UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Reflexões e Análises Por Bianca Soares Orientador Profº Nelsom José Veiga Magalhães Rio de Janeiro 2003 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE OBJETIVOS: Avaliar os processos de formação de professores nos cursos de licenciatura e verificar como estes interferem na vida do aluno, bem como alimentar a pesquisa na área educacional. 3 AGRADECIMENTOS A todos os que acreditam na importância do saber. Aos professores e colegas de classe que, direta ou indiretamente, contribuíram para a confecção deste trabalho. Em especial ao professor Nelson que me orientou sob a luz de seu notório saber. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu afilhado que em muito contribuiu com seus sorrisos motivacionais. Também aos meus pais, irmãos e noivo. 5 RESUMO Hoje faz parte de uma grande parcela da nossa sociedade, o conceito de que os cursos de Licenciatura são cursos “fora da realidade”, cursos que “apenas cumprem rituais acadêmicos, burocráticos”, entre outros “pré-conceitos”. Será que é isto mesmo? Será que a realidade é mesmo esta? O que vem acontecendo de fato com os nossos licenciados? Que pontos devem ser revistos? Através deste trabalho, pretende-se não responder aos questionamentos acima. A pesquisa não pode ser finda de pronto, mas sim somar esforços a outros que buscam a valorização do magistério brasileiro, na tentativa de evidenciar a atual situação da formação de professores e apontar para o fato de que a saída está ao nosso alcance. O compromisso de acabar com o descompromisso atual é nosso e é também para com a Educação de nosso país. Analisar as práticas educacionais em nosso país é tentar entender um pouco da situação em que nos encontramos. Pesquisar sobre a formação de nossos professores pode ser o ponto de partida para este entendimento. Sendo assim, o exame de processos causa/efeito no magistério se faz tão necessário quanto a investigação da relação professor/aluno e seus reflexos na Educação, os quais têm início no início da formação do docente. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada se destina a apoiar estudos e pesquisas na área de Educação, especificamente no que tange a formação de professores. O leitor poderá trilhar caminhos que levam à reflexão da prática e da formação docente. Foram utilizadas como referências , bibliografias de grandes nomes ligados à Educação, tais como, Gramsci, Paulo Freire, Nilda Alves, Frei Beto, Guiomar Mello, entre outros. A proposta é a de adequação e de valorização da pesquisa, que muitas vezes é esquecida nas prateleiras das bibliotecas das grandes universidades. Embora o estudo seja de cunho científico, a linguagem é simples e atual, aliada à realidade em que vivemos. Nos anexos podem ser encontrados dados que ilustram os apontamentos feitos no decorrer da pesquisa. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..........................................................................................................p.08 CAPÍTULO I ..............................................................................................................p.10 CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO CAPÍTULO II ..............................................................................................................p.14 A ESTIGMATIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO CAPÍTULO III .............................................................................................................p.20 FORMAÇÃO DE PROFESSORES CONCLUSÃO...............................................................................................................p.31 ANEXOS.......................................................................................................................p.31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................p.35 BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................p.36 ÍNDICE .........................................................................................................................p.37 8 INTRODUÇÃO A professora Maria Isabel da Cunha, seguindo os pensamentos de Darcy Ribeiro, nos ensina que, antes de 1808, os brasileiros cursavam a universidade em países europeus. A partir da vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil, tivemos o início dos cursos superiores em nosso país devido à necessidade da formação de profissionais que atendessem a essa nova situação. Esses cursos adotaram características do modelo francês, escola autárquica que supervalorizava as ciências exatas e humanas. Não se utilizava conteúdos políticos, pois não era do interesse da Coroa. O processo de ensino baseava-se na transmissão de conhecimentos e experiências do professor para o aluno que era “avaliado” e caso fosse “aprovado”, receberia um diploma que lhe permitiria o exercício profissional. O professor era o centro de todo o processo, o transmissor de capacidades. Os professores eram convidados a desempenhar esta função partindo do princípio de que “quem sabe, sabe ensinar”. No entanto, percebeu-se que a docência exige capacitação específica, logo, o papel do professor deveria ser revisto, para que o mesmo estivesse capacitado para exercer tal função. O professor