Comunicação, Responsabilidade Histórica e Memória Empresarial Prof. Dr. Paulo Nassar ECA-USP e ABERJE 2007 “Se as pessoas se lembrassem de tudo, as secretárias e os fabricantes de agendas ficariam sem trabalho” Atlas da experiência humana: cartografia do mundo interior Lousie van Swaaij e Jean Klare. Contexto das discussões sobre memória institucional • As transformações sociais e econômicas ocorridas nos anos 1980 e 1990 e os impactos sobre subjetividade, intersubjetividade e comunicação. • Mudança do modelo de Estado • Transformações nas empresas A mudança • Desafios atuais das Relações Públicas e da Comunicação Organização – Globalização homogêneo • Difusora e Mediadora • O papel das relações públicas frente a uma sociedade de riscos ( Giddens, Beck e Lash). • O papel das relações públicas frente aos movimentos antiglobalização e anti-hegemonia corporativas (Klein, Dupas) O impacto das mudanças • A corrosão da confiança nas organizações e em seus gestores. • O enfraquecimento das formas tradicionais de relações públicas e comunicação organizacional • A utilização da história empresarial como processo de comunicação organizacional e relações públicas. • Novas interdisciplinaridades entre relações públicas, comunicação, história e outras disciplinas das ciências sociais aplicadas. Conceitos Modelo de Comunicação Administrativa Taylorista Emissor Mensagens e fluxos Ordens de trabalho Mensagens em fluxo descendente, seguindo o organograma Administração Mensagens imperativas, sem preocupações de ordem retórica Unidimensional (da fonte para o receptor) Veículos Receptor Passivo. Não se comunica horizontalmente Fichas de instruções Homem visto apenas como força de de serviços trabalho (homem econômico) Chefia imediata Incentivo por intermédio de prêmios de produção pela execução eficiente Desafio • “[...] quando Taylor e Ford desenvolveram os seus modelos de organização racional do trabalho dentro de uma estrutura piramidal com redução da complexidade de cada tarefa, descrições de funções, e desenhos de cargos, um dos objetivos era separar as funções de concepção das funções de execução, o comando da obediência, e reduzir a complexidade e autonomia, de modo a facilitar que através da repetição das tarefas simples os homens pudessem ser mais bem adestrados e atingir maior capacidade de produção do mesmo movimento no menor tempo”. • Migueles, Lafraia e De Souza (2007, p.141). Modelo de Relações Humanas Emissor Mensagens e fluxos Veículos Receptor É consultado. Administração Chefias: a sua autoridade tem como base sua personalidade e sua capacidade de liderar e animar a sua equipe A organização trabalha o consenso e um bom ambiente Envolvimento e motivação da força de trabalho Fluxos descendente e ascendente (feedback) As suas respostas aperfeiçoam o processo de decisão Mídias diversificadas. Entre elas, jornais e revistas O trabalhador é visto no Educação corporativa e cursos (a importância da formação na empresa) contexto social (“homem social”) É incentivado não só por prêmios econômicos, mas também por fatores como reconhecimento, orgulho pelo local de trabalho, chefias interessadas pelo desempenho dos subordinados etc. Memória • O que é a memória institucional? “É uma seleção subjetiva daquilo que é recordado, e que tem como referência o ambiente da organização, de suas redes de relacionamento e sociedade. A trama dessas seleções subjetivas é o que se chama de memória coletiva. A importância da subjetividade hoje no ambiente de relações públicas e comunicação organizacional, nos levou a procurar respostas em autores como Proust, Henri Bergson, Halbwachs e Paul Thompson.” Paulo Nassar Subjetivo Acepções ■ adjetivo 1 próprio para servir de sujeito ('assunto', 'tema') 2 que existe na mente; que pertence ao sujeito pensante e a seu íntimo (em contraste com as experiências externas, gerais, universais) Ex.: nossos sonhos são essencialmente s. 3 pertinente a ou característico de um indivíduo; individual, pessoal, particular Ex.: <julgamento s.