Sr. Presidente... Aí não tem saída. O Brasil, um grande país, com um povo trabalhador, com uma inteligência construída historicamente, com instituições que estão amadurecendo, com prestígio internacional que não pode ser comprometido, não pode aceitar essa}listória que até facilita a caracterização de crime de responsabilidade, porque um Governo que monta uma história como essa está ele próprio se incriminando. Sr. Presidente, eu esperava que a fidelidade dos Srs. Cláudio Vieira e PC ao Presidente Fernando Collor de Mello fosse igual à do Coronel Oliver North, que chegou lá, botou o peito para receber a espada e livrou a cara de Reagan, no escândalo Irã-Contras. Aqui, nem para defender o chefe existe um Oliver North; aqui não existem bodes expiatórios dignos desse nome. O País não merece isso. O País tem futuro. Penso que, independentemente dos partidos, o que existe é um divisor de águas: quem quer acobertar o delito e quem quer punir o delito. Contudo, a verdade virá à tona, e, certamente, teremos a justa e lúcida colaboração do Deputado José Lourenço para promovermos a assepsia moral do País. O Sr. José Lourenço - Sr. Presidente, tendo SidO citado' pelo nobre Deputado José Genoíno, gostaria que V. Ex~ me concedesse a palavra para uma pequena intervenção. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Tem V. Ex~ a palavra. . O SR. JOSÉ LOURENÇO (PDS - BA) -SI. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, quero dizer a esta Casa que quem Quinta-feira 30 17343 não consegue aqui, no Brasil, receber como doação do exterior dinheiro de organizações internacionais da Alemanha, da Holanda, dos Estados Unidos, da França, como faz o PT, que recebeu, no ano passado, segundo me foi mostrado pelo Presidente da CUT, Jair Meneguelli, 1 milhão e 600 mil dólares, toma emprestado. Roubar é que não é possível. Mas me parece que o PT gosta mais do seu sistema. Nós nunca conseguimos nada parecido. Nunca consegui, Sr'" e Srs. Deputados, que uma única pessoa me desse qualquer coisa. Mas posso dizer aos Senhores que, certamente, não seria mal agradecido. Se alguém me desse ou depositasse na minha conta 50 ou 100 mil dólares para minha campanha, eu mandaria um telegrama e faria desta tribuna um discurso agradecendo. No entanto, há os ingratos, os Curiós da vida, esses marginais da política, que recebem doações para em seguida delatar os doadores. Que mau-caratismo, Sr. Presidente! Que baixeza! E esse homem, imagine V. Ex~, foi do Exército! Quase prendeu, aliás prendeu, durante a guerrilha do Araguaia, o nosso companheiro José Genoíno. Que tipo de homem! Imagino pelas mãos de quem passou o Deputado José Genoíno! Poderia ter perdido a vida, pois um homem que é capaz de denunciar um benfeitor, seria bem capaz, lá no meio do mato, de dar cabo do nosso pobre Deputado José Genoíno. Não me envergonho de defender o Presidente da República, como insinuou o Deputado José Genoíno. Pensa S. Ex~ que estamos acuados, temerosos, porque pretensamente a verdade estaria do lado deles e não do nosso, porque a razão estaria com as forças lideradas pelo PT e não com as forças que defendem a estabilidade política do País. Não, Sr. Presidente. Apoiamos o Presidente até porque não existe até agora nenhum resultado conclusivo das investigações. Apoiamos o Presidente porque ficamos convencidos da veracidade da explicação dada pelo Sr. Cláudio Vieira na CPI. O PT, não. Eles sorriem, mas certamente alguma coisa estão dando ao exterior, pois não se recebe nada de graça sem dar algo em contrapartida. Se recebem dinheiro do exterior, ,devem estar de alguma forma pagando. Esse, porém, não é um problema da bancada do PT, é do Lula, que é o caixeiro-viajante internacional do partido. Esta semana, Sr. Presidente, estive no interior da Bahia, e um velho amigo meu, de 77 anos de idade, Antônio dos Santos César, chegou para mim e, naquele seu linguajar sertanejo, perguntou: "Deputado, será que vão derrubar outra vez um Presidente que nós elegeu?" Eu disse: "Não, não irão fazer isso, porque nós não permitiremos. A Nação não aceitará isso, e o seu representante, lá, na Câmara - que sou eu - não silenciará sua voz nem deixará arrefecer a sua determinação no sentido de defender as instituições do País" Que fique claro ao PT que não adianta ir à imprensa diariamente - à imprensa, obviamente, que está a seu lado, que tem uma simpatia, .eu diria, de berço pelo PT, já que nossos discursos não são noticiados. Aliás, até no programa "A Voz do Brasil" já andaram fazendo a mim algumas restrições, mas fui lá e exigi que as coisas fossem divulgadas exatamente como aqui se passam e são ditas, tal como é feito com o Deputado José Genoíno. Para concluir, Sr. Presidente, yuero reafirmar à Nação brasileira que pode ficar tranqüila. De pouco ou quase nada valem as lamúrias, as insinuações e as reclamações do PT. O Presidente Fernando Collor vai governar até o último dia, DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçao I) 17344 Quinta-feira 30 do seu mandato, quer queiram, quer não. A Nação é soberana e é quem manda! O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peço a palavra, por ter sido citado nominalmente. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Tem V. Ex' a palavra. O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero explicar ao Deputado José Lourenço que não me referi a S. Ex' com nenhuma palavra pejorativa. Fiz um apelo e não uma adjetivação. Em segundo lugar, não me referi aos que apóiam o Governo aqui, mas à situação caótica e cômica em que essa história colocou o Brasil, situação que não queremos que continue. E disse até que não se trata de uma luta entre Oposição e Governo. Essa luta se dá em outra esfera, entre quem quer que o delito apareça e quem o quer esconder. Portanto, jamais me referi ao Deputado José Lourenço com palavras que ferissem sua brilhante atitude como Parlamentar situacionista, a qual respeito, embora dela divirja. Por isso não entendi a razão do nervosismo de S. Ex' O Sr. Mendonça Neto - Sr. Presidente, peço a palavra, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Tem V. Ex' a palavra. O SR. MENDONÇA NETO (PDT - AL. Sem revisão do orador.) -Sr. Presidente, é apenas para registrar a minha preocupação, quando essa .cPI já está prestes a encerrar os seus trabalhos, nos próximos dias de agosto, em termos o maior cuidado possível, aqui nesta Casa, porque a Nação está de olho... O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Nobre Deputado, gostaria que V. Ex' se inscrevesse. Não temos muitos inséritos, porém temos que conceder a palavra àqueles que estão inscritos, esperando para falar. O SR. MENDONÇA NETO - Peço, então, a palavra a V. Ex\ para fazer uma reclamação, se for o caso. Parece-me que esse tipo de discussão que ultimamente tem travado aqui no plenário da Câmara menoscaba a Comissão Parlamentar de Inquérito. Cabe à Comissão apurar as ligações do Presidente da República com a malversação de dinheiro público, com a corrupção, desvio de dinheiro e a manipulação de cargos do Governo pelo Sr. Paulo César Farias. Não podemos perder sentido e a gravidade do que encerram as discussões paralelas em defesa ou ataques ao Presidente da República. O que se busca é tão-somente saber se as instituições, se o Congresso Nacional e a Comissão Parlamentar de Inquérito podem funcionar, mesmo, se necessário, com o impeach· ment. Pediria apenas a V. Ex' que transmitisse aos Presidentes da Câmara e do Senado a minha preocupação com esse tipo de comportamento, que a Nação deplora. A Nação deplora, mas não está preocupada com a posição pessoal de cada Deputado. Está preocupada com a situação nacional, que é gravíssima e envolve, como nunca envolveu, em casos de corrupção passiva e ativa, o Presidente da República, que, evidentemente, é o grande responsável por todo esse escândalo que .estourou nos últimos meses aqui no Brasil. ° Julho de 1992 O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Concedo a palavra ao Sr. Agostinho Valente. O SR. AGOSTINHO VALENTE (PT - MG. Sem revisão do orador.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a tentativa de defender o Presidente da República, seu quadrilheiro maior e seu quadrilheiro menor das implicações com todo mundo que usou e abusou do ilícito sob o beneplácito da faixa presidencial, certamente vem, nesta Casa, de quarenta, trinta, dez, cinco Deputados. Daqui a pouco, possivelmente não vai mais sobrar nenhum. Assim como no filme recebeu o Oscar, "O Silêncio dos Inocentes", vamos ver a opinião pública colocar um esparadrapo na boca daqueles que tentam defender o i~defensável, silenciando-os, porque não há mais o que dizer. O Deputado José Genoíno acabou de travar um debate com o Deputado José Lourenço. A coisa hoje reside apenas no cômico. Não há uma situação concreta que a opinião pública possa examinar à luz da seriedade. Se algum Deputado foi ao interior baiano e lá ouviu alguma coisa de alguém há dez dias, ao voltar vai ouvir outra, porque os fatos atropelaram de tal maneira a Presidência da República que não há mais como defendê-la. Se o Deputado José Lourenço voltar hoje ao interior da Bahia certamente vai ouvir outra coisa. Como diz o Deputado José Genoíno, vamos ater-nos aos fatos. Não há mais condição de defesa. Não queremos, aqui, contemporizar. Eu mesmo, desta tribuna, já disse que uma possível e remota defesa será do próprio processo de impeachment. Em primeiro lugar, o Presidente terá 20 dias para defender-se perante a Câmara dos Deputados; depois 6 meses para fazê-lo perante o Senado Federal. Aí, sim, S. Ex' poderá valer-se dos melhores advogados do País, dos melhores defensores de todo tipo de tese, para tentar salvar o que ainda lhe resta de credibilidade. Temos que ter infinita paciência para ouvi-lo, porque temos que lhe dar o direito de defesa, não tenham dúvidas. Se o Presidente da República, sob a égide da Lei n9 1.079 aqui chegar e, por direito, se defender do que a opinião públic~ o acusa, temos que ouvi-lo. Porém, criar impedimentos para que uma comissão de inquérito chegue ao final dessa investigação do conjunto de crimes cometido na frente de S. Ex' sem qualquer reação, combinando com essa história do Ouro do Uruguai, é exageradamente cômico. Não é nem mais trágico. Sr. Presidente, creio que nada mais resta à Comissão P~~lamenta~ de Inquérito senão juntar todo o material proba- tono, exammar o que possa servir para instruir crimes comuns e de. responsabilidade e dar seqüência ao processo do ponto ~e VIsta ,le.gal.e constit~ci0':lal. Substituir apenas um ente que ficou fragI! dIante das mstltuições e não tem mais condições de administrar o País por outro que constitucionalmente o País garanta, e fazer nova eleição, como foi a última em que venceram os Srs. Collor de Mello e Itamar Franco. Aliás ' é isso que vai acontecer, Sr. Presidente. Não adianta quere; par.ar a marcha constitucional que o País quer e requer. Nada maIS socorr~ a9~eles que querem golpear a Constituição. Agora a ConstltuIçao está aI para ser cumprida e nós vamos vê-la cumprida. ' ,A Sr' Eurides Brito - Peço a palavra para uma comunicação de Liderança pelo PTR Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - V. Ex' está com a palavra, como Líder do PTR. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A SRA. EURIDES BRITO (PTR- DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, como Líder do PTR nesta Casa, quero manifestar minha profunda preocupação com a situação de fragilidade por que passa, atualmente, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, conhecido em todo o País pelo nome de "merenda escolar", que alimenta, anualmente, cerca de 30 milhões de estudantes matriculados em escolas ofiCiais e filantrópicas de nível pré-escolar e de primeiro graú. A merenda escolar em países desenvolvidos serve para alimentar as crianças que, por estudarem em tempo integral, não podem ir para casa almoçar. Em nosso País, a merenda tem por finalidade "proporcionar ao estudante a alimentação adequada às suas necessidades nutricionais, ao longo do período em que permanece na escola, corrigindo eventuais deficiências de sua dieta habitual, prevenindo as doenças causadas por carência alimentar". Esta finalidade que acabo de apresentar encontra-se no Relatório de 1987 da Fundação de Assistência ao Estudante, órgão subordinado ao Ministério da Educação, encarregado da execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Segundo pesquisa realizada pelo IPEA, em 1985, a merenda escolar era, então, um forte atrativo para a permanência da criança na escola, além de "um fator positivo e poderoso para melhorar o nível de aprendizagem". Não é de espantar, portanto, que a imprensa venha noticiando, há vários anos que, no Brasil, a merenda escolar é a motivação que leva 50% dos alunos da escola pública a freqüentarem as aulas, pois para grande parte deles, a merenda é a única refeição diária a que têm acesso. A cada problema de atraso ou falta de merenda, o que ocorre de duas a três vezes por ano, as Secretarias de Educação dos Estados declaram sua preocupação com o aumento da evasão escolar no ensino fundamental. Portanto, a merenda escolar, em nosso País, cumpre papéis mais cruciais do que nos países desenvolvidos. A alimentação escolar é tão importante para nós que a garantia de seu fornecimento pelo Estado está inscrita no inciso VII do art. 208 da Constituição Federal. Neste momento, Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Deputados, o Programa Nacional de Alimentação Escolar enfrenta sua mais grave crise, motivada pela falta de recursos para sua execução, pois o Governo tem dificuldades de caixa que impedem a liberação regular de recursos orçamentários e, além disso, os recursos federais para a merenda escolar vêm da contribuição social do Finsocial, que, como todos sabemos, só recentemente teve sua arrecadação restabelecida; mas com o fluxo de ingresso de recursos ainda defasado. Uma comparação simples entre dados de atendimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar em 1987,1991 e no presente ano pode ilustrar claramente a razão da grande preocupação que moveu a Liderança do PTR a fazer esta comunicação. Em 1987, o programa conseguiu realizar as quatro aquisições de alimentos programados para o ano, num total aproximado de 195 milhões de toneladas, ao custo 12,1 bilhões de cruzeiros novos (cerca de 309 milhões de dólares) atingindo cerca de 35 milhões de alunos matriculados na rede de ensino fundamental e em entidades filantrópicas. Naquele ano, foram atendidos também os irmãos dos escolares, entre quatro e seis anos de idade. Em 1991, o programa gastou 113,4 bilhões de cruzeiros (cerca de 277 milhões de dólares) na compra de cerca de Quinta-feira 30 17345 135 mil toneladas de alimentos, que não cobriram mais que um terço dos dias letivos. Para o corrente ano, a dotação orçamentária para o Programa da Merenda Escolar é de quase 1 trilhão e 400 bilhões de cruzeiros (341,7 milhões de dólares), dos quais, segundo declaração do Ministro da Educação, publicada no Jornal do Brasil de 26 de junho passado, 200 bilhões de cruzeiros haviam sido repassados aos Estados e 50 bilhões estavam garantidos para o corrente mês de julho. Ao câmbio comercial de hoje, os 250 bilhões equivalem a 61 milhões de dólares, menos de 18% do total orçado. É extremamente preocupante saber, Sr. Presidente que, mesmo que todos os recursos sejam liberados, eles serão suficientes para comprar apenas 350 mil toneladas de alimentos. Se dividirmos o peso dos alimentos pela clientela prevista, que é de aproximadamente 30 milhões de alunos e pelos 180 dias letivos do ano escolar, teremos uma média diária de 64,8 gramas de alimento por aluno. Esta é a situação dramática em que se encontra a merenda escolar nas escolas públicas do País e que fiz questão de comunicar a esta Casa, para que, juntos, possamos tomar iniciativas capazes de resolver um problema que afeta direta e fortemente . nosso ensino público fundamental, do qual dependem os outros níveis de ensino e o futuro do Brasil. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Concedo a palavra ao Sr. Adroaldo Streck. O SR. ADROALDO STRECK (PSDB - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Deputados, estou chegando do plenário do Senado Federal neste momento, onde ouvi o discurso do Senador Eduardo Matarazzo Suplicy, cercado de um suspense que certamente o cineasta Alfred Hitchcock apreciaria, se vivo e lá estivesse. Após um suspense de mais de meia hora, S. Ex~ terminou contando, há dez minutos, que está com uma testemunha aqui em Brasília e pediu uma audiência na CPI - que presenciou a redação do contrato que fez o Sr. Cláudio Vieira, em São Paulo, no escritório do Sr. Alcides Santos Diniz. O Senador Eduardo Matarazzo Suplicy pediu à CPI que ouça essa testemunha ainda hoje, em audiência especial. Vamos, pois, aguardar os fatos. De minha parte, quero dizer a V. Ex~ que, lendo hoje o Correio Braziliense, surpreendeu-me ver que o Embaixador Marcos Coimbra decidiu desafiar os articuladores do movimento pró-impeachment contra o Presidente da República. Sr. Presidente, a única coisa que essa CPI examina são as acusações feitas pelo cunhado do Sr. Marcos Coimbra, o irmão mais moço do Presidente da República. Ninguém aqui inventou nada nem está a desafiar alguém. Está todo mundo trabalhando em cima de denúncias feitas por Pedro Collor, irmão do Presidente da República. Portanto, vamos acabar com essa história de dizer que esta Casa inventou algo contra o Presidente da República. Em segundo lugar, começo a ver que o impeachment poderá ocorrer na medida em que o Deputado Luiz Eduardo Magalhães, Líder do PFL, partido que sustenta na Câmara dos Deputados o Sr. Presidente da República, declarou que sua agremiação partidária continuará dando apoio ao Governo, reservando-se o direito às avaliações devidas. Essa ressalva significa que daqui a pouco, se as denúncias que o Senador Eduardo Matarazzo Suplicy está trazendo forem verdadeiras, teremos o PFL abandonando o barco furado do Governo 17346 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Collor. Afinal de contas, para a moralidade do País, essa decisão do PFL, que pode acontecer, de acordo com o que declara o próprio Líder, Luís Eduardo Magalhães, é muito importante. Finalmente, Sr. Pr~sidente - já sabia disso ontem e hoje os jornais estão confirmando - até o Governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, uma das principais bases de apoio do Presidente Fernando Collor, já aceita discutir o impeachment. S. Ex~ estará aqui na semana que vem para conversar a respeito com a sua bancada. Sr. Presidente, satisfeito, faço este registro. Finalmente, as coisas estão se encaminhando e parece que haverá um final feliz para a Nação brasileira. Teremos um divisor de águas: antes, a impunidade; agora, aquele Brasil ético, aquele Brasil moral que nós queremos construir. o SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Deputados, estamos vivendo uma fase, na história do Brasil, que seria simplesmente ridícula se não fosse desgraçada. Esse modelo neoliberal só se viabiliza através da corrupção, que lhe é intrínseca. Não é possível causar ao povo brasileiro e à soberania nacional males tão profundos a não ser através da corrupção. Por outro lado, a desgraça está nas ruas. As conseqüências sociais do modelo neoliberal do Governo Collor de Mello adentram os nossos olhos. Nos quatro cantos do País, a fome, a doença, a ignorância e a favelização colocam o Brasil como um dos campeões mundiais da má distribuição de renda. Todas essas mazelas sociais, que causam repulsa e revolta, não podem deixar de sensibilizar os representantes do povo com assento nesta Casa. É preciso dizer que o Presidente Fernando Collor, em uma de suas manobras, através de uma pseudo-reformulação ministerial, tentou reconquistar uma falida credibilidade. É preciso dizer também que a corrupção no Governo Collor já vinha sendo denunciada há muito tempo. Muitos fatos que estão sendo apurados agora com certa profundidade já eram do conhecimento da opinião pública e desta Casa. Invoco a Eensibilidade de alguns partidos políticos, especialmente o PSDB - que tem vários dos seus quadros no Governo Collor - cujo Presidente, Tasso Jereissati, na ocasião da reformulação ministerial quis assumir um cargo ministerial. Só não o fez - não por pudor - por questões eleitoreiras, já que o seu partido entendeu que, sendo 1992 um ano eleitoral, não seria conveniente que um membro de seu quadro, que preside o partido, assumisse um cargo nesse mar de lama que é o Governo Collor, mas que ainda assim representa o projeto neoliberal defendido pelo PSDB. Se imaginam que vão salvar o modelo levando à execração pública o testa-de-ferro que, na Presidência da República, tenta impor esse modelo, estão equivocados. O povo brasileiro deseja sinceramente que todos os corruptos, sejam eles titulares de quaisquer cargos públicos, estejam eles envolvidos em quaisquer atividades privadas, sejam punidos. O povo brasileiro quer o fim da impunidade, mas tenho certeza absoluta de que quer também o fim da recessão, do desemprego; quer a afirmação da soberania nacional, quer ver longe e sepultar esse modelo neoliberal que inviabiliza o Brasil como nação independente. Há uma responsabilidade muito grande da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura o escândalo PC, que 'lão veio à baila simplesmente com a denúncia do irmão do Julho de 1992 Presidente da RepúbÜca. O escândalo já se sabia. A acusação, tendo sido feita pelo irmão do Presidente da República, é que gerou comoção maior. O Sr. PC Farias é um corrupto, mas a CPI tem que perseguir também os corruptores. A CPI tem o dever de procurar saber de onde vem o dinheiro da corrupção e não, simplesmente, conhecer quem recebe o dinheiro do Sr. PC Farias. Tem que saber quem recebe o dinheiro, sim, mas tem que saber também quem dá o dinheiro ao Sr. PC Farias. Porque quando há denúncias de que grandes empreiteiras, de que empresas multinacionais contribuíram para a campanha do Sr. Collor de Mello, não podemos ver simplesmente a corrupção eleitoral. Não era contribuição para campanha. Era investimento na campanha, porque pretendiam, como conseguiram, contratações de obras e compras sem licitação; e diga-se compras e contratações superfaturadas! Portanto, precisamos responsabilizar, incl/Jsive e até principalmente, o Sr. Presidente da República, que, hoje, pela falta de credibilidade, não sei se merece ser chamado mais de Excelência. É preciso levar às barras dos tribunais o Sr. PC Farias e toda a sua quadrilha, mas também os corruptores, aqueles que montam o sistema de corrupção. Se estes não forem denunciados à opinião pública e levados às barras dos tribunais, estaremos mantendo o mesmo sistema de corrupção do Sr. PC Farias. Corruptos e corruptores precisam ser responsabilizados e punidos! O SR. CLÓVIS ASSIS (PDT - BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, S~s e Srs. Deputados, volto à tribuna para falar sobre a situação do pequeno trabalhador que obtém o ganho de cada dia pelo trabalho artesanal. Recebi ainda hoje no meu gabinete uma carta que se intitula "A Revolta dos Artesãos", da Associação de Artesanato Conquistense, de Vitória da Conquista na Bahia. Essa associação, que desenvolve um trabalho voltado para a família e o bem-estar familiar, encontra-se totalmente destruída por . não ter recursos. O Banco do Nordeste, que era o agente financiador dessa cooperativa, encontra-se sem dinheiro, como dizem os seus diretores. O Banco do Brasil não tem dinheiro para financiar os artesãos, porque seus recursos se destinam a financiar os grandes grupos econômicos. Com isso, os pobres artesãos estão falidos. As associações ou cooperativas de trabalho artesanal constituem-se em alternativa especial, na modalidade opera,cional de artesão com viabilidade coletiva de seus associados, como forma de economizar recursos dispersos. A tendência do direito é estender-se a todas as modalidades de profissões, a fim de que seus exercentes tenham definidos seus direitos e deveres. Encaminhei nesta Casa projeto de lei que declara essas entidades de utilidade pública, dando-lhes preferencialmente os contratos da Administração Pública Direta, Indireta ou funcional da União, relativos à utilização de trabalhos artesanais. Com a convicção de que essas associações e cooperativas têm plena capacidade de gerir o bem a elas destinado, bem como da necessidade de fortalecimento da atividade artesanal, é que gostaria que constasse dos Anais desta Casa denúncia a mim dirigida pelo Presidente da Associação de Artesanato Conquistense, através da carta denominada "A Revolta dos Artesãos", que reclama pela falta de apoio do Poder Público Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Municipal de Vitória da Conquista, que, além de não valorizar o artesanato popular, busca a contratação de técnicos do setor em outro estado, desrespeitando a representação local, mantendo a associação à distância da discussão e da gerência de 46 milhões de cruzeiros que recebera para dinamizar o setor. Quero, com isso, dizer que os bancos que deveriam emprestar os recursos a esses pequenos tranbalhadores estão rejeitando seus pedidos. É como se eles fossem marginais. Os bancos, pois, estão deixando aquelas famílias ao desamparo. O Banco do Nordeste e o Banco do Brasil, que têm essa obrigação - aliás, nos seus regimentos está gravado o cunho social- deveriam estar ajudando esses pequenos trabalhadores manuais, que precisam promover sua sobrevivência. Sr. Presidente, S~s e Srs. Deputados, quero que fique registrada nos Anais desta Casa a carta-denúncia "A Revolta dos Artesãos", a fim de que, no futuro, possamos cobrar das autoridades competentes a destinação de recursos para salvar os artesões e não para salvar os PC Farias da vida deste País. (DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR) ASSOCIAÇÃO DE ARTESANATO CONQUISTENSE A Revolta dos Artesãos Com a falta de apoio do Poder Público Municipal, a AAC. - Associação de Artesanato Conquistense, tem recebido visitas constantes de seus associados, exigindo do atual presidente SI. Osvaldo Fernandes de Souza, um pronunciamento não só à comunidade, mas principalmente à imprensa em geral. O fato é que a Prefeitura, não tem dado atenção ao artesão, e muito menos ao artesanato popular, tem a prefeitura, preocupado é com a Indústria Mineral, que não é tradição baiana e sim de Minas Gerais. Ao contrário de municípios mineiros, como por exemplo Pedra Azul, Ouro Preto, e muitos outros que tem a atenção de suas administrações locais, Vitória da Conquista, está totalmente esquecida. Cidade concentradora de grandes produtores de artesanato popular, tais como: Berimbau, Maraca, Maculelê, afoxé; trabalhos em corôas, madeiras, pó de serra, tecidos, bonecas, arrajos de flôres, bordados, entalhamentos etc.. Estes trabalhos, tem sido destaque para a imprensa que circula na Bahia, inclusive grandes matérias à'este respeito, o Jornal A Tarde tem publicado. Será que o nosso prefeito nunca leu? No Jornal A Tribuna do Café, e em outros órgãos da imprensa local, temos denunciado o quanto nosso verdadeiro artesanato ~está esquecido, no meio da rua, com uma associação sem dinheiro, onde para vender seus trabalhos, o artesão só dispõe de uma feira nas quartas-feiras, uma vez que o artesão precisa, sim, de colocar o seu trabalho à venda, é durante toda a semana, pois são dessas vendas que advém o sustento se serve sua família. - Que fins, se não especulativos, podem estar tendo os boxes do Mercado de Artesanato, que vivem feiados por determinação da prefeitura, porém com chaves em mãos de terceiros? - Onde estão os 20 (vinte) boxes, que a prefeitura a tempos prometeu que seriam construídos na Praça da Bandeira? - Por que os cursos profissionais, não são entregues a AAC, para administrá-los, uma vez que a mesma já há 3 (três) anos, tem demonstrado conhecer, e representar bem as profissões artísticas? As respostas para estas perguntas podem ser resumidas numa única afirmativa: "A atual Administração Pública, não Quinta-feira 30 17347 leva o artesanato a sério". Surpreendentemente, foi notado que a Secretária de Expansão Econômica da Indústria e Comércio deste município, através de seu secretário, deixou seus afazeres, para de repente de interessar pelo (artesanato), sabe de que forma? Indo buscar técnicos de outros estados, num gesto de total desrespeito ao artesão desta terra. E querem também saber para quê? Para manipular Cr$46.000.000,OO (Quarenta e seis milhões de cruzeiros), que como é do conhecimento desta comunidade, foi este dinheiro enviado a Vitória da Conquista, pelo Governo do Estado, para incentivar o desenvolvimento do artesanato popular conquistense. uma vez que é este governo sabedor do grande número de artesões carentes de recursos. No entanto, o que estamos assistindo é a prática de um descaso total do Poder Público Municipal, não s6 para com o artesanato conquistense. bem como para. com os fins que devam ser dados às verbas a este setor liberados por outras Instituições, recursos esses que aos artesões nunca chegam. Assim sendo, queremos que providências sejam tomadas pelos 6rgãos fiscalizadores responsáveis por esta verba, no sentido de que a mesma não seja desviada. Vit. Conquista, 29-6-92. - Presido Osvaldo Fernandes de Souza. O Sr. Adylson M'Otta - SI. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Tem V. Ex~ a palavra. O SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em 1989, participei de uma comissão que foi aos Estados Unidos a convite do Congresso norte-americano. Lá discutimos várias questões, principalmente as relativas ao sistema eleitoral, ao funcionamento do Congresso e das instituições norte-americanas. Nessa troca de informações foi proposto que se realizasse um debate via satélite entre Parlamentares brasileiro e norte-americanos. Desejo, pois, comunicar à Casa que esse debate será realizado na próxima terça-feira, das 14 às 15h, com representação brasileira e americana. Tive a honra de ser um dos convidados exatamente pelo fato de ter participado daquela comissão e de fazer parte do grupo que fez a proposta ao grupo americano. Quero também dizer aos colegas que tenham alguma pergunta e encaminhar que, se confirmada a minha participação, terei imenso prazer em transmiti-la, desde que verse sobre sistema eleitoral, sistema político americano e também brasileiro - sobre o que, evidentemente, eles haverão de perguntar. . Este é um fato importante de nossa vida parlamentar e foi uma conquista nossa na viagem realizada em 1989 aos Estados Unidos. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) cação de V. Ex~ será registradfl A comuni- O Sr. Haroldo Lima - SI. Presidente, solicito a palavra para fazer uma comunicação em nome da Liderança do PCdoB. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Tem V. Ex' a palavra, como Líder, por três minutos. O SR. HAROLDO LIMA (PCdoB - BA. Sem revisão do orador.) - SI. Presidente, há um ditado popular em nosso País que diz: "É mais fácil pegar um mentiroso do que um 17348 Quintàdeira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) coxo". Isso me vem à cabeça quando as notícias recentemente chegadas a este plenário dão conta de que a secretária que teria datilografado o contrato que o Sr. Cláudio Vieira exibiu à CPI, recentemente, a respeito de um empréstimo de 5 milhões de dólares efetuado no Uruguai, foi localizada em São Paulo pelo Senador Eduardo Suplicy. Essa mulher foi trazida a Brasília, recebida no aeroporto por quatro seguranças encaminhados pelo Presidente do Senado, e neste instante encontra-se no Senado Federal disposta a testemunhar que foi no escritório de um tal Dr. Alcides que o dito contrato foi datilografado há poucos dias. Sr. Presidente, se isso se confirmar - e não tenho dúvidas de que assim será, porque o montão de mentiras em que estão envolvidos o Governo, o Sr. PC Farias e o Sr. Fernando Collor é inimaginável- acredito que as coisas se precipitarão. Está claro que não estamos apenas diante de um Governo abertamente corrompido e corrupto, mas, também extraordinariamente incompetente. Deveria até pegar lições de Prefeitos do interior do Nordeste que, acostumados a fazer muitas falcatruas, não deixam nenhum rastro. O fato é que o Presidente da República, o Sr. PC Farias, o Sr. Cláudio Vieira e toda essa turma não conseguem forjar absolutamente nada. Nenhuma das provas arranjadas na última hora para defender o esquema do Planalto se sustenta por mais de 24 horas. O Congresso Nacional deve estar atento, no caso de serem confirmados esses fatos, porque estamos diante de um Presidente que perdeu completamente a compostura; já não tem a mínima condição de estar à frente do Governo. Evidentemente, o que o povo brasileiro espera é que o Congresso Nacional, de forma firme, decidida e ponderada, apresente imediatamente um relatório sobre o que conseguiu apurar nas investigações. Esse relatório deverá ser apresentado e aprovado pela CPI. Em seguida, o que se espera é que, com base nos dados levantados e apreciados pela CPI - constem ou não do relatório - o impeachment do Presidente da República seja imediatamente encaminhado ao Presidente da Câmara dos Deputados por uma série de personalidades públicas, para que o País, de uma vez por todas, encerre esse momento trágico que está vivendo e dê posse ao Vice-Presidente da República, Sr. Itamar Franco, constitucionalmente garantido em seu mandato. Que o novo Presidente organize um Governo que tenha um programa mínimo de transformações brasileiras, com as quais possa, inclusive, receber o apoio das diversas forças políticas do País! Que seu papel não se restrinja apenas a preparar a eleição de 1994, mas que enfrente os problemas candentes que nosso povo está sofrendo! Era o que tinha a dizer. (Texto escoimado de expressões anti-regimentais, nos termos do art. 17, V, B, do Regimento Interno.) O Sr. Nelson Marquezelli - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação de Liderança do PTB. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - V. Ex', como Líder do PTB, tem a palavra por três minutos. O SR. NELSON MARQUEZELLI (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'S e Srs. Deputados, um problema que vai se tornando grave reclama a atenção imediata desta Casa e das autoridades econômicas. Por falta de recursos, o Ministério dos Transportes e Comunicação não terá condições de executar o programa mínimo de recuperação de estradas, previsto para este segundo semestre. O problema é grave não só por suas negativas conseqüências econômicas, mas também por seus fúnebres desdobramentos sociais. Julho de 1992 Não constitui novidade que os 50 mil quilômetros da malha rodoviária federal, abandonada nos governos recentes, necessita de urgentes trabalhos de recomposição. Desse total, metade reclama por serviços rotineiros de conservação, enquanto outros 30% podem ser considerados comprometidos. Em outras palavras, milhares de quilômetros de nossas rodovias precisam ser inteiramente refeitos. Mesmo consciente desse quadro, ao Ministério dos Transportes pouco tem sido possível fazer, e por duas razões principais: primeiro, a falta de recursos estáveis e adequados; segundo. a liberação irregular dos recursos, às vezes coincidente com períodos climáticos desfavoráveis para os trabalhos. Não fosse isso suficiente, dois outros problemas vêm amarrando a ação do Ministério dos Transportes neste momento, impedindo-o de cumprir o programa mínimo de recuperação de nossas estradas: primeiro, o fato de o volume de arrecadação do Imposto de Importação, incidente sobre o petróleo bruto, não ser suficiente para atender às necessidades do setor; segundo, o fato de a Petrobrás, a partir de junho, ter reduzido drasticamente o recolhimento de tal imposto, alegando necessidade de compensar créditos com drawback. Como a vinculação de recursos, constitui comprovadamente, a melhor forma de garantir verbas para os trabalhos de conservação e preservação de nossas estradas, faço um apelo aos Srs. Ministros da Economia e das Minas e Energia; que tanto a área econômica quanto a Petrobrás assegurem o fluxo mensal, para o Ministério dos Transportes, dos recursos arrecadados com o imposto sobre importação de petróleo; que especialmente o Ministério da Economia dê atenção ao estudo que visa a ampliar o volume desses recursos. Só assim será possível ao Ministério dos Transportes contar com o montante de 2,6 trilhões de cruzeiros para cumprir o programa mínimo de recuperação de nossas estradas neste segundo semestre. Com o volume previsto de 1,2 trilhão, o DNER pouco poderá fazer. Ao DNER só será possível executar trabalho racional, eficiente, se contar com a disponibilidade mensal equivalente a 100 milhões de dólares. Estou certo de que nossas autoridades darão pronta atenção ao problema. O que não podemos é permitir que a malha rodoviária federal siga vítima de um processo de deterioração, que se desdobra no aumento do consumo de combustíveis, no desgaste de veículos, na oneração dos fretes, em problemas para o escoamento das safras. Mas que tambem dá origem a boa parte dos acidentes que anualmente ceifam 50 mil vidas e deixam outros 350 mil brasileiros feridos. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) palavra ao Sr. Ernesto Gradella Concedo a O SR. ERNESTO GRADELLA (PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, se o depoimento do Sr. Cláudio Vieira não convenceu ninguém neste País, e há até dificuldade por parte dos membros das bancadas que apóiam o Governo nesta Casa em defendê-lo, na verdade essa situação favorece o Governo Collor. Frente à crise criada neste País, ainda falta um componente essencial para que aqueles que defendem a saída do Governo Collor possam ser vitoriosos, que é a população nas ruas. Sabemos que os debates nesta Casa, apesar do brilho e da importância que têm, são limitados, incapazes de derrubar um governo. Pelos próprios levantamentos da imprensa, o Presidente Collor tem aqui o que não tem lá fora, que é um terço de apoiadores. S. Ex' aqui conseguirá evitar a votação do impeachment. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) As pesquisas mostram que após esse assunto ter sido levado a público, o Presidente Collor já não conta mais com 113 da população para defendê-lo. Está aí a saída e única alternativa para aqueles que hoje se dispõem a colocar este Governo para fora. E o Governo Collor tem que sair não só porque está metido num mar de lama, de corrupção o Governo Sarney estava na mesma situação e também foi objeto de uma CPI - mas pelo motivo inclusive que o levou à impopularidade, ou seja, a sua política econômica, contra o trabalhador e voltada para atender aos interesses do Fundo Monetário Internacional, dos' banqueiros internacionais. Enfim, uma política econômica que trouxe desemprego, miséria, arrocho salarial e fome. Aqui dentro do Congresso Nacional há uma maioria de representantes do empresariado que está interessada na implementação do plano de privatização do Governo Collor e no projeto de reforma fiscal. Esses Parlamentares ontem deram ao Presidente um cheque em branco que o autoriza, através de lei delegada, a cuidar da tal isonomia salarial para o servidor público federal. Então, não está qui no Congresso a arma para que se possa realmente pôr um fim a essa corrupção, a essa política antitrabalhador, ao Governo Collor. Sr. Presidente, cabe principalmente às forças que têm compromisso com a classe trabalhadora, ao Partido dos Trabalhadores, a todos os partidos de esquerda e à Central Única dos Trabalhadores a responsabilidade de chamar essa população às ruas. Os diversos atos públicos marcados para a próxima semana deverão culminar, até o próximo dia 10, em mobilizações que devem ser massivas, com a presença dos principais dirigentes e deve contar com o apoio das prefeituras e dos governos que se dizem contra essa situação. A população, nas ruas, nas grandes manifestações pelas diretas-já, conseguiu pôr abaixo uma ditadura militar. E é possível à população, voltando às ruas, dar um fim a este Governo de miséria que aí está. Sr. Presidente, é importante que a população se mobilize, sem que isso se contraponha à pressão para que a CPI vá até o final, para mudar a situação em que se encontra o País. Esse trabalho cabe agora àquele que têm compromisso com a população. Infelizmente, o PMDB, o PSDB e o PDT, partidos que se apresentam como forças de oposição, não querem assumir esse chamamento porque também defendem a política de arrocho que o Governo Collor tem implementado. Caberá, então, a esses outros partidos fazer esse chamamento, para que possamos obter, após esse processo de investigação, o resultado que hoje a maioria da população quer: o fim do Governo Collor. Mas precisamos depois discutir qual é a alternativa para a crise, que, no meu entender, no entender da Convergência Socialista, é o processo de eleições gerais, e não a subida do Vice-Presidente Itamar Franco. Mas essa é uma discussão para depois. Agora é preciso que a população vá às ruas contra o Governo Collor. o SR. RUBENS BUENO (PSDB - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, neste ano, a produção de milho alcançou quase a metade dos 70 milhões de toneladas de grãos produzidas no País, equivalendo a aproximadamente 32 milhões de toneladas. Retirando-se a parcela destinada ao consumo e aos estoques reguladores, existem ainda 4 milhões de toneladas de excedente de produção que não têm condições de ser absorvidos pelo mercado int~rno e representam enorme problema a ser resolvido pelo Governo. Quinta-feira 30 17349 Essa safra é oriunda principalmente dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Goiás. Somente no nosso Estado a produção é de 7,3 milhões de toneladas, apresentando acréscimo de 51,2% em relação ao ano anterior. Com esse aumento da oferta do milho no mercado, Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, é imprescindível o apoio do Governo mediante política de preços. Sem ela, os preços caem, diminuindo, sobremaneira, a remuneração dos produtores rurais. Assim, o que resta é exportar. Entretanto, o mercado externo já se encontra abastecido com o produto. É necessário, portanto, que se adotem medidas para solucionar problemas do setor. Por exemplo, em nosso Estado estamos colhendo 30% da safra de mi.lho e o produto se encontra, em sua maioria, com índices de ardidos e brotados acima de 10%, devido ao longo período de chuvas no Sul do Brasil, ocorrido no mês de março e agravado a partir de maio. O mercado comprador é exigente em qualidade e o produto a ser colhido encontra-se na maior parte, nas mãos dos mini e pequenos produtores que fazem a colheita manual. Assim, esses produtos necessitam de ajuda. O mais lógico seria incluir mais um tipo de milho e que o mesmo seja enquadrado dentro da Política de Garantia de Preços Mínimos. Seria o de tipo 4, com até 15% de ardidos e brotados, com pequeno deságio no preço mínimo. Com essa decisão, os pequenos produtores terão acesso ao Programa de Garantia de Preços Mínimos e não ficarão à mercê de intermediários que certamente irão ter preços que inviabilizarão a colheita de milho. A inclusão desse tipo de milho seria temporário até que esta safra seja totalmente colhida. Era o que tínhamo~. a dizer. O Sr. Chico Vigilante - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação de liderança pelo PT. O SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - V. Ex\ como Líder, está com a palavra por três minutos. O SR. CHICO VIGILANTE (PT - DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, se for verdade o que disse a testemunha que hoje aqui compareceu, ou seja, que o contrato apresentado pelo Sr. Cláudio Vieira é falso e fora redigido em São Paulo - inclusive a testemunha apresenta a máquina na qual foi datilografado o documento é preciso que tenhamos claro o fato de que este Governo se acabou hoje, dia 29 de julho de 1992. O problema não é de Oposição ou de Governo, não é de esquerda ou de direita, porque tanto há homens sérios e honrados na esquerda como nos chamados partidos liberais e de direita, que não querem essa bandalheira instalada no País. É preciso que o Parlamento brasileiro se coloque à altura da responsabilidade que assumimos sem campanha e no dia em que aqui prestamos o juramento de honrar e defender a Constituição e a sociedade brasileira. Trata-se de uma questão constitucional e, acima de tudo, de ética política. Não se pode continuar discutindo se a questão é de esquerda ou de direita. É preciso saber quem quer tirar o Brasil do atoleiro em que ele está e quem não aceita, em hipótese nenhuma, que os destinos da Nação continuem sendo dirigidos por uma quadrilha, que, inclusive, forja documentos de maneira grosseira. Tem de ser decretada imediatamente a prisão do Sr. Cláudio Vieira por ter mentido, por ter praticado perjúrio na CPI. 17350 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o empresário Luiz Estevão, que se prestou a assinar aquele documento, também tem de ser preso. No caso do Députado Paulo Octávio, a Càm?ra dever abrir um processo para cassação de seu mandato. E inadmissível que um Deputado assine um documento que não existe, algo forjado nos porões do Palácio do Planalto! Portanto, o problema é muito grave, é muito sério. E quero chamar à responsabilidade esta Casa e todos os seus integrantes. A questão não é do PT, do PDT, do PSDB ou do PDS, mas dos homens de bem que querem redimir esta Nação desse atoleiro e desse mar de lama em que o Governo a colocou. Sr. Presidente, não vejo outra saída a não ser cumprir integralmente a Constituição brasileira, empossar e dar garantias ao Vice Presidente da República. Sou considerado um dos homens mais radicais aqui dentro, mas defendo esse ponto de vista, que é uma questão de princípio. A Constituição está acima de todos e cabe a todos nós cumpri-la, pois a ela juramos obediência. Portanto, a saída é respeitar a Constituição promulgada em 1988 e dar posse ao Vice-Presidente da República, Sr. Itamar Franco. Não há alternativa; não cabem eleições gerais neste instante; não cabe junta governativa nem golpe militar. A saída é a Constituição, repito, para que haja um futuro governo, não esse que se acaba hoje, mas um governo da serinedade, da moralidade pública, que queira colocar o País dentro do contexto que ele merece. Esperamos que os seus dirigentes tenham essa preocupação. Esta a mensagem que trago à Casa! Esta a posição do Partido dos Trabalhadores! o SR. PRESIDENTE (Osvaldo Bender) - Concedo a palavra ao Sr. Osvaldo Melo O SR. OSVALDO MELO (PDS - PA. Pronuncia o s~ guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a proclamação com que o Senador Almir Gabriel desistiu de sua candidatura à Prefeitura de Belém dá margem a comentários sobre os motivos reais que levaram a essa atitude extrema. Somente desencontros graves e intransponíveis, ou problemas de saúde, podem impelir um homem público a renuciar a projeto político, principalmente uma candidatura nas ruas envolvendo compromissos partidários e mais as alianças com outras agremiações. Por essas razões, embora respeitemos a decisão ora tomada, entendemos que o documento trazido à opinião pública pela imprensa mostra um aspecto que precisa ser analisado com bastante reflexão. É quando alude aos "balizamentos que têm norteado a sua conduta pessoal e política e decidiu, outra vez, a servir", aceitando a postulação do seu nome. E aí emerge o ponto mais sensível da motivação de seu gesto irrevogável, quando afirma, em surpreendente declaração, "que o excesso de esperteza de alguns, a vaidade de outros, a omissão de vários e a paixão de muitos impedem-me de levar adiante a honrosa missão de disputar o mandato popular para administrar a Prefeitura de Belém nos próximos anos". Em razão dessa afirmativa, estão devendo uma explicação convincente o próprio renunciante, os partidos que lançaram o seu nome, os líderes políticos, enrustidos ou não, que o estavam apoiando, assim como todos os dirigentes de sua campanha, para revelar quem são "os espertos, os vaidosos, Julho de 1992 os omissos e os passionais" que impediram o prosseguimento de tão importante tarefa. Essa gente, que estava ao lado de Almir Gabriel, na cúpula, com algumas exceções, segundo se deduz, não se comportava à altura dos compromissos assumidos em nome "das necessidades, aspirações e interesses populares". Embora não engajados na sua campanha, lamentamos a retirada da candidatura Almir Gabriel, cuja postura, inegavelmente, engrandecia e valorizava a disputa pela Prefeitura da Capital. Agora, nesta onda de moralização de costumes políticos e éticos, há necessidade que se denunciem os que desestabilizaram a candidatura Almir Gabriel à sucessão municipal. Faço juntar ao meu pronunciamento a proclamação emitida pelo ilustre Senador, assim como uma cópia do termo da renúncia que S. Ex' encaminhou à Justiça Eleitoral. Era o que tínhamos a dizer. (DECLARAÇÃO REFERIDAS PELO ORADOR): Senador Almir Gabriel Brasília, 27 de julho de 1992. Aos companheiros e ao povo de Belém Minha ação política sempre foi a expressão de um projeto coletivo,· embasado na solidariedade humana e na ética, no qual a necessidade, aspirações e interesses populares se sobrepõem aos de pessoas, famílias ou grupos. Estou certo de que já tarda esse projeto alternativo sincero, exemplar, de exercício honrado da função pública, mediador da redução das desigualdades sociais e políticas, com crescimento econômico simultâneo à distribuição de renda e participação da sociedade. Não concordo com a submissão e oportunismo. Não tolero o discurso fácil, contra tudo e contra todos. Milagreiro e demagogo. Nem aceito o ódio, a vingança e o deboche. Dentro desse balizamento, dispus-me, outra vez, a servir. No entanto, o excesso de esperteza de alguns, a vaidade de outros, a omissão de vários e a paixão de muitos, impedem-me de levar a honrosa missão de disputar o mandato popular, para administrar a prefeitura de Belém, nos próximas 4 anos. Em razão disto, pesaroso mas refletido, comunico que renuncio à minha candidatura. Sou grato aos que me deram apoio. Peço e espero amadurecida compreensão de todos. Continuarei ao lado dos companheiros. No Senado, manterei meus anteriores compromissos, especialmente nesta hora tão grave para honra nacional, e na guarda e ampliação das conquistas sociais e regionais. Almir Gabriel. Of. 058/92. Brasília, 27 de julho de 1992. Exm g Sr. Dr. Paulo Sérgio Frota e Silva MM. Juiz da P Zona Eleitoral de Belém Cartório da la Zona Eleitoral Rua João Diogo, 288 65020 - Belém - PA Meretíssimo Juiz: Pelo presente, e para as providências devidas, comunico a V. Ex' que renuncio à minha candidatura a prefeito de Belém, pela Aliança Popular. Atenciosamente, .::...... Almir Gabriel, Senador. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o SR. WALDIR PIRES (PDT - BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª' e Srs. Deputados, quero dar conhecimento à Casa de uma carta que dirigi ao Sr. Deputado Mussa Demes, Presidente da Comissáo Parlamentar de Inquérito que investiga os assuntos da NEC do Brasil, em resposta a uma carta que S. Ex' me enviou e que foi lida no plenário desta Casa. Tenho para mim, Sr. Presidente, que este País v·ai passar a limpo suas instituições, vai reconstruir a base moral da sua administração pública. Acredito que seremos capazes, como Naçáo e como sociedade, de construir uma nova realidade no País, de mostrar à nossa juventude que é necessário um comportamento honrado e digno nas relações públicas e privadas. Acredito que esse passar a limpo é indispensável para que possamos ir adiante nas investigações, pois não podemos admitir que a degradação se amplie mais ainda, sobretudo num tempo como este, quando a própria figura do Presidente da República, suas despesas pessoais, as despesas da sua família são enredadas numa lama gigantesca que inunda toda a Nação. Acabamos de ver a montagem de um tipo de escamoteação envolvendo a própria figura do Presidente da República com o seu Secretário, homem de sua confiança, incumbido, inclusive de responder pelo pagamento de suas despesas. Denuncia-se que ele realizou negociações com empresas estrangeiras, como essa Alfa Trading, do Uruguai, a qual, segundo os jornais noticiam, o Banco Central indica não ser uma trading, nem ter negócios no campo internacional. E o Sr. Cláudio Vieira ainda está misturado com um tal de Najun Turner, cidadãos que responde a processo na Justiça Federal, no Rio Grande do Sul, segundo se noticia, pela prática de crime de contrabando de ouro e de dinheiro. Sr. Presidente, vamos ter que levantar a indignação deste País, a consciência dos nossos cidadãos e cidadãs para que não nos percamos, para que o tecido ético não se desfaça, não se rompa, e esta Nação seja capaz de encontrar novos caminhos, honrados e sérios, para as nossas famílias, para nossos filhos. Essa disposição, dentro do espírito brasileiro, é indispensável, porque, a partir, digamos, de uma cirurgia institucional com vistas a sanar esse caso, chegaremos àquele momento que nem a história do Brasil nem a história de outros povos conhece: o momento da responsabilização do Presidente da República, que sinaliza o impeachment por falta de condições éticas, de condições morais. E que se pratique, em seguida, a apuração de responsabilidade por crime comum, para, logo após, chegarmos a todas as demais etapas, inclusive àquela que incumbe a CPI da NEC do Brasil, onde se identifica a prática de tráfico de influência por Ministro de Estado, a partir da interrupção de pagamentos devidos pelo Governo Federal a empresas para provocar a ameaça de falência e, em conseqüência, constranger os sócios a transferir o seu controle acionário. Por isso, Sr. Presidente, a partir de um ato exemplar neste episódio do Sr. PC Farias, chegaremos em seguida à CPI da NEC do Brasil e a tod'ls as outras corrupções que têm degradado o nosso País. Assim, Sr. Presidente, é que, em torno da CPI da NEC do Brasil, escrevi uma carta ao Exm? Sr. Deputado Mussa Demes, a qual passo a ler, assim como foi lida aqui a carta que S. Ex' me encaminhou: Quinta-feira 30 17351 Recebi a carta de V. Ex" datada de 9 de julho último. Não pude fazer-lhe entregar esta resposta, pessoalmente, na semana finda, porque V. Exª náo se encontrava em Brasília. Faço-o, hoje. Náo quis emitir juízo de valor a seu respeito. Não o conhecia e o disse. Desconhecia-o, simplesmente, e V. Ex' mesmo se incumbiu de dar-me a razão natural, sem qualquer demérito para sua reputação, quando me informou que estivera ausente toda a sessão legislativa de 1991, licenciado, para o exercício de funções de Secretário de Estado. A Câmara dos Deputados é um convíyio que se renova, para mim, faz muito pouco tempo, dela afastado desde antes de 1964, pela brutalidade e o obscurantismo do regime autoritário. Em virtude dos conceitos que em sua carta emitiu, devo informá-lo que a ela voltei como o deputado federal mais votado da história da minha terra, e na oposição completa estadual e federal- inconformado com os currais eleitorais, com a corrupção de todo tipo, combatendo-os, apenas sustentado na consciência dos meus concicadãos. Tudo isso ocorreu, Senhor Deputado, depois de ter exercido, por dois anos, o governo exemplarmente honrado, democrático e eficiente que a Bahia, e não meus adversários, julgou conclusivamente nas urnas. Apreciei a afirmação de V. Ex' de que a CPI da NEC não o assusta. É muito boa essa sua disposição, porque, seguramente, essa CPI se situa entre as mais importantes que esta Casa já compôs. V. Ex' deverá ajudar-nos a inverter a trajetória claudicante dessa singular CPI, cuja formalização se deu em 1987 e até hoje, lamentavelmente, não chegou ao fim. Que forças estranhas!. .. De todo modo, procurarei estar ao seu lado, mesmo sem poder ser um dos seus membros, para que a nossa Câmara cumpra seu dever. Constatarei então, provavelmente, q1Je V. Ex' retificará juízo apressado, deploravelmente emitido, em torno da figura que deve ser central da CPI, que V. Ex' presidirá, a autoridade suspeita do tráfico de influência, como Ministro de Estado das Comunicações, o Senhor Antônio Carlos Magalhães, hoje Governador da Bahia, depois de dois períodos biônicos e de quase 30 anos de dominação autoritária, eleito - e com dúvidas - pelo voto apenas de 27% do corpo eleitoral da minha terra. Atenciosamente, Valdir Pires. Era o que tinha a dizer. O SR. ALCIDES MODESTO (PT - BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª' e Srs. Deputados, recordo-me da época em que eu estudava, ainda no ensino básico, a língua latina, quando tive a oportunidade de ler um discurso de Cícero que se iniciava desta maneira: Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? (Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?) Esta é a pergunta que ecoa nos quatro cantos deste País. O que ouvimos de um orador aqui nesta tarde - disse que alguém do povo lhe dirigira a palavra perguntando-lhe se ele não iria sustentar o Presidente no seu mandato - não me parece ser o eco que ouço na nossa Bahia. Não é o que ouvi em outras partes do País por onde tive a oportunidade de viajar nesses últimos tempos. Ouvi exatamente o contrário de todas as entidades - e não apenas agora nesses últimos 17352 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) dias, mas há mais de dois meses -- desde quando partIcIpeI, com a CNBB, com a OAB, com a CUT e com vários Parlamentares, da primeira reunião em Brasília para discussão da ética na política, desde as primeiras denúncias de corrupção no Governo Collor. Essa pergunta já ecoava nos primeiros momentos desse Governo, quando ele confiscou a poupança que as pessoas, com muito sacrifício, vinham mantendo nas contas bancárias e nas cadernetas de poupança. E o Governo fez esse confisco sem o menor sentido ético. Até quando abusará da nossa paciência? É esta a pergunta que os trabalhadores fizeram quando Collor levou seus salários aos mais baixos níveis já registrados na história deste País. É esta mesma pergunta que fazem os funcionários públicos que ficaram longos meses em disponibilidade, quando os serviços públicos estavam carentes de seu trabalho. É esta mesma pergunta que formula, neste momento de tanta indignação, toda a Nação brasileira, diante dessa mentira, dessa farsa, desse projeto neoliberal que apenas vem privatizando as empresas estatais e favorecendo os grupos econômicos dominantes neste País. Até quando este Governo abusará da nossa paciência? Esta a pergunta que tem de ecoar neste Congresso. O povo brasileiro não perdoará o Congresso Nacional se não lhe for respondida essa pergunta: Até quando abusarão da nossa paciência Collor de Mello e toda a corja, a gangue, a quadrilha que assalta os recursos públicos desta Nação? A resposta deve ser dada agora, quando a CPI concluir os seus trabalhos, quando os fatos se acumularem. E, um dia após o outro, vemos ver cada vez mais desmascarada essa mentira. É preciso recordar a sabedoria daquele homem da Palestina, Jesus de Nazaré, que há 2000 anos disse que não se pode colocar remendo novo em pano velho, porque quanto mais se coloca remendo mais o pano se rasga. A corrupção está fazendo com que apodreça todo o tecido deste Governo. É preciso que a CPI seja um exemplo para a América Latina, que tem toda uma história secular de corrupção. E a tradição histórica do Brasil, como todos sabem - desde o primeiro momento em que os portugueses aportaram aqui para colonizar o País - é a da corrupção, é a do tráfico de influência. É preciso dar um basta a tudo isso! É preciso que não abusemos da paciência do povo! O povo está querendo resposta, e este Congresso tem que dá-la, sob pena de também perder a sua credibilidade, nessa avalanche de lama que assola o Governo deste País. O Governo está em crise. É um Governo apodrecido, mas as instituições estão fortalecidas. E esse exemplo de maturidade política temos que dar agora com as conclusões da CPI, encaminhando-as para que tomemos a medida que esse Presidente merece, que é o seu afastamento - previsto na Constituição - o impeachment! Não há por que temer, não há por que dizer que isso pode ameaçar as instituições democráticas. Muito pelo contrário! Exatamente estamos indo a fundo para assentar os novos alicerces da democracia deste País, os quais se fundamentam sobre a verdade. É preciso dar um basta à mentira que se diz todo dia para o povo brasileiro, abusando-se dos meios de comunicação. Não podemos mais continuar com um Presidente da República que em campanha prometera que em seu governo resgataria o salário dos trabalhadores, mas que lhes impingiu o mais baixo salário de arrocho na história deste País. Julho de 1992 É preciso dizer também que essa pergunta, por fim, Sr. Presidente, vem do campo, onde a violência e a impunidade campeiam. Esse Governo prometeu fazer 500 mil assentamentos, mas não fez nenhum. Os trabalhadores continuam ao abandono. Fez-se uma marcha de Feira de Santana a Salvador há poucos dias, e tivemos oportunidade de acompanhá-la. E o Sr. Antônio Carlos Magalhães nem se dignou a receber a comissão representativa dos que realizaram aquela marcha. Os que se interessam pela manutenção de Collor o fazen: para tê-lo como refém, a fim de participarem do poder. E preciso que tenhamos, com conclusão da CPI, o impeachment desse Presidente, já que ele não tem a dignidade de renunciar! (Texto escoimado de expressões anti-regimentais, nos termos do art. 17, V, B, do Regimento Interno.) Durante o discurso do Sr. Alcides Modesto, o Sr. Osvaldo Render, § 29 do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Luiz Moreira, 3" Suplente de Secretário. o SR. PRESIDENTE (Luiz Moreira) - Concedo a palavra ao Sr. Lourival Freitas. o SR. LOURIVAL FREITAS (PT - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, eu ia falar do Governo, dizer que é mentiroso. Melhor dizendo, que o Presidente Collor é mentiroso, porque durante a campanha eleitoral- e cito fatos - S. Ex', no debate com o candidato Lula, afirmou não ter dinheiro para comprar aquele famoso som 3 em 1 que seu adversário possui e que qualquer o~erário tem em casa. Ora, vem o Sr. Cláudio Vieira e diz que, na época da campanha, dispunha de cinco milhões de dólares adquiridos no Uruguai, exatamente para fazer a campanha do seu candidato Collor de Mello. O Presidente Collor demonstra mais uma vez que mente desde a campanha eleitoral. Depois veio o PC e tentou negar a sua vinculação, a sua tramóia com o esquema fraudulento, que sangrou criminosamente os recursos indispensáveis para a melhoria das condições de vida da população brasileira. Entretanto, Sr. Presidente, esse é um Governo acabado, morto, principalmente depois de todas as mentiras que o Presidente armou, após a denúncia do seu próprio irmão, para tentar justificar o injustificável. Todas elas foram lentamente desmascaradas. Com a última, caso seja confirmada a notícia que chega à Casa, o-Governo praticamente está acabado. Ainda bem que o mês de julho já está terminando e que agosto já vem. Porque tradicionalmente o mês de agosto é o da renúncia, do suicídio. Por coincidência, é também o mês do aniversário do Presidente Collor de Mello. Talvez S. Ex" esteja esperando começar o mês de agosto para dar a grande notícia que o Brasil espera: sua renúncia. Esse é o único caminho digno a ser tomado por um Presidente que já fez tanto mal à Nação. Esperamos que, para o bem de todos, a tradição seja seguida e a Nação brindada com mais uma renúncia presidencial. Fico me perguntando sobre a situação do partido que dá sustentação ao Governo, o PFL. Nobres Deputados agora se expõem ao ridículo. O Presidente Collor de Meno não tem piedade nem dos que têm a coragem de vir à tribuna ou ir à imprensa defender o mandato de S. Ex' Indiretamente, não defendem o mandato do Sr. Conor de Mello, mas o esquema PC Farias, que sangrou e desviou tantos recursos públicos. . Jumo ae l~~L OlARIa DO CONGRESSO NACIONÃL (Seção I) Sr. Presidente, o PFL, no primeiro instante, pedia explicações, e o Presidente se deu um prazo de 48 horas para negar à Nação o seu envolvimento nas denúncias feitas pelo motorista da secretária da Presidência da República, Eriberto Freire França. O PFL imediatamente se agarrou às mentiras forjadas, apresentadas pelo Presidente Fernando Collor em cadeia nacional de rádio e televisão. No dia seguinte, com o depoimento do referido motorista, as mentiras às quais o PFL se havia agarrado foram totalmente desfeitas. Caíram no ridículo. Agora, o Sr. Cláudio Vieira aparece com um contrato fabuloso, mirabolante. Ê difícil acreditar nessa história, mas imediatamente o PFL se agarra a esse novo dado. Vai esborrachar-se no chão, se for comprovada a denúncia da secretária que datilografou o contrato de que este foi forjado em um escritório de advocacia em São Paulo e através do qual o Sr. Cláudio Vieira, sob juramento na CPI, tentou explicar a origem dos recursos com os quais foram pagos a reforma da Casa da Dinda, as compras de roupas e presentes para a primeira-dama, a alimentação do Presidente da República, um automóvel para ele e os funcionários da residência de S. Exª Sr. Presidente, a situação é gravíssima. A única promessa feita pelo Presidente- Collor - devo reconhecer esse fato, mesmo sendo da Oposição - foi a de que iria fazer do Brasil um país onde-não existiria corrupção. No entanto, tendo a sua própria atuação levado a corrupção à potência máxima, S. Exª conseguiu fazer com que o País se revoltasse contra todo esse mar de corrupção que tem engolfado a administração federal em nosso País. Com a finalização dos trabalhos da CPI e a renúncia do Presidente Collor, teremos, sem dúvida alguma, um novo quadro. Espero que os políticos e a sociedade fiquem livres da corrupção e que no nosso País a prática política seja mais decente, mais honesta e mais ética. Era o que tinha a dizer. . O SR. JARVIS GAIDZINSKI (PL - Se. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, St4' e Srs. Deputados, peço vênia a V. Exp para falar em trabalho, já que, até agora, nessas duas horas que estou aqui, não consegui ouvir a palavra trabalho. Em todo caso, eu gostaria de salientar que estive com o Presidente da República há poucos dias, oportunidade em que conversamos a respeito da alavancagem da economia nacional por meio da construção civil. Nós, empresários bem-sucedidos da construção civil, tivemos a honra de, na Comissão de Economia, Indústria e ªomércio, formar a Subcomissão da Construção Civil, destinada a discutir as condições que esse setor pode oferecer para a alavancagem da economia nacional. Costumo ter no meu bolso, anotada num minúsculo pedaço de papel, uma fórmula para tirar. a indústria da construção civil da crise e zerar o déficit habitacional do País. Em vez de entregar a chave da casa ao futuro mutuário, a Caixa Económica Federal financiaria apenas a compra de lotes dotados de infra-estrutura básica. Pelos' meus cálculos, a prestação de um empréstimo feito no prazo de 40 meses, em alguns casos, sairia pela modesta quantia de 50 mil cruzeiros. Se o cidadão pode construir uma favela, por que não pode construir sua cidade? Eu sei que nem todos os problemas do País são resolvidos com tamanha simplicidade. Por isso, propus a criação dessa Subcomissão, já aprovada, para discutir medid!l:s, visando à Quinta-feira 30 17353 retomada do desenvolvimento do País, apresentando como carro-chefe a indústria da construção civil. Há um consenso em nosso País de que a dinamização do setor é uma das pontas para sairmos da crise. De quebra, o País saldaria uma dívida social, que já acumula um déficit de dez milhões de moradias, construindo 500 mil unidades a cada ano. Na condição de Deputado liberal, justifico a proposta de uma subcomissão para debater o problema da construção civil: será mais um canal aberto entre empresários. Legislativo e o Governo, na busca de soluções para reverter a aceleração do déficit habitacional. Com a extinção do BNH e com a criação do Ministério da Habitação, que logo em seguida teve o mesmo fim. "oficializou-se" a desarticulação de uma política setorial, que, bem ou mal, conseguiu pelo menos dar fundamentos operacionais.. proporcionando moradia a mais de 25 milhões de brasileiros e serviços sanitários a milhares de municípios. Reivindico uma política para o setor a curtíssimo prazo, a fim de que o empresário possa trabalhar de acordo com as diretrizes do Governo. Nesse sentido, acho necessário que as metas estabelecidas diferenciem a origem dos recursos e explico por quê. As construções para a população de baixa renda somente poderão contar com recursos do FGTS ou de dotações orçamentárias, enquanto as da caderneta de poupança e das letras hipotecárias exigirão aplicações dirigidas para a classe média, com juros que superam os da captação. Devido à escassez de recursos e à falta de um órgão orientador do sistema, somando-se às dificuldades de crédito junto à Secretaria Nacional de Habitação, nós. Deputados, contamos com o empresário que, para escapar da insolvência, passou a construir edifícios de apartamentos e condomínios horizontais a preço de custo, atuando como mero administrador nas obras contratadas por terceiros. Isso acabou provocando uma outra distorção, com a elevação do preço dos insumos a níveis acima da inflação oficial. Aproximadamente 40% ficaram nas mãos de uma classe de poder aquisitivo alto, agravando com isso a demanda reprimida. A indústria da construção civil tem funcionado como uma espécie de anteparo das tensões sociais, pela sua grande capacidade de oferecer emprego - um milhão apenas no Estado de São Paulo. O setor é responsável por 7% do PIE e chega a pagar mais de 100% de encargos sociais. Mesmo assim, ·Sr. Presidente, Sr~< e Srs. Deputados, o retorno dos impostos em benefício do trabalhador neste País atinge níveis revoltantes. Era o que tinha a dizer. .. O SR. VASCO FURLAN (PDS - Se. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na condição de Secretário do Grupo Parlamentar Brasil-Itália e tendo estado naquele país juntamente com outros Parlamentares para acompanhar a delegação chefiada pelQ.l,Vice-Presidente desta Casa, nobre Deputado Waldir Pires, tenho a satisfação de anunciar desta tribuna o primeiro resultado prático do trabalho conjugado desse grupo e dos Ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura do Brasil, cujo resul.tado é a assinatura de uma Acordo de Princípios de Negociação entre o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária e aSMA - Segnalamento Marttimo Ed Aereo - empresa estatal com sede em Florença, ria Itália, das mais renomadas no mundo em termos de tecnologia de prevençã;o de fenomenologia meteorológica, isto é. 17354 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) um dos mais aperfeiçoados fabricantes de sistemas de radares metereológicos do mundo. Esse Acordo de Princípios de Negociação decorre do Acordo-Quadro de Cooperação Econômica Industrial, Científico-Tecnológico, Técnico e Cultural entre Brasil e Itália, referendado por esta Casa, conforme o Decreto Legislativo n° 104, de 4 de julho de 1991, e foi ratificado pelo Presidente da República em sua visita à Itália entre os dias 10 e 13 de dezembro do ano passado. A SMA é uma das empresas que fabricam para a Ermac e tem acordo de cooperação com a Embraer na fabricação dos aviões AMX, hoje considerada linha top no mundo. Portanto, a partir desta data, com a assinatura desse acordo, em trinta dias estará formada a comissão, que se constituirá em grupo de trabalho composto por técnicos da empresa e do Governo brasileiro para, em doze meses, iniciar os estudos completos de viabilidade técnica e econômica para a modernização do serviço meteorológico, em um projeto integrado no território brasileiro, que vise a minimizar os riscos decorrentes de fenômenos climáticos, que tanto têm açoitado as regiões central e sul do Brasil nos últimos anos, em decorrência do chamado El Niiio, que ocorre nas águas do Pacífico, alterando o clima e provocando fenômenos que vêm criando problemas para a agricultura, para a pecuária e para a própria economia brasileira. Sr. Presidente desejo congratular-me com todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que se desse o primeiro passo, essa arrancada com vistas a dotar o Brasil de um efetivo sistema de prevenção de riscos ou de prejuízos decorrentes de fenômenos meteorológicos. o SR. AUGUSTO CARVALHO (PPS - DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nome da Liderança do Partido Popular Socialista, também quero registrar o nosso pesar pelo falecimento do ex-Deputado Federal Sebastião Rodrigues, que teve na Câmara dos Deputados uma atuação exemplar e que, como funcionário de carreira do Banco do Brasil, deixou as marcas do seu trabalho como colega e dirigente daquela instituição. Registro assim, as nossas condolências a todos aqueles que puderam desfrutar do convívio com o Sr. Sebastião Rodrigues, transmitindo à sua família enlutada os nossos profundos sentimentos. Mas, Sr. Presidente, ainda na seqüência dos episódios que marcam profundamente a vida nacional, hoje tivemos um novo lance, pelo qual o Governo procura passar à ofensiva no seu embate com o Poder Legislativo. Um funcionário subalterno do Palácio do Planalto, Sr. Marcos Coimbra, arvora-se de porta-voz do Governo e, num acinte, num confronto com este Poder, declara que o Sr. Cláudio Vieira não comparecerá à Comissão Parlamentar de Inquérito para trazer as provas exigidas pela CPI que investiga os delitos que envolvem a quadrilha do Sr. Paulo César Farias e que respingam na própria autoridade do Sr. Presidente da República, Fernando Collor de Mello. Ora, Sr. Presidente, naturalmente essas tentativas são bravatas para se criar uma nuvem de fumaça ou um cinturão de proteção, para se tentar impedir que as denúncias, que já não há como serem negadas, possam ser vinculadas ao Presidente da República. Sr. Presidente, é extremamente grave o momento que o País atravessa. O Presidente está obstinado em querer ir até o último dia do seu mandato; como declara, mesmo que Julho de 1992 isso represente um sacrifício para o País, uma desmoralização incomensurável do ponto de vista das relações do Brasil com as nações amigas, um desgaste inclusive pessoal para o Presidente da República, que não tem mais autoridade moral, não tem mais como exigir do povo brasileiro o respeito à sua condição de Primeiro Magistrado da Nação. Mais ainda, Sr. Presidente, quando vemos as tentativas daqueles que o cercam de considerar uma questão menor o envolvimento do Presidente da República, no que tange . aos seus gastos pessoais, com escroques de toda natureza, bandidos que operam à margem do mercado de dólares no Brasil, vinculados a negócios escusos com a empresa uruguaia Alfa Trading, que hoje está nos jornais caracterizada como especializada em lavar dinheiro sujo dos que não querem declarar a origem de seus recursos. Sr. Presidente, já é excessiva a vinculação do Presidente da República com esses meliantes, com empresas fraudulentas, com toda a sorte de pessoas que se esgueiram pelos descaminhos do mercado na economia do Brasil. Por isso, quando somos informados de que a secretária que teria datilografado o texto forjado pelo Sr. Cláudio Vieira, em São Paulo, estaria depondo agora na CPI que investiga o escândalo do Sr. PC Farias, mais e mais constatamos que se toma grave para cada Parlamentar, especialmente para os integrantes da Câmara dos Deputados, por onde tramitará o processo de impeachment a que certamente a CPI dará desdobramento, a responsabilidade quanto aos destinos do País. Não é possível que os Parlamentares que apóiam o Governo continuem fazendo ouvidos de mercador ao clamor que se levanta de toda a Nação. Não é possível que Parlamentares honestos e retos - eles existem em todos os J: Jrtidos - não decolem dos partidos que ainda apóiam o Governo. Nesse sentido, gostaríamos de deixar registrado nosso sentimento de que as coisas estão mudando. As dissidências no Partido da Frente Liberal- composto por homens íntegros como V. Ex~ e por outros pares em grande número nesta Casa - e as declarações do Governador Joaquim Francisco são indícios dessa mudança. Assim como no PFL, também no Partido Democrático Trabalhista, do Sr. Governador Leonel Brizola, veremos gradativamente se levantarem as vozes da dissidência para, junto com todos os partidos com representação nesta Casa e com a voz indignada da Nação" promoverem a cobrança de resultados desse processo de desmoralização da vida pública do País. A Nação não agüenta mais ter seus cofres saqueados por uma quadrilha que vem infernizando a vida do povo brasileiro. Outro assunto, Sr. Presidente. A Rede Globo de Televisão, acostumada a produzir novelas e minisséries insípidas do ponto de vista político, embora bem elaboradas do ponto de vista técnico, está apresentando, desde a semana passada;'aminissérie "Anos Rebeldes", ambientada nos r oS 60, durante o regime autoritário implantado em 1964 pelo golpe militar de 19 de abril. Essa minissérie, de autoria de Gilberto Braga, tem guardado, segundo os analistas, estreita relação com a realidade da época, retratada de maneira verossímil, embora com personagens evidentemente fictícias. A minissérie poderia passar despercebida, ou pelo menos restrita aos comentaristas de TV, não fosse a nota divulgada pelo Ministério do Exército, intitulada "A história que não foi contada", a qual está vazada em termos incompatíveis Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) com a democracia em que vivemos e que mais faz lembrar o próprio clima da ditadura descrito na referida minissérie. Ao usar tal vocabulário, ao expressar seus pontos de vista, ao retomar a postura autoritária e inquisitorial, aquele Ministério nada mais faz do que confirmar as acusações imputadas aos militares brasileiros: de haver governado o Brasil durante duas décadas de maneira autoritária e conduzir o País à pior crise de sua história. Não nos move - nunca nos moveu - qualquer espírito revanchista. O maniqueísmo da nota assinada pelo General Carlos Tinoco, Ministro do Exército, expresso de maneira clara, embora formalmente condene, não é o nosso critério. Entretanto, a defesa da democracia deve ser também a da liberdade de criação, assim como do direito de observar a nossa história - recente ou remota - com os olhos críticos e buscando resgatar a verdade. O comportamento do Chefe do Exército demonstra uma postura intransigente, que julgávamos superada. O comportamento democrático que se espera das Forças Armadas é o respeito rigoroso à Constituição brasileira, que é clara ao contemplar a liberdade de criaçáo artística e ao determinar o fim de todas as formas de censura que amordaçaram os artistas brasileiros durante o regime militar. Das Forças Armadas esperamos outro comportamento, para se adaptarem aos novos tempos que o Brasil vive desde que o regime militar foi superado. Espero que outra manifestação do Sr. Ministro do Exército inclua, por exemplo, informação a respeito das razões que determinaram o Colégio Militar de Brasília a ter em seu quadros pessoas como o militar envolvido no atentado terrorista do Riocentro,· que ocupa a funçáo de orientador pedagógico, com a tarefa de escolher a bibliografia adequada para que os alunos conheçam a História do Brasil. Assim, Sr. Presidente, a história verdadeira nunca será contada. Durante o discurso do Sr. Augusto Carvalho, o Sr. Luiz Moreira, 39 Suplente de Secretário deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. lnoc#ncio Oliveira, ]ç Secretário. o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) a palavra ao Sr. Elias Murad. Concede o SR. ELIAS MURAD (PSDB - MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colegas Deputadas e Deputados, mais uma vez volto a falar a respeito de um tema sobre o qual tenho insistido neste plenário. Isto porque, há poucos dias, procurei o Serviço Médico desta Casa, especialmente um otorrinolaringologista que considero dos profissionais mais competentes do ótimo corpo clínico que esta Casa possui. Estava atacado por uma profunda laringite e faringite. A primeira pergunta que o colega médico me fez foi a seguinte: "O Deputado freqüenta muito o plenário?" A minha resposta evidentemente foi positiva, e quis saber o porquê da pergunta. Ele me disse que o plenário da Câmara dos Deputados é um ambiente horrível para as vias respiratórias, principalmente para as de algumas pessoas mais sensíveis. Sr. Presidente, nunca tive problema de laringite e faringite, mas atravessei um fim de semana terrível. E cito aqui as palavras do colega médico que me atendeu: além do funcionamento inadequado - que nós temos dificuldades para resolver - do sistema de ar-condIcionado central, da falta de contato direto com o meio externo, uma das principais razões do. índice de doenças respiratórias é o tabagismono plenário. Quinta-feira 30 17355 Há três anos, tive uma otite grave, atribuída ao mesmo fenômeno, particularmente neste período de um ambiente extremamente seco em Brasília, onde a umidade relativa do ar chega a cair a 20%. Aí, a situação fica ainda mais grave. Sr. Presidente, tomo a dirigir um apelo à Mesa da Câmara dos Deputados, no sentido de que faça cumprir o Regimento Interno desta Casa, que, no inciso XIV do art. 73, dispõe: "Art. 73. . . XIV - a qualquer pessoa é vedado fumar no recinto do Plenário." Na condição de médico e de quem trabalha na área há muitos anos, sei que o tabagismo é uma dependência. No sentido de colaborar com os colegas Parlamentares que têm dificuldades para deixar de fumar ou, pelo menos, deixar de fumar durante algumas horas, estou enviando a todos os Parlamentares uma circular com "dicas" para que S. Ex" parem de fumar ou, pelo menos, tentem parar de fumar. Resumidamente, cito-as para que constem dos Anais desta Casa. A primeira delas é a existência de uma grande motivação para parar de fumar. Na minha opinião, motivação importante é o prejuízo que o tabagismo pode trazer às pessoas . inocentes que não fumam e são obrigadas a conviver em ambientes fechados com tabagistas. Outro dia fiquei impressionado. A sala da CPI do PC Farias estava uma coisa terrível. Parecia haver ali uma verdadeira cortina de fumaça. A sala é pequena e estava lotada com centenas de pessoas, várias delas fumando. Outro item para que a pessoa possa pelo menos tentar ficar algumas horas sem fumar: atualmente há no mercado uma goma que contém nicotina: chamada Nicorette, encontrada em caixas com 96 pedaços, cada um contendo dois miligramas de nicotina. A dependência do cigarro é provocada pela nicotina, que não é o pior produto do tabaco. Muito pior que a nicotina são os hidrocarbonetos cancerígenos e o monóxido de carbono, que prejudica tremendamente o aparelho cardiovascular e leva, na maioria dos casos, a infartos do miocárdio graves, muitas vezes mortais. Seguem-se outras orientações, inclusive sobre o que me perguntou outro dia um Parlamentar: "Além de vergonha na cara, o que eu preciso fazer para parar de fumar?" Eu, sinceramente, lhe respondi: não é uma questão de vergonha na cara, porque o tabagismo é uma dependência como outra qualquer. O tabaco é uma droga, infelizmente uma droga social, com dois grandes fatores a exacerbar o problema: a disponibilidade para ser encontrada e a facilidade com que é adquirida. Sr. Presidente, quero pedir a V. Ex· que faça constar dos Anais da Casa a circular que vou mandar a todos os Deputados e que contém orientações que talvez possam ajudar àqueles que realmente querem diminuir ou mesmo abandonar o tabagismo. (CIRCULAR A QUE SE REFERE O ORADOR:) DICAS PARA VOCÊ PARAR DE FUMAR José Elias Murad (*) Vários especialistas têm dado sua opinião sobre providências e atitudes que podem ajudar uma pessoa que deseja parar de fumar. Na verdade, nem sempre é fácil interromper o tabagismo, porque se trata de uma dependência, como acontece com outras drogas de abuso. Só que no caso do cigarro 17356 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) há um fator a complicar o problema. E que o tabaco é uma droga social, praticamente acessível a qualquer um, com os dois grandes fatores de risco, que são a disponibilidade e a aceitação (isto sem falar na propaganda). Vejamos, entretanto, quais são as dicas que podem ajudálo, se você realmente deseja parar de fumar: 1- Arranje uma grande motivação. Por exemplo, a leitura de i ublicações científicas sobre o tabagismo e os seus males, inc1usi·,'e o chamado tabagismo involuntário, que é o mal que você pc,de causar aos outros que não fumam, principalmente aqueles que lhe são mais chegados e caros, como os seus filhos, por exemplo (Veja as frao~s no final deste trabalho). 2 - Mastigue diariamente ; 19uma coisa inócua. Chicletes, por exemplo. ............................................................................................. (*) Deputado Federal, PSDB/MG. Médico, farmacêutico e químico. 3 - Chupe pastilhas de Nicotiless. O Nicotiless contém lobelina, um alcalóide semelhante à nicotina, que é o principal responsável pela dependência ao tabaco. A lobelina "engana" o organismo, pois suas ações se parecem com aquelas da nicotina. Há também uma goma que contém nicotina, chamada Nicorette, que é encontrada em caixas com 96.pedaços, cada qual contendo 2 mg de nicotina, que vai sendo liberada enquanto se mastiga, sendo absorvida pela mucosa bucal. Mascada com a freqüência de 1 goma por hora, os efeitos se parecem com aqueles quando se fuma um cigarro, enquanto as ações cardiovasculares são mínimas. Deve-se apenas ter o cuidado de não usá-la em pessoas com infarto do miocárdio recente e arritmias graves. A vantagem da goma é que ela só contém ~icotina e nenhum outro dos tóxicos componentes do tabaco. E um produto ainda difícil de se encontrar no mercado farmacêutico brasileiro. 4 - Chupe pedras de gelo, escove os dentes com freqüência, beba água gelada ou coma uma fruta quando sentir vontade de fumar. 5 - Evite comer doces e não tome muito café, principalmente se estiver acostumado a associá-lo ao cigarro. 6 - Mude constantemente de marca de cigarros e, se possível, não repita dois maços da mesma marca. A diversificação ajuda a aliviar a dependência. 7 - Não fume o cigarro completo. Jogue-o fora ainda pela metade ou corte-o em dois antes de usá-lo. 8 - Enquanto estiver tentando largar, fume cigarros com filtro ou ~as,p para cachimbo ou charuto. Estes são mais trabalhoso:" e você acaba fumando menos. 9 - Guarde, separ~rl" o ,_:"i~~: ..~ do cígall.u 'ci)e você não comprou. No fim de semalld você va' ficar admiraJc' com a quantia economizada. 10 - Faça algum tipo de tratamento, co,,,;:; 'lcupuntufá. hipnose ou análise. Converse com o seu médico. Frases Motivadoras Dentro da linha da motivação citada no item 1, eis algumas frases que consideramos sugestivas para você meditar: "Ironia do destino. O médico Manuel de Abreu, que descobriu a abreugrafia (radiografia em miniatura dos pulmões), processo que ajudou a diagnosticar muitos casos de câncer do pulmão - principalmente em tabagistas - morreu . dessa doença. Fumava cerca de 3 maços de cigarros por dia." Julho de 1992 "O escritor Graciliano Ramos só escrevia com um cigarro aceso nas mãos ou na boca. Morreu de câncer do pulmão e com os dedos amarelados pelo tabaco." "Todo fumante inveterado sofrerá de câncer no pulmão, a não ser que qualquer outra doença venha a matá-lo antes. (Relatório da Associação Médica Americana - 58)." Se você quer uma motivação para parar de fumar, sugiro que visite uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital de pneumologia ou uma enfermaria de enfisematosos e de doentes de bronquite obstrutiva grave, "não para ver como eles vivem, mas para observar como estão morrendo". Há vinte anos cerca de 47% dos médicos americanos fumavam. Hoje apenas 10%. Você já pensou qual seria a razão? Aqueles jovens atletas que fazem a propaganda de uma conhecida marca de cigarros, praticando wind-surf, jet-sky, asa delta etc., indo até "ao sucesso" com um simples cigarrinho, develiam ver um enfisematoso, com "tórax de pombo", morrendo de fome de ar, por causa dessa doença obstrutiva crônica que é o enfisema, provocada pelo tabagismo. O cigarro é um dos maiores responsáveis pela trombose (entupimento) das artérias coronárias, que, muitas vezes leva ao infarto do miocárdio, às vezes, fatal. O ex-Parlamentar e ex-Ministro da Justiça, Petrônio Portella morreu de infarto do miocárdio para o qual, segundo seus médicos, muito colaborou seu tabagismo. Quem fuma é um suicida que só beneficia as multinacionais do tabaco, verdadeiras indústrias da morte e das fraquezas humanas. (Millôr Fernandes) Não fumem - "o cigarro é o grande causador do câncer do pulmão" (Flávio Rangel, produtor de teatro, pouco antes de morrer, vítima de câncer de pulmão). Nas últimas décadas, o tabaco matou mais gente do que duas bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaky. Um deputado meu amigo - fumante inveterado - disseme que está tentando parar de fumar. Sabem por quê? Para atender ao apelo de dois de seus filhos adolescentes. Nenhum deles fuma! Medite sobr" ISSO: Du .mee o discurso do Sr. Elias Murad, o Sr. InoLellcio )liveira, li Secretário, deixa a cadeira da presid, ':,' que' J oCllpada pelo Sr. Luiz Moreira, 39 Suplente de S'creüirio. ![J) SC '""'liSIDENTE (Luiz Moreira) - Concedo a palaao Sr. Marcelino Romano Machado. ':' !ó:R. MARCELINO ROMANO MACHADO (PDS "1'-', Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados, temos assistido ao processo das sucessões municipais nas cidades deste País. No meu Estado, pouco a pouco as campanhfl~ ficam acirradas, as promessas começam a aparecer, e mais e mais a luta está aumentando. Tenho observado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que hoje um dos maiores problemas dos nossos Municípios é o trabalho administrativo na área da saúde. O processo do SUS - Sistema Único de Saúde - ficou tão enrolado e tão ininteligível que não se sabe exatamente se é o Município que deve administrar o setor. Em cada Município, há praticamente três \-'a Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sel;ão I) organismos responsáveis pela administração da saúde: um vinculado ao Governo Federal, outro ao Governo Estadual e ainda outro ao Governo Municipal.' Ê bem verdade que os três agem de forma diferente. Quando isso açontece, o processo fica estagnado, paralisado. Quem paga por isso é o povo, que vê cada vez mais suas dificuldades aumentarem para conseguir consulta médica, internação hospitalar e até tratamento ambulatorial. Isso me preocupa muito. Mas fico ainda mais preocupado quando vejo, no meu Estado, São Paulo, todo o pessoal que trabalha na área de saúde, vinculado ao Governo Estadual, receber salários que não são suficientes para sua subsistência. Outro dia, analisando uma reivindicação dos médicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, pude perceber o quão deficiente é o sistema de saúde pública, estimulado e administrado pelo Governo do Estado de São Paulo. Essa deficiência chega a tal ponto que os médicos hoje não suportam mais o salário que recebem pelo tempo integral de serviço e começam a pedir demissão de seus cargos. Isso é o que está acontecendo no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a minha cidade. Mas o que me deixa ainda mais intranqüilo é que o Governador de São Paulo foi a Ribeirão Preto tomar conhecimento da reivindicação dos médicos, que ganham um milhão de cruzeiros por mês, e lhes disse que, se ameaçassem pedir demissão, não havia dúvida de que acabaria fechando o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Esse tipo de declaração não cabe a um Governador, principalmente de um Estado como São Paulo. Jamais poderíamos imaginar que o atual Governador fosse a Ribeirão Preto para ameaçar os médicos com o fechamento do Hospital das Clínicas. Tal ameaça deixou preocupada toda população do Município. Eu também fico preocupado porque, quando Deputado Estadual em São Paulo, inclusive do Governo, ajudei a construir aquele nosocômio. Sei que a reivindicação dos médicos é muito justa, pois eles ganham um milhão de cruzeiros por mês para trabalhar em tempo integral e ainda dar consultas gratuitas à população carente. O que me deixa cada vez mais desiludido e desanimado com relação a isso é que há quinze dias foi divulgado pela imprensa de São Paulo que o atual Governador autorizou, nos últimos doze meses, a contratação de 4.161 funcionários públicos, sem concurso, com salários de dois a dez milhões de cruzeiros por mês, para não trabalharem, apenas receberem seus salários no final do mês. Veja, Sr. Presidente, que são .dois pesos e duas medidas. O posicionamento a favor de funcionário-fantasma e da imoralidade administrativa é apoiado pelos que não trabalham. Enquanto isso, o Governador não toma conhecimento da situação dos médicos, que gratuitamente prestam serviços à população, e não atende às justas reivindicações da categoria. Portanto, registro este protesto, para que o povo brasileiro saiba o que acontece com o sistema de saúde no Estado de São Paulo. o SR. JORGE UEQUED (PSDB - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, enquanto o Brasil assiste estarrecido ao que a quadrilha do PC Farias fez à sombra da Casa da Dinda, os trabalhadores questionam: como pode o Governo dilapidar tanto o dinheiro público? A realidade social é muito grave. O Presidente, que não está muito acostumado a dizer a verdade e com ela não tem Quinta-feira 30 17357 compromissos, afirmou que, em seu Governo, o salário mínimo seria de cem dólares. Pois o salário mínimo que os trabalhadores vão receber a partir de amanhã é de menos de cinqüenta dólares. Portanto, seriam necessários cem mil trabalhadores, operando oito horas por dia, durante trinta dias, para se atingir os 5 bilhões de dólares que o "picareta" Cláudio Vieira disse que conseguiu de empréstimo no Uruguai. O mais grave, o mais doloroso para a Nação é que o sistema empresarial está parado, os trabalhadores não têm poder aquisitivo e os farsantes do Ministério da Economia, que diziam que o salário era a causa da inflação, hoje vêem os trabalhadores ganhando menos de cinqüenta dólares por mês, enquanto a intlação é mantida no mesmo patamar. O Governo brinca com a crise social, desresp'eita os trabalhadores e ignora a realidade brasileira. O congelamento do salário mínimo só pode ser produto de uma cabeça mal-intencionada socialmente, como é a do Presidente Fernando Collor. Não é possível que alguém, em um País como este, possa admitir que os trabalhadores recebam menos de cinqüenta dólares pelo trabalho de um mês. Sr. Presidente, quero deixar o meu protesto e o meu repúdio contra a ação da quadrilha de PC Farias, contra a proteção governamental que recebe e contra sua participação nas intimidades do Governo. Protesto também contra aqueles que, dirigindo a economia do Brasil, deümm os trabalhadores em pior situação do que a dos animais. Cinqüenta dólares por mês é um salário indigno para a sobrevivência. E o Governo Collor continua mentindo e enganando a sociedade, ao afirmar que os trabalhadores estão auferindo vendmentos de cem dólares, como prometeu em sua campanha. Estes os nossos protestos contra o que poderá levar a uma sublevação social. A fome é a pior conselheira, e a miséria ronda os lares dos brasileiros. em virtude dos baixos salários e do desemprego, porque a eC'<:lUomia não cresce com salários miseráveis. O SR. TARCÍSIO DELGADO (PMDB -MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr·' e Srs. Deputados, há alguns dias, eu estava querendo expressar um ponto de vista desta tribuna. Na realidade, resisti a este procedimento porque, infelizmente, esta tribuna não tem repercussão nacional e tem pouca autoridade. Entretanto, em função do exercício do mandato, resolvi que hoje, como dever de consciência, deveria falar sobre a situação nacíonal e a CPI do PC Farias. Sr. Presidente. durante a campanha eleitoral para a Presidência da República, dissemos, várias vezes - a imprensa publicou, e acabou sendo a imagem que usávamos - que a candidatura Collor era um balão que estava inflando e subia. Mas dizíamos ainda que era nosso desejo que esse balão arrebentasse ou caísse antes das eleições - isso seria a salvação do Brasil - ou, se não arrebentasse antes, certamente arrebentaria depois. Dizíamos mais: se tal acontecesse depois das eleições, poderia comprometer a história deste País. Agora, Sr. Presidente, estamos vivendo dias que nos constrangem e que nos envergonham. Às vezes, em nossas meditações, pensamos se esta Nação e se este povo, tão generoso, tão trabalhador e tão ativo, merecem o que está acontecendo. Ficamos revoltados e estamos inconformados, mas, na verdade, não temos uma solução para o problema. Os fatos se encaminham de maneira vergonhosa para a Nação. Nem mesmo no "planeta dos macaco ocorreria coisas como essas". A última notícia é de que dólares foram importados do Uru- 17358 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) guai. Isso é de cabo de esquadra, é incrível. Se roubaram, devem ser processados; se montaram uma quadrilha, devem ser punidos. A CPI está apurando, mas eles usam expediente esfarrapado, paupérrimo, grosseiro, agressivo, como o dos dólares do Uruguai. Isso é pior que tudo, porque é duvidar da inteligência do brasileiro. E nem é preciso ser muito inteligente. Isso é grosseiro demais, é ofensivo demais. Nesta hora, nós, cidadãos que defendemos a dignidade desta Nação, independentemente de partidos políticos, temos o dever de levantar contra isso, de fazer com que a indignação do povo se transforme em realidade. Cláudio Vieira - é preciso que se diga - é um cara-de-pau, um canalha da pior espécie. Um ladrão vagabundo de galinhas não pratica atos como o que esse homem praticou em seu depoimento à CPI. Era o que tinha a dizer. (Texto escoimado de expressões anti-regimentais, nos termos do art. 17, V, B, do Regimento Interno.) O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, uma representativa delegação de professores aposentados do Município de Rio Claro, Estado de São Paulo, esteve hoje em visita a esta Casa. Conversando com vários Parlamentares, os aposentados demonstraram sua preocupação com a situação dos inativos, em face das perpectivas de mudança anunciadas fora do Congresso Nacional para disciplinar aposentadorias e proventos. Sr. Presidente, tive oportunidade de repetir aos professores, como já declarei desta tribuna, que é preciso deixar bem claro que todas as vantagens que o aposentado tem conseguido neste País, nas últimas décadas - desde que o Congresso Nacional passou a funcionar regularmente, fora do regime de exceção - se devem, única e exclusivamente, ao Poder Legislativo e que, se eles fossem esperar alguma coisa do Executivo, nada teriam alcançado. Os governos não têm tido contemplação com os inativos brasileiros. Tudo o que deles podem tirar, tiram. O Congresso Nacional, este sim, tem reconhecido direitos e inscrito em lei as prerrogativas a que fazem jus os inativos. Quando se trata de lei ordinária, o Legislativo sofre limitações porque não pode dispor sobre despesas. No caso do funcionalismo, não pode dispor sobre sua remuneração. Mas, sempre que o Congresso Nacional, em função constituinte, elaborou Cartas Magnas, nelas inscreveu, além dos direitos e garantias individuais do cidadão brasileiro, os direitos sociais, especialmente os direitos do trabalhador. Assim é que, na Constituição de 1988, da qual o Governo não participou, pois fomos nós desta Casa que a redigimos, colocando-a em vigor, estão inscritos direitos líquidos e certos do trabalhador brasileiro. Disse isto aos professores, para que eles levassem daqui a certeza de que seus problemas são provocados pelo Executivo, e não pelo Legislativo. O Judiciário interpreta a legislação e, ainda agora, ao dar ganho de causa aos trabalhadores inativos que contribuem para o INSS, o que fez? Interpretou a Constituição que esta Casa elaborou. Então, se há um poder com o qual o trabalhador inativo ainda pode contar - e pode continuar contando - este é o Poder Legislativo. O SR. DÉRCIO KNOP (PDT -SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, tem-se dito, com toda a razão, que o homem do campo, devidamente estimulado, pode salvar este País. Isso é verdadeiro, principalmente em meu Estado, onde a distribuição fundiária é das mais Julho de 1992 justas do País. Dividido em propriedades de pequena dimensão, sem entretanto constituir minifúndios, o território catarinense tem podido produzir em níveis superiores aos da maior parte do País. Quando o pequeno produtor tem condições de produzir, quando recebe conveniente apoio técnico dos extensionistas rurais, quando são mantidos razoáveis seus custos, ele responde com trabalho proveitoso, promove plantios abundantes, realiza colheitas fartas, efetua melhoria nos seus meios de produção, dá empregos, aumenta as exportações, evita o êxodo para as cidades e as abastece de alimentos baratos. Por isso mesmo, cabe ao Poder Público, na medida de suas possibilidades, subsidiar-lhe a produção, oferecer economias externas que o induza a investir e trabalhar, a empregar a mão-de-obra e aumentar a produção por hectare e por cruzeiro empregado. Se o Estado, porém, quase falido, não pode proporcionar os meios que lhe incumbe, na medida que as necessidades sociais reclamam, cabe-lhe o dever de, pelo menos, não inviabilizar o trabalho honesto e ingente do pequeno produtor rural. Nesse sentido, é do maior alcance, muito maior do que uma análise primeira pode detectar, a providência legislativa alvitrada pelos eminentes Deputados Estaduais Herneus de NadaI, Luiz Suzin Marini, e Luiz Basso, que visa adicionar um inciso ao art. 49 da Lei nO 7.547, de 27 de janeiro de 1989, do Estado de Santa Catarina. O projeto de lei, apresentado pelos referidos membros da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa de meu Estado visa isentar do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) certas operações de consumo de eletricidade em estabelecimentos de produtor rural. Porque se trata de um benefício que não pode ser generalizado, sob pena de perder o alcance social que está na origem de sua criação, a isenção abrangerá apenas os pequenos proprietários, isto é, os proprietários de estabelecimento rural cujo consumo mensal não supere quinhentos quilowatts (500KW). Para evitar que os Estados façam a chamada guerra fiscal, a Constituição da República deferiu à lei complementar a competência para regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (art. 155, inciso XII, alínea g). A lei em vigor sobre essa matéria é a Lei Complementar n9 24, de 7 de janeiro de 1975, que dispõe sobre convênios para a concessão de isenções do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICM, hoje ICMS), a qual, por não ser materialmente incompatível com a nova Carta, foi por ela acolhida. Seu art. 1° estabelece que as isenções do referido imposto serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal. Em boa hora foi firmado o Convênio ICMS nQ 76/91, que autoriza os Estados e o Distrito Federal a conceder isenção do ICMS no fornecimento de energia elétrica a estabelecimentos de produtores rurais. Portanto, a iniciativa de meus ilustres colegas parlamentares com assento na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina é das mais oportunas e se inscreve no quadro legal referido. Trata a proposição de medida de interesse não só dos pequenos proprietários rurais a serem beneficiados, mas também dos desempregados em geral, que terão uma opção de. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) trabalho digno no campo, dos comerciantes ,de produtos agrícolas, que terão farta mercadoria com que operar, do próprio Estado, que poderá arrecadar mais com maior produção, mas sobretudo da população, inclusive e principalmente a urbana, que terá produtos de boa qualidade e a preços melhores. Disseminado que seja por outros Estados o bom exemplo, poderá essa simples providência ter efeitos até mesmo sobre a queda da inflação, pelo alívio que a pressão do preço dos gêneros alimentícios trará sobre o nível geral dos preços. Que o projeto de lei tenha êxito e sirva de modelo para o resto do País, eis o meu desejo sincero e a minha esperança verdadeira. O SR. VLADIMIR PALMEIRA (PT - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Srs. Deputados, acabo de chegar de Porto Nacional, no Estado de Tocantins, onde participei do primeiro grande ato público da campanha do partido naquele Município, campanha essa conduzida pelo Dr. Eduardo Manzoni, candidato a Prefeito. O comício de sábado à noite tem uma grande importância porque foi a primeira manifestação pública, o primeiro ato público naquela campanha eleitoral. O PT sai na frente, e sai na frente não só por seu prestígio e pela alta combatividade dos seus militantes, mas também pela presença, na sua campanha, do Dr. Eduardo Manzoni, que tem um passado de lutas comunitárias. Há vinte e cinco anos o DI. Eduardo, ao lado de outros companheiros, exerce um trabalho de apoio à comunidade. Não é um trabalho fisiológico, de mera ajuda eventual a essa ou àquela pessoa, mas um trabalho sistemático, no sentido de impulsionar a própria auto-organização de cada comunidade na educação, mi saúde, na preparação técnica, no incentivo à produção hortigranjeira. O Dr. Eduardo desempenhou papel fundamental ao longo da sua permanência no Município de Porto Nacional. Quinta-feira 30 17359 mar melhor atenção do Governo Federal para com a situação de quase total inadimplência em que a maioria se encontra. Somente no Município de Borrazópolis, 600 agricultores estão inadimplentes junto ao sistema bancário. E os poucos que ainda conseguem pagar seus débitos já não dispõem de recursos para plantar a nova safra. Esse estado de coisas decorre principalmente da prolongada estiagem do começo deste ano e do descompasso entre os custos de produção e os preços de mercado. Pedem eles que suas dívidas sejam corrigidas na base de equivalência em produto, e não pelos juros indexados do crédito rural. Sabe-se, inclusive, que há uma resolução do Banco Central, permitindo a correção das dívidas pelo valor da produção, conforme sustenta o Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná, Antonio Zarantonello. Infelizmente, o Dia do Agricultor não ensejou motivos para comemorações no campo. Não bastassem os problemas já enfrentados pela agricultura brasileira, o Governo - através de portaria do Ministério da Economia - vem de suprimir o incentivo que o Decreto nº 84.685, de 1980, assegurava no Imposto Territorial Rural às propriedades produtivas e que variava em até 90% de dysconto no momento do recolhimento do tributo - medida injustificável, que acreditamos seja reexaminada pela autoridade econômica. Era o que tínhamos a dizer. o SR. UBIRATAN AGUIAR (PMDB - CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, Visitei, no domingo último, a comunidade da Fazenda Serrote, no Município de Caridade. Trata-se de uma área de 10.000 hectares desapropriada pelo lncra em 1986, destinada ao assentamento de aproximadamente 100 famílias. Despendeu o citado órgão federal, àquela época, recursos na recuperação e ampliação do imóvel-sede da fazenda, destinando-o ao uso O ato do PT, além de ter denunciado a corrupção do múltiplo por parte das famílias para lá deslocadas, às áreas Governo Federal, marcou uma presença para abrir alterna- de educação, saúde e outras atividades decorrentes da ação tivas claras, de gestão popular e democrática naquele Muni- comunitária a ser desenvolvida. cípio. Porto Nacional; Município de grande tradição, agora Construiu igualmente parte da rede de energia prevista dá um salto de crescimento, pela presença ao seú lado da no projeto e custeou, através de diversos programas, a aquisinova Capital do Estado de Tocantins, Palmas. Neste sentido, ção de bovinos e o plantio inicial de culturas de subsistência. a chegada do PT e do Dr. Eduardo Manzoni à Prefeitura Tudo estava a indicar, segundo os depoimentos que colhi, significa um alento de esperança para o povo daquele Muni- que o projeto iria ensejar a melhoria das condições de vida , cípio. Significa a esperança de uma melhoria efetiva, com daqueladamílias objeto do assentamento. a prioridade para democratização da Prefeitura e para o aten- , Para desencanto de todos eles, ',de uns dois anos para dimento das aspirações da população mais pobre. cá, cessaram todas as ações do Governo Federal no que tange Volto de Porto Nacional cheio de esperança, pelo que à concessão de créditos agrícolas, à complementação das obras vi de disposição de militância, pela excelente lista de candi- de infra-estrutura, indispensáveis à concretização dos objedatos a vereador que nós apresentamos. Volto cheio de espe- tivos especificados no projeto. rança de que, em Porto Nacional, como na maioria dos MuniNecessário se faz, com a maior urgência, o aporte de cípios do Brasil, o PT chegue na cabeça, o PT chegue na recursos ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas frente. - DNOCS - ou a outro órgão do Minis~rio da Agricultura O PT, hoje, é a grande esperança brasileira e, Porto para a construção do açude da Barra dô Leão, cuja bacia Nacional, se expressa 'na presença, na direção e na coorde- , fica integralmente dentro da área já desapropriada, alternativa nação do Dr. Eduardo Manzoni. única pata solucionar o problema de água para consumo humaMuito obrigado'. no e irrigação, cuja situação"nos dias atuais, é de calamidade. Por outro lado, faz-se mister a complementação da rede O SR. CARLOS SCARPELINI (PST - PRo Pronuncia de energia com a construção de 11 quilômetros de ~de de o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, pe- alta tensão e 2 quilômetros de rede monofásica, viabilizando, quenos produtores rurais do Vale do Ivai, uma das regiões assim, o pleno uso de equipamentos voltados para as ações que anualmente apresentam positivo desempenho na produ- agropastoris. ção de grãos no Paraná, realizaram, no último dia 27, data . Outra providência atb-boje não'adotada e que exige ação Ç1Qe homenageia o agricultor, manifestação pública para recla· imediata do Incra diz respeito à definição da área de assenta- 17360 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) mento de cada família, de forma a evitar os desentendimentos que já se verificam e que podem culminar em conflitos mais sérios. A assistência técnica, que não mais ocorre, a necessidade de se implantar projetos na área de piscicultura, a execução de uma série de pequenos serviços, o retomo de crédito subsidiado são reclamos daquela gente ao Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e ao Ministro da Agricultura. Urge, portanto, que as autoridades acima nomeadas mandem verificar in loco os fatos aqui enumerados e diligenciem no sentido de minorar a situação de miséria e abandono a que se encontram relegadas aquelas famílias. Solicito, por fim, que se envie cópia deste pronunciamento ao Sr. Ministro Antônio Cabrera, da Agricultura, e ao Presidente do Incra. Era o que tinha a dizer. O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente ABEMA - reuniu esforços para criar um fórum democrático que delineasse a atual situação ambiental do País, e o resultado expressou o cenário ambiental brasileiro, suas perspectivas e a situação das instituições governamentais de meio ambiente. Tudo isso colocado em um documento elaborado dentro da fidelidade e apresentando proposições de medidas que direcionem a implementação de um novo modelo de desenvolvimento. Esse documento atende a três concepções básicas - técnica, política e administrativa - e é dividido por regiões, sendo seu roteiro construído por cinco tópicos: situação ambiental; avaliação da política ambiental da região; avaliação das relações da política ambiental com as políticas setoriais e seus conflitos; indicação para a evolução da política ambiental brasileira e sua implementação; subsídios à análise das conseqüências das políticas internacionais de desenvolvimento na situação ambiental brasileira. Um dos trechos do documento da Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente relata sobre a Região Sul, formada }X?los Estados meridionais - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - mostrando que existe uma paisagem heterogênea. O Sul, é reconhecidamente, uma região de economia' Julho de 1992 o decreto n9 613, de 21 de julho de 1992, publicado no Diário Oficial da União de 22 de julho de 1992, vem acarretando inúmeros transtornos a economia de uma das mais prósperas regiões do Estado de Santa Catarina, o Alto Vale do Itajaí, onde se encontra sediada a Frahm Eletrônica Ltda, que atua no ramo eletroeletrônico de entretenimento desde 9 de junho de 1961, data de sua fundação. Hoje, a Frahm possui uma área construída de 30.000m2 na cidade de Rio do Sul, tendo diversificado suas atividades em seis empresas, sendo que uma delas instalada em Manaus, também voltada para a fabricação de componentes eletrônicos, que são agregados aos produtos finais da empresa matriz de Rio do Sul. Atualmente, somente em Rio do Sul - Santa Catarina, essa organização, que orgulha o parque industrial catarinense, gera 1.050 empregos diretos, com um faturamento anual de oitenta milhões de dólares, constituindo-se na maior arrecadadora de ICMS, IPI e outros impostos da Região do Alto Vale do Hajaí. Com a alteração contida no Decreto n9 613, de 21 de julho de 1992, os produtos fabricados no Alto Vale do Itajaí, componentes de excelente qualidade, sofreram um aumento de 10 pontos percentuais, globalizando somente o recolhimento desse imposto (IPI) 25%, desestruturando, via de conseqüência, todo o processo competitivo, em termos de preço, com seus concorrentes. Já não bastassem os benefícios e os critérios de proteção contidos nos artigos 159, inciso I, letra c do corpo permanente e 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, contemplando de forma diferenciada o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, numa política extremamente protencionista e discriminatória às demais Regiões do País, agora vem o Govemo penalizar substancialmente atividades econômicas do Sul, com a edição do Decreto n9 613, de 21 de julho de 1992. Ao determinar, no art. 19, que "ficam acrescidas de dez pontos de percentagem as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados incidentes sobre produtos que relaciona no anexo, mediante a indicação dos correspondentes códigos de classificação na tabela de incidência aprovada pelo Decreto n9 97.410, de 23 de dezembro de 1988, com as alterações decorrentes das modificações introduzidas na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (BMlSH) pelas Resoluções nçll 77, de 15 de dezembro de 1988; 78, de 30 de novembro de 1988; e 79, de 6 de janeiro de 1992, do Comitê Brasileiro de Nomenfortemente dependente dos resultados alcançados pelas ativi- clatura, e pela Portaria n9 44, de 24 de janeiro de 1991, do dades desenvolvidas na agricultura. Porém, o que tem contri- Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, o Governo buído para o crescente depauperamento dos recursos naturais Federal decretou o óbito da Frahm e de outras empresas do solo, água e cobertura vegetal é a posse e o uso das terras congêneres, localizadas fora da Zona Franca de Manaus. da região dentro do modelo capital intensivo da moderna Todo o acervo patrimonial e a formação de recursos huagricultura brasileira, subjulgada aos interesses dos setores manos que se destacam pela excelência de qualidade na produsecundários e terciários da economia nacional. ção são atingidos com um golpe mortal pelo Decreto n9 613, Percebe-se, então, que a questão ambiental não pode de 21 de julho de 1992, desrespeitando, de maneira insensível, ser tratada dissociada da questão agrária, haja vista a moderna todo um trabalho desenvolvido pela empresa Frahm, que, agricultura ter produzido o esgotamento da fertilidade do solo, após 31 anos de existência, vem concorrendo com grandes o rebaixamento do lençol freático, a poluição por agrotóxicos empresas nacionais e multinacionais, conseguindo, pela quali- . dos cursos de água, a supressão da fauna aquática e terrestre . dade do trabalho, na produtividade, uma competência invee a devastação das coberturas vegetais naturais. jável. As empresas sediadas na Zona Franca de Manaus já goUrge, portanto, a implantação. de sistemas estaduais de meio ambiente, associando-se a isso o aprimoramento da infra- zam de incentivos, através da isenção total do IPI, do Imposto est~tura institucio.n~, como também ser tratada a questão de Renda, do Imposto de Imp'ortação e da redução do ICMS, além de outros benefícios. E preciso; todavia, proteger as ambIental como pnondade. O SR. RENATO VIANNA (PMDB - SC. Pronuncia o empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, fomentar segujnte discu~_.).=:St:.Pr!"side1!te, S~_e..S~._Deputados, --- a instalação de novas,·.sem, contudo, desestabilizar as'gue Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 1736 - Faturamento anual em dólares em Rio do Sul-SC: U$80.000.000,00 - Maior arrecadadora de ICMS, IPI e outros impostos da Região do alto vale do Itajaí. O referido decreto aumentou em 10 pontos percentuais o IPI de todos os nossos produtos, globalizando 25% de IPI, causando conseqüentemente, um forte impacto em nossas atividades, inviabilizando os nossos preços e a nossa capacidade de competição no mercado. O aumento da taxação do IPI teve como objetivo único incentivar os produtos produzidos na Zona Franca de Manaus, não observando que existe no Brasil, especialmente em Santa Catarina, como é o nosso caso, empresa com 31 anos de atuação, concorrendo com grandes empresas nacionais e multinacionais, sendo o seu sucesso resultado de um grande trabalho de produtividade e competência de nossa equipe. A Zona Franca de Manaus tem como incentivos e isenção total da IPI, Imposto de Renda, Imposto de Importação e redução do ICMS, além de outros. Não somos contra o incentivo fiscal para Manaus, mas não concordamos em querer viabilizar as empresas lá instaladas, destruindo através de taxação de impostos as não localizadas ládas. Em face da nova situação, somada à forte recessão pela :J.ual passa o nosso ramo, para sobrevivermos seremos obrigados a desativar o nosso Parque fabril em Rio do Sul (SC) e transferi-lo para Manaus. Esta medida promoverá a demissão dos funcionários, queda de arrecadação de impostos para o Estado, causando grandes problemas sociais e económicos, além da perda de todo o parque fabril imobilizado instalado em nossa cidade. Sabemos que este decreto é resultado do trabalho e de pressão dos políticos do Estado do Amazonas, que independente de partido político, souberam lutar juntos pelo crescimento econômico de Manaus. Nós catarinenses, precisamos, neste momento, que a força política de V, Ex··se manifeste urgentemente, para reverter este quadro em prol da defesa dos interesses do nosso Estado, o que é uma questão de justiça pelo que nós representamos na economia do País. Não queremos incentivos, queremos somente continuar DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORA- trabalhando, não destruindo o que construímos duramente DOR: nestes nossos 31 anos em Santa Catarina. Certos do seu empenho pelas causas catarinenses, subsRio do Sul, 24 de julho de 1992. crevemo-nos. Exm~ Sr. Anteciosamente. - Alberto Frahm, Diretor SuperintenRenato Vianna dentemente. Câmara dos Deputados Anexo IV - Gab. 639 70160 - Brasília-DF O SR. JAQUES WAGNER (PT - BA. Pronuncia o se· Prezado Senhor: guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, Referente: Decreto n~ 613 de 21-7-92 quero referir-me à convenção coletiva de 1989/90, celebrada Publicado no Diário Oficial da União em 22-7-92 entre Sindiquímica da Bahia e os sindicatos representantes A Frahm Eletrônica Ltda. é uma empresa que atua no do patronato do Pólo Petroquímico de Camaçari. ramo eletroeletrónico de entretenimento. Essa Convenção coletiva contém uma cláusula, de n~ 4, Foi fundada em: 9 de junho de 1961, contando atualmente: que estabelece o seguinte: - Parque Fabril: 30.000 m2 de área construída em Rio "Na ausência de lei que disciplina os reajustes salado Sul (SC) riais, as empresas corrigirão os salários no percentual - Número de Empresas: o Grupo é composto por 6 emcorrespondente a 90% do índice de Preços ao Consupresas, sendo uma delas instalada em Manaus, que se dedica midor (IPC) do mês anterior ou outro índice oficial à fabricação de componentes eletrónicos, que são agregados que venha a substituí-lo, complementando a diferença aos nossos produtos finais no Riô do Sul. entre a correçáo e o índice acumulado sempre que - Empregos diretos no Rio do Sul (SC): 1.050 funcioo resíduo atingir 15%. nários desenvolvem atividades semelhantes e fazem concorrência no ramo eletroeletrônico, localizados em outros Estados brasileiros. A direção da empresa Frahm, para se adaptar às exigências do Decreto n~ 613, de 21 de julho de 1992, não vê outra' alternativa senão a de encerrar suas atividades no Alto Vale do Itajaí, no Estado de Santa Catarina, e - quem sabe ampliar suas atividades na fábrica instalada na Zona Franca de Manaus. Os reflexos econômicos e principalmente sociais que adviriam com tal medida....;.. não é preciso ser técnico para sentenciar - seriam extremamente penosos para o Estado de Santa Catarina, em especial para o Alto Vale do Itajaí. Às medidas amargas da política econômica escolhida pelo Governo Federal, provocadora da recessão, do desemprego, do arrocho.salarial e de níveis de miserabilidade nunca dantes experimentados pelo Sul do País, viria somar-se de forma concreta e inadiável, um acontecimento social imprevisível. Qual o atual trabalhador da empresa Frahm que se disporia a transferir-se para Manaus? Certamente poucos, muito poucos. O clima, a cultura e as adversidades regionais, tão acentuadas, acabariam por determinar a desestruturação de uma mão-de-obra gerada à custa de muitos investimentos, de dedicação e espírito de sacrifício. . É hora ainda de se reparar tal atentado as empresas como a Frahm, revogando, imediatamente, através de outro decreto, os efeitos danosos do malsinado Decreto n~ 613, de 21 de julho de 1992. Como parlamentar catarinense, rogo a Deus que ilumine o Exm~ Senhor Ministro da Economia, Fazenda e Plenejamento, Marcílio Marques Moreira, e que esse apelo - espero não fique solitário - ecoe fundo no seu coração, a fim de que seja restabelecido o critério anterior, que desprovia dos incentivos e benefícios da Zona Franca de Manaus, mas que ainda possibilitava à empresa Fr~, mesmo com as graves turbulências do processo recessivo, continuar a acreditar em dias melhores, garantindo emprego, recolhendo impostos e contribuindo para o desenvolvimento e melhor qualidade de vida dos catarinenses. Anexo, para que faça parte dos Anais desta Casa, correspondência recebida da Frahm sobre a matéria. ° 17362 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO rACIONAL (Seção I) Parágrafo único. As empresas manterão a política conveniada nesta cláusula, na hipótese de nova lei salarial que introduza política salarial menos favorável." Apesar da clareza meridiana desse contrato, que tem valor de lei entre as partes, o patronato não o cumpre, mesmo depois que o Plano Collor I caracterizou perfeitamente a situação prevista na cláusula n9 4. O Sindiquímica, cumprindo seu dever de representante dos trabalhadores do Pólo, tentou abrir negociações com o patronato para chamá-lo à razão e ao cumprimento da lei. Não obteve resultados satisfatórios. As partes acertaram apenas o estabelecimento de um dissídio coletivo de caráter jurídico. O TRT da Bahia deu ganho de causa dos trabalhadores, reconhecendo a legitimidade da claúsula n9 4. As empresas entraram com medida cautelar no TST, solicitando a suspensão dos efeitos da decisão do TRT. O Ministro Almir Pazzia· noto concedeu liminar, suspendendo os efeitos da decisão do TRT até o julgamento do mérito. Esse mérito até hoje não foi julgado. Esse rápido relato do processo de julgamento dessa questão trabalhista é revelador da vocação escravista do patronato do Pólo Petroquímico de Camaçari, de seu desprezo pela legalidade e pelo contrato por ele mesmo firmado. . Esse episódio mostra também que a famosa lentIdão da justiça brasileira está longe de ser inocente. Ela serve aos interesses mais retrógrados de um patronato incapaz de intervir com eficácia no processo de geração de riquezas, viciado a viver à custa do Estado. Curiosamente, esse patronato adota um discurso liberali· zante, gosta de falar mal do Estado, mas não sabe viver 10I1:ge de sua sombra. Por isso, é correto afirmar que PC Fanas é o retrato das classes dominantes brasileiras, corruptas ociosas, portadoras de uma desfaçatez incomparável. Estou certo, no entanto, de que maiores são os poderes do povo e que os trabalhadores do Pólo, juntamente com seu sindicato terminarão por vencer a batalha da claúsula n9 4, assim c~mo o povo brasileiro será capaz de mobilizar - se pelo impeachment contra Fernando Collor. (Texto escoimado de expressões anti-regimentais, nos termos do art. 17, V, B, do Regimento Interno.) o SR. WELLINGTON FAGUNDES (PL - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Preside!1te, S~s e Srs. ~epu tados, mais uma vez voltamos a esta tnbuna para mamfestar preocupação com a discriminação sofrida por meu Estado: o Mato Grosso e, em geral, o Centro-Oeste, no tocante a distribuição dos recursos da União que, em regra, favorecem o Nordeste do País, esquecendo-se, inclusive, dos compromissos assumidos anteriormente pelo Governo Federal. Desde abril próximo passado, a Superintendência Regional do Incra em Cuiabá encaminhou ao Sr. Roberto Flores Martins, Chefe do DPElBrasília daquele Instituto, doze pareceres dos projetos aprovados pela C?mi~sã? Estadual d? p!Ocera, solicitando a liberação de seIS bilhoes e 894 mIlhoes de cruzeiros, a fim de beneficiar 3.447 famílias assentadas em doze projetos. . .. Tais projetos integram a programação do Procera, InICIalmente proposta para atender, no Mato Grosso, a cerca de 8.610 famílias, em 42 projetos de assentamento, perfazendo um total de 24 bilhões 489 milhões e 450 mil cruzeiros, a preços de dezembro de 1991. Julho de 1992 Entretanto, Srs. Parlamentares, até a presente data, nenhum recurso foi liberado neste sentido. Gostaríamos de destacar aqui, inclusive, o projeto de assentamento denominado "Rio Vermelho", localizado na minha cidade - Rondonopólis. A gleba "Rio Vermelho", onde se encontram assentadas em torno de 400 famílias, é também integrante dos projetos atingidos pelo Procera. Mesmo assim, vale destacar que, atualmente, ainda não foram sequer concluídos os investimentos relativos ao assentamento daqueles agricultores e muito menos foi liberado algum recurso relativo ao programa de crédito para este fim. Como vamos conseguir fazer reforma agrária no Brasil, em vista de tais fatos? De que modo essas fann1ias poderão cumprir com seus propósitos e produzir de forma racional e eficaz? Que reforma agrária é esta que assenta colonos e agricultores, sem que todas as condições de infra-estrutura preestabelecidas sejam cumpridas e, como se não bastasse, sem se liberar o crédito previsto anteriormente? Ainda mais considerando que nos chegam a notí",a de que fonte ligada ao setor informou à Secretaria de Agricultura do Estado do Mato Grosso que este Estado não mais receberá recursos do Procera, haja vista que os mesmos foram totalmente direcionados para o Nordeste. A propósito, vale também o destaque de ser ~ato Grosso hoje o segundo maior produtor de soja do Brasil, representando neste sentido, o maior índice de produtividade desta cultura. Vejam os Senhores, não só por tal resposta que o CentroOeste pode dar aos investimentos lá realizados, como também pelo interesse que temos todos em eliminar as tensões sociais geradas pelos conflitos de terra, que se torna imperioso e fundamental que os recursos aqui reclamados sejam, o mais urgente possível, repassados àqueles projetos e agricultores que, já a partir de agosto deste ano, necessitarão iniciar novo processo de plantio de suas culturas. Queremos deixar aqui registrado que, conforme mencionamos anteriormente, a proposta inicial feita para o Mato Grosso pelo Programa de Crédito para Reforma Agrária se aproximava dos vinte e quatro e meio bilhões de cruzeiros, a preços de dezembro de 1991. Imaginem os Srs. Parlamentares que, quase oito meses depois, nada foi liberado. Fatalmente, tais recursos já se encontram completamente defasados, e certamente já comprometeram sensivelmente a necessária preparação dos solos destinados ao plantio. Desta forma, evidentemente ficarão comprometidos os rendimentos e, caso sejam ainda honrados os compromissos do Procera, os resultados a serem obtidos pelos agricultores deverão ocorrer em níveis bem inferiores ao que seria possível. Salientamos ainda que os recursos previstos para construções de escolas, estrada, poços artesianos, prometidos para o ano passado, até esta data não foram liberados, e temos notícias que não chegarão em tempo. Finalmente, convoco a atenção das autoridades governamentais responsáveis pelo processo e pelos procedimentos aqui relatados, necessários ao atendimento da programação estipulada pelo Procera para aqueles projetos, no sentido de que ajam com eficiência e eficácia e sejam capazes de acelerar o reclamado atendimento. Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. o SR. JONI VARISCO (PMDB - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, S~ e Srs. Deputados, a 17 de julho último, o Sr. Ministro da Economia baixoll Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 17363 Portaria que levou o n~ 532, determinando à Receita Federal fmtêndimento, de forma irregular, através de simples portaria lançar o Imposto Territorial Rural - ITR, sem levar em ministerial. De todas as partes do País estão surgindo protestos de conta os aspectos da progressividade do tributo, previstos na entidades rurais contra o intempestivo e injusto ato governaLei n~ 6.746, de 1979. Na prática, a medida ministerial vem colocar no mesmo mental. Outrossim, é relevante analisar com maior profundidade nível de tratamento produtores rurais que efetivamente produzem com proprietários que mantêm suas terras ociosas, com a questão tributária que hoje envolve a atividade agrícola no Brasil, em função do tratado firmado por nosso País com fito exclusivamente especulativo. A propósito da esdrúxula portaria, a Federação da Agri- a Argentina, o Paraguai e o Uruguai para constituição do cultura do Estado do Paraná, em fax dirigido ao nosso gabi- . Mercado Comum - o Mercosul, aprovado pelo Congresso Nacional em 25 de setembro de 1991. A excessiva carga fiscal nete, assim se pronuncia: que recai sobre a agricultura - considerada uma das mais "Entendemos que não é justo que os produtores pesadas do mundo - nos colocará em inevitável desvantagem rurais, já massacrados por sucessivos planos econô- com os parceiros do Cone Sul, sabido que os hvradores argenmicos que congelaram os preços dos produtos agrope- tinos, uruguaios e paraguaios desfrutam de excepcionais condicuários, mas não os débitos do crédito rural, tenham ções de tratamento tributário. Por sinal, essa disparidade já de suportar mais um aumento da tributação, aumento vem dificultando que se ponha em prática as primeiras cláuesse que, para os produtores rurais que apresent~ sulas do acordo. plena ocupação de suas terras e bons índices de produtIFaço, pois, apelo veemente ao Ministro Marcílio Marques vidade, chegará a até dez vezes o imposto a ser pago." Moreira, que vem marcando sua atenção à frente do Ministério O documento acrescenta não ser lógico o Governo estabe- da Economia com uma política de bom senso, para que S. lecer agora modificações no ITR, no instante em que cogita Ex' determine imediato reexame da Portaria n~ 532 e, bem de uma ampla reforma fiscal, e após os produtores terem assim, a derrogação de seus efeitos. A providência será receapresentado suas declarações à Receita Federal, o que denota bida com aplausos por todos aqueles que fazem da terra o mudança injusficável das regras no meio jogo. instrumento do trabalho honesto, fecundo e proveitoso para Na condição de membro da Comissão de Agricultura o desenvolvimento do Brasil. da Câmara dos Deputados e representando nesta Casa todo Era o que tinha a dizer. o setor e uma das regiões mais produtoras de grãos do País - o oeste do Paraná - quero lavrar meu protesto contra O SR. PAULO DUARTE (Bloco - SC. Pronuncia o sea intempestiva e perversa decisão do Ministério da Economia guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'S e Srs. De'puta?o~, e fazer apelo ao titular da Pasta, o Ministro Marcílio Marques a fruticultura encontrou, nos Estados d9 Sul do Brasil, pnncIMoreira, para que revogue a malsinada Portaria n~ 532, de palmente nas regiões mais altas e frias, um clima propício julho de 1992. à sua implantação, tornou~se rapidamente uma opção de renda Era o que tinha a dizer. para os produtores, recebendo sempre incentivos através de financiamentos e o apoio técnico do Poder Público, federal, estadual e municipal. Hoje, dedicam-se a essa atividade grano SR. OTTO CUNHA (Bloco - PRo Pronuncia o seguinte des, médios e pequenos produtores, atingindo alto grau de discurso.) - Sr. Presidente, S~ e Srs. Deputados, sempre qualidade e produtividade, permitindo inclusive a exportação que se fala em reforma agrária neste P~ís, será pr~~iso levar para mercados exigentes como o europeu. em conta um importante fator: a efetiva produtlVldade da No entanto, a safra da maçã, no último ano, sofreu alguns terra, fator esse que está associado, evidentemente, a métodos problemas: houve considerável frustração que, somada aos modernos de manejo do solo, armazenagem, transporte, pre- preços baixos da comercialização a nível de produtores, trouxe ços, seguro agrícola, etc. a estes sensível descapitalização. A essas dificuldades somouSob este raciocínio, deve-se compreender que toda e qual- se outra maior: o financiamento de custeio aos pomares foi quer medida, especialmente decisões isoladas, como a qu~ suspenso pelo Banco do Brasil. recentemente adotou o Ministério da Economia, ao abohr Em anos anteriores, nesta época do ano, já haviam sido o incentivo que existia no Imposto Territorial Rural, em nada atendidas 10% das necessidades de crédito para os produtores, contribuem para estimular maior plantio e melhores safras pois, sendo o cultivo da maçã uma cultura permanente, exige no País. o tratamento contínuo e adequado para o seu sucesso. Os Até o dia 17 de julho corrente, as propriedade~ comprova: insumos sofrem reajustes bem superiores ã inflação e aos predamente produtivas gozavam de um desconto vanável d~ ate ços finais do produto, agravando ainda mais as dificuldades. 