deve ser competente em sua área de conhecimento, dominar técnicas pedagógicas e fazer exercício da dimensão política, pois como cidadão deve abrir espaço para a discussão com seus alunos, já que isto afeta a sua formação e o seu exercício profissional (CUNHA apud MASETTO, 2003, pp. 27 e 28). Mas, o que fazer quando lá, nas universidades e nos centros de formação, são encontrados profissionais de baixa qualidade e os alunos não são formados e sim produzidos e rotulados com um diploma que serve para que mesmo? A pesquisa sobre o tema não é nova. O objetivo é, no entanto, dar um avanço, fornecendo mais e mais subsídios para que alunos e professores dos cursos de Formação 9 para o Magistério desenvolvam um melhor trabalho, bem como, nunca deixar de alimentar a pesquisa na área educacional, contribuindo para a capacitação de futuros professores e para a reflexão dos que estão ou estiveram em pleno exercício. 10 CAPÍTULO I CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO 11 CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO “ É preciso que a educação esteja em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos, adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo e estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história...” ( FREIRE apud SASSE et alli, 1987, p.7 ) Ao falarmos em Educação, nos remetemos a muitos significados. Aprendizagem, conhecimento, escola, trabalho, ascensão profissional etc. Contudo, a Educação vai além, ela está relacionada à tomada de consciência e ao entendimento da realidade em que se está inserido, para que o indivíduo saiba da sua condição e da sua capacidade de transformar-se e de transformar, de enfrentar o novo. Uma das principais considerações que se deve fazer acerca de Educação é a de que esta se dá enquanto um processo encadeado, envolvendo-se e estando envolvida dentro de um contexto maior, o qual deve, necessariamente, ser levado em consideração em toda e qualquer análise que se faça sobre este assunto ou sobre temas relacionados ao mesmo. A Educação, assim, é “tipicamente percebida como um instrumento de mobilidade social, e não simplesmente como de reprodução do sistema, tal como é entendida por muitas teorias a respeito do seu papel social “. (Nunes, Schwartzman & Wrobel, 1977 apud LINS, Maria Judith, 1998, p.189) Há de se ter cuidado. Podemos ver a Educação sob o prisma do desenvolvimento pessoal e do social. Através da educação, o indivíduo conhece a si próprio e a seu universo. Todos nós, constantemente, estamos praticando atividades educativas. Utilizamos diariamente o que nos foi ensinado e ensinamos diariamente àqueles que de nós dependem por um motivo ou por outro, seja no trabalho, em casa ou na escola, estamos sempre 12 proporcionando algo que vem a ajudar na construção de um conhecimento, auxiliando assim na realização de uma tarefa. Deve-se ter em mente que por ser o ato de educar uma ação constante, o cuidado com esta prática se faz necessário. Devemos analisar e refletir sobre nossos, atos, sendo ou não profissionais da educação, em decorrência dos motivos já expostos. Não podemos esquecer que qualquer ação educativa deve ser precedida de uma reflexão, para que (parafrasiando Maria Judith) a educação não seja simplesmente instrumento de reprodução do sistema. Se não houver uma reflexão sobre o homem e o seu meio, corre-se o risco de adotar uma educação pré-fabricada, fora da realidade do sujeito a quem se destina, o que não é , com certeza o nosso propósito. A reflexão deve ser realista , não utópica, pois o que temos hoje é uma falsa reflexão. Uma ponte quebrada entre teoria e prática, onde a teoria se distancia do atual quadro social onde da educação coercitiva do passado, que prejudicava o desenvolvimento da personalidade, passamos a ter agora, desorientadamente, uma educação indiscriminadamente permissiva, aceitando-se de tudo, seja certo ou errado, pois não se sabe quando, como e onde se pode e/ou se deve interferir. O problema , é claro, envolve uma difícil solução e aponta para a função da escola (em todos os níveis – das séries iniciais à especialização). Por um lado as escolas têm um papel importante na socialização dos saberes, por outro lado tendem a uma manutenção da situação social (LINS, 1999, p.188) Dentro das escolas, os professores que mesmo compreendendo a sua missão, a sua responsabilidade, se vêem dentro de um delicado processo: orientar sem anular, sugerir sem persuadir, sem impor. Missão difícil para aqueles que iniciam no magistério, pois terão de enfrentar uma sociedade cuja taxa de analfabetismo é de quase onze milhões de indivíduos. Em estados como Alagoas , por exemplo, de cada cem habitantes, vinte e oito são analfabetos. 13 No Rio de Janeiro, segundo estudo do IBGE (O Globo, 15/06/03, seção Economia, p. 33) são 380 mil analfabetos em idades entre 15 e 64 anos. (Vide anexos 01 e 02) Além deste , existem muitos outros problemas que atingem diretamente o magistério no Brasil. Fome, desemprego, problemas familiares, saúde, enfim, tudo isto o professor recebe quando recebe seus alunos em sala de aula. (Vide anexo 03) Pesquisas retratam constantemente o nosso Brasil. O IBGE o faz insistentemente. Estes retratos algumas vezes nos assustam, outras nos tranqüilizam e seguem valiosamente porque nos orientam e enriquecem as nossas pesquisas. O Brasil avança vagarosamente, mas ainda existem muitas emergências sociais e a Educação é uma delas. Talvez sejam todas essas “mazelas” da sociedade as causas de tanto desprestígio existentes em relação à docência, saber lidar com todas elas, ou melhor ter de lidar com todas elas, de frente, cara a cara , todos os dias. Eis os professores, os heróis esquecidos. Talvez este seja o início de muitos estigmas. Os estigmas do magistério. 