1" SEMESTRE.
10 DE JUNHO DE 1848.
VOL. II.—N. 21.
^«BMJ^IUMWJgraMBJMIMmMIMBUI^^
.Caridade sem limites,
Sciencia sem privilégios.
J. V. Martins, b Mello Moraes.
EMANCIPAÇÃO INTELLECTÜ â L o mestre
pretendem dirigir a educação dos
filhos, estimulal-os e verificar se elles trabalhain. Si portanto, a àttenção do alumno se
Ensino universal e Methodo
reportasse sobre um objecto imrnaterial, a
verificação séria impossível. Pelo contrario,
Jacotot.
sendo material aquillo que se estude, todos
III.
o podem verificar.
Assim pois o mestre e o alumno não se
APRENDER ALGUMA COCSA.
podem entender sem um objecto, um livro
Como quando nasce o homem nada sabe, escolhido
que sirva de ponto de communicae que elle nunca pode saber senão aquillo ção entre estes
dous espíritos, e
um proque aprendeo, incontestável, e incontestado ponha ao estudo do outro. Porque exemplo,
está este principio. De outro lado, conceder
para o francez serão alguns livros de Telese a todo o homem, doado de senso.commum maço;
o latim, o epitomo historne
a faculdade de aprender alguma cousa ; ora Saçrae; para as mathemáticas,
algumas propara
nada ha quepossa deixar de aprender-secom
em
o
posições;
grego
primeiro canto da
igual facilidade; portanto quem pôde apren- Jllyada de Homero;
em physíca, um capitulo
depalgitma cousa, pôde aprender tudo. E' o do oplico, ou os simples
princípios de
que melhor ainda se deduzirá das conside- sica; em chimica o capitulo do Enxofre;phyem
rações cm que vamos entrar.
direito, o tratado do uso-fruto; em
physioO que é preciso para aprender? Haverá logia, um órgão ou uma funeção
qualquer;
alguma escolha que fazer no objecto com em musica, as cincoenta árias do methodo
de
que havemos de principiar? Haverá, para Adam; em anatomia um osso &. Feita a escolha
aprender um meio, um methodo preferível a do livro
qiie serve de epitome, e para esta
outro? Não decerto : aprendereisaquillo
que não ha exclusão alguma, pode-se principiar
quizerem e como o quizerem. Esta dupla li- em qualquer parte. O domínio de uma
herdade é um effeito necessário da natureza sciencia & sem limites, e
póde-se dizer do
mesma do methodo.
universo intellectual o que Pascal dizia do
Todavia, para a maior parte dos alumnos, universo material, a circumsferencia não
para aquelles que carecem ser dirigidos e existe em parte nenhum*;
de onde
, animados nos seus estudos, como são os quizerem, nunca hão de dar a partem
volta completa.
meninos, os rapazes, deve-se admittir uma Não ha
não seja conseqüência,
principio
leve modificação, que desapparece para os ho- e reciprocamente que
não ha idéa mãi que não
mens feitos que tem a vontade de aprender. possa ser filha. Disto resulta
que é indiffePara os primeiros, quando se diz aprender rente o
ponto de partida.
alguma cousa, entende-se por estas palavras
Esta primeira idéa: é preciso aprender
um complexo de factos materiaes, por exem- e não aprender senão
factos, é seguida irnpio uni livro; eis aqui a razão desta escolha. mediatainente de outra . aprender pouco ; o
Posto que o alumno se instrue elle mes- estudo profundo de um
pequeno numero de
mo, sem nenhuma explicação oral, já que no factos é sufficiente
dar ao alumno um
ensino universal o mestre parece, e pôde apoio solido sobre o para ha de basear o resto
qual
até, ignorar aquillo.que o alumno estude, da sciencia.
não deixe de er supposlo que o pai, a mni,
È com effeito, cm todas as sciencias e as
58
234
SCIENCIA.
e acaba-se a lição pela
artes, os elementos constituintes são poucos e de algumas phrases,
de algumas paginas seguidas; assim,
occupam pequeno espaço, com quan to que por leitura
que se tem aprendido lilsuas combinações produzem, na verdade, ef- recitai aquillo lede
; reflecti um instante
leitos variados ao infinito ; o homem, porém, teralmente ;
as
e
e a comparação
phrases, as palavras que vos
procurai
pôde discernir pela analyse
memória
na
ficaram
pela leitura. 2.a lição.—
estes elementos que, combinados, lhe faziam
lição, recitando-a
considerar como incógnitos objectos conhe- Principiai pela primeira se tem aprendido,
aquillo
que
cidos de ha muito. Fácil será encontrar em junta com
tornai a repetir o que
a
segunda,
depois
800
ou
700
as
livro
de
um
para
8 ou 10 paginas
leiturs; prosyUahas radicaes que constituam qualquer vos ficou na memoriada primeira
na
lembrança.
