ELIZABETH TEIXEIRA
TRAVESSIAS SOBRE O
PENSAMENTO DE
BOAVENTURA DE SOUSA
SANTOS
Um exercício de releitura de obras do autor,
um movimento sobre ondas de idéias do autor,
uma viagem ao projeto de pensamento do
autor. Navegações...pois...é preciso...viver, e
não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar
e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.
BELÉM - 2003
A ROTA DA
PARTIDA
• PARTE 1:
Movimentos no projeto de
modernidade
• PARTE 2:
Travessias-sem-fim à
modernização-sem-fim
• PARTE 3:
Novíssimas viagens
investigativas: para produzir
novos manifestos sociais
• PARTE 4:
Novíssimos movimentos na
ciência social: para
construir novos mapas
sociais
1.MOVIMENTOS NO
PROJETO DE
MODERNIDADE
• MODERNIDADE
O contrato social (inclusão e
exclusão)
A equação moderna (entre raízes e
opções)
O paradigma científico
(dogmatização)
O projeto sócio-cultural (mínimos e
máximos)
O modelo político (dualismos e
distinções)
A identidade (o individual e o estatal)
A subjetividade e a cidadania
(fechamento da primeira em
detrimento da segunda)
1.MOVIMENTOS NO
PROJETO DE
MODERNIDADE
• CRISE DA
MODERNIDADE
Do contrato social (o fascismo
societal)
Da equação da modernidade
(desestabilização)
Do paradigma científico
(desdogmatização)
Do projeto sócio-cultural
(absorção e colapso)
Da identidade (contestação)
Da subjetividade e da cidadania
(revolta da primeira contra a
segunda)
1.MOVIMENTOS NO
PROJETO DE
MODERNIDADE
• REINVENÇÃO
Da democracia (sociabilidades)
Do passado (visibilidades)
Da ciência (simultaneidades)
Do projeto sócio-cultural
(humanidades)
Do modelo político (civilidades)
Da identidade
(multiculturalidades)
Da emancipação
(solidariedades)
2. TRAVESSIAS-SEM-FIM
À MODERNIZAÇÃO-SEMFIM
RE: UM RADICAL CONCEITUAL
PARA REENCONTROS
“Esta raiz RE aparece-nos, logo
ao primeiro olhar, com uma
riqueza espantosa. Comporta
simultaneamente: a idéia de
repetição (redobramento e
multiplicação); a idéia de
recomeço e de renovação; a
idéia de reforço; a idéia de
comunicação/conexão entre
aquilo que de outro modo
estaria separado (como em
religar, reunir)”.
(MORIN,1989,p.309).
2. TRAVESSIAS-SEM-FIM
À MODERNIZAÇÃO-SEMFIM
2.1. Reencontro com a epistemologia: estratégia para
construir novas representações
2.2. Reencontro com o conhecimento-emancipação:
estratégia para potencializar a articulação
2.3. Reencontro com a retórica: estratégia para argumentar
2.4. Reencontro com a hermenêutica: estratégia para
compreender
2.5. Reencontro com a cartografia: estratégia para mapear
novas representações
2.6. Reencontro com os contextos/espaços: estratégia para
encontrar as alternativas
2.7. Reencontro com senso-comum: estratégias para
conduzir à segunda ruptura
2.8. Reencontro com a universidade: estratégia para fomentar
idéias
2.9. Reencontro com o direito: estratégia para democratizar a
justiça
2.10. Reencontro com a sociologia: estratégia para tornar
visível
2.11. Reencontro com a teoria crítica: estratégia para traduzir
2.12. Reencontro com a utopia: estratégia para aspirar a
reinvenção
2.13. Reencontro com a emancipação: estratégia para a
transição (pós-modernidade ou modernização-sem-fim?)
3. NOVÍSSIMAS VIAGENS
INVESTIGATIVAS
• EM PORTUGAL: QUAL O
IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO?
“Nas três últimas décadas, as
interações transnacionais
conheceram uma intensificação
dramática...A extraordinária
amplitude e profundidade destas
interações transnacionais levaram a
que alguns autores as vissem como
ruptura às anteriores formas de
interações transfronteiriças, um
fenômeno novo designado por
globalização...formação
global...cultura global...sistema
global...modernidades
globais...processo global...culturas
da globalização...ou cidades
globais”. (BSS, 2001, p.31).
“Nos debates acerca da globalização há uma forte
3. NOVÍSSIMAS VIAGENS
tendência para reduzi-la às suas dimensões
econômicas. Sem duvidar da importância de tal
INVESTIGATIVAS
dimensão, penso que é necessário dar igual
atenção às dimensões social, política e
cultural”.(BSS, 2001, p.32).
