COM QUE REFERÊNCIAS
TRABALHAM OS PROFESSORES
NO CURRÍCULO DO
ENSINO MÉDIO
UM ESTUDO SOBRE O ENSINO
DE GEOGRAFIA NAS ESCOLAS
Fátima Aparecida da Silveira Greco
Conselho Editorial
Av. Carlos Salles Block, 658
Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21
Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100
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Profa. Dra. Andrea Domingues
Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi
Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna
Prof. Dr. Carlos Bauer
Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha
Prof. Dr. Fábio Régio Bento
Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa
Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes
Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira
Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins
Prof. Dr. Romualdo Dias
Profa. Dra. Thelma Lessa
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©2014 Fátima Aparecida da Silveira Greco
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permissão da editora e/ou autor.
G799 Greco, Fátima Aparecida da Silveira.
Com que Referências Trabalham os Professores no Currículo do Ensino
Médio: um estudo sobre o ensino de geografia nas escolas/Fátima Aparecida da Silveira Greco. Jundiaí, Paco Editorial: 2014.
284 p. Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-8148-665-9
1. Ensino de Geografia 2. Currículo escolar 3. Ensino Médio 4. Prática
docente I. Greco, Fátima Aparecida da Silveira
CDD: 370
Índices para catálogo sistemático:
Geografia - Estudo e ensino
Currículo
Geografia
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Foi feito Depósito Legal
910.7
373.19
900
Ao meu marido, João Francisco Natal Greco,
pelo companheirismo desde os anos setenta.
AGRADECIMENTOS
À Professora Dra. Elba Siqueira de Sá Barretto, pela orientação, contribuições e pela paciência com que acompanhou a
trajetória desta pesquisa;
à Professora Dra. Nídia Nacib Pontuschka, pela avaliação e pelos comentários estimulantes no exame da qualificação;
à professora Dra. Núria Cacete pelos diálogos sobre as políticas
educacionais no Brasil que muito contribuem para nossas
analises sobre a trajetória da geografia na educação.
à Professora Dra. Marli André, pelas avaliação e sugestões bibliográficas no exame da qualificação;
às Professoras da Pós-Graduação, Profa. Sonia Penin, Profa.
Sonia Castellar e Profa. Núria Cacete, pelas discussões que me
permitiram ampliar a visão sobre a educação brasileira;
aos colegas da pós, aos amigos e amigas de Uberlândia, da Eseba e da vida ‘uspiana’, aos primos e primas, especialmente pelo
carinho e afetividade que sempre estiveram presentes em nossos
encontros e entre minhas viagens;
à Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia por oportunizar a produção deste conhecimento científico, o qual me possibilitou novas reflexões sobre educação,
escola, ser professor bem como outras maneiras de realizar o
conhecimento escolar;
aos funcionários da Secretaria da pós, pela atenção e presteza no
atendimento;
à Professora Maria Beatriz V. Oliveira, pela revisão acurada do
texto;
ao Professor Luziano, pela disposição em ajudar a organizar o
trabalho;
aos meus filhos pelo carinho e pela compreensão dos meus distanciamentos: Fernando, Alexandre, Guilherme, a Beatriz e Yuri,
ao meu marido, com amor e gratidão;
às professoras que atenciosamente colaboraram e deram atenção
aos meus questionamentos; à direção das escolas, pela recepção
e atenção;
aos alunos e às alunas do passado e do futuro, sem os/as quais
esta pesquisa não teria sentido.
A escola
... descortinar às crianças e adolescentes um mundo-outro,
que nos confronta com o desconhecido pelo ensino das ciências,
da literatura, da história, das artes, da computação, o que nos
permite entender e desafiar nossos limites e nos faz abertos aos
outros e a nós mesmos. Ela poderia nos ajudar a estabelecer uma
relação mais livre com o conhecimento acumulado e a criar um
lugar em que esse conhecimento possa ser reescrito.
