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Jornal
www.jtm.com.mo
ao serviço de macau desde 1982
Tribuna de Macau
Director José rocha Dinis | Director Editorial executivo Sérgio Terra | Nº 3736 | terça-feira, 26 de abril de 2011
10 Patacas
MARIANA OOM EM ENTREVISTA AO JTM
“Mercado chinês
é aliciante
mas não é
para todos”
PáGS 2 e 3
Faleceu Manuel Araújo
um dos fundadores da PJ
DSAL recebeu 773 queixas
de funcionários do Venetian
Notícias chegadas à nossa redacção dão conta do
falecimento em Portugal do inspector Manuel Araújo,
um dos fundadores da Polícia Judiciária de Macau,
para onde veio em 1964, juntamente com o dr. Delfino
Ribeiro, que foi o primeiro director da corporação. Era
o verdadeiro director-adjunto da PJ onde, então, havia
apenas um inspector, mas também um grande animador
das noites Macaenses tendo participado nas famosas
récitas do patuá de Adé dos Santos Ferreira. Pessoa
sempre bem disposta, era hábil a dedilhar a viola, que
trazia sempre consigo, e a sua voz era ouvida em todas
as festas públicas e privadas, numa altura em que as
noites de Macau não tinham profusão de divertimentos.
À família enlutada, o JTM apresenta as mais sinceras
condolências.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais está a
analisar os contratos de trabalhadores do Venetian Macau,
após ter recebido até à passada quinta-feira 773 queixas,
sobretudo remetidas por funcionários da manutenção
e limpeza daquele “resort”. Os trabalhadores dizem que
foram feitas deduções salariais “injustificadas”, relativas
ao pagamento das horas de almoço. O problema terá a
ver com uma regra imposta pelo Venetian em 2007, a qual
obriga a que os funcionários trabalhem 48 horas semanais,
sem incluir as pausas para refeições. A DSAL promete
acompanhar o caso. Já sobre o acidente que causou
a morte de um trabalhador não residente nas obras do
Galaxy, o director da DSAL, Shuen Ka Hung, avançou
que a empresa construtora já enviou um relatório com a
melhoria das condições de segurança do local.
25 DE ABRIL COMEMORADO EM BELÉM
Ex-Presidentes consensuais
PáG 11
“(...) Não sou eu que concretizo os negócios, mas
posso, juntamente com toda a equipa, dar uma
ajuda forte, sendo agente influenciadora quer da
oferta portuguesa quer da procura chinesa”
local
“Tem sido uma passagem bastante suave, acho que para toda a
equipa. Aliás, desde o primeiro dia que cheguei ao escritório que
estamos a trabalhar e a render. Sabia que para que isto acontecesse
era também importante uma continuidade [do trabalho]”
MARIANA OOM EM ENTREVISTA AO JTM
“Posso dar ajuda forte” aos negócios
Assumiu o cargo de delegada da
Agência para o Investimento e
Comércio Externo de Portugal
(AICEP) em Janeiro e está certa de
que pode “dar uma ajuda forte” ao
desenvolvimento e concretização
de negócios entre Portugal e a
China. Neste âmbito, Mariana
Oom tem como argumentos uma
experiência profissional de cerca
de 20 anos, durante os quais esteve
essencialmente envolvida em
assuntos de carácter internacional,
e a equipa do escritório de Macau,
que considera ser “excelente”
“Tenho já 20 anos de
experiência profissional.
A minha experiência
profissional e ao nível
internacional contribuem
para a actividade da
AICEP e justificam
também o facto de ter
sido escolhida para este
cargo”
olga pereira
E
m Janeiro iniciou funções como
delegada da AICEP em Macau.
Como correram estes primeiros
meses? Tem sido fácil adaptar-se e
perceber a dinâmica empresarial do
território?
- A adaptação tem sido fácil. Sentime muito rapidamente em casa e confortável em Macau. Estes primeiros
meses têm sido de grande actividade,
de muito trabalho e muita aprendizagem. E muito positivos também. Até
agora, está tudo a correr bem, quer
as empresas portuguesas quer o lado
chinês têm demonstrado muito interesse nesta cooperação entre Portugal
e a China, portanto, já houve várias
actividades, muitas acções, umas mais
institucionais outras mais promocionais. Quanto à dinâmica empresarial,
já tinha feito algum trabalho de casa
e vinha razoavelmente bem preparada para o funcionamento do mercado
e das empresas. Não posso dizer que
tenha havido grandes surpresas nesse
campo, embora, em algumas situações
seja difícil penetrar e conhecer toda a
rede que está por detrás. Mas os contactos têm estado a correr bastante bem.
- Que confluência de circunstâncias levou a que fosse escolhida para
substituir Miguel Crespo?
- Nenhumas circunstâncias especiais. Esta substituição inseriu-se numa
rotação normal dos postos da rede externa da AICEP. Surgiu a oportunidade e aqui estou. Estava em Lisboa, este
posto abriu, concorri e fui escolhida.
- O que a levou a concorrer a este
posto em Macau?
- Achei que seria um desafio interessante. Este trabalho internacional
sempre me interessou, estou ligada a
ele há muito tempo e, ao mesmo tempo, Macau era um destino aliciante.
- Que percurso teve no âmbito de
negócios internacionais até chegar ao
território?
- Em termos de AICEP, trabalhei
em São Francisco, na Califórnia. Nos
escritórios em Portugal, estive ligada
a vários projectos de internacionalização como grande parte das pessoas que
trabalham nesta agência. Estive ligada
ao marketing em várias acções de promoção internacional e de imagem de
Portugal. Trabalhei no sector do vestuário, onde todo o programa de promoção internacional passava por nós e
lidávamos com vários mercados. Mais
recentemente, trabalhei nos mercados
da América do Sul e de Espanha, como
se fosse um representante em Portugal
desses países, numa posição que nós
chamamos de ‘desk’ do mercado. An-
teriormente, tinha estado ligada a projectos internacionais noutras empresas.
Iniciei a minha actividade profissional
em 1992 e o meu primeiro trabalho foi
na Cimpor. Seguiu-se uma multinacional de telecomunicações, que já não
existe, e só depois cheguei à AICEP.
- Descreve-se apenas como “influencer”. Porquê?
- De facto, tive essa palavra durante uns tempos num perfil numa
rede social na ‘internet’ e estava relacionada com circunstâncias da minha
vida na altura. De qualquer forma, ‘influencer’ tem que ver com o contributo
que posso dar junto das situações que
não tenho capacidade de mudar. Por
exemplo, as pessoas, só elas se podem
mudar a si próprias. Isto também se
aplica à minha actividade profissional.
Não sou eu que faço os negócios, mas
sim as empresas. Eu sou apenas um
instrumento. E ‘influencer’ vem daí,
não somos directamente um agente de
mudança mas temos a possibilidade de
condicionar ou proporcionar negócios
ou mudanças.
- Esse papel também é válido para
Espírito de viajante
Mariana Oom está muito ligada ao mundo empresarial, mas deixa num patamar mais pessoal o interesse que nutre por
temas como terapias holísticas, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social. Sente-se atraída pelas culturas e
diferentes formas de expressão dos povos. É nisso que pensa quando planeia viagens, apesar de gostar também de “belas
praias e paisagens”. Ainda assim, no topo da sua lista de destinos preferidos, e dada a estadia na Ásia, está o Butão, “país
onde a felicidade nacional bruta é mais importante que o produto nacional bruto”. Quer explorar esse local “antes que mude”
e como muitos outros se curve perante a força da mundialização. “Gosto de ir a sítios que estão muito pouco desenvolvidos,
antes que sejam ‘estragados’. Normalmente, aí as comunidades locais têm características muito próprias”. Já visitou a Índia,
mas quer explorar mais esse país, moldado por “contrastes entre as classes sociais”, e testar o imaginário que desenvolveu
sobre o gigante Continente chinês. Admite que a sua actividade profissional lhe permite saciar o seu espírito de viajante.
Vive a cultura em todas as suas vertentes: literatura, artes, espectáculos, música... Tenta acompanhar o ritmo, mas com
o trabalho intensivo destes primeiros quatro meses nem teve oportunidade para “tirar partido de tudo” aquilo que Macau
oferece. Nem tão pouco de Hong Kong. Mas ainda há tempo. A comissão de Mariana Oom em Macau tem a duração de três
anos, com possibilidade de ser renovada.
este novo contexto, para o seu trabalho em Macau...
- É difícil caracterizar-me numa
palavra, mas ‘influencer’ continua de
certa maneira válida nesta perspectiva
de que não sou eu que concretizo os
negócios, mas posso, juntamente com
toda a equipa, dar uma ajuda forte,
sendo agente influenciadora quer da
oferta portuguesa quer da procura chinesa.
- A AICEP destaca que Mariana
Oom tem uma “vasta experiência de
acompanhamento do negócio internacional”. Este factor pode contribuir
para uma maior dinamização da actividade da agência na RAEM?
- Tenho já 20 anos de experiência
profissional. A minha experiência profissional e ao nível internacional contribuem para a actividade da AICEP e
justificam também o facto de ter sido
escolhida para este cargo.
- Sente que pode ter uma influência forte em Macau, neste âmbito de
parcerias sino-lusófonas?
- Espero que sim. Espero conseguir dar esse contributo com a humildade suficiente para perceber que não
sou eu que vou conseguir um lugar ao
concretizar os negócios mas que posso
contribuir para que eles se concretizem. Isso sim.
- Quando chegou teve de proceder a alterações ao nível interno ou
está só a dar continuidade ao trabalho
iniciado pelo seu sucessor?
- É essencialmente continuidade.
A equipa é excelente, o que também
facilitou. É evidente que depois há pequenos aspectos que vão sendo alterados, uma vez que as personalidades
são diferentes assim como os estilos
de gestão. No entanto, quero salientar que não há qualquer ruptura. Tem
sido uma passagem bastante suave,
acho que para toda a equipa. Aliás,
desde o primeiro dia que cheguei ao
escritório que estamos a trabalhar e a
render. Sabia que para que isto acontecesse era também importante essa
continuidade.
jornal tribuna de macau
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pág 02 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
“Aconselho vivamente às empresas portuguesas que olhem
para a China como um mercado de grande interesse. Ao mesmo
tempo, tenho de as alertar para as dificuldades do mercado, que
não é assim tão fácil e exige um grande investimento”
local
“(...) Outra área que está com grande dinâmica é
a captação de investimento chinês para Portugal
(...) há vários contactos relacionados com
investimento na expansão do Porto de Sines (...)”
Mercado chinês “não é para todos”
Numa altura em que Portugal vive
um cenário de ruptura financeira,
Mariana Oom “aconselha
vivamente” as empresas
portuguesas a olharem para a
China. Porém, alerta que penetrar
no mercado chinês “não é fácil”
e tem como principais desafios
o investimento que esta acção
implica e as repetidas deslocações
ao Oriente. Em entrevista ao JTM,
a delegada da AICEP mostra-se, no
entanto, confiante no aumento do
volume de negócios sino-lusófonos
e aponta que actualmente há
uma média de uma empresa
portuguesa por semana que
chega a Macau à procura de
oportunidades
V
erificamos que o mercado chinês
está a tornar-se cada vez mais
atractivo para as empresas portuguesas. Prevê um aumento de parcerias
bilaterais nos próximos anos?
- Sim, é verdade. As relações políticas entre as partes também são cada
vez mais estreitas, há interesses comuns
e isso leva as empresas portuguesas a
procurarem, de facto, cada vez mais
este mercado. Acredito que as parcerias se vão intensificar assim como os
negócios. Penso que a tendência é para
o contínuo aumento das relações bilaterais. Por exemplo, no ano passado,
já verificámos um crescimento das exportações de Portugal para a China na
ordem dos 50 por cento.
- Surpreendeu-se ao constatar ‘in
loco’ o interesse que a China tem pelas
empresas portuguesas e por toda a esfera lusófona?
- Já tinha uma noção mas talvez a
dinâmica seja superior àquela que eu
estava à espera. O mesmo acontece ao
contrário. Temos feito várias acções de
divulgação do mercado chinês em Portugal, portanto, era normal esse crescente
interesse, mas de certa forma tenho sido
surpreendida pela quantidade de empresas portuguesas que estão efectivamente
a aparecer neste mercado. Já não há só o
pedido de informação, os próprios empresários vêm cá à procura de contactos.
Nestes três meses e tal, várias empresas
- algumas que nos procuram outras que
têm os seus próprios canais - vieram ao
mercado em número superior àquele
que estava à espera. Posso dizer que, entre empresas e instituições, teremos uma
média de uma por semana no mercado,
o que é óptimo.