> <sentimentos s.> <seu ponto de vista é muito s.> 4 Uso: pejorativo. que dá ênfase excessiva às próprias atitudes, opiniões e estados de espírito; egocêntrico Ex.: personalidade s. 5 que não tem objetividade, imparcialidade; tendencioso, emocional, passional Ex.: crítica s. Subjetivo 6 que é independente do que é concreto ou objetivo; impalpável, imaterial, abstrato Ex.: realidade s. 7 pertencente à substância ou ao sujeito essencial; inerente 8 Rubrica: filosofia. relativo ao sujeito do conhecimento, à consciência humana, à interioridade espiritual que se apodera cognitivamente dos objetos que lhe são externos Obs.: p.opos. a objetivo 9 Rubrica: filosofia. válido para um só sujeito; individual 10 Rubrica: cinema. relativo à primeira pessoa Intersubjetividade • Se apresenta a partir de inúmeras abordagens, entre elas as da filosofia e da sociologia, como um campo de interação comunicativa ou relação interpessoal que, em oposição aos subjetivismos individualistas e solipsismos, constitui o sentido pleno da experiência humana. Memória • É seletiva • “Um grupo constrói sua legitimidade e sua identidade na recordação histórica” • “É terrivelmente simplificadora: ela se organiza em torno de um acontecimento fundador, os fatos anteriores ou posteriores sendo assimilados a este ou esquecidos; quando são memorizados, é por analogia, repetição e confirmação do acontecimento fundador (Cf. Ph. Joutard, La Légende des Camisards, Gallimard, 1977)”. Memória • “Agora está claro e evidente para mim que o futuro e o passado não existem, e que não é exato falar de três tempos – passado, presente e futuro. Seria talvez mais justo dizer que os tempos são três, isto é, o presente dos fatos passados, o presente dos fatos presentes, o presente dos fatos futuros. E estes três tempos estão na mente e não os vejo em outro lugar. O presente do passado é a memória. O presente do presente é a visão. O presente do futuro é a espera. Se me é permitido falar assim, direi que vejo e admito três tempos, e três tempos existem. Diga-se mesmo que há três tempos: passado, presente e futuro, conforme a expressão abusiva em uso”. Santo Agostinho (2004, p. 344-345) Memória • “A identicidade pessoal reside na memória e perder a memória é perder aquela faculdade que inibe o cretinismo. Nós podemos pensar a mesma coisa com relação ao universo. Sem um espelho sensível e secreto a guardar o que se passa nas nossas almas, a história universal não é nada mais do que tempo perdido – e com ela nossa história, o que nos reduz de maneira desagradável à condição de fantasmas”. J. Luis Borges (1993) Memória • Fazia já muitos anos que, de Combray, tudo que não fosse o teatro e o drama do meu deitar não existia mais para mim, quando num dia de inverno, chegando eu em casa, minha mãe, vendo-me com frio, propôs que tomasse, contra os meus hábitos, um pouco de chá. A princípio recusei-me e, nem sei bem por que, acabei aceitando. Ela então mandou buscar um desses biscoitos curtos e rechonchudos chamados madeleines, que parecem ter sido moldados na valva estriada de uma colcha de São Tiago. E logo, maquinalmente, acabrunhado pelo dia tristonho e a perspectiva de um dia seguinte igualmente sombrio, levei à boca uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço da madeleine. Mas no mesmo instante em que esse gole, misturado com os farelos do biscoito, tocou meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. (Proust) Memória • E como nesse jogo em que os japoneses se divertem mergulhando numa bacia de porcelana cheia de água pequeninos pedaços de papel até então indistintos que, mal são mergulhados, se estiram, se contorcem, se colorem, se diferenciam, tornando-se flores, casas, pessoas consistentes e reconhecíveis, assim agora todas as flores do nosso jardim e as do parque do Sr. Swann, e as ninféias do Vivonne, e a boa gente da aldeia e suas pequenas