ficou
vos
língua, assim como todas as regras da arte curai dizer aquillo que
tendes
oratória, todas as leis da natureza se acham Procurai ligar estas palavrasum que
Printodo.
e podem-se ler n'um pequeno numero de guardado na mente, e façais factos
que encipiai a ver, a distinguir os
factos.
tendes lido;
Dá-se, portanto, aos alumnos, para o es- tram na composição do livro que bom
E
pensar
tudo das linguasotidas sciencias, um epito- seria-vos possível narral-os?
lições
a
darás
3.a
lição.—Tornai
prenisso.
me ou manual assaz breve para poder ser
algualgumas
ajuntando
phrases,
aprendido, e decorado muitas vezes, e assaz cedentes,
aquillo
verificai
mas
contenha
que tendes
tempo
mesmo
ao
palavras;
extenso
para que
as
combinar
ca
ler
precedentes
uma grande parte dos factos que devem ser lido; tornai a
a distinguir
vc-seque
Já
leituras.
principiaes
observados.
uma narFazei
Já que so trata de aprender, completare- os factos, a analysal-os.
mos esta primeira parte do ensino universal ração, fallai, e em breve sabereis litteraltende coragem e perseverança. &.alipor duas observações de grande importância, mente;
uma relativa ao exercício da memória, outra çao. — Discorrei, narrai, esforçai-vos em
reproduzir as expressões do vosso auetor;
á necessidade da repetição.
mais
tornai a ler. 5.a lição.—recitai o livro; já
Aprender de cór 6 o que geralmente
e
o sabereis imperturbavelmente.
custa, o que mais aborrece a mocidade;
Assim é que um alumno que no principio
não é raro encontrar meninos que pretendem
não terem memória, e o dizem com uma tal não pôde aprender de cór uma só phrase,
ou qual convicção. E' a desculpa da preguiça chega em algumas semanas, para outros denou da má vontade. Nüo tem memória! e si tro de alguns mezes, a entender, e aprender
assim fosse, se não tivessem memória como por uma só leitura, paginas inteiras.
Deve-se ter notado, no processo que acasaberiam elles cousa alguma ? como não seriam elles extranhos a fudo quanto os rodeia? bamos de descrever, um exercício que é carpoderiam ter elles,; a menor communicação deal no methodo e que tem as maiores vannem com os seus pais nem com os seus com- tagerts; è aquillo que chamarão narrar.
Narrar é recitar aquillo que na memória
panheiros? saberiam elles o nome dos seus
elles
as
nos
mais
ficou do que temos visto ou ouvido uma
saberiam
tripedirem
jogos;
viaes e diárias precisões da vida ? A expe- vez, Não importa que no principio se teriencia porémdemonstra perfeitamente quan- nham lembrado pouca cousa; e não tem imto errados são os f rejuisos a respeito da me- portancia alguma que intervertem a ordem
moria. Que tenha uma criança qualquer, dos pensamentos ou das palavras; este exerinteresse em saber uma cousa, em lembrar-se cicio sempre dará os mais felizes resultados.
delia, é raro se lhe falta memória.
E* muito preferível narrar do que recitar.
Si, sem duvida, o alumno encontra diffi- O alumno que recita é preciso muitas vezes
culdades em aprender de cór livros francezes, ajudar-lhe a memória sem que haja attenção
portuguezes, gregos, latinos, mathematicos, da sua parte; com quanto aquelle que tem
etc, a maior parte das vezes porém, é por- visto só uma vez, e que tem obrigação de
que o seu espirito está agitado por conti- narrar deve necessariamente pensar nos facnuas distracções. Para obviar a esta disposi- tos que tem presenciado. Recitando, não se
ção desfavorável imaginou-se o exercício se- exerce a usar daquillo que se sabe ; pelo
guinte, que tem sortido os mais vantajosos contrario, quem narra de passivo fica activo
resultados.
e fazem-se esforços para combinar e empreNo principio exigi-se só a repetição litteral gar o que se ha lembrado.
SCIENCIA.
23Í
Esta espécie de improvisação dá aos alum- mesmo quando baseada cm experiências
posinos uma grande facilidade em exprimir as tivas, já que vem isto a ser em contradicção
suas idóas de viva voz ou por escripto, e não com aquillo
que foi dito pela Academia das
somente contribue ao desenvolvimento da S ciências.
sua intelligencia, mas faz-lhes contrahir um
E com effeiío, é possivel imaginar que haja
costume não menos útil nos trabalhos do ou possa haver sciencia
fora do acadêmico recinespirito, do que necessário na vida.
to, fora da sciencia oííicial! Nada sepóde desMas si é essencial aprender, não o é me- cubrir senão
quando o seu autor se chamar
nos lembrar-se, e para isto 6 preciso repetir. Dumas, líoussingault,
Clievreuil, etc, esendo
Esta repetição, com tudo, não consiste emre- membro da academia. E
não tem
citar a longos intervallos o que se tem apren- perdido asseiencias com estasquanto
distineções pridido; deve ter lugar Todos os dias, se pos- vativas de uma corporação cujas decisões
já
sivel fôr e a horas fixas. Diz 0 Sr, Jacotot: tantas vezes foram embargadas e
provadas
« No ensino universal, a repetição é o falsas até pelos leigos
que foram homens de
« ponto principal, é tudo; não se sabe se- talentos apesar das academias.
