1 INSTITUTO QUALITTAS DE ENSINO PÓS GRADUAÇÃO EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL HIGIENIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Deborah Theoto Santucci Imperato Jundiaí, dez. 2008 2 DEBORAH THEOTO SANTUCCI IMPERATO Aluna do curso de pós-graduação em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal Turma 2006 – São Paulo HIGIENIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Trabalho monográfico de conclusão do curso de pós-graduação em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal (TCC), apresentado ao Instituto Qualittas de Ensino para a obtenção do título de especialista em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, sob a orientação da Profª Drª Vera Letticie de Azevedo Ruiz Jundiaí, dez. 2008 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HIGIENIZAÇÃO 4 2.1 Pré-lavagem 5 2.2 Lavagem com detergentes 5 2.2.1 Tipos de detergentes 6 2.2.1.1 Detergentes alcalinos 7 2.2.1.2 Detergentes ácidos 8 2.2.1.3 Detergentes tensoativos 9 2.2.1.4 Agentes seqüestrantes e quelantes 11 2.2.2 2.3 3. 11 Enxágüe 15 SANITIZAÇÃO 17 3.1 Meios físicos 18 3.1.1 Calor 18 3.1.2 Radiação Ultravioleta 19 3.2 4. Formulações de detergentes na indústria alimentícia Meios químicos 19 3.2.1 Compostos clorados 20 3.2.2 Compostos iodados 26 3.2.3 Clorhexidina 29 3.2.4 Ácido peracético 30 3.2.5 Compostos quaternário de amônio 33 3.2.6 Peróxido de hidrogênio 37 MÉTODOS DE HIGIENIZAÇÃO 39 4.1 Higienização manual 39 4.2 Higienização por imersão 40 4.3 Higienização por meio de máquina lava jato tipo túnel 40 4 4.4 Higienização por meio de equipamento spray 40 4.5 Higienização por nebulização ou atomização 41 4.6 Higienização por circulação 41 5. QUALIDADE DA ÁGUA 43 6. NATUREZA DA SUPERFÍCIE 45 7. MONITORIZAÇÃO DA LIMPEZA E DA SANIFICAÇÃO 46 8. CONCLUSÃO 47 REFERÊNCIAS 49 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Detergentes para higienização manual 12 Tabela 2 Detergentes para higienização de garrafas 12 Tabela 3 Detergente para limpeza CIP (Cleaning in Place) 12 Tabela 4 Detergente para higienização de tubulações de aço inoxidável 13 Tabela 5 Detergente para remoção de minerais 13 Tabela 6 Detergente para higienização de tanques de armazenamento de leite 13 Tabela 7 Detergente para higienização de recipientes de alumínio para transporte de leite 13 Tabela 8 Detergente para higienização de recipientes de ferro estanhado para transporte de leite 14 Tabela 9 Tipos e características das sujidades 15 Tabela 10 Relação dos principais compostos clorados inorgânicos 21 Tabela 11 Relação dos principais compostos clorados orgânicos 21 Tabela 12 Uso do cloro na indústria de alimentos 21 Tabela 13 Sanitização de equipamentos 22 Tabela 14 Vantagens e desvantagens dos hipocloritos como sanitizantes 24 Tabela 15 Vantagens e desvantagens dos iodóforos como sanitizantes 27 Tabela 16 Vantagens e desvantagens do ácido peracético como sanitizantes 32 Tabela 17 Vantagens e desvantagens dos compostos quaternários de amônio como sanitizantes 35 Tabela 18 Vantagens e desvantagens do peróxido de hidrogênio como sanitizantes 38 Tabela 19 Tipos de superfícies, características e cuidados específicos 45 6 1. INTRODUÇÃO Atualmente, todos os setores de produção enfrentam o desafio da qualidade de seus produtos. Em particular, na indústria de alimentos, os procedimentos de higienização são fundamentais para assegurar a qualidade (Germano; Germano, 2003). É importante que o processo de higienização não interfira nas propriedades nutricionais e sensoriais dos alimentos, bem como garanta a preservação de sua pureza e de suas características microbiológicas (Andrade; Macêdo, 1996). Assim, a utilização de cuidados rigorosos de higienização, seguindo normas adequadas, favorece o controle de qualidade, viabiliza os custos de produção, satisfaz os consumidores e não oferece riscos à saúde do consumidor, além de respeitar as normas e padrões microbiológicos recomendados pela legislação vigente (Germano; Germano, 2003). A segurança alimentar é um fator importante inserido no contexto de saúde pública, ligando a agricultura aos outros setores da cadeia de produção de alimentos. O desenvolvimento de novas filosofias para produção e controle da qualidade de alimentos tem contribuído para a segurança alimentar na maioria dos países em desenvolvimento. Entretanto, uma série de problemas ainda persistem (Schlundt, 2002). Existe consenso de que o controle de qualidade de leite utilizado como matéria prima é fundamental para garantir a qualidade dos produtos derivados Isto é válido mesmo para aqueles produtos que sofrem processos térmicos mais intensos, como é o caso dos leites concentrados e esterelizados, onde a eficiência destes procedimentos alcança praticamente 100% (Germano; Germano, 2003). Deste modo, as indústrias devem concentrar esforços juntos aos seus setores de captação, uma vez que a produção representa, sob ponto de vista 7 microbiológico, o primeiro ponto crítico de controle no processamento de qualquer produto lácteo (Germano; Germano, 2003). O controle de qualidade no setor de laticínios inicia-se antes da produção de matéria prima das fazendas, pois o leite de boa qualidade só é obtido de animais selecionados, sadios, adequadamente manejados, bem nutridos e livres de doenças e infecções. Na seqüência, a ordenha tem que ser realizada de maneira correta, em ambiente apropriado. O leite precisa ser resfriado imediatamente e transportado nestas condições até a plataforma da indústria para que possa ser beneficiado em produtos de qualidade assegurada, tradicionalmente conseguido pela aplicação do controle de qualidade do produto final (Valta et al., 2002). A elaboração de embutidos, as fases de corte e manipulação de carnes e outros ingredientes, moagem, homogeinização e embutimento, seguidas ou não de cozimento e/ou defumação, conforme o tipo de produto. Diversos equipamentos são utilizados para estas finalidades, tais como mesas de manipulação, moedores, cutters, misturadores e embutideiras. A eficiência dos procedimentos de higienização destes instrumentos pode ser limitada por vários fatores, com destaque para a própria natureza do alimento trabalhado, o qual possui elevado teor de gordura, bem como as características da estrutura dos equipamentos, que possibilita, em alguns locais, a retenção de resíduos difíceis de serem removidos nas lavagens rotineiras. Estes resíduos comportam-se como verdadeiros meios de cultura para o desenvolvimento de microorganismos, elevando a carga microbiana total do produto e diminuindo o seu prazo de validade (Oliveira et al, 1998) Desenvolvimentos recentes na área da qualidade têm enfatizado a prevenção de defeitos em primeiro lugar, por meio da efetiva identificação e eliminação de riscos, em detrimento do controle concentrado no produto acabado, permitindo o emprego de sistemas de Qualidade assegurada (QA), em particular a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), usada na 8 identificação de pontos e etapas do processamento dos quais microorganismos patogênicos podem sobreviver, entrar e/ou proliferar no alimento. Passou a ser item obrigatório de implantação após o ano de 1998, que tornou obrigação das indústrias a colocação na prática da Portaria nº 46, de 10/02/98, que institui o APPCC para produtos de origem animal (Valta et al., 2002). Outro ponto importante e fundamental, antes da implantação do APPCC, são as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que são procedimentos e processos que garantam a segurança no processamento de alimentos, resultando em produto seguro para o consumidor e de qualidade uniforme (Valta et al., 2002) É obrigatória implantação conforme a Portaria 368, de 04/set/1997, do Ministério da Agricultura, que dá o Regulamento Técnico sobre as Condições Sanitárias e de Boas Práticas de Elaboração para Estabelecimentos Elaboradores de Alimentos (Brasil, 1997) Vários são os pontos importantes para a obtenção de resultado positivo no final do processamento, todos devidamente escritos, planilhados e executados por grupos específicos, citando o local e instalações do maquinário e equipamento, as operações sanitárias, que compreendem os programas e utensílios usados para manter a fábrica e os equipamentos limpos e em condições adequadas de uso, todos os processos e controles, equipamentos e utensíios que compreende todos os aparelhos, linhas e acessórios utilizados para transoformar o leite cru, ingredientes e aditivos no produto final embalado (Valta et al., 2002). Outra Resolução obrigatória, que é a maneira de garantir que as Boas Práticas estão implantadas é a Resolução DIPOA/SDA 10, de 22/05/2003, do Ministério da Agricultura, que institui o programa de Procedimentos – Padrão de Higiene Operacional- PPHO a ser utilizado nos estabelecimentos de Leite e Derivados que funcionam sob regime de inspeção Federal, como etapa preliminar e essencial dos programas de Segurança Alimentar tipo APPCC (Brasil, 2003), e que devem ser utilizados como base para outros produtos de origem animal. 