- Referiu que há empresas que
têm os seus próprios meios...Que benefícios poderiam ter se optassem por
um canal mais institucional, isto é, requisitassem o apoio da Agência para
o Investimento e Comércio Externo de
Portugal (AICEP)?
- As que têm os seus próprios canais
ou um primeiro parceiro podem funcionar bem sem o apoio da AICEP. De qualquer maneira, é sempre útil recorrerem
a nós, até para compararmos contactos e
abertura de portas. Por outro lado, sem
dúvida que a AICEP pode dar um bom
empurrão às que estão a começar a abordar este mercado. Diria que isto se aplicaria a todas, mas claro que não é obriga-
tório que recorram aos nossos serviços. A
verdade é que estamos cá para as ajudar
e podem contar com a nossa total disponibilidade. Já temos prestado bastante
apoio, só desde que cheguei umas quatro
ou cinco planeiam abrir filiais em Macau,
sendo que dois casos foram concretizados. Se calhar muitas delas mais tarde ou
mais cedo chegariam lá, no entanto, sem
o apoio da AICEP o processo teria sido
mais lento.
- Num contexto de ruptura financeira em Portugal, que já culminou
num pedido de resgate à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional, os negócios com a China podem
revestir-se de grande importância para
as empresas lusas?
- Podem. Aconselho vivamente às
empresas portuguesas que olhem para a
China como um mercado de grande interesse. Ao mesmo tempo, tenho de as alertar para as dificuldades do mercado, que
não é assim tão fácil e exige um grande
investimento. É preciso virem frequentemente ao mercado, porque aqui as relações fazem-se muito numa base pessoal.
Ou seja, os chineses gostam de conhecer
o seu interlocutor. Nós podemos abrir os
primeiros canais, mas os negócios não
se fazem de um dia para o outro e é preciso que as empresas estabeleçam uma
relação de confiança com os parceiros
locais, o que implica que os empresários
venham cá várias vezes. É necessário
igualmente um grande esforço na procura do parceiro certo, porque às vezes
parece fácil, visto que há muitas empresas disponíveis, mas depois as coisas não
se desenvolvem. A língua também pode
ser um grande entrave, nomeadamente
no Continente chinês. Daí a importância
de se encontrar, o mais cedo possível, um
parceiro local ou de se contratar pessoal
daqui que fale a língua e se mexa bem na
comunidade chinesa. Sim, o mercado da
China é uma aposta excelente mas não
venham às cegas! As empresas também
não devem esperar logo um volume
muito grande de encomendas, porque os
chineses também gostam de poder testar
os produtos no mercado. Se calhar as primeiras estarão muito aquém daquilo que
as empresas esperavam, mas é importante começar nem que seja com um volume mais baixo, numa aposta progressiva
na China. Há empresas portuguesas que,
neste contexto, desistem porque queriam
vender mil e só estão a vender dez, mas
vender dez na China é muito importante. Claro que nem todas as empresas têm
esta capacidade de investimento. Por
isso é que digo: é um mercado aliciante,
mas não é para todos. No entanto, penso que grande parte das empresas deve
considerar e estudar este mercado na sua
estratégia de internacionalização.
- Mas este contexto económico português pode ter sido um factor de influência no crescimento do interesse que
as empresas portuguesas têm demonstrado pelo mercado chinês?
- Isso é verdade. E acho que este
acréscimo de interesse pela China também tem que ver com isso. As empresas
compreendem que a sua sobrevivência
passa pela internacionalização e, neste
âmbito, a China é um país a considerar.
- Que projectos integram o plano
de actividades que elaborou?
- Estamos a trabalhar essencialmente em quatro vectores, sendo um deles o
(...) “O mercado da China é uma aposta excelente mas não venham
às cegas! As empresas também não devem esperar logo um volume
muito grande de encomendas, porque os chineses também gostam
de poder testar os produtos no mercado” (...)
incremento das exportações. Em particular, queremos aumentar a penetração de
marcas portuguesas no mercado e destacaria, neste âmbito, toda a fileira casa
e toda a fileira moda. Há uma crescente
procura da China por produtos europeus e vejo nestes sectores um enorme
potencial, uma vez que os produtos têm
uma excelente relação preço/qualidade
e, além disso, esta é uma faixa de mercado que não está assim tão explorada
no Continente chinês. Por outro lado,
nos agro-alimentares e vinhos estamos
a trabalhar para um melhoramento da
sua imagem e qualidade. Há a hipótese
das lojas ‘gourmet’ e pode ser que até ao
final do ano tenhamos novidades. Ainda
não há nada em concreto para ser anunciado, mas estão a ser discutidos alguns
projectos. Também é nosso intuito apostar mais no desenvolvimento sustentável e nas energias renováveis, áreas em
que há de novo há uma confluência de
interesses entre Portugal e China. Além
disso, tentaremos potenciar o Fórum
para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa, do qual a AICEP faz parte.
Acreditamos que podemos fazer mais e
melhor. Na sequência da 6ª reunião ordinária foi novamente demonstrada a
vontade de colaborarmos mais com o
Fórum e dinamizarmos melhor Portugal no seu seio. Temos vindo a discutir
projectos tripartidos em países lusófonos
com presença de empresas portuguesas,
chinesas e locais. Por fim, outra área que
está com grande dinâmica é a captação
de investimento chinês para Portugal.
Há igualmente vários projectos na calha,
embora nenhum esteja fechado. Este é
um vector importante e muitos dos projectos de investimento são discutidos ao
nível político. Falo de investimentos por
exemplo em infra-estruturas, sendo que
há vários contactos relacionados com
investimento na expansão do Porto de
Sines para criação de uma plataforma
logística para que produtos da China sejam distribuídos pela Europa.
- O mercado local está pouco desenvolvido no campo das energias renováveis e tecnologias amigas do ambiente. Há aqui oportunidades para as
empresas portuguesas do ramo?
- Gostava de pensar que sim. Faz
parte do plano para Macau o desenvolvimento sustentável e nós temos
vindo a demonstrar a nossa disponibilidade e interesse em colaborar com
as autoridades locais nessa matéria. O
‘feedback’ tem sido positivo, no entanto, não é fácil prever quando é que o
Governo irá arrancar com os projectos
nesta área. Queremos partilhar o nosso
conhecimento e apoiar Macau no seu
desenvolvimento sustentável e haverá
potencial para as empresas portuguesas. Foram assinados alguns protocolos mas não há ainda um compromisso
fechado em termos formais.
O.P.
jornal tribuna de macau terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 03
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DST DIVULGA PREÇOS DOS HOTÉIS PARA 1 DE MAIO. Desde ontem estão
disponíveis na página electrónica dos Serviços de Turismo os preços
praticados pelos hotéis e pensões até 8 de Maio, incluindo as tarifas
específicas para o 1º de Maio. A medida visa elevar a transparência
numa altura em que se aproxima o feriado.
local
COOPERAÇÃO POLICIAL COM XANGAI. As autoridades policiais de
Macau e Xangai discutiram no território o aperfeiçoamento de
mecanismos de troca de informação no sentido de aumentar a
cooperação na área de investigação criminal. O encontro visou
ainda melhorar o combate à criminalidade transfronteiriça.
Las Vegas Sands contra-ataca com queixa judicial
Steve Jacobs acusado de extorsão
O litígio entre Steve Jacobs e Sheldon Adelson
está, de novo, a aquecer, com o dono da Las
Vegas Sands a contra-atacar. Segundo a sua
versão dos factos, foi Jacobs quem encomendou
unilateralmente um relatório para investigar
a conduta de dirigentes da RAEM. O expresidente da Sands China é também acusado
de lentidão no cancelamento do contrato com
uma figura alegadamente ligada ao crime
organizado
H
á um novo episódio no conflito que opõe Sheldon Adelson a Steve Jacobs. Depois de ter sido
processada, foi agora a vez da Las Vegas Sands
e Sands China apresentarem uma queixa judicial contra o ex-presidente e director executivo da Sands China.
Jacobs é acusado de extorsão e de ser lento a cortar os
laços entre os casinos que aquela operadora detém em
Macau e uma alegada figura do crime organizado.
O litígio entre a Sands e Jacobs foi tornado público
a 23 de Julho, quando o norte-americano foi despedido
e alegadamente conduzido por seguranças da empresa
até ao aeroporto, sem sequer lhe ter sido permitido um
último acesso ao seu local de trabalho. O executivo viria a
processar a Sands a 20 de Outubro, negando que estivesse a trabalhar em “negócios não autorizados” ou a violar
as políticas corporativas. O verdadeiro motivo para o seu
afastamento, segundo alega, reside no facto de ter recusado envolver-se em condutas “impróprias e ilegais”,
recolhendo informações sobre os principais dirigentes
políticos de Macau, que seriam usadas para beneficiar a
Sands em negociações com o Governo. Em termos financeiros, Jacobs acusou ainda a empresa de não o indemnizar devidamente e de não lhe permitir exercer as opções
de acções que lhe haviam sido concedidas.
Depois de terem sofrido um revés no dia 15 de
Março, quando um juiz estadual se recusou a arquivar
o processo interposto por Jacobs, a Las Vegas Sands e a
Sands China apresentaram documentos ao Tribunal na
semana passada, detalhando, pela primeira vez, a alegada conduta imprópria que terá conduzido à demissão de Jacobs.
Nesta espécie de “contra-processo”, a Sands considera que o antigo CEO da subsidiária do grupo em Macau violou um acordo de não-concorrência que a Sands
China havia firmado com a Las Vegas Sands. Este acordo impediria a Sands China de participar em qualquer
negócio relacionado com o Jogo fora de uma “zona restrita”, que inclui a República Popular da China, Macau,
Hong Kong e Taiwan. O acordo terá supostamente sido
quebrado quando Jacobs anunciou publicamente que
a Sands China estaria interessada em expandir-se para
fora dessa zona, nomeadamente para o Japão.
“A partir do momento em que a Las Vegas Sands
Corp anunciou a sua intenção de prosseguir um desenvolvimento no Japão, o presidente da Las Vegas Sands não tinha outra opção senão fazer uma declaração
pública para corrigir a sua declaração anterior e tran-
quilizar os investidores, esclarecendo que essa evolução
seria realizada pela Las Vegas Sands”, lê-se no processo
agora apresentado.
As declarações de Jacobs, segundo as quais a Sands
China estava interessada no Japão, terão ferido “as actividades de prospecção da Las Vegas Sands para o desenvolvimento de negócios no mercado japonês”, continua
a queixa, acrescentando que “Jacobs envolveu-se em actos intencionais, que foram concebidos para prejudicar
a prospecção de negócios, ao acusar injustamente a Las
Vegas Sands Corp e seus funcionários de se envolverem
em actividades criminosas e indevidas”.
Jacobs terá também, de acordo com os representantes legais de Sheldon Adelson, encomendado à empresa de consultoria “International Risk” um relatório
detalhado sobre a conduta de dirigentes da RAEM.
Com esta encomenda, Jacobs “pôs em perigo as relações que a Las Vegas Sands e Sands China tinham com
os Governos da China e de Macau”. No novo processo,
é salientado que Steve Jacobs não solicitou a autorização do Conselho de Administração da Sands China e
de Adelson antes de encomendar o relatório, tendo-se
encontrado secretamente com um investigador da referida consultora. Sheldon Adelson descarta qualquer
responsabilidade neste processo e diz mesmo que, após
a recepção do polémico documento, Jacobs manteve o
relatório na sua casa e não informou a Las Vegas Sands
ou a Sands China quanto à sua existência.
LAÇOS COM SEITA POR CORTAR . Outro aspecto
denunciado na queixa refere ligações com o crime organizado a que Jacobs se terá recusado a pôr imediatamente
termo. Em causa estão contratos com o “junket” Cheung
Chi Tai, que foi identificado pela Reuters como um membro de uma seita. Jacobs terá sido aconselhado pelo presidente da Las Vegas Sands, Michael Leven, a terminar o
contrato, o que não terá feito expeditamente.
No “contra-ataque” de Sheldon Adelson é referido
que as notícias que revelavam um envolvimento entre
Cheung Chi Tai e a Sands levaram as autoridades do
jogo do Nevada a conduzirem a sua própria investigação
quanto às actividades do promotor de Jogo. Só por essa
altura terá sido tomada a decisão de cortar os laços com
o suspeito. Segundo a queixa, a “Las Vegas Sands realizou as suas próprias diligências para investigar Cheung
Chi Tai e descobriu que este garantia a operacionalidade
dos contratos de crédito entre dois ‘junkets’ e o Venetian
Macau”. “Embora Jacobs tenha afirmado que se opunha
ao relacionamento com Cheung Chi Tai, ele sabe que essa
alegação é falsa e concebida para ferir os interesses da
Sands e da Sands China”, referem os queixosos.