Os abusos,
« não aquillo que se tem aprendido, não se porém, tem também o seu tempo. E' chegada
« lembra senão aquillo que se tem repetido, a época da emancipação intellectual, é che« não se pôde reflectir senão sobre aquillo gada a época de ser a instrucçaõ accessivel a
« que nos ficou na lembrança. O velho me- todos, é tempo de realisar o ensino universal
« tliodo pecca principalmente pela falta de pelo methodo panecastico é tempo dereali« repetição; lá, como cá, exercem a memo- sar este grande
principio—sciencia semprivi« ria porém repitam sé por accaso ; a re- legio.
« petição se faz sem que o alumno o saiba ;
Teve a coragem, o Sr. Doyere, de contra« tanto mudam de livros que de vez em dizer os acadêmicos
que tentam decidido ex«quanto o alumno torna a ver o que já ti- catk:dra a composição constante do ar, e
por
« nha visto, porém elle o nota só com o uma serie de analyses feitas com a mais mi« tempo. »
nuciosa exactidão, chegou o eertiíicar-se de
O fim da repetição não é só impedir que que em lugar de constante, ò sempre variaesqueçam, ó fazer ver mais e melhor; n'uma vel a quantidade de oxigênio do ar, dado
por
obra qualquer nunca se tem visto tudo.
Dum ss c Boussingault corno sendo de 208,15
E quantos recursos não ha n'um pequeno de oxigênio por 1000 partes de ar. Uma vez
numero de factos bem conhecidos! quanta adquirida esta convicção baseada em numeforça não se acha naquelle conhecimento ! rosas experiências feitas sobre ar tomado em
Não é isto o que faz a ceei tar como sendo varias épocas do dia e da noite, procurou o Sr.
uma verdade proverbial, o Timeo hominem Doyere achar as causas desle phenomeno e
unius libri?
achou que as differenças na proporção do oxiEm resumo, no ensino universal é pre- gênio correspondiam ás variações da atmosciso aprender alguma cousa seja o que fôr e phera c a direcção dos ventos; que as vezes
como fòr; repetir muitas vezes para não o a modificação tem lugar muito de vagar, as
esquecer; até aqui não se exige do alumno mudanças effectuando-se no mesmo sentido e
nada de diíficil; pois para aprender precisa não chegando ao seu maximum ou mininum
só attenção c vontade e não ha mais diífi- senão no fim de quinze dias; outras vezes
culdade para o pai, a mãi ou o mestre que sendo o período assaz curto e voltando ao
o quer dirigir; a sua intercessão é puramen- ponto de partida dentro de 2k ou 38 horas.
te passiva. E. T. Ackermann.
Tornando todas as observações feitas quando
sopraram sobre Paris os ventos de sudoeste,
a quantidade de oxigênio elevou-se quasi reVerdadeira constituído do ar
gularmente de 205 até 211 por 1000 partes
atmospherico.
de ar. Tomando de outro lado as observações
durante o período dos ventos do nordoeste,
acha-se
um termo médio de oxigênio de 210,
O ar atmospherico tem sido até agora tão
geralmente reconhecido como sendo um com- com quanto, reunindo todas as observações
posto de quantidades constantes de oxigênio feitas com o vento de sudoeste, esta proporção
e de azote, que quasi 6 temerário atrever-se desce a 208. E' muito digno de notar que
a apresentar uma opinião contraria, ainda durante as experiências, os ventos soprando
230
SCIENCIA
e não será conveniente,
das regiões contirientaes tem-se mostrado me- da physica do globo,
qua! a composição
nos carregados dc oxigênio do que os ventos antes de tudo estabelecer superfice
da terra,
na
sua passa- de ar, termo médio,
que traziam o ar modificado pela
experimenglobo occupadas por quaes as variações que ella podeentre estas vageiri nas porções do água
sem tirar dahi tar, e quaes as relações que ha
grandes extensões de
em quo
conseqüências tcrminantes; é um simples nações e as diversas eircumstancias
facto que reclama a attençãq dos pbysicos. ellas apparecem?