9 2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HIGIENIZAÇÃO A higienização, do ponto de vista conceitual, divide-se em duas etapas distintas: limpeza e sanitização (ou sanificação). Na limpeza, objetiva-se a remoção de resíduos orgânicos e minerais – proteínas, gorduras e sais minerais. Na sanitização, procura-se eliminar microorganismos patogênicos e reduzir o número de saprófitas ou alterar a quantidades insignificantes – nível de segurança (Germano; Germano, 2003). De um modo simples, pode-se considerar a higienização eficiente (HE) como sendo um resultado da inter-relação entre as energias químicas, mecânicas e térmicas, além do tempo de duração do procedimento (Germano; Germano, 2003). HE= Energia Química x Energia Mecânica x Energia Térmica x Tempo Em princípio, quanto maior o tempo de contato ou duração do procedimento, mais eficiente será a higienização, entretanto, quando se considera a utilização de agentes químicos, as reações ocorrem com maior eficiência nos minutos iniciais da aplicação destes produtos, pois à medida que o tempo passa, as soluções tornam-se saturadas com o material originado das reações. Por outro lado, a alteração de um dos fatores, implica na alteração do outro, para manter o mesmo nível de eficiência (Germano; Germano, 2003). De modo geral, a limpeza e a sanitização estão baseadas em quatro níveis de operações (Germano; Germano, 2003). Pré- Lavagem → Limpeza com Detergente → Enxágüe → Sanitização 10 2.1 Pré- Lavagem A pré-lavagem, usando apenas água, visa a redução da quantidade de resíduos presentes nas superfícies dos equipamentos e utensílios; este processo, geralmente promove a remoção de cerca de 90% dos resíduos solúveis em água (Germano; Germano, 2003). A temperatura ideal para a utilização da água é em torno dos 40º C, pois quando excessivamente quente desnatura proteínas, enquanto que fria pode provocar a solidificação de gorduras. Recomenda-se que a temperatura mínima deve estar 5º C acima do ponto de liquefação das gorduras enquanto que a máxima dependerá do ponto de desnaturação da proteína constituinte do alimento. A ação mecânica da água é responsável pela remoção de resíduos não solúveis e diminuição da carga microbiana nas superfícies (Germano; Germano, 2003). 2.2 Limpeza com Detergentes O uso de solução detergente em contato direto com as sujidades tem como objetivo separá-las das superfícies a serem higienizadas, dispersá-las no solvente e prevenir nova deposição sobre as superfícies (Germano; Germano, 2003). A ação da solução de limpeza deve ser atingida por uma série de quatro etapas, conforme Gava (1978): a. a solução de detergente entra em contato íntimo com o resíduo a ser removido, através de suas características molhantes e penetrantes, b. deslocamento de resíduos sólidos e líquidos da superfície por ação saponificantes em gorduras, peptizante em proteínas e dissolvente em minerais c. dispersão dos resíduos no solvente por ação dispersante, desfloculante ou emulsificante 11 d. evitar a redeposição dos resíduos na superfície através das características de lavagem. Na indústria de laticínios os principais resíduos são os orgânicos e os minerais. Entre os orgânicos incluem-se as gorduras, proteínas e açúcares, que foram a maioria dos constituintes do leite; são resíduos bastante complexos e a tenacidade com que se aderem às superfícies de contato varia de acordo com fatores tais como tempo de secura e duração e intensidade do tratamento térmico. É importante a remoção desses resíduos o mais rápido possível para se evitar a formação de depósitos persistentes, de mais difícil remoção, razão pela qual a limpeza deve ser iniciada imediatamente após o término do uso de equipamentos (Vialta et al., 2002) É necessário que se conheçam as características dos detergentes, bem como as suas condições de emprego (Germano; Germano, 2003). Conforme Germano e Germano (2003), Vialta et al. (2002), e Gava (1978), um bom detergente deve ser: • Emulsificador: para dispersar as gorduras; • Solvente: para dissolver resíduos de alimentos, sobretudo proteínas; • Emoliente: para umedecer os utensílios que serão limpos; • Agente de dispersão: para lavar tanto em água branda como em dura; • Muito solúvel: para ser eliminado completamente na água de enxágüe; • Inofensivo ao homem: atóxico, não corrosivo e econômico. 2.2.1 Tipos de Detergentes 12 2.2.1.1 Detergentes Alcalinos Promovem o deslocamento de resíduos por emulsificação, sanificação e peptização. Removem os resíduos protéicos e gordurosos das superfícies, além de ter propriedades germicidas. Sua aplicação é sempre efetuada na concentração de 1% a 2% em água a 80ºC (Germano; Germano, 2003). O hidróxido de sódio (soda cáustica) é o mais importante representante deste tipo de detergentes, sendo muito utilizado na lavagem de garrafas e em processos automáticos, como em máquinas de lavar pratos, onde não há contato com os manipuladores. Durante o preparo da solução, a elevação brusca da temperatura pode causar ebulição e conseqüente projeção de gotas pode atingir a pele e as mucosas dos manipuladores (Andrade; Macêdo, 1996). Para procedimento de lavagem e higienização de sistemas de membranas de ultrafiltração, Andrade e Pinto (1994), sugerem realizar a pré-lavagem durante 10 minutos com água a 40ºC para remoção parcial de resíduos solúveis em água e após realizar a lavagem com detergente alcalino, circulando-se solução de hidróxido de sódio aditivado com EDTA como agente complexante na concentração de 1% de alcalinidade cáustica à temperatura de 60ºC durante 30 minutos ou até desentupimento parcial das membranas. A formulação ideal deste detergente deve conter 95%de hidróxido de sódio e 5% de EDTA. Além disso, a concentração em alcalinidade cáustica deve ser controlada utilizando métodos volumétricos de neutralização (Andrade; Pinto, 1994). Após o procedimento de enxaguagem, realiza-se lavagem com detergente ácido, conforme descreveremos posteriormente. Outros exemplos são: hidróxido de potássio, metassilicato de sódio, ortossilicato de sódio e sesquissilicato de sódio. O carbonato de sódio e o bicarbonato de sódio são exemplos de álcalis fracos (fornecem ânions OH-) e são usados para remover resíduos orgânicos (Germano; Germano, 2003). 13 2.2.1.2. Detergentes Ácidos A aplicação de agentes ácidos é efetuada quando existe a possibilidade de formação de incrustações minerais como as de água dura, depósitos calcários ocasionados por álcalis entre outros, os quais não são removidos por detergentes alcalinos. As soluções ácidas são produtos compostos de ácidos orgânicos e inorgânicos que podem ser usados individualmente ou em combinações. O íon hidrogênio (H+) confere atividade aos ácidos, no entanto é extremamente corrosivo para metais, particularmente ferro galvanizado e aço inoxidável (Germano; Germano, 2003). Dentre os ácidos fortes incluem-se os inorgânicos e os orgânicos. Dentre os inorgânicos destacam-se: clorídrico, sulfúrico, nítrico e fosfórico. São exemplos de ácidos orgânicos: lático, glucônico, cítrico, tartárico, levulínico e hidroxiacético (Andrade; Macêdo, 1996). Deve-se ressaltar que os ácidos orgânicos são produtos caros. Os ácidos fortes são usados somente em condições especiais, como no caso de superfícies muito incrustadas, mas sempre tomando precauções de manuseio (Germano; Germano, 2003). Em membranas para sistema de ultrafiltração, Andrade; Pinto, 1994, recomendam que a lavagem com detergentes ácidos deve ser feita circulando-se soluções de ácido nítrico ou de formulações à base de ácido fosfórico na concentração de 1% de acidez livre à temperatura de 60ºC por 30 minutos até restauração do fluxo desejado. A concentração em acidez livre deve ser controlada utilizando métodos volumétricos (Andrade; Pinto, 1994). Após realizar outra enxaguagem através de circulação de água para remoção do material reagido com restos de ácido. 14 2.2.1.3 Detergentes Tensoativos São aqueles que modificam a tensão superficial em interfaces líquidolíquido, líquido-gás e sólido-líquido. Apresentam, geralmente, em sua fórmula grupos polares hidrofílicos, ou seja, com afinidade pela água e grupos não polares lipofílicos, ou seja, com afinidade por óleos e gorduras, que os tornam agentes capazes de reduzir a tensão superficial. Assim, os tensoativos são conhecidos também como detergentes sintéticos, umectantes, umedecedores, emulsificantes ou agentes de molhagem, entre outros (Germano; Germano, 2003). Os emulsificantes permitem a dispersão de dois líquidos não miscíveis, os agentes molhantes permitem melhor penetração de líquidos em resíduos sólidos (Andrade; Macêdo, 1996). Os detergentes tensoativos (surfactantes) são classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros (Germano; Germano, 2003). • Detergentes tensoativos aniônicos São aqueles que se dissociam em solução, sendo o íon negativo a forma ativa. Neste grupo está incluída a maioria dos detergentes comerciais. O primeiro tensoativo aniônico conhecido foi o sabão, obtido por meio da saponificação de óleos e gorduras de origem animal ou vegetal, atualmente substituído pelos agentes tensoativos sintéticos. Na indústria de alimentos são utilizados, principalmente, os derivados de ácido sulfônico e também ésteres de ácido sulfúrico. A parte hidrofóbica é constituída pelos grupos alquil, aril e alquil-aril, o que facilita a incorporação da gordura, enquanto a parte hidrofílica é constituída do sulfonato e sulfato (Germano; Germano, 2003). 