residências, e a igreja, e toda Combray e suas redondezas, tudo isso que toma forma e solidez, saiu, cidade e jardins, de minha xícara de chá [grifo nosso]. Proust Eloi Zanetti História de empresa Linha do Tempo • 1900 – Empresas européias criam arquivos empresarias • 1920 – Escolas de negócios implantam cursos de História Empresarial • 1962 – Alfred Chandler liga a História Empresarial as mudanças organizacionais • 1970 – A “Nova História” insere a História Empresarial na dimensão do simbólico Linha do Tempo • 1980/1990 – surgem agências de historiadores nos Estados Unidos, Europa e Brasil • 1999 – ABERJE promove o I Encontro Internacional de Museus Empresariais • 2000 – II Encontro Internacional com a presença de Paul Thompson (A voz do passado e City lives) Linha do Tempo • “Temas multidisciplinares, comparativos e transversais à trajetória institucional da empresa – como o desenvolvimento de produtos, parcerias, processos de mudança da estrutura corporativa, entre outros – passaram a compor o universo da memória empresarial. Um dos mais importantes marcos desse novo posicionamento foi o estudo realizado por Alfred Chandler, professor-emérito da Harvard Business School, intitulado Management descentralization: historical analysis. Publicado em 1956, o ensaio baseou-se em biografias empresariais, relatórios anuais, livros e revistas de negócios. Nele, Chandler buscou sistematizar os modelos de evolução organizacional em dez setores industriais, estabelecendo paralelismos e comparações (Gagete e Totini, 2004, p. 114-115)”. Linha do Tempo 1986 - Os estudos de Cleber Aquino (1986), que resultaram na coleção de livros intitulados História empresarial vivida, com depoimentos de empresários tradicionais brasileiros que ergueram as suas companhias, muitos deles, a partir do esforço e dos recursos de suas famílias. Os primeiros volumes estavam assim formatados: I – Olacyr Francisco de Moraes (Grupo Itamarati); Omar Fontana (Transbrasil); Jorge Wilson Simeira Jacob (Grupo Fenícia); Paulo Diederichsen Villares (Empresas Villares). II – Eugênio Staub (Indústrias Gradiente); Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau.); Ângelo Calmon de Sá (Banco Econômico); Márcio Fortes (João Fortes Engenharia). III – Matias Machline (Grupo Sharp); Henry Maksoud (Hidroservice); João Carlos Paes Mendonça (Grupo Bompreço); Mauro Salles (Salles Interamericana de Publicidade). IV – Antônio Ermírio de Moraes (Votorantim); José Dias de Macedo (J. Macedo S.A.); Yvonne Capuano (Clock S.A.); Victor Civita (Editora Abril). V – Norberto Odebrecht (Construtora Odebrecht); Sheun Ming Ling (Petropar); Leon Feffer (Companhia Suzano); Attilio Fontana (Sadia). Linha do Tempo Os objetivos do trabalho de Cleber Aquino: Disponibilização, para a sociedade, da trajetória dos principais líderes empresariais brasileiros e de suas empresas; Estudo comparativo dos negócios brasileiros em relação aos desenvolvidos em outras culturas; Entendimento do comportamento empresarial “como expressão do contexto civilizatório e cultural e institucional”. Criação na FEA-USP da disciplina “História dos Negócios Brasileiros” Memória • Ferramenta de gestão que agrega valor ao negócio e à marca de uma empresa. Deve servir como suporte ao desenvolvimento de produtos de informação, ao Brand Equity e a gestão de patrimônio informativo de uma organização. Ou seja, não se presta apenas à celebração/recordação do passado, desvinculada do presente e do futuro. Memória e Identidade Memória e esquecimento • O esquecimento é constitutivo da memória; mas esse esquecimento pode ser vontade de limitar-se ao essencial ou a ocultação. • “Não há memória coletiva que não se desenrole num quadro espacial” Halbwachs Memória Institucional • Fortalece o sentimento de pertença das redes de relacionamentos e com a sociedade, principalmente com os empregados e a comunidade. • É condição fundamental para a gestão do conhecimento • É condição