No ponto de vista geológico, a composição
N'urna viagem a Copenbague no.mar do norte,
se apresenta debaixo de outro
atmospherica
termo
o Sr Lewy recolheo ar que deo como
Grandes
aspecto.
a
quantidades de ácido fiimédio 204,5. Em Copenbague, durante
formadas a custa da
constantemente
são
sua viagem o ar variou de 207 até 208,3, e no tricô
de 100 litros d<;
O
azote
seu rcggresso o ar se manteve no mar entre mesma atmosphera.
nitrico devo
ácido
em
208,3, c 210,1. Constataram-se estas va- ar para ser convertido
litros de
1,150
de
cerca
nações' de uma maneira evidente sem que por absorver o oxigênio dc
dizer
que seria
ora se possam determinar as causas deste phe- ar, ou que é o mesmo do que
sufficientemudaremacido nitricouma décima
nomeno.
O raciocínio, o.bom senso, a experiência millesima parte do a/.ote de ar para fazer declaramente demonstram que as condições do sapparecer uma quantidade de oxigênio que
ar devem mudar constantemente, posto que a seria mui facilmente apreciada ptlos nossos
sua composição invariável, isto é, 790 partes actuaes processos endiometricos.
As investigações do Sr. Kulhmann tem
de azote e 210 de oxigênio tenham até hoje
sido dadas como axiòma, pela maior parte dos estabelecido que a superfice do globo c a
chimicos. Comtudò, sendo o ar uma simples sede constante de uma combustão lenta, e que
mistura, não se pôde tomar isto senão n'um um dos seus mais salientes resultados è a consentido geral, e todos admiltem queo ar versão de ammoniaco cm água e ácido nitrico.
cada vez que um litro de
possa experimentar modificações passageiras Fácil é ver que
mais
é
ammoniaco
duradouras,
menos
ou
queimado na superfice do sol,
e locaes, mais
de
ar perdem 2 litros de oxigese
trata
litros
10,000
assim
ou menos profundas ;
quando
reude
nio,
da grandes estabelecimentos,
grandes
quantidade esta que os instrumentos
seja
em
fabicas,
actuaes, apesar da sua insuííiciencia, deixam
niões de indivíduos seja cm
todos
a
admittem
apreciar.
theatros, seja em hospitaes,
Por outro lado, como pretende o Sr. Ehelvariável composição do ar; porém logo que se
trata do ar livre, todos ou quasi todos querem men que muitos terrenos contém protoxidos
que o ar seja composto de um modo invaria- de ferro os quaes se convertem em peroxidos
vel; vejamos se não se podem offerecer termi- pelo seu contado 6om o ar : como os chimicos
tem quasi unanimemente adinittido que ha
nentes razões contra esta ultima opinião.
A medida que nos elevamos na atmosphera sempre formação de ammoniaco quando o pepara chegar as camadas superiores, por isto roxido de ferro è produzido no ar humido;
mesmo que o ar 6 uma mistura de moléculas admittindocom o Sr Kuhlmann a conversão
gazosas de pesos desiguaes, a theoria indica fácil deste ammoniaco em ácido azotico, póque a relação numérica que se observa na su- de-se dizer que, no ponto de vista geológico,
perfice da terra entre as molleculas, tende em o ar parece dever perder cada vez mais do
alterar-se n'um sentido determinado ; assim, seu oxigênio.
ao ponto de vista da Cosmographia, o ar seria
A physica do globo apresenta por seu lado
composto de camadas concentricas mais ricas um ponto muito importante, que é as relaem oxigênio nas camadas inferiores, mascar- ções entre o mar e a atmosphera, e que poregado de azote nas camadas superiores. Se dem fazer variar sempre as camadas atmosos chimicos tem achado, até agora, a composi- phericas em contado com a superfície do
ção do ar como sendo quasi constante em oceano. Sabe-se por uma applicação bem
todas as alturas; e os geometros por seu lada simples da lei de Dalton que, sendo o ar
persistindo em admittir que ella deve variar uma mistura de oxigênio e de azote, a água
num sentido determinado, á medida que vão deve dissolver o primeiro destes dous gazes
se afastando da terra, não terão lugar prose- n'uma proporção maior do que o segundo ;
guir em novas experiências analyticas para a proporção de oxigênio no ar que se acha em
determinar c lixar este ponto tão importante dissolução na água é 33 °/B, segundo as ex-
SCIENCIA.
237
periencias de Gay-Lussac e de Humbolt, que mosphera, em maior ou menor quantidade ,
além disto reconheram que a água o contém
o oxigênio, este agente tão importante da
na proporção de um quadragesimo ou quin- natureza ,
que encontramos em todos os
quagesimo do seu volume. Estas quantidades corpos.