A razão para a manutenção do vínculo ao alegado
membro do crime organizado fica explicada, na interpretação da Las Vegas Sands, em declarações que Jacobs terá
proferido em Junho de 2010, segundo as quais as receitas
associadas aos “junkets” em causa eram substanciais, de
tal forma que o seu desempenho enquanto administrador da Sands China ficaria posto em causa com o cancelamento dos acordos, o que veio a acontecer mais tarde.
Já depois de ter sido demitido, Jacobs terá, de acor-
Sheldon Adelson voltou a atacar Steve Jacobs
do a acusação, tentado “rebaixar” Adelson em conversas que manteve com Michael Leven e Irwin Siegel. O
dirigente terá alegado que Adelson tinha “subornado
ou tentado subornar o Chefe do Executivo de Macau,
tendo instruído os seus subordinados a recolher informações prejudiciais sobre funcionários públicos para
a Sands China, indevidamente, as utilizar em seu proveito”. E terá também ameaçado levar a público essas
alegações, que sabia serem “falsas e feitas de forma
imprudente e com malícia”, se não lhe “fosse pago dinheiro a que não tinha direito”. “Na falta de um acordo
vantajoso, Jacobs pretende que o processo que interpôs
no Nevada seja o veículo para continuar a sua cruzada difamatória e maliciosa contra a Las Vegas Sands e
Adelson”, prossegue a queixa agora apresentada.
Separadamente, a Las Vegas Sands apresentou
uma petição para rejeitar a alegação de Jacobs de difamação contra a Las Vegas Sands e Sheldon Adelson.
Essa reivindicação foi adicionada à queixa inicialmente
apresentada por Jacobs após a seguinte declaração de
Adelson ao Wall Street Journal: “Temos uma lista considerável de razões pelas quais Steve Jacobs foi demitido por justa causa e, curiosamente, ele não desmentiu
uma única delas. Em vez disso, ele tentou explicar a
sua demissão usando mentiras descaradas e invenções
que parecem delirantes”. Reagindo a estas declarações
publicadas no dia 15 de Março, Jacobs alegou que foi
difamado quando Adelson disse que ele foi demitido
“por justa causa” e que tinha recorrido a “mentiras descaradas e invenções”. Mas Adelson vem agora assegurar que apenas retorquiu às alegações de Jacobs e que
está protegido pelo conceito de privilégio contencioso
vigente no Direito do Estado do Nevada.
Na sexta-feira, de acordo com o jornal “Las Vegas
Sun”, foi apresentada uma outra queixa num tribunal
federal de Las Vegas, em nome do accionista John Zaremba. Nesta acção, Sheldon Adelson e outros directores da Las Vegas Sands são acusados por “não supervisionarem correctamente a conduta da empresa na
China”. A queixa sustenta que o escândalo em torno
da demissão de Steve Jacobs veio prejudicar a empresa.
Tal como noutras duas queixas apresentadas ao mesmo
tribunal, é reivindicado que a Las Vegas Sands processe
os seus próprios directores, para colmatar os danos alegadamente sofridos pela empresa.
P.B.
CRIADA COMISSÃO NO ÂMBITO DAS LIMITAÇÕES AOS TITULARES DOS PRINCIPAIS CARGOS
Trio aprecia pedidos sobre entrada na privada
Três personalidades vão integrar
uma comissão que irá analisar
os pedidos de ex-titulares dos
principais cargos relativos ao
exercício da actividade privada
C
riada ontem por despacho de
Fernando Chui Sai On, a comissão de apreciação de pedidos relativos ao exercício de actividade privada por parte dos ex-titulares
dos principais cargos será constituída
por três membros, escolhidos de entre
“personalidades de reconhecida idopág 04 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
neidade cívica”, a designar pelo Chefe
do Executivo. O presidente da Comissão poderá convidar para participar
nas reuniões, sem direito a voto, outras
individualidades, cujo contributo entenda útil aos trabalhos a desenvolver.
À Comissão, que funcionará na
dependência do Chefe do Executivo,
compete analisar e emitir parecer sobre os pedidos de autorização para
“entrada” no sector privado dos extitulares do cargo de Chefe do Executivo e dos principais cargos. Esta
comissão enquadra-se nos termos da
lei relativa às limitações impostas aos
titulares do cargo de Chefe do Executivo e dos principais cargos do Governo após cessação de funções.
O despacho ontem publicado no
Boletim Oficial indica ainda que a
Comissão terá de elaborar e propor
ao Chefe do Executivo, para homologação e divulgação, os princípios
e critérios susceptíveis da recusa de
autorização dos referidos pedidos. A
Comissão, que reunirá sempre que necessário, vai contar com o apoio técnico e administrativo da Direcção dos
Serviços de Administração e Função
Pública.
jornal tribuna de macau terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 05
local
APROVADO CURSO DE TOPOGRAFIA. O Governo aprovou a
realização de um curso geral de Topografia, com a duração
de dois semestres. Com início previsto para 5 de Setembro,
o curso realizar-se-á na Escola de Topografia e Cadastro de
Macau.
JORNADA MUSICAL NO CLUBE MILITAR. O Clube Militar vai realizar
na sexta-feira, pelas 19 horas, mais um concerto de música de
câmara integrado nas suas “Jornadas Musicais”, desta vez com
interpretações de James Redcay, Terence Murphy, Jim Wai Man e
Lam Tim Wai. Os bilhetes estão à venda na recepção do Clube, ao
preço de 50 ou 230 patacas (incluindo jantar).
HOSPITAL PROMOVE PALESTRAS. O Centro Hospitalar Conde de São
Januário vai dar continuidade, em Maio, ao seu ciclo de palestras
temáticas, no hospital e Centro de Saúde da Areia Preta. Medicina
interna, obstetrícia e pediatria serão algumas áreas analisadas
por especialistas ou enfermeiros com experiência.
Núcleo de Goa, Damão e Diu CONTINUA à procura de sede
Breves
Solidariedade e cultura de “mãos dadas”
Grupo de trabalho revê
estatutos da UM
Tse Chi Wai, presidente do Conselho de
Administração da Universidade de Macau
(UM), vai liderar um Grupo de Trabalho para
a Revisão dos Estatutos daquela instituição.
O grupo, cuja criação foi ontem formalizada
no Boletim Oficial por despacho do Secretário
para os Assuntos Sociais e Cultura, tem a
duração de um ano e integra ainda Iao Man
Leng, Lei Pui Lam, Peter Lam Kam Seng,
Anabela Ritchie, Tong Chi Kin, Chui Sai Peng,
Leong Heng Teng, Vong Hin Fai, Wei Zhao e
Sou Chio Fai. A equipa de trabalho designada
por Cheong U terá como missão analisar e
rever o regime jurídico da UM, bem como os
estatutos da instituição e do seu pessoal. Este
processo de revisão tem em vista o futuro
desenvolvimento da UM após o lançamento do
novo Campus na Ilha da Montanha.
O Núcleo de Animação Cultural de Goa,
Damão e Diu, que começou o ano com um
novo corpo dirigente, quer unir os traços da sua
cultura com outras comunidades da RAEM.
No dia 8 de Maio organiza um evento solidário,
mas tem múltiplas ideias para desenvolver.
Porém, continua a debater-se com o problema
da falta de uma sede, apesar dos pedidos já
efectuados ao Executivo
fátima almeida
N
entoou-se a Liberdade NO D. PEDRO V. A peça de teatro Liberdade!Liberdade! subiu ontem ao palco do
Teatro D. Pedro V para levar o público numa viagem ao tempo da repressão da PIDE, da luta dos presos
políticos, que mesmo encarcerados não deixaram lutar pela liberdade de um país oprimido e censurado.
GARANTEM SERVIÇOS DE SAÚDE
A “South East Asian Airlines” (SEAir) anunciou
que vai iniciar voos entre Macau e Clark, nas
imediações de Manila, a partir do próximo dia
27 de Maio. Esta passará a ser a terceira rota
internacional explorada pela transportadora
filipina. “A nova rota oferece tarifas muito
baixas, semelhantes às dos nossos voos
para Singapura e Hong Kong, e constitui
uma ligação importante entre as Filipinas e a
China para turistas, viajantes de negócios e
filipinos que trabalham no exterior”, salientou
o presidente da SEAIR, Avelino Zapanta, em
comunicado. Os bilhetes para os primeiros voos
estão a ser vendidos a partir de 31 dólares
americanos, para viagens a efectuar entre
27 de Maio e 29 de Outubro. No lançamento
do novo destino, a transportadora destaca o
crescimento económico e a multiculturalidade
de Macau, fazendo referências aos inúmeros
casinos, locais classificados pela UNESCO
como Património Mundial e várias atracções
gastronómicas, incluindo o caldo verde e o
bacalhau.
Subida de preços atinge
lacticínios e papel higiénico
Os preços do óleo alimentar, produtos
lacticínios e papel higiénico estão em
tendência crescente, indicou o Conselho
de Consumidores, na sequência de mais
uma acção de constatação de preços nos
supermercados. Após analisar os preços
de venda a retalho de cerca de 210 tipos de
produtos, o organismo concluiu que metade
dos artigos ficaram mais caros, relativamente
à última constatação. Em contrapartida,
registaram-se decréscimos nos preços de
65 tipos de produtos, principalmente nas
conservas e insecticidas. O Conselho de
Consumidores anunciou ainda que os trabalhos
de constatação específica sobre os preços
do arroz e conservas terão cariz trimestral
e mensal, respectivamente. Os resultados
da avaliação de preços estão disponíveis,
entre outros locais, na sede do Conselho
de Consumidores, mercados municipais e
bibliotecas, bem como na página electrónica do
organismo (www.consumer.gov.mo).
pág 06 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
Cinzas volantes de Ká Hó
até agora inofensivas
Um cancro pulmonar foi diagnosticado a uma mulher que faz
parte de um grupo de cerca de
meia centena de residentes de
Ká Hó submetidos a exames médicos. Mas, os Serviços de Saúde
afirmam que a doença não está
relacionada com as cinzas volantes e que os dados já analisados
não permitem relacionar problemas de saúde com a situação
ambiental da zona
FOTO ARQUIVO
Mais voos para Manila
a partir de 27 de Maio
local
MAIS 11 HOTÉIS “VERDES”. O prémio Hotel Verde 2010
vai ser atribuído a 11 hotéis: Westin Resort e Pousada
Mong-Há (prata), Hard Rock, Grandview, Metropole,
Emperor, Crown Towers, Beverly Plaza, Holiday Inn, Lan
Kwai Fong e Riviera (bronze). O prémio já engloba 45%
dos hotéis de três ou mais estrelas existentes em Macau.
olga pereira
P
ara responder à preocupação
dos residentes de Ká Hó com o
estado ambiental e a sua saúde,
os Serviços de Saúde realizaram entre
Janeiro e Março exames a 522 pessoas
que residiam, trabalhavam ou estudavam na zona. Recentemente, foi diagnosticado cancro pulmonar a uma
mulher que integrava o grupo mas os
Serviços de Saúde já vieram afirmar
que este caso não está relacionado
com o aterro. “É um cancro bastante raro e demorámos muito tempo a
estudá-lo. Sabemos que é causado por
uma infecção provocada pelo vírus EB
e esperamos poder dar mais informações no futuro”, disse o coordenador
do Núcleo de Prevenção de Doenças
Infecciosas e Vigilância de Doença,
Lam Chong.
No grupo de examinados, há
mais duas pessoas com diagnóstico semelhante, sendo que uma delas
tem cancro na tiróide e outra leucemia
milóide crónica. Quanto a estes casos,
os Serviços de Saúde referiram que já
tinham sido detectados e começaram
a ser tratados antes do plano de exames.
Exames envolveram 522 residentes
O exame inicial incluía um questionário, uma entrevista clínica, um
exame físico e análises de sangue e
urina. Porém, houve 503 pessoas que
tiveram de fazer ainda um raio-X torácico, que mostrou que nove sofriam
de fibrose ou de sombra no pulmão
e, por isso, teriam de ser examinados
mais pormenorizadamente.
De acordo com os Serviços de
Saúde, os resultados preliminares do
plano exame médico não apontam
então para uma relação causa/efeito
entre as cinzas volantes e o estado de
saúde das pessoas. “De acordo com os
especialistas até agora não podemos
afirmar que alguma doença verificada
neste grupo tem que ver com o problema das cinzas volantes”, afirmou
Lam Chong. “Aliás, os resultados
demonstraram que as pessoas que vivem mais perto do aterro apresentam
menos indisposições ou resultados
anormais no exame. Discutimos esta
questão com os especialistas mas não
conseguimos perceber porque é que
isto acontece”, adicionou.
