cidades | pág. 3
cultura | pág. 14
Bicicletada
por BH
Vale cultural
Em evento descontraído, ciclistas
se reúnem em passeio por BH na
sexta (21). Todo mês, o grupo sai
às ruas para exigir mais segurança.
Descuido do poder público com
ciclovias gera acidentes
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Edição
Araçuaí recebe neste
final de semana várias
personalidades do Vale do
Jequitinhonha em encontro
que vai discutir políticas
públicas para a região e
contará com show de artistas,
como Titane
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014| ano 1 | edição 26| distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg
cidades | pág. 4
Poucas mulheres
no poder
De 41 vereadores em BH, apenas
uma é mulher. Na Assembleia, de
77, elas são cinco. Mas são mais
de 50% da população do estado
minas | pág. 7
Lei antiterrorismo pode
aumentar repressão
minas | pág. 5
Não vai ter
apagão
Ministério afirma que abastecimento de energia está sob controle, mas campanha da mídia
pode influenciar uso das termelétricas
entrevista | pág. 9
Sindicatos nas
ruas
“É preciso pressionar por mudanças estruturais, pois ainda temos
classe oprimida e opressora”, afirma Beatriz Cerqueira, presidenta
da CUT-MG
Senado discute lei que pretende combater ações “terroristas”. Especialistas alertam que manifestantes podem se
enquadrar no conceito. A punição pode variar de 8 a 30 anos de cadeia. Advogado destaca que a legislação brasileira
é muito punitiva e já é suficiente para conter crimes
02 | opinião
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
editorial | Brasil
editorial | Minas Gerais
E foi dada a largada
A última semana agitou os bastidores da política em Minas. Os
dois principais concorrentes ao
governo do estado deram largada
à corrida eleitoral, com o lançamento de suas pré-candidaturas.
Na sexta-feira (14), o PT mineiro
contou com a presença de Lula para apresentar Fernando Pimentel e
sua “Caravana da Participação”. E
na noite de quinta (20), foi a vez do
PSDB lançar Pimenta da Veiga como seu pré-candidato, com a presença do presidenciável Aécio Neves, dando início a seu “Movimento Todos Por Minas”. Assim, os dois
partidos iniciam as eleições com
estratégias bastante parecidas.
Ao que tudo indica, as duas candidaturas devem mesmo resumir
as eleições no estado, uma vez que
Mas, para além das
“caravanas” e dos
“movimentos” de PT
e PSDB, o que o povo
de Minas espera destas
eleições? Após 12 anos de
governos tucanos, Minas
Gerais está falida
PMDB e PSB não devem lançar
candidatos. Com a vinda de Lula
a BH, o apoio do PMDB mineiro a
Pimentel foi garantido, devendo a
legenda indicar o vice da chapa. Já
o PSB de Marcio Lacerda não deve
quebrar seu pacto nacional de não
agressão a Aécio e deve se manter
fora da disputa pelo governo.
Apesar do favoritismo de Pimentel nas pesquisas, a disputa em Minas promete ser bastante acirrada (em 2010 assistimos a
uma virada esmagadora do então
candidato Anastasia sobre Hélio
Costa, favorito nas pesquisas iniciais). Também pudera. Nas eleições deste ano, Minas assume um
papel central no cenário nacional. Basta lembrar que Aécio e Dilma, os dois principais candidatos
à presidência, são mineiros. O que
se decidir aqui terá reflexos impor-
tantes no restante do país.
Mas, para além das “caravanas”
e dos “movimentos” de PT e PSDB,
o que o povo de Minas espera destas eleições? Após 12 anos de governos tucanos, Minas Gerais está falida. Com uma dívida de quase R$ 80 bilhões, o estado é o segundo mais endividado do Brasil. Nosso crescimento no período foi menor do que a média nacional, sendo o quinto estado com
menos crescimento do PIB. Na Minas de Aécio e Anastasia não se investe o mínimo constitucional em
saúde e educação (12 e 25 % do orçamento) e se paga a conta de luz
mais cara do país. E nossa economia segue extremamente dependente do setor mineral - responsável por mais da metade das exportações - setor sabidamente atrasado e causador de impactos sociais
e ambientais.
O povo mineiro não precisa de
mais choque nenhum. Precisamos
é de mais saúde, educação, emprego, salário, terra para viver e para
trabalhar. Precisamos de um novo
projeto para Minas, que coloque o
povo no centro das atenções. E aí?
Vamos construí-lo?
O exemplo pedagógico do MST
Ao completar 30 anos de construção, o Movimento Sem Terra
(MST) deixa um legado imenso para a luta do povo brasileiro. No momento em que se percebe a retomada de um período de ascenso da luta da classe trabalhadora, é preciso resgatar o papel cumprido pelo MST durante os difíceis anos da
ofensiva neoliberal e descenso das
lutas.
Ao mostrar com seu exemplo o
resgate do trabalho de base, a capacidade de envolver as famílias na
luta, a firmeza ideológica e a possibilidade de apontar um projeto para todo o povo, o MST foi a principal ferramenta nos anos 1990 para
manter erguida as bandeiras da luta popular.
O MST, que nasceu quando diversos teóricos acadêmicos anunciavam que o avanço capitalista havia superado a luta pela Reforma
Agrária, mostrou, por meio da sua
ação, o potencial e a força organizativa da luta pela terra. O VI Congresso do movimento, que reuniu mais
de 15 mil delegados de todos os estados, na semana passada, mostrou
sua vitalidade, dando um verdadeiro salto de qualidade ao apontar o
Falando Nilson
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições
regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos
fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
conceito de Reforma Agrária Popular.
Essa proposta remete à divisão
das terras e ao fim do latifúndio,
mas aliados à superação do modelo de produção e de relação com a
natureza difundido pelo agronegócio. O modelo do agronegócio, dentro do atual estágio de desenvolvimento do capitalismo, é responsável por direcionar o uso majoritário
das terras cultiváveis para a produção de bens agrícolas com cotação
nas bolsas de valores.
A proposta do MST fortalece a
necessidade de um Projeto Popular
para o Brasil, demonstrando que a
terra, água, florestas, fauna, flora,
minérios, sol, enfim, todos os bens
da natureza devem estar a serviço
do povo e preservados para as gerações futuras. Assim, aponta o princípio da Soberania Alimentar, para
que cada comunidade e região possa produzir os alimentos necessários ao povo.
O MST, que nasceu quando
teóricos anunciavam a
Reforma Agrária estava
superada, mostrou por meio
da sua ação o potencial e a
força organizativa da luta
pela terra
Mais importante é o exemplo pedagógico que o Congresso do MST
deixa para o conjunto das forças
populares. A formulação da proposta de Reforma Agrária Popular
consumiu dois anos de intensos debates, envolvendo cada assentado,
acampado, integrantes e amigos do
movimento. Assim, o Congresso
não aprovou apenas uma nova resolução, mas assimilou e traduziu
a experiência concreta de milhares
de lutadores nesses 30 anos de luta.
Dessa forma, as decisões congressuais não se tornaram uma mera resolução burocrática. Por isso, o
método do MST de debater profundamente em suas bases a sua proposta é uma lição importante para
toda a luta social.
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para anunciar : [email protected] /
(31) 3309 3304 - (11) 2131 0800
conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristina Bezerra,
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Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
Violação de direitos e violência é
tema de seminário de juventude
DEBATE População que mais morre por homicídio cobra políticas públicas
Maíra Gomes
Nos dias 21 e 22 de fevereiro,
ocorre no espaço CentoeQuatro, no
Centro de BH, o seminário Juventudes Contra a Violência. O tema
vem sendo debatido por entidades,
movimentos e grupos de juventude desde 2012 e continua sendo o
principal desafio para quem trabalha com o segmento.
A integrante do Fórum das Juventudes da Grande BH Flávia Nolasco
aponta que o homicídio é a causa
de 39% das mortes de jovens de 15
a 24 anos no Brasil. No período de
2001 a 2011, as taxas de homicídio
em Minas Gerais cresceram significativamente, enquanto São Paulo e
Rio de Janeiro apresentarem diminuição. Em Belo Horizonte, o número de homicídios cresceu 21,5%.
Flávia destaca que a violência
não se resume apenas àquela que é
letal, mas também às violações dos
direitos. “Os jovens correspondem
ao principal segmento que não tem
seus direitos garantidos. Entendendo que isso é fundamental no cenário da violência física, começamos
a debater mais o acesso à educação
de qualidade, saúde, emprego, condições de moradia e mobilidade. O
cenário urbano nos alertou para a
quantidade de jovens que estamos
perdendo”, conta.
Violência, militarização da polícia, política de combate às drogas,
violação de direitos, homofobia,
debate de gênero e medidas socioeducativas são temas que permearão o seminário.
Casa Fora do Eixo Minas
Na sexta-feira (21), Belo Horizonte recebe um evento inusitado:
uma “pedalada”. A proposta é reunir
pessoas com bicicletas, patins, skates
e outros veículos não motorizados para alertar a sociedade para o respeito a
esse tipo de transporte no cenário urbano. O evento, conhecido como Massa Crítica, está marcado para às 19h
na Praça da Estação, com saída para o
passeio pelas ruas de BH às 20h.
O grupo que organiza a atividade
existe no mundo todo. O objetivo do
movimento é a luta pelo direito de pedalar/circular pelo espaço urbano sem
ter que temer os demais atores do trân-
Pergunta da semana
Está prestes a ser votada no plenário do Senado a “Lei Antiterrorismo” (PLS 499 de 2013). A proposta classifica terrorismo como o
ato de “provocar ou infundir terror
ou pânico generalizado mediante
ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física ou à saúde
ou à privação de liberdade”. As penas podem variar de 8 a 30 anos de
prisão em regime fechado. O projeto é mais rígido que a Lei de Segurança Nacional, instaurada na ditadura militar, com objetivo de reprimir movimentos políticos contra governo.
O que você acha de o Brasil
ter uma “lei antiterrorismo”?
