Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce
Avaliação de
Conhecimentos sobre
Pediculose
Lousã, Maio de 2011
Estudo efetuado no âmbito do Programa de Saúde Escolar da UCC Arouce.
Autores do estudo:
Equipa de Saúde Escolar
Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
UCC Arouce
Avaliação de
Conhecimentos
sobre
Pediculose
Avaliação de Conhecimentos
dos Educadores de Infância e
Professores do 1º e 2º Ciclo
do EB
UCC Arouce
Lousã, Maio
Página 1 de 2011
Enf. Amélia Lopes
Enf. Anabela Girão
Enf. Cristiano Gonçalves
Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
UCC Arouce
RESUMO
O piolho da cabeça (Pediculus Capitis) é atualmente considerado um problema
mundial não estando relacionado com fatores económicos (classes desfavorecidas),
falta de higiene, desmazelo. A prevalência deste problema de saúde pública é elevada
na idade escolar entre os três e os doze anos. Quando uma criança “apanha” piolhos,
tem um sentimento de vergonha, deixa de ir à escola comprometendo o rendimento
escolar devido à diminuição da autoestima, e também as suas atividades diárias –
raramente é encaminhada para cuidados médicos. Geralmente para o controle, as
famílias utilizam substâncias tóxicas na cabeça das crianças; acreditam que os piolhos
podem transmitir doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar conhecimentos,
práticas e atitudes dos educadores de infância e dos professores do 1º e 2º ciclo do
ensino básico das escolas do Concelho da Lousã, relativamente à pediculose. Esta
análise ocorreu através de um questionário constituído de 10 perguntas abertas e 14
fechadas (de concordo plenamente a discordo em absoluto) permitindo avaliar os seus
conhecimentos sobre diagnóstico, prevenção, tratamento e transmissão do piolho da
cabeça. Este trabalho foi realizado em doze Jardins-de-Infância (23 educadores) e
vinte e três escolas do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico (82 professores). Todos os
dados foram introduzidos no programa SPSS

Versão 17.0 e as análises foram
realizadas com base na estatística descritiva, não paramétrica, e por tabelas de
frequência. A análise estatística dos dados obtidos mostrou como resultados mais
pertinentes que 95,2% dos educadores/professores falam sobre piolhos na sala de
aula, sendo que destes, apenas 1,9% falam sempre e 60,0% falam de vez em quando;
apenas um educador de infância proíbe o aluno infestado com piolhos de frequentar
as aulas e 5,7% não utilizariam o pente-fino, 29,1% acreditam que há maior incidência
de piolhos em todas as estações e 30,1% não sabe; 67,3% avisam aos pais e indicam
algum tipo de tratamento, sendo que 90,3% dos profissionais utilizariam tratamento
químico, e destes 44,2% associavam a este tratamento a utilização de pente fino.
Estas escolas não têm um responsável para diagnosticar e tratar piolhos segundo
71,8% dos profissionais inquiridos, sendo o diagnóstico efetuado pela presença de
piolhos, lêndeas e comichão (52,3%) na cabeça das crianças; para 25,7% dos
profissionais, a incidência de piolhos é em todas as crianças. Por outro lado, a grande
maioria deles, afirmou não ser importante ensinar sobre piolho e que o ensino não
contribui para a diminuição da infestação entre os alunos. A partir desta avaliação
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pudemos sugerir projetos de formação continuada em pediculose para que este tema
seja trabalho no programa curricular ao longo do ano letivo e ocorra o controlo destas
infestações.
Palavras-chave: avaliação de conhecimentos de educadores/professores, piolho da
cabeça, educação em saúde, questionário.
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ABSTRACT
The head louse (Pediculus capitis) it is now considered a global problem, not related to
economic factors (underprivileged classes), lack of hygiene, carelessness. The prevalence
of this public health problem is high in school age between three and twelve years. When a
child "catches" head lice, has a sense of shame, stops going to school compromising
academic performance due to reduced self-esteem, and also their daily activities; this
problem is rarely referred for medical care. Usually, for the control, families use toxic
substances in children’s head, believing that lice can transmit diseases. The aim of this
study was to assess knowledge, attitudes and practices of kinder gardens teachers and
teachers of the 1st and 2nd cycle of basic education schools in the municipality of Lousã,
for the lice. This analysis took place through a questionnaire consisting of 10 open
questions and 14 closed (strongly agree to strongly disagree with) allowing assess their
knowledge about diagnosis, prevention, treatment and transmission of head lice. This work
was carried out in twelve kinder gardens (23 educators) and thirteen schools from the 1st
and 2nd cycle of basic education (82 teachers). All data were entered using SPSS Version
17.0® and analysis was based on descriptive statistics, nonparametric and by frequency
tables. Statistical analysis of data obtained showed, has most relevant results, 95.2% of
kinder gardens teachers/teachers talk about lice in the classroom, and of these, only 1.9%
always speak , and 60.0% speak from time to time; only a kindergarten teacher forbids
students infested with lice attend classes, and 5.7% would not use the fine-toothed comb;
29.1% believe there is a higher incidence of head lice in all seasons and 30.1% do not
know; 67.3% warn parents and indicate some type of treatment, and 90.3% of
professionals would use chemical treatment, and of these 44.2% associated with this
treatment using fine-toothed comb. These schools do not have a person witch is
responsible to diagnose and treat head lice in the opinion of 71.8% of the professionals
surveyed, the diagnosis being made by the presence of lice, nits and itching (52.3%) in the
heads of children, to 25.7% of professionals the incidence of lice is in all children.
Moreover, the vast majority of them said it was not important to teach about lice and that
education cannot provide reduction of infestation among the students. From this
assessment, we suggest continuing education projects in pediculosis, and that this issue
should be worked in the curriculum throughout the school year, due to control the
occurrence of these infestations.
Keywords: assessment of knowledge of educators / teachers, head lice, health education
questionnaire.