«epresentam quantidades de oxigênio realEm resumo, resulta das experiências do
mente consideráveis, e que variam com a Sr. Doyere
que o ar deve variar, e varia na
pressão barometrica no oceano, admittindo sua composição na superíicie do globo ; que
nelle porção maior quando a pressão augmen- a» proporções tem variado em Paris de 203
ia, e perdendo pelo contrario uma quanti- millesimos de oxigênio, no ar
que o continha
dado maior ou menor, quando diminue a em menor
até 213.millesimos,
quantidade,
mesma pressão. A acção da luz influe tamextremo a que tem chegado as suas exbem sobre estas proporções de um modo no- ponto
perimentações.
taveh e se combina com a pressão para tirar
Como era de esperar, logo que o Sr.
do ar ou ajuntar-lhe proporções de oxigênio Doyere
algumas das suas observamais ou menos consideráveis, pelo inter- ções, logopublicou
houveram acadêmicos que prolesmédio da vasta extensão em superfície dos taram e reclamaram a
prioridade ; apezar
mares.
disto, o Sr. Doyere.prestou por sua dedicaSe á estas çircumstancias, que a cosmogra- ção e perseverança um verdadeiro serviço á
phia, a geologia e a physica do globo nos sciencia, e abrio uma nova éra pelas intemostram em acção constante, seajuntamas ressantissimas indagações a
que se dedicou.
duas leis que parecem reger a physiologia
E. T. ÀCK.ERMANN.
geral, leis com as quaes não concordamos senão em parte, e que admittem o reino animal e o reino vegetal em um antagonismo
Ghimioa Orgânica
perpetuo ; o primeiro consumindo sempre o
oxigênio do ar, o se undo produzindo o oxiO Sr. Millon acaba de publicar no seu
genio que ao ar é restituido, tira-se a conclu- ^Tratado de Chimica Orgânica o resultado de
£ão racional que a composição do ar deve ser experiências do maior interesse, e que poincessantemente alterada, mesmo c ainda dem tef uma grande influencia em medicina
mais em conformidade ao principio physiolo- legal. O Sr. Millon tem constatado apresengico da escola homceopathica que se acha es- ça e a permanência do antimonio nos tecidos
bocado no 2." numero da Sciencia.
de animaes, (cães) a quem se tenham dado
E porque não serão certas variações re- por vezes alimentos contendo tartaro emetico.
pentinas na proporção do oxigênio do ar as O que acontece com os animaes deve açontecausas de muitos males? E porque não da- cer com o homem; quando se tem dado por
riam ei ias a razão das constituições médicas ? muitas vezes vomitorios de tartaro antimoSimples questões estas que não temos de niado de potassa, pôde o antimonio permamodo algum a intenção de resolver, mas que necer nos tecidos, e como elle entra no rol
submettemos á attenção e á consideração dos dos venenos, pôde, sendo encontrado n'um
sábios: Até agora quizeram os acadêmicos nos cadáver, deixar suppôrque houve envenenapersuadir que o ar tinha uma composição mento-., por se achar antimonio no licor
constante, universal, e nós pedíamos uma ex- dos tecidos envenenados e competentemente
plicação das moléstias miasinaticas, dasalte- tratados pela distiilação. A muito mais cherações physiologicas e pathologicas causadas garam as experiências. Este celebre chimico
pelos corpos imponderáveis, pelas qualidades dirigio á academia das sciencias uma memoria em que demonstra a presença do chumbo,
infinitesimaes.
Graças a Deos; já experiências ultra-aca- do cobre, do manganez, da silicia no sangue
demicas tem determinado as variações da at- no seu estado normal. E' nos glóbulos sanmosphera, e instrumentos existem que consis- guineos e não no serum quasi exclusivamente
tem em constatar até um decimo-millesimo de que se encontram estas substancias. Existem
oxigonio, de azote, de aciclo carbônico; pode- em proporções mínimas sem duvida, porém
mos esperar então, graças a este passo dado, sempre sufficientes para infirmar certos
chegar ao ponto de poder analysar os mias- resultados da medicina legal. Com effeito,
mas, ou ao menos poder convencer-nos do um killogramma do sangue coagulado, sepapapel que desempenha na influencia da at- rado do serum produzio 83 milligrammascle
59
SC1ENCIA.
238
6
de
porção
A
segundo.
do
manganez,
o
quanto
com-
conside-
mais
vezes
dez
cm
5
exista
contrario,
pelo
a
pro-
chumbo,
do
áquella
uma
em
quantidade
ravelA
a
lamente
nos;
vel
desejaríamos
Muito
se
lançar-
costumadas
suas
resposta
uma
dessem
nos
e
hypotbeses,
assimilação?
de
de
vastíssimo
campo
no
de
hão
dignassem
se
que
Srs.
incomprehensi-
systema
inadmissível
e
os
se
e como
seu
o
com
phenome-
explical-os
allopathicos,
factos
estes
de
rpenei-
da
nos
destes
razão
hão
como
physiologistas
casar
á
solução,
porém
i.
bomoeopathica
physiologia
que
hypocondrios.
ser
tratado
dôr
muito
sêde
Ackermann.