Encontro ampliado campanha colaborativa, que ajudou a construir o jogo
Jogo debate direitos de jovens
O direito à cidade será tema
central da mesa da tarde de sábado, programada para começar às
16h30. Ali, será lançado o kit educativo elaborado pelo Fórum chamado de “oKupa: juventude, cidadania e ocupação da cidade”. Composto por um jogo e uma cartilha, o
kit chama a atenção para situações
de violação de direitos e possibilidades de promoção da cidadania
de jovens em contextos urbanos.
Flávia explica que o jogo foi concebido ao longo de 2013, durante ações da Campanha Juventudes Contra a Violência. Espaços de
conversa com jovens em escolas,
comunidades, grupos organizados
e centros de internação de medidas corretivas abertos ou fechados
possibilitaram trabalhar o conceito de violência, no âmbito físico e
dos direitos da juventude. “Foi um
processo muito rico e surpreendente, não sabíamos que era tão complexo construir um jogo. Foi um desafio associar conteúdo com entretenimento”, conta a militante, que
aponta como objetivo principal do
jogo estimular o protagonismo do
jovem na vida política da cidade.
Ele será distribuído para escolas,
comunidades e nos espaços de organização da juventude.
Direitos para os ciclistas
Da redação
cidades | 03
sito, como carros e ônibus. Em sua página no Facebook, o grupo afirma pretender pressionar o poder público e a
população para que se atentem à existência das bicicletas e ao direito de pedalar seguramente pela cidade.
Segundo a BHTrans, Belo Horizonte
tem 52,801 km de ciclovia. Ciclistas reclamam da falta de comunicação entre
os trechos, que são interrompidos, em
sua maioria, a cada 2 km. Além da ausência de política para integração das
áreas, os ciclistas convivem com abusos de motoristas, pedestres e atividades que tomam conta das pistas exclusivas, além da falta de sinalização de
segurança.
“Essa lei para mim é “lero-lero”.
O Brasil não tem terrorismo. O
governo precisa fazer algo para melhorar a situação da violência, da guerra urbana, e não
é com essa lei que as coisas vão
se resolver.”
Guilherme Salvino de Oliveira, 47 anos,
lavador de carros e manobrista
“Eu acho que não é para tanto. Estou até discutindo isso
com meus professores nas aulas e, em relação às manifestações, isso não é um ato de terrorismo. Ok, eles estão destruindo patrimônios públicos, mas
isso não configura terrorismo, e
sim vandalismo. Eles estão numa manifestação e o vandalismo ocorre, aliás, tem que ocorrer, porque ninguém ia estar aí
para um monte de gente protestando apenas com placas escritas nas mãos. Acho que a lei não
está certa.”
Evelyn Gabriela Almeida,
14 anos, estudante
04 | cidades
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
Mulheres são 50% da população e
menos de 6% dos parlamentares
REFORMA POLÍTICA Financiamento privado de campanhas, tripla jornada e machismo limitam a participação feminina
Maíra Gomes
Reprodução
A Câmara de Vereadores de Belo Horizonte é composta por 41 parlamentares e apenas uma é mulher.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, das 77 cadeiras, somente cinco são preenchidas por elas.
São duas as deputadas federais, em
uma bancada de 53 representantes.
Apesar de as mulheres representarem 50,8% da população de Minas,
elas não estão presentes nas instâncias de poder no estado.
“Isso tem muito a ver com a exclusão que as mulheres sofreram no espaço público ao longo da história. O
espaço privado sempre foi o local reservado para elas. E o público foi legitimado como masculino”, aponta
a militante da Marcha Mundial das
A Câmara de Vereadores
de BH é composta por
41 parlamentares e
apenas uma é mulher. Na
Assembleia Legislativa, das
77 cadeiras, somente cinco
são preenchidas por elas
Mulheres Clarisse Paradis.
O voto feminino no Brasil foi garantido em 1932, há apenas 81 anos.
Clarisse aponta que, assim, a política não foi um espaço pensado e
Mulheres são minoria absoluta na Câmara e ALMG
construído para a presença e participação das mulheres. Para ela, outro
fator que reflete na falta de mulheres em carreiras públicas é o excesso
de trabalho ao qual são submetidas,
já que além de trabalhar fora devem
também cuidar da casa e família.
A única vereadora de Belo Horizonte, Elaine Matozinhos (PTB),
conta que vê o assunto com grande
dificuldade. “Temos filhos, netos e a
casa. É uma sobrecarga muito maior
que a dos homens. São questões que
vêm de uma cultura, nós já estamos
na universidade e em espaços de direção, mas ainda não conseguimos
levar o homem para o privado. Os
companheiros ainda não se conscientizaram que cuidar da família é
tarefa que tem que ser dividida”, declara.
A secretária do Conselho dos Direitos das Mulheres de Belo Horizonte, Isabel Cristina Lisboa, aponta que os partidos também precisam se adaptar para garantir a parti-
cipação das mulheres. “Os partidos
fazem reuniões à noite, quando elas
chegam em casa para a sua terceira
jornada de trabalho”, diz.
Para ela, a implantação da participação de no mínimo 30% de mulheres em propagandas eleitorais foi importante para dar visibilidade ao debate. No entanto, só no estado de São
Paulo, 25% das legendas foram alvo de representação da Procuradoria Regional Eleitoral por não reservarem o espaço mínimo exigido pela lei.
Mudança no financiamento de campanha
pode garantir mais mulheres no poder
“Sem um bom financiamento de
campanha é quase impossível ganhar uma eleição. E os espaços
onde o dinheiro circula não são espaços permitidos para a mulher”,
explica a assistente social Neila
Batista, que foi candidata a vereadora. Elaine Matozinhos concorda: “Procuro estar nas direções do
partido, discutindo a questão financeira. Mas o espaço é complicado para nós mulheres. Nunca
sofri discriminação, mas sabemos
que não é fácil”.
A militante Clarisse aponta que
uma boa saída para melhorar as
condições das mulheres dentro
das representações políticas seria
a realização de uma Reforma Política, uma vez que novas regras poderiam garantir a participação.
A proposta da reforma é que,
no primeiro turno das eleições, os
eleitores votem em listas apresentadas pelos partidos. No segundo turno, as pessoas votariam diretamente nos candidatos, a partir do número de votações para cada partido.
Clarisse explica que as listas dos
partidos devem ter paridade de gênero, ou seja, a mesma quantidade
de homens e mulheres. Para ela, a
listagem deve ser feita de forma alternada, um nome feminino e outro masculino, para que as mulhe-
res não fiquem de fora no segundo
turno. “Se não tiver alternância, o
partido vai apresentar uma lista de
15 candidatos e as mulheres vão fi-
A Reforma Política pode
também modificar a forma
de financiamento da
campanha, limitando-a
ao financiamento público.
Assim, as mulheres podem
receber tanto quanto os
homens
car no final. Se sete forem eleitos,
nenhuma mulher entraria”, expli-
ca.
A Reforma Política pode também modificar a forma de financiamento da campanha, limitando
-a ao financiamento público. Assim, o valor repassado pelo Estado
para as campanhas seguiriam regras que garantam que as mulheres recebam tanto quanto os homens. “As mulheres não estão no
círculo do poder financeiro. O financiamento público beneficia todos os que estão fora do ciclo do
capital, do dinheiro. Não apenas as
mulheres, mas também candidaturas populares, pobres, negros e
militantes de movimentos sociais”,
conclui Clarisse.
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
“Apagão” virou
fenômeno nacional
fatos em foco
Redução da Maioridade
Penal é rejeitada no
Senado
ENERGIA Ministério declara que não vai faltar luz; mineiros reclamam do valor da conta
Rafaella Dotta
Reprodução
Os nove estados do Nordeste do
Brasil passaram um dia sem luz. Ao
todo, 53 milhões de pessoas ficaram
sem energia durante três horas, na
tarde de 28 de janeiro. Os jornais estão alertando a população, dizendo
que haverá aumento na conta de luz
e falta de energia para abastecer o
país. Será verdade?
O caso do “apagão” do Nordeste está sendo investigado por uma
comissão do governo federal, para
analisar as causas do blecaute. O Ministério de Minas e Energia fará um
Relatório de Análise de Perturbação,
previsto para estar pronto nesta semana.
Em nota, o Ministério declarou
que a especulação sobre falta de
energia é uma informação incorreta. “O fornecimento de energia elé-
“O fornecimento de energia
elétrica do Brasil está
assegurado, em quantidade
e qualidade necessárias ao
adequado atendimento de
todos os consumidores”
trica do Brasil está assegurado, em
quantidade e qualidade necessárias
ao adequado atendimento de todos
os consumidores”, diz o documento.
O coordenador-geral do Sindicato
dos Eletricitários (Sindieletro-MG),
Jairo Nogueira Filho, concorda com
o Ministério: “O Brasil tem reservatórios para seis meses, fora as usi-
A proposta de Emenda Constitucional pela redução da maioridade penal foi considerada inconstitucional e rejeitada pela
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. De autoria
do senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, a proposta visava diminuir a maioridade penal de 18
para 16 anos em casos específicos. A maioria da comissão considerou a mudança como inconstitucional, além de violar os direitos das crianças e dos adolescentes. Os debates se prolongaram
por horas e o auditório foi ocupado por ativistas dos Direitos Humanos, que comemoraram a derrubada do Projeto de Lei.
Justiça condena SBT
por Escola Base
nas termelétricas”. Para Jairo, a dúvida que persiste é outra: será que é
preciso usar a energia termelétrica,
que é produzida a partir da queima
de combustíveis fósseis, como diesel, carvão e gasolina?
Pode ser invenção da mídia
Enquanto a energia hidrelétrica tem custo baixo, a energia termelétrica tem um custo considerado “muito alto”. O eletrecitário Jairo
Nogueira aconselha prudência, pois
as empresas que produzem a energia, que também são ligadas à TV e
jornais, teriam muito lucro com o
uso das termelétricas.