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição dos professores/educadores por anos de experiência (%)..... 16
Tabela 2 – Distribuição dos procedimentos adotados por categoria profissional (%) .. 16
Tabela 3 – Distribuição por categoria profissional da frequência que falam sobre
piolhos aos alunos ...................................................................................................... 17
Tabela 4 – Distribuição do diagnóstico de pediculose por categoria profissional (%) .. 18
Tabela 5 – Tratamentos da pediculose mais indicados pelos profissionais (%) .......... 19
Tabela 6 – Distribuição dos profissionais por experiência profissional acerca do
procedimento adotado quando há alunos com piolhos na escola. .............................. 20
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ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição dos profissionais por estação do ano em que há maior
ocorrência de pediculose (%)...................................................................................... 17
Gráfico 2 – Distribuição dos métodos de diagnóstico de pediculose mais utilizados
pelos profissionais (%) ................................................................................................ 18
Gráfico 3 – Distribuição dos profissionais por tempo de serviço que fazem diagnóstico
de pediculose aos alunos ........................................................................................... 21
Gráfico 4 – Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e método de
diagnóstico de pediculose........................................................................................... 22
Gráfico 5 - Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e tipo de alunos com
maior incidência de piolhos (%) .................................................................................. 23
Gráfico 6 – Distribuição dos profissionais por tipo de tratamento aconselhado e anos
de experiência profissional ......................................................................................... 24
Gráfico 7 – Distribuição dos profissionais com 17 ou mais anos de experiência por
outros aconselhamentos ............................................................................................. 24
Gráfico 8 – Distribuição dos profissionais relativamente às questões fechadas (%) ... 25
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Percentagem de profissionais que referem que os pais reclamam ser a escola a
principal fonte de contágio de piolhos nos seus filhos ................................................................ 19
Quadro 2 – Estação do ano com maior incidência de piolhos por anos de experiência (%) .... 20
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SIGLAS E ABREVIATURAS
1º CEB – 1º Ciclo do Ensino Básico
2º CEB – 2º Ciclo do Ensino Básico
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10
1.
METODOLOGIA ................................................................................................. 15
2.
RESULTADOS .................................................................................................... 16
2.1.
QUESTÕES ABERTAS ................................................................................ 16
2.2.
QUESTÕES ABERTAS/EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL ............................ 19
2.3.
QUESTÕES FECHADAS ............................................................................. 25
3.
DISCUSSÃO ....................................................................................................... 27
4.
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 33
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 35
ANEXOS
ANEXO 1 – Questionário de Conhecimentos Sobre Pediculose ............................. 42
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INTRODUÇÃO
O piolho da cabeça, Pediculus capitis, convive com a espécie humana há vários
séculos. Duas espécies de piolhos são encontradas em humanos, o Pediculus
humanus Linnaeus – piolho do corpo e o Pediculus capitis De Geer – o piolho da
cabeça (LINARDI et al., 1998). Existem relatos de pentes com mais de 2 mil anos
encontrados com este parasita (MUMCUOGLU e ZIAS, 1988). REINHARD e
BUIKSTRA (2003) efetuaram estudos no Perú onde encontraram múmias, com idade
de 1000-1250 DC, infestadas com Pediculus humanus. Piolhos preservados têm sido
encontrados em fios de cabelo de múmias do Egito há 5000 anos (CANYON et al.,
2002). Recentemente, Araújo et al. (2000) encontraram ovos de Pediculus capitis em
múmias no Piauí com 10.000 anos (BARBOSA e PINTO, 2003).
O piolho de cabeça, para sobreviver, depende totalmente dos humanos, não tendo
nenhuma outra espécie como hospedeiro (CANYON et al., 2002). Qualquer pessoa
pode ser infestada por piolhos (PIQUERO-CASALS et al., 2004). É um inseto
hematófago com habitat no couro cabeludo com temperatura e humidade relativa
ideais a rondar os 30ºC e os 70%, respetivamente (PIQUERO-CASALS et al., 2004)
O ciclo de vida destes ectoparasitas inclui ovos, ninfas e adultos. As fêmeas adultas
têm aproximadamente 2,7 mm de comprimento e machos têm 2,4 mm. São ápteros
(sem asas) em todas as fases de desenvolvimento (LINARDI et al., 1988) O ciclo tem
a duração de 3 semanas, sendo que a fêmea vive entre 3 a 4 semanas pondo durante
o seu ciclo vital +/- 10 ovos por dia. A fase embrionária dos ovos dura entre 7 a 11
dias, média de 8,4 dias, após este período as ninfas saem e iniciam o seu
desenvolvimento, atingindo a fase adulta passados 9 a 10 dias. (FRANKOWSKI e
WEINER, 2002; TAKANO-LEE et al., 2003; LEUNG et al., 2005).
Os ovos são firmemente fixados no fio de cabelo por uma substância que a fêmea
expele durante a postura (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). Os ovos ou lêndeas são
brancos translúcidos, aderentes ao fio de cabelo e pode ser confundida com caspa
(PIQUERO-CASALS et al., 2004).
O modo de locomoção do piolho é lateral (CANYON et al., 2002), por possuir garras
(NUTALL`S, 1917) que lhe permitem segurar-se firmemente ao fio de cabelo (NASH,
2003; LEUNG et al., 2005; NUTALL`S, 1917). Movem-se rapidamente, podendo
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percorrer 6 a 30 cm por minuto (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). Podendo andar e
escalar, mas não saltam nem voam (LEUNG et al., 2005).
O piolho passa a maior parte da sua vida nos fios de cabelo, deslocando-se ao couro
cabeludo somente para se alimentar cerca de 3 vezes ao dia por +/- 15 minutos
(FRANKOWSKI e WEINER, 2002).
Pelo facto de permanecer a maior parte do tempo no cabelo (FRANKOWSKI e
WEINER, 2002), a infestação é mal diagnosticada, porque vulgarmente as pessoas
procuram os piolhos no couro cabeludo.
Os piolhos podem sobreviver aproximadamente de 12 a 24 horas fora do corpo, mais
de 50% deles morrem antes das 12 horas após serem retirados do hospedeiro
(BASTOS et al., 2004).
Enquanto se alimenta de sangue o piolho injeta saliva no couro cabeludo e esta pode
provocar comichão. Quando se “apanha” piolhos pela primeira vez a reação de
hipersensibilidade à saliva do piolho pode demorar entre 4 a 6 semanas a manifestarse (FRANKOWSKI e WEINER, 2002).
A comichão é o principal sintoma de infestação (ASSOCIAÇÃO AMERICANA
PEDIATRIA, 2003; KO e ELSTON,2004 e LEUNG et al., 2005), mas o melhor
diagnóstico é encontrar o piolho vivo na cabeça (LEUNG et al., 2005), ninfas ou ovos
viáveis perto do couro cabeludo (FRANKOWSKI e WEINER, 2002).
A transmissão na maioria dos casos ocorre por contato direto cabeça – cabeça
(JONES e ENGLISH, 2003; FRANKOWSKI e WEINER, 2002; ROBERTS, 2002;
SPEARE e BUETTNER, 2000; LEUNG et al., 2005). Pode também ocorrer
indiretamente através da partilha de pentes, escovas de cabelo, bonés, chapéus
(BURKART e BURKART, 1999 e FRANKOWSKI e WEINER, 2002).
