AEmpresa A equipe da Divisão de Estudos e Novos Projetos está inventariando o rio Teles Pires (MT) Centro-Oeste guarda potencial energético Esgotado o potencial das regiões Sul e Sudeste para a construção de grandes usinas hidrelétricas, as atenções das empresas geradoras voltam-se para o Centro-Oeste. Há mais de dez anos, engenheiros e técnicos de FURNAS debruçam-se sobre mapas, analisam dados hidrológicos e vão a campo para identificar os melhores aproveitamentos hidrelétricos da região. Um deles deu origem a Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, no rio Tocantins, em Goiás, construída na década de 90 por FURNAS, em parceira com a iniciativa privada. 4 • junho 2003 • Linha Direta nº 297 A gora, a equipe da Divisão de Estudos e Novos Projetos (DENP.T), do Departamento de Engenharia Civil (DEC.T), está investigando o rio Teles Pires, no Mato Grosso. Os resultados preliminares do inventário realizado por FURNAS, em conjunto com a Eletrobrás e Eletronorte, prevêem a construção de seis hidrelétricas com potência estimada total de 3.000 megawatts. O inventário será entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o final deste ano. “A construção das usinas no rio Teles Pires está parecendo um grande empreendimento porque assegura altos níveis de geração com reduzidos impactos ambientais”, destacou o gerente do DEC.T, Hélio Goulart. Já na fase de estudos de viabilidade, o DEC.T está desenvolvendo, em parceria com Hélio Goulart é gerente do Departamento de Engenharia Civil de FURNAS O levantamento aerofotogramétrico é uma das etapas do trabalho de campo a iniciativa privada, os projetos Buriti Queimado, com potência de 142 MW, no rio das Almas (GO); Maranhão (GO), com 125 MW, no rio de mesmo nome; e Paulistas, com 80 MW, no rio São Marcos (GO/MG). Estes estudos de viabilidade serão entregues à Aneel no primeiro semestre de 2004. O inventário e o estudo de viabilidade são atividades que exigem dos engenheiros, além de suas qualidades profissionais, uma disposição adicional para investigar, desvendar e empreender. “Temos uma motivação especial quando realizamos um inventário ou um estudo de viabilidade porque a descoberta de um novo empreendimento representa o futuro da Empresa”, afirmou Afonso Lopes, gerente da DENP.T. Aproveitamento Energético Tecnicamente falando, o inventário determina a partição das quedas do rio, ou seja, em quantos locais podem ser construídas hidrelétricas para se obter o melhor aproveitamento energético do rio como um todo. Já o estudo de viabilidade é o refinamento do inventário, porque considera cada um dos potenciais separadamente. Isto significa que cada inventário resulta em alguns estudos de viabilidade. O tempo de duração de um estudo de inventário é de, aproximadamente, dois anos e do estudo de viabilidade é da ordem de 18 meses. Na primeira etapa do inventário, é realizada a pesquisa bibliográfica e o levantamento de todas as informações sobre o rio a ser estudado. Também são reunidos mapas e fotos de satélite do trecho estudado. Nesta fase, são analisados os dados hidrológicos e a série histórica de vazões (vazões do rio ao longo dos anos). O trabalho de campo inclui o reconhecimento por terra e o vôo no trecho do rio em estudo, quando são realizados os levantamentos aerofotogramétricos, que resultarão nos mapas com curvas de níveis. Uma equipe multidisciplinar realiza no campo os estudos geológicos e geotécnicos, sondagens, topografia e batimetria (levantamento do fundo do rio). Todos os estudos são posteriormente aprofundados e detalhados nos estudos de viabilidade, resultando em vasta documentação entregue à Aneel para futura licitação ou outorga da construção. “A empresa estatal tem um papel fundamental na realização dos inventários e estudos de viabilidade porque detém os recursos humanos e materiais necessários para garantir a qualidade dos trabalhos”, explicou Hélio Goulart. Hidrelétricas no rio Madeira Na região Norte, FURNAS está realizando os estudos de viabilidade dos aproveitamentos hidrelétricos de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, em Rondônia. Em dezembro de 2002, a Aneel aprovou o inventário realizado por FURNAS, em parceria com a Construtora Norberto Odebrecht. As usinas terão capacidade instalada de 7.480 MW. Linha Direta nº 297 • junho 2003 • 5