15 • Detergentes tensoativos catiônicos São aqueles que, ao se dissociarem em solução, apresentam um íon positivo ativo. São compostos mais eficientes como germicidas do que como detergentes. Os compostos de amônio quaternário são seus principais representantes, devendo sua ação ao fato do átomo de nitrogênio possuir um par de elétrons não emparelhados, permitindo assim um ataque eletrofílico (Germano; Germano, 2003). • Detergentes tensoativos não-iônicos São detergentes que não se ionizam em soluções aquosas, sendo obtidos pela combinação de óxido de etileno com compostos hidrofóbicos contendo grupamento do tipo carboxila, hidroxila ou amino, originando assim diferentes tipos de éteres, ésteres ou alcoóis. Dentre eles incluem-se os alcoóis etoxilados, ácidos carboxílicos etoxilados e amidas etoxiladas (Germano; Germano, 2003). Alguns destes compostos formam pouca espuma, podendo ser usados para melhorar a molhagem dos detergentes ácidos; são compatíveis com tensoativos aniônicos e catiônicos, participando de diversas formulações (Germano; Germano, 2003). Muitos apresentam, no entanto, na forma pastosa ou de líquido denso, o que dificulta sua utilização nas formulações de detergentes (Germano; Germano, 2003). • Anfóteros Substâncias com características de liberar carga elétrica positiva ou negativa, dependendo do pH do meio. Têm carga positiva em pH ácido e carga 16 negativa em pH básico. Dentre os anfóteros, incluem-se acil dialquil etileno diaminas e derivados, e o ácido N-alquil aminos (Germano; Germano, 2003). 2.2.1.4 Agentes Sequestrantes e Quelantes Os polifosfatos são os maiores representantes dos sequestrantes. São usados na formulação de detergentes após a descoberta de que formam complexos solúveis com cálcio e magnésio, evitando assim a precipitação de sais que poderiam interferir na operação de limpeza. Sua ação sequestrante, é geralmente, reversível. Compreenderam uma série de complexos de fosfato de sódio, obtidos pelo aquecimento, isoladamente ou misturados com álcalis. São exemplos o polifosfato tetrassódico, o hexametafosfato de sódio (Calgon®) e o tetrafosfato de sódio (quadrofos). Alguns ácidos orgânicos (cítrico, glucõnico e outros) são também sequestrantes, mas não de tanta importância quanto os polifosfatos (Germano; Germano, 2003). Com relação aos agentes quelantes, o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA), com seus sais de sódio e potássio, é o mais importante, sendo capaz de remover Ca++, Mg++, e Fe++ de soluções com efeito similar aos polifosfatos. Os agentes quelalantes são estáveis ao calor e compatíveis com compostos de amônio quaternário (Germano; Germano, 2003). 2.2.2 Formulações de Detergentes na Indústria de Alimentos Para se obter um bom efeito de higienização, geralmente, há necessidade de se usar uma mistura de substâncias químicas. Quanto mais eficiente se deseja tornar a higienização, mais complicada é a composição do produto a ser usado, nas diversas aplicações específicas. A seguir, algumas sugestões de formulações 17 para determinadas aplicações na indústria de alimentos, citadas Andrade;Macêdo, 1996. Tabela 1 – Detergentes para higienização manual. Agente químico Concentração (%) Dodecilbenzeno sulfonado de sódio (LAS) 40% 10 Tensoativo não iônico 4 Tripolifosfato de sódio 25 Metassilicato de sódio 10 Bórax ou sulfato de sódio 51 Tabela 2 – Detergentes para higienização de garrafas. Agente químico Concentração (%) Hidróxido de sódio 68 Fosfato trissódico 4 Carbonato de sódio 14 Pirofosfato tetrassódico 8 Metassilicato de sódio 6 Tabela 3 – Detergente para limpeza CIP (Cleaning in Place). Agente químico Concentração (%) Gluconato de sódio 5 Soda cáustica 95 por 18 Tabela 4 – Detergente para higienização de tubulações de aço inoxidável. Agente químico Concentração (%) Tensoativo não iõnico 3 Tripolifosfato de sódio 25 Metassilicato de sódio 10 Carbonato de sódio 30 Sulfato de sódio 32 Tabela 5 - Detergente para remoção de minerais. Agente químico Concentração (%) Tensoativo não iônico 0,3 Ácido fosfórico 31 Água 68 Tabela 6 – Detergente para higienização de tanques de armazenamento de leite. Agente químico Concentração (%) Metassilicato de sódio 35 Tripolifosfato de sódio 30 Carbonato de sódio 35 Tabela 7 – Detergente para higienização de recipientes de alumínio para transporte de leite. Agente químico Concentração (%) Metassilicato de sódio 60 Tripolifosfato de sódio 35 Dodecilbenzeno sulfonado de sódio 5 19 Tabela 8 – Detergente para higienização de recipientes de ferro estanhado para transporte de leite. Agente químico Concentração (%) Carbonato de sódio 55 Tripolifosfato de sódio 40 Dodecilbenzeno sulfonado de sódio 5 Conforme Vialta et al., 2002, especialistas do setor de laticínios afirmam que os produtos selecionados devem ser isentos de silicatos, carbonatos, sulfatos, cloretos e solventes organoclorados e também devem conter baixas concentrações de fosfatos e tensoativos, preferencialmente os de alto índice de degradação, devendo ser evitados os não iônicos derivados de fenóis etoxilados e os sanificantes à base de hipoclorito de sódio e/ou derivados orgânicos. Ainda conforme Vialta et al., 2002, dependendo dos tipos de resíduos, qualidade da água, natureza da superfície e procedimentos de higienização, diversos tipos de agentes de limpeza podem ser utilizados, geralmente em duas etapas: uma com agentes alcalinos visando remover resíduos protéicos e gordurosos e outra com agentes ácidos para remoção de inscrustações minerais. Conforme a tabela descrita abaixo, descrita em CD PAS – Programa Alimento Seguro – Elementos de Apoio Indústria, 2004, temos as seguintes recomendações: 20 Tabela 9 – Tipos e características das sujidades Componentes Remoção Solubilidade Tipo de detergente recomendado Carboidratos Fácil Solúveis em água Alcalino Lipídeos Difícil Insolúveis em água Solúveis em álcali Alcalino Proteínas Muito fácil Insolúvel em água Solúveis em álcali Ligeiramente solúveis em ácido Clorado, alcalino Sais minerais Variável Solubilidade em água variável Solúveis em ácido Ácido Fonte: PAS – PROGRAMA ALIMENTO SEGURO – CD ROM 2.3 Enxágue Depois da lavagem com detergentes, os equipamentos devem ser enxaguados para remover resíduos suspensos e traços dos componentes de limpeza (Germano; Germano, 2003) A eficiência da operação deve ser feita pelo exame da superfície no término do processo. Ela não deverá conter resíduos visíveis pela iluminação direta, depois de totalmente seca; não deverá conter partículas fluorescentes quando iluminadas em ambiente escuro com luz UV de 340-380 nm, não deverá conter manchas ou impregnações após fricção de lenço de papel ou de linho branco (Vialta et al., 2002) Após o uso de alcalinos, a remoção completa do detergente pode ser garantida tomando-se uma amostra da água de enxágüe e adicionando gotas de fenoftaleína como indicador de pH. A água de enxágüe deve permanecer incolor, indicando pH abaixo de 8,3. A remoção de detergentes ácidos pode ser avaliada, 21 usando-se como indicador o metilorange: neste caso, a cor da água de enxágüe deve ficar amarela após a adição do indicador, caracterizando o pH próximo à neutralidade (Germano; Germano, 2003). Quando possível, o enxágüe deve ser feito a temperatura elevada (acima de 70ºC). Isto favorece a eliminação de microorganismos e facilita a evaporação da água das superfícies (Germano; Germano, 2003). 