A Pediculose pode ser considerada um problema de saúde pública que afeta todos os
anos milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que mais de 100 milhões de
pessoas estejam infestadas por este parasita. As estatísticas de alguns países
apontam para prevalências diferenciadas deste problema, demonstrando no entanto o
impacto mundial que este tem, afetando não só países em vias de desenvolvimento,
mas igualmente aqueles considerados desenvolvidos. Em Israel há estudos que
apontam para uma prevalência de 56,7%, na Coreia 5,8%, no Egipto 21,8%, em
França 49% das crianças e nos Estados Unidos da América entre 6 e 12 milhões de
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pessoas infestadas por ano. Em Portugal, num estudo desenvolvido ao nível da Saúde
Escolar em S. Mamede de Infesta, verificou-se que apenas 2% das crianças em idade
escolar no primeiro ciclo do ensino básico apresentam Pediculose Ativa Confirmada,
apesar de todos os anos se sinalizarem infestações em larga escala pelas instituições
escolares. (Melo, P., 2007)
Apesar de ser um problema muitas vezes negligenciado, pode associar-se a
consequências graves, tais como:

Infeções oportunistas bacterianas (Ex: estafilocócicas);

Febre Maculosa;

Alterações nos padrões de sono;

Insucesso laboral ou escolar;

Isolamento Social;

Discriminação;

Diminuição da Autoestima.
Na escola muitas atividades e brincadeiras são desenvolvidas em grupo favorecendo a
transmissão pelo contato direto entre as crianças. Por ser uma fase de formação a
criança, nessa faixa etária não possui muitas noções básicas de higiene, assim muitas
vezes não sabem que estão com piolhos e muito menos conseguem constatar que
estão infestadas. Somando a isso, geralmente, os pais por trabalharem fora de casa
alegam falta de tempo para verificar a presença de piolhos nos seus filhos ou até
mesmo por não possuírem informações corretas para tratar a infestação.
Sousa (2008) cita estudos demonstrando que orientações sobre prevenção da
pediculose dadas a um grupo de mães levaram a uma queda significativa na
frequência da infestação e também que os professores exercem uma forte influência
orientando os pais. Segundo o mesmo autor, foi observado, no México, que as escolas
onde os professores não dão informação sobre prevenção e controlo da pediculose
apresentavam um grande número de crianças infestadas.
Alencar et al. (2005) efetuaram uma pesquisa no Brasil, entrevistando os pais de 118
crianças, em que destes, 65% afirmaram que o sono dos seus filhos é afetado quando
estes têm piolhos; um número menor (18%) relatou causar irritação nas crianças.
Atualmente a principal forma de combate à pediculose, utilizada pela população, são
os tratamentos químicos. Eles são facilmente encontrados na farmácia, mas na
maioria dos casos constata-se que são utilizados de forma errada, nomeadamente por
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utilização de dosagens baixas (quando usado com o cabelo molhado), sendo um dos
principais fatores que leva ao aparecimento da resistência dos piolhos aos produtos
químicos que compõe os antiparasitários (Burgess, 1995). O diagnóstico incorreto leva
à aplicação de pediculicidas sem necessidade e ao mau uso dos produtos químicos
(Monsen e Keller, 2002), levando ao gasto desnecessário de dinheiro, por parte dos
pais. O uso repetitivo do medicamento pode causar o aparecimento de resistência na
população de piolhos. Piolhos resistentes aos piretróides, droga utilizada no controle,
varia entre as populações de piolhos.
Vassena et al., (2003) efetuaram um estudo em Buenos Aires onde concluíram que a
taxa de resistência mais baixa foi cerca de 2% e a mais alta cerca de 89%, assim não
se mostrando uma forma eficaz de combate. A utilização indiscriminada e o mau uso
dos piretróides podem levar à adoção de medidas de controlo prejudiciais para as
crianças. Em contrapartida, o uso do pente fino como forma de tratamento é mais
barato e tem sido amplamente utilizado nos países desenvolvidos, podendo a sua
eficiência ser superior ao tratamento químico (HILL et al, 2005). O pente fino, quando
utilizado para diagnóstico, chega a ser cinco vezes mais eficiente do que as outras
formas utilizadas para a verificação da presença da pediculose nas crianças a
frequentar estabelecimentos de ensino (MUMCUOGLU et al, 2001).
A aquisição de conhecimentos sobre pediculose é um fator importante para a
compreensão e prática dos pais e encarregados de educação, pois muitas vezes são
capazes de combater a infestação, se adquirirem conhecimentos e receberem
instruções (SILVA et al., 2008). A escola pode ensinar os pais a lidar com esta
problemática (pediculose), devendo ser encorajados a verificar a cabeça dos seus
filhos, ou outras pessoas treinadas podem verificar a cabeça dos estudantes se
apresentarem sintomas (FRANKOWSKI e WEINER, 2002).
Quando a pediculose se instala nos alunos de uma sala, deve-se realizar um
diagnóstico correto para não cometer equívocos, saber quando há lêndeas e quando
há caspa, seborreia ou sujidade no cabelo (HERNÁNDEZ et al., 2004). Este
procedimento torna-se de extrema importância para não causar vergonha e outros
sentimentos no aluno. Na escola, encontram-se crianças com piolhos e sem nenhum
sintoma aparente e crianças com comichão, mas sem piolhos. Daí, a importância de
passar o pente fino semanalmente.
Tirar o aluno da escola para que não contagie os outros não é uma medida eficaz.
Segundo Madureira (1992), associar a pediculose à falta de higiene pessoal contribui
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para aumentar a discriminação de crianças infestadas. É necessário tomar medidas de
controlo que dêem um resultado eficaz para diminuir a infestação. Nos EUA foi
calculado, que apenas para tratamento dos piolhos, os pais gastam um total de 240
milhões de dólares por ano. (HANSEN E O’HAVER, 2004).
As autoridades escolares não têm normas específicas a serem adotadas em situações
de ocorrência de parasitoses e os próprios pais começam a não tomar providências
face a este problema (CATALÁ et al., 2004). O tratamento individual da pediculose é
ineficaz quando a criança frequenta ambientes com outras, pelo que o tratamento
deve ser feito coletivamente, para que todos os alunos infestados e os familiares com
que convive frequentemente sejam tratados ao mesmo tempo, diminuindo assim as
reinfestações (SLONKA, 1976).
Num estudo efetuado por BARBOSA e PINTO (2003) em crianças em idade escolar
no Rio de Janeiro, Brasil, verificou-se uma prevalência inicial de piolhos de 67% nas
meninas e 30% nos meninos, depois de três meses de trabalho Educacional, com o
uso do pente-fino, verificaram uma redução dessa prevalência para 4% de meninos
contra 6% de meninas infestadas com piolhos.
No âmbito do Programa de Saúde Escolar, inserido no Projeto de Prevenção da
Pediculose – “Cabeças Limpinhas”, surge a necessidade de determinar o grau de
conhecimentos dos educadores de infância e dos professores do 1º e 2º Ciclo do
Ensino Básico (CEB) do Concelho da Lousã e as práticas e atitudes que estes têm
face ao problema da pediculose.
Para efetuar esse diagnóstico, foi elaborado e aplicado um questionário de avaliação
de conhecimentos, atitudes e comportamentos dos professores relacionados com a
pediculose.
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1.