O director dos Serviços de Saúde
também evidenciou que “não há in-
dícios nem dados que provem” que
o estado de saúde dos residentes está
de alguma forma ligado à situação
ambiental de Ká Hó. “A situação de
ocorrência de doenças é praticamente
igual entre os residentes de Ka Hó e
os da península de Macau. Portanto,
não podemos dizer que os residentes
de Ka Hó sofrem mais doenças do
que os outros. Talvez este resultado
possa vir a ser alterado no futuro mas
neste momento é isto que o relatório
conclui. Só quando verificarmos que
as pessoas de Ká Hó sofrem de uma
doença cuja taxa de ocorrência é mais
alta em comparação com outros é que
podemos dizer com certeza que as
cinzas volantes estão na causa dessas
doenças”, apontou Lei Chi Ion.
Os Serviços de Saúde prometem
continuar a acompanhar a questão,
nomeadamente os 49 casos que foram encaminhados para tratamento
em Centros de Saúde ou no Centro
Hospitalar Conde de São Januário.
Entretanto, os Serviços de Protecção
Ambiental asseguraram que continuam a monitorizar o ambiente em
Ká Hó.
o cenário que aparece nos mapas turísticos
constam edifícios altos e brilhantes nos quais o
dinheiro parece não se esgotar. Mas nessa Macau pintada de “ideal” também espreitam as dificuldades em muitas famílias se afastarmos dos olhos esses
néons. Tão simples como chegar a uma sala de aulas
e ver uma criança a coxear por os sapatos gastos pelo
tempo não lhe caberem mais nos pés já “inflamados”.
Por se dar conta desta realidade, o Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu incluiu um evento de caridade na lista das primeiras actividades deste
ano. No dia 8 de Maio, a associação, que em Dezembro
elegeu um novo corpo dirigente, realizará um almoço
buffet no 3º andar da Torre de Macau, tendo em vista
a angariação de vários artigos – brinquedos, roupas,
electrodomésticos, livros – para doar a instituições ou
famílias carenciadas em Macau e outros locais.
“Reparámos que neste momento Macau parece ser
um local com muito prestígio, com casinos, onde aparenta estar tudo bem, mas se formos ver melhor há muitos problemas, muitas famílias que precisam de ajuda”,
começa por explicar ao JTM o presidente da direcção do
Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu,
Sharoz D. Pernencar.
A iniciativa é ao mesmo tempo um retrato multicultural. À solidariedade juntam-se perspectivas de
várias comunidades, que desenvolverão danças ou
cantares tradicionais de Goa, Damão e Diu, chinesas,
filipinas, e provavelmente brasileiras. Até porque, além
de “ajudar”, o “objectivo” do Núcleo é “também atrair
outras etnias para dar as mãos”, explicitou o mesmo
responsável. Para o evento de dia 8 poderão inscreverse adultos (200 patacas) ou crianças dos três aos 12 anos
(140 patacas), bastando para tal contactar a associação
([email protected]). Mesmo quem não quiser integrar o convívio poderá dirigir-se ao local para doar os
artigos, uma vez que o Núcleo terá responsáveis para
receber os pertences.
Núcleo de Damão, Goa e Diu continuará a apostar na Festa da Lusofonia
EM BUSCA DE SEDE. Os eventos pensados representam um pouco do espírito que o Núcleo da comunidade da antiga Índia portuguesa quer manter ao longo do
ano. Projecto antigo no território, a associação foi apenas
formalizada no final de 2006, com o intuito de fortalecer
os laços da tradição envolvendo as outras comunidades. No entanto, a falta de uma sede, cuja aquisição já
constituía uma prioridade para a anterior direcção, persiste como um problema que a associação tenta resolver.
“Estamos à espera para ver se o Governo nos consegue
instalar. É importante, porque precisamos de ter um sítio para acções de formação e danças e cantares. Com
um espaço próprio é mais fácil de manejar”, sublinhou
Sharoz D. Pernencar.
Já em 2008, José Colaço, ex-presidente do Núcleo,
reiterava ao JTM a necessidade de ter um espaço fixo
para acolher os projectos da associação. Pouco depois
da formalização do Núcleo, chegou a ser entregue um
pedido nesse sentido ao anterior Chefe do Executivo, Edmund Ho, mas até hoje, apesar de várias possibilidades e
outros pedidos, ainda nenhuma porta se abriu.
“Há imensas coisas que podíamos fazer para mostrar a nossa cultura que é ligada à portuguesa”, ressalva
o presidente da direcção, acrescentando que “há fotografias de Damão Goa e Diu do passado que poderiam
ser mostradas nesse espaço”, bem como “livros e escritos de Goa em português”.
GASTRONOMIA DE PURO SABOR. Embora sem
um espaço próprio, o Núcleo não descura os planos
para que “as pessoas não esqueçam que a comunidade goesa também contribui para o desenvolvimento de
Macau”. Está ainda apostado em divulgar a gastronomia de Goa, Damão e Diu através das verdadeiras experiências do sabor. “Só temos gastronomia da Índia que
não é igual [ao do Estado e territórios] de Goa, Damão
e Diu”, disse Sharoz D. Pernencar. Por estes motivos,
a associação gostaria de realizar uma Semana da Gastronomia e justifica-o: “Há muitas pessoas portuguesas
que gostam da comida goesa, é uma maneira de matarem saudades”. Por outro lado, a comunidade chinesa
também aprecia “comida picante e esta é um gastronomia diferente, pelo que acaba por ter mais variedade”,
notou o responsável.
As raízes de Goa, Damão e Diu voltarão a estar
presentes na Festa da Lusofonia, evento que é uma das
grandes apostas do Núcleo e para o qual estão já empenhados na preparação, adiantou Sharoz D. Pernencar.
Paralelamente, a associação mantém vivos os aspectos culturais que também a identificam através da
participação em eventos como os Colóquios da Lusofonia, que decorreram este mês, salientou Sharoz D. Pernencar, que assumiu a presidência da direcção no início
deste ano. O novo corpo dirigente para 2011/2012 integra ainda, entre outros, Rui Cunha e Estevam Gomes,
que presidem à Assembleia Geral e Conselho Fiscal,
respectivamente.
JÚRI PREMIOU CINCO TRABALHOS
“Desafio Vídeo” reuniu 37 produções
Cinco trabalhos foram
distinguidos pelo júri de
“48 horas a Abrir - Desafio
Vídeo”, uma iniciativa do
Centro Cultural que reuniu 37
produções locais
N
uma altura em que o Festival Internacional de Cinema
e Vídeo de Macau entrou na
quarta semana, o Centro Cultural
(CCM) apresentou no fim-de-semana
o evento “48 Horas a Abrir”. Num
verdadeiro desafio à criatividade, os
concorrentes tinham apenas 48 horas
para criar um vídeo de cinco minutos
utilizando qualquer tipo de equipamento de filmagem, de forma a estimular capacidades técnicas e criativas num curto espaço de tempo.
Segundo o CCM, o tema “Live”
foi anunciado na sexta-feira aos 63
inscritos que rapidamente tiveram de
meter mãos à obra para produzir os
respectivos vídeos e entregá-los até
ao meio-dia de domingo.
Por fim, acabaram por ser entregues 37 produções que foram exibidas
no grande ecrã do CCM e avaliadas
pelas sete personalidades convidadas para o júri: Shi Wei (professora
da UM), Sun Yan (professor do IPM),
Johnny Wong (presidente da “Macao
Video Space”), Doug Chan (realizador
local), Lorenece Chan (representante
do CCM e presidente da associação
audio-visual “CUT”), Ho Kim Man e
Gabriel Fung (dois realizadores premiados no “Macao Indies 2010”).
Este ano, o júri decidiu premiar
cinco produções: “Living Inside a
Box” (de Andrea González Medina),
“Never Live” (Tom Ho), “Live” (Maxim Bessmertnyi, Kelsey Wilhelm,
Luis Leung, Abbi Grace Mitchell
Morley e Wong Ching Sin), “I am
looking at you when you are looking
at me” (Remus Ng) e “Live” (Choi
Ian Sin). Cada trabalho foi distinguido com um prémio de 2.000 patacas
e um cupão do CCM no valor de 200
patacas.
O Festival Internacional de Cinema e Vídeo, que decorre de 2 de Abril
a 15 de Maio, terminará com a secção
“Macau Indies”, que inclui produções
concebidas em Macau.
jornal tribuna de macau terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 07
(...) “O presidente da Associação do Ma-Kok-Miu, Michael O fez um
discurso sobre o Aniversário de Tian Hou, referindo que a cultura Mazu
em Macau tem uma longa história, com raízes profundas nos seus
habitantes, tendo eles no seu coração a deusa” (...) - José Simões Morais
(...) “Para mostrar o respeito para com esta oferta e o intercâmbio
religioso entre Macau e Taiwan, irá ser proposto ao Governo que lhes
seja dada permissão para construir dentro do templo da Barra uma
nova capela para albergar a estátua oferecida” (...) - Idem
local
(...) “Realizou-se a oferenda de incenso, como sinal de
respeito à deusa, em que por três vezes todos os presentes
se ajoelharam e de cada uma das vezes se inclinaram com
a cabeça a tocar o chão por três vezes” (...) - Ibidem
(...) “Ao passar em frente ao templo de A-Má, o barco que
levava a deusa deu uma volta em oito. Do lado de terra,
houve o rebentamento de panchões e o barco seguiu até
à foz de um dos ramais do rio do Oeste” (...) - Ibidem
Estreado cortejo de barco no aniversário de A-Má
Pela primeira vez em Macau foi
realizado um cortejo de barco para
celebrar o aniversário da deusa
Senhora Imperatriz do Céu, em
mandarim Tian Hou, mas mais
conhecida em Macau por A-Má
JOsé simões morais*
À
s nove e meia da manhã, em frente ao templo da Barra, iniciaramse as festividades organizadas
pela Associação de Ma-Kok-Miu. Iniciou-se com o dar vida aos quatro leões,
pintando-lhes os olhos e a boca. Para esta
cerimónia foram usados quatro novos
pincéis de caligrafia, gengibre (que representa uma poderosa energia), folhas
da árvore de uma espécie de toranja (conhecida também por folhas do templo,
que servem para afastar as más energias,
pág 08
colocando-as os chineses muitas vezes
no bolso quando vão ao cemitério) e a
tinta de cinábrio. Segundo a explicação
da professora Ana Maria Amaro: “Em
chinês, o brinco do leão é conhecido, em
linguagem falada, por mou si, (leão dançando) ou dança do leão, ao passo que,
na linguagem escrita, é denominado
seng si (leão acordado). É por isso que,
cada vez que o leão sai para se exibir, é
convidada uma personagem local para
proceder à cerimónia do acordar do leão,
que consiste em pincelar de vermelho,
com cinábrio pastoso, os olhos e a língua
do pretenso animal. O leão é, assim, despertado da sua pétrea quietude, podendo iniciar, as suas rítmicas evoluções”.
As individualidades que pintaram os
olhos foram o presidente da Associação
do Templo da Barra, um representante
da família Lam, outro da família Ch’ói e
mais um membro do grupo de Taiwan.
Ao mesmo tempo, dentro do templo
o mestre tauista Leong salpica com água
numa cerimónia de purificação a cadeira onde a estátua da deusa Tian Hou irá
ser colocada, enquanto uma assistente
prepara a imagem da deusa, limpando
e maquilhando-a, arranjando ainda as
suas vestes.
Às 10 horas, o presidente da Associação do Ma-Kok-Miu, Michael O fez
um discurso sobre o Aniversário de Tian
Hou, referindo que a cultura Mazu em
Macau tem uma longa história, com raízes profundas nos seus habitantes, tendo
eles no seu coração a deusa. Pediu que
A-Má protegesse Macau com a sua divina providência, bom tempo, viagens
marítimas sem problemas e uma vida
em paz. Depois, deu as boas vindas ao
grupo de Taiwan, que veio a Macau para
celebrar conjuntamente o Aniversário de
Tian Hou e agradecendo-lhes pela prenda que trouxeram, a estátua de madeira
da deusa. Para mostrar o respeito para
com esta oferta e o intercâmbio religioso
entre Macau e Taiwan, irá ser proposto
ao Governo que lhes seja dada permissão para construir dentro do templo da
Barra uma nova capela para albergar a
estátua oferecida.
Findo o discurso, foi retirado o pano
vermelho de seda que cobria a nova estátua feita em madeira. Após ter sido
por todos admirada, foi esta levada para
terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
o interior do recinto do templo onde se
procedeu à cerimónia de aceitação pelo
templo da estátua de Tian Hou. Realizou-se em seguida a oferenda de incenso, como sinal de respeito à deusa, em
que por três vezes todos os presentes se
ajoelharam e de cada uma das vezes se
inclinaram com a cabeça a tocar o chão
por três vezes.