“As empresas forçam a barra,
aproveitando o momento para poder usar as usinas térmicas. Os jornais alardeiam que tem uma crise, usam o apagão para inventar um
problema. Tudo para as empresas
poderem vender energia mais cara”,
afirma.
Resposta oficial
A Cemig declara que não há avisos de que a energia está escassa e
também nega a previsão de racionamento. De acordo com a empresa, o aumento na conta de luz também não está previsto, a não ser em 8
de abril, data do aumento anual feito pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel).
A conta de luz vai aumentar? Ou
vai abaixar?
Em outubro de 2013, a população mineira organizou um plebiscito pela redução da conta de luz. Das
600 mil pessoas que votaram, 98%
escolheu pela redução da conta de
energia e votou para que o governo
estadual reduza os 40% de impostos sobre a conta.
Na contramão disso, existem especulações de que a conta de luz
das residências pode aumentar, para pagar os custos da energia mais
cara. O coordenador do Sindicato
dos Eletricitários (Sindieletro MG)
Jefferson Leandro não concorda
minas | 05
com essa medida. Para ele, as empresas de energia estão lucrando
abusivamente.
“Na hidrelétrica de São Simão
(que abastece Minas Gerais) o custo de cada gigawatt é R$8, pagando
todos os trabalhadores e já embutido o lucro da empresa. Mas a Cemig
cobra R$ 60.” E completa: “O governo federal fez um acordo com outros estados: tirou o lucro abusivo
das empresas e deixou o preço de
custo, para abaixar a conta de luz.
Só os três estados governados pelo
PSDB não concordaram.”
As organizações e pessoas que
realizaram o plebiscito pela redução da conta de luz se encontrarão
no próximo sábado (22), para fazer
uma avaliação e dar prosseguimento aos trabalhos. Os movimentos
sociais pretendem pressionar o governo estadual para atender a vontade expressa nos votos.
Plenária de Movimentos
Sociais
Mais informações:
facebook.com/plebiscitopopularenergia
A Justiça condenou o SBT por danos morais devido a reportagens
exibidas em 1994, ano em que estourou o “escândalo” da Escola
Base, em que os donos do colégio
foram acusados de abusar sexualmente dos alunos. A emissora vai
ter de pagar R$ 200 mil a Icushiro Shimada e Maria Aparecida
Shimada. No processo, Aparecida e Icushiro alegam que tiveram
as suas vidas destruídas por conta das reportagens. Além do SBT, a
Rede Globo também foi condenada, em 2005, a pagar R$ 1,35 milhão, mas recorreu e o caso ainda
não transitou em julgado. Os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de
S. Paulo e a revista IstoÉ também
foram condenados. Em todos casos ainda não houve decisões do
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Privatização do hospital
da UFJF é questionada
por MPF
O Ministério Público Federal em
Juiz de Fora ingressou com ação
civil pública pedindo a anulação
do ato administrativo que manifestou adesão da Universidade Federal de Juiz de Fora à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Tal adesão
significa a transferência da gestão do Hospital Universitário para a empresa, o que, segundo o
MPF, contraria diversos normativos constitucionais. A própria Lei
12.550/2011, que criou a EBSERH,
está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal por meio de
Ação Direta de Inconstitucionalidade.
06 | minas
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
Assembleia de Minas vai gastar
R$ 1 bilhão em 2014
AUSTERIDADE Gastos do Legislativo superam orçamento da Polícia e de Secretarias
Rede Brasil Atual
Pela primeira vez o orçamento
anual de um legislativo estadual ultrapassou R$ 1 bilhão. A Assembleia
Legislativa de Minas Gerais custará R$ 1.011.775.712,00 em 2014. O
valor supera o orçamento da Polícia Civil mineira (R$ 962 milhões)
e o da Secretaria de Transportes e
Obras (R$ 995 milhões), o que comprova haver, no mínimo, um desequilíbrio nas prioridades orçamentárias.
O recorde é nacional. O Legislativo de São Paulo, o estado com a
maior economia do Brasil, gasta R$
130 milhões a menos do que o mineiro, mesmo tendo mais deputados estaduais (94 contra 77), por ter
uma população maior.
O Legislativo é um poder independente, mas as forças políticas
que controlam o parlamento mineiro são alinhadas ao governo tuca-
no desde 2003 – a exemplo do que
ocorre na maioria dos estados. O
gasto da Casa desconstrói o discurso de “choque de gestão” propagandeado tanto na gestão de Aécio Neves (PSDB) como na de seu sucessor, o governador Antonio Anastasia (PSDB).
Na prática, os governadores tucanos endossam estes custos. Aceitam
o orçamento bilionário sem maiores discussões, em troca do apoio da
maioria dos deputados estaduais.
Não se discute a importância do
Poder Legislativo para o equilíbrio
democrático e, como qualquer órgão, precisa de uma estrutura adequada para desempenhar suas funções a contento. Mas convenhamos
que há algo errado quando a Casa
suga mais dinheiro público do que
toda a Polícia Civil, principalmente
em um estado onde a criminalidade cresceu.
Esse algo errado foi confirmado
quando veio à tona a notícia de que
o piloto particular do helicóptero do
deputado estadual Gustavo Perrella
(SDD) apreendido com meia tonelada de pasta de cocaína havia sido
colocado como funcionário “fantasma” na Assembleia. Gastos com
combustíveis da aeronave também
eram pagos com dinheiro da Assembleia. Quantos outros casos semelhantes haverá, para chegar ao
gasto de R$ 1 bilhão?
Só a título de comparação, o tão
questionado custo da reforma do
Mineirão feita pelo governo de Minas foi de R$ 666 milhões, em um
processo que levou três anos. Cada
legislatura da Assembleia de Minas,
num período de quatro anos, acabará custando R$ 4 bilhões, se mantido
este ritmo. Seis Mineirões. Claro que
boa parte deste dinheiro poderia ser
melhor aplicada em saúde, educação, transporte, moradia, geração de
emprego e segurança pública.
Reprodução
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
minas | 07
Lei “antiterrorismo” pode dar
início a mais repressão no país
RETROCESSO Projeto de Lei em discussão no Senado pode enquadrar manifestantes com penas de até 30 anos
Maíra Gomes
Como resposta às manifestações
de junho de 2013 e pela proximidade da realização da Copa do Mundo no país, um projeto de lei com
o objetivo de inserir na legislação
brasileira uma lei “antiterrorismo”,
de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), tramita no Senado.
A proposta classifica o que pode ser
enquadrado como terrorismo e define as penas, mais rígidas do aquelas da Lei de Segurança Nacional,
elaborada durante a ditadura militar e ainda em vigor.
“Se aprovada, a lei poderá
culpabilizar integrantes
de movimentos sociais e
manifestantes”
“Não é uma novidade no cenário
internacional, porque está na agenda política e ideológica dos Estados
Unidos desde o 11 de setembro. Ali
se produziu esse conceito do ‘terrorista’ como um inimigo a ser enfrentado”, afirma Patrick Mariano,
integrante da rede Nacional de Advogados Populares (Renap) e Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília.
De acordo com o texto do PL,
“provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à
integridade física ou à saúde ou à
privação de liberdade” é terrorismo, com penas que variam de 8 a
30 anos de prisão.
A polêmica do projeto é que em
manifestações de rua, por exemplo, situações de pânico podem ser
causadas inclusive pelo efetivo policial, após o estouro de uma bomba de gás, uso de sprays de pimenta e armas.
Do lado mais fraco
Patrick Mariano aponta que o
sistema judicial funciona de forma a punir a população com menos influência no poder, a exemplo
do caso do único condenado após
as manifestações de junho. O morador de rua Rafael Vieira, que carregava um frasco de desinfetante e
outro de água sanitária em ato no
“Não pode passar”
Em Belo Horizonte, as manifestações do ano passado chegaram a levar 40 mil pessoas para as ruas. Luara Colpa, do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac), foi uma delas e conta que a razão que levou a população às manifestações foi a falta de
direitos. “Fazem parte do Comitê barraqueiros do entorno de estádios que
“Os políticos não sabem
responder aos anseios do
povo. Quando a população
vai pra rua, resolvem
calar a sua voz, em vez de
apresentar políticas públicas
que sanem a insatisfação
popular”
foram despejados. Pessoas que tiveram seus direitos violados e foram
pras ruas. Somos completamente
contra essa lei ‘antiterrorismo’, é mais
uma forma de tirar os direitos em prol
de uma Copa que vai durar apenas alguns dias. Não pode passar”, declara.
O advogado Patrick Mariano reforça que o direito à manifestação é garantido pela Constituição. “Se alguém
chegasse na Terra agora e explicássemos o que é democracia, ele jamais
entenderia porque um trabalhador
que luta por direitos é considerado
criminoso”, diz.
Para Fidélis Alcântara, também do
Copac, a exigência do povo por direitos assusta os governantes, que acabam por agir de forma inadequada, como no caso da criação da lei.
“Os políticos não sabem responder
aos anseios do povo. Quando a população vai pra rua, resolvem calar a
sua voz, em vez de apresentar políticas públicas que sanem a insatisfação
popular”, diz.
O advogado Patrick Mariano aponta que a legislação brasileira dá conta de conter crimes em manifestações. “O Brasil é uma país que pune
muito, tem como tradição de resolução de conflitos a punição”, diz. Para
ele, não há falhas no sistema judiciário, e sim leis que precisariam ser revogadas, que foram criadas no contexto da ditadura no país.
centro do Rio de Janeiro no dia 20
de junho, pode passar cinco anos
preso. Um juiz acatou um laudo
que fala em “ínfima possibilidade”
de produtos serem utilizados como
bomba incendiária.
“Isso demonstra que o sistema
punitivo no Brasil tem foco muito
direcionado, para os ‘de baixo’. As-
sim, a lei ‘antiterrorismo’ vai ser um
salvo conduto para punir qualquer
um, desde que passe pelo filtro ideológico, feito pelos promotores. E é
aí que está o perigo. Se aprovada, a
lei poderá culpabilizar integrantes
de movimentos sociais e manifestantes”, destaca o advogado.