METODOLOGIA
Foi elaborado um questionário para os professores do ensino pré-escolar e do 1º e 2º
CEB do Concelho da Lousã, com o intuito de descobrir as principais dúvidas e
conhecimentos dos professores sobre pediculose. Foram aplicados 105 questionários.
A elaboração do questionário foi baseada nas informações selecionadas em artigos
científicos, da OMS, na observação de portais e outras de práticas sobre pediculose
em países como Inglaterra, México, Estados Unidos da América e Austrália.
O questionário (Anexo 1) conteve 24 questões, sendo 10 abertas e 14 fechadas/frases
(de concordo plenamente a discordo em absoluto), além de dados dos professores
(anos de experiência e área de ensino).
Este trabalho foi realizado em doze Jardins-de-Infância (23 educadores) e vinte e três
escolas do 1º e uma do 2º Ciclo do Ensino Básico (82 professores) do Agrupamento
de Escolas da Lousã. A Direção do Agrupamento de Escolas da Lousã foi consultada
para obtenção da permissão dos professores em participar na pesquisa. Todos os
dados foram introduzidos no programa SPSS

Versão 17.0 (2009) e as análises
foram realizadas com base na estatística descritiva, não paramétrica, e por tabelas de
frequência.
Posterior a esse procedimento, foram construídas tabelas de contingência e
submetidas ao teste do qui-quadrado para estudo da relação bivariada entre as
variáveis em função do tempo de exercício profissional, formação educacional obtidas
de cada um dos educadores/professores.
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2.
RESULTADOS
2.1. QUESTÕES ABERTAS
Dos profissionais inquiridos (105) dez (9,5%) não responderam à questão tempo de
experiência profissional. Dos profissionais que responderam a esta questão (95),
61,1% têm 17 ou mais anos de experiência (Tabela 1).
Experiência
Profissional
Percentagem
1 a 5 Anos
6 a 10 Anos
11 a 16 Anos
17 ou mais anos
1,9
21,0
12,4
55,2
Tabela 1 – Distribuição dos professores/educadores por anos de experiência (%)
A conduta praticada pelos profissionais em relação à pediculose na escola processouse de diferentes formas. Pela análise da Tabela 2, podemos verificar que muitos
professores/educadores (67,3%) avisam aos pais, e 26% avisam e orientam os pais
quando há alunos com piolhos.
Relativamente aos educadores de infância, podemos verificar que 50% destes
profissionais avisa os pais e orienta-os no tratamento, enquanto 73,8% dos
professores apenas avisa os pais da existência de piolhos.
Categoria Profissional
Procedimentos
Efetuam Tratamento
Aviso aos Pais
Orientação
Total
Educador de
Infância
Professor
0%
1,3%
1,0%
45,8%
73,8%
67,3%
0%
1,3%
1,0%
Proíbe de Frequentar Aulas
0%
1,3%
1,0%
Aviso aos pais e orientação
50,0%
18,8%
26,0%
0%
3,8%
2,9%
4,2%
0%
1,0%
Efetuam tratamento, aviso aos
pais e orientação
Aviso aos pais, orientação e
proíbe de frequentar aulas
Tabela 2 – Distribuição dos procedimentos adotados por categoria profissional (%)
Como se pode verificar através da Tabela 3, há uma prática regular em esclarecer os
alunos quanto à pediculose, sendo que 93,3% dos professores/educadores o fazem
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pontualmente durante o período letivo; apenas 1,9% afirma fazê-lo sempre e destes,
apenas os educadores de infância o fazem. Outro valor que nos parece significativo é
o facto de apenas 8% do total dos educadores afirmarem falar sempre sobre piolhos
aos alunos, sendo que nenhum professor do ensino básico afirmou ter o mesmo
procedimento.
Categoria Profissional
Com que frequência fala sobre
piolhos aos seus alunos
Total
Educador
de Infância
Professor
0%
6,2%
4,8%
Só quando há infestação
32,0%
33,8%
33,3%
De vez em quando
60,0%
60,0%
60,0%
Sempre
8,0%
0%
1,9%
Nunca
Tabela 3 – Distribuição por categoria profissional da frequência que falam sobre piolhos aos alunos
Dos profissionais que responderam ao questionário apenas 29,1% acredita não haver
relação entre a estação do ano e a pediculose, considerando que esta pode ocorrer
em qualquer estação do ano; 12,6% considerem o outono e a primavera como o
período mais propício e 30,1% não sabia qual a estação do ano mais propícia ao
aparecimento dos piolhos (Gráfico 1).
1% 1%
Verão
3%
Inverno
7%
12%
7%
Outono
10%
Primavera
Todas
Não sabe
30%
Outono e Primavera
29%
Inverno e Primavera
Inverno e Outono
Gráfico 1 – Distribuição dos profissionais por estação do ano em que há maior ocorrência de pediculose (%)
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Grande parte das escolas não tem uma pessoa responsável em diagnosticar a
infestação, segundo 71,8% dos inquiridos; 24,3% não sabem e apenas 3,9%
afirmaram haver alguém com esta função.
O diagnóstico é efetuado por 62,1% dos profissionais, sendo que dos educadores de
infância, 84% faz o diagnóstico e dos professores apenas 55,1% o faz (Tabela 4).
Faz o diagnóstico de
piolhos aos seus alunos
Sim
% Por Categoria
Profissional
Categoria Profissional
Educador
de Infância Professor
84,0%
55,1%
% Total
Não
Total
62,1%
% Por Categoria
Profissional
16,0%
44,9%
% Total
37,9%
Tabela 4 – Distribuição do diagnóstico de pediculose por categoria profissional (%)
Através da análise ao Gráfico 2, podemos constatar que a presença de
lêndeas/piolhos e o prurido são os métodos de diagnóstico de pediculose mais
utilizados, correspondendo a 52,3%.
3,1%
3,1% 1,5%
Presença de Lêndeas
13,8%
Quando se coçam
15,4%
52,3%
10,8%
Presença de Lêndeas e Piolhos
Presença de Lêndeas, piolhos e
comichão
Presença de Lêndeas, piolhos,
comichão e pente fino
Outro
Utilização de Pente Fino e Comichão
Gráfico 2 – Distribuição dos métodos de diagnóstico de pediculose mais utilizados pelos profissionais (%)
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18
Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
UCC Arouce
O tratamento mais indicado foi o tratamento químico (46,2%) e o tratamento químico
associado ao pente fino foi mencionado por 44,2% (Tabela 5).
Método Diagnóstico mais Utilizado
Percentagem
Nenhum
1,0
Tratamento Químico
46,2
Pente Fino
Tratamento Químico e Pente Fino
1
Outro
5,8
44,2
2,9
Tabela 5 – Tratamentos da pediculose mais indicados pelos profissionais (%)
Analisando os dados do Quadro 1, podemos verificar que segundo 54,4% dos
professores, os pais reclamam que a escola é a principal fonte de contágio de piolhos
nos seus filhos.