90% na ocasião do recolhimento do ITR. Certamente ammaSendo assim, fizemos um apelo ao Sr. Presidente do Bando em preceito contido no Ato das Dispos~ções .C~:msti~u co do Brasil, salientando a necessidade do restabelecimento cionais Transitórias, o Sr. Ministro da Econoffil~decI~lUextl~ dessa linha de crédito de o caráter emergencial dessa decisão, guir aquele benefício, por entender que os mcentlvos nao pois o não atendimento creditício implicará abandono .d~s confirmados, após dois anos da promulgação da Carta de pomares, trazendo como conseqüênci~ o desemprego, a ~ml 1988, por lei complementar, perd~ria~ v~idade.. M~s o art. nuição da arrecadação e o comprometlmento total da fruticul41 das referidas Disposições ConstitucIonaIs T~ansltónas esta- tura da região. belece que "os Poderes Executivos da União, dos Estados, A esse apoio aos fruticultores conclamamos nossos coledo Distrito Federal e dos Municípios reavaliarão todos os gas das bancadas dos Estados do ~ul, p~ra que nos ull:amos incentivos de natureza setorial ora em vigor, propondo aos no sentido de, através de uma atuaçao conjunta, consegllllrmos Legislativos respectivos as medidas cabíveis". uma resposta do Banco do Brasil com a agilidade necessári~, Omitiu-se, portanto, o Governo da União deixando de para que o quadro trágico que está sendo desencadeado seja p.!.opor ao Legislativo a medida cabível. Agora o faz, em nosso revertido. 17364 Quinta-feira 30 mÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o SR. CUNHA BUENO (flDS - SP. Proillll:mda o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, S~ e Srs. Deputados, solicito a transcrição nos Anais do seguinte manifesto da Federçaão das Associações de Imprensa do Brasil. DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR: A CONSCIÊNCIA NACIONAL A Nação está pérplexa. A ética, a moral e a dignidade estão sendo suprimidas, enquanto a população assiste atônita às denúncias de corrupção, numa autêntica violência aos valores esserici~is da péssoa humana. As explicações dos a,cusados não constituem defesa convincente, ampliando ainda mais a expectativa da sociedade brasileira quanto ao desfecho da crise político-institucional. À classe política impõe-se o dever da imparcialidade diante dos fatos e documentos que lhes são dados a conhecer para a análise conscienciosa, buscando-se, tão-somente, a verdade que haveréi de prevalecer sobre os interesses J?essoais, ideológicos e partidários, que, quase sempre, mutIlaram a conduta política no País. Repudia-se a decisão de sleí:ores governamentais em não fornecer informações à Comissão Parlamentar de Inquérito ·do Congresso Nacional, sem uma prévia censura às declarações e aos documentos sobrepéssoas supostamente ligadas ao Presidente da República e acusadas de atos ilícitos, que, como qualquer cidadão;têm o dever de prestar contas à Na- çã~. ~o~ o~tro' ~a~o, igua~~ent~, repudia-se a ingerência de terceiros nos tráballios daCPI, com pronunciamentos e julgamentos paralelos e apressados,em busca de notoriedade político-eleitoreira, tanto por elementos da oposição, quanto da situação, prejudicando não só a condução dos trabalhos, como a imagem da Comissão Parlamentar de Inquérito. A Nação exige que os fatos sejam apurados, apreciados e julgados com absoluta isençã,o, única forma de conferir credibilidade e Iegitiinidade às part,es envolvidas, preservando~se os interesses nacionais e a cOlllsciência de,brasilidade, que devein estar àcima das paixões' desenfreadas, que sempre desvirtuaram o· Comportamento ético - políticó-social. . Apesar de todo esse quadro de conflitos de interesses degradantes e exacerbados, o Brasil haverá de ·superar as dificuldades atuais, emergindo dessa crise' como um grande país, se tivermos a coragem de acatar a verdade como único instrumento de resgate da dignidade nacional. Se não tivermos essa coragem, estaremos todos destruindo as expectativas mais nobres das novas gerações, que tem a responsabilidade de construir o futuro ({O País em bases moralmente sadias. A imprensa cumpre o seu dever de guardiã da verdade. Censurá-la e cerceá-la no seu direito à informação é trair os mais sagradas postulados da democracia. Brasília-DF, 29 de julho de 1991. - Antônio Lessa, Presidente Nacional da FAIBRA - Federação das Associações de Imprensa do Brasil. o SR. ANTÔNIO DE JESUS (PMDB- GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, com prioridade na Ordem do Dia, o Senado Federal aprovou por maioria o projeto de lei de nossa autori~,. aprese~tado . l1a Câmara dos Deputados, que altera o CodIgO ·EleItoral Julho de 1992 Brasileiro, objetivando, no regime democrático, atender respeitosamente ao direito e ao dever cívico de o voto ser exercido pelos Adventistas do 79 Dia e outros que, por princípio doutrinaI, guardam o sábado. Sendo que a próxima eleição se processará no sábado; o qual é guardado até as 18 horas, nada mais justo que prorrogar esse horário de votação, o que formalmente propusemos, sendo essa propositura compatibilizada, ao projeto de lei do então Senador Murilo Badará. O projeto abre uma possibilidade específica para os que professam a sua fé dentro das normas bíblicas, como cân~n~ à rigorosa obediência à guarda do sábado, dando a pOSSIbIlidade aos membros da Igreja Adventista de 'c}(ercerem o direito do voto após o pôr-do-sol, quando o dia da eleição coincidir com o sábado. Pela consistência, do projeto e nossa atuação constante, logramos êxito na Câmara dos Deputados, conseguindo aprovação, por unanimidade,. em regime de urgência urgentíssima. . . O Senado Federal também atendeu ao nosso chamamento, conferindo a urgência indispensável para a discussão; votação e aprovação do referido projeto em período de convocação extraordinária. Sr.Presidente e Srs. Deputados, a nossa justificativa, entre outras considerações, fundamentou-se na liberdade de crença e de religião insculpida na Carta das Nações Unidas e tradicionalmente resguardada pelas nossas Constituições. Assim, há cultos que exigem abstenção de quaisquer atividades em horários e dias da semana, especialmente aos sábados. Não se deve esquecer, ainda; nessa consideração, que esse grande número de cidadãos representa uma coletividade organizada, moral, espiritual e socialmente em nosso País, constituída de pessoas exemplares e de conduta,digna. O SR. MAURO MIRANDA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, quero fazer chegar às autoridades federais o apelo ôe nossa gente do Estado de Goiás e, de maneira não menos i~por tante, ó apelo de povos de diversas regiões do País. ,Todos sabemos da dependência a que chegou a produção nacional do transporte rodoviário. Os éeleiros do País "têm-se tornado possíveis ou inviáveis, dependendo não somerite da riqueza de sua terra, da força de seu trabalho ou da dispósição de seus homens. Estamos na dependência da existência de boas vias de escoamento para a ligação com os c:n~ros de consumo. Trago, assim, o alerta para a necessidade urgentei:lé obras de manutenção das principais rodovias de escoamento em todo o País e prioritariamente do Centro-Oeste brasileiro. No sudoeste de meu Estado, uma das regiões mais férteis e organizadas da nossa agricultura, a BR-452, entre às cidades de Itumbiara, Bom Jesus, Castelândia, Santa Helenà é Rio Verde, já pedem por melhorias urgentes. Esta é a p~ncipal via de ligação entre o sudoeste goiano e a região Ce.ntro-Sul do País. ', Todos os centros de armazenamento e intermediação de cidades, como São Paulo, Rio, Curitiba e Porto Alegre, conhecem a importância e o fluxo da produção desta regiãd,'p'rincipalmente nas cidades de Itumbiara, Rio Verde e BÇlm Jesus. O que pedimos não é benefício para o embelezamento ou para lazer de uma região, mas, éondição para o escoamento de alimentos, para a sobrevivência de empregos, para o abastecimento de grandes centros. Tudo que sai dos celeiros de Itumbiara, da riqueza de Bom Jesus e da lavoura de Rio Verde sai com boa qualidade Julho de 1992 DIÁRJO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) e bom preço para o consumo de nosso povo. Tanto m~is caro e de menor qualidade estará este produto quanto pIOr estiver a condição de transporte no escoamento d~ ~afra. Deste modo, quero pedir a atenção do MmIstro dos Transportes, Affonso Camargo, e do .Diretor-Geral ~o DNER, Inaro Fontan Pereira, para que cUIdem desta rodOVia, que tem tanta importância para meu Estado e - por que não dizer - para o País. _ Se cuidarmos das condições para a produçao de nossa terra, o resto será feito pela riqueza de nosso solo e a bravura de nossa gente. O SR. FREIRE JÚNIOR (Bloco - TO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, os compromissos assumidos por 103 chefes de Estado, de George Bush e Fidel Castro, no encerramento da ECO-92, o maior encontro de cúpula da História da Humanidade, conduzem a uma nova ordem mundial no campo da ecologia, obrigando-se as grandes potências a contribuírem para a restauração do meio ambiente na biosfera. Se nenhum País se pode eximir totalmente de pecados cometidos contra a ecologia, evidentemente a maior culpa se distribui entre os países do primeiro Mundo que, depois de depredar, durante séculos, as reservas florestais da Terra, continuam hoje, pelas suas indústrias, no atentado à natureza, princip.almente pela emissão de dióxido de carbono,. que destrói a camada de ozônio na atmosfera, produz o efeito estufa e deteriora os ecossistemas em todo o Planeta. As 178 nações representadas no grande encontro, signatárias dos 27 princípios da Delegação do Rio, comprometidas com os 40 da "Agenda 21:' e as normas da "Declaração sobre Florestas", precisam atender e dar continuidade a esse~ ?ompromissos, substituindo as substâncias poluentes qu.e utJhz~~ nos transportes, na energia, nos processamentos mdustnaIs e na agricultura por elementos inócuos, em nome da própria sobrevivência da humanidade. Cumpre assinalar que, pára o Brasil e para todos os países em desenvolvimento, os princípios convencionados garantem soberania na exploração dos seus recursos naturais, sem pre_. juízo do esforço ecológico global. Se todo o mundo ansiava por essa declaraçao umversal, o fato de ter sido o Brasil o ambiente histórico desse encontro faz com que todos e cada um de nós cumpramos os compromissos votados, em nome da nossa sobrevivência e de todo o mundo. Enquanto os países do Primeiro Mundo se p~e?~upam com a degradação do meio ambiente - por eles InICiada a partir da industrialização - dois terços da humanidade revelam os seus temores com a poluição pela fome, que somente em parte resulta da destruição das florestas, do assoreamento dos rios e da utilização de agrotóxicos na defesa da lavoura. O assunto foi abordado em declaração modelar do Presidente Fernando Collor de Mello, em discurso proferido na reunião de cúpula da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, advertindo o Plenário de que a devastação causada pela fome é tão ou mais importante qu~nto a preservação da natureza. "Enquanto houver fome - aSSInalou - não haverá paz definitiva". Logo em seguida, advertia: "O modelo econômico das nações superdesenvolvidas deve ser repensado, pois parece ambientalmente inviável e não pode servir de parâmetro para o futuro, quer no Norte, quer do Sul." Q.uinta-feira 30 17365 Se não existe lugar na Terra onde haja problema ambiental, os países ricos se defendem imediatamente dos percalços da poluição, enquanto continuam poluindo .a atmos~era, esquecidos da pobreza em que apenas sobreVivem dOIS terços da humanidade. Assim, como adverte o Presidente 'Fernando Collor de, Mello, qualquer novo processo produtivo deve ser e.ncetad? não apenas com vistas \l preservação ambiental, mas a errad~ cação da fome, pois, "sem a elimi!1ação .do subd:senvolvImento, os esforços de atenção ao melO ambiente serao sempre limitados". Deve-se constatar, por outro lado, que a fome mundial é antes um problema de distribuição do que de produção. As terras agricultáveis do mundo, descontados os desperdícios das colheitas e da comercialização, produzem suficientemente para alimentar todos os povos, sem necessidade de ampliar as áreas cultivadas. São necessários recursos da tecnologia aos países subdesenvolvidos, para 9U? pelo me~os. se bastem. E essa ajuda é um dever indeclmavel do PnmeIro Mundo. Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr1S e Srs. Deputados. O SR. ABELARDO LUPION (Bloco - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, até a década de 70, o desbravamento da fronteira agrícola paranaense foi marcado pela ocupação desordenada das terras, até certo ponto justificado pelo pioneirismo e pelo pouco conhecimento de práticas conservacionistas, o que fatalmente iria culminar com a degradação dos recursos naturais, limitando o potencial produtivo do solo. Ainda naquela ocasião, as características sócio-econômicas regionais não apresentavam impedimentos significativos para o crescimento, situação que inquestionavelmente iria sofrer um processo de reversão, assumindo importante papel no desenvolvimento organizado. A prática da agricultura intensiva é conseqüência do aumento da demanda populacional por alimentos, razão péla qual o homem, através da pesquisa agropecuária, deve buscar o aperfeiçoamento do processo produtivo por intermédio de espécies mais tolerantes aos fatores climáticos e com rusticidade suficiente para o ataque das pragas e doenças. Nosso País experimentou uma fase em que os modelos adotados paia a produção de alimentos eram simplesmente trazidos de outras regiões e a preocupação pela adequação daqueles modelos era praticamente inexistente. Desta forma, muitos foram os erros cometidos, e os atrasos da nossa agropecuária, além dos já mencionados fatores sócio-econômicos, foram diretamente influenciados por este motivo. A partir da criação dos institutos de pesquisa, co~eçamos a vivenciar um processo evolutivo, e uma nova reahdade tomou o lugar da agricultura, pouco adaptada às nossas condições edafoclimáticas. O Estado do Paraná, como fronteira ainda pouco explorada, caracterizava-se pela riqueza das suas terras e pela estreita relação dos seus colonizadores com a prática da agricultura, do que hoje resulta sua posição como celeiro do Brasil. Essa breve introdução nos faz refletir sobre a grande participação que a pesquisa agropecuária auferiu na evoluçã? do processo produtivo. Hoje temos, no Paraná, o nosso Instituto Agronômico, que, fundado em 29 de junho de 1972, está completando 20 anos de existência. O surgimento dessa 17366 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) instituição foi um marco importante da nossa história, haja vista que podemos claramente identificar dois períodos da nossa agropecuária. O primeiro, caracterizado pelo mau uso dos recursos naturais, embasado no processo extrativista; o segundo, influenciado pela geração e adaptação de tecnologias apropriadas ao agricultor, promovendo a maior longevidade das nossas terras e o aumento gradativo da produtividade vegetal e animal. Apesar de toda a importância do Iapar para a economia e para a comunidade rural do nosso País, estamos observando um imenso abandono daquela instituição pelo Governo do Paraná, razão pela qual temos que manifestar nossa preocupação, tendo em vista que representamos os anseios da nossa população, devidamente mobilizada e sensibilizada para esse problema. Verificamos, Srs. Deputados, que o maior ponto de estrangulamento daquela instituição está nos baixos salários que vêm percebendo os seus funcionários. Não podemos justificar que pesquisadores do mais alto nível, com reconhecida capacidade, sejam obrigados a desviar seu tempo e suas atenções para o sustento de seu lar, principalmente porque a sociedade investe anualmente o montante de 12 milhões de dólares na atuação da pesquisa agropecuária do Paraná. Apenas para exemplificar o processo de corrosão que vêm sofrendo os salários daqueles funcionários, mencionamos que, em dezembro de 1988, apenas 1,27% dos funcionários do lapar recebiam até três salários mínimos. Em junho de 1992 (já incorporado o aumento de 25% anunciado pelo Governo do Estado), 67,1 % dos funcionários do Iapar percebem até três salários mínimos. Note-se também que, nesse período, o lapar manteve o seu quadro funcional estabilizado, apesar do significativo aumento da sua participação nos diversos programas de Estado. Ora, ilustres colegas, estamos jogando pela janela os 20 anos de treinamento, em todos os níveis, daqueles funcionários, que têm gradativamente deixado o lapar em busca de novas opções de trabalho, muitas vezes se utilizando da economia informal para mant~r a sua sobrevivência. O que queremos, então, Srs. Deputados? O apoio de todos, no sentido de evidenciar ao Governo do Paraná a importância da pesquisa agropecuária, além dos outros ramos da ciência e da tecnologia, para a manutenção da economia do nosso Estado. Queremos um tratamento diferenciado para aquelas instituições que são estratégicas e que, pela natureza do seu trabalho, são naturalmente diferenciadas. o SR. PEDRO IRDJO (Bloco - BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna para fazer algumas considerações sobre a importância da educação, assunto que, no meu Estado, a Bahia, está sendo lamentavelmente relegado a segundo plano pelas autoridades estaduais e municipais. Estou plenamente convencido de que a educação é o fundamento de todo processo de desenvolvimento de um povo. Vale dizer, um povo que não dispõe de eficiente sistema de ensino jamais conseguirá encontrar a criatividade necessária para a superação das suas carências e dificuldades. Educar, como sabemos, é oferecer condições ao cidadão para que ele próprio possa aperfeiçoar o seu comportamento individual e social, através da criação de uma nova consciência crítica do mundo. Ora, é preciso ficar bem claro que as crianças e os adolescentes somente poderão ter a oportunidade de vivenciar esse Julho de 1992 processo se freqüentarem uma escola. Portanto, sem dúvida alguma, a escola bem equipada, com professores bem preparados e satisfatoriamente remunerados, é o instrumento indispensável para se realizar uma boa e sólida educação. Não é isso, porém, que encontramos na Bahia. A realidade educacional, no meu Estado, é bem outra: desprezada, caótica e sucateada. A rede de ensino estadual, na Bahia, não oferece condições suficientes para uma boa educação. As escolas estão em péssimas condições, mal aparelhadas e não oferecem o número necessário de vagas para atender à demanda dos alunos. Os professores são mal pagos, estão desestimulados e se sentem bloqueados nos seus legítimos propósitos. Enfim, a educação, na Bahia, não parece interessar muito ao Poder Executivo estadual e municipal. Por tudo isso, Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, como representante do povo baiano neste Parlamento, exorto todos os responsáveis pela educação no Estado da Bahia no sentido de que cumpram o preceito constitucional, proporcionando educação a todos os baianos, para que cada pessoa atinja seu pleno desenvolvimento e exercite sua cidadania, para o engrandecimento da Bahia. Era o que tinha a dizer. O SR. ALDIR CABRAL (PTB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, a Nação brasileira está estarrecida com a turbulência promovida pelo Governo com a expedição das novas regras sobre consórcios, a começar pelos quase três milhões de consorciados existentes, que irão continuar na mesma situação de desespero, de revolta e perplexidade. Aquelas modificações nos obrigaram a trazer ao conhecimento desta Casa que ainda não será desta vez que se resolverão os problemas consorciais ou se restabelecerá a credibilidade do sistema neste País. Apontam-se falhas, equívocos, omissões, veleidades, incoerências, imperfeições conceituais e jurídicas de toda ordem. Diante disso, Sr. Presidente, qualquer medida que signifique mudança radical e efetiva no sistema, como propõe a Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania (Procon) do Estado de São Paulo, terá o nosso imparcial apoio. Como resultado do estudo sobre as novas regras baixadas pelo Banco Central, por solicitação do Governador Luiz Antonio Fleury Filho, aquele órgão estatal, com muita propriedade, chegou à conclusão que a melhor opção para o Governo Federal seria a elaboração de uma lei, disciplinando não só todos os aspectos do sistema de consórcios para automóveis, camionetas e utilitários, mas também para os demais produtos e serviços que compõem o sistema, inclusive com o estabelecimento de penalidades para os transgressores. Esta tem sido a tônica dos nossos pronunciamentos, pois sabemos que o sistema de consórcios é um instrumento gerador de riquezas e impulsionador da economia nacional. Paradoxalmente, as novas regras, elaboradas com a participação das associações de classe desse segmento, estão sendo duramente criticadas por aqueles que delas participaram. Estranhamente, são essas entidades classistas que agora se rebelam contra as referidas normas, como se depreende da Circular nº 126, de 17 do corrente, da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (ABAC), demonstrando que o grau de divergência é muito mais amplo do que o existente no âmbitp das partes envolvidas no sistema. E nosso propósito, Sr. Presidente, apresentar um projeto de lei, reformulando todas as atividades consorciais, criando conceitos, definindo situações, padronizando os instrumento~ Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL{Seção I) Quinta-feira 30 17367 contratuais, precipuamente o Regulamento do Consórcio e destes só restam 6.000 a serem contemplados, quando se sabe o Contrato de Adesão para todos os tipos de bens, o que, que o sistema de consórcios já foi o responsável pela demanda infelizmente, não fez o Banco Central com as novas regras, de 65% da produção automotiva, com uma clientela de quase deixando a critério de cada empresa-administradora a confec- 2 milhões de consorciados, correspondendo a 10% do PIB ção desses instrumentos. Para a Nação não deve haver segre- e gerando receitas no valor de 10 bilhões de dólares. dos, Sr. Presidente. Por isso, queremos manifestar nossa preoEntretanto, Sr. Presidente, apesar das novas regras, está cupação, diante das evidências detectadas de estilhaçamento amplamente veiculado que a inadimplência nos consórcios da credibilidade pública, no sentido de se fazer prevalecer continua crescendo, alcançando 22% no mês de junho último. a justiça social nesta nossa Pátria. No segmento automobilístico, dos dois milhões de consorFaz-se necessário expungir, de uma vez por todas, com , ciados, restam apenas 500.000. A liberação dos financiamenos poderes outorgados aos burocratas para, a seu talante, tos, autorizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a seu bel-prazer ou interesse bisont él, como amigo ou inimigo de qualquer valor e sem limites de prazo, não ajudou a aumendo Governo, promoverem as mais absurdas alterações nas tar as vendas de carros novos e usados. Pelo contrário, as normas legais, como vem ocorrendo durante a última década, vendas de julho estão piores do que as de junho. Uma concesfato este que vem gerando a crise que estamos amargamente sionária no meu Estado declarou que, no corrente mês, não vivendo, talvez a mais grave da história dos consórcios, porque houve sequer um financiamento, nem mesmo qualquer pedido é, ao mesmo tempo, de natureza moral, política, religiosa, de informações sobre parcelamento. Dos veículos vendidos, econômica, social e jurídica. "Ainda é possível promover-se 90% foram para consorciados. As vendas de automóveis caíuma radical transformação no sistema de consórcios, com uma ram 10% no mercado paulista, e, mesmo assim, os negócios legislação sóbria, cristalina e imutável, jogando essa escória só acontecem com descontos, desestabilizando o orçamento que aí está no lixo. Só assim o sistema alcançará o seu clímax" , governamental e descapitalizando o segmento empresarial. Sem os descontos, a queda poderia chegar a 20%. diz o consorciólogo e Prof. Aurélio Moreyra. É certo, Sr. Presidente, que dentro de dez meses, não Queremos, Sr. Presidente, direcionar nossos esforços no restará um grupo sequer de consorciados. E aí, então. haverá sentido de, ao ser restabelecida a credibilidade do sistema, proporcionar maiores vendas, gerar receitas tributárias, criar a implosão total do sistema de consórcios, e não haverá reforempregos, definir responsabilidades e metas compatíveis com ma fiscal, por melhor que seja, ou acordo com os governos os desafios da modernidade, da dinamização da economia para reduzir tributos que façam recuperar a perda da receita e da justiça social, como sói acontecer com a introdução no tributária nos três níveis de Governo. Sr. Presidente, Sr~s e Srs. Deputados, é inconcebível, mas projeto de "pacotes" turísticos organizados por agências de o Banco Central não apresentou, nesse trabalho alterações' viagens, que objetivem promover o intercâmbio sócio-cultural entre os povos. Afinal, o Brasil continua esperando que cada profundas e conclusivas que pudessem sanar, à luz dos inteum faça a sua parte, que cada um cumpra com o seu dever. resses nacionais, todas as dúvidas que tanto infernizaram a E, como brasileiros, queremos ver este País fazer jus ao título vida dos cidadãos e das empresas administradoras de consórcios. O Governo, infelizmente, não tem outras alternativas, que lhe é próprio de "gigante pela própria natureza". a não ser propor radical mudança na legislação em vigor. Sr. Presidente, os brasileiros sentem-se frustrados com Note-se que, entre as sugestões apresentadas pela Secretaria as novas regras de consórcios baixadas pelo Banco ,Central. Nacional de Direito Econômico, está a que não permite o Por isso, continuo insistindo através desta Casa para que o pagamento antecipado de prestaçÕes vincendas. Entretanto, Sr. Presidente da República, reconheça que o sistema de con- o § 2Q do art. 52 da Lei nQ 8.078/90, que instituiu o Código .sórcios se tornou um desastre não só para os consorciados, de Defesa do Consumidor, elaborado pelo próprio Ministério mas também para as empresas administradoras, que atraves- da Justiça, ao contrário, assegurou ao consumidor o direito sam, neste momento, um maremoto financeiro, o que compro- de liqüidar antecipadamente o seu débito, total ou parcialmete, em conseqüência, a sua própria política econômica. mente. Convive-se, atualmente, Sr. Presidente, Sr~s e Srs. DepuEssa herança pouco saudável, advinda de governos anteriores, contribui para maximizar os aspectos negativos que assolam tados, com quase uma centena de normas reguladoras do por essés "brasis" afora. Se há revolta geral e descrédito em sistema de consórcios, uma verdadeira "Torre de Babel". relação às instituições - e parece que isso afronta o senti- Com a transferência para o Banco Central do disciplinamento mento do homem comum - pode ser este o momento para dos consórcios, a questão passou a ser tratada por meio de que a lei seja revisada e possa expressar o sentimento da circulares emitidas pela Diretoria de Normas e Organização do Sistema Financeiro (Dinor). O que era da competência sociedade. A urgência na elaboração das novas regras, como parte do Ministro de Estado, conforme dispunham os arts. 39 e do acordo com as montadoras de veículos automotivos, levou 40 do Decreto nQ 70.951/72, passou a ser entendido como o Governo a produzir um documento incompleto, exposto da competência de Diretoria do Banco Central. Pergunta-se: a críticas técnicas dos mais diversos segmentos, por não haver essa competência não deveria ser, ao menos, do presidente agradado às administradoras, aos consorciados, aos fabrican- da organização? Essas normas baixadas pela Diretoria de Nortes e às concessionárias. Calcula-se que somente 10% das mas estariam em consonância com os preceitos legais, na sua 500 empresas administradoras de consórcios sobrevivam a essa inteireza, ou necessitariam do ad referendum do Conselho tormenta. O grau de esgotamento cllado por ridículas medidas Monetário Nacional? A despeito da falha no sistema, tecnicamente primária, sem uma fundamentação lógica levou o sistema ao colapso total, haja vista a declaràção do Diretor da General Motors, é preciso não perder de vista que ainda existe a Suprema segundo o qual o Consórcio Nacional GM chegou a ter 1.000 Corte de Justiça no País - o Supremo Tribunal Federal grupos ativos - ou cerca de 100.000 consorciados - e hoje que poderá ser invocada para dirimir essa esdrúxula situação. tem apenas 300 grupos, no total de 28.000 consorciados. E A Circular BClDinor n Q 2.157/92 suspendeu a concessão de ! 7368 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) cotas para consórcios de motocicletas, e a Circular BC/Dinor n'" 2.198, de 8 do corrente, prorrogou aquela suspensão. Ora, Sr. Presidente. não estariam essas normas eivadas de injuridicidade, uma vez que somente cabe ao Conselho Monetário Nacional restringir os limites e as modalidades das operações de consórcios ou proibir novos lançamentos, conforme dispõe o art. 9", inciso I, da Lei n° 5.768/71? Será que a autoridade pública não transgrediu o preceito constitucional que "assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica", precipuamente quando a empresa já tiver sido autorizada e está em pleno exercício de suas atividades? Sr. Presidente, sendo a matéria inconstitucional ou passível de ilegalidade, não traz como conseqüência o crime de responsabilidade previsto no § 6" do art. 37 da Constituição Federal, segundo o qual "as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa"? Divulga-se que as novas regras consorciais baixadas pela Diretoria do Banco Central foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional. É inverídica essa informação. O Conselho Monetário Nacional apenas expediu a Resolução n V 1.936/92, revogando a Resolução/CMN n Q 1. 