fundamental para a boa reputação organizacional Memória Institucional • Faz a mediação entre passado, presente e futuro (metáfora de Jano) • Promove a preservação e a difusão do capital emocional, intelectual e do patrimônio técnico e informativo • Preserva e difunde o patrimônio intangível da organização (cultura, identidade, marca,...) Acervos • Conteúdo/Características • Audiovisual / Videoteca Fitas de áudio e/ou vídeo produzidas ou acumuladas pela empresa e referentes à sua área de atuação ou setores correlacionados. • Bibliográfico Publicações e estudos de diferentes procedências e relacionados às linhas de acervo definidas. • De cultura material Objetos tridimensionais e documentos que representam aspectos significativos da trajetória da empresa, como troféus, certificados, equipamentos, mobiliário etc. Acervos • Museológico Objetos e documentos que se destacam pelo caráter único e inovador que representam, não apenas no universo da própria empresa como do setor em que atua no país – por exemplo, o primeiro computador, o primeiro cartão magnético etc. • Fotográfico Iconografia relacionada à empresa, de origem interna ou externa, em diferentes suportes (papel, eletrônico, digital ou filme). • Referência Acervos documentais e virtuais que servem como referência informativa relacionada às linhas de acervo. Pode também abranger monitoramento da concorrência. Acervos • Textual permanente Toda a documentação que reflete aspectos significativos da trajetória do empreendimento, desde sua criação até a atualidade – ou seja, não é formado apenas por documentos antigos ou raros. Fazem parte desse acervo documentos como: Projetos de várias naturezas, viabilizados ou não Relatórios técnicos e administrativos Campanhas promocionais / de marketing • Perfis Acervos • Clipping (em papel ou eletrônico) Jornais internos Correspondência de diretoria Projetos e programas de relações institucionais Planos estratégicos Acervos • Coleções • Documentos que atestam aspectos particulares, direta ou indiretamente relacionados às linhas temáticas principais, provenientes de diferentes origens. São consideradas coleções, por exemplo, a documentação relativa à trajetória pessoal e/ou política de fundadores, dirigentes e outras personalidades ligadas à história da empresa. Acervos • Banco de depoimentos • Registros gravados em áudio e/ou vídeo de entrevistas com pessoas ligadas direta ou indiretamente à história da empresa. Essas entrevistas, conduzidas de acordo com os métodos de história oral, são complemento importante do trabalho de pesquisa histórica e de organização de fontes, na medida em que preenchem lacunas informativas e evidenciam elementos intangíveis da evolução da cultura organizacional. Exemplo • Memória dos trabalhadores da Petrobras Exemplo Vale Memória O Vale Memória foi criado para perpetuar os fatos vividos pelas pessoas que trabalharam e trabalham na Vale. No ano em que nossa empresa comemora sessenta anos, é especialmente importante que você se reconheça, se identifique, faça dessas histórias a sua própria história e se emocione com as vivências de pessoas que, independentemente da época, do local e da função, nesse momento parecem tão próximas, tão irmãs, tão Vale. Roger Agnelli (2002) Exemplo • Belgo-Mineira Exemplo • Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia História das profissões em extinção Exemplo • Núcleo de Cultura Odebrecht Exemplo • Memória Votorantim Metodologia da Pesquisa • • • • Pesquisa empírica Metodologia quantitativa Abordagem telefônica com cadastro. Universo: As “500 maiores e melhores empresas do Brasil, referente a 2005, da Revista Exame / Febraban e Valor 1000, referente a 2004. • Amostra: 119 entrevistas com profissionais de igual número de empresas atuantes no Brasil. Perfil da amostra Cargo do respondente 50 46,2 36,1 40 30 20 10 0 17,6 Assessor, analista, especialista Coordenador, supervisor, líder Gerente, diretor, superintendente