22 3. SANITIZAÇÃO É a última e indispensável etapa de um fluxograma geral de higienização. Visa à eliminação de microorganismos patogênicos e a redução de alteradores, até níveis considerados seguros, nas superfícies de equipamentos e utensílios. As etapas anteriores do procedimento de higienização, de modo geral, reduzem a carga microbiana, mas não a índices considerados satisfatórios (Germano; Germano, 2003). Um equipamento que não tenha sido adequadamente limpo não poderá ser sanitizado com eficiência, pois resíduos remanescentes protegerão os microorganismos da ação dos agentes sanitizantes, ou seja, este por si não é capaz de corrigir falha das etapas anteriores do processo de higienização (Germano; Germano, 2003). O leite é uma mistura complexa de gorduras, proteínas, açúcares e minerais, materiais de difícil remoção. Devido ao fato de ser um excelente meio de cultivo para vários grupos de microorganismos, há a necessidade de ser realizar o processo de limpeza com muito critério, nos procedimentos de sanificação. Estes podem ser dificultados pela formação de biofilme no aço inoxidável e na suerfície de outros materiais como vidro, borracha, fórmica, polipropileno e ferro formado. Várias espécies de biofilme, incluindo patógenos como Bacillus cereus, Listeria monocytogenes Yersinia enterocolítica e Escherichia coli O157:H7. A adesão do microorganismo normalmente ocorre num intervalo de 20 minutos a 2 horas e fatores como as suas características e do material onde se dará a aderência, composição do meio, idade e concentração da cultura influenciam este processo (Vialta et al., 2002) Enquanto a pré-lavagem e a lavagem com detergentes devem ser efetuadas de imediato após o uso dos equipamentos e utensílios, a aplicação de 23 sanitizantes deve ocorrer imediatamente antes do uso (Germano; Germano, 2003). Este é um aspecto importante, pois após a lavagem e enxágue, os equipamentos e utensílios ficam à espera de um novo turno para serem utilizados. Isto pode permitir que microorganismos aderentes à superfície, ou que venham a contaminá-la mediante manuseio ou insetos, se desenvolvam acarretando o aumento da população microbiana antes do próximo uso do equipamento. Portanto, a falta da sanitização pode propiciar a contaminação do alimento, inclusive com agentes patogênicos (Germano; Germano, 2003). O leite pode ser contaminado quando entra em contato com a superfície do equipamento e/ou utensílios de ordenha, assim como no próprio tanque de refrigeração do leite. A contagem bacteriana total do leite pode aumentar significativamente quando em contato com o equipamento nos qual a limpeza e sanitização são deficientes, pois os microorganismos proliferam nos resíduos de leite presentes em recipientes, borrachas, junções e qualquer outro local onde ocorra acúmulo de resíduos de leite (Guerreiro et al., 2005). A sanitização poderá ser realizada por meios físicos e químicos, sendo esta última a mais comum (Germano; Germano, 2003). 3.1 Meios Físicos 3.1.1 Calor • Vapor: jatos de vapor a 77ºC durantes 15 minutos ou a 93ºC durante 5 minutos, ou ainda pelo uso de vapor direto durante 1 minuto (Germano; Germano, 2003). 24 • Água quente: recomendada uma exposição de 2 minutos a 77ºC no caso de xícaras e utensílios e de 5 minutos a 77ºC no caso de equipamento de processamento de alimentos (Germano; Germano, 2003). • Ar quente: exposição durante 20 minutos à temperatura de 90ºC (Germano; Germano, 2003). 3.1.2 Radiação Ultravioleta Usada para a redução de microorganismos em áreas de processamento, laboratórios, câmaras e fluxos laminares para microbiologia e em plástico para embalagens de leite. Encontram-se dois tipos de lâmpadas especiais: de argôniomercúrio para pequenas áreas e as de mercúrio-quarto recomendadas para instalações maiores e funcionamento sob pressão (Germano; Germano, 2003). Estas lâmpadas emitem radiação na faixa de comprimento de onda de 900 a 3800 Å, sendo a zona mais letal em torno de 2.600 Å. Contudo, são de custo elevado devido ao consumo de energia elétrica, atuam somente ao nível superficial e sua eficiência decresce de acordo com o tempo de utilização, devendo ser substituídas a cada 6 meses de utilização. Como vantagens, não conferem sabores indesejáveis aos alimentos e não apresentam efeito residual (Germano; Germano, 2003). 3.2 Meios Químicos São muito usados na prática, notadamente por razões econômicas, destacando-se o uso dos componentes clorados, iodados e quaternários de amônio (Germano; Germano, 2003). A escolha do sanificante deve ser precedida por análise detalhada, levandose em consideração aspectos como uso autorizado do produto pela legislação, 25 grau de toxicidade, poder corrosivo, efeito residual sobre alimentos, causador de manchas nos equipamentos e utensílios, efeito sobre meio ambiente e custo (Vialta et al., 2003). Um sanificante ideal deveria, em grau ótimo, provocar rápida destruição dos microorganismos contaminantes, ser seguro e atóxico, não ser irritante para os manipuladores, aprovado pelos órgãos oficiais de fiscalização, lavável, não apresentar efeitos prejudiciais aos alimentos, econômico, fácil de dosar, analisar e estável na formulação concentrada e em solução, hidrossolúvel, não corrosivo e compatível com outros produtos químicos e equipamentos (Vialta et al., 2003). Visto que o número das características é um tanto extenso, nenhum agente sanitizante único é o melhor ou ideal para todas as finalidades. Isto não surpreende, levando-se em consideração a variedade de condições sob as quais os sanitizantes podem ser utilizados, as diferenças em seus mecanismos de ação e os diversos tipos de células microbianas que devem ser destruídas (Martins; Kuaye, 1996). 3.2.1 Compostos Clorados O cloro é o sanitizante mais usado, devendo sua atividade germicida à combinação com radicais oxidáveis, principalmente - SH das enzimas. Nas tabelas 10 e 11 serão apresentados os principais compostos clorados, na tabela 12a utilização do cloro na indústria, e na 13, exemplos na sanitização de equipamentos, conforme descrito em Andrade; Macêdo, 1996. 26 Tabela 10 – Relação dos principais compostos clorados inorgânicos Compostos clorados Porcentagem de cloro residual (%) Hipoclorito de sódio 1 – 10 Hipoclorito de cálcio 70 – 72 Hipoclorito de lítio 30 – 35 Cloro gás 100 Dióxido de cloro 17 Tabela 11 – Relação dos principais compostos clorados orgânicos Compostos clorados Porcentagem de cloro residual (%) Cloramina T 24 – 26 Dicloramina T 56 – 60 Dicloro dimetil hidantoína 66 Ácido tricloroisocianúrico 89 – 90 Ácido dicloroisocianúrico 70 Tabela 12 – Uso do cloro na indústria de alimentos Compostos clorados Concentração mg/l CRT pH Temperatura ºC Contato (min) Abastecimento público 0,1 – 1,0 6,8 – 7,0 20 – 25 15 Cloração industrial 5,0 – 7,0 6,8 – 7,0 20 – 25 15 Resfriamento de enlatados 5,0 – 7,0 6,8 – 7,0 20 – 25 5 Imersão/ circulação 100 7,5 – 8,5 20 – 25 15 – 30 Aspersão/ nebulização 200 7,5 – 8,5 20 – 25 1–2 Redução microbiana das superfícies de alimentos 50-200 7,5 – 8,5 20 – 25 30 Sanitização de equipamentos 27 Tabela 13 – Sanitização de equipamentos Compostos clorados Concentração mg/l CRT pH Temperatura ºC Contato (min) Imersão/ circulação 100 7,5 – 8,5 20 – 25 15 – 30 Aspersão/ nebulização 200 7,5 – 8,5 20 – 25 1–2 Redução microbiana das superfícies de alimentos 50-200 7,5 – 8,5 20 – 25 30 Para minimizar a instabilidade dos compostos clorados, particularmente dos inorgânicos, a indústria de alimentos deve armazenar os produtos comerciais em recipientes escuros, bem fechados, em locais bem ventilados e de temperaturas não elevadas para que não haja diminuição do teor de cloro residual. O contato com a luz decompõe os produtos clorados e a temperatura elevada provoca sua volatização. Tanto os compostos clorados inorgânicos quanto os orgânicos podem participar de formulações com sustâncias detergentes, desde que haja compatibilidade entre eles, ou seja, não haja inativação ou redução da eficiência dos princípios ativos. Estas formulações originam detergentes-sanitizantes à base de cloro (Germano; Germano, 2003). A ação germicida do cloro e seus derivados, excetuando-se o dióxido de cloro, efetua-se através do ácido hipocloroso, cuja tendência à dissociação acarreta a formação de íon H+ e íon hipoclorito (Germano; Germano, 2003). HClO → H+ e OCl- Esta reação é reversível, e forma HOCl quando em presença de íons H+. O íon hipoclorito pode causar hidrólise (Germano; Germano, 2003): OCl- + H2O → HOCl + OH- 28 Em água clorada, o cloro molecular (Cl2) está presente em uma faixa de pH igual ou inferior a 2,0. O ácido hipocloroso predomina entre os valores de pH 4.0 e 7,5, enquanto na faixa de pH 7,5 e 9,5 predomina o íon hipoclorito (Germano; Germano, 2003). Uma vez que o ácido hipocloroso é considerado como a forma aqtiva do cloro com ação antimicrobiana, verifica-se que a quantidade deste composto depende do pH da solução (Germano; Germano, 2003). Segundo Germano; Germano, 2003, as hipóteses dos mecanismos de ação dos compostos clorados são: • Destruição da síntese protéica; • Descarboxilação oxidativa de aminoácidos a nitrilas e aldeídos; • Reações em ácidos nucléicos, purinas e pirimidinas; • Desequilíbrio metabólico após destruição de enzimas essenciais; • Indução de lesões no DNA acompanhada da capacidade de autoduplicação; • Inibição da absorção de oxigênio e fosforilação oxidativa conjugada à quebra de macromoléculas; • Formação de derivados nitroclorados de citosina. Com relação ao dióxido de cloro, este não se hidrolisa em soluções aquosas, sendo a molécula intacta responsável pela atividade antimicrobiana, tendo atuação mais eficaz sob pH 8,5 (Germano; Germano, 2003). Na tabela 14 temos a utilização dos hipocloritos como sanitizantes, conforme Andrade; Macedo, 1996. 