Pais reclamam que os
filhos
apanham Percentagem
piolhos na escola
Sim
54,4
Não
29,1
Não sei
16,5
Quadro 1 – Percentagem de profissionais que referem que os pais reclamam ser a escola a principal
fonte de contágio de piolhos nos seus filhos
2.2.
QUESTÕES ABERTAS/EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Através da análise efetuada à Tabela 6 podemos constatar que os professores com
mais anos de experiência profissional avisam os pais das crianças quando há alunos
com piolhos na escola, em que a maior percentagem incidiu nos profissionais com 11
a 16 anos de experiência (69,23%), sendo também nestes profissionais que se
verificou a proibição de frequência de aulas quando os alunos estão infestados com
piolhos.
1
Os outros tratamentos aconselhados pelos profissionais inquiridos foram o aconselhamento com médico de
família; higienização de vestuário e utensílios; limpar e vigiar a cabeça com frequência; permanência em casa
até limpar a cabeça; rapar o cabelo; Supervisão; Vigilância e Observação; Vinagre ou limão diluído em água.
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19
Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
UCC Arouce
Qual o procedimento adotado quando há algum aluno
com piolhos na escola
1a5
Anos
Anos de Experiência
6 a 10
11 a 16
Anos
Anos
17 ou mais
anos
50%
63,64%
69,23%
68,42%
Orientação
0%
0%
0%
1,75%
Proíbe de Frequentar Aulas
0%
0%
7,69%
0%
Aviso aos pais e orientação
50%
31,82%
15,38%
28,07%
0%
4,55%
7,69%
1,75%
Aviso aos Pais
Efetuam tratamento, aviso aos pais e orientação
Tabela 6 – Distribuição dos profissionais por experiência profissional acerca do procedimento adotado
quando há alunos com piolhos na escola.
Relativamente às estações do ano, pela análise ao Quadro 2, verificamos que os
profissionais inquiridos, de uma maneira geral, revelam desconhecimento sobre qual a
estação do ano em que há maior incidência de piolhos ou consideram que este
problema pode ocorrer em todas as estações do ano. Podemos também verificar que
50% dos profissionais com 1 a 5 anos de serviço afirmam ser na primavera que
ocorrem maior número de casos de pediculose.
Qual a estação do ano com
maior incidência de piolhos
Anos de Experiência
1a5
Anos
6 a 10
Anos
11 a 16
Anos
17 ou
mais
anos
Verão
0%
4,5%
0%
0%
1,1%
Inverno
0%
9,1%
7,7%
7,0%
7,4%
Outono
0%
0%
15,4%
7,0%
6,4%
Primavera
50,0%
18,2%
7,7%
3,5%
8,5%
Todas
,0%
13,6%
30,8%
31,6%
26,6%
Não sabe
50,0%
31,8%
30,8%
31,6%
31,9%
Outono e Primavera
0%
18,2%
0%
15,8%
13,8%
Inverno e Primavera
0%
4,5%
7,7%
1,8%
3,2%
Inverno e Outono
0%
0%
0%
1,8%
1,1%
Total
Quadro 2 – Estação do ano com maior incidência de piolhos por anos de experiência (%)
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20
Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
UCC Arouce
Dos profissionais inquiridos os que têm 17 ou mais anos de experiência profissional
são os que apresentam maior percentagem de indivíduos que fazem diagnóstico de
pediculose aos alunos (66,7%). Outro dado relevante foi verificar que nenhum
profissional com menos de 6 anos de serviço faz diagnóstico de pediculose às
crianças que frequentam os estabelecimentos de ensino onde exercem a sua atividade
(Gráfico 3).
No Gráfico 4 podemos constatar que os profissionais efetuam diagnóstico de piolhos
aos seus alunos através da presença de lêndeas, piolhos e comichão (prurido). A
maior percentagem deste método de diagnóstico verifica-se nos profissionais com 17
ou mais anos de experiência. Nos profissionais com 6 a 10 anos de experiência
também verificamos que diagnosticam pediculose aos seus alunos através da
presença de lêndeas e piolhos.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim
1 a 5 Anos
,0%
Não
100,0%
Anos de Experiência
6 a 10 Anos
11 a 16 Anos
57,1%
61,5%
42,9%
38,5%
17 ou mais anos
66,7%
33,3%
Gráfico 3 – Distribuição dos profissionais por tempo de serviço que fazem diagnóstico de pediculose aos
alunos
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21
Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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Anos de Experiência
17 ou mais anos
11 a 16 Anos
6 a 10 Anos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
6 a 10 Anos
8,3%
Anos de Experiência
11 a 16 Anos
25,0%
17 ou mais anos
12,8%
16,7%
12,5%
15,4%
33,3%
,0%
7,7%
Presença de Lêndeas, piolhos
e comichão
33,3%
50,0%
56,4%
Presença de Lêndeas, piolhos,
comichão e pente fino
8,3%
12,5%
,0%
Utilização de Pente Fino e
Comichão
,0%
,0%
2,6%
Presença de Lêndeas
Quando se coçam
Presença
Piolhos
de
Lêndeas
e
Gráfico 4 – Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e método de diagnóstico de pediculose
Relativamente à questão “Da sua experiência, em que alunos há maior n.º de casos
de piolhos?” por experiência profissional, os dados obtidos são os apresentados no
Gráfico 5, onde podemos verificar não ser homogénea a opinião dos profissionais
inquiridos, sendo que na opinião de todos os professores com menos de 6 anos de
experiência, a pediculose é mais comum nas crianças com menores cuidados de
higiene. A mesma opinião é partilhada por 40,9% dos profissionais com 6 a 10 anos de
experiência;
os alunos mais desfavorecidos economicamente são os mais
referenciados por 38,5% dos profissionais com 11 a 16 anos de experiência.
Estes resultados contrapõem a opinião de 29,3% dos profissionais com 17 ou mais
anos de experiência, que consideram não haver grupos específicos de crianças com
incidência de piolhos.
Dos inquiridos, 20% não responderam à questão, sendo que a maior taxa de não
resposta se verificou nos profissionais com 17 ou mais anos (25,9%).