T.
E.
2.°
;
garganta
secco
pelo
da
e
Factos
Dr.
seguintes:
symptomas
a
gando
so
ficar
duro;
pequeno,
a
tomar
0/5
a
sangue,
sas
De
dia
do
partes
um
acha-se
boa;
maticas
em
são
lochios,
dos
de
melhor
posto
vagas;
seios.
Puls.
cipia
o
que
leite
nos
o
os
abundantes
6.°
que
leite
0/30.
a
dia
outros
partos.
rheusupres-
leite
pulso
estava
0/30;
lançado
barras
de
ferro
seu
elle
passou,
estado
carro,
em
chamado
que
e
tocara
sedi-
nenhum
algumas
violenta
dô-
nha
nos
da
prin-
abundancia
da
tres
de
a
outro
de
todas
feridas,
inflammado
e
cada
uma,
a
o
que
e
Na
de
saber,
de
quando
vertice;
pulsação
uma
cima
vertice,
esquerdo
uma
ti-
polegaem
no
uma
testiculo
scrotum
cons-
cabeça
uma
os
movi-
o
senão
foi
pupii-
sem
gemidos
vida
esquerda,
o
braços
artérias.
as
occipital;
Goddé
apresentãra
;
vertebral
de
este
sentidos,
augmentára
que
sinal
parede
olhos fechados;
columna
comprimento,
no
Dr.
contuso;
todo
sobrancelha
outra
o
immoveis;
machinal,
se
muito
e
sem
as
janella
a
quando
que
calçada
achou
corpo
cheio
lhe
na
seguintes:
dilatadas
mentos;
o
tal
modo
cahio
entre
força
immediatamente
symptomas
Ias
de
contra
uma
guarneciam
grande
car-
Zacla,
violência
com
que
com
tantes
apparecido
mais
nos
defecação
de alguns dias
com
dias
urinas
ainda
linha
Depois
correr
e
adoente
sentisse
não
de
dôres;
foi
o
3
COMMOÇÃO
Goddé—J.
Dr.
reiro,
e
tem
do
Observação
0/30.
corpo;
corn-
CEUEBRO.
NO
bellad.
dôres
dias
S
ESPECIE DE CONTUSÃO COM
OUTRA
apertado
de
ex—
menos
cura.
a
e
lochios;
as
de
melhor.
nox-vom.
dia
era
de
fim
no
e
feitas
em
interiormente
então
tomou
;
arnica
de
diver-
fim
indicio
4.°
diminuído
No
do
partes
do
no
dôse
em
a doente
seguinte,
nenhum
suores
menlosas.
do
outras
;
noite
feliz,
pouco
achou
febre
e de
noite
a
tem
noite
res
com
e
se
rheumaticâs
reapparecem
noite
natural;
doente
ão,
Na manhã
peitos.
de
durante
corpo,
natural
parto
homoeo-
dôres
aggrava
noite
afamados
o
noite
de
segundo
hora
uma
pleta
acon.
aggravação
um
de
uma
si
a
voltou
doente
a
teriormente,
tratamento
um
fricções
em
arnica
de
solução
seDdo
grave,
com
com
ter
e
fria.
agua
de
influencia
da
sem
achava
sangrada
de
applicações
da
Debaixo
que
uma
posterior
se
sido
ter
deo
annos
parte
horas
de
apezar
cabeça
na
tido
sobre
34
Havia
sentidos,
a
sym-
de
mais
escarros
houveram
qual
No
de
d'agua;
peito;
mais
era
sa-
nova
dos
Depois
colher
do
lado
outro
moléstia
opinião
pathas.
a
a
porque
isto
no
dôres
ptomas,
na
ancie-
sede;
aggravação
manhã
De
já.
pul-
mandar-se
até
numa
0/30
Acon.
cramentar.
ag-
cabeça.
obri-
transpiração
muita
morrer,
de
medo
e
dade
;
pequena
frontal;
região
cabeça,
os
lado,
dyspnea
endireitado;
corpo
o
com
no
pontada
repirava
quando
gravando-se
annos;
Apresentando
bcllioso.
temperamento
35
idade
Torge,
Pleuresia.—S,a
;
do
desap-
fez
0/30
14
de
moça
violenta
quéda
dôres
as
cerebral—pelo
commoção
Uma
Goddé.
anciosa
symptomas.
com
Contusão
côr
diííi-
13.0
tirou
chin.
10.®
uma
respiração
0/30
e
garganta
mais
os
parecer
ars.
mortal,
ancia
de
diarrhea;
14.°
engulir;
de
culdade
pequeno
lividos;
rosto
12.°
escura;
a ma rei Ia
7."
frisões;
lábios
11.°
ca-
5."
;
muito
pulso
9.*
encovados;
olhos
pescoço
clinicos.