14 CAPÍTULO II A ESTIGMATIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO 15 MAGISTÉRIO X ESTIGMAS Magistério: do latim magisteriu; cargo e exercício de professor; exercício do professorado; classe dos professores. (Aurélio, 1978, p.757). A definição parece simples, mas o sentido é muito mais complexo do que imaginamos. Na teoria, uma bela profissão. Na prática, uma das mais difíceis. Assim é o magistério no Brasil. Entender a razão dos estigmas criados acerca desta profissão é entender uma cultura rica em diversidade e pobre em valorização. O Brasil peca em muito na valorização de seus professores. Todavia, se por um lado o país tem a obrigação de educar o seu povo, por outro os professores e educadores têm de honrar este compromisso, evitando a desvalorização e pactuando com a legislação rumo a uma retomada do desenvolvimento educacional dos cidadãos brasileiros. Pesquisas nos mostram que iniciativas não governamentais realizadas por grupos de professores têm ajudado, em muito, para mudar a crise educacional brasileira, como por exemplo o grupo Transformar ( projeto da FIRJAN) que já formou cerca de 15 mil jovens de 15 a 19 anos em todo o país nos três anos de sua existência ( O Globo, 15/06/03) Esta retomada se faz, hoje, mais do que prioritária, se faz emergencial. Este é o primeiro passo para uma melhor formação de nossos professores. A retomada dos valores do magistério e o desvendar dos antigos estigmas. A reduzida procura dos cursos superiores para formação de professores (as licenciaturas) são um indicador claro do enorme desprestígio que sofre atualmente este profissional. A profissão de professor já não é mais tão sonhada por nossos jovens e também já não é mais tão bem vista aos olhos daqueles que almejam alcançar patamares mais altos em 16 nossa sociedade, isto porque o magistério, nas últimas décadas, vem passando por um lamentável processo . Pessoas rotulam os nossos professores sem conhecerem as suas realidades, criando assim estigmas dos mais variados. As mazelas do magistério são muitas e muitos são também os indicadores de que as coisas não vão bem. Mas será só isso? É fato que a maior parte dos alunos que ingressam em cursos voltados para o magistério são oriundos de classes sociais baixas e mesmo após sua formação acadêmica não conseguem ascender profissionalmente e permanecem na mesma situação econômica. É fato também que esta situação não é regra. Existem professores muito bem formados e muito bem qualificados, conseqüentemente muito bem remunerados atuando em todos os segmentos educacionais, mas esta parcela é tão ínfima que não vira notícia, não se faz referência para atrair alunos. Quando então, escutamos falar sobre um professor que não seja também advogado ou um professor que não seja também médico, ou seja, um professor que seja somente professor, bem sucedido em sua carreira, bem formado, atualizado, consciente da importância de seu papel na sociedade, um professor que encare a realidade como ela é e que consegue, apesar de tudo não sobreviver, mas sim conviver com a sua profissão, achamos estar tratando de um ente romântico, extraído de algum livro de romance, bem distante da vida real. Um professor pode ser, via de regra, não apenas uma imagem utópica nos sonhos ainda resistentes daqueles que entram nas universidades buscando a licenciatura. Deve ser real. Nos concursos para magistério, temos um quantitativo considerável de candidatos às vagas oferecidas. Os professores existem, e sob um olhar cuidadoso, vemos que são bons, muito bons. 17 Dentro de sua proposta pedagógica, é o professor quem dirige, coordena, aconselha, transmite, educa jovens e adultos, assiste crianças em situações especialíssimas. Como não reconhecê-lo? Entretanto, como já foi colocado, o professor também responde, em muito, por sua atual condição. Existe um certo descaso com o magistério que parte dos membros da própria classe docente. Frei Betto (Revista Nova Escola, 2002, p.61) foi muito feliz ao dizer que: “o professor brasileiro é um herói. Ele ganha mal, não tem tempo para pesquisar, é obrigado a dar mais aulas do que deveria para se sustentar e não encontra espaço para desenvolver o protagonismo na disciplina que leciona. Acaba ficando nesta coisa bancária, como dizia Paulo Freire, de depositar na cabeça do aluno a transmissão formal do conhecimento”. Com a máxima das certezas é evidente que grande parte dos professores no Brasil sofre injustiças ligadas direta ou indiretamente ao seu ofício, mas os professores , muitas vezes não se sentem parte de um grupo, de um “coletivo pedagógico”, por assim dizer. Compromete-se com a sua vida, com a sua aula, com a sua turma e o resto... O resto nada tem a ver com ele. Os professores, bem como todo o sistema educacional, também precisam de reciclagem, não são estes profissionais máquinas mas também precisam de “revisões” constantes. Aos professores precisa ser dada condição de pesquisa, de aprimoramento, de atualização de extensão, para que a união dessas medidas gere desenvolvimento para os educadores e para a Educação como um todo. Precisam também, os professores, de integração. Não há espaço para visões de mundo tão antagônicas como é comum vermos dentro de um mesmo corpo docente. Não esqueçamos da interdisciplinaridade tão falada e tão pouco vivida. 