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Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Anos de Experiência
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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17 ou mais anos
11 a 16 Anos
6 a 10 Anos
1 a 5 Anos
0%
50%
100%
Anos de Experiência
1 a 5 Anos
6 a 10 Anos
11 a 16 Anos
17 ou mais
anos
Alunos com menores cuidados
de higiene
100,0%
40,9%
15,4%
19,0%
Alunos com pouca supervisão
dos pais
,0%
4,5%
,0%
6,9%
Alunos desfavorecidos
economicamente
,0%
18,2%
38,5%
10,3%
Alunos do 1º e 2º Ciclo
,0%
4,5%
,0%
,0%
Crianças com cabelos muito
compridos
,0%
4,5%
,0%
3,4%
Crianças com idades inferiores
,0%
,0%
,0%
1,7%
Em todas as crianças
,0%
9,1%
30,8%
29,3%
Nas meninas
,0%
,0%
,0%
1,7%
Nunca vi alunos com piolhos
,0%
4,5%
,0%
,0%
Pais com baixo nível socioeconómico
,0%
,0%
,0%
1,7%
Pré-Escolar e classes
desfavorecidas
,0%
4,5%
,0%
,0%
Sem Resposta
,0%
9,1%
15,4%
25,9%
Gráfico 5 - Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e tipo de alunos com maior incidência
de piolhos (%)
Pela análise ao Gráfico 6, podemos verificar que os profissionais com 17 ou mais anos
de experiência e os profissionais com 6 a 10 anos de experiência afirmam aconselhar
tratamento químico associado ao pente fino (45,6% e 45,5%, respetivamente), em
contraposição aos professores com menos de 6 anos e 11 a 16 anos de experiência
(100% e 76,9%, respetivamente) que referem aconselhar apenas o tratamento
químico. Outro dado importante verificado foi o facto de apenas os profissionais com
17 ou mais anos de experiência serem os únicos a aconselharem outro tipo de
tratamento. De referir que apenas um profissional referiu não aconselhar qualquer tipo
de tratamento, sendo que este pertencia ao grupo dos profissionais com 17 ou mais
anos de experiência.
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Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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Outro
Tratamento Químico e Pente Fino
Pente Fino
Tratamento Químico
Nenhum
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Nenhum
Tratamento
Químico
Anos de Experiência 1 a 5 Anos
,0%
100,0%
,0%
Tratamento
Químico e
Pente Fino
,0%
Anos de Experiência 6 a 10 Anos
,0%
45,5%
9,1%
45,5%
Anos de Experiência 11 a 16 Anos
,0%
76,9%
,0%
23,1%
,0%
Anos de Experiência 17 ou mais anos
1,8%
42,1%
5,3%
45,6%
5,3%
Pente Fino
Outro
,0%
,0%
Gráfico 6 – Distribuição dos profissionais por tipo de tratamento aconselhado e anos de experiência
profissional
Através do Gráfico 7 podemos verificar que há uma distribuição homogénea dos
outros aconselhamentos dados pelos profissionais com 17 ou mais anos de
experiência, no entanto sobressai o aconselhamento com médico de família, referido
por 27,3% dos inquiridos.
Aconselhamento com médico de família
Indicado pelo médico de família
Limpar e vigiar a cabeça com frequência
Permanência em casa até limpar a cabeça
Vigilância e Observação
Vinagre ou limão diluído em água
9,1%
27,3%
9,1%
9,1%
9,1%
9,1%
Gráfico 7 – Distribuição dos profissionais com 17 ou mais anos de experiência por outros
aconselhamentos
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24
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2.3. QUESTÕES FECHADAS
Dentro do conteúdo das frases pretendemos abordar itens relacionados com
conhecimento da biologia do piolho, diagnóstico, prevenção, tratamento, atitude e
prática de controlo da infestação.
Das 14 frases elaboradas com opção de resposta “Concordo Plenamente” a “Discordo
Absolutamente” apresentamos os resultados em forma de percentagem no Gráfico 8.
Discordo Absolutamente
Discordo
Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Plenamente
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Concordo
Plenamente
Concordo
Não
Concordo
nem Discordo
Discordo
Discordo
Absolutament
e
O piolho é mais frequente nas
crianças com menores recursos
financeiros
1,0%
21,4%
16,5%
39,8%
21,4%
O piolho é mais frequente em famílias
com maus hábitos de higiene
17,1%
39,0%
10,5%
22,9%
10,5%
O piolho pode ser apanhado através
de contacto com animais
1,0%
23,8%
31,7%
28,7%
14,9%
Coçar a cabeça é sinal de presença
de piolhos
1,9%
12,5%
24,0%
49,0%
12,5%
Os piolhos saltam e voam
13,5%
42,3%
15,4%
21,2%
7,7%
Os piolhos transmitem doenças
3,0%
30,0%
40,0%
18,0%
9,0%
Os piolhos também aparecem em
adultos
1,0%
0%
0%
50,5%
48,6%
As meninas têm mais piolhos que os
rapazes
1,0%
13,3%
22,9%
45,7%
17,1%
Lidar com o problema dos piolhos é
da exclusiva responsabilidade dos
pais
5,8%
21,2%
12,5%
49,0%
11,5%
A criança com piolhos é discriminada
pelos colegas
4,8%
24,8%
13,3%
50,5%
6,7%
A escola é a principal fonte de
transmissão de piolhos para os
alunos
1,0%
25,0%
23,1%
43,3%
7,7%
É importante o professor ensinar
sobre os piolhos
1,0%
4,8%
13,5%
57,7%
23,1%
O professor ao ensinar sobre os
piolhos pode diminuir a infestação
dos alunos
1,0%
8,7%
12,5%
63,5%
14,4%
O ensino sobre piolhos pode trazer
algum benifício à escola
0%
1,0%
10,6%
65,4%
23,1%
Gráfico 8 – Distribuição dos profissionais relativamente às questões fechadas (%)
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25
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Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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Pela análise da Gráfico 8, podemos verificar que 61,2% dos profissionais inquiridos
não consideram que as crianças com menores recursos financeiros tenham maior
incidência de piolhos (39,8% Discorda e 21,4% Discorda Absolutamente). Para
55,1% dos profissionais inquiridos os piolhos são mais frequentes nas crianças com
maus hábitos de higiene (17,1% Concordam Plenamente, 39,0% Concorda).
Alguns profissionais (24,8%) acreditam que se possa adquirir piolhos através do
contacto com animais e 33% acreditam que eles transmitem doenças.
Para 51,5% dos profissionais inquiridos, coçar a cabeça não é sinónimo de presença
de piolhos; 55,8% afirmam que os piolhos saltam e voam (13,5% Concordam
Plenamente e 42,3% Concordam).
O piolho não aparece em adultos segundo a opinião de 99% dos profissionais. A
maioria dos profissionais (72,3%) discorda da afirmação que diz que as meninas têm
mais piolhos que os meninos (45,7% Discorda e 17,1% Discorda Absolutamente).
A maioria dos inquiridos (57,2%) afirma discordar quanto às crianças serem
discriminadas pelos colegas por estarem infestadas.
Dos profissionais inquiridos, 51% discorda que a escola possa ser a principal fonte de
transmissão de piolhos, e para 60,5% não é da exclusiva responsabilidade dos pais
lidar com o problema da pediculose (49% Discorda e 11,5% Discorda Absolutamente).
Apenas 5,8% dos profissionais afirmam ser importante ensinar as crianças sobre
piolhos em contexto de aula, sendo que 57,7% Discordam e 23,2% Discordam
Absolutamente com essa afirmação.