29 Tabela 14 – Vantagens e desvantagens dos hipocloritos como sanitizantes Vantagens Desvantagens Relativamente baratos Instáveis ao armazenamento Agem rapidamente Inativados pela matéria orgânica Não afetados pela dureza da água Irritantes para a pele Efetivos contra grande variedade de microorganismos Corrosivos quando não usados corretamente Relativamente não tóxico nas condições de uso Podem provocar odores indesejáveis Fáceis de preparar e aplicar em equipamentos Precipitam em água contendo ferro Concentrações facilmente determinadas Menor eficiência com aumento de pH Podem ser usados em tratamento de água Removem carbono da borracha Concentração de 50 mg/l geralmente são aprovadas no teste de suspensão Os equipamentos não necessitam ser enxaguados após sanificação. Efetivos em baixas concentrações Ainda dentro do grupo dos clorados, existem as cloraminas, caracterizadas por possuírem um ou mais átomos de hidrogênio substituídos pelo cloro em seu grupamento amino. A mais simples é a monocloramina (NH2Cl). As cloraminas têm como vantagem serem mais instáveis que os hipocloritos em termos de liberação prolongada de cloro (Germano; Germano, 2003). De modo geral, recomenda-se após aplicação de compostos clorados acima de 200 ppm, um enxágüe final com água potável (Germano; Germano, 2003). Segundo Guerreiro et al., 2005, um experimento foi realizado em quatro propriedades rurais fornecedoras de leite para observar as condições higiênicas durante e após o processo de ordenha. Três delas utilizavam ordenha mecânica e uma manual com bezerro ao pé da vaca. Foram realizados questionários sobre 30 várias informações, sendo: tipo de ordenha, volume de produção, água de lavagem, limpeza do estábulo, limpeza de equipamentos, limpeza dos tetos, asseio do ordenhador e horário das ordenhas, entre outros. Usaram como medidas profiláticas, entre outras: lavagem de todas as borrachas, latões, teteiras usando bucha, detergente neutro ou escovas, cloro e água potável; os utensílios (latões, balde, peneiras, coadores) foram mantidos em local limpo e protegido, livre de insetos e animais; a limpeza dos utensílios foi iniciada logo após o término da ordenha; quando possível utilizando água quente ou morna, com temperatura de aproximadamente a 45ºC; trocaram-se os latões enferrujados; após a limpeza os latões foram virados de boca para baixo e as teteiras mergulhadas em solução de água clorada por 15-20 minutos (1,0 ml de solução de hipoclorito de sódio, contendo 10% de cloro ativo/ para cada litro de água); foi utilizado balde semiaberto na ordenha no caso da ordenha manual. Também foram corrigidos hábitos de higiene dos operadores/ ordenhadores, medidas de limpeza geral no ambiente de ordenha e manejo de saúde dos animais, como a verificação de mastite subclínica, desinfecção dos conjuntos de ordenha, lavagem dos tetos e secagem com papel toalha e aplicação de iodo antes e depois da ordenha. Obtiveram-se melhoras significativas na produção, concluindo-se que em todas as propriedades, após a adoção de técnicas profiláticas durante a etapa produtiva, ocorreram diminuições significativas na contagem total de bactérias psicotróficas, comprovando a importância das práticas de higiene e limpeza sobre a qualidade microbiológica do leite (Guerreiro et al., 2005) Segundo Andrade e Pinto, na sanificação de membranas de ultrafiltração utiliza-se soluções de hipoclorito de sódio na concentração de 200mg/l de cloro residual livre e pH próximo de 8.0. Alternativamente ou em sistema de rodízio semanal pode-se usar a formulação à base de ácido paracético e peróxido de hidrogênio na concentração de 300 mg/l do princípio ativo expresso em ácido 31 peracético. Em ambos casos, deve-se utilizar temperaturas ambiente e tempo de contato em 30 minutos (Andrade; Pinto, 1994) 3.2.2 Compostos iodados Têm sido aplicados como sanitizantes há mais de um século nas formas de tintura de iodo, solução de iodo alcoólico e soluções contendo iodo metálico mais iodeto. São ligeiramente solúveis em soluções alcoólicas de iodeto de potássio. Devido sua baixa solubilidade em água, é comum fazer-se a mistura do iodo com um agente tensoativo não iônico, o qual funciona como carreador e solvente deste elemento (Germano; Germano, 2003). Nestas soluções o iodo é liberado de forma lenta e gradual a partir destes compostos, comumente chamados de iodóforos, que além de solúveis em água, mantêm a capacidade germicida e não apresentam as características indesejáveis dos outros iodados por serem inodoros e não irritantes à pele, conforme demonstra a tabela 15, segundo Andrade; Macedo, 1996. 32 Tabela 15 – Vantagens e desvantagens dos iodóforos como sanitizantes Vantagens Desvantagens Boa estabilidade Eficiência diminui com aumento do pH Ação de molhagem Pode provocar descoloração Eficiente contra todos os microorganismos, exceto esporos bacterianos e bacteriófagos Menos eficiente que o cloro sobre esporos bacterianos e bacteriófagos Não deve ser usado à temperatura acima de 49ºC Mais caro que o cloro Elimina células de leveduras mais rápido que o hipoclorito Causa coloração de alguns materiais como plástico Não é afetado por água dura Não devem ser empregados em plantas de amido Relativamente não tóxico Não devem ser empregados em temperaturas acima de 43ºC, pois sublimam. Não corrosivo e não penetrante à pele Boa penetração e propriedades de espalhamento Previne formação de incrustações minerais por ser de natureza ácida Sua coloração é indicativa de níveis de concentração Facilmente preparado Menos sensível à matéria orgânica do que o cloro Sua concentração é facilmente determinada A ação bactericida dos compostos iodados deve-se, principalmente, ao I2 liberado pelas soluções aquosas e pelos complexos com agentes tensoativos. Em relação às células vegetativas, pressupõe-se que o I2 penetre na parede celular, 33 ocasionando destruição da estrutura protéica. Além disso, haveria uma ação ao nível do protoplasma onde I2 inibiria sistemas enzimáticos chaves por meio da oxidação do aminoácido tirosina, formando diiodotirosina. Esta reação alteraria a estrutura da enzima, afetando sua atividade (Germano; Germano, 2003). Verifica-se que o iodo é eficiente sobre células bacterianas, sejam gram positivas ou negativas e é moderadamente eficiente sobre fungos, leveduras e vírus. O iodo é tão eficiente quanto o cloro sobre células vegetativas, mas apresenta uma ação muito menor quando se trata de esporos bacterianos (Germano; Germano, 2003). Uma parte do iodo livre equivale a 3-6 partes de cloro livre. O I2 é menos ativo que o cloro e por isso tem maior dificuldade em reagir com matéria orgânica, além de não formar haloaminas como o cloro, portanto, deve ser aplicado às superfícies previamente limpas, onde a matéria orgânica tenha sido removida. As soluções de iodo são principalmente empregadas na antissepsia da pele (uso por manipuladores), mas também são usados no ambiente, sob forma de nebulização (Germano; Germano, 2003). Em um estudo realizado por Ribeiro, Reis e Rossi (2000), foram realizadas análises microbiológicas (contagem total de mesófilos e Staphylococcus coagulase posivos) das mãos de manipuladores da sala de desossa de uma indústria frigorífica, antes e após tratamentos de higienização: água morna; detergente por 15 a 30 segundos; iodóforo à 25 e 40 ppm; detergente por 15 segundos mais iodóforo nas concentrações de 25 a 40 ppm; detergente por 30 segundos mais iodóforo a 25 a 40 ppm. As maiores reduções foram alcançadas com a utilização de água morna (90,90%) e detergente por 30 segundos e iodóforo a 40 ppm (97,83), sendo a redução nos demais tratamentos inferior a 90%. Staphylococcus coagulase positiva só foi detectado uma vez durante o experimento, sendo que, após o tratamento com detergente por 15 segundos 34 mais iodóforo na concentração de 25 ppm, a redução do microorganismo foi de 100% (Ribeiro; Reis; Rossi, 2000). 