778/90, que havia suspendido a concessão de autorização par.!! operar com consórcios de automóveis, camionetas e utilitários, como lhe era lícito e irrepreensível fazê-lo. Em face do disposto no art. 9''', inciso I, da Lei nu 5.768/71, serão aquelas regras juridicamente perfeitas? A injuridicidade das novas regras está patente na Circular n" 2.195/92 do Banco Central, que, em flagrante desrespeito à norma jurídica maior, extrapolou da sua competência legal para fixar o valor do capital social das empresas de acordo com o quantitativo de cotas a serem autorizadas, adicionando-se a estas as cotas correspondentes aos grupos em funcionamento. Parece-nos, Sr. Presidente, que esse novo mecanismo regulamentar tem endereço certo, porque, pelo novo critério, raríssimas serão as empresas em condições financeiras para cumprir o que ficou estabelecido. Para bom entendedor, meia palavra basta. Além de tudo, essa medida contrariou o preceito capitulado no § 20 do art. 41 do Decreto n" 70.951172. Nosso receio é de que o dano causado às empresas administradoras seja maior do que os transtornos sofridos pelos consorciados, como está evidente nesse ato normativo. Não nos parece, então, que há uma institucionalização do caos? É inaceitável, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, que, neste Governo, não exista alguém com autoridade suficiente para impedir que medidas dessa natureza continuem acontecendo, sem que os responsáveis pela sua elaboração sejam passíveis de qualquer punibilidade. Vejamos, por exemplo, a armadilha localizada no art. 34 da Circular BC/Dinor n~ 2.196/92, ao serem fixados os percentuais de 10% e 8,5%, a título de remuneração às empresas mercantis, em razão da administração dos consórcios, quando o limite máximo permitido pelo § I" do art. 42 do Decreto n° 70.951/72 é o equivalente às despesas efetiva e comprovadamente realizadas com a gestão do consórcio, e nunca superior à metade do percentual estabelecido para as sociedades de fins exclusivamente civis. Muitas outras anomalias jurídicas poderiam ser aqui rela~ionadas. Entretanto, Sr. Presidente, apesar do nosso incon- Julho de 1992 formismo, deixamos para uma outra oportunidade trazê-las a público, denunciando-as desta tribuna. A persistir esse procedimento acintoso - a expedição de normas extralegais e inconstitucionais - seremos forçados a denunciá-lo ao Ministério Público, a fim de que a Procuradoria-Geral da República, representante que é da sociedade, possa instaurar a competente medida judicial, para que a ordem jurídica seja preservada a qualquer custo. Não somos partidários da volta do rateio do reajuste do saldo de caixa. Entretanto, a extinção do saldo de caixa, embora pareça uma medida salutar, deixa o consorciado num. compreensível sentimento de perplexidade e de frustração, diante do mecanismo inadequado utilizado pelo legislador ordinário. Em vista disso, podemos assegurar que nova convulsão social está prestes a acontecer, quando a vítima do consórcio tiver de pagar, sozinha, a diferença entre o valor do crédito e o preço do bem a ser adquirido, em virtude de majoração no seu preço logo após a realização da assembléia, situação esta agravada com a ocorrência de melhoria ou aperfeiçoamento tecnológico no bem, cuja diferença de preço será bem maior. Nos moldes atuais, teremos a balbúrdia generalizada, em face dos inúmeros tipos de consórcios que passaram a existir no País, alguns regidos pela legislação anterior, outros pelas novas regras, outros ainda fundamentados em inúmeros indexadores, outros com base nos preços dos bens e outros mais conflitantes e cumulativos, como é o caso dos consórcios organizados para aquisição d~ veículos importados. A sociedade está estarrecida, Sr. Presidente. A implantação de uma nova metodologia e de maior racionalização do sistema se faz urgente e necessária. Como solução de curtíssimo prazo, será possível discutir democraticamente uma modificação mais profunda da legislação em vigor, com a realização do "Fórum Nacional de Idéias sobre o Sistema de Consórdos", baseado no trabalho do renomado técnico Aurélio Moreyra, cujos conhecimentos didáticos e práticos sobre a matéria são nacionalmente reconhecidos, quando, então, se buscará a solução definitiva dessa problemática, sendo indispensável a discussão de todos os temas a serem abordados. É de fundamentai importância a participação de todos os segmentos da sociedade nos debates sobre o trabalho a ser apresentado naquele evento. o SR. PASCOAL NOVAIS (Bloco - RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a indústria farmacêutica, em sua política de preços, perdeu-se no nevoeiro da ambição desmedida dos lucros, abandonando, de uma vez, a componente social implícita nos meios e nos fins de uma atividade fabril, que deve considerar os objetivos a serem alcançados e a natureza dos usos e costumes nos quais sua serventia é de fundamental importância para a população em geral. Ninguém adoece, Sr. Presidente, por ato de vontade, ,residindo aí o fundamento social que tem de estar presente na estruturação empresarial do setor. Hoje a nossa população está recorrendo à solução da farmacopéia, seja ela homeopática, seja alopática, ou natural, subordinando-se ao comportamento de mercado varejista, o qual, necessariamente, há de dar acesso a todos aqueles a quem um mal qualquer aflige, necessitando de um receituário médico para recompor o equilíbrio orgânico. Essa relação de causa e efeito, Srs. Deputados, não pode ser interrompida por meras questões econômicas, em função tão-somente da procura desataviada da recuperação de lucros~ Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 17369 inviabilizando p~ua as categorias sociais de baixa renda a capacidade de adquirir a medicação indispensável ao combate das moléstias em todo nível de evolução. Todos nós estamos vendo que a política de preços dos produtos farmacêuticos vem atuando negativamente no mercado, impedindo a aquisição de numerosos produtos de uso permanente ou circunstancial. O consumo continuado até aqui está submetido a um processo de achatamento na fixação dos preços impostos ao usuário final, efeito dos constantes reajustes que o setor tem experimentado, em conseqüência dos estranhos critérios adotados pelos órgãos competentes, estabelecendo uma composição em que os indicadores inflacionários caminham paralelamente à defasagem existente entre a produção e o consumo. Enfim, um jogo de valores fundado exclusivamente em cifras e percentuais, abolida qualquer consideração de ordem social. Para se ter uma idéia, Sr. Presidente, dos abusivos aumentos nos preços dos remédios, a pessoa que padece de diabete crônica, dependendo de aplicações diárias de insulina para sua sobrevivência, sofre as conseqüências de uma política aritimética de preços. Em abril, o preço da insulina era de 36 mil cruzeiros; em junho, passou para 57 mil; e agora, em julho, pulou para 74 mil, ganhando alturas totalmente dissociadas do crescimento do poder aquisitivo das classes assalariadas. Coloca-se, portanto, fora do alcance de milhares e milhares de doentes. Com uma variação de aumentos de 99,7 a 167% nos últimos três meses, a escala de preços liqüida a capacidade de compra de milhares de consumidores, com resultados insondáveis nos efeitos decorrentes da falta de medicação continuada. Toda essa imensa comunidade de consumidores compulsórios de remédios está diante de incertezas e angústias, geradas pela impossibilidade de adquirir remédios essenciais à saúde. Mais de 90% dos pomares de São Joaquim foram implantados com financiamentos do Banco do Brasil, que também financiou o custeio dos pomares na safra 1991192. É, portanto, o Banco do Brasil que tradicionalmente financia o cultivo da maçã, praticamente afastando os demais bancos dessa atividade. Tenho recebido em meu gabinete dramáticos apelos dos produtores de maçã do meu Estado, no sentido de que interceda junto às autoridades monetárias, a fim de que os recursos sejam logo liberados. Portanto, em nome da Associação Catarinense dos Produtores de Maçã, da Cooperativa Agrícola de Cotia Ltda., da Cooperativa Agropecuária Serrana Ltda., do Núcleo Serrano de Engenheiros Agrônomos, do Sindicato Rural de São Joaquim, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Joaquim e de tantas outras entidades ligadas à produção da maçã, faço desta tribuna um veemente apelo ao SI. Presidente do Banco do Brasil, para que adote providências no sentido de liberar imediatamente aquela linha de crédito, evitando, dessa forma, que haja solução de continuidade nos preparativos da próxima safra da maçã. A liberação desses recursos é de fundamental importância para a continuidade da cultura da maçã em Santa Catarina. Se os recursos solicitados não forem liberados, a decisão contrária acarretará sérios prejuízos à economia catarinense, com reflexos imediatos no desemprego, com o abandono dos pomares, o aumento de gastos de divisas com importações, a redução da arrecadação e, o que é mais grave, o comprometimento da fruticultura na região. Estou certo de que o Sr. Presidente do Banco do Brasil se mostrará sensível a esse pleito. A economia brasileira, que, como disse, tem na produção de maçã da região de São Joaquim uma fonte de economia de divisas, e particularmente a economia de Santa Catarina muito terão de ganhar com esse inestimável apoio. Era o que tinha a dizer. o SR. LUIZ HENRIQUE (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, St4' e Srs. Deputados, o Estado de Santa Catarina, que com muito orgulho represento nesta Casa, ostenta, dentre outras, a condição de primeiro produtor nacional de maçã. Particularmente a região de São Joaquim, famosa em todo o País pela ocorrência de neve durante o inverno, tem sua economia alicerçada basicamente na agropecuária sendo a cultura da maçã sua atividade principal: são 670 produtores, que ocupam uma área cultivada de 3.600 hectares. Esses agricultores, 90% deles pequenos e médios, aliás, uma característica fundiária de Santa Catarina, passam hoje por grandes dificuldades. Foram levados a essa situação devido a alguns fatores, como a frustração da safra do ano passado, os baixos preços de comercialização dados aos produtores e o crescente aumento dos preços dos insumos, com índices sempre acima da inflação, que os deixaram descapitalizados. Sendo a maçã uma cultura permanente nessa região, essa descapitalização dos produtores, em um momento de continuidade de suas atividades, como poda e tratamentos fitosanitários, agrava ainda mais a situação, pois ameaça comprometer a safra futura. Para evitar desastre maior, os produtores reivindicam imediata liberação de uma, linha de crédito da ordem de 30 bilhões de cruzeiros, para que possam fazer frente às despesas de preparação da próxima safra, e até agora não tiveram acesso a nenhuma linha de crédito. o SR. LUIZ GUSHIKEN (PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, S~s e Srs. Deputados, acho lamentável que a CPI ainda não tenha convocado o Sr. Lafaiete Coutinho, o qual tem transformado o Banco do Brasil em verdadeiro balcão de negociatas e se tem destacado como o pistoleiro do esquadrão da morte, escudo protetor do grupo Collor-PC Farias. A última notícia que chega às minhas mãos e que eu denuncio nesta tribuna diz respeito à pressão que faz o Sr. Lafaiete Coutinho junto ao Conselho Monetário Nacional para aprovação de refinanciamento do Banco do Brasil para o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, no montante de 267 bilhões e 600 milhões de cruzeiros, saldo em 31 de maio de 1992, por prazo de 10 anos e um de carência. Este significativo valor se refere à composição de duas dívidas daquele Estado, sendo 91,6 bilhões com o próprio Banco do Brasil e 176 bilhões de cruzeiros com bancos privados (BCN e Bamerindus), ambas vencidas em 30 de janeiro de 1992. Essas dívidas, Sr. Presidente, referem-se a operações de "antecipação de receitas orçamentárias", prática relativamente comum entre bancos e Governos Estaduais. Essa prática é hoje evitada pelo Ministério da Economia, que tem buscado conter o déficit público. Ainda que pudesse ser aprovada, tal operação, reza a prática, deveria ter vencimentos com prazo não superior a um ano e ser sempre precedida de estudos técnicos da instituição financeira, a qual se deve cercar do 17370 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) máximo rigor e de cautela para saber se as receitas do Governo comportam o empréstimo e se estão vinculadas ao orçamento do Estado. Ora, Sr. Presidente, é evidente que a operação que o Sr. Lafaiete Coutinho quer realizar com recursos próprios do Banco do Brasil não atende a esses requisitos. Por motivos inconfessáveis, esta operação, denominada "assunção de dívidas", é um verdadeiro escândalo: concede um prazo extremamente longo, em operação de retorno duvidoso e assumindo o ônus daquele Estado junto aos bancos privados. Que mamata dos banqueiros e do Tesouro estadual! Sr. Presidente, essa é mais uma operação imoral que arromba as finanças do Banco do Brasil, instituição outrora séria e respeitada, transformada hoje em bunker da pior quadrilha que se instalou nas instituições públicas. Informo, Sr. Presidente, que, neste momento, os Deputados bancários do PT, Luiz Gushiken, José Fortunati, Paulo Bernardo e Agostinho Valente, do PPS, Augusto Carvalho, e do PDT, Beraldo Boaventura, estão enviando ao Ministro da Economia, Marcílio Marques Moreira, e aos membros do Conselho Monetário Nacional ofício, em caráter de urgência, para requerer a retirada, da pauta .de votação do Conselho, da concessão da referida operação de crédito, cuja aprovação é insistentemente solicitada pelo Sr. Lafaiete Coutinho. Espero que pelo menos o Conselho Monetário Nacional tenha bom senso e impeça mais este escândalo. o SR. NESTOR DUARTE (PMDB - BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, S~ e Srs. Deputados, a mentira e a desfaçatez, além da prepotência e da corrupção, são as verdadeiras marcas do Governador Antônio Carlos Magalhães". Lembro bem quando S. Ex', na Oposição no Estado, embora Ministro do Governo Sarney, usou as suas televisões, rádios e seus jornais para denunciar que o então "Governador Waldir Pires comia lagosta, camarão, e peixe vermelho rabo aberto". Entretanto, o atual Governador transformou o Palácio de Ondina num hotel de grande rotatividade, tantos são os que lá se hospedam às custas do sofrido povo da Bahia. Vi publicado no prestigioso e independente jornal Tribuna da Bahia que o consumo oficial de frutos do mar do Palácio de Ondina custará Cr$16.550.750,OO por mês, conforme extrato do contrato publicado no Diário Oficial do dia 18, firmado com a empresa Nutrisita. O cardápio é extremamente variado e inclui camarão, lagosta, pitu, bagre, ostra, badejo e siri. Este é apenas o item frutos do mar, que, somado aos outros itens, tais como bebidas, carnes, cereais, etc., compõe a injustificável e indefensáve! orgia de mordomias com as quais o Governador, seus familiares e amigos íntimos se banqueteiam cotidianamente quando estão na Bahia. Quando viaja no próprio País ou para o exterior, as mordomias são maiores ainda, muitas vezes pagas em dólar, ou, usando a desculpa esfarrapada de quem toma carona nos aviões da OAS e da Odebrecht, ficam muito mais caras ainda, pois é lógico que essas empreiteiras familiares superfaturam estas despesas nas medições das obras quando são pagas. Essa situação é extremamente injusta e até mesmo desrespeitosa, pois a situação em que se encontra o Estado é muito ruim, e obras só existem mesmo na propaganda oficial mentirosa do Governo, que é, de forma milionária, noticiada nas suas televisões, rádios e no seu jornal. Julho de 1992 Aproveito a oportunidade também para comunicar a esta Casa que encaminhei, como Presidente do PMDB da Bahia, representação ao Dr. Augusto Aras, Procurador Regional Eleitoral, solicitando a requisição de fitas do programa jornalístico da TV Bahia, onde Antônio Carlos e seu candidato a Prefeito de Salvador aparecem cotidianamente em flagrante desrespeito à legislação eleitoral, ousando mesmo o governador dizer que vai continuar a utilizar as inaugurações e as televisões, pois o Tribunal Regional Eleitoral não tem competência sobre S. Ex\ que não é candidato. Estamos.esperando que o ínclito representante do Ministério Público, fiscal da lei, adote as medidas cabíveis, determinando a respectiva sanção dos culpados. Eram essas as minhas palavras. O SR. PAES LANDIM (Bloco - PI.) - Sr. Presidente, e Srs. Deputados, a Academia Piauiense de Letras reverenciou a memória do saudoso conterrâneo Arimatéia Tito Filho por ocasião do trigésimo aniversário de sua morte. Conheci Arimatéria Fito Filho em 1947, na campanha para Governador do Estado do Piauí. Na companhiha de vários estudantes piauienses sediados no Rio de Janeiro, numa verdadeira saga via o rio São Francisco, adentraram o sertão do Piauí para propagar a candidatura de Rocha Furtado. Eram udenistas, liberais no mais amplo sentido, que vivenciaram a experiência acadêmica na luta contra a ditadura de Vargas. Eu tinha 9 anos de idade e nunca consegui esquecer o impacto da oratória de Arimatéia Tito Filho no comício de São João do Piauí. Seu pai, o grande Desembargador Arimatéia Tito, de formação jurídica do mais alto nível, foi vítima dos abusos da ditadura getulista. Arimatéia Tito Filho, o grande tribuno, jornalista, escritor, encarnava todo o protesto de uma gera(Io que propugnava pela liberdade, pela democracia e pela modernização do Estado. O Brigadeiro encarnava todos esses ideais que a exacerbação ideológica dos anos 60 desviou para as radicalizações estatizantes, nacionalistas, à esquerda e à direita, turbando os objetivos da extraordinária geração de 1945, da qual Arimatéria Tito Filho foi um dos seus grandes expoentes. Sr. Presidente, porretratar melhor o significado da homenagem prestada a Arimatéia Tito Filho, solicito a transcrição, nos Anais da Casa, da matéria publicada no jornal O Dia a respeito da sessão solene da Academia Piauiense de Letras, presidida por um piauiense excepcional, Clidenor de Freitas Santos, que incumbiu a Paulo Nunes, brilhante e apaixonado intelectual, a saudação em nome de seus pares. Sr~ MATÊRIA A QUE SE REFERE O ORADOR: APL REVERENCIA A. TITO FILHO A Academia Piauiense de Letras realizou anteontem à noite, no P2 _10 da Cultura, ,sessão especial em homenagem ao acadêmico A. Tito Filho. A sessão coincidiu com a passagem do 30Q dia da morte 40 escritor e contou com a participação de intelectuais, de Delci Tito e demais famílias, e amigos. Os trabalhadores foram conduzidos pelo presidente da Academia Piauiense de Letras, Clidenor Freitas Santos. O acadêmico Humberto Guimarães fez, no início, uma apreciação sobre textos de A. Tito Filho. Depois, foi exibido um vídeo com entrevista que o professor Tito Filho concedeu, Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ao professor Cineas Santos, para o Museu da Imagem e do Som. O acadêmico M. Paulo Nunes fez, em nome da Academia, um discurso sobre a vida e obra de A. Tito Filho. Disse ele, na ocasião, que Arimathéa Tito foi um desses seres que viveram e morreram sem deixar esmorecer a crença no poder da palavra". Paulo Nunes refere-se também à devoção do escritor a Teresina. Em seu pronunciamento, afirmou que, mesmo sem P!OCUração ou mandato investiu-se no papel de defensor da Cidade e levava tão a sério esse mister que, não raro, amealhava antipatias generalizadas. "Em defesa da cidade, comprava brigas em muitas frentes. Brigava com os pichadores que emporcalhavam os muros com frases vulgares; criticava os que afeiam as ruas com letreiros e placas cheias de erros grosseiros. Não perdoava aos que, criminosamente, deformavam o perfil arquitetônico de Tere~ina, mo~idos pelo espírito espec.ul~do!. Mas o que A. Tito Filho mais fez em toda a sua eXlstencla foi tentar incutir nos habitantes de Teresina algum amor por essa sofrida cidade", afirmou Paulo Nunes, chegando a uma conclusão: "Infelizmente não o conseguiu". Nunes falou das qualidades de A. Tito Filho como escritor e artífice da palavra e disse que, como devoto e divulgador do fenômeno cultural, "tinha da cultura um conceito menos elitista talvez do que sociológico, eu diria mesmo que antropológico". Para o acadêmico, Tito Filho era preoc~pado com o social na obra literária. "Arimathéa se nos afigura antes na linha de Euclides da Cunha, de Manoel Bonfim de Azevedo, de Sérgio Buarque de Holanda, ou na linha de interpretação dialética da sociedade brasileira, de Caio Prado Jr.". A homenagem foi encerrada com três movimentos do Réquiem de Mozart. O SR. FLÁVIO PALMIER DA VEIGA (Bloco - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, peço licença aos nobres colegas para ressaltar o significado da data de 29 de julho para este Parlamentar e para os macaenses: a comemoração do aniversário do Município fluminense de Macaé. Fundado em 1813, conta com uma população de quase 200 mil habitantes, dedicando-se à cultura de cana-de-açúcar, arroz, banana, mandioca, feijão e milho, à pecuária de leite e de corte, à horticultura, a indústrias de confecção em malhas, à produção e distribuição de energia elétrica, à fabricação de calçados, refrigerantes, licores, melados. e ao beneficiamento e moagem de café, destacando-se também como integrante do complexo petroleiro nacional na Bacia Macaé-Campos, com uma produção diária de sessenta e nove mil e duzentos metros cúbicos de petróleo. Congratulo-me com os macaenses nesta singela, porém sincera, homenagem. Parabéns. Muito obrigado. O SR. JOÃO MENDES (PTB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, gostaria de abordar neste meu pronunciamento um grave problema brasileiro que apresenta importantes reflexos na economia do País e na segurança de seus habitantes: a dramática situação das estradas componentes do sistema rodoviário nacional. Esse sistema engloba todas as estradas federais, estaduais, municipais, pavimentadas ou não, e dele depende, em grande parte, a circulação das riquezas produzidas. De quase um milhão e meio de quilômetros de rodovias, apenas 140 mil Quinta-feira 30 17371 quilômetros são pavimentados, e; desses, somente 50 mil são de responsabilidade do Governo Federal. O transporte rodoviário é responsável pela movimentação de 56% de toda a carga circulante e por mais de 94% dos passageiros. Sua importância econômica é, portanto, indiscutível. Mas isso não parece despertar maiores preocupações das autoridades responsáveis pelo setor, pois as estradas, de maneira geral, qualquer que seja a esfera de Poder que se considere, se apresentam em acelerado processo de deterioração. A drástica redução dos aportes financeiros destinados à conservação e manutenção permanentes da malha rodoviária· federal implica desgaste prematuro do pavimento e mais prejuízos para os cofres públicos. Estimativas do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem mostram que anualmente cerca de três mil quilômetros de rodovias pavimentadas passam de regular para mau estado. Hoje quase 40% de toda a malha federal se apresentam em precárias condições. Sr. Presidente, nobres Deputados, o Brasil está presenciando uma enorme tragédia rodoviária. Os graves acidentes que ocorrem em nossas estradas não têm conseqüências apenas emocionais; além de ser o campeão mundial absoluto da taxa de mortalidade em acidentes de trânsito, com 50 mil mortos e 350 mil feridos por ano, o Brasil contabilizou, durante o ano de 1990, uma perda econômica de 813 milhões de dólares para um total de sessenta e um mil e duzentos acidentes somente nas rodovias federais. Estradas em mau estado de conservação aumentam em até 58% o consumo de combustível e em até 38% o custo operacional dos veículos. O índice de acidentes aumenta 50%, e o tempo de viagem pode dobrar. Um sistema de transporte tão importante como o rodoviário não pode ficar sujeito a programas emergenciais de recuperação, como o SOS - Rodovias, levado a efeito ainda no primeiro ano deste atual Governo. O trabalho deve ser contínuo, alimentado por um fluxo regular de recursos, pois isso significa economia a médio e longo prazos. Sai muito mais barato manter do que recuperar. Sabemos, Sr. Presidente, que a Constituição Federal revogou toda a legislação até então em .vigor e que ~~v~a propiciado significativas contribuições ao sistema rodovlano nacIOnal além de haver permitido notável expansão da rede nos últi~os 30 anos. Mas as profundas alterações introduzidas na estrutura tributária nacional comprometeram o sistema de financiamento dos dispêndios públicos com as rodovias, provocando um enorme ret:o~esso. seja ~a q~ali?ade das rodovias, seja no esquema administrativo e institucional. Como reverter essa drástica situação? Como conseguir recursos não apenas para recuperar a enorme extensão rodoviária já comprometida tecnicamente e ainda garantir receitas contínuas para a manutenção e expansão da rede? Como otimizar o setor em termos administrativos e operacionais? Como pretende o Poder Executivo responder a essas urgentes questões? Como esta Casa pode contribuir para superar esse enorme problema? Até agora, Sr. Presidente; foi apontado concretamente apenas um caminho: a vinculação de receitas para o setor na forma da Proposta de Emenda à Constituição nº 51/91, atualmente em tramitação no Congresso nacional. Sua discussão é urgente, pois, a cada dia que passa, os prejuÍzos materiais se acumulam, e outras saudáveis vidas são ceifadas cruelmente em brutais acidentes nas estradas esburacadas. 17372 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A privatização de rodovias ou de segmentos rodoviários pelo grande volume diário de tráfego, apresentam possibl Jades de retorno financeiro adequado e, por isso, podem atrair o interesse de empresas privadas também pode integrar o conjunto de soluções que buscamos. O que não se pode admitir é a permanência dessa paralisia administrativa e legal que incapacita financeiramente a Nação, enquanto se deterior; o enorme patrimônio representado por nossas estradas, que 1ertence a todo o povo brasileiro. r.,T,uito obrigado. ql~, v- ORDE\f DO DIA o SR. PRESIDENTE (Luiz Moreira) Apresentação de Proposições Os Senhores Deputados que tenham proposições a apre, sentar poderão fazê-lo. APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SENHORES: NICIAS RIBEIRO E OUTROS - Proposta de emenda à Constituição que acrescenta parágrafo ao art. 50 da Constituição Federal. MARIA LUIZA FONTENELE E OUTROS - Requerimento ao Presidente da Câmara dos Deputados de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de investigar as irregularidades no repasse de recursos do FND E relativos a bolsas de estudo para colégios particulares. ADROALDO STRECK - Requerimento de informações ao Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento sobre campanha publicitária para divulgação do Projeto de Ajuste Fiscal formulado pelo Governo Federal. IRANI BARBOSA - Requerimento de informações ao Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento sobre empréstimos da Caixa Econômica Federal a Prefeitura Municipais. RENATO VIANNA E OUTROS-Requerimento ao Presidente da Câmara dos Deputados de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de apurar a responsabilidade pela omissão da Secretaria de Desenvolvimento Regional na conclusão das obras de controle e contenção das cheias do rio Itajaí-Açú. PEDRO NOVAIS - Requerimento de informações ao Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento sobre Município c 1:Jn.c':eiros que não dispõem de estabelecimento bano cário ou contam com apenas l,!m. CLÓVIS ASSIS - :,-,,~,c,u d... ,,~i que autonza \) Poder Executivo a abrir no Orçamento FIScal da 1Jnião crédito especial para o refinanciamento das dívida.; agropecuirias aos agentes financeiros oficiais de fomento, e oà .:;::tTas Pfí.TIi!dências. - Requerimento de informações ao Ministério da Educa, ção sobre ás obras da Escola Técnica Federal de Vitória d: Conquista, Estado da Bahia. FLÁVIO PALMIER DA VEIGA - Projeto de lei que dispõe sobre os acidentes provodados por animal na pista. - Requerimento ao Presidente da Câmara dos Deputados de comunicação ao Prefeito Municipal e ao Presidente da Câmara de Vereadores de Macaé, Estado do Rio de Janei· ro, de voto de congratulações pelo transcurso do aniversáriü do Município. Julho de 1992 OSMÀNIO PEREIRA - Projeto de lei que dispõe sobre a concessão de indenização e de pensão especial a vítimas de ações de repressão política ou de ações subversivas, não beneficiadas pelo art. 89 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. o SR. PRESIDENTE (Luiz Moreira) - Antes de passar ao Grande Expediente, a Mesa gostaria de ler o documento que chegou às suas mãos: "SI. Presidente, comunico a V. Ex' e, por seu alto intermédio, à Câmara dos Deputados que esta Presidência cancelou sessão conjunta convocada para hoje, às 19 horas. Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex' os protestos de alta estima e consideração." Assina o Senador Mauro Benevides, Presidente do Congresso Nacional. O SR. PRESIDENTE (Luiz Moreira) - Passa-se ao VI - GRANDE EXPEDIENTE Tem a palavra o Sr. Pedro Tonelli. O SR. PEDRO TONELLI (PT - PRo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, senhores servidores do Congresso Nacional, demais integrantes e participantes desta sessão de quarta-feira, ocupo hoje este espaço pa'd tratar de um tema que julgo da maior relevância: qual a Importância das eleições municipais que se avizinham diante da grave crise política enfrentada pelo Brasil? O País está paralisado diante desta crise política, detonada pelas denúncias que envolvem o Presidente da República na rede de corrupção e tráfico de influência comandada pelo seu ex-tesoureiro e átual pagador das suas contas particulares. Encurralado pela contundência dos fatos já apurados pela CPI, o Governo segue a máxima de que o fim justifica os meios. Neste momento, o único fim perseguido pelo Presidente Collor é o de manter o poder a qualquer preço. Para alcançar tal fim, o Governo recorre aos meios mais sórdidos que se possa imaginar. À farsa montada em torno do fantasioso emr:- "mo obtido no Uruguai é mais uma manifestação 'da ab<;, Luta falta de ética que orienta os propósitos inconfessáveis ',o ocupante do Palácio do Planalto. O escâo(' 110 que h/Jje está no centro do debate nacional choca Ulossa" consciências pela opulência desmedida dos freqüenl<k' ;",.; c1:.l Casa da Dinda, conquistada pela rede de corrupção me ntada por PC Farias, e pelo cinismo daqueles que tenWm pr,''>ervar é' figura do Presidente. Veje. Cu", Vl'luita tristeza o alinhamento incondicional do ,~'overnador Leonel Brizola às fileiras do pelotão de choque !..ll- hnsca desesperadamente manter Collor incólume às conclusões da CPI. Mais do que um aliado, Brizola se comporta como chefe da guarda pessoal do Presidente Collor. Estou entre aqueles que reverenciam o passado de Leonel Brizola. Este homem provado nas lides democráticas, defensor incansável da legalidade. Julgo que o comportamento atual do Governador do Rio de Janeiro não faz jus a este passado. Ao comparar sua luta contra o impeachment do Presidente Collor à gloriosa campanha pela legalidade, que liderou com brilhantismo e muita coragem em 1961, Brizola comete um equívoco brutal. S. Ex! está traindo sua própria história ao se colocar ao lado do Governo Collor. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Acredito sinceramente que o Governador Leonel Brizola ainda vá render-se aos fatos já apurados pela CPI, e fará uma autocrítica da sua postura. Esperamos que o PDT qo Governador Leonel Brizola não vacile na escolha que dramaticamente terá que realizar: ou fecha os olhos diante de tantas evidências que comprometem o Presidente Collor com o esquema PC Farias, ou alinha-:;e com os partidos de oposição para dar sustentação ao pedido de impeachment. Esta falta de unidade da Oposição tem uma repercussão muito negativa perante a opinião pública. Estamos verdadeiramente às vésperas das eleições municipais. Dentro de mais dois meses, os eleitores voltarão às urnas para eleger os novos prefeitos e vereadores de todo o País. Este fato político, de grande importância para a consolidação do processo democrático, está sendo prejudicado pela crise nacional. É uma realidade que hoje a opinião pública esteja mais fixada nos desdobramentos da crise política que envolve o Governo Federal do que na campanha eleitoral. Por um lado, a CPI que apura a corrupção entranhada no Governo Collor tem um sentido pedagógico que fortalece a democracia. Na medida em que, pela primeira vez na história, há uma conjugação de esforços para ir até o fim nas investigações de denúncias que atingem diretamente o próprio Presidente da República, as instituições estão dando um salto de ::J.ualidade decisivo. O amadurecimento político da Nação também aparece com grande nitidez. Entretanto, não podemos minimizar a importância das eleições municipais. A escolha dos eleitores deve refletir esta nova consciência política que repudia a falta de honestidade dos ocupantes de cargos eletivos. No meio desta tempestade política que - espero! poderá levar ao afastamento definitivo do Presidente Collor e à condenação de todos os implicados neste escândalo, deposito enorme esperança nas eleições municipais. Espero sinceramente que a terrível frustração causada à população pelo Governo Collor não deságüe numa enxurrada de votos brancos e nulos no pleito de 3 de outubro. Ao contrário, espero que as esperanças desfeitas se transformem na semente das mudanças, gerando nova motivação aos eleitores. Ouço o aparte do nobre Deputado Luiz Tadeu Leite. O Sr. Luiz Tadeu Leite - Deputado Pedro"Tonelli, é com atenção que acompanho o pronunciamento de V. Ex~ Ele serve de alerta à Nação - posso assim denominá-lo quando prega a necessidade de apuração dos fatos ora denunciados. Ninguém pode estar fora do alcande da lei. Não há pessoas diferentes de outras neste País, onde a igualdade é assegurada pela própria Constituição Federal. Queria alertar a Nação, utilizando a oportunidade deste brilhante pronunciamento de V. Ex\ sobre dois pontos fundamentais. Primeiro: parece que o Governo, em represália, suspende, no País inteiro, todos os pagamentos a empresas que fazem obras nas áreas de saneamento e habitação com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. No momento em que a CPI está apurando os fatos, há repentina paralisação" até mesmo de obras já iniciadas, o que nunca aconteceu na história da Caixa Econômica Federal. Lembro-me de que, quando Prefeito, eventualmente a CEF suspendia a contratação de novas obras, o que é compreensível. Mas interromper, de uma hora para outra, o pagamento a empresas responsáveis por obras em execução ou já realizadas e por medições já feitas é um fato inédito, que soa para todos nós como represália, a fim Quinta-feira 30 17373 de que os Deputados se voltem para o Governo e o acudam na dificuldade em que se encontra devido à CPI. Mais parece uma condição imposta para que os recursos voltem a ser liberaobras. Isso representa um grande perigo. Minha segunda preocupação, que desejo expor a V. Ex~ e ao povo brasileiro, diz respeito à notícia que lemos na semana passada na revista Veja, relativa a nomes de Parlamentares que teriam recebido ajuda do esquema PC para serem eleitos. Tão logo os cheques destinados a S. Ex'" chegaram aqui, foram imediatamente devolvidos ao Banco Central, pois a Comissão teve receio de que pegasse fogo no Congresso Nacional. Tenho certeza de que V. Ex~ e eu desejamos que a CPI mostre à Nação quais são esses Deputados - e a desafiamos a fazê-lo porque nós estaríamos envolvidos quando genericamente se fala em Deputados. E tenho certeza de que devem ser apenas alguns. A CPI tem o dever de dizer à Nação os nomes dos Deputados financiados em suas campanhas políticas pelo esquema PC, para que o País saiba quem são. Nessa hora, a CPI não pode esconder fatos, não pode colocar debaixo do tapete a sujeira que está afluindo naturalmente. Dizia recentemente o nobre Deputado José Thomaz Nonô que o mar de lama responsável pelo suicídio de Getúlio Vargas parece um pingo de lama diante do que estamos vendo aos borbotões, a grande abundância de lama que está sendo apurada pela CPI. Peço a V. Ex~ que incorpore ao seu pronunciamento a minha modesta participação e espero que a CPI apure os fatos e aponte o nome dos Deputados e Senadores que tenham sido eleitos ajudados pelo dinheiro sujo proveniente do esquema PC Farias. A verdade, se Deus quiser, deverá vir toda à tona para ser julgada pelo povo brasileiro. Peço desculpas por me ter alongado em minha modesta participação no brilhante pronunciamento de V. Ex~ O SR. PEDRO TONELLI - Nobre Deputado Luiz Tadeu Leite, o seu aparte só vem enriquecer o meu pronunciamento. Concordo com V. Ex~ quando acentua a importância da apuração das denúncias contra todos os envolvidos em irregularidades e no descumprimento de leis, pois esse é o espírito que me trouxe a este Congresso Nacional. Esta é uma oportunidade ímpar para o povo brasileiro conhecer o Poder por dentro e para assegurar a sua transparência plena. Isso permite à população ter uma opinião favorável acerca desta Casa e a existência de um Poder da República que seja mais decente, cujos integrantes não tenham sido eleitos de forma espúria, tal como está sendo denunciado. Agora já se começa a apurar denúncias não só contra o Executivo, o centro das investigações, e, por sua causa, as atenções estão voltadas para a CPI. Lamento que o Poder Executivo tome a atitude de suspender obras já programadas e iniciadas. Acredito, Deputado Luis Tadeu Leite, que o Sr. Presidente da República e o Poder Executivo têm motivos para isso. Este é um momento completamente desfavorável para o Governo realizar suas obras, porque o testa-de-ferro da extorsão, o Sr. PC Farias, está sem condições morais para tirar dinheiro das empresas ou das licitações públicas, conforme denunciado e agora comprovado pela CPI. A origem dos recursos ainda não foi devidamente comprovada, mas o será pelas provas públicas que teremos a partir do dia 11 de agosto. Agradeço imensamente pelas duas belas contribuições que V. Ex~ trouxe para o meu pronunciamento e continuo dizendo que as próximas eleições municipais são a chance ímpar de a população punir pelo voto os avalistas deste cheque sem fundo que foi o Governo Collor. 