Perfil da amostra Ramo de atividade 57,1 60 34,5 40 Indústria Comércio 20 0 8,4 Serviços Perfil da amostra Origem do capital 8,7 Brasil 20,7 EUA Europeu 55,5 15,1 Outros Perfil da amostra Número de funcionários 49,6 50 37,8 40 501 a 1000 funcionários 30 20 10 0 100 a 500 funcionários 9,2 3,4 1001 a 5000 funcionários Acima de 5000 funcionários Perfil da amostra Tempo de vida da empresa 40 31,9 30 20 10 0 15,1 27,7 25,2 Até 25 anos De 26 a 50 anos De 51 a 80 anos Mais de 80 anos Perfil do programa de história Programa de história empresarial 49,6 50 40 37 Programa estruturado 30 20 10 0 Ações eventuais 13,4 Não existe programa Tempo do programa Tempo do Programa 29,1 30 25 20 15 10 5 0 Até 3 anos 23,3 21,4 De 4 a 5 anos 14,6 11,7 De 6 a 10 anos Mais de 10 anos Não sabe O peso dos depoimentos Materiais coletados pelas empresas 100 Fotografias 85,1 81,2 80 60 40 20 Documentos Depoimentos 50,5 Publicações/vídeos 30,7 Medalhas/troféus 15,8 13,9 Objetos antigos 5 0 Outros A origem da história Fontes dos depoimentos 100 Funcionários antigos 89,6 Funcionários atuais 80 60 40 20 0 Comunidade 47,9 Fundador/acionista 22,9 20,8 16,7 14,6 10,5 Diretores Clientes Outros Mix de produtos Produtos realizados 70 60 50 40 30 20 10 0 67,4 60,6 Livros Vídeos 45,5 Exposições 42,4 Internet 36,4 30,3 Eventos 23,2 20,2 17,2 Museu fixo/itinerante Revistas Centro cultural Outros Oportunidade profissional Área responsável 78,6 80 Comunicação / RP 60 Marketing 40 Recursos Humanos 22,6 20 0 Comitê misto 10,7 3,6 6 Outros Acesso ao acervo Públicos que têm acesso ao acervo 100 Funcionários 89 Comunidade Clientes 80 60 Fornecedores Imprensa 51 40 23 20 0 17 15 14 8 Familiares Estudantes 12 2 Outros Não sabe Multidisciplinaridade Formação do profissional externo 35 Historiador 32,4 30 Jornalista 25 Publicitário 20 15 10 5 0 17,6 Comunicação/RP Marketing 12,2 10,9 9,5 9,7 5,4 2,7 Outros Grupo Não sabe Comprovações • A área de História Empresarial está se estruturando nas maiores organizações do país. Como estas lançam tendências de gestão e comunicação, espera-se que, no médio prazo, a valorização da história organizacional atinja outros segmentos. • Nas grandes empresas pesquisadas, muito embora 86,6% delas já tenham desenvolvido projetos de história, apenas em metade (49,6%) se trata de projetos estruturados. Como a grande maioria dos profissionais acredita que a alta gestão deve estar Comprovações • Além de mobilizar profissionais de relações públicas e comunicação, os programas trazem para a esfera privada profissionais mais ligados à prática pública de resgate e manutenção histórica – os historiadores. • Outra hipótese secundária era que a preservação da história é uma prática de empresas de origem genuinamente brasileira. A propósito disso, constatou-se que o Brasil não é um país que investe sistematicamente na preservação da história. Neste sentido é uma grata surpresa identificar que, entre as empresas com programas estruturados de preservação histórica, 57,6% são brasileiras. Comprovações • A partir das constatações feitas, vemos que os principais dados e as tendências apuradas pela pesquisa empírica indicam um trabalho conjunto entre os campos das relações públicas e da história. Abre-se, assim, um espaço de trabalho qualificado para os pesquisadores e profissionais das áreas de relações públicas, comunicação e história, numa aproximação entre disciplinas que promovem a ciência e o trabalho, a teoria e a prática, alargando a abrangência desses campos do conhecimento e mostrando que é possível unir sem perder as identidades originais. Considerações finais • Trabalho de Jano como metáfora: abrir portas, pontes e diálogos entre quem está exercendo e quem já cumpriu algum papel dentro de uma empresa ou instituição, além de estendê-lo em relação aos outros públicos e à sociedade. • Multidisciplinaridade Karen Worcman A experiência do Museu da Pessoa Beth Totini A experiência da Memória e Identidade