Após tal, o mestre Leong convidou
a deusa Tian Hou a descer à Terra e oito
pessoas, encarnando os 8 Imortais, ofereceram incenso à deusa.
Enquanto a nova estátua ficou no
templo, a antiga foi levada em procissão até ao parque de estacionamento, e
entrando no autocarro partiu em direcção ao ancoradouro situado na avenida
Marginal do Lam Mau. Daí embarcou,
e o barco que a transportou foi acompanhado em cortejo por outras onze embarcações. Ao passar em frente ao templo de A-Má, o barco que levava a deusa
deu uma volta em oito. Do lado de terra,
houve o rebentamento de panchões e o
barco seguiu até à foz de um dos ramais
do rio do Oeste. Lentamente a embarcação regressou ao local onde partiu e de
novo voltou para o templo. Por volta das
13 horas, a estátua de Tian Hou chegou
de novo ao templo e o mestre Leong, em
cerimónia, convidou a deusa a regressar
ao Céu.
Enquanto, a procissão do mar decorre, no espaço em frente do templo
realizam-se os espectáculos de Wushu
(Kung-fu em cantonense) e da dança dos
leões. Nessa dança, dois leões combatem
por um grande caranguejo, neste caso
um animal vivo que, mostrando as suas
patas defensivas, dá luta renhida. Por
fim, um dos leões consegue prender com
uma das patas o caranguejo e come-o. As
expressões gestuais dos leões, tanto de
contentamento, como de tristeza, mostram a grande qualidade dos dançarinos
que vestem as peles desses animais.
É uma e meia da tarde e as cerimónias estão a terminar. Os primeiros
sons de suona fazem-se ouvir dentro
do teatro, com a estrutura feita em
bambu. Dá-se início à ópera Yue, cuja
realização do espectáculo está a cargo
da Associação de Ópera Chinesa dos
Moradores Marítimos e Terrestres da
Barra de Macau.
pág 09
Julia Gorges vence Wozniacki em Estugarda. A
alemã Júlia Görges causou sensação, ao vencer
na final do Torneio de Estugarda a número 1 do
“ranking” mundial WTA de ténis, a dinamarquesa
Carolina Wozniacki, por 7-6 e 6-3.
LIGA dos
campeões
D
desporto
Portugal bate Espanha em Montreux. A
selecção portuguesa de hóquei em patins
conquistou a edição 2011 do Torneio de
Montreux, ao bater a Espanha na final por 2-1,
repetindo o feito da edição anterior, em 2009.
Marcelo diz que Soares está a ajudar o PSD. Marcelo
Rebelo de Sousa diz que o ex-Presidente da República,
Mário Soares, “deu uma ajuda a Passos Coelho” ao afirmar,
em entrevista ao i, que o líder do PSD “é uma pessoa bemintencionada com quem se pode falar”.
actual
Terceiro Real-Barça, com vista para Wembley
Cavaco apela a responsabilidade dos partidos
O Real Madrid, moralizado pela vitória na Taça do Rei, e o FC Barcelona protagonizam quarta-feira, o terceiro de quatro “duelos”
em 18 dias, agora na primeira “mão” das meias-finais da Liga dos Campeões em futebol
O Presidente da República
defendeu ontem que a palavra
tem de ser devolvida ao povo
quando a democracia está
numa “encruzilhada” e apelou
à responsabilidade dos partidos
para actuarem com “verdade”
neste “tempo de sacrifícios” e
“interrogações”
epois do empate em Madrid (1-1), que garantiu praticamente o “tri” ao “Barça” na Liga
espanhola, o conjunto de José Mourinho
venceu os catalães em Valência (1-0, após prolongamento) e chega por cima, em termos psicológicos, ao
duelo europeu.
Nestes dois encontros, o protagonista acabou
por ser o internacional luso Cristiano Ronaldo, que
marcou de grande penalidade no Santiago Bernabéu
(tal como Messi) e facturou de cabeça em Valência, a
passe de Di Maria.
O “duelo” será intenso e começa logo pelo “duelo” entre os treinadores, que reeditam o choque das
meias finais da época anterior, quando Mourinho então no Inter de Milão, campeão em título - afastou
Pep Guardiola (3-1 em casa e 0-1 fora).
O encontro surge também depois num momento em que os dois emblemas se confrontam quatro
vezes num curto espaço de tempo, para já com vantagem “merengue”.
Essa série de quatro “episódios” recomeça
quarta-feira, em Madrid, e o Real espera ultrapassar o FC Barcelona pela terceira vez em meias-finais,
como aconteceu em 1960 e 2002, anos em que ven-
ceu a competição. Em 2002, o Real Madrid começou
por vencer em Camp Nou, com golos de Zidane e
de McManaman, e, com Figo de início, empatou depois em casa (1-1), com golos de Raul e Helguera (na
própria baliza).
Quanto ao historial das duas equipas na mais
Meias com árbitro espanhol e alemão
O árbitro espanhol Carlos Velasco Carballo foi designado pela UEFA para dirigir o encontro Schalke
04-Manchester United, da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões de futebol a disputar na
terça-feira. O árbitro alemão Wolfgang Stark foi o escolhido para dirigir na quarta-feira o encontro Real MadridBarcelona. O experiente árbitro germânico, embora conte apenas com umas meias-finais da “Champions” no
seu currículo (2008/09), já dirigiu um jogo da equipa de José Mourinho na presente edição da prova, quando
o Real Madrid foi empatar (1-1) a Lyon, nos oitavos de final.
importante competição europeia, o Real Madrid é líder incontestado: soma nove títulos e procura a 13.ª
final, na 22.ª presença nas “meias”, marca que bate
todos os restantes emblemas europeus. O FC Barcelona, por sua vez, conquistou três vezes a “Champions”, duas após o nono sucesso “merengue” e
disputa a sua 12.ª meia-final, tendo vencido cinco e
perdido seis.
SCHALKE-UNITED JOGA-SE HOJE. As meiasfinais da Liga dos Campeões começam, porém, hoje
(próxima madrugada em Macau), com o embate entre
o surpreendente Schalke 04 e Manchester United, que
se defrontam na Alemanha.
Trata-se também de uma espécie de “clássico”
entre nações rivais historicamente, mas inédito entre os dois clubes.
Para a equipa germânica, que na fase de grupos venceu o Benfica em casa (2-0) e na Luz (2-1),
trata-se mesmo de uma estreia em fase tão avançada da competição, sucesso para o qual contribuiu o
facto de ter ganho todos os jogos em casa.
Mas, o Manchester United, além da experiência acumulada e dos três títulos europeus, tem
também esta temporada um registo impressionante: não sofreu golos fora, em cinco jogos (quatro vitórias e um empate).
Sendo esta a primeira vez que os dois emblemas se defrontam, o Schalke 04 jogará um poderoso
trunfo: o espanhol Raul Gonzalez venceu a “Champions” por três vezes pelo Real Madrid, duas após
afastar o United.
Os ingleses disputam a sua 12.ª meia final da
prova e, até ao momento, apuraram-se em quatro
dessas ocasiões.
Governo da Região Administrativa Especial de Macau
Direcção dos Serviços de Educação e Juventude
AVISO
Bolsa de Mérito Especial para o ano lectivo 2011/2012
A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e a Fundação Macau estabeleceram uma cooperação para a concessão de Bolsas de
Mérito Especial, com o objectivo de apoiar os alunos de Macau, com aproveitamento escolar excepcional, para que continuem a frequentar
os cursos do ensino superior num melhor ambiente de aprendizagem. Os candidatos à referida Bolsa, que oferece 40 vagas, devem ser alunos
que frequentem, no ano lectivo de 2011/2012, um curso de licenciatura a tempo inteiro numa das indicadas e mais prestigiadas universidades
do mundo. Os alunos admitidos irão receber um subsídio de montante fixo, de acordo com o local de frequência do curso, e os cujos agregados
familiares têm dificuldades económicas, poderão receber maior montante. Os beneficiários devem comprometer-se a trabalhar para a
Região Administrativa Especial de Macau ou para o Interior da China, depois da conclusão do curso.
Os interessados na Bolsa de Mérito Especial devem entregar o boletim de candidatura e outros documentos, até ao dia 20 de Maio, na Direcção
dos Serviços de Educação e Juventude (Av. D. João IV, nºs 7-9, 1º andar, Macau). O regulamento e boletim de candidatura podem ser obtidos no
local, acima referido, ou descarregados na página electrónica da DSEJ em http://www.dsej.gov.mo. Para mais informações, é favor ligar para os
telefones 83972521 ou 83972503, ou contactar através do e-mail: [email protected].
Macau, 21 de Abril de 2011
A Directora,
Leong Lai
pág 10 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
N
a sua intervenção na cerimónia
na sessão comemorativa do 25 de
Abril que decorreu no Palácio de
Belém, o Presidente da República centrou
o essencial do seu discurso nas próximas
eleições legislativas, “no caminho que os
portugueses serão de novo chamados a escolher os caminhos que querem trilhar”.
“Nos momentos decisivos, é a voz do
povo que deve fazer-se ouvir. Em democracia, há que respeitar a soberana decisão
dos cidadãos. Homenagear o 25 de Abril e
aqueles que o fizeram é, acima de tudo, ter
confiança na maturidade cívica dos Portugueses e respeitar os princípios da democracia e as opções esclarecidas feitas em liberdade”, sublinhou, numa ideia que, já no
final da intervenção voltou a repetir.
“Este é um tempo de sacrifícios, sem
dúvida, mas também um tempo de grandes
escolhas. Quando uma democracia se encontra numa encruzilhada, tem de se devolver a palavra ao povo e, depois, respeitar as
opções que o povo decidir tomar”, insistiu.
Num claro apelo aos partidos políticos, Cavaco Silva centrou-se na próxima
campanha eleitoral, alertando para a necessidade dos programas de cada força partidária serem apresentados com “serenidade”, sem “promessas que não poderão ser
cumpridas”, porque “vender ilusões ou esconder o inadiável é travar a resolução dos
problemas que nos afligem.”
“Dos agentes políticos exige-se que
actuem com transparência e com verdade,
que esclareçam devidamente os Portugueses, sem subterfúgios. A liberdade e a
democracia que conquistámos exigem de
todos sentido de responsabilidade e uma
consciência clara da situação em que nos
encontramos”, frisou.
“Responsabilidade partilhada”. Antes tinha começado por intervir o
ex-PR Jorge Sampaio que propôs um sentido de “responsabilidade partilhada” visando a construção de pactos de regime e a
coesão nacional, e alertou para a “repetição
cíclica” dos mesmos problemas.
Sampaio defendeu ainda que a actual
situação do país obriga a “um sentido mais
agudo de responsabilidade partilhada e a assumir uma vontade positiva de mudança”.
“Só a partir desta nova atitude é possível
construirmos os compromissos necessários,
os acordos duradouros, os consensos sólidos,
os pactos de regime e a coesão nacional que
a gravidade desta hora exige”, declarou.
Sampaio fez um diagnóstico duro dos
motivos da actual situação do país, afirmando que houve “falta de visão de longo
prazo” e de sustentabilidade nas decisões
tomadas. Contudo, considerou, mais grave
do que os problemas actuais, “é a sua persistência” e a sua repetição cíclica, fazendo
disso uma constante histórica”. “Ficámos
frequentemente felizes com o acessório e
descurámos o essencial”, resumiu.
No diagnóstico da situação do país,
Sampaio disse ainda que a crise antes de ser
portuguesa é mundial e europeia e é ainda
“a crise do modelo económico e social neoliberal que se recusa a não reconhecer o
O MUND
NOS “MEDIA”
Portugal
Portugal
Portugal
seu fracasso e continua a querer aproveitar
em seu favor os danos que causou”. “Esta
contradição essencial – estarmos a combater
os males com os remédios que os causaram
– mostra-nos que ainda não foi virada a página”, afirmou Jorge Sampaio.
“Diálogo nacional”. Seguiu-se o
ex-PR Mário Soares (o único a comparecer
de cravo vermelho na lapela) que considerou que a crise política agravou as dificuldades do país e poderia ter sido evitada, num
discurso em que apelou ao diálogo nacional
após as eleições.
Soares referiu-se às negociações em curso entre o Governo português e a “troika”
europeia e às eleições antecipadas de 5 de Junho, deixando então um apelo ao consenso
político logo após este acto eleitoral, advertindo a classe política que, após o acordo com
a “troika” europeia “a situação portuguesa
ficará estabilizada mas não resolvida”.
“Porque entramos em período eleitoral
(que podia ter sido evitado), que acrescentou à crise financeira e económica uma crise
política e provavelmente social. É aqui que
se impõe a necessidade crucial que os portugueses se unam ao redor das grandes reformas necessárias para assegurar um futuro melhor para todos e que os partidos e os
parceiros sociais dialoguem, independentemente das divergências ideológicas que os
separam”, apelou.