18 Convém ainda lembrar que o que ocorre nos cursos de licenciatura não é exceção dentro do país. Não é só o magistério que vem sendo estigmatizado, e desprestigiado, isto tem a ver com todos os profissionais de todas as áreas de conhecimento. É a educação nacional que precisa de ajuda. Devemos, pois, resgatar os valores do magistério para que seja resgatado também o valor do profissional da Educação. Sob este raciocínio, podemos dizer que, o comprometimento deve ser de todos, e isto implica a consciência de toda a sociedade de nossas possibilidades e limites para que o magistério não fique marginalizado. Cumpre aqui aceitar que o espaço do qual o profissional da educação dispõe para atuar é pequeno. Contudo este espaço existe, e é preciso aproveitá-lo integralmente, explorando todas as oportunidades. Dizer que os professores não se sustentam apenas com o magistério não é realidade plena hoje. Com base na última pesquisa feita pela Revista Veja (04/06/03, p.77) os dados obtidos comprovam que professores podem ganhar bem. Os cursos de Licenciatura não têm sofrido grandes alterações nos últimos anos nos vestibulares e, ao exemplo do curso de Letras, a relação candidato/vaga varia entre dois a quatro candidatos para cada vaga. (Veja , 2003, p.77) Com um número médio de formandos por ano de 20.000 alunos, o curso de Letras, por exemplo, leva o indivíduo, segundo a pesquisa, a ganhos de R$1.000,00 como salário médio inicial. O salário médio dos “talentos” de que trata a pesquisa depois de 10 anos de carreira pode chegar a R$ 4.400,00. (ref. Veja, 2003, p.77) 19 Face ao exposto, o fato de acharmos que os professores no Brasil morrem de fome pode ser apenas mais um estigma. Entende-se, outrossim, que entre as instituições de ensino superior deve-se distinguir a universidade como centro de produção de conhecimento, de ensino e de extensão. Assim, se a universidade é parte de um todo concreto, suas funções devem ser trabalhadas e pensadas levando-se em conta as exigências da sociedade (FAVERO, apud Alves, 2002, p.53) Mais um dos estigmas do magistério. O professor deve ser super-herói, substituir pai, mãe, ser psicólogo etc. Nada disso! No mundo em que vivemos todos os profissionais devem ser algo mais do que são em sua profissão.. Devem, os profissionais, estar sintonizados com o mundo, devem saber lidar com outros seres humanos. Daí vêm suas habilidades. Sorte dos profissionais que como alguns professores podem desvendar alguns dos mistérios do ser humano, porque o professor não apenas convive com seus alunos, mas vive sim com eles momentos importantíssimos e descobertas que a vida se encarregou de mostrar-lhes. Descobertas que os pais desses alunos, talvez nunca saberão porque ainda, como muitos de nós, acreditam e reproduzem os estigmas do magistério. 20 CAPÍTULO III A FORMAÇÃO DO PROFESSOR 21 Como ilustração inicial a este capítulo, tomemos como base o texto de Vera Marinho Cunha Pinto: Ser Professor Às vezes me pergunto o que leva um ser humano – em pleno uso de suas faculdades mentais a ser ...professor. O que, afinal, faz uma pessoa em sã consciência cometer tão tresloucado gesto? Fama? Sucesso? Dinheiro? Bom, fama, só se conseguir o cargo de Ministro da Educação – coisa praticamente impossível. Todo mundo sabe que não há um só professor neste país com capacidade para dirigir os rumos do ensino. E que tal capacidade só é encontrada em políticos, empresários, banqueiros ou amigos íntimos e comprometidos com o presidente da República que estiver em exercício na ocasião. Todos, aliás, homens de grande sabedoria e experiência no ramo. O que não acontece com a classe do magistério, sabidamente agitadores, grevistas e parasitas que só visam ao lucro, só pensam na futilidade da própria sobrevivência ( saúde, vestuário, moradia)... Logo não é a fama que levou uma pessoa a tão desvairada profissão. Será o sucesso? Ora, nunca se soube de um professor que tenha sido aplaudido em pé depois de se apresentar em aula. Nem que sua atuação provocasse desmaios, chiliques, ataques ou outros faniquitos do gênero nos alunos. Nunca se viu um só que tenha levado uma classe delirante a pedir bis, depois de ter destrinchado, suando sangue, uma fórmula química, um problema de matemática ou uma análise sintática. Tampouco se sabe de alunos que colecionam posters, fotos autografadas ou álbum de figurinhas de professores. Na entrada das escolas não há cordões de isolamento, visando à proteção do mestre contra a investida histérica de fãclubes de alunos. 