Os governos federal e estadual já se preparam para as possíveis manifestações
durante a Copa do Mundo. No quarta (19), a presidenta Dilma Rousseff declarou
que o governo usará as Forças Armadas para coibir atos de violência durante a
Copa, se necessário. Ela também defendeu o endurecimento das penas aplicadas
aos condenados por crimes cometidos durantes as manifestações. O governador
Anastasia anunciou também no início da semana que as ruas de Minas Gerais terão 800 Policiais Militares a mais. A PM não confirma, mas informações apontam
que já são cerca de 7.000 militares atuando no policiamento ostensivo no estado.
Anastasia critica
‘leis brandas’
Na segunda-feira (17), o governador Antonio Anastasia criticou
a legislação nacional. Para ele, o
combate à violência fica prejudicado por lei brandas. Segundo o governador, as punições - mesmo de
casos mais leves, como do caso de
um jovem pego em uma manifestação portando Pinho Sol ou água
sanitária - deveriam ser mais rigorosas
“A fala do governador vai na contramão do que tem sido debatido no direito penal. Ele está desinformado, pois em 2013 houve uma
alteração legislativa, em que foram colocados filtros com relação
às penas. Grande parte das condu-
tas não mereceria penas de prisão,
não precisa colocar na cadeia alguém que comete um dano ou um
furto”, discorda o advogado Patrick
Mariano.
Fidélis aponta que a população
carcerária do Brasil cresceu 200%
nos últimos anos, e hoje o país é
o 4° com maior numero de presidiários no mundo. “Me preocupa
muito quando um político diz que
o Brasil tem leis brandas. Temos
leis que não são cumpridas, mas
brandas não. Quando os governantes se preparam para aumentar
a repressão, demonstram que têm
medo de encarar os desejos da população”, declara.
08 | opinião
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
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Na edição 25 ...
Procurador-geral sugere pena
de 22 anos para Azeredo
A política de higienização urbana realizada pela PBH está finalmente em pauta. Durante a última semana, manifestantes ocuparam o Viaduto Santa Tereza para chamar a atenção do poder público sobre as ações abusivas
e desrespeitosas do governo municipal em relação à população de rua, como recolhimento de seus pertences
e abuso de poder da Polícia Militar.
Sofia Barbosa
Altamiro Borges
Centros de Saúde ou centros de
doença?
Helena Chagas e a “ação entre
amigos”
Quando o Sistema Único de Saúde (SUS) foi idealizado, no período da reforma sanitária, pensava-se
que deveriam existir serviços mais próximos das pessoas, que se organizassem por território e que focassem seu trabalho na prevenção de doenças e promoção de saúde. Prevenir pra não ter que remediar é um
princípio muito importante do SUS. Para cumprir esse objetivo foram criados os Centros de Saúde (CS).
Hoje, nos CS de Belo Horizonte, usuários e trabalhadores vivem um verdadeiro dilema. A prefeitura
determinou que esses serviços também devem atender urgências, solucionar as menos graves e encaminhar as mais graves para outro serviço. Além disso,
as unidades são proibidas de recusar atendimento a
quaisquer urgências sem avaliação de algum profissional qualificado. Entretanto, a prefeitura não contratou mais profissionais para esse serviço. Os mesmos que precisam garantir o princípio da prevenção
e promoção têm também que socorrer as urgências.
Conclusão: numa realidade em que as unidades
têm em média quatro Equipes de Saúde da Família,
atendem uma população aproximada de 15 mil pessoas, faltam profissionais. Quem sai de férias ou de licença não é reposto. Os profissionais que já gastam
muito tempo no atendimento às urgências ainda têm
que desmarcar frequentemente agendas programadas para cobrir buracos gerados por imprevistos. Isso
significa que o pré-natal, o atendimento aos hipertensos, por exemplo, são desmarcados para atender pessoas gripadas, ou com infecção de garganta etc.
Enquanto se tampa o sol com a peneira na saúde,
para onde está indo nosso dinheiro fruto de tantos
impostos caros?
Em sua página no Facebook, a ex-ministra Helena
Chagas, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), resolveu enfrentar a polêmica sobre a destinação das verbas publicitárias do
governo. Talvez ressentida por ter deixado a Secom,
ela utiliza uma grosseria para atacar os que criticam a
política de publicidade. Em seu texto, postado no sábado (8), a grosseria surgiu no intertítulo e no último
parágrafo da sua postagem. A ex-ministra dispara que
não seria correto “transformar investimentos em mídia em ações entre amigos, por maior que seja o chororô de quem acha que levou pouco e quer mais”. A
quem Helena Chagas se refere? Quem levou muito,
mesmo sem merecer?
Como ex-jornalista das Organizações Globo, a exministra sabe que este império midiático foi construído graças às benesses da ditadura militar, que garantiu toda a infraestrutura de transmissão. Isto sim foi
uma “ação entre amigos” – entre os generais golpistas e a famiglia Marinho. A famiglia Marinho ajudou a
eleger e depois blindou o tucano, salvando-o das denúncias da compra de votos para a reeleição ou do escândalo da privataria.
Esta política masoquista de comunicação é que deve ser reavaliada, num “debate saudável”! Do contrário, as opiniões da ex-ministra apenas alimentarão
cobras. Não é para menos que o jornal O Globo elogiou a sua postagem no Facebook. Para o jornalão,
a ex-ministra só caiu porque foi alvo do PT, que pretende maiores investimentos na internet, “onde estão
os chamados blogs amigos do governo, com posições
alinhadas ao partido”. Mesmo sem Helena Chagas, a
famiglia Marinho quer manter o seu poder!
Sofia Barbosa é enfermeira de um centro de saúde
de Belo Horizonte e diretora do Sindibel
Altamiro Borges é blogueiro, presidente do Centro
de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé
...E AGORA
Réu no processo do mensalão
tucano, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apresentou na quartafeira (19) sua carta de renúncia
à Câmara dos Deputados. Com
renúncia, Azeredo pode não ser
julgado pelo Supremo Tribunal Federal, já que o direito a foro privilegiado é garantido apenas a autoridades, como deputados. O processo deve ser remetido à Justiça de 1ª Instância.
No entanto, o relator do processo criminal contra o ex-deputado, o ministro do STF Luis Roberto Barroso, explica que há
precedentes em que a renúncia
pode ser considerada uma manobra processual e o caso pode
voltar ao STF.
Na edição 25...
Movimentos culturais ocupam
Viaduto Santa Tereza
...E AGORA
O Movimento Viaduto Ocupado
decidiu pela desocupação em
assembleia realizada no sábado (15). Os manifestantes, que
estavam acampados no local
há uma semana, informaram
em nota que a ocupação atingiu
seus principais objetivos – chamar a atenção da população sobre as intervenções no viaduto
e entorno da Praça da Estação
e instaurar diálogo com o poder
público. O debate com a Prefeitura continua e, nesta quinta-feira (20), ocorreu nova reunião entre ativistas e apoiadores
do movimento e representantes
da PBH, em que foram apresentadas as principais queixas em
relação ao tratamento de moradores de rua, como negligência/
abuso policial e falta de acolhimento. Na sexta-feira (21), também foram discutidos o repasse das comissões de trabalho do
Viaduto Ocupado. Os manifestantes aguardam reunião com a
Sudecap.
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
entrevista | 09
“Apoio a qualquer candidatura
precisa ser uma via de mão dupla”
SINDICALISMO Presidenta da CUT Minas discute papel dos sindicatos e fala sobre relação com PT e eleições
Arq.Sind-UTE/MG
Joana Tavares
A situação de quase pleno emprego, o aumento real do salário
mínimo e a melhora relativa que a
população teve nos últimos anos
fortaleceu a capacidade de luta dos
trabalhadores. Com o aumento do
número de greves e da combatividade dos trabalhadores os sindicatos e suas centrais são chamados a
respostas mais rápidas. Primeira
mulher a ser eleita para presidenta
da CUT MG, Beatriz Cerqueira analisa o cenário atual e aponta desafios para luta sindical e popular no
próximo período.
Recentemente, foram comemorados os 30 anos da CUT, a primeira
central sindical do país. Hoje, há
mais de dez centrais. O que isso
tem a ver com a dispersão da classe trabalhadora e o que há de unidade entre essas diferentes centrais?
Um primeiro aspecto é disputa do imposto sindical. A gente não
pode ser hipócrita de dizer que a
existência de dez centrais sindicais é apenas fruto da pluralidade
de ideias. Em segundo lugar, acho
“A gente não pode ser
hipócrita de dizer que a
existência de dez centrais
sindicais é apenas fruto da
pluralidade de ideias”
que a direita no nosso país vem tentando disputar o que antes era um
campo só da esquerda. Nós vimos
isso nas manifestações de rua. Mas
é claro que existe um grupo de centrais em que é possível construir
uma unidade, e, portanto, mobilizações e pautas importantes são
construídas nacionalmente.
Foram feitas muitas críticas de
que teria havido uma cooptação
da CUT por parte dos governos do
PT. Como você avalia isso?
Cria-se uma ideia de que sindicatos e centrais não podem se envolver na luta política, mas não se
faz esse mesmo debate com outros grupos sociais. Você não vê a
FIEMG, a FIESP, se alijando do processo político partidário. Ao contrário, eles atuam de forma muito
ofensiva para que as pessoas que
representam os seus interesses sejam eleitas. Mas há uma tentativa
de deslegitimar que os sindicatos e
centrais tenham uma atuação política na vida do país. Outra questão
é que, no momento em que o PT
chegou ao governo, houve uma expectativa de que os problemas seriam respondidos sem a necessária pressão. Mas o tempo histórico
demonstrou o inverso, de que é necessário manter a mobilização e a
CUT retomou essa agenda. É preciso pressionar, porque a gente continua num país capitalista, continuamos tendo classe oprimida e classe
opressora.