Neste ponto, o fundador do PS salientou ainda que “acima dos interesses partidários e sectoriais se deve pôr sempre o interesse nacional”.
Na sua intervenção, além das referências críticas a propósito da abertura da crise
política, o ex-PR fez também um forte ataque ao actual estado da União Europeia –
ponto em que manifestou uma perspectiva
pessimista. “Lamento dizer-vos, mas não
posso deixar de pensar que, em virtude da
falta de solidariedade europeia, os ataques
especulativos dos mercados, desregulados e sem princípios éticos, julgo que vão
continuar. E outros Estados europeus irão
porventura ser vítimas, como: a Bélgica,
a Espanha e talvez mesmo a Itália e até a
França”, advogou Mário Soares.
Também neste contexto, Mário Soares
diferenciou as entidades da “troika” que es-
tão a negociar com o Estado Português e fez
um reparo à alegada atitude mais inflexível
da Comissão Europeia e do BCE. “Curiosamente, os representantes do FMI, que foi tão
diabolizado, parecem ser os mais compreensivos porque, para além do equilíbrio do
défice público e privado e do endividamento, querem investir para que Portugal cresça
economicamente, possa reduzir o desemprego e manter o Estado social para que se evite
a recessão em que está a entrar”, disse.
Numa mensagem agradável para o primeiro-ministro demissionário, Soares referiu que o Governo português conseguiu em
2008 antes da crise internacional rebentar,
um défice inferior a 3%, dentro dos limites
impostos pelo Pacto de Estabilidade da UE.
“Mínimo de demagogia”. Seguiuse depois de Ramalho Eanes que defendeu
um Governo de amplo espectro políticopartidário e aberto à sociedade civil e pediu uma campanha eleitoral com o mínimo
de “slogans” e demagogia.
Eanes, o primeiro PR eleito democraticamente após o 25 de Abril de 1974, defendeu que o próximo Governo deve ser de
“amplo espectro político-partidário e social, aberto aos valores da sociedade civil”
que “desenhe, estabeleça e consensualize,
o mais possível, um grande propósito nacional, popularmente mobilizador”.
Um Governo que, “com o PR – que é
quem no país mais informação possui e mais
conhecimentos internacionais contabiliza –
estabeleça uma sadia e proveitosa interação
estratégico-institucional que lhe permita o
exercício de uma Presidência activa”.
Eanes considerou “indispensável” fazer uma campanha eleitoral que “respeite
os portugueses, com competência política” e, sobretudo, com “inteira verdade,
com um mínimo de slogans e um mínimo
de demagogia”.
Para Ramalho Eanes, na presente negociação com o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia, o país deveria
concentrar “esforços na definição de uma
estratégia comum defensora do interesse
nacional”. “Definida essa estratégia, desenvolvê-la (…) junto dos nossos interlocutores,
em concentrada coordenação de esforços
políticos, partidários e sociais”.
jornal tribuna de macau terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 11
singapura
tailândia
filipinas
(...) “Macau permanecia como sempre, aliás,
última prioridade do antigo “Império Português
das Descobertas” quanto mais não fosse pela
erosão da História!” (...) - João Guedes
Há 20 anos
opinião
REUNIÃO DA LEI BÁSICA
TERMINA HOJE
INDÚSTRIA DE MÓVEIS
TENTA PROMOVER-SE
A promoção de indústrias
não têxteis de Macau e o
contacto dos produtores
com novos mercados de
exportação definem a
participação do território em
feiras internacionais como o
“Hamilton Market”, disse à
agência Lusa Pedro Gomes.
O chefe do departamento de
promoção de exportações dos
Serviços de Economia de Macau,
responsável pela presença do
território em “High Point”,
acompanha a representação do
território na feira internacional
de Mobiliário e artigos
decorativos que decorre na
Carolina do Norte até ao
próximo dia 28. Embora não seja
um mercado desconhecido para
os produtores de mobiliário de
Macau, o valor das exportações
deste tipo de artigos para os
EUA é relativamente baixo,
sendo necessário promover as
condições que o território reúne
para a produção de mobiliário
de qualidade, disse. “Se cada
uma das fábricas de Macau
presentes no “Hamilton Market”
conseguir dois a três clientes
certos, a deslocação torna-se
rentável”, garantiu.
(...) “Tanto para os democratas como
para os conservadores, as notícias da
eclosão do 25 de Abril de 1974 causaram
generalizada satisfação” (...) - ibidem
opinião
(...) “Depois da partida de Nobre de Carvalho, o inevitável processo de
adaptação às novas condições levantou ainda mais a agitação. Uma
agitação centrada quase exclusivamente na comunidade portuguesa
civil e militar” (...) - ibidem
Macau logo a seguir ao 25 de Abril de 1974
In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”
26/04/1991
O primeiro ante-projecto da Lei
Básica (LB) da futura RAEM
ficará concluído durante o
plenário da comissão da redacção
que termina hoje em Pequim
disse à agência Lusa fonte da
comissão. É a sexta reunião do
género, e como nas anteriores,
os trabalhos decorrem sob
a presidência da director do
gabinete do governo chinês
encarregado dos assuntos de
HK e Macau, Ji Pengfei. “Depois
desta reunião, o esqueleto da LB
pode considerar-se definido e em
Julho estará tudo preparado para
a aprovação do primeiro anteprojecto da lei”, disse à agência
Lusa um dos redactores. “Faltam
ainda acertar alguns pontos do
articulado” – acrescentou – “mas
esses pormenores da redacção”
serão vistos pelos cinco grupos de
trabalho da comissão na última
semana de Maio. Uma comissão
da LB de Macau irá funcionar
junto da Assembleia Nacional
Popular chinesa após a passagem
do Território para a administração
de Pequim em Dezembro de 1999.
A criação da referida comissão foi
proposta ontem pela comissão de
redacção. Trata-se de um órgão
consultivo, e que será sempre
ouvido sobre quaisquer dúvidas
relativas à interpretação da lei, ou
no caso de surgirem propostas
de alteração. Segundo adiantou
à agência Lusa, a comissão da LB
será composta por 10 elementos,
cinco dos quais de Macau.
(...) “Quando é finalmente anunciada oficialmente a deslocação de
Almeida Santos para tratar da descolonização extremo-oriental,
a notícia é recebida com certo cepticismo, para não dizer mesmo
pânico, principalmente entre a população chinesa” (...) - idem
JOão guedes*
M
acau foi desde sempre vista de
Lisboa muito mais como uma
“pérola exótica” de diletantes e
intelectuais, decorrente dos escritos de poetas e prosadores, nacionais e estrangeiros,
que por aqui passavam, do que uma colónia credível, verdadeiramente importante,
ou pragmaticamente rentável para o Estado.
Os jornalistas das mais diversas nacionalidades acrescentavam pontos ao
tema que romancistas e realizadores de
cinema desenvolviam sobre este diminuto
cantinho peninsular do Sul da China.
O filme “Macau o Inferno do Jogo”
permanece como estereótipo protagonizado por Robert Mitchum e Jane Russell sobre uma cidade que, ao mesmo tempo era
e não era, nos anos 50 e seguintes.
Na literatura o estereótipo permanece
no que escreveu, por exemplo, o grande
novelista republicano espanhol W. Fernandez Flores sobre a Rua da Felicidade,
retracto exacto de um bairro dos anos 30
(século XX) que igualmente era e já não
era. Os senhores de “chapéus brancos de
abas largas”, o canto morno das “pei-paichai” que tocavam cítaras e alaúdes, na
pequena viela eram muito mais produto
de uma imaginação ocidental fértil perante o exótico oriental do que realidade
quotidiana que pouco romance continha.
Aliás essa imagem de W. Fernandez Flores
é um retrato que já se perdeu da memória
da cidade há décadas e décadas tal como a
própria viela.
Quanto ao “Inferno do Jogo” nem
tanto. Um pouco mais realista, já que americano ainda hoje contém em si traços de
alguma verdade hodierna ainda que excessivamente ficcionada.
Sendo assim, Macau com os seus 16
quilómetros quadrados de perímetro (actualmente são 28.6 Km2 e mais se aguardam)
perfilava-se negligenciável na geoestratégia de Portugal. Porém, nos domínios da
cultura o seu estatuto era outro e de quase
primeiro plano. Mas a história e a cultura
sempre foram disciplinas de ordem negligenciável perante dividendos financeiros
e ganhos eleitorais, que só têm em conta
estatísticas e grandes números.
Em Macau a demografia era escassa
não indo além das duzentas mil almas que
habitavam a cidade e as ilhas nos idos da
década de 70 do século XX. Além disso,
nesses tempos, para a ditadura do “Estado
Novo” os votos nada contavam já que a vitória estava sempre assegurada pelo partido único. Primeiro a “União Nacional” de
Salazar, depois a “Acção Nacional Popular” de Marcelo Caetano. Por isso, Macau
permanecia como sempre, aliás, última
prioridade do antigo “Império Português
das Descobertas” quanto mais não fosse
pela erosão da História!
Não é portanto de admirar que, no
cômputo dos problemas gerados pela descolonização de regiões tão vastas como Angola e Moçambique, Macau, mais as suas
pequenas ilhas anexas (Taipa e Coloane
que na altura nem para Macau contavam
coisa que se visse, já que nas ilhas a população era demasiadamente diminuta para
mal conter um freguesia e meia), perma-
pág 12 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
necesse durante algum tempo na gaveta mente a Timor. Os esclarecimentos, porém,
dos assuntos pendentes da “Revolução de não produziram efeitos, nem imediatos
Abril”, protelando-se até à eventual che- nem seguros. Garcia Leandro, que acomgada de representantes oficiais do Gover- panharia o Ministro no seu périplo orienno de Lisboa que trouxessem indicações tal, refere mesmo ter encontrado em Macau
claras sobre o que iria acontecer, facto que “um grande receio. Era como se para a populaparece ter contribuído para fazer aumen- ção local o 25 de Abril tivesse aberto uma grande
tar o “stress” local (Stress: - vocábulo novo porta para lá da qual era a mais completa escucom que a psiquiatria moderna elidiu o ridão”.
nervoso e a histeria antigos).
Garcia Leandro, oficial ligado ao MoIsto tanto mais que a República Po- vimento das Forças Armadas (MFA) e despular da China (RPC), do mesmo modo, de o início vocacionado para os assuntos de
parecia não ter pressa em dar qualquer Macau e Timor, manteve-se no Território alindicação das suas intenções sobre o futu- gum tempo auscultando a população sobre
ro do território português (se não o tinha o perfil do novo governador que deveria
dado nos trezentos, ou quatrocentos anos substituir Nobre de Carvalho, sobre o qual
anteriores que urgência teria em fazê-lo Almeida Santos, perante o “Teatro Diocesaagora?...). Mas, nesse tempo a urgência de no” repleto, teceria “rasgados” elogios que
um sinal claro sentia-se profundamente terão calado fundo nalguns corações, mas
não só entre portugueses, mas com igual não nos da maioria.
intensidade entre chineses também.
Pouco depois, Garcia Leandro regresEsse vazio de respostas a interroga- saria a Portugal, apenas para voltar, mais
ções prementes levou o governador Nobre tarde e dessa vez graduado em major a fim
de Carvalho a enviar a Lisboa o seu chefe de ocupar o assento vago do Palácio da
de Gabinete (Lajes Ribeiro) que manteve Praia Grande com a partida do velho geneum encontro com o Ministro da Coorde- ral retirado.
nação Interterritorial (Almeida Santos) e
Tanto para os democratas como para
trouxe boas notícias: - “Vim de lá com uma os conservadores, as notícias da eclosão do
certa tranquilidade porque senti que o Ministé- 25 de Abril de 1974 causaram generalizada
rio estava a encarar o Governo de Macau com satisfação.
muito realismo, com muito pragmatismo e foi
Para os primeiros abria-se uma nova
quando ele (Almeida Santos) anunciou que vi- era de liberdade. Para os outros a possibiria a Timor e a Macau”.
lidade de conseguir a tão almejada autonoMas a boa impressão trazida por mia ansiada desde os idos da revolução de
Lajes Ribeiro, não parecia capaz de apa- 1822. No entanto, passada a euforia inicial,
ziguar receios. Por isso, quando é final- uma parte da população, incluindo a comente anunciada oficialmente a deslo- munidade chinesa temeu (como disse ancação de Almeida Santos para tratar da tes) pelo futuro.
descolonização extremo-oriental, a notícia
A descolonização tomava prioridade
é recebida com certo cepticismo, para não em todas as agendas do Portugal polítidizer mesmo pânico, principalmente entre co e revolucionário e nenhuma indicação
a população chinesa, já que se registaram chegava que permitisse claramente deprenessa altura corridas aos bancos e a toda ender que Macau seria tratada de maneira
poderosa Associação Comercial pareceu diferente de Angola, Moçambique, Guiné,
pela primeira vez titubeante.