22 Então será por dinheiro? Ao que parece, a mercadoria oferecida pelos camelôs-do-ensino não tem lá grande aceitação. Eu mesmo tento vende-la imitando colegas... Sei até de um professor que tentou vender um Teorema de Pitágoras a preços arrasadores, mas os alunos só se interessam pela hipotenusa. E como insistissem em saber o telefone dela, o sensato mestre desistiu e foi vender agrotóxicos – desses “made in USA”, cuja venda é rigorosamente proibida nas terras do Tio Sam. Fama ... Sucesso... Dinheiro... Nada disso. O que leva o ser humano a enfrentar a ignorância e a mediocridade, o que leva um ser humano a desafiar os próprios calos, na infanteria diária de muitos passos e muitas palavras, talvez seja o brilho – ainda que fugaz no olhar do aluno que senta no fundo da sala. Ou a expressão inteligente da garota que, afinal, nem gosta dos Menudos e acabou por descobrir que a sua redação tem mito mais a ver que as letras do Kid Abelha e toda a sua bárbara e cantante horda musical. É isso. A consciência da grande , da incrível e fantástica oportunidade de poder se lapidar o mais precioso e formidável material já produzido pela natureza: a mente humana. E ali deixar a nossa marca-anônima, mas indelével, permanente. Vera Marinho Cunha Pinto A FORMAÇÃO DO PROFESSOR Ninguém se torna professor somente porque sabe sobre problemas educacionais ou estudou algumas teorias pedagógicas, ou ainda porque domina uma área específica de conhecimento. É necessário um comprometimento maior para tal feito. 23 Ser professor é assumir um profundo comprometer-se como construtor e organizador do trabalho educativo. É preciso aceitar alguns princípios e renunciar algumas concepções que, infelizmente, não reconhecem a relação, pode-se dizer dialética entre dois extremos: a teoria e a prática, o saber e o fazer. Assim, pensar e agir tornam-se desafios para o professor. Sabemos, todos, que cada vez mais se exige enquanto especialização ou treinamento específico para que uma pessoa possa exercer uma profissão e então é fácil entendermos que a formação científica não pode servir apenas para criar estereótipos entre professores e alunos, mas também e, principalmente, para dar mais seriedade ao trato dos problemas educacionais. A qualidade da formação do professor, sua postura ideológica, suas expectativas, sua metodologia e o conteúdo, tudo isto passa a ter uma grande importância na questão da escola enquanto elemento de interferência na mobilidade social, o que gera um outro assunto, o qual não iremos nos aprofundar neste momento. Será através de uma atitude crítica e científica que o educador terá condições não só de aprender como e porquê os problemas se apresentam em determinado contexto e quais as suas implicações, mas também quais as condições de desenvolver a sua própria reflexão e também a sua ação. Não podemos nos esquecer, contudo, que ter fundamentação teórica sem consciência crítica, pode levar o professor a uma prática não criadora, repetitiva. Seu trabalho tornar-se-á reflexo de modelos já usados e estabelecidos. Assim, pode-se afirmar que a formação do professor não se concretiza de uma única vez, é um processo, significa aceitar a não-separação entre formação profissional e formação pessoal, ambas se cruzam diariamente. É certo que esta formação é complexa, porém em nada se parece com um obstáculo intransponível. 24 Desde o início, é preciso que os cursos voltados para a Licenciatura se preocupem em não só formar professores, mas em educá-los. Não se deve pensar em formar pesquisadores mas em iniciá-los à pesquisa para que possam agir sozinhos. Todos estes fatores podem, é claro, serem analisados isoladamente, eles se condicionam e se interpelam aumentando ainda mais a responsabilidade dos centros de formação de professores, os quais devem saber administrar muito bem esses fatores para não causarem prejuízo a ninguém, no intuito de ensinar os novos professores a desenvolverem habilidades e técnicas para o desenvolvimento do ensino. Habilidades Para Ensinar Como nos ensina Allen et alli (apud Erlich, 1994, p.73), o ensino pode ser concebido em uma relação tríade: A ensina B a C, onde A representa os professores, B representa o conjunto de conhecimentos, crenças e habilidades selecionadas por um professor e C o aluno capaz de modificar-se e de modificar o seu meio. Para saber o que é ser hábil nas técnicas de ensino é preciso antes saber o que é ensinar e no que consiste este processo. Sabemos que é um processo particularmente complexo. Envolve várias atividades nas quais o aluno, o conteúdo e o professor encontram-se totalmente interligados. O professor, em última análise, e sem desprezar o aluno e o conteúdo, é quem assume o ensino, isto porque é ele quem vai comprometer-se em atividades de explicação, de demonstração, de orientação, enfim, comprometer-se em manter a disciplina. Ele administra, documenta, distribui tarefas , planeja, avalia e deve dar conta de muitas outras atividades não descritas aqui. Muitas teorias existem acerca deste assunto, isto nos faz pensar que o ensino possibilita e nos remete a muitas habilidades de termos e atos praticados por parte dos professores. 