Você avalia que houve um retrocesso na gestão Dilma na relação
com os sindicatos?
O que vejo é um governo que teve muita dificuldade ou achou que
não era tão importante conversar
com o movimento sindical. Eu vejo não só da central, mas da confederação da categoria que eu faço parte, como é difícil ou mesmo
inexistente o diálogo do governo
federal com a educação básica. Isso precisa ser revisto. É fundamental que o governo tenha uma relação de diálogo e que essa relação se
reflita nas pautas que as categorias
e as centrais apresentam. É uma reflexão para 2014: não estamos satisfeitos com a forma como o governo
Dilma lidou, tratou e conversou conosco nos últimos quatro anos.
Como está a discussão do posicionamento frente às eleições no
campo sindical? A CUT já definiu
quem vai apoiar?
Há uma dificuldade de ter uma
unidade entre as centrais sindicais
em 2014. Eu já vi centrais se posicionando de que vão andar junto com
a candidatura do Aécio, o que pra
mim é um contrassenso. É impossí-
“O governo não enfrentou
reformas estruturais que
dessem conta de responder
às demandas históricas. Por
isso é importante a reforma
política”
vel uma central sindical que defende o trabalhador apoiar um projeto
como o do Estado mínimo, como é
a proposta do PSDB hoje. A CUT vai
realizar uma plenária nacional no
final de julho, na qual vamos discutir a pauta da classe trabalhadora. Porque apoio a qualquer candidatura precisa ser uma via de mão
dupla. Quais os compromissos que
essa candidatura vai assumir? Não
pode ser uma coisa adesista. Há demandas que são difíceis de explicar: como que 12 anos depois da
gestão do PT ainda se discute fator
previdenciário? Como que 12 anos
depois ainda não está regulamentada a negociação coletiva no setor
público ou a redução da jornada de
trabalho?
A CUT Minas vai apoiar a candidatura de Pimentel para o governo?
Quando falamos da questão eleitoral em Minas, em primeiro lugar, é preciso debater e denunciar o
que foi o modelo do choque de ges-
tão. É necessário fazer um enfrentamento desse modelo em Minas Gerais, que não deu certo e que maltratou o estado. A segunda questão
é que em Minas nós não vamos ser
adesistas, não vamos aderir a uma
candidatura. É necessário conversar com o movimento sindical, o
que ainda não foi feito. Quais são os
compromissos que serão assumidos com a CUT, com o funcionalismo público? Que discussão vai ser
feita em relação à criminalização e
a judicialização das lutas sociais? E
em relação às ocupações urbanas e
à juventude? É necessário assumir
compromissos e que o programa de
governo tenha participação efetiva,
seja construído com os trabalhadores.
Por que a CUT decidiu se somar
no processo do plebiscito pela
constituinte exclusiva da reforma
política?
É inegável a melhora nos indicadores econômicos e sociais do país, mas do ponto de vista das políticas públicas e de como o poder reage às demandas sociais, está muito ruim. E acho que as pessoas quiseram dizer isso nas manifestações
de rua, então é fundamental reorganizar o sistema. Esse governo
não enfrentou reformas estruturais
que dessem conta de responder às
demandas históricas. Então é importante a CUT ser partícipe desse plebiscito, que é um mecanismo
de conversar com o povo sobre os
problemas. O mais rico do plebiscito popular é essa possibilidade de
demonstrar que são possíveis outras formas de discussão. O plebiscito pela redução da conta de luz
em Minas Gerais demonstrou que
a nossa capacidade de organização
popular é muito boa, então a gente
tem que aproveitar.
Você foi a primeira mulher eleita presidenta da CUT em Minas.
O que ainda há de desafio para a
participação das mulheres?
Eu fui eleita presidenta, mas
acredito que o mundo sindical é
muito machista. Tenho que me
desdobrar muito mais em tarefas, ações e agendas. Percebo que a
mulher é mais cobrada. A mulher,
para ser sindicalista, abre mão de
muito mais coisas de sua vida pessoal do que o homem. Espero que
nessa gestão a gente consiga potencializar mais, investir mais na formação das mulheres.
10 | brasil
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
Constituinte da reforma política
será exigida nas mobilizações
CONSULTA Movimentos sociais que organizam plebiscito popular levarão campanha às ruas
Danil Leon
Pedro Rafael Ferreira
De Brasília
Uma assembleia nacional constituinte soberana e exclusiva para
mudar o atual sistema político brasileiro. Organizada por dezenas de
entidades e movimentos sociais, o
plebiscito popular, que será realizado em setembro, pretende recolher
milhões de votos em favor da convocação da constituinte, numa iniciativa que está unificando diversos setores da esquerda. No último
final de semana, foi realizada a segunda plenária nacional da campanha, em Brasília. Na avaliação dos
participantes, a principal tarefa, a
partir de agora, é massificar o plebiscito em todo o país.
“Temos que aproveitar a conjuntura política e construir pontes com
setores que muitas vezes não estão
aqui. É casar o plebiscito com as lutas. Nós não podemos ter uma jornada de lutas que não fala do plebiscito e ter plebiscito sem luta popular nas ruas”, afirma João Paulo
Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A ideia é que o debate da reforma
política se consolide nas mobilizações de rua que agitam o país desde junho do ano passado. “A campanha agora precisa dar um salto e
chegar naquelas pessoas que estão
insatisfeitas com o atual sistema,
mas não sabem qual é o caminho,
para onde ir”, explica José Antônio
Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). A combinação entre insatisfação popular e falta de respostas das instituições oficiais para os problemas do país recolocou a necessidade de mudança no sistema político no centro da
agenda.
“A reforma política é a mãe de
todas as reformas. É difícil alguém
acreditar que no estado atual das
coisas será possível garantir mais
mulheres no parlamento, que os
negros terão acesso às políticas públicas, que haverá reforma agrária,
etc. Há um sequestro do Estado por
parte da burguesia brasileira e só
por meio do voto é impossível fazer
as transformações”, acrescenta João
Paulo, do MST.
Iniciativa popular
O plebiscito popular não é uma
consulta oficial, mas uma iniciativa de organizações da sociedade
para pressionar politicamente por
mudanças. Em 2003, foi realizado
o plebiscito contra a Área de Livre
Comércio das Américas, com votos de mais de 13 milhões de pessoas. Desta vez, a ideia é obter ainda mais votos.
Visibilidade
Com o ambiente político efervescente pelas mobilizações de
massa, acredita-se que o debate da
constituinte ganhará mais visibilidade na sociedade. “Um dos principais questionamentos das ruas foi
justamente a representatividade da
política tradicional. Acho que essa é a oportunidade de a gente dar
uma resposta, fazer um debate sobre por que as demandas não são
atendidas e como a gente pode fazer pra que elas sejam atendidas”,
argumenta Juliana Selbach, presidenta do PSOL-DF.
A juventude que sai às ruas pode
relacionar os problemas concretos
ao sistema político vigente. “Uma
turma no Rio de Janeiro, nas recentes manifestações, relacionou o financiamento privado de campanha com o aumento da passagem
e lucro das empresas de ônibus. Temos que mostrar esse ciclo vicioso
entre poder econômico e sistema
político que impede as mudanças”,
aponta Mitã Chalful, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Unidade
“Os movimentos têm visões diferentes sobre como deveria ser o sistema político. Mas se unem em torno da necessidade de uma constituinte. A gente está num processo bastante favorável e aberto para
que a esquerda dispute esse tema”,
afirma Juliana Selbach, do PSOL.
“Todos os movimentos tiveram
muita maturidade para compreender que temos um ponto central que é mudar o sistema políti-
co brasileiro, para deixar de ser esse modelo sub-representativo, em
que mulheres, negros e indígenas
não têm vez”, afirma Mitã Chalful,
da UNE.
Sabe por que não existe verba
para a educação, saúde, segurança
pública,
transporte
público
decente e previdência social?
Porque metade do orçamento
da União vai para o pagamento
da dívida pública. Uma dívida
que nunca foi auditada, sendo
prevista no artigo 26 do ADCT da
Constituição Federal de 1988.
Vamos, juntos, exigir a realização de uma
Auditoria Cidadã da Dívida. Já!
Mais informações: www.auditoriacidada.org.br
SITRAEMG: 1989/2014
25 anos na luta pelos direitos dos servidores do Judiciário Federal,
pela qualidade e rapidez nos serviços da Justiça, pela soberania
nacional e pelas justas causas dos cidadãos brasileiros.
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
brasil | 11
Suspensa comercialização de 111
planos de saúde de 47 operadoras
SAÚDE A suspensão começa a valer a partir de sexta-feira (21)
Sarah Fernandes
de São Paulo
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde (ANS)
anunciaram nessa terça-feira (18)
a suspensão da comercialização
de 111 planos de saúde de 47 operadoras do país, por não respeitarem os prazos máximos para realização de consultas e procedimentos, negarem atendimento ou por
não cumprirem os períodos de carência e as políticas de reembolso.
A suspensão começa a valer a
Reprodução
partir de sexta-feira (21). Do total, 28 planos e 31 operadoras permanecem com a comercialização proibida desde o ciclo anterior, por não terem obtido melhoria significativa nos serviços prestados. Os planos reúnem pelo menos 1,8 milhão de consumidores.
Entre as operadoras suspensas
estão a AGI Seguros, Allianz Saúde, Amico, Transmontano e 12
operadoras Unimed, entre elas a
Paulistana, do ABC, de São José
dos Campos e de Sergipe. (Rede
Brasil Atual)
TST proíbe desconto de Programa reduz consumo
salário de funcionários de crack em SP
dos Correios em greve
Rede Brasil Atual
O ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, do Tribunal Superior
do Trabalho (TST), proibiu os Correios de descontar salários dos empregados da empresa que estão em
greve. No entanto, o magistrado
determinou que 40% dos funcionários continuem trabalhando. A decisão foi tomada na sexta-feira (14)
e publicada nessa terça-feira (18).