Timor, Cabo Verde, ou S. Tomé e Príncipe.
Negócios eminentes e apalavrados foÉ neste contexto de reserva generaliram desfeitos de um momento para o ou- zada que o Ministro da Coordenação Intertro; projectos de investimento de grande territorial do primeiro Governo Provisório
envergadura congelados pelos seus pro- (Almeida Santos) efectua a referida deslomotores e até pequenos construtores civis cação ao Oriente.
deixaram a meio a erecção de edifícios nas
Uma deslocação vista com ansiedade
avenidas Novas (Horta e Costa e Ouvidor
Arriaga) e também,
na frontaria principal
da Praia Grande, esperando que a situação se clarificasse.
A pataca sem
o aval do “Império
Português” que patentemente se esboroava com a revolução
poderia passar a valer zero e, por isso, o
povo reagiu acorrendo às caixas bancárias
para levantar as suas
economias antes que
fosse tarde.
O que é que iria
dizer Almeida Santos quando chegasse?
Ninguém sabia!...
Tentando desdramatizar a situação,
o Governo Português
esclarece que o termo “descolonização”
contido no dossier do
(....) “Macau com os seus 16 quilómetros
Ministério da Coordequadrados de perímetro (...) perfilava-se
nação Inter-territorial
se referia exclusivanegligenciável na geoestratégia de Portugal” (...)
(....) “Nobre de Carvalho teria ainda ensejo de concluir da
melhor maneira o seu atribulado mandato inaugurando
em 5 de Outubro de 1974 (simbólico acto que coincidiu
com a comemoração dos 64 anos da implantação da
República Portuguesa) a nova e primeira ponte entre
Macau e a Taipa que receberia o seu nome” (...)
por Macau (como se disse antes), mas
principalmente pela vizinha colónia inglesa de Hong Kong, onde o Governador
Lord Crawford Murray MacLehose (preocupado) enviou insistentes telegramas
a Almeida Santos para se encontrar com
ele antes de embarcar no “hidrofoyl”
(“hidrofoyls” eram os navios rápidos
que antecederam os “jetfoils” ainda mais
rápidos dos dias de hoje, que faziam a
carreira entre Macau e Hong Kong e viceversa) para Macau.
Almeida Santos encontrou-se de facto com o governador britânico antes de
chegar a Macau e procurou descansá-lo,
ainda que não se saiba se inteiramente o
conseguiu.
Foi em razão dos receios crescentes
que o “Foreign Office” fazia sentir que
Almeida Santos, depois de ter estado em
Timor entendeu ser indispensável passar
por Macau, ainda que aqui pensasse ir
tratar de um problema menor e mais fácil
de resolver do que o da Insulíndia. Mas
não foi assim. Quando chegou constatou
que as informações que possuía não seriam exactamente as que esperava:
“Quando cheguei havia uma grande
ansiedade de facto. A pataca tinha baixado
de cotação e as pessoas estavam preocupadas.
Qual vai ser o futuro de Macau? E eu pude
fazer uma comunicação pública num teatro
da cidade em que afirmei: Macau é uma jóia
rara. É um caso especial, para nós não é uma
colónia. Para Macau não se põe o problema
de nenhum processo de descolonização. Isso
aquietou os ânimos.
No dia seguinte a cidade era outra e eu
fiquei muito feliz por ter contribuído para desfazer essa ansiedade”.
Nesse intróito (dramático, pode
dizer-se), Nobre de Carvalho teria ainda
ensejo de concluir da melhor maneira o
seu atribulado mandato inaugurando em
5 de Outubro de 1974 (simbólico acto que
coincidiu com a comemoração dos 64
anos da implantação da República Portuguesa) a nova e primeira ponte entre Macau e a Taipa que receberia o seu nome.
Cinco dias depois partia para Lisboa
convencido de que Macau não viria a beneficiar muito com o 25 de Abril.
– “Viria a beneficiar sim, de uma maior
(...) “Apesar das divergências de pontos de vista é hoje unânime que mais do que qualquer outro anseio, o 25 de Abril trouxe
para Macau, acima de tudo, uma autonomia que tardava pelo menos desde que os liberais de 1822 tinham fracassado na
sua tentativa de se eximir à obediência de Goa e governarem-se a si próprios quase duzentos anos antes” (...)
representatividade dada à população nos órgãos do governo próprio do Território e nas
autarquias. Isso impunha-se e principalmente
aquilo que eu nunca tive, que era ter maior
liberdade de acção, não estar piado como sempre estive em consequência das leis que então
estavam em vigor, pelo Terreiro do Paço, digamos, por Lisboa”.
Uma opinião subscrita também por
Garcia Leandro que sublinha: “A primeira
impressão com que fiquei foi que o território
teria grandes possibilidades de desenvolvimento, estava numa área económica muito
importante, mas devido ao sistema político
que existia então se encontrava atrofiado”.
Depois da partida de Nobre de Car-
valho, o inevitável processo de adaptação às novas condições levantou ainda
mais a agitação. Uma agitação centrada
quase exclusivamente na comunidade
portuguesa civil e militar. Quanto à liderança da comunidade chinesa perante a
“Revolução Cultural” “rampante” tinha
muitas outras coisas políticas, financeiras
e económicas, com que se preocupar.
Nos meses seguintes acentuaramse clivagens e divergências, a polémica redobrou nos jornais e os comícios
inflamaram-se mais ainda, culminando
num período que registou algumas semelhanças, ainda que de escala bem diferente, com o que ficou conhecido em
Portugal por “Verão Quente de 1975”.
Todavia, apesar das divergências
de pontos de vista é hoje unânime que
mais do que qualquer outro anseio, o 25
de Abril trouxe para Macau, acima de
tudo, uma autonomia que tardava pelo
menos desde que os liberais de 1822
tinham fracassado na sua tentativa de
se eximir à obediência de Goa e governarem-se a si próprios quase duzentos
anos antes.
A história repete-se e irá com certeza
repetir-se. É pena que as gerações por vezes teimem em esquecer-se da história.
*Jornalista. Investigador.
jornal tribuna de macau terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 13
ESCRITOR LANÇA CAMPANHA PARA SHYAMALAN ESTUDAR. O escritor
Chris Baker e dois amigos publicitários lançaram uma campanha
online nos EUA para o que o realizador M. Night Shyamalan volte
a estudar cinema. O motivo da campanha seria “a significativa
queda na qualidade dos seus filmes”, após “O Sexto Sentido”.
lazer
KATE BUSH PODE VOLTAR AOS PALCOS. Kate Bush assumiu
ter vontade de voltar aos palcos. 32 anos depois da
primeira e última digressão, a artista pensa regressar
aos concertos “antes que seja demasiado tarde”. A 16 de
Maio, é editado “Director’s Cut”, com material regravado.
Black Eyed Peas
preparam novo álbum
Apesar do álbum
“The Beggining” ter
saído em Dezembro,
os Black Eyed Peas
já preparam um novo.
Will.i.Am confidenciou
à revista “Us” que
o processo está no
início. “O comboio já
está em andamento!”,
assumiu
entusiasmado. No
entanto, “não é de
esperar que tão cedo
esteja concluído”,
explicou ainda o
cérebro da banda. Os Black Eyed Peas vão também abrir uma
academia de música em Nova Iorque.
Lady Gaga diz que não é
“plagiadora, mas “esperta”
Catherine Zeta-Jones
irá participar em musical
A actriz Catherine Zeta-Jones, que recentemente admitiu que foi
internada num centro psiquiátrico para tratar um transtorno bipolar,
estará no novo filme de Tom Cruise, o musical “Rock of Ages”, adiantou
a revista “The Hollywood Repórter”. A galesa interpretará a vilã do filme.
A filmagem de “Rock of Ages” contará, com Tom Cruise, Russell Brand,
Alec Baldwin, Mary J. Blige, Paul Giamatti e Julianne Hough. O filme
conta a história de uma jovem na busca de um sonho (Julianne Hough)
que chega a Hollywood nos anos 80.
Gisele posará
em montra
no Brasil
A modelo Gisele Bündchen
vai estar numa montra à
vista do público durante dez
minutos no próximo dia 28,
no Brasil, para apresentar
a nova colecção da marca
de roupa para que trabalha.
Os transeuntes poderão
observar de perto a modelo
numa montra do centro
comercial Iguatemi, em São
Paulo. A montra vai exibir
um ambiente semelhante
ao guarda-roupa da
supermodelo, uma vez que
a colecção é inspirada na
roupa de Bündchen.
As semelhanças entre “Born This
Way” e “Express Yourself”, de
Madonna, levaram Lady Gaga
a irritar-se. “Se compararem as
músicas, vão perceber que a
semelhança reside apenas nas
progressões de acordes, que são as
mesmas existentes no disco sound
desde há 50 anos”, comentou Lady
Gaga. “Só porque sou a primeira
cantora a colocá-la no top, não
significa que sou plagiadora, significa
que eu sou esperta”, acrescentou
Gaga classificou todos aqueles que
têm associado “Born This Way” a
“Express Yourself” como “retardados”.
TDM
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The Ghost Writer
Alice In Wonderland
The Men Who Stare At Goats
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• Pátios Antigos no Mapa Turístico - 390
• Gastronomia e Teatro macaense - 500
• Homenagem a Francisco Figueira - 731
pág 14 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
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Alaska State Troopers
Seconds From Disaster
52 Animal Planet
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Crime Scene Wild
Animal Cops Miami
Into The Pride
Night - Red Wolves
Snake Crusader
With Bruce George
Caught In The Moment
Animal Cops South Africa
The Most Extreme
Crime Scene Wild
Into The Pride
Night - Bats
Snake Crusader
With Bruce George
Caught In The Moment
Crime Scene Wild
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Child Genius
Julia’s Story
Airline USA
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Bob Geldof
Kate Middleton
TV-Ography
Sell This House
Rescue Mediums
Celebrity Ghost Stories
John Travolta
Shatner’s Raw Nerve
Kirstie Alley’s Big Life
Private Chefs Of Beverly Hills
Build A New Life In The Country
63 Star World
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Cougar Town
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True Beauty
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How I Met Your Mother
Desperate Housewives
Castle
Australia’s Next Top Model
Melissa & Joey
Melissa & Joey
Junior MasterChef Australia
Parenthood
Glee
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True Beauty
Junior MasterChef Australia
Parenthood
Ancient Discoveries
Shockwave
Pawn Stars
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American Pickers
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VAT 69
Shootout!
Greatest Tank Battles
Weapons Races
The Siege Of Beijing
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Um filme de: Daniel Barnz. Com: Vanessa Hudgens, Alex Pettyfer.
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Cineteatro Sala 2 Red riding hood
Um filme de: Catherine Harwicke. Com: Amanda Seyfried, Billy Burke
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Cineteatro Sala 3 RIO
Um filme de: Carlos Saldanha.
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Torre de macau Sucker Punch
Um filme de: Zack Snyder. Com: Emily Browning, Abbie Cornish.
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Clube
Militar
de Macau
Avenida da Praia
Grande, 975, Macau
Tel: 28714000
Telefones Úteis
Número de Socorro
Bombeiros
PJ (Linha aberta)
PJ (Piquete)
PSP
Serviços de Alfândega
Centro Hospitalar Conde S. Januário
Hospital Kiang Wu
CCAC
IACM
DST
Aeroporto
Táxi (Amarelo)
Táxi (Preto)
Água - Avarias
Telecomunicações - Avarias
Electricidade - Avarias
Directel
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Telejornal Madeira
Magazine Canadá Contacto
Memórias De Mim Mesmo
Bom Dia Portugal
Quem Quer Ser Milionário
O Olhar Da Serpente
A Alma E A Gente
Maior Que O Pensamento
Jornal Da Tarde
O Preço Certo
Magazine Canadá Contacto
Salvador
Portugal No Coração
Portugal Em Directo
999
28 572 222
993
28 557 775
28 573 333
28 559 944
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28 371 333
28 326 300
28 387 333
28 882 184
59 888 88
28 519 519
28 939 939
2990 992
1000
28 339 922
28 517 520
28 568 333
anima
Sociedade
Protectora
Sociedade
dos
Animais
Sociedade
Protectora
de Macau
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dos Animais
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Canadian Health Clinic
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Direcção dos Serviços de Turismo
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A Páscoa em Macau
Tribuna TV
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A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público
que, de acordo com o Despacho de 23 de Março de 2011 de Sua Excelência o Senhor Secretário para
os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para adjudicação da prestação do
serviço de “aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 23.º Concurso Internacional de
Fogo de Artifício de Macau”,
O Processo do Concurso, incluindo o Programa do Concurso, o Caderno de Encargos
Caracterização, encontra-se patente na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau,
Dr. Carlos d’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar, onde decorrerá o
concurso. Nos dias úteis e durante o horário normal de expediente pode ser examinado o
Concurso até ao dia e hora do acto público do concurso, e levantadas cópias até ao termo
apresentaçao das propostas.
e Mapa de
na Alameda
processo de
Processo do
do prazo de
Preço base: não há.