3.2.3 Clorhexidina Tem sido recomendada como agente sanitizante na indústria de alimentos, sendo utilizada por manipuladores em equipamentos, utensílios e ainda, recomendada para o controle microbiológico de salmouras no processamento de queijos (Germano; Germano, 2003). A clorhexidina é uma base de cor branca, nas formas de diacetato e diidrocloreto, que são solúveis em ága a 20ºC, de 1,9% e 0,06% (p/v), respectivamente. O digluconato de clorhexidina é completamente solúvel em água. A clorhexidina pode ser inativada por precipitação de sais minerais, inclusive por aqueles que compõem a dureza da água (Germano; Germano, 2003). As soluções aquosas deste germicida, não possuem cor nem odor, mas tem pouco efeito de molhagem, por isso, podem ser utilizados tensoativos catiônicos e não iônicos para melhorar esta característica (Germano; Germano, 2003). Este derivado da bisbiguanida parece apresentar baixa toxicidade em animais, além de não provocar danos à pele, membranas e mucosas de manipuladores nas concentrações que apresentam efeito germicida. O mecanismo de ação da clorhexidina caracteriza-se pela rápida absorção pelas células bacterianas, resultando em diversas modificações citológicas que afetam a permeabilidade. A quantidade do agente químico absorvida é proporcional à sua concentração, à densidade da célula bacteriana e à composição e pH do meio (Germano; Germano, 2003). Demonstrou-se que o diacetato de clorhexidina é mais efetivo que o cloreto de benzalcônio, alguns desinfetantes fenólicos e iodóforos. A clorhexidina pode 35 apresentar ações bactericidas (atribuída à precipitação de macromoléculas intracelulares em concentrações de 500 a 2.000 vezes maiores em relação à concentração bacteriostática) e bacteriostáticas (induzida por danos leves na membrana e na inibição enzimática) (Germano; Germano, 2003). A solução comercial de digluconato de clorhexidina a 20%, à diluição de 1:2000 é utilizada para a redução da microbiota de manipuladores de restaurantes industriais, que atuam nas áreas de carnes, saladas e cocção. Este sanitizante é também eficiente em tratamentos de salmouras, nas superfícies de queijos curados e é empregado, ainda para sanitização de equipamentos e utensílios, na diluição de 1:3000 a 20% (Germano; Germano, 2003). 3.2.4 Ácido Peracético Os compostos como cloro, amônio quaternário e iodóforos têm sido mais empregados, mas pesquisas por outras substâncias alternativas demonstram que os peróxidos apresentam boas características sanitizantes, sendo que o ácido peracético bem recebendo interesse pelos diversos setores onde seja necessária a sanitização (Martins; Kuaye, 1996). Originalmente, o produto era comercializado em soluções relativamente concentradas, mas devido aos perigos associados com o transporte e manuseio de soluções fortemente oxidante,s atualmente é fornecido na forma de soluções diluídas, contendo entre 2 a 15% do ingrediente ativo, de acordo com as legislações nacionais e internacionais.l Trata-se de um composto bastante reativo, capaz de oxidar matéria orgânica e inorgânica, como fenóis, cetonas, aminas e compostos dissulfídricos (Martins, Kuaye, 1996). Segundo Germano; Germano, 2003, o estado de equilíbrio em solução é representada pela seguinte mistura: 36 CH3CO.OH + H2O2 → CH3COOOH + H2O A grande capacidade de oxidação dos componentes celulares, torna o ácido peracético um excelente sanitizante, pois o oxigênio liberado pelo peróxido reage imediatamente com os sistemas enzimáticos inativando-os. Este agente não existe como uma entidade química única, necessita estar em equilíbrio na solução com o peróxido de hidrogênio e o ácido acético (Germano; Germano, 2003). Embora as recomendações dos fabricantes sejam baseadas na concentração do ácido peracético, não há dúvida que a ação sobre células vegetativas, esporos, fungos, leveduras e vírus é, também, devido ao teor de peróxido de hidrogênio presente nas formulações comerciais (Germano; Germano, 2003). Quanto ao seu emprego setor cervejeiro tem sido um dos mais citados, sendo indicado também para uso em laticínios, no tratamento de esgotos e na esterilização de materiais cirúrgicos. Em estudos recentes, foi utilizado em abatedouros, sobre as carcaças de frangos, em substituição ao cloro, com excelentes resultados. Resultados semelhantes foram obtidos como esterilizador de embalagens (Germano; Germano, 2003). O uso deste sanitizante tem sido crescente no sentido de substituir os produtos a base de cloro ou hipoclorito de sódio, que se mostram comprovadamente maléficos à saúde e segurança, uma vez que podem formar perigosos produtos clorados secundários (Martins; Kuaye, 1996) Sob o aspecto de corrosão, as soluções de ácido peracético são aplicadas na faixa de 10 -500 ppm, dependendo do grau de sanitização exigido. Nesta taxa de concentração e sob as condições ideais, estas soluções não são corossivas ao aço inoxidável. Porém, o efeito corrosivo dos íons cloreto é potencializado na presença dos agentes oxidantes. Devido a este fato, é importante que se tenha conhecimento do nível de cloração da água empregada na diluição do ácido, pois 37 há um potencial risco de corrosão em soluções com elevado teor de cloro (Martins; Kuaye, 1996). Na tabela 16 são apresentadas as vantagens e desvantagens da utilização do ácido peracético, conforme Andrade; Macedo, 1996. Tabela 16 – Vantagens e desvantagens do ácido peracético como sanitizantes Vantagens Desvantagens Excelente ação sanitizantes Irritantes à pele O composto concentrado tem odor Excelente atividade antimicrobiana e largo pungente de vinagre, além de ser espectro de ação (células vegetativas, incompatível com ácidos e álcalis fungos, esporos e vírus) concentrados, borrachas naturais e sintéticas. Baixo efeito residual de toxicidade Vapores são irritantes à pele Concentração facilmente determinada Requer cuidados no manuseio Seguro para uso em filtros de éstercelulose, usados nas cervejarias Age em baixas temperaturas Não corante e não afetado pela dureza da água Não espumante dentro das concentrações recomendadas de uso Não corrosivo ao aço inox e alumínio, nas concentrações de uso recomendadas Rápida decomposição após uso em ácido acético, oxigênio e água, dispensando um enxágüe final Baixa concentração de uso e praticamente inodoro na forma diluída Incompatível com ferro, cobre e alumínio Baixa estabilidade à estocagem 38 No mercado encontram-se soluções comerciais contendo concentrações de ácido peracético a 2% e 4% e de peróxido de hidrogênio a 7% e 20%, respectivamente. Contudo, para sua utilização têm sido recomendadas soluções diluídas cuja concentração final de ácido peracético varie de 300 e 700 mg/l. Vale ressaltar que a maior eficiência do produto é atingida a temperaturas abaixo de 35ºC e em pH entre 2 e 4 (Germano; Germano, 2003). O ácido peracético é irritante para peles e mucosas, havendo necessidade de cuidados especiais no manuseio do produto concentrado, tais como roupas protetoras, luvas de PVC, máscaras com filtro contra gases tóxicos e proteção ocular. Quando a aplicação deste ácido devem-se tomar precauções para evitar sua ação corrosiva, pois ataca ferro, cobre, níquel, titânio, cromo, prata, zinco, alumínio e suas respectivas ligas. Da mesma forma, como ataca tanto borracha natural quanto sintética, deve-se evitar o uso em equipamentos que tenham gaxetas de borracha. Por outro lado, não ataca vidro, porcelana, PVC, polietileno, polipropileno, teflon e aço inoxidável AISI 316 e 316 L (Germano; Germano, 2003). 3.2.5 Compostos Quaternários de Amônio (CQA) São compostos tensoativos, catiônicos, que apresentam pouca atividade como detergentes mas boa atividade germicida. Vários mecanismos de ação associados dão origem á atividade germicida a estes compostos, tais como a inibição enzimática, a desnaturação de proteínas e a lesão de membranas citoplasmáticas com conseqüente vazamento dos constituintes celulares (Germano; Germano, 2003). Os CQAs formam um filme bacteriostático sobre as superfícies, mas atuam com menos eficiência sobre bactérias Gram-negativas (coliformes e 39 psicrotróficos) do que as Gram-positivas (Staphylococcus spp e Streptococcus spp). A atividade sobre Gram negativas pode ser aumentada com uso de EDTA, pois este atua como quelante para algumas estruturas da parede celular, facilitando a penetração do composto pela membrana (Germano; Germano, 2003). Estes sanitizantes não são eficientes contra bacteriófagos e não apresentam atividade esporicida, embora possam ser esporostáticos. Por outro lado, não apresentam excelente atividade sobre fungos e leveduras (Germano; Germano, 2003). Os CQA são também chamados de “quats” e muito usados na sanitização de ambientes, equipamentos e utensílios, conforme demonstrado na tabela 17, conforme Andrade; Macedo, 1996. As condições de uso mais comuns são na concentração de 300-400 mg/l, em pH entre 9,5 e 10,5 exigindo-se um contato mínimo por 10 a 15 minutos à temperatura ambiente. São recomendados também para manipuladores de alimentos (Germano; Germano, 2003). 