A EMERGÊNCIA DO
MÉTODO CIENTÍFICO:
CONTEXTO HISTÓRICO,
POSSIBILIDADES, LIMITES
E TENDÊNCIAS
Profª Drª ELIZABETH TEIXEIRA
INTRODUÇÃO: QUANDO TEMOS
UM MÉTODO?
TEMOS UM MÉTODO QUANDO SEGUIMOS UM
CERTO CAMINHO, PARA ALCANÇAR UM
CERTO FIM. ESSE FIM PODE SER.....
O MÉTODO SE CONTRAPÕE À................., POIS
É ANTES DE TUDO UMA ORDEM
MANIFESTADA NUM CONJUNTO DE REGRAS.
PARA PLATÃO É PRECISO BUSCAR O
CAMINHO MAIS APROPRIADO PARA
ALCANÇAR O SABER, E QUANDO SE TRATA
DE SABER MAIS ALTO, SERÁ PRECISO IR
PELO CAMINHO OU CIRCUITO MAIOR, JÁ QUE
O MAIS CURTO SERIA INADEQUADO PARA
TÃO ELEVADO FIM.
NOTAS SOBRE O CONTEXTO
HISTÓRICO
QUAL O SENTIDO DO MÉTODO NO
MUNDO MODERNO, UNIVERSO
DAS LEIS UNIVERSAIS?
Buscar um interpretação matematizada
Assumir dois elementos fundamentais da
matemática: a ordem e a medida, a fim de
representar corretamente os seres do real,
e sem risco de erro, chegar ao
conhecimento verdadeiro
Superar a atitude de preservação para a
de manipulação e transformação da
natureza, atendendo ao próprio
desenvolvimento que ocorria ao nível da
economia, que se organizava nos moldes
capitalistas.
Assumir o sentido da previsão para
controlar a natureza
O método científico passa a ser o
parâmetro para o conhecimento
verdadeiro e a experimentação, a fonte de
autoridade para a fundamentação do
saber moderno.
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS
PENSADORES MODERNOS?
GALILEU GALILEI
(1564-1642):
estabelece dois
momentos do
método: a indução
e a dedução, a
partir dos quais se
processa o
conhecimento
FRANCIS BACON (1561-1626):
aprofunda a questão da indução,
lançando as bases do método
indutivo-experimental
(do............ ao .............)
EMPIRISTAS:
T. Hobbes (1588-1679)
J. Locke (1632-1704)
D. Hume (1711-1776)
J. S. Mill (1806-1873)
RENÉ DESCARTES (1596-1650):
estabelece as bases do método
racional-dedutivo
(do ............ ao ..............)
RACIONALISTAS:
N. Malebranche (1638-1715)
B. Espinosa (1631-1677)
G. Leibniz (1646-1716)
1.
2.
3.
4.
AS QUATRO REGRAS DO MÉTODO
SEGUNDO DESCARTES:
Jamais acolher alguma coisa como
verdadeira que eu não conhecesse tão
clara e tão distintamente
Dividir cada uma das dificuldades em
tantas parcelas quantas possíveis e
necessárias para melhor resolvê-las
Começar pelos objetos mais simples até
o conhecimento dos mais compostos
Fazer em toda parte enumerações tão
completas e revisões tão gerais, que eu
tivesse a certeza de nada omitir
ISAAC NEWTON (1642-1727):
enuncia teórica e praticamente o
método experimental-dedutivo
1. Primeiro a observação
direcionadamente consciente do
fenômeno e a coleta dos dados
(parte indutiva)
2. Segundo a formulação de hipóteses
explicativas (parte dedutiva);
3. Terceiro constrói-se a
experimentação para testar as
hipóteses
IMMANUEL KANT (1724-1804):
argumenta que se por um lado o
conhecimento é a síntese dos dados
que somente a experiência pode
fornecer, por outro lado, a síntese é
impossível sem os elementos
racionais
A análise kantiana revoluciona e
indica novos rumos para a questão
do método: o sujeito como ordenador
e construtor da experiência, através
da ordem que o pensamento impõe
aos fenômenos (fatos)
GEORG HEGEL (1770-1831): critica
o sistema kantiano porque é ahistórico
Hegel entende como conhecimento a
capacidade de apreensão do
processo pelo qual as coisas vêm a
ser, tornando-se isto ou aquilo,
(dialética idealista)
O IMPASSE
Neste momento histórico em que a
discussão do método assume novos
rumos, começam a emergir novos
campos científicos além das ciências
naturais: as ciências humanas e
sociais.
E agora? O método das ciências
naturais poderia ser aplicado nas
ciências sociais? Como medir o
social?
A DISCUSSÃO DE KARL MARX (18181883)
Retoma a idéia de processo de Hegel
Não são as idéias (razão) que determinam
o comportamento humano, mas a forma
com que os homens participam da
produção é que determina seus
pensamentos e ações
Uma determinação complexa e dinâmica
(econômica, jurídico-política e ideológica)
Há que se ter um outro método para se
chegar ao real concreto, à síntese
explicativa.
A DISCUSSÃO DE AUGUSTO COMTE
(1798-1857)
Para a análise do social o método utilizado
será o mesmo das ciências naturais
A concepção de uma física social, pois o
social estaria sujeito às mesmas leis
invariáveis que regem os fenômenos
naturais
Em defesa da racionalidade objetiva e
positiva
Eis o método dominante que vai ser a
vanguarda do saber científico a partir do
século XIX
QUAL A DISCUSSÃO SOBRE O
MÉTODO NO SÉCULO XX?
Círculo de Viena: sustentam o empirismo,
o neopositivismo e o indutivismo
Karl Poper: propõe que o indutivismo seja
substituído por um modelo hipotéticodedutivo que teste a refutabilidade das
hipósteses
Thomas Khun: defende que a ciência deve
ser entendida em dois momentos (fase de
normalidade e fase de crise paradigmática)
Paul Feyerabend: propõe uma
epistemologia anarquista, contra o método,
pois a ciência avança sem um plano
ordenado.
Edgar Morin: instiga-nos à uma
epistemologia da complexidade e à um
método para pensar o mundo e os
fenômenos em sua complexidade,
multidimensionalidade e dialógica.
Boaventura de Sousa Santos: convida-nos
à uma epistemologia da visão e à
transgressão metodológica em busca das
ausências e emergências
À GUISA DE CONCLUSÃO
A SUPERAÇÃO DO CIENTIFICISMO
Segundo Pádua (1996, p.27) “o que
podemos observar na discussão
contemporânea do método é que
existe uma disposição dos cientistas
para a superação do cientificimo”.
O cientificismo considera o método
científico o único e definitivo
conhecimento da realidade
O ENCONTRO COM A
COMPLEXIDADE DO REAL
A visão contemporânea do método
busca um pensamento
transdisciplinar, um pensamento que
não se quebre nas fronteiras entre as
disciplinas.
Tudo que é humano é ao mesmo
tempo psíquico, sociológico e
econômico, histórico, demográfico.
O REENCONTRO COM A
FILOSOFIA
A filosofia como parte de todo o
processo de construção do
conhecimento e não mais como uma
opção filosofia ou ciência como se
configurou até recentemente na
história da ciência
REFERÊNCIAS
HÜHNE, L. M. Metodologia científica.
7 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.
PÁDUA, E. M. M. de. Metodologia da
pesquisa: abordagem teórico-prática.
Campinas: Papirus, 1996.
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