25 A primeira tentativa de decomposição do ato de ensinar foi feita por Horace Aubertine, em um estudo experimental, na Clínica de Microensino de Standford, em 1963 Allen et alli (apud Erlich, 1994, p.81). Professores iniciantes ensinavam lições curtas a alunos regulares. Logo após a aula havia um período de crítica, durante o qual recebiam um feedback de um supervisor e dos alunos. Os professores iniciantes entravam na clínica com o objetivo de ensinar conteúdo e com pequena preocupação pela metodologia. Quando as coisas íam mal eles ficavam confusos, os supervisores tinham dificuldades em dar-lhes a ajuda de que necessitavam num período curto de crítica. O trabalho seguiu e Aubertine identificou os seguintes comportamentos e componentes Allen et alli (apud Erlich, p.85, 1994 ). Variação de estímulo Organização Fechamento Silêncio e sugestões não-verbais Participação dos estudantes Fluência na formulação das perguntas Perguntas de nível muito alto Perguntas divergentes Repetição planejada Acabamento da comunicação Estas primeiras observações serviram como ponto de partida para outros estudos. Após esta pesquisa surgiram outras e muitas outras vieram, mas ainda hoje não temos uma definição exata do que seja habilidade técnica de ensino. Pode-se dizer que é uma organização de comportamentos, como os relacionados por Aubertine que são gerados e adequados à relação professor / aluno. 26 O desenvolvimento de habilidades técnicas por parte dos professores em serviço ou de futuros professores (alunos dos cursos de licenciaturas ou de formação pedagógica) necessita obedecer a uma programação especial. Depende das condições da instituição e do próprio grupo. Alguns critérios podem, o entanto, ser considerados pelos professores segundo alli (apud Erlich, p.87, 1994 ): I) Em relação à organização do contexto - comportamentos facilitadores: Formular objetivos com precisão; Selecionar meios compatíveis com os objetivos; Adequar o estímulo ao conteúdo do que será aprendido; Informar o aluno sobre o objetivo a ser alcançado; Organizar e apresentar seqüencialmente o conteúdo; Partir do mais simples para o mais complexo; Revisar pré-requisitos, etc. II) Em relação à situação – estímulo: Movimentos; Gestos; Foco; Mudança de canais receptores ( olhos, ouvidos, nariz , etc.) III) Em relação à interação: Professor-grupo: o professor se dirige ao grupo ( todos os alunos de modo geral) Professor-aluno: o professor estabelece contato com um aluno , em particular, ou perguntando algo , ou indicando Aluno-aluno: o professor facilita o diálogo entre os alunos. O objetivo do professor neste momento é fazer com que ocorram interações diversas. 27 Em suma, podemos dizer que o aluno de um curso pedagógico deve construir sua própria experiência e desenvolver sua inventividade, ter condição de conhecer os resultados de seu trabalho e melhorá-lo. Estudar sobre assuntos relacionados, discutir com colegas e com professores já formados e dessa forma ampliar, por assim dizer, o trabalho que vier a realizar, pois assim irá poupar esforços seus e de seus alunos. Em todas estas relações percebemos o quão é importante o papel do professor e temos que ele é quem realmente consegue compor o elo de ligação entre o aluno e o conteúdo. Daí, nos surge uma pergunta: o que faz o professor, educa ou ensina? Professor x Educador “Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança... ( Rubem Alves, 2002, p.16) O amor e a dedicação ajudam, como nos diz Rubem Alves (2002. p.16), a diferenciar uma profissão de uma vocação e nos aponta para o fato de que “ Uma boa parte dos professores, provavelmente a maioria, baseia sua prática em prescrições pedagógicas que viram censo comum, incorporadas quando de sua passagem pela escola ou transmitidas pelos colegas mais velhos; entretanto, essa prática contém pressupostos teóricos implícitos. Por outro lado, há professores interessados num trabalho docente mais conseqüente, professores capazes de perceber o sentido mais amplo de sua prática e de explicitar sua convicções. Inclusive há aqueles que se apegam à ultima tendência da moda , sem maiores cuidados em refletir se essa escolha trará de fato, as respostas que procuram. Devese salientar, ainda, que os conteúdos dos cursos de licenciatura, ou não incluem o estudo das correntes pedagógicas, ou giram em torno de teorias de aprendizagem e ensino que quase nunca têm correspondência com as situações concretas de sala de 28 aula, não ajudando os professores a formar um quadro de referência para orientar a sua prática”. ( Revista da ANDE, nº 6, 19) Quão estreita é a relação entre professores e educadores que podemos dizer que este “ente” é um só mas mostra sua face ora de educador, ora de professor. O educador é um ausente, como nos diz Rubem Alves (2002, p.22). O que vemos hoje são indivíduos atuando dentro da área educacional desempenhando, simplesmente, uma profissão e não vivenciando a concretização de uma vocação. O professor , enquanto educador, deveria adotar e assumir sua representação social como uma verdade. Não deveria existir em suas mentes a dúvida, bastante conhecida, sobre a tarefa de educar. O que se deve lembrar é que, a nossa sociedade considera, apesar de tudo, um previlégio ser professor. A imagem do Mestre não se desfará facilmente. Na situação de crise em relação a empregos em nosso país, poder fazer parte de uma profissão que, ao contrário de quase todas, não impõem limites para idade, aliás, remete-se ao conceito de experiência a isso , permite flexibilidade de horário, e ainda indica presumidamente detenção de sapiência, já é um grande diferencial. Através de um confronto crítico entre discurso e prática, aliado a iniciativas governamentais, e também particulares veremos avanços e superaremos eventuais limites. Limites estes que esbarram com a própria significação do ser humano, do sujeito no processo educacional sob o ponto de vista humanista. 