O pedido para evitar os descontos foi feito pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). A entidade argumentou que a empresa cortou
o pagamento do tíquete-alimentação dos funcionários que entraram
em greve. Na mesma decisão, o ministro determinou que a Fentect
informe se está cumprindo uma
decisão anterior dele, que determinou a manutenção do percentual
mínimo em serviço.
Os funcionários dos Correios
iniciaram uma paralisação parcial
no dia 29 de janeiro alegando que
a administradora do plano de saúde oferecido pela empresa, a Postal Saúde, estava cobrando por serviços médicos. Os Correios informam que o plano de saúde, CorreiosSaúde, não será privatizado e
não cobrará nenhuma mensalidade de seus beneficiários (Agência
Brasil)
Marcelo Camargo-ABr
Ao anunciar o balanço do primeiro mês do programa De Braços
Abertos, que oferece moradia, trabalho e atendimento de saúde para dependentes de crack da região
da Luz, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), comemorou
a redução de até 70% do consumo
pelos participantes, verificada pelas equipes de saúde da prefeitura.
Desde o dia 14 de janeiro foram
cadastradas 386 pessoas na iniciativa, que consumiam de 10 a 15 pedras. Ao todo, foram feitas 3 mil
abordagens, 355 atendimentos médicos e 149 pessoas iniciaram tratamento de desintoxicação. O prefeito disse que não irá mais referirse à região como “cracolândia”, forma pejorativa pela qual é conheci-
da. As equipes que atualmente permanecem apenas até as 17h passarão a ficar nas ruas até as 22h, a partir da semana que vem. A medida é
considerada fundamental para que
o programa possa avançar mais,
afirmou o prefeito. Desde o início,
o “fluxo”, como é conhecida a aglomeração de usuários e traficantes,
teve uma redução significativa, especialmente durante o dia, quando a concentração não passa de 70
pessoas, contra mil antes da ação.
A prefeitura também pretende
afastar os participantes da chamada cracolândia. A ideia é expandir o
perímetro da varrição de ruas, única atividade laboral desenvolvida
até agora e empregá-los em outras
atividades. Em até 20 dias, 40 vagas
para trabalho de jardinagem devem
estar disponíveis.
Revisão do Plano de Carreiras dos servidores da saúde Já!
A hora é agora!
Essa é a data limite
para mudança na
folha de pessoal
em ano de eleição.
08
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12 | mundo
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
Uma aula de Venezuela e um pito na
Globo, em plena Globo
AMÉRICA Professor de relações internacionais explica a crise e derruba o mito da “falta de liberdade” no país vizinho
Rede Brasil Atual
O professor de Relações Internacionais da USP José Augusto Guillon
e a apresentadora Mônica Waldvoguel, do programa Entre Aspas, da
Globonews, chegaram ao limite da
gagueira, na terça-feira (18), durante debate a respeito da crise na Venezuela com a participação do jornalista Igor Fuser, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC). Diz
a narração de abertura: “Ele é acusado de assassinato, vandalismo e
de incitar a violência. Mas o verdadeiro crime de Lopez, se podemos
chamar isso de crime, foi convocar
uma onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro. Protestos seguidos de confrontos que deixaram quatro mortos e dezenas de
feridos”. E segue descrevendo que a
violência política decorre da imensa crise no país – inflação, falta de
produtos nas prateleiras, criminalidade em alta. Ainda no texto de
abertura, na voz de Mônica, o governo é acusado de controlar a economia e a Justiça, pressionar a imprensa e lançar milícias chavistas
contra dissidentes. E encerra afirmando que Leopoldo Lopez, na linha de frente, reivindica canais de
expressão para os venezuelanos.
Do início ao fim do debate, com
serenidade e domínio sobre o assunto, Igor Fuser leva a apresentadora e o interlocutor às cordas desde o início. Reconhece as dificul-
EFE
dades políticas do presidente Nicolás Maduro e a divisão da sociedade venezuelana. Mas corrige os
críticos, ao enfatizar que o país vive uma democracia, e opinar que
a campanha liderada por Lopez é
“golpista”, ao ter como mote a derrubada do governo legitimamente
eleito com mandato até 2019.
Fuser informa que em dezembro se cristalizou um processo de
diálogo entre governo e oposição,
então liderada por Henrique Capriles, derrotado nas duas últimas
Foram realizadas quatro
eleições na Venezuela
nos últimos 15 meses,
e candidatos chavistas
ganharam todas em plano
federal
eleições presidenciais por margem
muito pequena de votos. E que a
disposição ao diálogo levou a direita mais radical a isolá-lo, permitindo a ascensão de figuras como Leopoldo Lopez. Indagado se não seria
legítimo as manifestações da ruas
pedirem a saída do governo, como
foi no Egito ou está sendo na Ucrânia, o professor da UFABC resume
que as manifestações na Ucrânia
são conduzidas por nazistas, e no
Egito a multidão protestava contra
uma ditadura. Lembra que na Venezuela houve quatro eleições nos
últimos 15 meses, que o chavismo
venceu todas no plano federal, mas
que as oposições venceram em cidades e estados importantes, governam normalmente e as instituições funcionam, e que a Constituição é cumprida.
Questionado sobre a legitimidade da Constituição, informou que
a Carta, depois de passar pelo Parlamento, foi submetida a referendo popular e aprovada por 80% dos
venezuelanos – o que inclui, portanto, mais da metade dos que hoje votam na oposição. E à ironia
dos debatedores, de que seria para-
noia das esquerdas acusar os Estados Unidos de patrocinar uma suposta tentativa de golpe, esclareceu: os Estados Unidos estiveram
por trás de tantos golpes da América Latina – na Guatemala nos anos
1950, no Brasil em 1964, no Chile
em 1973, na própria Venezuela em
2002 – que não é nenhum absurdo
supor que estejam por trás de mais
um. E que também não é absurdo,
em nenhum país do mundo, expulsar diplomatas que se reúnem com
a oposição como se fossem dela integrantes.
Gravações comprovam rede mafiosa no alto
escalão do Exército colombiano
CORRUPÇÃO Generais, coronéis e tenentes-coronéis estariam envolvidos com o assassinato em massa de oposicionistas
Leonardo Wexell Severo
de São Paulo
Centenas de horas de gravação
investigadas pela revista Semana,
da Colômbia, comprovaram a existência de uma ampla rede de corrupção no Exército do país, composta por vários generais e inúmeros coronéis e tenentes-coronéis
envolvidos com o assassinato em
massa de oposicionistas.
Pondo em xeque o destino dos 27
bilhões de pesos (aproximadamente US$ 13,35 bilhões), cerca de 3,7%
do PIB do país, as gravações jaziam
adormecidas na Comissão de Acusações do Congresso.
Ao virem à tona, destamparam
uma quantidade monumental de
subornos feitos entre 2012 e 2013
pela alta cúpula militar mais estreitamente vinculada ao governo
dos Estados Unidos. Oficialmente,
os EUA contam hoje no país com
1.400 homens em sete bases: Palanquero, Malambo, Apiay, Cartagena, Málaga, Larandia e Tolemaida.
Segundo as gravações, mandos
militares usavam informações privilegiadas para conhecer de ante-
mão os vencedores das “licitações”
de várias unidades do Exército e garantir a liberação de milionários
contratos, “indicados a dedo”, nos
quais as propinas chegavam a 50%.
Entre os altos oficiais beneficiados pelas negociatas estão condenados e indiciados pelo assassinato dos chamados “falsos positivos”
- jovens entre 16 e 33 anos, executados pelas tropas que os vestiam de
guerrilheiros para receberem promoções, dinheiro e férias estendidas, conforme a política de execução sumária de “esquerdistas” defendida pelo “Plano Colômbia”. Até
2012, foram registrados quase três
mil assassinatos de inocentes.
Em breve comunicado, o presidente da Colômbia, Juan Manuel
Santos, qualificou as gravações como “muito graves”. “Estou indignado com o dano que isso causa às
Forças Armadas e ao país”, declarou, solicitando ao Procurador-Geral e à Controladoria que acelerem
a investigação, preferindo que seja conduzida pela Justiça Penal Militar. Santos também pediu ao seu
ministro da Defesa, Juan Carlos
Pinzón, “decisões contundentes e
exemplares”.
comida tal que oferece alirápida, mentos de qualidade
em inglês
Passar (o café)
resultados considerados previsíveis (gír.)
Grama (símbolo)
de "Nós é demais"
Pianista mineiro premiado em
sua carreira internacional
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
A novela Como ela é
Recurso
Parte
Construtor móvel
visual de
dos
da Arca motores
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AMIGA DA saúde
de
Por Joaquim Vela
Mande sua dúvida: [email protected]
Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde
Minha mãe é diabética há algum tempo e o médico prescreveu insulina pra ela. Uma vizinha me
deu uma planta que se chama insulina vegetal e
disse que tem o mesmo efeito, sem ter que tomar
injeção. O que você acha disso?
Joyce Helena, 14 anos, estudante
Querida Joyce, a planta conhecida como insulina vegetal (Cissus
sicyoides L), pode contribuir com
a redução da glicose no sangue,
mas deve ser usada com muito
cuidado. Os estudos feitos até o
momento sobre essa planta variaram muito nos resultados; alguns não conseguiram melhora,
outros sim. Parece que o diferencial foi o processo de desidratação e diluição adequados do vegetal. Se sua mãe já tem prescrição de insulina, é porque a glicemia dela deve estar muito al-
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Recebi email de uma leitora me questionando por que não falamos
aqui do beijo dos personagens Felix e Niko, de Amor à Vida. Disse estar preocupada com a possibilidade de termos nos posicionado em cima do muro, fugindo da polêmica. Sua agonia tinha a ver com a sensação de abandono: ninguém próximo a ela tinha concordado muito
com o beijo. Ainda ouviu de sua cunhada que era desnecessário passar “esse tipo de coisa” na televisão, já que seu filho, de 3 anos, poderia
ver a cena. Acrescentou, ainda, que ouviu da vizinha que os autores
querem impor goela abaixo o comportamento gay, já que casais homoafetivos têm sido comuns nos últimos folhetins de diferentes emissoras (a nova novela das 21h, Em Família também vai contar a história
de um casal lésbico que já começou a paquerar). Ela, enfim, me perguntou: “o que você acha disso, Quim”?