17374 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Os candidatos "colloridos" que desbotaram e agora se vestem com outra roupagem para confundir os eleitores devem ser desmascarados. Hoje os aliados do Governo procuram travestir-se com cores da Oposição. Reciclaram o seu discurso e fazem inflamadas críticas aos desmandos do Governo Collor. Assim, buscam enganar os eleitores. Mas confio na sabedoria popular, que será capaz de identificar os oportunistas de sempre. A escolha de pessoas não comprometidas com os múltiplos esquemas de poder ligados ao Governo Collor é o primeiro passo para consolidar uma nova era na política nacional. Vamos eliminar, de uma vez por todas da vida pública, os famosos políticos dos 10%, dos 20%, dos 30% e até dos 50% nas concorrências para obras públicas. Vamos arrebentar, de uma vez por todas, o esquema PC Farias, o esquema PP, o esquema Collor. Chega de esquemas que nada mais são do que organizações criminosas especializadas em transferir dos cofres públicos para contas particulares o dinheiro dos impostos! Chega de esquemas que são nutridos pela miséria social, pelo voto dos famintos. O País não pode conviver mais com esta prática política das oligarquias e dos coronéis. A escolha dos Prefeitos e Vereadores é a oportunidade histórica para detonar os esquemas de poder local que excluem a população das decisões políticas, atendendo aos interesses e privilégios de famílias e grupos econômicos. O povo não suporta mais cumprir o papel de legitimidador dos esquemas de poder que reproduzem as estruturas de concentração de riqueza. O povo quer um esquema transparente, sem caixa dois, sem mafiosos como os que estão agindo desde que começou este Governo. A política está desacreditada. Terrivelmente desacreditada. Hoje é difícil vestir a camisa de político. Fazer política virou sinônimo de atividade suspeita. A desconfiança da população é justa. Via de regra, a política tem sido usada não em favor dos interesses coletivos, mas para atender a ambições pessoais e mesquinhos interesses particulares. As administrações municipais podem reverter este descrédito da população. Convivendo mais de perto com as carências da população, as administrações municipais têm melhores condições de democratizar o poder, criando canais efetivos de participação popular na definição das prioridades. Julgo criminosa qualquer tentativa de retirar recursos dos Municípios para resolver os problemas de caixa da União. A proposta de reforma fiscal do Governo traz embutida esta armadilha contra os Municípios. Por isso, repudiamos esta proposta. As administrações municipais do PT são um bom exemplo da eficácia deste novo modo de governar. Com todas as dificuldades que as Prefeituras enfrentam hoje, reflexo da crise econômica do País, as administrações petistas têm o que mostrar ao final do período de quatro anos. Sem obras faraônicas, as Prefeituras administradas pelo PT avançaram significativamente na solução dos principais problemas sociais. A inversão de prioridades postas em prática por estas administrações produziu resultados muito positivos. Administrações petistas, como no Município de !capuí, no Estado do Ceará, onde não há criança fora da escola, são o melhor testemunho de que as soluções existem e podem ser encontradas com transparência e participação popular. Julho de 1992 Outro bom exemplo vem de Janduís, no Rio Grande do Norte, onde a administração petista tem demonstrado muita competência em resolver os problemas crônicos que aflingem a população. O terceiro Município administrado pelo PT no Nordeste é Jaguaquára, na Bahia. Lá a inversão de prioridades implementada pela atual gestão concentrou a atenção do Poder Público Municipal na solução dos problemas sociais. No Paraná, o PT administra o Município de São João do Triunfo, na região sul do Estado. A experiência tem sido muito rica para o partido, e os bons resultados alcançados são amplamente reconhecidos pela população. Com ampla participação popular na elaboração do orçamento muni~ipal, a Prefeitura tem priorizado os investimentos na área social. Um programa de eletrificação rural, implementado na forma de mutirão, é uma das iniciativas consagradas pela gestão do Prefeito petista José Maria Tardin. Ouço, com muito prazer, o nobre Deputado e colega Alcides Modesto. O Sr. Alcides Modesto - Companheiro Pedro Tonelli, é para mim uma grande oportunidade intervir no seu pronunciamento, que estava acompanhando em meu gabinete. Mas, dada a importância e a relevância do seu discurso, desloquei-me ao plenário para fazer algumas observações que me parecem importantes. Em primeiro lugar, a conjuntura nacional, mesmo sendo dramática, aflitiva e constrangedora, traz um aspecto positivo para a democracia, para as instituições políticas do País. E a eleição municipal insere na pauta da ordem do dia a raiz'de toda a corrupção pública. No processo eleitoral municipal começa toda a história de uma administração, se ela será transparente e comprometida com os princípios éticos, ou comprometida com os conchavos políticos de um processo eleitoral. É importante fazer esse enfoque. Em que pesem as considerações pessimistas de muitos no sentido de que a crise do Governo Collor é institucional, muito pelo contrário eu a reputo como uma crise da adolescência. Na adolescência, certamente cada um de nós passou por momentos constrangedores e aflitivos, difíceis até do ponto de vista biológico, mas é o momento em que a personalidade se afirma e chega à maturidade. Também as instituições políticas, as instituições democráticas do País vão atingir sua maturidade atravessando a atual crise e fazendo com que ela reverta em benefício do processo eleitoral municipal. Se o Congresso Nacional der o exemplo de representante do povo, fiscalizador do Executivo Federal, estaremos colocando nos candidatos que estão em campanha municipal o dever de desemp'enharem o mesmo papel nas Câmaras de Vereadores. Para mim a corrupção nos Executivos advém da postura de subserviência, de dependência, de conchavos, de negociatas dos vereadores diretamente com o Executivo. Conheço dezenas de municípios no meu Estado, a Bahia, onde as Câmaras nem funcionam. Ocorrem apenas entendimentos de gabinetes entre os Vereadores e o Prefeito Municipal. Portanto, este é um momento de reflexão. Durante a campanha municipal, temos oportunidade de discutir o importante papel das Câmaras de Vereadores na fiscalização do Executivo de casa município. Em Jaguaquara, que tem a única Prefeitura administrada pelo PT no meu Estado, o Prefeito tem dado uma demonstração de que, mesmo com poucos recursos, se pode dar prioridade à saúde, à educação e - algo inédito nas prefeituras municipais - à política agrícola. Dificilmente encontramos, num programa de Governo municipal, a preocupação com a política agrícola. Por último, quero congratular-me com V. Ex', Depu- Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 30 17375 VII - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES produtores, aos pequenos chacareiros e aos sem-terra que, há mais de três dias, ocupam o Palácio do Araguaia em Palmas, no Estado do Tocantins, protestando contra a postura adotada pelo Governo Estadual de total insensibilidade, de pouco caso, de desconhecimento dos problemas da agricultura no meu Estado. É triste ver que nem sequer conseguiram ser recebidos pelo atual Governador. Dirijo-me especialmente aos chacareiros de Palmas. É importante ficar claro que não se vai admitir que a mais nova Capital de Estado do País, que vem recebendo grande número de pessoas que chegam todos os dias em busca de oportunidades, não produza absolutamente nada do que consome. Tudo vem sendo trazido de fora. O programa de apoio aos chacareiros, implementado pelo Governo anterior visando à. criação de um cinturão verde, simplesmente foi abandonado pelo atual. O Governador voltou atrás no ato de desapropriação, em detrimento de mais de 2 mil chacareiros, num claro processo de perseguição. Barracos foram queimados, cercas foram arrebentadas, pequenos agricultores perderam aquilo que estavam começando a produzir em sua atividade, e a Capital caiu na atual situação de precisar importar praticamente tudo aquilo que consome. Portanto, Sr. Presidente, exatamente voltados para os pequenos produtores e os chacareiros de Palmas estamos aqui prestando-lhes nossa solidariedade e dizendo que estaremos combatendo a atual postura do Governo Estadual, denunciando ao Ministro da Agricultura e à Presidência da República a ação nefasta do Governador do Estado do Tocantins contra principalmente os cchacareiros de Palmas e os pequenos produtores do nosso Estado. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Continuando o período destinado às Comunicações Parlamentares, concedo a palavra ao nobre Deputado Costa Ferreira, pelo PTR. O SR. COSTA FERREIRA (PTR - MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamos muito preocupados com os problemas que assolam a cidade de São Luís, principalmente a sua periferia. Desejamos que as autoridades competentes olhem para a Capital de nosso Estado, especialmente para aqueles que moram nas palafitas, nos alagados e nas invasões constantes, e destinem os recursos necessários para a urbanização dessas áreas, dotando o local de escolas, hospitais e transporte, a fim de que à população tenha condições de vida condizentes com o que determina a Constituição. O cidadão deve ter o mínimo de assistência e de dignidade para poder sobreviver no contexto social. Nosso apelo é tão-somente no sentido de que o Sr. Ministro Ricardo Fiúza, atentando para a situação da população periférica de São Luís, libere os recursos necessáriós para, em breve espaço de tempo, solucionar todos os problemas, e, então, possamos contemplar a alegria de todos os nossos conterrâneos que habitam as palafitas, os alagados e as invasões. Era o que tinha a dizer. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Alcides Modesto, pelo PT. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre e ilustre Líder do PDC, Deputado Eduardo Siqueira Campos. O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PDC - TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nesta tarde, venho manüestarmeu apoio e minha solidariedade aos pequenos O SR. ALCIDES MÔDESTO (PT - BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero apenas informar a esta Casa que ontem registrei o meu repúdio à postura do Incra em relação aos trabalhadores da Bahia que, em marcha, se dirigiram a Salvador na semana passada. Em contato com o chefe de gabinete da Presidência daquele órgão, fomos infor- tádo Pedro Tonelli, por ter colocado a Prefeitura de JagiIaquara como exemplo de administração municipal petista deste País. O SR. PRESIDENTE (Luiz Moreira) - Nobre Deputado Pedro ToneIli, o tempo de V. Ex' está esgotado, mas esta Presidência lhe concede mais dois minutos para concluir o seu pronunciamento. O SR. PEDRO TONELLI - Nobre Deputado Alcides Modesto, V. Ex', com a sua visão, que não é discordante da minha, mostrou a importância das eleições municipais e a ligação que está ocorrendo hoje no centro político do País com a crise ética e moral que estamos vivendo. E essa transparência quase plena que estamos vendo no Poder Público se deve a muita luta. O Legislativo conquistou a prerrogativa de apurar e tornar transparente o que ocorri:< nas entranhas do Poder. Concluindo, Sr. Presidente, a mesma competência demonstrada pelo PT na administração de pequenas cidades se tem revelado no comando de grandes- metrópoles como São Paulo, Porto Alegre, Vitória, Santos, Diadema, Santo André e São Bernardo do Campo. Nestas cidades, os problemas são imensos e demandam ações que muitas vezes fogem da alçada das Prefeituras. E evidente que o PT não se considera portador da verdade e das soluções de todos os problemas. Temos consciência de que nossas administrações poderiam ter sido mais ousadas. Uma das lições a ser apreendida é a necessidade de aliança com os partidos de esquerda, com as forças progressistas. É esperançoso ver que, nestas eleições, a esquerda caminha em unidade ainda maior em várias Capitais. A partir desta experiência municipal, vamos criar as condições para chegar ao poder federal. A perspectiva representada pelas eleições municipais é minha grande esperança. Vamos arregaçar as mangas e começar a construir este novo País que desejamos, partiõdo dos municípios. Era o que tinha a. dizer, agradecendo a todos que nos ouviram e aos colegas que nos apartearam. Durante o discurso do Sr. Pedro Tonelli o Sr. Luiz Moreira, 3~ Suplente de Secretário, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Inocêncio Oliveira, 1~ Secretário. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Encerrado o Grande Expediente. A Presidência reitera o aviso de que foi cancelada a reunião do Congresso Nacional prevista para às 19h de hoje, devido ao fato de o Senado Federal estar votando matérias da mais alta importância. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Vai-se passar ao horário de 17376 Quinta-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Julho de 1992 Projeto de Lei NO 4.477/89 - Modifica a Lei nO 7.183, de 5 de abril de 1984, que "regula o exercício da profissao de aeronauta, e dá outras prodivências". Prazo: SO dia: 30-7-92 Último dia: 3-8-92 N° 5.228/90 - Altera dispositivos da Lei nO 5.1OS, de 21 de setembro de 1966, que institui o Código Nacional de Trânsito. Prazo: SO dia: 30-7~92 Último dia: 3-8-92 NO 5.878/90 - Dispõe sobre concessão de décimo terceiro salário ao segurado em gozo de abono de permanência em serviço e determina outras providências. Prazo: SO dia: 30-7-92 .Último dia: 3-8-92 NO 906191 - Acrescenta parágrafo ao art. 24 do Decreto-Lpí. n° 3.689, de 3 de outubro de 1941, Código de Processo Penal. Prazo: SO dia: 30-7-92 Último dia: 3-8-92 NO 9ff)191 - Acrescenta parágrafo ao art. 45 da Lei nO 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Prazo: SO dia: 30-7-92 Último dia: 3-8-92 ProposiçOes Sujeitas a Arquivamento, nos termos do vm -:- ENCERRAMENTO artigo 58, § 4° do RI. Pr~o para recurso artigo 58, § 2° (5 sessões) de: o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Nada mais Projeto de Lei havendo a tratar, vou encerrar a Sessão. N° 154/91 (CARLOS CARDINAL) - Estabelece medida a ser adotada nos assentamentos de protesto de títulos. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Encerro a Sessão, designando para amanhã, quinta-feira, dia 30, às Prazo: 'lP dia: 30-7-92 Último dia: 4-8-92 14 horas, a seguinte mados de que o seu Presidente se encontra em Fortaleza e se comprometeu a ir à Capital da Bahia, Salvador, para receber a comissão dos trabalhadores. Portanto, congratulo-me com S. S, pela decisão. Espero que, de fato, essa promessa se cumpra o mais rapidamente possível, porque a comissão representante dos trabalhadores está em Salvador única e exclusivamente aguardando essa audiência. Em segundo lugar, quero dizer ao nobre Deputado do Tocantins que o Sr. Antônio Carlos Magalhães está fazendo escola no País, porque, da mesma forma como o Governador do Tocantins não recebeu os agricultores daquele Estado, assim também costuma agir o da Bahia. Já denunciei e repudiei essa atitude de S. Ex' Espero que o Líder do Bloco Parlamentar, que apóia o Governo, Deputado Luís Eduardo, tenha feito chegar até o Sr. Governador da Bahia as nossas preocupações e desejo que aquela comissão que está em Salvador esperando pela audiência com S. Ex' seja atendida o mais rapidamente possível, e conversem civilizadamente sobre os problemas da agricultura, dos camponeses, enfim, os problemas que afligem os trabalhadores rurais do Estado da Bahia. É a coisa mais normal os cidadãos procurarem o seu Governador para tratar de seus problemas. Sr. Presidente, era esse o registro que queria fazer, e espero que o Sr. Governador atenda à solicitação dos trabalhadores rurais do Estado da Bahia. ORDEM DO DIA (Das 15 às 18h10min) TRABALHO DAS COMISSÕES NO 896/91 (Nll.SON GmSON) - Institui as Varas Agrárias e dá outras providências. Prazo: 'lP dia: 30-7-92 Último dia: 4-8-92 ProposiçOes Sujeitas a Arquivamento, nos termos do artigo 133 do RI. Prazo para recurso artigo 132, § 2° (5 ses~s) de: Projeto de Lei NO 1.818/89 (NILSON GmSON) - Acrescenta par-ágrafo ao art. 363 da Lei nO 3.071, de 1° de janeiro de 1916- AVISOS Código Civil Brasileiro (Art.1Zl, § 6°, da Constituição). Prazo: 'lP dia: 30-7-92 l'roposiçOes Apreciadas pelas ComissOCs Último dia: 4-8-92 NO 2.979/89 (VICTOR FACCIONI) - Estabelece liberaliza(Ar1.132, § Z" do RI - Prazo 5 Sessões) Projeto de Lei çãr;> progressiva das taxas cambiais. N° 4.286/89 - Destina o produto da alienação de imóveis da Pr~o: 'lP. d~a: 30-7-92 Previdência Social à Construção, reforma e instala- Último dIa. 4-8-92. ção de centros ou postos de Saííde.. Prazo: 4° dia: 30-7-92 N° 630/91 (FRANCISCO SILVA) - Dispõe sobre a fabrica· Último dia: 31-7-92 ção e venda de óculos para a população de baixa renda. Projeto de Lei Prazo: 'lP. d!a: 30-7-92 N° 6.128/90 - Dá nova redação ao inciso m do art. 484 do .Último dIa. 4-8-92 . Código de Processo Penal (Decreto-Lei nO 3.931 NO 983191 (MAX ROSENMANN) - Dispõe sobre o impedi.de 11 de dezembro de 1941). ' . nto do Presidente da República. Prazo: 4° dia: 30-7-92 Prazo: 'lP dIa: 30-7-92 Último dia: 31-7-92 Último dia: 4-8-92 fi - Recursos ox: Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Nó 1:,ó7,'91 (ZAIRE REZENDE) - Altera a Lei nO 4.375, cle 1'/ d\~ agosto de 1964 - Lei do Serviço Militar. Prazo: 'lP dia: 30-7-92 Último dia: 4-8-92 Na 1.782/91 (pAULO RAMOS) - Dispõe sobre o uso, pelas polfcias estaduais, de armas de fogo apreendidas. Prazo: 'lP dia: 30-7-92 Último dia: 4-8-92 Na 1.999/91 (SOCORRO GOMES) - Dâ nova redação ao art. 213 do Decreto-Lei na 2848, de 7 de dezembro de 1940 -: Código Penal, revogando os 'arts. 214 a 217 e 219 a 2Z2. Prazo: 'lP dia: 30-7-92 Último dia: 4-8-92 Projeto .de Lei Complementar Na 29191 (FLÁVIO ROCHA) - Institui o Imposto sobre OperaçOes relativas a Pagamento e Compensação de Cheques, e demais Transferências de Titularidade de Numerário por meio de InstituiçOes Bancárias e Financeiras - IOBAN. e dá outras providências. Prazo: 'lP dia: 30-7-92 Último dia: 4-8-92 ProposiçCies Sujeitas a Arquivamento, nos termos do artigo 164, § 1a do RI. Prazo para recurso 164, § 'lP (5 sesSOCS) de: Projeto de Decreto Legislativo Na 173/90 (COMISSÃO MISTA) - Disciplina as relações jurfdicas decorrentes da adoção da Medida Provis6ria n° 91, de 29 de setembro' de 1989, que "dispõe sobre o reajuste dos beneffcios de prestação continuada mantidos pela Previdência Social". Prazo: 'lP dia: 30-7-92' Último dia: 4-8-92 Proposições Sujeita a Arquivamento, nos termos do artigo 164, § 1a do Regimento Interno. Prazo para recurso artigo 164, § 2° (5 Sessões) de: Recurso S/No/91 (GASTONI RIGHI) - Questão de ordem levantada na sessâo plenária 19 de junho de 1991. Prazo: 1° dia: 30-7-92 Último dia: 5-8-92 RELAÇÃO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NO GRANDE EXPEDIENTE - AGOSTO - 1992 Data 3 Dia 28-feira Hora 15:00 15:25 Nome Nilson Gibson 15:50 16:15 Odacir Klein 7 t)&-feil:~ 10 28-feira 12 5 6 5"-feira 4a-feira .5a-feira 14 t)&-feira 18:10 18:35 18:10 18:35 10:00 10:25 10:50 11:15 11:40 17 Qovís Assis Salatiel Carvalho 2"·feira 12:05 12:30 12:55 13:20 15:00 15:25 S610n Borges dos Reis Fernando Carrion João Mendes Cesar Bandeira Sergio Arouca Euclydes Meno Miguel Arraes Alberto Haddad Aldo Rebelo Elísio Curvo Fernando Bezerra Coelhç Luiz Tadeu Leite Tidei de Lima Valdomiro Lima Paulo Lima 15:50 18 3a·feira 19 4a-feira 20 21 Dercio Knop Waldir Guerra Delcino Tavares Antonio Morimoto Ubiratan Aguiar 18:35 13 17:05 3a·feira 18:20 18:10 11 17:30 4 10:00 10:15 10:50 11:15 11:40 12:05 12:30 12:55 13:20 15:00 15:25 15:50 16:15 16:40 17:05 17:30 17:S5 16:40 17:55 18:20 18:10 18:35 18:10 18:35 18:10 18:35 Quinta-feira 30 17377 24 16:15 16:40 17:05 17:30 17:55 18:20 18:10 18:35 18:10 18:35 18:10 18:35 t)&-feira 10:00 10:25 10:50 11:15 11:40 ,-.12:05 12:30 12:55 13:20 2"-feira 15:00 15:25 5a·feira 15:50 16:15 Jose carlos Aleluia Freire Júnior . Edson Silva Edi Siliprandi Remido Calheiros Avenir Rosa Ernesto Gradella . ~._, .~~. ~.' -..... -'l--" _. --'-.' ~~_' ... , DIÁRIO DO. CONGRESSO 'ACIONAL (Seç~o I) 17378 Quinta-feira 30 2S 3S-feira 26 sa-feira 28 31 <>--feira 2;8-feira 17:05 17:30 '17:55 18:20 18:10 18:35 18:10 18:35 18:10 18:35 10:00 10:25 10".50 11:15 11:40 12:05 12:30 12:55 13:20 15:00 15:25 15:50 16:15 16:40 17:05 17:30 17:55 18:20 Paulo Octávio Paulo Rocha Tadashi Kuriki EUa Dalla-Vecchia Jesus Tajra Fatima Pelaes a:eitor Franco Junot Abi-Ramia ORDEM DO DIA DAS COMISSõES Julho de 1992 Nos termos do art. 40, inciso III, alínea a, da Constituição da República Federativa do Brasil, combinado com os arts. 183, item 11, alínea a, e 186, item I, alínea a, da Resolução nQ67, de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoria a ALTAIR RIBEIRO DUTRA, no cargo de Inspetor de Segurança Legislativa, CD-AL-014, Classe Especial, Referência NS 21, : do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, com as . vantagens previstas no art. 171 da Resolução n 9 67, citada, combinado com o art. 3Q da Lei nQ5.902, de 9 de julho de 1973; no art. 79 da Resolução n Q1, de 7 de março de 1980; combinado com o art. 7Qda Lei n Q6.907, de 21 de maio, de 1981; no art, 19 do Ato da Mesa n 9 36, de 6 de novembro, de 1987; no art. 1Qda Resolução nQ 1, de 18 de junho de 1987; no art. 165, item VIII da mesma Resolução n 967, combinado com o art. 59 da Resolução nQ38, de 24 de outubro de 1983, e no art. 39 da Resolução n Q5, de 28 de maio de 1985, com o provento aumentado de 20%, na forma do art. 193. item lI, da mencionada Resolução n 9 67. Câmara dos Deputados, 19 de junho de 1989. - Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados. (Republica-se por ter saído com incorreção no DCN de 20-6-1989, pág.5.152.) O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições que lhe confere o art. 1Q, item I, alínea a, do Ato da Mesa nQ205, de 28 de junho de 1990, resolve, Conceder exoneração, de acordo com o art. 35, iterr 11, da Lei nQ8.112, de 11 de dezembro de 1990, a ANA CLARA FONSECA SEREIa, Técnico em Documentação e Informação Legislativa, Classe Especial, ponto n Q2000, do cargo de Secretário de Comissão Temporária, CDDAS-101.2, do Quadro Permanente da Câmara dos DepuComissão de Constituição e Justiça e de Redação tados, que exerce na Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o extermínio de crianças e adolescentes. Local: Sala 1, Anexo Ir Horário: 10h PAUTA N.o 32/92 B - Proposições sujeitas à apreciação . conclusiva das Comissões REDAÇAO FINAL 1) PROJETO DE LEI NP 3/91 - Do Poder Executivo (Mensagem n.o 19/91) - que "Dispõe sobre os incentivos fiscais para a capacitaçáo tecnológica da indústria e da agropecuária, e dá outras providências". (Encerra-se a Sessão às 17 horas e 58 minutos.) ATOS DO PRESIDENTE O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições que lhe confere o art. 1Q, item I, alínea b, do Ate da Mesa nQ119, de 30 de março de 1989, resolve, Câmara dos Deputados, 27 de julho de 1992. - Deputado Ibsen Pinheiro, Presidente da Câmara dos Deputados. O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições que lhe confere o art. 1Q, item I, alínea a, do Ato da Mesa n 9 205, de 28 de junho de 1990, e o art. 69 da Lei n9 8.112, de 11 de dezembro dt. 1990, resolve. Nomear, na torma do art. 9Q, item 11, da Lei nQ8.112, citada, observado o disposto no parágrafo único do art. 29 do Ato da Mesa n 9 18, de 26 de maio de 1987, ANA CLARA FONSECA SEREIO, Técnico em Documentação e Informação Legislativa, Classe Especial, ponto nQ2000, para exercer, o cargo de Secretário de Comissão Temporária, CDDAS-I01.2, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, na Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar irregularidades na concessão do controle acionário da NEC do Brasil S.A., bem como o envolvimento e ação do Ministério das Comunicações e da Telebrás nos fatos. Câmara dos Deputados, 27 de julhO de lYY2. - Deputado Ibsen Pinheiro, Presidente da Câmara dos Deputados. Julho de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) COMISSÕES ATAS DAS COMISSÕES COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO Destinada a continuar as investigações de irregularidades na cessão do controle acionário da NEC do Brasil S/A, bem como o envolvimento e ação direta do Ministério das Comunicaçües e da Telebrás nos fatos. 4~ Reunião, realizada em 30 de junho de 1992 Às dez horas e trinta e cinco minutos do dia trinta de junho de mil novecentos e noventa e dois, no plenário número dezenove do Anexo Dois da Câmara dos Deputados, em Brasília, Distrito Federal, sob a Presidência do Deputado Mussa Demes, reuniu-se a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a continuar as investigações de irregularidades na cessão do controle acionário da NEC do Brasil S/A, bem como o envolvimento e ação direta do Ministério das Comunicações e da Telebrás nos fatos, criada pelo Requerimento número dez, de mil novecentos e noventa e um, com a presença dos Deputados Mussa Demes, Presidente; José Lourenço, VicePresidente; Luiz Carlos Santos; Relator; Paulo Ramos, Ronaldo Caiado, Eraldo Tinoco, Tilden Santiago, Nestor Duarte, Jairo Azi, Geddel Vieira Lima, membros titulares; Nelson Bornier, Gonzaga Motta, Jairo Carneiro, Hilário Coimbra, membros suplentes; José Egydio, presença eventual. Deixaram de comparecer os Senhores Deputados Luiz Pontes, Luiz Moreira e Jones Santos Neves. Verificada a existência de quorum regimental, o Senhor Presidente, Deputado Mussa Demes, declarou abertos os trabalhos e, tendo sido distribuída a Ata da reunião anterior, colocou-a em discussão. Não havendo quem quisesse discuti-la, foi submetida à votação, tendo sido aprovada. Dando prosseguimento aos trabalhos, o Senhor Presidente passou a palavra, sucessivamente, aos Deputados Nestor Duarte e Eraldo Tinoco que justificaram suas ausências à reunião anterior. Em seguida, o Senhor Presidente fez distribuir aos parlamentares presentes cópia do Ato da Mesa número cento e sessenta e oito, de mil novecentos e oitenta e nove, que "Dispõe sobre o registro de comparecimento de Deputados", e cópia da síntese dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada na legislatura anterior, também destinada a investigações de irregularidades na cessão do controle acionário da NEC do Brasil S/A. Em seguida, passou-se a discutir a aceitação ou não, por parte do Deputado Luiz Carlos Santos, da designação que lhe fora feita, de Relator da Comissão. Participaram dos debates os Senhores José Lourenço, Nestor Duarte, Gonzaga Motta e Geddel Vieira Lima. Dada a palavra ao Deputado Luiz Carlos Santos, este apresentou proposta para que a reunião fosse suspensa por dez minutos, a fim de que fosse possível contatar o Deputado Genebaldo Correia, Líder do PMDB na Câmara dos Depu- Quinta-feira 30 17379 tados e, assim, confirmar sua aceitação para o cargo de Relator. A proposta foi acolhida pela Presidência e a reunião suspensa, por dez minutos, às dez horas e cinqüenta minutos. às onze horas e vinte e cinco minutos, foi reiniciado ai reunião e dada a palavra ao Relator, Deputado Luiz Carlos Santos, que manifestou a intenção de estudar o material que lhe fora distribuído sobre a CPI instalada na legislatura anterior tema objeto de investigação, e, depois disso, estaria em condições de apresentar ao Plenário proposta de Roteiro dos Trabalhos. O Senhor Deputado Paulo Ramos, usando da palavra, teceu tilizando-se de livro de autoria do Senhor Walter Clark afirmou que as informações contidas na página 289 daquele'livro continham dados suficientes para que fossem convocados a depor na CPI os Senhores Roberto Marin~'o, Antônio Carlos Magalhães, o Representante da NEC Corporation, do Japão, e o Senhor Walter Clark, motivo pelo qual apresentou oficialmente à Presidência Roteiro Preliminar de Trabalho a fim de que o Plenário pudesse sobre ele deliberar. O Deputado José Lourenço, usando da palavra, manifestou-se no sentido ~e que fossem novamente convocadas a depor as personalidades que depuseram na CPI da legislatura anterior para, depois, deliberar-se sobre a necessidade de novos depoimentos. Participaram dos debates que a seguiram os Senhores Deputados Nestor Duarte, Geddel Vieira Lima, Tilden Santiago, Ronaldo Caiado, Jairo Azi, Eraldo Tinoco e Gonzaga Motta. O Senhor Presidente comunicou ao Plenário que marcaria noya reunião para que o Relator apresentasse a proposta do RoteIro dos Trabalhos, tendo em vista a confirmação deste no ~argo somente nesta data e seu pedido de tempo para analIsar o material, distribuído à Comissão, necessário à elaboração desse Roteiro. O Deputado Luiz Carlos Santos sugeriu que, em face da viagem que realizaria nos próximos dias ao Chile, a nova reunião fosse marcada para o dia 14 de julho. Ante a manifestação do Relator, discutiu-se a conveniência da Comissão funcionar ou não, durante o recesso parlamentar. Participaram dos debates os Senhores Deputados Eraldo Tinoco, Paulo Ramos, José Lourenço e Nestor Duarte. O Senhor Presidente, com fundamento no artigo duzentos e setenta e nove, parágrafo segundo, do Regimento Interno, informou que o prazo de funcionamento da Comissão ficaria interrompida durante o recesso legislativo e, assim, não será descontado no prazo regimental de funcionamento da Comissão. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrada a reu~ião, antes convocando outra para o dia quatro de agosto de mIl novecentos e noventa e dois, às dez horas, para apresentação, discussão e votação do Roteiro de Trabalho da Comissão. Os debates foram gravados e, depois de traduzidos, serão anexados aos autos do presente inquérito. E, para constar, eu Ana Clara Fonseca Serejo, Secretária, lavrei a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e remetida à publicação no Diário do Congresso Nacional. MESA Presidente: IBSEN PINHEIRO (pMDB) 1° Vice-Presidente: GENÉSIO BERNARDINO (pMDB) 2° Vice-Presidente: WALDIR PIRES (pDT) -, 1° Secretário: INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL) 2° Secretário: ETEVAlDO NOGUEIRA (PFL) 3° Secretário: CUNHA BUENO (PDS) Suplentes: JAIRO AZI (pDC) ROBSON TUMA (PL) LUIZ MOREIRA (pTB) 4° Secretário: MAX ROSENMANN (PRN) JOÃO PAULO (PT) PARTIDOS, BLOCOS E RESPECTIVAS LIDERANÇAS NA cÂMARA DOS DEPUTADOS BLOCO PARLAMENTAR PFL/PRN/PSC PARTIDO DEMOCRÁTICO lRABALHISTA Líder -PDT- Luís EDUARDO Vice-lideres EDEN PEDROSO Lfder Vice-lideres Maluly Netto Maviel Cavalcanti Messias Góis Ney Lopes Odelmo Leão Paes Landim Roberto Magalhães Romel Anísio Sandra Cavalcanti Tony Gel José Carlos Vasconcellos Antônio dos Santos Antônio Holanda Átila Lins César Bandeira Efraim Moraes Eraldo Tinoco Eraldo Trindade Euclydes Mello Jesus Tajra José Múcio Monteiro PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO -PMDBLtOer GENEBALDO CORREIA Vice-lideres César Maia Cid Carvalho Fernando Diniz Geddel Vieira Lima Germano Rigotto João Almeida João Henrique José Maranhão José Thomaz NonO Luiz Carlos Santos zaire Rezende Aldo Pinto Sérgio Gaudenzi Edson Silva Vidal do Rego Wilson Müller Eduardo Mascarenhas Paulo Ramos Márcia Cibilis Viana Êlio Dalla-Vecchia PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL -PDSLíder JOSÉ LUIZ MAIA Vice-lideres Gerson Peres Aécio de Borba Marcelino Romano Machado Edevaldo Alves da Silva Hugo Biehl Teresa Jucá Victor Faccioni José Lourenço Roberto Campos PARTIDO SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA -PSDB LtOer JOSÉ SERRA Vice-Líderes Jutahy Júnior Sérgi9 Machado Antônio Carlos Mendes Thame Paulo Hartung Açlroaldo Streck Artur da Távola Rubens Bueno Jabes Ribeiro Líder PARTIDO DOS TRABALHADORES -PT- EURIDES BRITO Vice·Líderes Líder EDUARDO JORGE Vice-Líderes Salatiel Carvalho Sandra Starling Paulo Bernardo Paulo Rocha José Fortunati Chico Vigilante Hélio Bicudo Pedro Tonelli PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO -PTB- Líder CÉLIO DE CASTRO Vice-Líderes PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA -PSTLíder LUIZ CARLOS HAULY Vice-Líderes Pedro Valadares Vice-Líderes João Mendes Augustinho Freitas Antônio Morimoto Roberto Jefferson Nan Souza PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL -PCDOB- PARTIDO DEMOCRÁTICO CRISTÃO -PDC- Vice-Líder Jandira Feghali Avenir Rosa Francisco Coelho PARTIDO LIBERAL -PLLíder RICARDO IZAR Vice-Líderes João Teixeira Jones Santos Neves Getúlio Neiva Líder ALDO REBELO Líder JONIVAL LUCAS Vice-Líderes Paulo Mandarino José Maria Eymael Roberto Franca Luiz Piauhylino Maria Luiza Fontenele Líder NELSON MARQUEZELLI Onaireves Moura Nelson Trad Edison Fidélis Mário Chermont PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO -PSB- PARTIDO DAS REFORMAS SOCIAIS -PRSPARTIDO POPULAR SOCIALISTA -PPSPARTIDO VERDE -PVPARTIDO REPUBLICANO PARTIDO TRABALHISTA PROGRESSISTA -PRP- RENOVADOR PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO -PTR- -PSD- COMISSÕES PERMANENTES COMIssÃo DE AGRICULTURA E pOLíTICA RURAL P1R B. Sá Presidente: Dep. Vadão Gomes (Bloco-8P) 10 Vice-Presidente: Dep. Otto Cunha (Bloco-PR) 2:' Vice-Presidente: Dep. Hélio Rosas (pMDB-8P) 30 Vice-Presidente: Dep. Romero Filho (PST-PR) PSB Álvaro Ribeiro PST Titulares Romero Filho Bloco Ronaldo Caiado Tadashi Kuriki Vadão Gomes Vicente Fialho Vitório Malta Waldir Guerra Werner Wanderer Arno Magarinos Evaldo Gonçalves Iberê Ferreira Jonas Pinheiro Jorge Khoury Otto Cunha Paulo Romano PCdoB Adauto Pereira (Bloco) PRS José Aldo Suplentes PMDB Dejandir Dalpasquale Derval de Paiva Etevalda Grassi de Menezes Hélio Rosas Ivo Mainardi Joni Varisco Neuto de Conto Odacir Klein Pedro Abrão Roberto Rollemberg Robson Paulino Virmondes Cruvinel PDT Laerte Bastos Luiz Girão Aroldo Goes Carlos Cardinal Giovanni Queiroz PDS Osvaldo Bender Paulo Mourão Fábio Meirelles João Tota Bloco Abelardo Lupion Antonio Deno Caldas Rodrigues Camilo Machado Efraim Morais Ivânio Guerra Lael Varella José Maranhão Laire Rosado Paulo Titan 6 vagas Domingos Juvenil Fernando Diniz Gilvam Borges José Maranhão PDT Rubens Bueno Wilson Moreira PT Pedro Tonelli Vasco Furlan (PDS) Adão Pretto Luci Choinacki Leur Lomanto Maviael Cavalcanti Odelmo Leão Osvaldo Coelho Rivaldo Medeiros Wagner do Nascimento PMDB PSDB André Benassi Cid Carvalho (pMDB) Osório Santa Cruz (pDC) 1 vaga PTB Beraldo Boaventura Clóvis Assis José Carlos Coutinho Junot Abi-Ramia 1 vaga PDS Djenal Gonçalves Fetter Júnior Aécio de Borba Carlos Azambuja PSDB Wilson Cunha Augustinho Freitas Roberto Torres PDC Samir Tannús Melquiades Neto PL Avelino Costa Luiz Pontes Oswaldo Stecca Antonio Faleiros Jabes Ribeiro João Batista Motta Wilmar Peres PT Alcides Modesto Aloizio Mercadante Hugo Biehl (PDS) Valdir Ganzer PDS PTB Rodrigues Palma Antonio Morimoto Jose Elias PDC Roberto Balestra Mauro Borges PL Wellington Fagundes Jarvis Gaidzinski Pinheiro Landim (PMDB) Roberto Campos Carlos Virgfiio Jose Diogo Marcelino Romano PSDB Magalhães Teixeira Paulo Silva J Dão Faustino Koyu Iha PTR PT Reditário Cassol Osvaldo Reis Paulo Bernardo Tilden Santiago Irma Passoni Lourival Freitas PSB PTB Sergio Guerra Matheus Iensen Jose Elias Luiz Moreira PST PDC Delcino Tavares Jonival Lucas PL PCdoB Valdemar Costa Ribeiro Tavares Maria Valadão (PDS) PTR PRS Valdenor Guedes Nobel Moura PSB Israel Pinheiro Ariosto Holanda Secretário: Jose Maria de Andrade Córdova Ramal: 6978/6979/6981 ReuniCles: 4"8 e 5as feiras, 10:00 - Sala 212 (Bloco das Lide Francisco Silva ranças) PST PCdoB COMISSÁO DE CIMCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÁO E INFORMÁTICA Presidente: Dep. Irma Passoni (PT-SP) 1° Vice-Presidente: Dep. Lourival Freitas (pT-AP) 20 Vice-Presidente: Dep. Fausto Rocha (Bloco-SP) 3° Vice-Presidente: Dep. Pinheiro Landim (PSDB-CE) Titulares Bloco Jerônimo Reis Jose Mendonça Bezerra Maluly Netto Maurício Calixto Paulo Lima Pinga Fogo de Oliveira Angelo Magalhães Arolde de Oliveira Carlos Roberto Massa Eraldo Trindade Fausto Rocha George Takimoto PMDB Henrique Eduardo Alves Laprovita Vieira Luiz Tadeu Leite Nelson Proença Roberto Valadão Aluizio Alves Antônio Britto Domingos Juvenil Eliel Rodrigues Hagahús Araujo PDT Beto Mansur Cidinha Campos J 086 Vicente Brizola Lysâneas Maciel Walter Nory (PMDB) PCB Roberto Freire Suplentes Bloco Aroldo cedraz cesar Bandeira cesar Souza Delio Braz Gilson Machado Humberto Souto Luciano Pizzato Luis Eduardo Paulo Marinho Pedro Irujo Renato Johnsson Ruben Bento PMDB Marcelo Barbieri Olavo Calheiros TIdei de Lima João Almeida Luiz Henrique Manoel Moreira 4 vagas PDT Edson Silva Paulo Heslander Aldo Pinto Edi Siliprandi PDS Daniel Silva Gerson Peres Ibrahim Abi-Ackel José Teles Ruberval Pilotto PMDB PSDB Geraldo Alckmin Filho Jackson Pereira Artur da Távola Flávio Arns PT Nilmário Miranda Sandra Starling Florestan Fernandes José Genoíno PTB PDT Paulo de Almeida Aldir Cabral Gastone Righi Mendes Ribeiro Nelson Jobim Nilson Gibson Renato Vianna Ulysses Guimarães Alano de Freitas João Natal João Rosa José Dutra José Luiz Clerot José Thomaz NonÔ Luiz Carlos Santos PDC Sérgio Cury Vital do Rêgo Dércio Knop Edi Siliprandi Francisco Evangelista PDS Samir Tannús PL Robson Tuma Flávio Rocha PSDB PTR Mário de Oliveira Eurides Brito Ibrahim Abi-Ackel Prisco Viana Adylson Motta Edevaldo Alves da Silva Gerson Peres PSB Israel Pinheiro Filho (PRS) Jutahy Júnior Moroni Torgan Osvaldo Melo (PDS) Sigmaringa Seixas PT Roberto Franca PST Edésio Passos Hélio Bicudo PCdoB Carlos Kayath Gastone Righi José Felinto José Genoíno Sandra Starling PTB 1 vaga Mendes Botelho Nelson Trad PDC PCB Rodrigues Palma (lPTB) José Maria Eymael Sérgio Arouca PL Secretária: Maria Ivone do Espírito Santo Ramal: 6906/6907/6908/6910 Reunião: 4"8 feiras, às 10:00. Plenário, sala 10 COMISSÁO DE CONSTITUIÇÁO E JUSTIÇA E DE REDAÇAO Presidente: Dep. José Luiz Clerot (pMDB-PB) 1° Vice-Presidente: Dep. João Rosa (pMDB-MG) Z' Vice-Presidente: Dep. Vital do Rêgo (PDT-PB) 3° Vice-Presidente: Dep. Ciro Nogueira (Bloco-PI) Wilson Müller (pDT) Irani Barbosa Robson Tuma PTR Reditário Cassol Benedito Domingos PSB Luiz Piauhylino PST Pedro Valadares PCdoB Titulares Haroldo Lima Bloco Antonio dos Santos Átila Lins Benedito de Figueiredo Ciro Nogueira Cleonâncio Fonseca Jesus Tajra Messias Gois Suplentes Paes Landim Paulo Marinho Raul Belém Ricardo Murad Roberto Magalhães Tony Gel Tourinho Dantas Bloco Everaldo de Oliveira Fernando Freire Flávio Palmier da Veiga Freire Júnior José Bumett José Falcão Maluly Netto Nelson Morro Ney Lopes Paulo Duarte Ruben Medina 3 vagas Titulares · PMDB Jurandyr Paixão Luiz Tadeu Leite NeifJabur Nestor Duarte Ubiratan Aguiar 1 Vaga Alberto Goldman Antonio de Jesus Ary Kara Felipe Neri João Henrique Valter Pereira Bloco PDT PMDB Edésio Frias Liberato Caboclo Aroldo Goes Beth Azize Eden Pedroso PDS Delfim Netto João de Deus Antunes Marcelino Romano Machado PDT PDS PSDB José Dirceu Pedro Tonelli Roberto Jefferson Roberto Torres Valdir Ganzer José Cicote PTB Hilário Coimbra Aldir Cabral PDC Jair Bolsonaro PDC Nan Souza (pS1) PL PL Ricardo Izar Getúlio Neiva José Augusto Curvo Marco Penaforte Tuga Angerami Fábio Feldmann PT PTB Francisco Coelho 1 vaga Aécio Neves (PSDB) Amaral Netto PT Cardoso Alves Edison Fidelis Regina Gordilho Beth Azize Edson Silva Osmânio Pereira Paulo Silva Agostinho Valente João Paulo Rita Camata Socorro Gomes (pC do B) Zila Bezerra Antonio de Jesus Armando Costa Genebâldo Correia J6rio de Barros Roberto Campos Vasco Furlan PSDB Edmundo Galdino Fábio Feldmann Magalhães Teixeira Luciano Pizzatto Maruli Guimarães Nelson MarquezeIli Orlando Bezerra Flavio Derzi Freire Júnior João Maia José Carlos Vasconcelos Wellington Fagundes PTR PTR Mário Chermont Mário Chermont Reditário Cassol PSB PSB Uldurico Pinto PV Miguel Arraes PST Sidney de Miguel Suplentes Luiz Carlos Hauly Bloco PCdoB Renildo Calheiros Secretária: Hilda de Sena Correia Wiederhecker Ramal: 6922 a 6925 Reuniões: 3"8, 4"8 e 5"8 feiras, às 10:00. Plenário, sala 1. COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, MEIO AMBmNTE E MINORIAS Presidente: Dep. Tuga Angerami (pSDB-8P) 10 Vice-Presidente: Dep. Marco Penaforte (pSDB-CE) 2? Vice-Presidente: Dep. Marilu Guimarães (Bloco-MS) 30 Vice-Presidente: Dep. Sidney de Miguel (pV-RJ) Tadashi Kuriki Sarney Filho 'Z/; Gomes da Rocha 1 vaga Arno Magarinos Fátima Pelaes Paulo Octávio Pedro Corrê", Ricardo Murad PMDB 5 vagas Alano de Freitas Aloizio Santos PDT José Vicente Brizola Laerte Bastos Paulo Portugal P:OS Teresa Jucá Célia Mendes Gerson Peres PTB PSDB Elias Murad Adroaldo Streck Antonio Carlos Mendes Thame PT Josê Fortunati Benedita da Silva PTB Wilson Cunha Raquel Candido PDC Avenir Rosa PL Diogo Nomura PTR Benedito Domingos PSB Álvaro Ribeiro PV 1 vaga Secretário: Aurenilton Araruna de Almeida RamaI: 6930/6931 Reunião: 4"8 feiras, 9:30. Sala 113 (Bloco das Lideranças) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA E COMfm.CIO Presidente: Dep. Gilson Machado (Bloco-PE) 1° Vice-Presidente: Dep. Os6rio Adriano (Bloco-DF) 2" Vice-Presidente: Dep. Jaques Wagner (PT-BA) 3° Vice-Presidente: Dep. Alberto Haddad (PTR-SP) Titulares PDC Eduardo Braga PTR Alberto Haddad PSB 1 Vaga PST Mauro Borges (pDC) Suplentes Bloco PMDB Luiz Roberto Ponte Pedro Abrão 3 vagas Aluízio Alves César Maia Fernando Bezerra Coelho PDT Luiz Girão Francisco Evangelista Paulo Ramos PDS Francisco Di6genes Basilio Villani Fábio Meirelles Saulo Coelho Jose Serra Paulo Hartung PT Paulo Delgado Luiz Gushiken Raul Pont PTB João Almeida Josê Belato Lázaro Barbosa Lúcia Vânia Nelson Marquezelli Felix Mendonça PDC Paulo Mandarino Pauderney Avelino PL PDT Miro Teixeira Nelson Bornier Álvaro Valle PTR João Colaço PDS PSB Victor Faccioni Fetter Júnior Pedro Pavão Ariosto Holanda PSDB Vittorio Medioli Ernani Viana Sérgio Machado PT Jaques Wagner José Fortunati Orlando Bezerra Renato Johnsson Vadão Gomes Waldir Guerra 1 vaga Adauto Pereira Angelo Magalhães Átila Lins Josê Moura Manoel Castro PMDB Márcia Cibilis Viana Marino Clinger Jones Santos Neves Jarvis Gaidzinski PSDB Maviael Cavalcanti Os6rio Adriano Roseana Sarney Rubem Medina Wagner do Nascimento Alberto Goldman Edivaldo Motta Felipe Neri Gonzaga Mota Roberto Balestra PL Bloco Antonio Holanda Ézio Ferreira Gilson Machado José Carlos Aleluia José Múcio Monteiro Raquel Candido João Mendes Vladimir Palmeira PST Pedro Valadares Secretário: Jussara Maria Goulart Brasil de Araujo RamaI: 7024 a 7026 Reunião: 4"8 feiras, 10:00. Plenário 209. (Bloco das Lideranças) PDT COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO Vital do Rego Carrion JÚDior Regina Gordilho PDS TeImo Kirst Edevaldo Alves da Silva Fernando Carrion Presidente: Dep. Celso Bernardi (pDS - RS) 1° Vice-Presidente: Dep. Maria VaIadão (pDS - GO) 'l:' Vice-Presidente: Dep. Adelaide Neri (pMDB - AC) 3° Vice-Presidente: Dep. Costa Ferreira (plR - MA) PSDB Ernani Viana Rubens Bueno Rose de Freitas Titulares PT Bl-co Orlando Pacheco Ricardo Heráclio Ronivon Santiago Sandra Cavalcanti Antônio Bârbara Arnaldo Faria de Sá Camilo Machado Eraldo Tinoco Euclydes Mello PST Onaireves Moura Nelson Trad PDC Jairo Azi PMDB Renildo Calheiros ~C do B) Rona do Perim Ubiratan Aguiar Adelaide Neri Aécio de Borba (PDS) Hermfnio Calvinho João Henrique PL Wilmar Peres P1R Eurides Brito PDT PSB 1 vaga Eduardo Mascarenhas Lúcia Braga Cêlio de Castro PST Nan Souza Se.cretária: Ronaldo Alves da Silva [~maI: 6903/6905!7010!7013 Reunião 48g feiras, 10:00. Plenário 15. PDS Maria Valadão Angela Amin Celso Bernardi PSDB Osmânio Pereira Artur da Távola Flávio Arns COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO PT Raul Pont Florestan Fernandes Paulo Delgado Presidente: Dep. Francisco Dornelles (Bloco-RJ) 1° Vice-Presidente: Dep. Manoel Castro (Bloco - BA) 'l:' Vice-Presidente: Dep. Basilio Villane (pDS - PR) 3° Vice-Presidente: Dep. Fernando Bezerra Coelho (pMDB-PE) PTB S6lon Borges dos Reis Fábio Raunheiti PDC Josê Linhares (PSDB) Titulares PL Bloco Álvaro Valle Josê Falcão Júlio Cabral Luiz Dantas Manoel Castro Mussa Demes Benito Gama Cêsar Souza Fernando Fr',ire Flâvio Pallr'.er da Veiga Francis,::.J 'Jornelles PlR Costa Ferreira PSB Maria Lüiza Fontenele PMDB I João Teixeira (PL) ~ Suplentes i Bloco Marilu Guimarães Murilo Pinheiro Paulo Lima Paulo Manso Romano Benedito de Figueiredo Cleonâncio Fonseca Edmar Moreira Josê Mendonça Bezerra Luiz Dantas PMDB Derval de Paiva Josê Luiz Clerot Maria Laura Hêlio Bicudo Lourival Freitas César Ma.!, ~ernando Bezerra Coelho (;ermano Rigotto J ..ldU =:-.10S Bacelar Lufs Roberto Ponte Manoel Moreira Sêrgio Nayà Wilson Campos PDT Sêrgio Gaudenzi Carrion Júnior Élio Dalla-Vecchia PDS Josê Lourenço Basilio Villani Delfim Neto PSDB zaire Rezende 4 vagas Jackson Pereira Josê Serra Paulo Hartung PT Alofzio Mercadante Geddel Vieira Lima (pMDB) José Dirceu PTB Paulo Heslander Félix Mendonça PDC COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA Presidente: Dep. Eduardo Moreira (pMDB-SC) 10 Vice-Presidente: Dep. Marcelo Barbieri ~MDB-SP) 2P Vice-Presidente: Dep. Avenir Rosa (pD -RR) 3° Vice~Presictente: Dep. J asê TJlisses de Oliveira (pRS-MG) Pedro Novais Paulo Mandarino PL Nelon Bornier Flávio Rocha PTR carlos Camurça Titulares Bloco J osê Santana de Vasconcelos Mutilo Pinheiro Ruben Bento Sérgio Barcellos Abelardo Lupion Aracely de Paula Aroldo Cedraz Elísio Curvo PSB PlVIDB Sérgio Guerra Luiz carlos Hauly Suplentes PDT Bloco José carlos Vasconcelos Roberto Magalhães Simão Sessim Tourinho Dantas 1 vaga Augusto Farias Cleto Falcão Ézio Ferreira George Takimoto JerÔnimo Reis Marcelo Barbiere Olavo Calheiros Pedro Tassis Eduardo Moreira Gilvan Borges José Geraldo PST Vivaldo Barbosa Paulo Ramos 1 Vaga PDS Ruberval Pilotto Carlos Azambuja PSDB PMDB Nelson Jobim Robson Paulino 3 vagas Gonzaga Mota Hélio Rosas Lúcia Vânia Oswaldo Stecca Adroaldo Streck PT Alcides Modesto Agostinho Valente PDT PTB Miro Teixeira Junot Abi-Ramia Valdomiro Lima Alceste Almeida Sérgio Britto (pDC) PDS Roberto Campos João Tota Osvaldo Melo PDC Avenir Rosa PSDB Wilson Moreira Rose de Freitas Sérgio Machado PL Getúlio Neiva PTR PT Vladimir Palmeira Laire Rosado (PMDB) Paulo Bernardo PRS PTB Matheus Iensen Anibal Teixeira Pascoal Novaes Marcelo Luz José Ulisses de Oliveira PPS PDC Marcos Medrado José Maria Eymael PL João Fagundes (PIV!DB) Suplentes 1 vaga João Teixeira PTR Bloco Marcelo Luz PSB Luiz Piauhylino PST Romero Filho Secretária: Maria Linda Magalhães Ramal: 6959/6960/6989 Reunião: 43g feiras, 10:00 Plenário 5. Maviael Cavalcanti Otto Cunha Vicente Fialho Werner Wanderer Alacid Nunes Jonas Pinheiro José Carlos Aleluia José Reinaldo PNIDB Aloisio Vasconcelos Herminio calvinho Jorge Tadeu Mudalen Lázaro Barbosa Mauro Miranda Nfcias Ribeiro PDT Élio Dalla-Vecchia 1 vaga PSDB Wilson MÜller Marcia Cibilis Vian Jayme Santana Jorge Uequed PDS Victor Faccioni Josê Diogo Paulino Cicero de Vansconcelos PT Luiz Gushiken Benedita da Silva PSDB PTB Munhoz da Rocha Mauro Sampaio Cardoso Alves AnnibaI Teixeira PT PDC Ricardo Moraes Adão Pretto PTB PL Hilário Coimbra Francisco Rodrigues Diogo Nomura PDC PlR Melquiades Neto Eurides Brito PL Valdemar Costa PSB PlR Valdenor Guedes Nobel Moura Miguel Arraes PCdoB Eduardo Siqueira Campos (pDC) PRS Josê Aldo Suplentes PPS Bloco Marcos Uma (pMDB) Antonio dos Santos Benedito Gama Fausto Rocha Jesus Tajra Secretária: Maria Eunice Torres Vilas Bôas Ramal: 6944/6946 Reunião: 4"8 feiras, 10:00. Plenário 2l. COMISSÃO DE RELAçõES EXTERIORES Titulares PDT Vivaldo Barbosa José Lourenço Adylson Motta Ney Lopes Osvaldo Coelho Paulo Octávio Sarney Filho PSDB Jutahy Júnior Aécio Neves Joao Faustino PT Tilden Santiago Irma Passoni PMDB Luiz Viana Neto Aloisio Vasconcelos Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) Ary Kara Luiz Henrique Osvaldo Melo (PDS) Ulysses Guimarães Virmondes Cruviel 1 Vaga PDS Bloco Antonio Ueno Cleto Falcao Leur Lomanto Nelson Morro Orlando Pacheco Paes Landim Roseana Sarney Tony Gel PMDB Geddel Vieira Lima Joao Rosa Presidente: Dep. Pauderney Avelino (pDC-AM) Murilo Rezende 1° Vice-Presidente: Dep. Diogo Nomura (PL-SP) Z" Vice-Presidente: Dep. Francisco Coelho (PDC-MA) 3°Vice-Presidente: Dep. Eduardo Siqueira Campos (pDC-TO Amaury Müller Sérgio Cury Neife Jabur Nestor Duarte PTB S6lon Borges dos Reis Alceste Almeida PDC Pedro Novais Eduardo Braga PL PDT Jones Santos Neves Mendonça Neto Edêsio Frias Haroldo Sabóia PlR Salatiel Carvalho PDS Djenal Gonçalves Pauderney Avelino Francisco Coelho José Teles Suplentes PSB mdurico Pinto BÍocci PCdoB Aldo Rabelo Secretária: Andréia Maunl,Versiani de Miranda Ramal: 6993 a 6996 ReuniOes: 3"8, 4"8 e sa feiras, 10:00. Plenário 2 Jairo carneiro João Maia Pinga Fogo de Oliveira ~cardo Heráclio Vit6rio Malta Arnaldo Faria de Sâ Ciro' Nogueira Iberê Ferreira Ivan Burity Jairo Carneiro COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E :fAMiLIA Presidente: Dep. Euler Ribeiro (pMDB-AM) 1° Vice-Presidente: Dep.JorgeTadeu MudaIen (pSDB - CE 2" Vice-Presidente: Dep. Elias Murad (pSDB - MA) 30 Vice-Presidente: Dep. Renato Johnsson (Bloco-PR) Titulares PMDB Virmondes Cruvinel Zila Bezerra 1 vagas Antonio Britto Eduardo Moreira Nelson Proença Rita ,camata PDT Marino Clinger Odinha campos Lúcia Braga Bloco PDS Paulo Duarte Pedro Corrêa Renato Johnsson Rivaldo Médeiros Everaldo de Oliveira Fátima Pelaes Heitor Franco Minio Guerra José Egydio PMDB Nilton Baiano Sérgio Arouca (PCB) Valter Pereira Armando Costa Euler Ribeiro Jorge Tadeu Mudalen Maurílio Ferreira Lima PSDB Marco Penaforte Jorge Uequed José Linhares PT Luci Choinacki Chico Vigilante PTB Luiz Moreira Fábio Raunheitti PDT PDC Paulo Portugal Clóvis Assis Liberato cablooo Osório Santa Cruz Eduardo Siqueira campos PL Avelino COsta PDS Teresa Jucá Célia Mendes João Rodolfo PTR B.Sá PSDB PSB Geraldo Alckmin Filho Antonio Faleiros Elias Murad José carlos Sabóia PST PT João Paulo Eduardo Jorge PTB Roberto Jefferson Joaquim Sucena PDC Jandira Feghali (pC do B) Eduardo Matias PL José Augusto Curvo PTR Salatiel carvalho PSB carlos Scarpelini Secretária: Maria Inês de Bessa Lins Ramal: 7018 a 7021 Reunião: 4"8 feiras, 10:00. Plenário 9. COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO púBuco Presidente: Dep. carlos Aberto campista (pDT-RJ) 1° Vice-Presidente: Dep. Amauri Müller (PDT-RS) 2" Vice-Presidente: Dep. Délio Braz (Bloco-GO) 3° Vice-Presidente: Dep. José carlos Sabóia (PSB-MA) Jamil Haddad Titulares PST Delcino Tavares Osvaldo Bender Angela Amin J6rio de Barros (pMDB) Bloco Aldo Rebelo (pc do B) Délio Braz Edmar Moreira Humberto Souto José Burnett Luis Eduardo Sé Gomes da Rocha 1 vaga PL PMDB Mauri Sérgio Tidei de lima zaire Rezende Chico Vigilante (P1) Jurandir Paixão Marcos lima Irani Barbosa PTR PDT Carlos Alberto campista Amaury Müller Beraldo Boaventura Wanda Reis PSB PDS Maria Laura (Pl) Hugo Biehl João de Deus Antunes Mauro Sampaio PT Paulo Rocha Paulo Paim PRS Josê Ulisses de Oliveira PSDB Edmundo Galdino Jabes Ribeiro Jamil Haddad PTB Secretário: Antonio Lufs de Souza Santana Ramal: 6887/6990flOO4{lOO7 Reunião: 3"8,4"8 e 5"8 feiras, 10:00. Plenário lI. COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTE, DESENVOLVIMENTO URBANO Edison Fidelis Caldas Rodrigues (Bloco) E INTERIOR PDC Jaim Bolisonaro Presidente: Dep. Paulo de Almeida (pTB/RJ) PL 10 Vice-Presidente: Dep. Onaireves Moura (pTBIPR) ']f' Vice-Presidente: Dep. Nicias Ribeiro (pMDBIPA) 30 Vice-Presidente: Dep. Augusto Carvalho (pCB/DF) Ricardo Izar PTR Mário de Oliveira PSB Titulares Jasé Carlos Sabóia Bloco PRS Rose de Freitas (PSDB) Suplentes Bloco Júlio Cabral Messias Góis Mussa Demes Sérgio Barcellos Eraldo Tinoco Eraldo Trindade Euclydes Mello Flávio Derzi PMDB Nilson Gibson 3 vagas Augusto CarvalhO (PCB) Jaques Wagner (Pl) Renato Viana PDT Josê Moura José Reinaldo Lael Varella Pedro Irujo Romel Anísio Simão Sessim Alacid Nunes Augusto Farias César Bandeira Efraim Morais Ivan Burity Jairo Carneiro PMDB Mauro Miranda Murilo Rezende Nicias Riberiro Paulo Titan 1 vaga Carlos Benevides Fernando Diniz Josê Maranhão Laire Rosado Mário Martins PDT Sérgio Gaudenzi Haroldo Sabóia Paulo Ramos PDS Pedro Pavão Carlos Santana(p1) Paulo Mourão PDS PSDB Sigmaringa Seixas Jayme Santana Tuga Angerami Junot Abi-Ramia Valdomiro lima Aloizio Santos (pMDB) Francisco Rodrigues (pTB) Daniel Silva Fernando Carrion Francisco Diógenes Telmo Kirst PT Ernesto Gradella Edêsio Passos PTB Joaquim Sucena João Mendes PDC ill;:gO }4:atias PSDB João Baptista Motta Luiz Pontes Munhoz da Rocha Saulo Coelho PDC PT Carlos Santana Ernesto Gradella Nilmário Miranda Ricardo Moraes Paulo de Almeida PL Alberto Haddad PST Francisco Silva PCdoB 1 vaga PlR PCB Osvaldo Reis João Colaço Roberto Freire PSB Secretário: Ronaldo de Oliveira Noronha PST Ramal: 6973 a 6976 Roberto Franca Carlos Scarpelini Reunião: 41lg feiras, 10:00. Plenário 14. PCdoB Leopoldo Bessone (pMDB) PCB Augusto Carvalho COMISSÃO DE DEFESA NACIONAL Presidente: José Augusto Curvo (pL - M1) 1° Vice-Presidente: Dep. Nelson Bornier (pL/RJ) 2? Vice-Presidente: Dep. Aldir Cabral (pTB - RI) 3° Vice-Presidente: Dep. Álvaro Ribeiro (pSB - PE) Suplentes Bloco José Múcio José Santana de Vasconcellos Osório Adriano Ronaldo Caiado Sandra Cavalcanti 1 vaga PMDB Eduardo Moreira Eliel Rodrigues Etevalda Grassi de Menesses Mauri Sérgio PDT Beto Mansur Dércio Knop PDS Carlos Virgfiio João Rodolfo Koyu Iha Moroni Torgan Nilton Baiano Pinheiro Lanim 4 vagas Mendonça Neto 1 vaga Maria Valadão Prisco Viana PSDB Paulino Cfcero de Vasconcelos Vitório Medioli Bloco Odelmo Leão Orlando Bezerra Paes Landim Roberto Magalhães Abelardo Lupion Alacid Nunes Átila Lins Edmar Moreira PMDB Antônio de Jesus Marcelo Barbieri Mário Martins Etevalda Grassi de Menezes Maurllio Ferreira Lima JDão Fagundes PDT Wilson Müller Maurfcio Campos (PL) Paulo Ramos Fernando Carrion Carlos Virgílio Fábio Meirelles PSDB Rose de Freitas Moroni Torgan PT José Dirceu Hélio Bicudo Paulo Paim Paulo Rocha Eduardo Jorge José Cicote Titulares PDS PT PTB Mendes Botelho Francisco Rodrigues Aldir Cabral PTB Augustinho Freitas Carlos Kayath Carlos camurça Maria Luiza Fontenele Jairo Azi 1 vaga José Felinto (pS1) Antonio Barbara Aracely de Paula Carlos Roberto Massa Elísio Curvo Jorge Khoury José Egydio Maurfcio Campos PTR PSB PDC Carlos Albuquerque SérgiO Brito PL André Benassi (PSDB) PTB Antonio Morimoto Onaireves Moura Jonival Lucas PDC Mauro Borges PDS PL José Augusto Curvo PTR Nelson Bornier Salatiel Carvalho A6cio de Borba .Celso Bernardi Osvaldo Melo Ruberval Pilotto PSDB PSB Álvaro Ribeiro Suplentes PTB Bloco PMDB Ivo Mainardi Luiz Henrique Pinheiro Landim ad Carvalho Euler Ribeiro Hermfnio Calvinho PDT 1 Vaga Carrion Júnior Giovanni Queiroz PDS PT José Fortunati Sandra Starling PDC Sérgio Brito Leomar Quintanilha PL Nelson Bornier Valdemar Costa Secretário: Antonio Fernando Borges Manzan Local: Anexo 11 - SilO - Mezanino Telefone: 311-7052 Telmo Kirst Carlos Azambuja Osvaldo Bender PSDB Wilmar Peres (PL) Paulo Silva PT Paulo Delgado José Genolílo PTB Fábio Raunheitti Annibal Teixeira PDC Jair Bolsonaro PL Ribeiro Tavares Avelino Costa PTR Marcelo Luz COMISSÁO ESPECIAL CONSTITU1DA, NOS TERMOS DO ART. 34, INCISO n, DO REGIMENTO INTERNO, PARA APRECIAR E DAR PARECER SOBRE TODOS OS TRÂMITEs NA CASA, RELATIVOS À REGULAMENTACÃO DO ART. 192 DA CONSTITIJIÀO FEDERAL_ SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Presidente: Deputado Benito Gama Vice-Presidente: Deputado José Lourenço Relator: Deputado César Maia Suplentes Titulares PSB BLOCO PARLAMENTAR Roberto França Secretária: Marci Bernardes Ferreira Ramal: 6998/7001/7002 COMISSÁO ESPECIAL PARA DAR PARECER SOBRE O PROJETO DE LEI N° 965, DE 1991, QUE "INSTITUI NORMAS GERAIS SOBRE DESPORTOS E DÁ OUTRAS PROVID:aN'CIAS". Presidente: Deputado AÉCIO DE BORBA (PDS) 10 Vice-Presidente: Deputado JOSÉ MOURA (BLOCO) 20 Vice-Presidente: Deputado TID:gI DE LIMA (PMDB) Relator: Deputado ARTUR DA TAVOLA (PSDB) Titulares Paulo Almeida Onaireves Moura Luciano Pizzatto Raul Belém 3 vagas Arolde de Oliveira Evaldo Gonçalves Heitor Franco Jorge Uequed Artur da Távola Suplentes BLOCO PARLAMENTAR Alacid Nunes Arnaldo Faria de Sá Carlos Roberto Massa Benito Gama Simão Sessim Eraldo Tinoco Raul Belém José Moura PMDB Alofsio Vasconcelos Antônio Britto Luiz Carlos Hauly Henrique Eduardo Alves Odacir Klein Roberto Rollemberg Ronivon Santiago Tidei de Lima PDT José Vicente Brizola Beto Mansur Paulo Ramos Paulo Portugal Basflio Villani Daniel Silva Gilson Machado Paes Landim Roberto Magalhães Benito Gama Elfsio Curvo Ézio Ferreira Francisco Dornelles José Múcio Monteiro PMDB Dejandir Dalpasquale Etevalda Menezes Fernando Bezerra Coelho Odacir Klein PDT Márcia abilis Viana Beraldo Boaventura Valdomiro Lima Carrion Júnior PDS Fetter Júnior José Lourenço Roberto Campos Marcelino Romano Machado PSDB AntOnio Carlos M. Thame Jackson Pereira Paulo Hartung PTB Gastone Righi Rodrigues Palma PT JOsé Fortunatti Paulo Bernardo PDC Pauderney Avelino Paulo Mandarino PL Ricardo Izar Jones Santos Neves César Maia José Dutra José Luiz Clerot Lufs Roberto Ponte Serviço de ComissC'Jes Especiais Local: Anexo n - Sala 10 - Mezanino Ramais: 7066/7067{l052 Secretário: Sfivio Sousa da Silva COMISSÃO ESPECIALPARA PROFERIR PARBCER AO PROJETO DE LEI N° 824, DE 1991..l.QUE "REGULA DIREITOS E OBRIGAÇuES RELATIVOS À PROPRIEDADE INDUSTRIAL PREVISTO NA MENSAGEM N° 192/91 DO PODER EXECUTIVO Presidente: Deputado Alberto Goldman 1° Vice-Presidente: Deputada Sandra Starling 2P Vice-Presidente: Deputado Magalhães Teixeira Relator: Ney Lopes Titulares Suplentes BLOCO PARLAMENTAR Gilson Machado César Bandeira Paes Landim José Carlos Aleluia José carlos Vasconcelos Elísio Curvo Ney Lopes José Santana de Vasconcelos Otto Cunha Wagner do Nascimento PMDB Fernando Bezerra Coelho Alberto Goldman João Almeida Marcelo Barbieri José Luiz Clerot Nelson Jobim Nelson Proença Luiz Tadeu Leite PDT carrion Júnior Clóvis Assis Liberato caboclo Paulo Ramos PDS Ibrahim Abi-Ackel Francisco Diógenes José Teles Roberto Campos PSDB Jutahy Júnior Antonio carlos Mendes Thame Paulo Silva Magalhães Teixeira PTB João Mendes Cardoso Alves PT Jaques Wagner Sandra Starling PDC Roberto Balestra José Maria Eymael PL Valdemar Costa João Mellão Neto Serviço de ComiSSÕes Especiais: Anexo n - Sala 10 - Mezanino Secretário: Brunilde Uviero carvalho de Moraes Ramais: 7066 e 7067 COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N° 24 DE 1991, QUE "INSTITUI O SISTEMA DE ELEIêXO DISTRITAL MISTA NOS MUNICÍPIOS MAIS OÉ CEM MIL ELEITORES" Presidente: Deputado José Thomaz Nonô 1° Vice-Presidente: Deputado Osmânio Pereira Relator: Deputado Maluly Netto Titulares Suplentes BLOCO PARLAMENTAR Ângelo Magalhães Heitor Franco Flávio Dérzi Lael Varella Maluly Netto Orlando Pacheco Romel Anísio Simão Sessim PMDB Felipe Neri Eduardo Moreira João Henrique Mauri Sérgio José Thomaz Nonô Lazaro Barbosa Luiz Henrique Nilson Gibson PDT Miro Teixeira Clóvis Assis Sérgio Gaudenzi Mendonça Neto PDS Adylson Motta José Lourenço Prisco Viana Telmo Kirst PSDB Osmânio Pereira Rubens Bueno PTB cardoso Alves carlos Kayath PT José Dirceu Paulo Delgado PDC Pedro Novais Melquíades Neto PL João Teixeira Wilmar Peres Serviços de ComissC'Jes Especiais: Anexo Mezanino. Secretário: José Maria Aguiar de Castro Ramais: 7066/7067{l052 n- Sala 10 - COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N° 55, DE 1991, QUE "ALTERA DISPOSITIVOS DA ÇONSTITUIÇÃO FEDERAL (AJUSTE FISCAL)" Presidente: Deputado José Dutra 1° Vice-Presidente: Deputado Germano Rigotto 2:' Vice-Presidente: Deputado José Lourenço 39 Vice-Presidente: Deputado Carrion Júnior Relator: Deputado Benito Gama Titulares Suplentes BLOCO PARLAMENTAR Benito Gama Francisco Dornelles Iberê Ferreira Romel Anísio Carlos Roberto Massa Ivânio Guerra Jairo Carneiro João Maia PMDB Fernando Bezerra Coelho César Maia Gonzaga Motta Germano Rigotto José Dutra Manoel Moreira _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _....l Luís Roberto_Ponte Pinheiro Landim Titulares PDT Carrion Júnior Mendonça Netto pDS Carlos "Alberto campista Dércio Knopp J ackson Pereira Edson Fidélis Vladimir Palmeira Roberto Balestra Jarvis Gaidzinski lJbf."·irü Ta.vares Serviço de Comissões Especiais: Anexo II - Sala :Hi - Mezanino. Secretário: Luiz César Lima Costa Ramais: 7066 e 7067 PDC José :Maria Eymael PL Jones Santos Neves Flávio Rocha José Maria Eymael PL PT Francisco Coelho Paulo Bernardo Vladimir Palmeira PDC PSDB Antonio Carlos ~,{eí1des Thame PTB Gastone Righi Alofzio Mercadante Paulo Heslander Cardoso Alves PT Roberto Campos Fmncisco Di6genes Delfim Netto José Lourenço Suplentes PTB Serviço de Comissões Especiais: Allexo TI ~ Sala 10 ~ Mezanino. Secretário: Silvio Avelino da Silva Ramais: 7067 e 7066 COMISSÃO ESPECIAL PARA APRECIAR E DAR PARECER SOBRE O PROJETO DE LEI N° 2057, DE 1991, QUE "INSTITUI O ESTATUTO DAS SOCIEDADES INDíGENAS" Presidente: Deputado Domingos Juvenil. 10 Vice-Presidente: Deputado João Fagundes 'lfJ Vice-Presidente: Deputado Lourival Freitas Relatora: Deputada Teresa Jucá Titulares COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE E:M:ENDA À CONSTITUIÇÃO N° 56, DE 1991, QUE "ALTERA DISPOSrrrvOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (DESREGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA) Presidente: Deputado Maurflio Ferreira Lima 1° Vice-Presidente: Deputado Fábio Meirelles 'lfJ Vice-Presidente: Deputado Luiz Tadeu Leite 3° Vice-Presidente: Deputado Vladimir Palmeira Relator: Deputado Ney Lopes Titulares Suplentes Suplentes BLOCO PARLAMENTAR Elfsio Curvo Luciano Pizzato Ruben Bento Sérgio Barcellos Tadashi Kuriki PMDB Domingos Juvenil Jolío Fagundes Valter Pereira zaire Rezende BLOCO PARLAJl,{El'-ITAR Paes Landim Renato Johnsson Ney Lopes Paulo Marinho Armando Costa Euler Ribeiro Hermfnio Calvinho Mauri Sérgio PDT Evaldo Gonçalves Flávio Derzi Nelson Morro Wagner Nascimento P:MDB Luiz Tadeu Leite Maurnio Ferreira Lima Nelson Proença Walter Nory Alacid Nünes Átila Lins George Takimoto Heitor Franco Tony Gel Eduardo Moreira Hermfnio Calvinho Luiz Soyer Tidei de Lima Beth Azize Sidney de Miguel (PV) Aroldo Góes Haroldo Sabóia PDS Maria Valadão Teresa Jucá ÂngelaAmim Célia Mendes PSDB Fábio Feldmann Tuga Angerami Edmundo Galdino Osmânio Pereira PDT PTB AmIdo Góes Beth Azize Márcia Cibilis Viana Valdomiro Lima PDS Fábio Meirelles Roberto Campos Alceste Almeida PT Lourival Freitas Carlos Azambuja Marcelino Romano Machado PSDB Adroaldo Streck Francisco Rodrigues VItt6rio Medioli Ricardo Morias PDC Avenir Rosa Pauderney Avelino PL José Augusto Curvo Fávio Rocha PSB José Carlos Sabóia Uldurico Pinto Serviço de Comissões Especiais - Anexo II - Sala 10 - Mezanino Secretária: Edla Calheiros Bispo Ramal: 7069 COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER A PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N° 39, DE 1989, QUE "ACRESCENTA PARÁGRAFO AO ART. 14, ALTERA OS PARÁGRAFOS 5°, 6° E ']O DO MESMO ARTIGO E MODIFICA O ARTIGO 82, TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL". Presidente: Deputado Renato Vianna 1° Vice-Presidente: Deputado João Henrique 2P Vice-Presidente: Deputado Magalhães Teixeira 3° Vice-Presidente: Deputado Carrion Júnior Relator: Deputado Maurfcio Campos Titulares Suplentes BLOCO PARLAMENTAR ~ Gomes da Rocha Antônio Ueno Osvaldo Coelho Leur Lomanto Paulo Marinho Sérgio Barcellos Pedro Valadares Paulo Octávio PMDB Jurandir Paixão João Henrique Luis Soyer AIofzio Santos Mário Martins Renato Vianna Pedro Tassis Tidei de Lima PDT Serviço de Comissões Especiais - Anexo II - Sala 10 - Mezanino. Secretária: Maria Helena Coutinho de Oliveira - ramais 7067 e 7066 COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITo DESTINADA A INVESTIGAR A QUESTÃO DA VIO~CIA CONTRA A MUllIER Resolução n° 19/92 Prazo: 13.05 a 09.09.92 PRESIDENTE: Deputada Sandra Starling Vice-Presidente: Deputada MarHu Guimarães Relatora: Deputada L1ícia Vânia Titulares Suplentes Bloco Parlamentar Carlos Roberto Massa - PR Camilo Machado - MG Fátima Pelares - AP José Múcio Monteiro - PE MarHu Guimarães - MS Wanda Reis - RJ PMDB Adelaide Neri - AC Etevalda Grassi de Menezes - ES Lúcia Vânia - GO Beth Azize - AM PSDB Rose de Freitas - ES PT Raquel Cândido - RO Carlos Kayath Robson Tuma - SP PT Avelino Costa - MG PDC Edésio Passos PDC Samir Tannus PL Maurfcio Campos Roberto Jefferson - RJ PL PTB Osório Santa Cruz José Fortunati - RS PTB Aécio Neves Sandra Starling Célia Mendes - AC Sandra Starling - MG PSDB Onaireves Moura Artur da Távola - RJ PDS José Lourenço Telmo Kirst Magalhães Teixeira Lúcia Braga - PB Ângela Amin - SC PDS José Diogo Prisco Viana Rita Camata - ES Zila Bezerra - AC PDT Elio Dalla-Vecchia Edésio Frias Carrion Júnior Valdomiro Lima Antônio de Jesus - GO Wellington Fagundes Eduardo Matias - MA Osório Santa Cruz - GO Reuniões - Local: Anexo II; Plenário nO Secretária: Maria de Fátima Moreira de Carvalho Tel: 311-7057 COMISSÁO ESPECIAL QUE DISPÓE SOBRE APRESTAÇÃO DE SERVIçoS DE MOVIMENTAÇÃO DE MERCADORIAS, ARMAZENAGEM, TRANSPORTE, Fernando Carrion VIGII..IDiCIA E DEMAIS SERVIçoS CORRELATOS OUAFINSNOSPORTOS,ACONSTRUÇÃOEEXPLORAÇÃO DE INSTALAçõES PORTUÁRiAS,AESTRUTURAÇÁO DE TARIFAS PORTUÁRIAS, E DÁ OU- Koyu lha TRAS PROVID~CIAS. Presidente: Deputado: Lufs Roberto Ponte 1° Vice-Presidente: Deputado: Z' Vice-Presidente: Deputado: Koyu lha 3° Vice-Presidente: Deputado: Carlos Roberto Massa Relator: Deputado: José Reinaldo Suplentes Titulares Alofsio Santos Beto Mansur Vittorio Medioli Edson Fidelis Carlos Kayath PT Edésio Passos Carlos Santana Eduardo Braga Sérgio Brito PL Valdemar Costa PMDB Cid Carvalho Eliel Rodrigues José Maranhão Maurici Mariano PDT PSDB PDC Átila Lins Maluly Netto Maviael Cavalcanti Nelson Morro Dejandir Dalpasquale Geddel Vieira Lima Lufs Roberto Ponte Marcelo Barbieri Carlos Virgfiio PTB Bloco Parlamentar Carlos Roberto Massa José Reinaldo Sandra Cavalcanti Tourinho Dantas PDS Maurício campos PTR Joâo Colaço Eurides Brito Semços de Comissões Especiais-Anexo n-8ala lO-Mezanino Sergio Gaudenzi Secretário: Francisco da Silva Lopes Filho Valdomiro Lima Ramais 7066n067{l052 Alteração: 04,tU6/1992 , DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL PREÇO DE ASSINATURA (Inclusas as despesas de correio via terrestre) SEÇÃO I (Câmara dos Deputados) Semestral.................... Cr$ 70.000,00 até 31-3-92 SEÇÃO II (Senado Federal) Semestral.................... Cr$ 70.000,00 até 31-3-92 Número avulso Cr$ 500,00 até 31-3-92 Os pedidos devem ser acompanhados de cheque pagável em Brasília, Nota de Empenho ou Ordem de Pagamento pela Caixa Econômica Federal- Agência - PAB-CEGRAF, conta corrente nO 920001-2, a favor do CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL Praça dos Três Poderes - Brasfiia - DF CEP: 70160 Maiores informações pelos telefones (061) 311-3738 e 311-3728 na Supervisão de Assinaturas e Distribuição de Publicações - Coordenação de Atendimento ao Usuário. Centro Gráfico do Senado Federal Caixa Postal 07/1203 Brasília - DF _E_D_I_~_-_O_D_E_H_O_JE_:_96_PÁ:_G_I_N_A_S ].... _ _[