REDAÇÃO
Profs. Edwiges / Murilo / Virgínia
PRATIQUE REDAÇÃO 4
Texto I
Montagem crítica em relação aos símbolos religiosos em repartições públicas.
(Oxossi: orixá da Umbanda; simboliza caça e fartura.)
Texto II
Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo por querer retirar
os símbolos religiosos das repartições públicas. Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou
aquela religião.
A Cruz deve ser retirada! Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos
direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas.
Não quero ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.
Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quarteis, onde os pequenos são constrangidos
e torturados.
Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem
sem atendimento.
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política
brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.
Frade Demetrius dos Santos Silva – São Paulo/SP (Adaptado)
Texto III
Há algum tempo, a política brasileira tem sido periodicamente chantageada pela questão do aborto.
Tal chantagem demonstra a força de certos grupos religiosos na determinação do ordenamento jurídico
brasileiro, o que evidencia como a separação entre Igreja e Estado está longe de ser uma realidade efetiva
entre nós. Uma das expressões mais claras dessa força encontra-se no fato de mesmo os defensores do
aborto não terem coragem de dizer isso com todas as letras. [...]
Talvez tenha chegado o momento de dizermos: somos sim absolutamente a favor do aborto. Há
aqui uma razão fundamental: não há Estado que tenha o direito de legislar sobre o uso que uma mulher
deve fazer de seu próprio corpo. É estranho ver algumas peculiaridades brasileiras. Por exemplo, o Brasil
deve ser um dos poucos países onde os autoproclamados liberais e defensores da liberdade do indivíduo
acham normal que o Estado se arrogue o direito de intervir em questões vinculadas à maneira como uma
mulher dispõe de seu próprio corpo. [...]
não deixa de ser irônico notar como alguns setores do cristianismo, como o catolicismo e algumas
seitas pentecostais, parecem muito mais preocupados com o corpo de seus fiéis que com sua alma. Daí a
maneira como transformaram, a despeito de outros segmentos do cristianismo, problemas como o aborto, a
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sexualidade e o casamento homossexual em verdadeiros objetos de cruzadas. Talvez seria interessante
lembrar: mesmo entre os cristão tais ideias são controversas. Os anglicanos não veem o aborto como um
pecado e mesmo entre os luteranos, embora se digam contrários, ninguém pensaria em excomungar uma
fiel por ela ter decido fazer um aborto.
Vladimir Safatle. Carta Capital. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/claramente-a-favordo-aborto/
Com base nos textos acima e nos conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação,
produza um texto dissertativo-argumentativo em, no máximo, 30 linhas sobre o seguinte tema:
A influência religiosa na sociedade brasileira.
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