Os profissionais inquiridos (77,9%) afirmam que ensinar sobre piolhos não contribui
para a diminuição da infestação das crianças, que também afirmam discordar da
afirmação que refere que “O ensino sobre piolhos pode trazer algum benefício à
escola” (65,4% Discorda e 23,1% Discorda em Absoluto).
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Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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3.
DISCUSSÃO
O presente estudo procurou caracterizar os funcionários identificando variáveis
profissionais (experiência profissional em anos, ano que lecionam), além da
experiência prévia com a pediculose. Da pesquisa efetuada, encontrámos apenas
publicado um artigo de estudo português, relacionado com a temática da pediculose.
Como referido nos resultados, a maioria dos funcionários afirma ter 17 ou mais anos
de experiência, sendo os professores do 1º e 2º CEB a categoria profissional mais
representativa.
Muitos dos mitos e tabus continuam enraizados na nossa sociedade, dificultando
assim o combate à infestação por piolhos. Relativamente ao comportamento deste
ectoparasita, a maioria da população deste estudo referiu que muitos são capazes de
voar e/ou saltar, e não têm uma estação do ano específica, provêm da falta de higiene,
que não aparecem em adultos, etc..
O piolho pertence à Ordem Phthiraptera, da Classe Insecta, são invariavelmente
Ápteros (a = sem + pteros = asas), ou seja, a sua transmissão ocorre por contato, seja
direto (pessoal) ou através de utensílios (bonés, pentes, almofadas, bandoletes, etc.),
e são incapazes de voar ou saltar. Estes ectoparasitas reproduzem-se, principalmente,
em ambientes quentes e húmidos, talvez daí a impressão de que preferem o verão.
Porém as medidas preventivas devem ser mantidas durante todo o ano. A sua
incidência não tem relação direta com a higiene, muito menos com barreiras sociais,
económicas ou geográficas, (Andrade C. F. S., Santos L.U. dos, 1998).
Infelizmente ainda faltam estudos relativos ao motivo da predisposição que algumas
pessoas têm para adquirir mais piolhos que outras, todavia, segundo Linardi (2002) e
Andrade C. F. S., Santos, L. U. dos (2000), não há relação com o nível de açúcar no
sangue.
As lêndeas são ovais, pequenas, de coloração branco-amarelada, hermeticamente
fechadas que se fixam rente ao couro cabeludo pela ação de um “cimento”, ou seja,
uma substância quitinosa de difícil remoção. Convém salientar que não existem
pesquisas que comprovem a ação do sal e do vinagre no combate ao piolho e à
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Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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lêndea, porém alguns estudos afirmam que podem facilitar a dissolução dessa
substância (LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000).
WILLEMS, S. et al. (2005) efetuaram um estudo na Bélgica em que concluíram que a
cor do cabelo e o tamanho deste têm influência no risco de contrair piolhos, assim
como o número de crianças do agregado familiar e o status socioeconómico (relação
estatisticamente significativa).
O uso irracional e disseminado de produtos piolhicidas teve como consequência uma
grande resistência desses ectoparasitas a alguns desses produtos, à semelhança do
que aconteceu com as bactérias relativamente aos antimicrobianos, motivo pelo qual a
indústria farmacêutica está sempre a modificar e a lançar novas fórmulas (CATALÁ, S.
et al., 2004; LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000). Outro
mito encontrado é a afirmação de que cabelo curto e liso tem menos piolhos, visto que
esse tipo de cabelo permite uma maior facilidade na visualização e “catação” dos
ectoparasitas.
Este conceito estende-se aos que consideram que meninas têm mais piolhos que os
meninos (LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000).
Há que salientar que há doenças que são predominantes entre a população infantil,
seja de natureza ectoparasitária (pediculose, verminoses, etc.) ou infeciosas
transmissíveis (infeções respiratórias agudas, infeções urinárias, etc.). Cabe aos
profissionais de saúde promover estratégias que previnam complicações dessas
doenças, além da deteção precoce e ações articuladas de educação permanente
dirigidas aos educadores/professores e familiares (pais, tutores, encarregados de
educação). Dentre os meios de tratamento, não há dúvida que a forma mecânica
preventiva é a mais eficaz, ou seja, “catação” manual com uso de pente fino (LINARDI,
2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000).
No presente estudo, este método foi muito pouco cotado como tratamento isolado,
contudo foi muito cotado associado ao tratamento químico, sendo este (isoladamente)
o que teve maior cotação dentre todos os métodos.
A proliferação no mercado de produtos piolhicidas com promessas milagrosas,
associado à globalização e amplas jornadas de trabalho dos familiares responsáveis,
levou a que caísse em desuso a forma mecânica de combate à pediculose. É
essencial retomar esta forma de combate à pediculose (“catação” e pente fino), uma
vez que dos artigos de investigação encontrados, em todos se refere que os produtos
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28
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Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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químicos não são eficazes contra as lêndeas, aconselhando a que se faça a remoção
destas por via mecânica.
Um estudo para analisar a perceção das mães e educadoras relativamente aos
cuidados oferecidos pelas creches do município de São Paulo, concluiu que não há
articulação entre os Centros de Educação Infantil e os serviços de saúde, sendo que,
quando há aproximações, são de nível local, por questões circunstanciais, e não pelo
estabelecimento de relações formais entre as diferentes instituições (BÓGUS, C.M., et
al., 2007).
A pediculose é vista como uma ectoparasitose prevalente entre a população infantil e
de difícil resolução. Apesar dos profissionais inquiridos vivenciarem frequentemente a
presença de infestação, seja nos seus núcleos familiares ou profissionais, muitas das
suas práticas ainda se baseiam no senso comum, sem conhecimentos ou bases
científicas. O uso de medicamentos é feito, muitas vezes, empiricamente e sem
orientação de um profissional ligado à área da saúde. Existem muitas dúvidas e
dificuldades relacionadas com a prevenção e tratamento, corroborando a necessidade
de atenção especial ao tema abordado.
O procedimento adotado pelas escolas é correto, pois os pais são avisados, no
entanto é necessário melhorar a comunicação solicitando que estes entrem em
contato com a escola para juntos tentarem solucionar o problema (PATTON, et al.,
2003).
Muitas vezes o tratamento indicado pelo professor não é o melhor para o aluno, por
exemplo, o tratamento químico por champôs provoca resistência (GRATZ, 1997;
ANDRADE e SANTOS, 1998; VASSENA et al., 2003) e os tratamentos caseiros
prejudicam o couro cabeludo da criança. A não proibição do aluno em frequentar as
aulas facilita o bom relacionamento e a permanência do aluno na escola mesmo
quando está com problemas. Através desta atitude podem-se desenvolver atividades
com os seus colegas para aprender a controlar a infestação.