Critérios de apreciação das propostas:
- Preço 30%
- Qualidade e valia técnica da proposta 20%
- Experiência e competência técnica do concorrente 20%
- Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20%
- Maior flexibilidade dos prazos 10%
Caução provisória:
MOP20.000,00 (vinte mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito em dinheiro,
efectuado directamente na Direcção dos Serviços de Turismo, ou para o Banco Nacional Ultramarino de
Macau através de depósito à ordem do Fundo de Turismo na conta número: “8003911119”.
Caução definniva: 4% do preço total da adjudicação.
Local, dia e hora limite de apresentação de propostas:
Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.ºs 335-341,
Edifício “Hotline”, 12.º andar até às 17:00 horas do dia 5 de Maio de 2011 devendo ser redigidas
numa das línguas oficiais da RAEM ou em inglês.
Local, dia e hora do acto público do concurso:
Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção,
n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º andar pelas 10:00 horas do dia 6 de Maio de 2011.
Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público do concurso para
efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos
documentos apresentados ao concurso, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de
Julho.
Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Abril de 2011.
Director dos Serviços,
João Manuel Costa Antunes
General Practice,
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For Appointment
Tel: 28335035 Fax: 28335036
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toFriday:
Friday:9:30
9:30
- 1:00
3:00
pmpm
- 7:30 pm
Monday to
amam
- 1:00
pm / pm
2:30/pm
- 6:30
Saturday: 9:30
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Saturday:
9:30am
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Av. Almeida Ribeiro, Nº 99, Edifício Comercial Nam Wah, 6º andar, Sala 608, Macau
Dr. Isabel Wu is the only specialist in Children
dentistry in Macau, a registered dentist in Hong Kong
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Dr. Valentina Lopes is a registered dental surgeon in
Portugal and got a Master Degree in Hong Kong.
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Tel: 28373266 Fax: 28356483
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Sun: 10:30am - 2:00pm
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Avenida da Praia Grande, Nº 665, Edifício Great Will, 2º Andar A
jornal tribuna de macau terça-feira, 26 de abril de 2011 pág 15
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Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau Caixa Postal (P.O. Box): 3003
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última
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NA CHINA, QUEM CASA... QUER CASA!
Steve Wynn prepara casamento “real”
No meio de um boom imobiliário, sondagem indica que
70% das mulheres chinesas só se casam com quem tiver,
pelo menos, uma casa, salienta o “New York Times”. Em
peça assinada por Andrew Jacobs conta-se a história de
Lin Wang, que no chamado “reino dos solteiros” parecia
ter muito a seu favor. Profissionalmente é vendedor de
seguros de 28 anos de idade, com diploma universitário,
dentes impecavelmente brancos, uma voz tolerável no karaoké e um Nissan, de assentos azuis e três anos de idade. “Os meus amigos dizem-se que sou bem
bonito”, disse recentemente, mexendo nas chaves do carro como se fossem um talismã. Salienta o
jornalista que pelos padrões exigentes de algumas mulheres solteiras chinesas, Wang não tem um
atributo fundamental: uma casa própria. Como até mesmo um apartamento apertado de dois quartos na periferia da capital chinesa é vendido por cerca de 150 mil dólares americanos, o salário de 900
USD que Wang recebe mensalmente parece ser uma condenação perpétua ao aluguer. Por isso, meia
dúzia de mulheres recusou ter um segundo encontro com Wang depois de saber que não tem meios
para comprar uma casa. “Às vezes pergunto-me se algum dia irei encontrar uma esposa”, disse
Wang, que vive com os pais, operários aposentados. “Sinto-me um perdedor”. O implacável boom
imobiliário da China fez, nos últimos cinco anos, disparar até 140% o preço dos imóveis no país, e
até 800% em Pequim. Os compradores da classe trabalhadora ficaram fora do mercado, enquanto
cerca de 65 mil apartamentos em todo o país, comprados como investimento, permanecem vazios.
Embora seja difícil medir o celibato involuntário, mais de 70% das mulheres solteiras afirmaram
numa recente sondagem que só casariam se o futuro marido tivesse casa própria. Cerca de 50% disseram que as considerações financeiras são mais importantes do que qualquer outro quesito. Não
surpreendentemente, 54% dos homens solteiros disseram que a beleza vem em primeiro lugar de
acordo com a pesquisa, que entrevistou 32 mil pessoas e foi realizada por duas associações. Estatisticamente, as mulheres decidem. Dado o desequilíbrio de género da China, consequência de uma
preferência cultural por meninos e rígidas políticas de planeamento familiar, cerca de 24 milhões de
homens podem ser celibatários perpétuos até 2020, segundo a sondagem.
Steve Wynn, de 69 anos, vai dar novamente
o nó em Las Vegas e está a providenciar tudo
para que o evento não seja ofuscado pelo
casamento real no Reino Unido. O magnata
casa-se no próximo fim-de-semana com a britânica Andrea Hissom, no resort Encore, e os
pomposos arranjos já levaram vários “media”
a destacar o “casamento real americano”. Na
sexta-feira - dia do casamento do príncipe
William e Kate Middleton, em Londres - os convidados de Wynn serão
levados para uma “white party” na piscina e no dia seguinte decorrerá a grande cerimónia celebrativa, projectada pelo realizador do filme
“High School Musical”, Kenny Ortega. O magnata também quer fazer
negócio com o seu casamento e, por isso, entre os convidados estará
um grupo de grandes apostadores, que poderá tornar numa pechincha
o milhão de dólares gasto no casamento. Estarão presentes celebridades como Garth Brooks, Donald Trump, Brett Ratner, Sylvester Stallone, Celine Dion e Hugh Jackman, entre outros. O casamento coincide
igualmente com o aniversário da ex-mulher do patrão da Wynn Resorts, Elaine, que é um dos principais accionistas da empresa.
CRITICADO AFASTAMENTO DE TEIXEIRA DOS SANTOS
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na TVI que “a pega entre Sócrates
e Teixeira dos Santos foi um erro de Sócrates”. “Foi má a forma como
isto foi conduzido”, defendeu na TVI o professor, que considerou que
este episódio poderá ter sido favorável ao PSD. Mas, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, houve outros dois. Um deles está relacionado com
esta “pega”. “O episódio de Teixeira dos Santos acentuou a imagem
de arrogância de Sócrates”, disse. Finalmente, o professor considerou
que a entrevista de Mário Soares ao jornal “i” “deu uma ajuda a passos Coelho”. Apesar destas três situações, Marcelo defendeu que a semana que passou “foi má para
o PSD”, devido à polémica com Fernando Nobre e a “uma série de pegas com o PS”. “Acredito que
tenha sido uma semana de desgaste”, concluiu. No seu habitual comentário no “Jornal Nacional”,
da TVI, Marcelo criticou ainda o facto de os portugueses terem tido tolerância de ponto na quintafeira à tarde. “A troika trabalhava mas Portugal não trabalhava”, comentou, repetindo que a “troika
fez trabalho de casa, ao contrário dos portugueses, que fizeram tolerância de ponto”. O professor
criticou ainda o facto de o PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes se terem recusado a reunir com a
equipa do FMI, BCE e Comissão Europeia. “Acho que fizeram mal. Aquelas organizações são organizações a que Portugal pertence. Não são organizações que apareceram do céu. Penso que foi mau,
foi colocarem-se fora desse comboio. Não foi prova de força, foi prova de fraqueza”, defendeu.
UMA EXPOSIÇÃO PORTUGUESA EM PEQUIM
Batata, milho e outros produtos de consumo diário na Europa vieram de outros continentes durante
a “primeira globalização” económica do mundo, proporcionada pelos descobrimentos portugueses, demonstra a exposição inaugurada ontem numa universidade de Pequim. A troca de plantas
nos séculos XV e XVI “é um dos capítulos menos estudados dos descobrimentos”, mas foi um dos
que teve “reflexos científicos, técnicos, económicos e sociais mais marcados e duradoiros”, realça a
exposição “A Aventura das Plantas”, patente até meados de Maio na Universidade de Economia
e Comércio Internacional (UIBE). Trata-se de uma iniciativa da Secção Cultural da Embaixada de
Portugal na China, em colaboração com o Centro de Estudos Chineses de Pequim da UIBE, uma
universidade fundada em 1951 e que desde o ano lectivo 2009/10 tem também uma Licenciatura
em Português. A exposição – baseada nas investigações do professor José Eduardo Ferrão - conta em
português, chinês e inglês a história de 25 plantas que há cinco séculos atravessaram continentes e
que fazem hoje parte da alimentação global. A “aventura” evocada na UIBE começa na Ásia, a terra
do arroz, do chá, da pimenta e da manga, por exemplo, e termina na Europa, de onde os portugueses levaram as uvas para o resto do mundo. Das Américas vieram nomeadamente a batata, o tabaco,
o cacau e o girassol e África deu ao mundo a palmeira e o café. A inauguração da exposição incluiu
uma palestra do economista Jorge Braga de Macedo, ex-ministro das Finanças e actual presidente
do Instituto de Investigação Cientifica Tropical, que falou sobre a importância do “conhecimento
mútuo” num mundo em que “a riqueza está a mudar de sítio”. “Pela primeira vez na Historia, o
comércio mundial está agora baseado na Ásia”, afirmou. A sessão reuniu dezenas de estudantes e
diplomatas, entre os quais os embaixadores do Brasil, Eslovénia, Espanha e Portugal.
pág 16 terça-feira, 26 de abril de 2011 jornal tribuna de macau
OTELO, afinal, NÃO ESTÁ ARREPENDIDO
O militar de Abril Otelo Saraiva de Carvalho afirmou ontem que, afinal, não está arrependido, mas sim orgulhoso do seu papel
na revolução dos cravos, que considerou “o
mais notável acontecimento da história contemporânea” portuguesa. “O 25 de Abril foi
o mais notável acontecimento mais da história contemporânea. Sou do 25 de Abril um
orgulhoso protagonista”, declarou Otelo
Saraiva de Carvalho à comunicação social,
no Palácio de Belém. “Não há em mim o mínimo arrependimento”,
acrescentou Otelo Saraiva de Carvalho, que falava durante a cerimónia
comemorativa do 25 de Abril de 1974. Em entrevista à Lusa, divulgada
no dia 13 deste mês, o militar que dirigiu as operações do 25 de Abril
manifestou-se desiludido com o curso dos acontecimentos em Portugal nos últimos 37 anos. “Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que
íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito
actualmente, tinha ido para o estrangeiro”, disse, nessa entrevista. Ontem, questionado sobre o motivo pelo qual disse estas palavras, Otelo
desvalorizou-as: “Foi num contexto qualquer, que não me recordo já
qual foi. Dei tantas entrevistas que não me posso recordar”.Ontem, no
jornal “i”, Otelo Saraiva de Carvalho diz que “se o FMI atingir os militares pode criar condições para uma revolta”.
Actores banhados
NA RAEM em água
MINERAL
Macau capta cada vez mais a atenção dos indianos, com o número de
turistas a subir (foram mais 57% em
2010) e a famosa indústria cinematográfica de “Bollywoood” a utilizar
a região como cenário para as suas produções. Foi o que aconteceu com
o filme “Double Dhamaal”, cujo elenco passou por um episódio caricato, que fez notícia nos principais jornais indianos. Segundo o “Times
of Índia”, as estrelas Arshad Warsi, Javed Jaffrey, Riteish Deshmukh e
Ashish Chowdhry filmavam uma cena de acção “junto a um porto”,
que implicava que ficassem submersos em água. Foi então que foram
avisados que a água no local era “infectada”, com os moradores da
zona a contarem que um simples mergulho implicaria vacinação imediata. A solução encontrada passou por reunir uma grande quantidade
de água engarrafada, com a qual a cena foi filmada. Em Junho de 2009,
o nome de Macau entrou pelas casas de milhões de indianos, quando
o território recebeu a décima edição dos prémios da Academia Internacional de Cinema Indiano. Já este ano, decorreu no Venetian a entrega
dos prémios para os melhores programas televisivos indianos.
fecho desta edição jtm - 23:15horas
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