... deve oferecer tempo, paciência, lentidão, a possibilidade
da dúvida. Em meio às tensões provocadas pelas aceleradas mudanças contemporâneas, ela pode criar um contexto em que seja
possível “repousar no outro”, em um saber que o outro nos oferece, uma herança acumulada, um espaço em que é permitido
errar e voltar atrás, tentar de novo sem maiores consequências.
... deve nos dar chance de decifrar a experiência comum,
cada vez mais opaca em sua velocidade de renovação. Ela pode
propiciar o contato com as disciplinas cujos modos de abordagem nos auxiliam a construir alguma ordem, algum sentido para
as coisas. Mas é também importante que ela se torne o lugar em
que se constrói o nós, aquele que nos permite participar da construção de uma sociedade em que o que acontece com o outro
nos importa.
Inês Dussel, citada por Elba S. S. Barretto.
XV ENDIPE, BH-MG, 2010, p. 304.
O mundo
A informação mundializada permite a visão, mesmo em flashes, de ocorrências distantes. O conhecimento de outros lugares, mesmo superficial e incompleto, aguça a curiosidade. Ele é
certamente um subproduto de uma informação geral enviesada,
mas, se for ajudado por um conhecimento sistêmico do aconte-
cer global, autoriza a visão da história como uma situação e um
processo, ambos críticos. Depois, o problema crucial é: como
passar de uma situação crítica a uma visão crítica – e, em seguida,
alcançar uma tomada de consciência. Para isso, é fundamental
viver a própria existência como algo unitário e verdadeiro, mas
também como um paradoxo: obedecer para subsistir e resistir
para poder pensar o futuro. Então a existência é produtora de
sua própria pedagogia.
Prof. Milton Santos, Por uma outra globalização.
São Paulo, 2000, p. 116.
Sumário
Lista de Abreviaturas e Siglas........................................................11
CAPÍTULO 1
Introdução........................................................................................15
CAPÍTULO 2
Revisão Bibliográfica e os Referenciais de Análise.....................37
1. Ensino e formação docente no campo da
Geografia.................................................................................40
2. Geografia e as questões de que trata no campo do
currículo..................................................................................47
3. Referenciais de análise sobre currículo e os saberes
docentes.....................................................................................53
CAPÍTULO 3
O currículo escolar e o currículo do corpo docente: o professor,
seu currículo e suas referencias para construir o currículo
escolar................................................................................................83
1. Quem são os professores de Geografia do ensino médio
das Escolas-Referência? Qual a sua formação,o tempo na
carreira e as condições de trabalho?.......................................85
2. O currículo e os materiais de referência utilizados pelo
corpo docente..........................................................................115
3. Fala o professor: o que mais o auxilia no planejamento e
desenvolvimento do currículo..............................................138
4. Fala o professor: o que ocasiona as dificuldades que ele
encontra em sala de aula e o que pode contribuir para
enfrentá-las...............................................................................142
CAPÍTULO 4
Referências para o trabalho docente: formação e experiência,
demandas políticas, condições de trabalho e ambiente de
aprendizagem................................................................................151
1. Os professores e as suas escolas: características............151
2. Análise das Entrevistas......................................................159
CAPÍTULO 5
Uma Síntese dos Achados para Concluir..................................259
Referências.....................................................................................269
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros
CBC – Conteúdos Básicos Comuns da Secretaria do Estado de
Minas Gerais - SEE/MG
CBC – GEOGRAFIA – Proposta Curricular - ensinos fundamental e médio da Secretaria do Estado de Minas Gerais - SEE/
MG
CEB – Conselho de Educação Básica
CESU – Centro de Ensino Supletivo de Uberlândia