Nossa coluna fala de novela, porque a novela é um bom meio de
pensarmos sobre nossos comportamentos e valores. Quase todo
mundo assiste novela e elas pretendem “refletir” a vida real. Escrever
sobre um assunto na coluna já é uma forma de se posicionar. E em algumas semanas, abordamos nossas expectativas quanto ao casal gay
e o seu beijo na novela já terminada.
Quanto ao que ela ouviu da cunhada e da vizinha, se fosse comigo,
eu diria: ora bolas, de que você quer proteger o seu filho? De conhecer o mundo como ele é? Suponho que não, porque cenas de sexo, de
violência, de brigas, vinganças e traições passam todo o dia em qualquer novela. Porque a cena de um beijo entre homens deve ser escondida de seus olhinhos? Pela idade? Existe hora certa para saber que
gays existem? Assuma logo o seu preconceito ou considere também
desnecessárias as tantas tramas da novela que pretendam mostrar o
que acontece na vida.
Eu disse à minha leitora que ela não está sozinha. Nós respeitamos
aqui as diferenças entre as pessoas. E não concordamos com qualquer tipo de intolerância contra essas diferenças. Sejam elas de qualquer natureza. Melhor seria se a cunhada e vizinha dela deixassem de
ver televisão. Melhor ainda, que deixassem de sair na rua, caso queiram se proteger de qualquer cena de beijo.
Quer conversar? É só mandar email para quimvela@brasildefato.
com.br.
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Deixe que digam, que pensem, que beijem
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ta. Isso exige um controle rigoroso da glicose diariamente, sob
o risco de lesão de órgãos como
rins, olhos etc. Nesse caso, a insulina tradicional industrializada não deve ser substituída pela planta. Esta pode ser um auxílio no tratamento, assim como alguns alimentos e o exercício físico regular.
Estou grávida de cinco meses. Meu marido vive
atrás de mim pra ter relação, mas eu tenho medo
de machucar meu bebê. É mesmo perigoso acontecer isso?
Jandira, 31 anos, metalúrgica
Cara Jandira, algumas situações
de risco podem contra indicar o
sexo durante a gravidez, como
por exemplo, sangramentos ou
placenta prévia (placenta baixa).
Nos casos em que a gestação está tranquila, com os exames normais, o sexo pode ser praticado
sem risco para o bebê. Converse sobre isso com o profissional
que te acompanha no pré-natal.
Entretanto, você é que deve determinar se quer ou não ter relações sexuais e até quando, baseado no seu conforto e no seu
prazer. Nenhuma pessoa, in-
dependente da gravidez, deve aceitar ter relações sexuais
somente pela vontade ou pelo prazer do outro. Sua vontade, seu desejo, disposição e seu
prazer são muito importantes.
Cara amiga da saúde, fui à minha ginecologista
e ela me prescreveu vacina de HPV. Vi que a vacina é muito cara e ainda não consegui pagar.
Agora ouvi dizer que vai ter uma campanha do
SUS em março desse ano. Será que eu poderei
me vacinar nessa campanha?
Esthephany Laura, 18 anos, estudante
Infelizmente não, Esthephany. A
vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) está sendo introduzida no calendário de vacinação
do SUS e isso é um grande avanço, pois o HPV está altamente relacionado aos casos de câncer de colo de útero, a quarta maior causa de
morte de mulheres no Brasil. Entretanto, a faixa etária alvo da vacina
são adolescentes de 9 a 13 anos. Isso porque ela visa cobrir uma faixa
etária da população que ainda não
iniciou sua vida sexual e, portanto,
não teve contato com o vírus. Es-
te ano a campanha será para meninas de 11 a 13 anos e em 2015 o foco serão as de 9 a 11. Para as mulheres acima dessa idade, por enquanto, o acesso à vacina continua restrito à rede particular. Precisamos cobrar das autoridades para que ampliem seu acesso no SUS.
14 | cultura
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
Cultura do Vale ganha mais um
incentivo para se organizar
JEQUITINHONHA Seminário reúne artistas e produtores de 26 cidades da região
Raíssa Galvão
Neste final de semana, Araçuaí recebe artistas, agentes culturais, profissionais do setor e gestores públicos e privados de 26 dos 86
municípios do Baixo, Médio e Alto Jequitinhonha. Com o objetivo
de promover a troca e o intercâmbio direto entre toda a região, o nome do encontro traduz as intenções
dos realizadores: Tecendo a Rede
Jequitinhonha Cultural.
O seminário será realizado no
Centro Cultural Luz da Lua nos dias
20, 21 e 22 e reúne autoridades locais, representantes das universidades federais e de associações de
municípios da região. Os debates
contam com a presença de instituições como a Associação Campo
das Vertentes, Associação Quilombola de São Julião, Observatório da
Diversidade Cultural, Rede Fora do
Eixo e Sociedade Independente da
Música, bem como entidades regionais como a Casa de Cultura de Capelinha e Ponto de Cultura do Rubim.
A programação foi montada com
o intuito de organizar e consolidar
a conexão em rede entre os grupos. As mesas de discussão tratam
de políticas públicas para a cultura
e desenvolvimento local, da criação
de projetos participativos, manutenção e financiamento de redes,
estratégias para comunicação e estruturação de projetos a curto, médio e longo prazo.
O documento final do encontro, chamado de Carta de Araçuaí,
vai apresentar à sociedade as diretrizes do programa de integração
do Vale. Outro objetivo é a criação
do Centro de Referência do Jequitinhonha, um espaço para amparar e conectar iniciativas. O encontro recebe também a animação e o
tom dos artistas que ganharam o
mundo. Titane e Pereira da Viola se
apresentam em duas noites da programação.
Voz e vez ao povo do Vale
O seminário faz parte da agenda
de comemorações “Quando Jequitinhonha Canta e Dança”, que culmina nos dias 12 e 13 de abril com
um reencontro dos artistas que
participaram do show Onhas do Jequi, apresentação histórica realizada há 30 anos no Palácio das Artes e
que despontou o Vale para o mundo. Com nomes como Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeiras, Rubinho do Vale, Tadeu Martins, Gonzaga Medeiros, Lira e Frei Chico, a
arte que vem da região é hoje sím-
bolo da criatividade do Brasil Profundo, que usa as dificuldades como combustível para a construção
de novas realidades.
Inspiração
Bruno Bento, diretor da Associação Mucury Cultural, estará presente e fala sobre sua participação
no encontro com grande expectativa. “Este encontro é dotado de vários significados. Um deles é que
o Vale do Mucuri tem uma de suas várias origens justamente no Jequitinhonha, somos daqui irmãos e
Vilmar Oliveira
filhos das parteiras, dos vaqueiros,
lavadeiras, garimpeiros e mestres
da cultura popular.”
Bruno vê na oportunidade um
momento de aprendizado para a
criação de uma supra-entidade no
vale do Mucuri. “Precisamos de
mais protagonismo e horizontalidade no setor cultura. Participarmos deste momento de balanço e
reposicionamento do que talvez seja o principal movimento cultural
de Minas Gerais é honra, alegria e
responsabilidade, pois agora e de
certa forma, somos parte dele. Digo
isso emocionado e orgulhoso.”
Formato colaborativo marca Grito
Rock BH 2014
Phillipe Martins
O Grito Rock voltou ontem (20) a
Belo Horizonte e este ano a principal aposta do projeto é a reunião de
artistas, produtores, articuladores
políticos e movimentos da capital
mineira para a construção de uma
grade multifacetada.
Tanto pela incidência das pautas
políticas da cidade em sua programação, como pelos diferentes locais e intervenções que irão acontecer até o próximo sábado, o festival traz para BH a lógica colaborativa que torna possível a sua realização integrada a cerca de 400 outras
cidades. As atividades começaram
na casa de shows Studio Bar, onde
as bandas Black Drawing Chalks e
Absinto Muito se apresentaram na
noite de ontem.
Ambas são expoentes da música independente no país, o que reafirma o festival como facilitador na
circulação de artistas e bandas de
toda a América Latina, como explica Gabriel Murilo, morador da Casa Fora do Eixo Minas e um dos organizadores do evento. “O fomento da cadeia produtiva da música se
manteve nos objetivos prioritários
do Grito BH”, comenta.
Apesar da programação musical,
a edição 2014 se abre para outras
manifestações artísticas e políticas.
Na sexta (21), por exemplo, o Grito
Rock apresenta uma festa na Escola
de Samba Cidade Jardim com direito a Duelo de MCs, ação tradicional
do coletivo Família de Rua, ao som
de bateria carnavalesca e ainda en-
saio coletivo de blocos de rua.
No sábado (22), diversos grupos e agentes da comunidade Santa Maria estão juntos para a realização do Grito Rock na
área de lazer do bairro. O objetivo é promover a interação entre
Reprodução
os moradores e a revitalização do
local. A programação conta atividades para as crianças, Pós TV,
ações ecológicas, debate sobre a
cultura de periferia e ainda dois
palcos com programação durante todo o dia.
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
AGENDA DO FIM DE SEMANA
MÚSICA
CARNAVAL
Show com o cantor Siba. Sexta (21), às 22h, na
Casa Una de Cultura (Rua Aimorés, 1451, Lourdes). Distribuição de ingressos uma hora antes
da apresentação.
CARNAVAL
é tudo de graça!
BAR NA RUA
Apresentação do grupo Afoxé Bandarerê, com participação
especial de Maurício
Tizumba, Raquel Coutinho, Samba da Meia
Noite e Pena de Pavão de Krishna. Domingo (23), das 14h
às 17h, no Centro Cultural Padre Eustáquio
(Rua Jacutinga, 821,
Padre Eustáquio).