40 Tabela 17 – Vantagens e desvantagens dos compostos quaternários de amônio como sanitizantes Vantagens Desvantagens Pouco afetados por matéria orgânica Caros Inodoros, incolores, não corrosivos e não irritantes Incompatíveis com agentes tensoativos aniônicos Efeito bacteriostático residual Baixa atividade em água dura Facilmente controlados Mais caros que os compostos clorados Não irritante à pele quando em limpeza mecânica Pouco efetivos contra bacteriófagos, esporos bacterianos, coliformes e psicotróficos Estáveis ao armazenamento É necessário efetuar a rinsagem do equipamento Vida de prateleira longa Problemas com formação de espumas e sabores estranhos em laticínios Controlam odores desagradáveis Atividade reduzida na presença de Ca++, Mg++, Fe++ Não tóxicos Compatíveis com tensoativos não iônicos em formulações de detergentes Ativos em ampla faixa de pH (melhor acima de 6,0) Estáveis à temperatura ambiente e à quente Eficazes contra Gram positivas Solúveis em água e boa penetração Efetivos contra microorganismos termodúricos Estáveis à mudança de temperatura Efetivos em condições alcalinas 41 Por diminuir a tensão superficial da água, os CQA apresentam boas características de penetração, tornando-os eficientes mesmo em superfícies porosas. Como são incompatíveis com agentes tensoativos aniônicos, tornandose inativos, não devem ser adicionados em soluções para a formulação de detergentes-sanitizantes. No entanto, com agentes tensoativos não iônicos, apresentam boa eficiência, em condições alcalinas, em pH entre 9,5 e 10,5 (Germano; Germano, 2003). Em indústrias de carnes, pode-se utilizar os compostos de quaternários de amônio em soluções de enxágüe e imersão, conforme alguns exemplos citados em Contreras et al. (2002), demonstrados abaixo: Exemplo 1: Higienização de equipamentos como serras elétricas, moedores, homogeneizadores, cutters, com periodicidade 2 vezes ao dia. Desmontagem do equipamento → limpeza com água quente e detergente alcalino → 1º enxágüe com água → 2º enxágüe com quaternário de amônio a 200 ppm e ação por 15 minutos → 3º enxágüe com água quente → secagem natural Exemplo 2: Higienização de utensílios e superfícies, como facas, carrinhos, cubas, mesas, placas de altileno. Limpeza com detergente alcalino e ação mecânica (escovas ou buchas sintéticas) → enxágüe com água quente → imersão em solução de quaternário de amônio a 200 ppm. Obs: não há necessidade de enxágüe pré-uso. Exemplo 3: Higienização de câmaras frigoríficas. Periodicidade diária de piso e semanal de paredes. Retirada de resíduos com jatos d’água → limpeza com ação mecânica (vassouras) e detergente alcalino e água quente → 1º enxágüe com água quente 42 → 2º enxágüe com quaternário de amônio a 400 ppm → retirada do excesso de água com rodos. 3.2.6 Peróxido de Hidrogênio É um forte oxidante devido à liberação do oxigênio, sendo há décadas usado como agente bactericida e esporicida. Tem sido aplicado à esterilização de embalagens de produtos assepticamente embalados e na sanitização de equipamentos e utensílios na indústria de alimentos. Também é componente de algumas formulações de sanitizantes, particularmente em equilíbrio com ácido acético, dando origem ao ácido peracético (Germano; Germano, 2003). Em concentrações baixas atua sobre células vegetativas por meio de um processo de oxidação enérgica dos componentes celulares. Em concentrações elevadas atua como esporicida; por exemplo, para esterilização de embalagens de produtos estéreis deve-se usar o peróxido a 30%, concentração esta como eficiente e rápida ação esporicida. Nas indústrias de alimentos pode ser utilizado na concentração de 0,3% a 30%, em pH 4,0, desde temperatura ambiente até 80ºC, com contato de 5 a 20 minutos (Germano; Germano, 2003). Apesar de forte oxidante, este sanitizante é capaz de gerar radicais hidroxilas sob radiação ultravioleta. Foi observada ação sinérgica entre peróxido de hidrogênio e radiação UV. Também, alguns sais inorgânicos, especialmente sais de cobre, aumentam a atividade bactericida e esporicida deste sanitizante (Germano; Germano, 2003). A tabela 18, demonstra as vantagens e desvantagens do uso do peróxido de hidrogênio como sanitizante, conforme descrito em Andrade; Macedo, 1996. 43 Tabela 18 – Vantagens e desvantagens do peróxido de hidrogênio como sanitizantes Vantagens Desvantagens Baixa toxicidade Corrosivo para cobre, zinco e bronze Baixo efeito residual Baixa temperatura: requer longo tempo de contato Não requer enxaguagem Requer controle do oxigênio ativo na utilização Requer precaução no manuseio e dosagem 44 4. MÉTODOS DE HIGIENIZAÇÃO Para que na indústria de alimentos um programa de higienização alcance sucesso é necessários que os métodos adotados considerem as instalações, os equipamentos, os utensílios e os manipuladores (Germano; Germano, 2003).. 4.1 Higienização Manual Usado onde a higienização mecânica não é aplicável ou quando é necessária uma abrasão adicional. Devem ser utilizados detergentes de média ou baixa alcalinidade, e a temperatura de no máximo 45ºC. Recomenda-se que, ao final da higienização, esses utensílios devam ser adequadamente limpos e imersos em solução sanitizante (Germano; Germano, 2003). Caso esta limpeza não aconteça, parte dos resíduos ficam aderidos à superfície das esponjas. Estes resíduos juntamente com a água nelas retida, transformam as esponjas num ótimo meio de cultura, favorecendo o desenvolvimento de microorganismos (Srebersnich et al.,2005). Em um trabalho desenvolvido por Srebersnich et al. (2005) teve como objetivo avaliar sob o aspecto microbiológico, esponjas utilizadas em 14 cozinhas industriais. As esponjas foram coletadas após uso de um período médio de 3 dias. De cada unidade foram coletadas 2 esponjas, onde foram feitas determinações microbiológicas de Salmonella sp., Staphylococcus aureus, bolores, leveduras e coliformes totais e fecais. Os resultados mostraram ausência de Salmonella sp. em todas as esponjas analisadas, S. aureus apareceu em apenas uma das unidades. Bolores e leveduras apareceram em todas as determinações, variando a quantidade. Coliformes foram encontrados em todas as amostras, com alta contagem para os dois tipos. Percebeu-se que o manuseio dessas esponjas requer atenção especial, uma vez que podem servir de reservatório e veículo de 45 transmissão de microorganismos patogênicos, podendo provocar a contaminação cruzada nos alimentos (Srebernich et al, 2005). A escolha adequada de escovas, raspadores e esponjas é importante, uma vez que poderão provocar ranhuras na superfície dos equipamentos, onde irão se instalar microorganismos, dificultando sua remoção (Germano; Germano, 2003). 4.2 Higienização por Imersão É utilizada para utensílios, partes desmontáveis de equipamentos e tubulações (válvulas, conexões, tachos, tanques, entre outros). Devem ser utilizados detergentes de baixa e de média alcalinidade e detergentes sanitizantes à base de cloro ou iodo (Germano; Germano, 2003). Após o pré-enxague com água morna os utensílios e equipamentos devem ser imersos em solução de detergente durante 15 a 30 minutos, à 52ºC, após o que suas superfícies serão escovadas e enxaguadas com água a 82ºC. Depois de secos serão montados e sanificados imediatamente antes do uso (Viata et al., 2002). 4.3 Higienização por Meio de Máquinas Lava Jato tipo Túnel Este processo é aplicado na higienização de bandejas, talheres e em latões para transporte de leite. São recomendados detergentes de elevada alcalinidade, como hidróxido de sódio, ou ácidos como o nítrico ou fosfórico, pois não há contato manual durante a higienização. Além disso, pode-se utilizar água entre 70ºC e 80ºC ou vapor direto (Germano; Germano, 2003). 4.4 Higienização por Meio de Equipamentos Spray 46 Pode ser efetuada em baixas ou altas pressões. O aparelho é dotado de uma pistola através da qual, são aspergidas água para pré-lavagem e enxágüe e, ainda, soluções detergentes sanitizantes. Os agentes químicos usados não devem ser aplicados em superfícies externas de equipamentos, tanques, pisos e paredes entre outros. Os agentes químicos usados não devem afetar os manipuladores. Soluções a baixas pressões (5 a 10 Kgf/cm²), devem ser recomendadas para a lavagem de caminhões de transporte e nas áreas de processamento. Sempre é necessário pessoal especializado, pois o uso incorreto do equipamento pode danificar partes elétricas ou eletrônicas de aparelhos ou instalações (Germano; Germano, 2003). 4.5 Higienização por Nebulização ou Atomização A principal aplicação é na remoção de microorganismos contaminantes de ambientes. Os equipamentos produzem uma névoa de solução sanitizante, como amônio quaternário, que reduz a contaminação para padrões aceitáveis. Faz-se necessária a utilização de agentes químicos seguros para manipuladores, eficientes a baixas concentrações e aprovado pelos órgãos governamentais (Germano; Germano, 2003). 