DCNEM – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio
ENADE – Exame Nacional de Cursos
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
E-R – Escolas-Referência do Estado de Minas Gerais
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FUMDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação
GDP – Grupo de Desenvolvimento Profissional - Secretaria do
Estado de Minas Gerais - SEE/MG
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
LDB – Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº
9394/96
LDBEN – Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MEC/SEB – Ministério da Educação e Cultura - Secretaria da
Educação Básica
PAAES/UFU – Programa de Ação Afirmativa de Ingresso ao
Ensino Superior - Universidade Federal de Uberlândia – MG
PAAE-SEE/MG – Programa de Avaliação da Aprendizagem
Escolar - Secretaria do Estado de Minas Gerais - SEE/MG
PAIES/UFU – Programa Alternativo de Ingresso ao Ensino
Superior - Universidade Federal de Uberlândia – MG
PAV – Projeto de Aceleração da Aprendizagem – Acelerar para
Vencer - Secretaria do Estado de Minas Gerais - SEE/MG
PCN + do Ensino Médio – Parâmetros Curriculares do Ensino Médio
PCN 1ª a 4ª séries – Parâmetros Curriculares Nacionais – Séries
Iniciais
PCN de 5ª a 8ª série – Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Fundamental
PCNEM – Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio
PDE - Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação - Secretaria do Estado de Minas Gerais – SEE/MG
PDP - Programa de Desenvolvimento Profissional de Educadores da Secretaria do Estado de Minas Gerais – SEE/MG
PDPI - Plano de Desenvolvimento Pedagógico e Institucional
da Secretaria do Estado de Minas Gerais – SEE/MG
PEP – Programa de Educação Profissional da Secretaria do Estado de Minas Gerais – SEE/MG
Peas Juventude SEE- MG – Programa Educacional de Atenção ao Jovem - Secretaria do Estado de Minas Gerais - SEE/
MG
PEAS – Programa de Educação Afetivo-Sexual - Secretaria do
Estado de Minas Gerais - SEE/MG
PNDE – Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação
PNLD – Plano Nacional de Livros Didáticos
PNLEM – Programa Nacional do Livro do Ensino Médio
PROALFA/SEE/MG – Programa de Avaliação da Alfabetização da Secretaria do Estado de Minas Gerais - SEE/MG
PROEB/SEE/MG – Programa de Avaliação da Rede Pública
da Educação Básica da Secretaria do Estado de Minas Gerais SEE/MG
PROEP – Programa de Extensão da Educação Profissional
RCN - EI – Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
SEE/MG – Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem e Comercio
SESI – Serviço Social da Indústria
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SRE – Superintendência Regional de Ensino do Estado de Minas Gerais - SEE/MG
Simave – Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública MG
SiSU/MEC – Sistema Único de Seleção
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UFU – Universidade Federal de Uberlândia
CAPÍTULO 1
Introdução
Historicamente o ensino médio brasileiro tem sido uma etapa da escolaridade que acumula as funções propedêuticas e de
terminalidade.
Pela Constituição Federal de 1988, o ensino médio se incorporou à educação básica, passando a ser a sua terceira e última etapa
e, pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
Lei nº 9394/96, tem a finalidade de consolidar os conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitar o prosseguimento
dos estudos, preparar para o trabalho e para a cidadania, aprimorar
o educando e levá-lo a compreender os fundamentos científico-tecnológicos de cada disciplina escolar (Art. 35).
De desenvolvimento tardio, uma vez que atendia até 1990
uma parcela muito restrita da população, o ensino médio conheceu grande expansão de matrículas no final do século XX e
início dos anos 2000, quando passou a abrigar um alunado procedente de maior espectro social que, em períodos anteriores,
sequer conseguia concluir o ensino fundamental.
Pela Lei 9394/96, os objetivos maiores do ensino médio
incluem-se nos da educação básica, quais sejam:
Art. 22 - A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (Seção I do Capítulo II - Da Educação Básica, Das
Disposições Gerais). [grifos nossos]
Para assegurar essa formação, a Lei assim dispõe sobre o
currículo do ensino médio:
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