CLUBE DE LEITURA
O Isoporzinho BH reúne pessoas contra os
altos preços dos bares
e restaurantes da capital, que levam de casa
Apresentação da Orsua própria cerveja, gequestra Sinfônica de lo e isopor e se diverMinas Gerais. Quarta tem em lugares públi(26), às 21h, no Museu cos da cidade. Sábado
Inimá de Paula (Rua da (22), às 14h, na Praça
Bahia, 1201, Centro).
da Estação.
Encontro literário discute o livro O Mundo
de Sofia, de Jostein Gaarder. Sábado (22), de
13h às 17h, no Centro
Cultural Vila Santa Rita (Rua Ana Rafael dos
Santos, 149, Vila Santa Rita).
cultura | 15
Segunda a quinta-feira
LITERATURA
FOTOGRAFIA
Um mesmo olhar - fotografia de Dimas Guedes
reúne registros de construções arquitetônicas e cenas
cotidianas das mais diversas cidades do Brasil e do
mundo, feitas pelo fotógrafo Dimas Guedes, nos últimos 43 anos. De 26 de feSempre Um Papo com Adélia Prado. A autora vereiro a 6 de abril, terças
fará leitura de poemas, responderá perguntas a sábados, das 9h às 21h e
do público e lançará seu mais recente livro “Mi- domingos, das 16h às 21h,
serere”. Quinta (27), às 19h30, no Teatro Sesi- no Centro de Arte Contemminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). porânea e Fotografia (Av.
Afonso Pena, 737, Centro).
CINEMA
CARNAVAL
EXPOSIÇÃO
Mostra História Permanente do Cinema
exibe filmes de diretores consagrados, como
Woody Allen e Mark
Sandrich. Até 27 de fevereiro, no Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1.537,
Centro).
Exposição Improvável
apresenta série de fotografias artísticas, baseadas em acontecimentos,
a princípio, improváveis
de acontecer. Até 13 de
abril, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro).
Mostra Muros Vivos retrata arte urbana de Belo Horizonte. Até 05 de abril,
de segunda-feira a domingo, das 9h às 17h, no Sesc
Venda Nova (Rua Maria
Borboleta, s\nº, Letícia).
esporte |
na geral
Futebol Americano
Sábado tem jogo das estrelas
da NBB
Divulgação
Já estão definidas as equipes do
“Jogo das Estrelas” do Novo Basquete Brasil (NBB), que será realizado neste sábado (22), às 10h, no
Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza. A equipe titular do NBB Brasil (dos atletas brasileiros) vai de
Nezinho, Alex, Marcelinho, Guilherme Giovannoni e Murilo. Já a
equipe do NBB Mundo (dos atletas estrangeiros) será composta por Laprovittola, Shamell, Robert Day, Jerome Meyinsse e DeVon Hardin.
O jogador de futebol americano Michael Sam fez história ao
assumir publicamente sua homossexualidade numa rede de
TV. Num esporte completamente dominado por homens, a reação de solidariedade dos companheiros de equipe deixou o atleta surpreso e aliviado. O mesmo,
no entanto, não aconteceu com
a crítica especializada no assunto. Antes do anúncio, que ocorreu
no dia 9 de fevereiro, ele era cotado como 90º melhor no ranking
da CBS, rede de televisão norte-americana referência no assunto.
No dia seguinte, ele aparece
como 160º. Sam tem 24 anos e foi
eleito o melhor defensor da temporada universitária, jogando pelo Missouri, o que deixou praticamente certa sua atuação em uma
das equipes profissionais da Liga Nacional de Futebol americano (NFL). É um jogador de um futuro brilhante e, se aceito na NFL,
será o primeiro atleta assumidamente gay da modalidade, o que
ajuda a quebrar uma barreira na
liga.
Líder do Bom Senso F.C é vendido a clube chinês
Sul-Americano de Vôlei em
Belo Horizonte
O zagueiro Paulo André, campeão do mundial de clubes pelo
Corinthians em 2012, foi vendido ao clube chinês Shanghai Shenhua, cujo técnico é o brasileiro Cuca. Até então, uma negociação comum, se não fosse a importante posição de Paulo André no
Bom Senso Futebol Clube. As críticas à estrutura do futebol brasileiro e principalmente ao atual presidente da CBF, José Maria
Marin, fizeram com que Paulo se
tornasse uma figura mal vista pelos cartolas. A solução para desarticular o Bom Senso e garantir
sossego a Marin no ano de Copa
do Mundo foi encomendar a venda do ex-jogador do Corinthians
para a China. Mario Gobbi, presidente corintiano, cumpriu à risca a solicitação e despachou o então capitão da equipe para o país
asiático. A atitude do maior mandatário do futebol brasileiro nos
lembra a ditadura militar, época
em que os lutadores e lutadoras
do povo, quando não eram mortos, eram obrigados a sair do país.
Entre os dias 19 e 23 de fevereiro,
a Arena Vivo recebe o Campeonato sul americano de Vôlei Masculino.
São oito equipes na disputa e os destaques ficam por conta do anfitrião
Minas, o argentino UPCN, atual campeão continental, e o Cruzeiro, atual campeão do mundo. O campeão
sul-americano garante vaga no Mundial de Clubes 2014, que será realizado em Betim, de 6 a 11 de maio.
?
??
?
Você
Sabia
O vôlei é o segundo esporte
mais popular do mundo, perde apenas para o futebol. O
jogo foi inventado pelo professor William George Morgan em 1895,
nos Estados Unidos. No começo, chamava-se
mintonette, e era praticado com uma câmara da bola de basquete e uma corda no lugar da rede.
16 | esporte
Belo Horizonte, de 21 a 27 de fevereiro de 2014
OPINIÃO Cruzeiro
Que venha La U
Wallace Oliveira
A temporada cruzeirense começa para valer na terça-feira (25), no
Mineirão, contra o Universidad de
Chile. Isto porque, pela primeira
vez no ano, o Cruzeiro enfrentará
um adversário realmente forte, que
não joga em função do estádio ou
da altitude.
Para ganhar a Libertadores, o
atual campeão brasileiro precisa
começar a mostrar tudo o que sabe.
Em 2014, ainda não fez uma grande
partida, em que pesem as atuações
razoáveis contra a URT, o Vila e o
Guarani, do time reserva contra o
América e do primeiro tempo contra o Real Garcilaso e o Clube Atlético de Marrakesh.
O adversário
O Club Universidad de Chile nasceu em 1927 da união de algumas
agremiações esportivas universitárias de Santiago. Conhecido como
Light Press
La U, tem como principais títulos
o campeonato nacional (16 vezes),
a Copa Chile (4) e a Sul-americana de 2011. Seus melhores desempenhos na Libertadores ocorreram
em 1970, 1996, 2010 e 2012, quando chegou às semifinais da competição.
O Cruzeiro enfrentou La U duas
vezes, ambas nas oitavas de final da
Libertadores 2009. No Estádio Nacional Julio Martínez, 2 a 1 para La
Bestia Negra de las Americas, com
gols de Soares e Marquinhos Paraná. No Mineirão, 1 a 0, com gol de
Kléber.
Os pontos fortes da equipe do
técnico Cristián Romero são os atacantes Patricio Rubio, Isaac Díaz e,
principalmente, o excelente Rodrigo Mora, bem como a dupla de armadores Ramon Fernandéz e Juan
Rojas, que parece chegar ao entrosamento. O setor defensivo é muito
ruim: marca mal e não tem boa saída de bola.
OPINIÃO Atlético
Nada como um dia após o outro
Bruno Cantini
Carlos Cruz
OPINIÃO América
Rogério Hilário
Futebol de péssima
qualidade
Bráulio Siffert
Acabou o otimismo: está difícil
assistir aos jogos do América. Pouquíssima criatividade, pouquíssimos ataques, falta de vontade, muitos passes errados, muitas faltas,
muitos erros primários e poucos jogadores de qualidade. E como os
adversários também estão ruins,
os jogos parecem mais peladas de
amadores. No jogo contra o Minas
Boca, foram mais de 40 faltas e, somando os dois times, só 13 chutes
a gol.
O time virou um amontoado de jogadores de empresários,
que só querem fazer ponte no Amé-
rica para tentar seguir para “um time maior”. Vamos dar mais um
tempo para o Moacir Júnior, mas
parece que não adianta mudar de
técnico, pois o elenco é limitadíssimo. Está começando a chegar a hora de rever é o comando do América. Chega de conversinha, de justificativas, de desculpas, o torcedor
quer é resultado, ou, no mínimo, jogadores comprometidos.
Apesar dos pesares e da desconfiança de muitos, inclusive alvinegros, o Atlético comprovou contra a
fraca (é bom frisar) URT a qualidade do seu elenco. Apenas com reservas, o Galo fez sua melhor partida do Estadual e goleou, fora de
casa (o significado disto é um tanto vago, quando o adversário é uma
equipe do interior, pelo menos aqui
em Minas), e tirou um pouco do peso, para mim injustificado.
Embora, confesso, andasse meio
ressabiado com a capacidade dos
reservas, mas confiante na participação do time na fase final da competição, alguns jogadores me surpreenderam, outros confirmaram
o talento. Edcarlos e o argentino
Otamendi tranquilizaram o técnico
Paulo Autuori e a massa, apesar do
afastamento de Réver por até três
meses após cirurgia no tornozelo
esquerdo. Os laterais Alex e Michel,
este autor de um golaço, mostraram
serviço, enquanto Guilherme e André, autor de dois gols, comprovaram qualidade suficiente para brigar por vaga no time principal. Leandro Donizete, que finalmente retorna de lesões, também tem chances de lutar para figurar entre os titulares.
Na partida deste domingo, clássico contra o América, os suplentes eventuais novamente devem ser
escalados pelo treinador, já que na
próxima quarta-feira (26), o Atlético receberá o Independiente de
Santa Fé, Colômbia, em sua primeira partida em casa pela Copa Libertadores. Nada como um dia após o
outro. Não perco a mania de citar
velhos ditados.
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