Primeira Máxima: há multidimensões da
globalização
Segunda Máxima: há falácias sobre a globalização
Terceira Máxima: há uma polifônica discursiva à
globalização
Quarta Máxima: há multicontradições entre
instâncias da globalização
Quinta Máxima: há múltiplas formas de globalização
Sexta Máxima: há distintos graus de intensidade da
globalização
Sétima Máxima: há distintas leituras das mudanças
globais
• EM PORTUGAL, BRASIL,
3. NOVÍSSIMAS VIAGENS
COLÔMBIA, ÍNDIA, MOÇAMBIQUE
INVESTIGATIVAS
E ÁFRICA DO SUL: QUAIS AS
ALTERNATIVAS?
Conclusões :
“Primeiro, que a experiência social no
mundo é muito mais larga e variada que
o que a tradição científica ou filosófica
ocidental sabe e considera importante.
Segundo, que esta riqueza social está
sendo perdida. Terceiro, que lutar contra
o desperdício da experiência, fazer
visível as iniciativas e os movimentos
alternativos e lhes dar credibilidade,
requer uma ciência social que sabemos
é de muito pequeno uso”.(BSS, 2002,
p.2).
4. NOVÍSSIMOS
MOVIMENTOS NA
CIÊNCIA SOCIAL
4.1. A favor de uma racionalidade
cosmopolita que amplia o presente:
uma sociologia das ausências
“Consiste em uma investigação que aponta
para explicar que o que não existe é
produzido de fato ativamente como
inexistente, isso é, como uma alternativa
não-acreditável para o que existe. Seu objeto
empírico é julgado impossível na luz da
ciência social convencional, e por isto sua
formulação já representa uma fratura com
isto. O objetivo da sociologia das ausências
é transformar impossíveis em possíveis
objetos, objetos ausentes em objetos
presentes. Faz assim um foco nos
fragmentos de experiência social que não
foram socializados completamente através
da razão metonímica”.(BSS, 2002, p.10).
4. NOVÍSSIMOS
MOVIMENTOS NA
CIÊNCIA SOCIAL
4.2. A favor de uma racionalidade
cosmopolita que contrai o futuro:
uma sociologia das emergências
A sociologia das emergências é a
investigação das alternativas que
estão contidas no horizonte de
possibilidades concretas.
“Consiste em empreender uma
amplificação simbólica de
conhecimentos, práticas e agentes
para identificar as tendências do
futuro nas quais é possível intervir
para maximizar a probabilidade de
esperança bem como a probabilidade
de frustração”. (BSS, 2002, p.28).
4. NOVÍSSIMOS
MOVIMENTOS NA
CIÊNCIA SOCIAL
4.3. Os novíssimos campos
sociais da sociologia das
ausências e da sociologia das
emergências
Campo 1- Experiências de
conhecimentos: neste campo
revelam-se conflitos e possíveis
diálogos entre formas diferentes de
conhecimento
Campo 2: Experiências de
desenvolvimento, trabalho e
produção
Campo 3: Experiências de
reconhecimento
Campo 4: Experiências de democracia.
Campo 5: Experiências de comunicação
e informação.
4. NOVÍSSIMOS
MOVIMENTOS NA
CIÊNCIA SOCIAL
4.4. A favor de uma teoria das
inteligibilidades mútuas: uma
teoria da tradução
“O trabalho de tradução de
conhecimentos e práticas (e
dos agentes deles/delas)
consiste em um trabalho de
interpretação entre duas ou
mais culturas para identificar
preocupações iguais entre elas
e respostas diferentes que
provêem delas. Para tanto,
utiliza como instrumento de
tradução a hermenêutica
diatópica”. (BSS, 2002, p.31).
A CHEGADA
Com base na travessia que realizei proponho
travessias-sem-fim á uma modernização-sem-fim
como uma viagem longa, de um local a outro, de
um contexto a outro. Permanentemente,
cortando os rumos das presenças, traduzindo as
ausências, mapeando as emergências, pairando
sobre as alternativas, cabotando entre culturas
vizinhas e lançando redes sobre elas.
Constantemente, entre um porto e outro, entre
os dúplices modernos, indo e vindo para além
dos limites não-modernos Repetidamente,
atracando em teorias críticas, conduzindo
segundo retóricas dialógicas, cartografando as
representações sociais, aportando em
sociologias e epistemologias da visão.
Incessantemente, enfim, apostando no diálogo,
nos laços e redes de afeto, nas práticas
cotidianas solidárias, éticas e estéticas,
lançando utopias emancipatórias.
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Travessias, Redes e Nós