Artistas e artífices que atuaram na Santa Casa da Misericórdia de Salvador: séculos XVII e XVIII 217 atribuição que é feita por Silva-Nigra baseia-se unicamente no fato de o Frei Mácario ter sido convocado para opinar sobre a repactuação do acordo entre a Santa Casa e os mestres pedreiros. No documento está explícito “que o Provedor se aconselhase com o Padre Frey Macário, Religioso de São Bento [...] álvares”17, que são chamados para se manifestarem sobre a validade ou não dos argumentos apresentado pelos mestres18. O segundo personagem convocado, de sobrenome “Andrade”19, como já nos referimos anteriormente, não é possível traçar seu perfil profissional, por não termos o seu nome completo, em razão das lacunas existentes no documento. Fato é que em diversas ocasiões a Mesa da Santa Casa irá convocar outros profissionais, para intermediar e opinar sobre questões relativas às suas obras e serviços. Esta era uma prática constante adotada pela Mesa, quando a tomada de decisões envolvia questões complexas e polêmicas. A segunda questão a ser tratada diz respeito à concepção do frontispício da igreja, feita por Silva-Nigra20 (Figura n.o 1). Fig.1 Fonte: SILVA-NIGRA, 1971: 101 17 18 19 20 ASCM-LA, 1645-1674: 40. “Terminada essa “trassa”ou planta aos 25 de junho de 1654, é consultado o “Padre Macário de São João, Religioso de São Bento”, para explicar aos mesmos mestres pedreiros os pormenores de sua trassa[...]”. Ver SILVA-NIGRA, 1971: 99. Carlos Ott, em sua obra “A Santa Casa de Misericórdia da Cidade do Salvador”, identifica o “Andrade”como um velho engenheiro militar Cristoão álvares, construtor de fortalezas que atuou na Bahia,na construção do Forte do Mar pelos anos de 1654. SILVA-NIGRA, 1971: 99.