8.°
frias;
freqüente;
mui
e
fétido
6."
todo;
3.
denegrida;
4.° hálito
corpo
ri<i
mordedura
e
secca
língua
extremidades
de
para
seguintes,
symptomas
como
ardente;
mui
lor
os
e
aguda
apresentou^
se
Quando
oíferecia
dos
enduração
e
enchaçao
e
obstrucções
com
deixaram
o
que
abdômen,
no
in-
febres
de
atacado
sido
tinha
termittentes
a
desde
morador
lioso,
lugai
em
infancia
sua
bi-
Yzai,
Toinassi
gangrenosa.
insalubre,
15.°
aguardamos.
anciosos
Angina
pro3
contra
primeiro
achou-se
siiicia
igual
quasi
porção
do
partes
na
cobre,
de
e
chumbo
de
mistura
uma
côr
era
denc-
SCIENCIA.
grida. Não voltou a si o doente senão depois de 36 horas. A infusão de arnica em
loção por todo o corpo foi empregada logo,
r. interiormente applicada quando o doente
pode engulir. Dentro de 8 dias o doente levantou-se e uma dose de fl/tus. 0/30 fez desapparecer em 3 dias a inchaçâo do testículo e
a côr denegrida do escroto.
Luxação. G. Bronchi, 50 annos, jardineiro, robusto, de constituição irritavel, musculoso e sadio, foi arrastado sobre pedras
por um cavallo; quando o levantaram apresentava uma luxação da extremidade humeral da clavicula direita e uma forte contusão
no mesmo lado do peito, escarrando sangue
puro. Depois da reducção da luxação, foi
administrada a tintura de arnica interiormente; no fim do dous dias o estado do
doente tinha peiorado até fazer receiar para
os seus dias. Lembrando-se que antes da quéda, o doente tinha bebido muito vinho, o
Dr. Goddé lhe dco uma dose de nox-vom. e
lodososepiphenomenos desappareceram para
não deixar senão os symptomas próprios da
lesão traumática; repetio-se então o arnica
e tão rápidos foram os melhoramentos que
dentro de 21 dias a cura foi completa.
239
CONSTIUCÇAQ SPARMQD1CAS DO ANüS COM
FISSURA.
Pelo Dr. Chios.
O general L* * tinha, havia um anno, um
prurido quasi constante no ânus com pequenas erupções naquclla região. Empregaram-se fricções mercuriaes e de enxofre e o
mal desappareceo momentaneamente, porèm breve sobreveio outro maior. Depois de
cada evacuação soffria no resto um ardor como
nelle se introduzisse um ferro ardente, e experimentava um aperto spasmodico do ânus
que durava do três a oito horas. Apesar do
mais restricto regimen, das bebidas dilicentes; dos maiores cuidados, o mal ia peiorando, os accessos duraram mais tempo. Reconheceo-se que havia uma fessura no ânus e
a operação foi decidida.
O Dr. Chio chamado durante um accesso,
deu ars 0/24 para tomar de manhã e de noite.
Oaccesso diminuio porem não notavelmente;
carb-veg, dado do mesmo modo fez diminuir
os accidentes; ficando só uma leve pressão no
osso sacro, e um leve ardor de 3 ou 4 horas,
comum pouco de inquietação e leve incommodo geral. Procedendo a um exame miúdo,
o Dr. Chio achou três ou quatro condylomos
a redor da fissura. Com thuy. 0/12 e acid-nitr
OPHTA-LMIA TRAUMÁTICA.
alternados, dissiparam-se completamente os
accessos. O prurido noanus tinha voltado de
Observação do Dr. Goddé.
noite. A continuação do uso destes dous medicamentos alternados com o emprego de sulf.
P. B. Ferreiro, martellando uma barra de e de mercur acabaram
o curativo que foi
ferro em brazas recebeo no olho uma lasca completo.
de ferro muito fina, de uma polegada de comprimento, que enterrou-se profundamente
no globo oceular. Quando foi chamado o
NOTIGIAS DIVERSAS.
Dr. Goddé já tinha sido extraída a lasca, tinha sido sangrado o doente, tinha augmenFoi-nos coromunicada a carta seguinte,
tado o mal; existiam os symptomas seguinreproduzimos pela importância das notes: intensissima inflammação, injecção das que
ticias n'ellas contidas, pelo caracter e pela
palpebras e da cotijunetiva, que apresentaram
do escriptor.
um tumor de grossura de um ovo, de üm posição
encarnado escuro; cephalagia, febre intensa.
Moçambique.^ de Julho de 1847.