29 A Humanização do Ensino “A finalidade da educação é o cultivo individual, o desenvolvimento das aptidões individuais que preparam o indivíduo para ocupar um lugar na organização social. Cada indivíduo é dotado de uma natureza humana única, universal, que independe da estrutura social. O processo educativo visa despertar a essência humana contida em cada um, desabrochar a natureza individual e cabe à educação promovê-lo. A atividade educativa visa, portanto, à humanização do educando para a compreensão da cultura da sociedade por meio da auto-reflexão e auto-compreensão de seu papel social. O social entendido como uma extensão do individual, ou seja, trata-se de desenvolver atitudes de cooperação e solidariedade a fim de inserir-se de maneira positiva no meio social já dado”. (Mello, 1982, p. 52) Haja vista a citação acima temos a certeza de que a relação entre professores e alunos não se distancia da sociedade, das condições reais da vida. O aluno levará para sala de aula a “bagagem” que ele adquiriu em seu meio, por este motivo, o professor deverá, em seu trabalho, compreender o significado de cada comportamento, analisando e associando os reflexos que a condição social possa ter sobre o desenvolvimento daquele aluno. Temos também que internalizar o fato de que o ensino, em quaisquer segmentos, é um elemento de luta contra as mazelas sociais, portanto o trabalho do professor adquire uma função importantíssima que é a valorização do ser humano. O professor lida com pessoas, não apenas com mentes ou números mas com universos singulares que dizem respeito a cada aluno, a cada ser humano. De nada irão adiantar os cursos de licenciatura se os licenciados tiverem um conhecimento pedagógico e didático apropriado, mas praticarem atos e obterem 30 pensamentos iguais aos de um bacharel, que em sua maioria, tende para o mecanicismo do ensino. Dois pontos merecem atenção especial quando em se tratando do aspecto humano do ensino. São eles: 1 - O Professor e o Processo de Aprendizagem Vivemos numa época em que os processos e métodos da automação nos são introduzidos com freqüência crescente. Sabemos que estes fatores são básicos na transformação de uma sociedade. Contudo, é natural então que, nesta transformação, também se modifique o processo educacional. Porém pode ocorrer que o processo de ensinar esteja associado a ações mecânicas ou automáticas, onde a humanização do aprendizado possa ser prejudicada em muito. Segundo Rogers (apud SASSE, 1987, p.55) “a finalidade da educação é simplesmente a facilitação da aprendizagem e esta não se apóia nem no professor nem no uso de materiais ou técnicas, mas no relacionamento professor / aluno” . Neste caso para um bom relacionamento entre os professore e seus discentes, se faz necessário que o professor seja autêntico facilitando desta forma um ajuste melhor com a sua turma e propiciando melhores condições de aprendizagem. 2 - A Autenticidade do Professor Em se tratando de professores, há de se ter em mente que “a autenticidade do professor é a mais básica das atitudes essenciais. O facilitador que se encaminha para um encontro pessoal e direto com o aluno encontrando-se com ele na base pessoa-pessoa está muito próximo do objetivo a que se propuser”. ( Rogers, apud SASSE, 1987, p.57) 31 Não é difícil encontramos o professor que se mascara, e isto até inconscientemente. Se o professor “se abre” com os seus alunos, sem usar “escudos”, sem partir para uma defesa desnecessária, sem usar “fachadas” , os alunos com certeza o compreenderão muito mais e o relacionamento se aprofundará rumo à facilitação da aprendizagem. Embora, segundo a visão dos alunos o professor seja aquele que detém a sapiência, diplomas, certificados, embora o professor seja aquele capaz de julgar se um aluno aprende ou não o que foi ensinado, o professor é limitado, como quaisquer outros recursos, e isto deve-se ter claro. O professor tem de ser autêntico. Mediante os pontos apontados, fica claro que não basta somente a transmissão pura e simples do conhecimento, deve-se desenvolver o espírito crítico, para que os alunos pensem por eles mesmos. Deve-se preparar boas aulas, para que os alunos não se sintam subjulgados, deve-se estar atualizado com o que ocorre no mundo para entender as dificuldades que os alunos trazem, e deve-se estar preparado para entender, ou ao menos tentar entender, as contradições da sociedade em que vivemos. Por isto é importante , e é a razão desta monografia, um trabalho de excelência na formação do professor, principalmente no que se refere à sua auto-formação, para compreender de modo crítico as relações entre sociedade e Educação. Há, então muito a ser feito. Por todos, orientadores, supervisores, psicólogos educacionais, etc. O ideal seria concentrar os esforços de todos estes profissionais para uma causa maior: contribuir para a humanização do homem através do ensino,através da aprendizagem. 