4.6 Higienização por Circulação É um sistema automático e permanente (CIP, cleaning in place, ou limpeza no lugar) onde equipamentos e tubulações são higienizados sem desmontagem e a partir de tanques com soluções de limpeza. Podem ser empregados agentes alcalinos e ácidos mais fortes a temperaturas mais elevadas do que aqueles utilizados por outros processos de higienização. Este sistema pode ser usado para linhas completas ou etapas do processamento. Por meio de circulação das 47 soluções, podem ser higienizadas tubulações, válvulas, bombas, centrífugas, pasteurizadores e evaporadores, entre outros. Por meio de aspersores fixos ou rotativos, são higienizados silos e tanques (Germano; Germano, 2003). É um método bastante utilizado na indústria de laticínios, permitindo economia de mão de obra e reduzindo danos mecânicos causados por montagens e desmontagens sucessivas (Vialta et al., 2002) 48 5. QUALIDADE DA ÁGUA O fornecimento de água de boa qualidade é essencial ao funcionamento da indústria de alimentos, sendo usada não só na operação de limpeza e sanitização, mas também no processamento, transferência de calor, produção de vapor, entre outros (Germano; Germano, 2003). Fontes ambientais de contaminação do leite incluem a água utilizada na limpeza do equipamento e outras tarefas. É de fundamental importância que a água utilizada para estes fins seja potável, com baixa contaminação por coliformes e outros gêneros bacterianos como Pseudomonas e Bacillus (Guerreiro et al., 2005) Existem laticínios em que a água nem entra nas planilhas de custo. Uma vez considerada, ela pode ser o componente que mais pesa no processo de limpeza. Ao contrário do que se imagina, o desperdício não é somente gerado pelo funcionário que deixa a mangueira aberta mais o que necessário, mas principalmente na limpeza CIP, que utilizam geralmente tubulações de tamanho e dimensões inadequadas. Apenas para servir de referência, o ideal é que o laticínio gaste 1,2 litro de água para cada litro de leite processado (Vialta et al., 2002) É recomendado que a indústria de alimentos, sempre que possível, tenha seu próprio tratamento de água, devido aos possíveis problemas com a fonte fornecedora e, notadamente, ao uso final da água (Gava, 1978). Em função da fonte fornecedora (água de subsolo, rios, lagos, reservatórios, água tratada do município, etc) e do uso final da água (limpeza, processamento, etc,) é recomendável que a indústria de alimentos, sempre que possível, tenha seu próprio tratamento de água (Gava, 1978). Segundo Gava (1978), o tratamento de água envolve diferentes métodos baseados nos seguintes princípios: 49 a. armazenamento em reservatório por período longo, b. filtração lenta em areia c. coagulação química e filtração rápida em areia d. combinação da remoção de dureza e ferro da água, seguida de coagulação química e filtração rápida e. remoção da dureza f. remoção do manganês e ferro g. desinfecção. A dureza da água utilizada para limpeza é muito importante. Na dependência dos sais dissolvidos a dureza pode ser, segundo Germano; Germano, 2003 e Gava, 1978: • Temporária, presença de bicarbonatos de cálcio e magnésio e carbonatos, a qual pode ser eliminada pelo aquecimento, ebulição; e • Permanente, presença de cloretos, sulfatos e nitratos de cálcio e magnésio, que necessita de tratamentos especiais para serem eliminados. A dureza total da água é obtida através da soma dos dois anteriores. Em relação à dureza da água pode assim ser classificada: • Água mole: 0 a 60 ppm; • Água moderadamente dura: 60 a 120 ppm • Água dura: 120 a 180 ppm • Água muito dura: mais que 180 ppm. A diminuição da dureza da água pode ser feita por tratamento térmico, soda, agentes sequestrantes, troca iônica (Gava, 1978). Além da necessidade de diminuição da dureza, outros tratamentos são recomendados para a água de limpeza. Dependendo do tipo de utilização, ela deve ter características como potabilidade, teor de metais tóxicos e contagem microbiológica dentro de padrões estabelecidos na legislação vigente, além da ausência de odor e sabor indesejáveis (Germano; Germano, 2003; Gava, 1978). 50 6. NATUREZA DA SUPERFÍCIE A natureza da superfície é fundamental para a eficiência do procedimento de higienização, conforme a tabela 19, segundo Germano; Germano, 2003. Tabela 19 – Tipos de superfícies, características e cuidados específicos Superfície Características Cuidados Madeira Permeável á umidade, gordura e óleo; difícil manutenção, destruída por alcalinos Difícil de higienizar Aço carbono Detergentes ácidos e alcalinos clorados causam corrosão Devem ser galvanizados ou estanhados; usar detergentes neutros Estanho Corroídos por alcalinos e ácidos Superfícies estanhadas não devem entrar em contato com alimentos Concreto Danificados por alimentos ácidos e agentes de limpeza Deve ser denso e resistente à ácidos Vidro Liso e impermeável. Danificado por alcalinos fortes e outros agentes de limpeza Deve ser limpo com detergente neutro ou de média alcalinidade Tinta Depende da técnica de aplicação; danificado por agentes alcalinos fortes Algumas tintas são adequadas à indústria de alimentos Borracha Não deve ser porosa, não esponjosa; não afetada por alcalinos fortes; não atacada por solventes orgânicos e ácidos fortes Podem apresentar danos quando se usam soluções de ácido nítrico à temperatura superiores a 70ºC Aço inoxidável Geralmente resistente à corrosão; superfície lisa e impermeável resistente à oxidação à altas temperaturas; facilmente higienizado É caro. Certos tipos podem ser corroídos por halogênios. 51 7. MONITORIZAÇÃO DA LIMPEZA E DA SANIFICAÇÃO Para se fazer uma avaliação do processo de limpeza e sanificação, há diferentes níveis de monitorização, conforme PAS –Programa Alimento Seguro, 2003. 1º Verificação visual Isto é aplicado às superfícies dos equipamentos, juntas, válvulas, etc. Qualquer presença de resíduo significa que a etapa de limpeza não foi bem executada e deve ser refeita. 2º Verificação ao contato Usada para locais onde a vista não alcança ou superfícies suspeitas à visão. Pode ser feita com papel branco, ou mesmo com a mão limpa e sanificada. Se houver a sensação de gordura nas mãos, ou se houver sujidades no papel, o processo deve ser refeito. 3º Verificação da carga microbiológica Feita através do exame com “swab”, placas de contato ou última água de enxágue. Só deve ser realizada se as superfícies dos equipamentos passaram pelas duas primeiras verificações. Estes exames detectam a presença de microorganismos viáveis, fornecendo indicações sobre as operações de limpeza e sanificação. Atualmente utiliza-se, por sua rapidez, a técnica de swab para detecção de ATP (proveniente tanto de células quanto de resíduos orgânicos) que se encontra nas superfícies (bioluminescência). 4º Verificação dos procedimentos e operações • Verificar se estão sendo cumpridos os procedimentos escritos; • Verificar a concentração de soluções desinfetantes. • Verificar os aspectos complementares da limpeza e (temperatura das soluções, tempo de contato, pressão de linha, etc). sanificação 52 8. CONCLUSÃO A higienização e a sanificação visam minimizar os riscos decorrentes das contaminações químicas, físicas e microbiológicas, e preservar a qualidade dos alimentos em relação às suas características sensoriais, nutricionais e higiênicosanitárias. Uma das conseqüências mais graves da má higienização nas indústrias de alimentos é a possível ocorrência de doenças de origem alimentar. Por outro lado, a busca da qualidade neste setor torna-se cada vez mais premente, o que tem levado os especialistas a pesquisar cada vez mais conhecimentos e aprimoramentos dos sistemas de higienização. As boas práticas agrícolas (BPA), as boas práticas de fabricação (BPF), os procedimentos operacionais padronizados (POP) e os procedimentos padrão de higiene operacional (PPHO) constituem pré-requisitos para a realização do sistema de análises de perigos e pontos críticos de controle (APPCC), e, em conjunto, formam a base da gestão da Segurança e Qualidade de uma empresa de alimentos. Torna-se evidente, que estas informações, devem estar contidas no manual de boas práticas da empresa, com a finalidade de evitar a contaminação cruzada, as condições de mutiplicação de microorganismos e suas toxinas e garantir uma rastreabilidade através de uma identificação adequada. É importante destacar que os agentes ou técnicas de higienização utilizadas durante os diversos processos industriais, nas instalações e nos equipamentos, possuem características próprias que devem ser conhecidas e compreendidas, ao lado de fatores relevantes como pH, temperatura, dureza da água, tempo de exposição, além das espécies de microorganismos predominantes. Todos estes fatores, por si ou associados, podem influenciar na eficiência dos sanitizantes. A higienização, com o objetivo de obter os melhores resultados, deve ser orientada de acordo com a avaliação dos produtos disponíveis e suas limitações, 53 bem como a combinação de todas as características físico-químicas de cada situação. 54 REFERÊNCIAS ANDRADE, N.J.; MACÊDO, J.A.B. Higienização na indústria de alimentos. São Paulo, ed. Varela, 1996 ANDRADE, J. A.; PINTO, C. L. O. Higienização de membranas de ultrafiltração na indústria de laticínios. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 8, n. 34, p. 9-13, nov. 1994. BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria 368, de 08/09/97, Regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de elaboração industrializadores de para estabelecimentos alimentos. elaboradores/ Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/consultarLegiscao.do?operação =visualizar&id=3015>. Acesso em 30/07/08, às 17:30h. BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 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