Foi empregado o armem loções exteriores e
Amigo e Sr.— Já escrevi a V. S. por Lisadministrado interiormente por colheres de
2 em 2 horas.
bôa quando mandei a Mutambâ ao Dr. Mure,
No dia seguinte a febre estava moderada, estimarei que a recebam, e que preparada
e no terceiro dia todo signal de inflammação homceopathicamente sirva para curar as
tinha desapparecido; ficara um engorgita- fracturas pois aqui é remédio poderoso de
mento passivo e algumas carnes fungosas, ce- que usam até os médicos. Quando eu for, ledeu o engorgitamento aRhus: e conium 0/30 varei não só o extracto, como secca. Agora
e as excrcscencias desappareceram com o em- falíamos de mim, e fará o favor de pedir a
opinião do Sr. Dr. Mure, sobre o que adianprego de Thuya 0/3O.
240
SCIENCIA.
te ditei. Logo que cheguei e desembarquei
fui convidado para um jantar de noiva lo, e
ali encontrei dous doutores. Disse-lhes que
trazia livros e medicamentos homoeopathicos
de suas
que ficavam desde já á disposição homoeona
sonhorias. Um tinha ouvido fallar
em Mupathia, o outro a tinha visto praticar
1834;
em
porém
nick quando elle estudava
curas
suas
nas
infeliz
era
Bavard
o
Dr.
que
ainda que appücasse os remédios. (Não é de
estranhar se um tal mestre tenha formado
taes alumnos.) Este foi o físico mór, o outro
Dr. que foi cirurgião mór e estudou e pratica, porém usa das duas medicinas segundo
a vontade do enfermo. O físico mór leo todas as obras, e já está meio hotnceopathico,
porque em caso desesperado recorreo ao collega que fez cessar a febre que o enfermo
padecia, porém a final suecumbio: á vista deste e outros exemplos tracta de a estudar e vai
estabelecer uma enfermaria; já lhe dei 60
medicamentos para fazer as suas experiências.
Elle foi já muito feliz em curar dores de
dentes, gonorrhéas, e febres provenientes de
resfriamentos (defluxões), e alguns outros
casos de syphilis; eu pela minha parte curo
os meus escravos como posso e sei com aiguma felicidade. A estação má e desde dezembro até abril, tempo dos grandes calores
e de muita chuva e por tanto das febres; bem
raras vezes ellas tomam o caracter tyfoide,
quasi sempre são remitentes, e terças, dubles
e simples ou quartas, infelizmente estas febres são tão amiudadas que morre hastante
gente, e os que tem á terça simples e quarta
acabam por^inflammação de baço, e outras
vezes de baço e fígado se o doente era- já sugeito a esta moléstia.
Faço votos pela saúde do Dr.Mure e de
todos os homoeopathas, e rogo a Deos que
haja tantos e tão bons discípulos que algum
possa chegar a este paiz.
De V. S. amigo muito.obrigado
J. E. Monteiro. *
ram livros e medicamentos a Gôa, a
a Bombain, e a outros pontos da
onde a doutrina de Hahnemann não
a desenvolver-se corno nos outros
do mundo.
Maeáo,
índia,
tardará
pontos
BOTICA CENTRAL.
nO INSTITUTO H0M03OPAT1I1C0 1)0 BRASIL..
Foram todos os medicamentos preparados
pelo Dr. B. Mure, e são aviados em frascos
de vidro azul, quadrados, e tendo escripto em
relevo nas quatro faces o seguinte:
BOTICA CENTRAL—H0M03OPATHICA—RUA
I)E S. JOSÉ N. 59. MO DEJANEIRO—
E são involtos os frascos etn uma tira dê
papel lithographado em que vae escripto— o
numero do registo, — o nome do doente, o
numero do remédio,—a rubrica do Dr,
Mure.—
Preparam-se todas as encommendas de giobulos etineturas de todas as dynamisações:
fornecem-sé todos os livros necessários ao ensino e â pratica da bomceopathia pura; e publica-se um periódico semanal intitulado
¦:l"sciencia,;:-..';''.; ;.v'
redigido pelos professores da Escola Homcep•;-,'.
>..¦.,;.<..>->
:.-:;.
patica.
PRIMEIRO CONSULTÓRIO
DO INSTITUTO H0M0E0PAT.HICO DO BRASIL,
fundado pelo Dr. B.M uree dirigido por
João Vicente Martins.
Das outras possessões portuguezas, temos Todos os dias úteis às 3 horas da tarde se dão
noticias igualmente favoráveis. Em Bengratuitamente remédios e consultas aos
guella e Angola diversos curiosos principia- - pobres que trouxerem um attestado de
ram a applicar os meios homoeopathicos, com
pobreza passado pelo seu Reverendo Vigrande assombro dos médicos,'que vêem sarar
,
gario. ,
os doentes, que elles certamente teriam per. dido pelo methodo clássico.
V „f
Graças aos esforços do Dr. Mure chega- TYP. BE SILVA LIMA, RITA DES. JOSÉ N. 8.
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constante universal