32 CONCLUSÃO Tratar sobre assuntos relacionados à Educação nos dias de hoje é, no mínimo, de muita importância. Perceber as diferenças entre as mazelas reais e os estigmas gerados pela sociedade acerca do Magistério é uma atitude que cabe a todos nós. Os professores são, sem dúvida, agentes com significação ímpar junto ao progresso educacional de um país. Sob esta visão, a formação deste “ente” educador deve ser encarada com respeito, gerando e permitindo reflexões e análises, as quais permitem que, uma vez respaldados pela legislação vigente, sigam em frente rumo a um futuro melhor e mais justo. Os cursos de Licenciatura resistem bravamente aos impactos sócio-econômicos da atual conjuntura de nosso país e estes obstáculos não serão suficientes para fazer com que desanimemos. Por fim, ora detentores das habilidades necessárias para ensinar e conscientes de sua intervenção junto ao processo de humanização do ensino, professores, mestres e doutores não deixarão de se unir a outros corações que nutrem o amor pelo Magistério e ajudarão os futuros professores a obterem uma feliz e concreta formação. É esta a nossa esperança! 33 ANEXOS ANEXO 01 Anexo 02 (O Globo, Seção Economia, 15/06/03, p.33) 34 Anexo 03 (O Globo, Seção Economia, 15/06/03, p.32) 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nilda. Formação de Professores: pensar e fazer (org.). 7ªed. Editora Cortez. SP, 2002. ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. 5ª ed. Campinas. SP. 2002; BETTO, Freire. Revista Nova Escola. 18ªed. Editora Abril. SP, 2002. EHRLICH, Susan e AVERY, Peter. Teaching Skills. Oxford University Press,1994. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Civilização. RJ,1976. Jornal O Globo. Seção Economia. RJ, 2003. LINS, Maria Judith Sucupira da Costa. Ensaio – Avaliação e Políticas em Educação. Nº 23. Vol. 07. Abril/Junho 1999. MASETTO, Marcos T. Docência na Universidade.5ª edição . Editora Papirus. SP 2003. MELLO,Guiomar N.de. Pesquisa em Educação: questões teóricas e questões de método em cadernos de Pesquisa. Fundação Carlos Chagas. São Paulo, 1982 PINTO, Vera Marinho Cunha. Ser Professor Revista da ANDE, nº06, 1992. Revista Veja. Reportagem especial. Edição 1805.Ano 36 nº: 22. Editora Abril., 2003 SASSE, Lúcia; OLIVEIRA, Maria de; MASSARANI, Myriam. Didática – Textos de Apoio – organização independente. RJ, 1987. 36 BIBLIOGRAFIA COREY, S.M. Action research to improve school pratice. Teachers College, Nova Iorque, Columbia Univ. Press, 1953. PIMENTA,Selma Garrido. Didática e Formação de Professores - Recursos e Perspectivas. 2ªed.São Paulo Cortez, 2000. SAVIANI,Demerval. Educação: do senso comum à consciência filosófica, ed. Cortez.SP, 1980. SUCUPIRA, Maria Judith. Educação, Escolarização e Mobilidade Social. Nº 23, Vol. 7. UNIGRANRIO,1999. VASCONCELOS,Geni Amélia Nader. Como me fiz professora. Editora DP&A. Rio de Janeiro, 2000. Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Brasília: Ministério da Educação, 1999. 37 ÍNDICE INTRODUÇÃO ..........................................................................................................p.08 CAPÍTULO I ..............................................................................................................p.10 CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO ...............................................................p.11 CAPÍTULO II ..............................................................................................................p.14 Magistério X Estigmas..................................................................................................p.15 CAPÍTULO III .............................................................................................................p.20 1 - A Formação do Professor........................................................................................p.21 1.1 Habilidades para ensinar .........................................................................................p.24 1.2 Professor x Educador .............................................................................................p.27 1.3 A humanização do ensino ......................................................................................p.29 1.3.1 O professor e o processo de aprendizagem ...............................................p.30 1.3.2 A autenticidade do professor ......................................................................p.30 CONCLUSÃO...............................................................................................................p.32 ANEXOS ......................................................................................................................p.33 Anexo 01 .................................................................................................................p.33 Anexo 02 .................................................................................................................p.33 Anexo 03 .................................................................................................................p.34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................p.35 BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................p.36 38