Quanto à frequência com que os docentes falam de piolhos na escola, é imperativo
falar sempre, por forma a controlar a infestação, já que esta é constante no ambiente
escolar. É necessário criar hábitos de higiene e incentivar a utilização do pente fino
diariamente (MONSEN e KELLER, 2002).
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Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
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Os piolhos podem persistir ao longo de todas as estações do ano, mas é nas estações
mais amenas e húmidas que o ambiente se torna mais favorável à reprodução dos
piolhos. Nestas estações ocorrem as infestações mais graves e de difícil intervenção.
O principal diagnóstico é feito quando vemos os piolhos, mas o prurido é o principal
sinal de alerta para a infestação. Muitas vezes é confundido com outros problemas do
couro cabeludo como alergias, caspa, seborreia. A presença de lêndeas pode indicar o
estágio de infestação e deve-se começar logo o tratamento, recorrendo ao pente fino
seguido da remoção com as mãos dos piolho e lêndeas.
As crianças dos infantários e do 1º CEB têm uma maior probabilidade de prevalência
de piolhos pelo fato de terem mais atividades de grupo e por passarem mais tempo na
escola (LINARDI e BOTELHO, 1989; DOWNS et al., 1999; BARBOSA e PINTO, 2003;
CATALÁ, et al., 2004)
O melhor tratamento é o pente fino, sendo economicamente acessível e fácil de
utilizar. Os champôs e outros tratamentos químicos favorecem a resistência dos
piolhos por não serem utilizados corretamente e dificultam o controlo e a diminuição da
infestação (BURGESS, 1995; BURKHART e BURKHART, 1999; IBARRA et al., 2007).
É bastante compreensível que os pais não gostem que os seus filhos “apanhem”
piolhos e reclamem na escola sempre que tal acontece. No entanto a sua atitude
deveria ser diferente, e em vez de reclamar junto dos professores e funcionários,
deveria procurar ajuda, esclarecimentos e oferecer-se para ajudar, ser parte da
solução e não do problema.
O piolho não escolhe pessoas, escolas, classes sociais, hábitos de higiene, recursos
financeiros para se instalar, não depende da etnia, nem da genética. Está presente há
mais de 1 milhão de anos e permanece porque as condições são favoráveis à sua
reprodução e sobrevivência. Prefere cabeças limpas na maioria dos casos e fica nos
lugares mais quentes, atrás das orelhas e na nuca, pois assim garante a sua
reprodução (LEUNG et al., 2005).
Por existirem vários tipos de piolhos, é frequente pensar-se que estes podem ser
adquiridos através de animais ou mesmo, transmitir doenças. No caso do pediculus
capitis, as pessoas não sabem que este é específico da espécie humana, logo o seu
hospedeiro natural, instalando-se na cabeça. Os Humanos podem ser infestados por
três tipos de piolhos; púbicos, do corpo, e o piolho da cabeça. Estes não são
transmitidos para os animais de estimação mas sim para adultos e crianças.
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Afirmar-se que as meninas têm mais piolhos só é verdadeiro caso possuam cabelos
longos, o deixem solto, tenham maior contato umas com as outras nas suas
brincadeiras, com maior contato das cabeças, trocando pentes, chapéus, bandoletes e
outros utensílios pessoais, enquanto os meninos têm habitualmente cabelo curto e as
suas brincadeiras requerem menos contato, jogam futebol, à apanhada, às
escondidas, etc..
Mede em média entre 2 a 3 mm de comprimento e desloca-se rapidamente (6 a 30
cm/min) tendo em conta o seu tamanho. Possui 3 pares de patas e garras muito
eficientes para se fixar ao cabelo, movimenta-se lateralmente quando os fios do cabelo
estão em paralelo. Hoje, muitos professores, alunos e a comunidade em geral pensam
que os piolhos saltam como as pulgas e voam como as melgas e os mosquitos, no
entanto eles não possuem asas, nem patas articuladas para saltar. (FRANKOWSKI,
B.L.; WEINER, L.B., 2002).
Muitas vezes coçar a cabeça não é sinónimo de presença de piolhos, no entanto esta
observação pode levar à realização do exame manual, usando o pente fino, o que nos
permite encontrar e diagnosticar pediculose.
Muitas vezes este ectoparasita é confundido com caspa e o prurido pode levar a um
falso diagnóstico, pelo que é necessário um cuidado extremo na avaliação, pois as
crianças são discriminadas pelos colegas, fazem troça e afastam-se delas por estarem
infestadas, provocando-lhes constrangimento, o que as pode levar ao desejo de
abandonar a escola.
Como as crianças passam a maior parte do dia na escola, tornam-se na principal fonte
de transmissão dos piolhos. É na escola que se relacionam, fazem amizades e
despertam para a cidadania. Conhecem o certo e o errado, levam para casa e para os
amigos o que vivenciam durante a idade escolar.
O ensino gera o conhecimento e este, o hábito, então, o educador/professor ao
ensinar sobre piolhos pode contribuir para diminuir a infestação na sala de aula e na
escola, consequentemente, a escola é beneficiada por possuir educadores em saúde,
por possuir alunos disciplinados que frequentam as aulas e partilham esses
ensinamentos com as suas famílias, nas comunidades, nas relações sociais em geral
(LIMA, 1985; SHALL et al., 1987; MOHR e SAHLL, 1992).
A escola é o melhor instrumento de coparticipação que auxilia o processo de formação
de hábitos e atitudes da população. É também o ponto de partida eficiente para a
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educação relacionada com a saúde pública, envolvendo diversas questões como, por
exemplo, a gripe, helmintíases e a pediculose muito frequente no meio escolar.
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4.
CONCLUSÃO
Conforme os dados obtidos através da aplicação do questionário, somos da opinião
que estes resultados poderão auxiliar uma futura proposta de Formação Continuada
em Pediculose para a realização de ações formativas de atualização destes
conhecimentos aos educadores e professores 1º e 2º CEB do Conselho da Lousã.
Acreditamos que esta avaliação nos permite ajudar a propor outras medidas de
atuação na escola para diminuir o número de infestações. A abordagem educacional
envolvendo conhecimento, atitude e prática parecem-nos fundamentais no sentido de
permitir aos educadores e professores adquirirem conhecimentos sobre o tema e a
sua importância como educador e transmissor de atitudes corretas na área de saúde,
uma vez que existem tantos mitos que são necessários esclarecimentos para os
desmistificar.
A pediculose é um problema atual e social, pelo que se deve incentivar as
comunidades a participar através de forma ativa para que se possam desenvolver
atitudes preventivas e ações de controlo da infestação, sendo de primordial
importância envolver todos, independentemente da sua classe social, formação, etc..
Mais estudos são essenciais para compreensão do conhecimento dos professores e
pais a relativamente a este tema, bem como as suas práticas diante de infestações
com o piolho de cabeça.
A avaliação deste questionário permite-nos observar que dentro dos 5 assuntos
trabalhados (diagnóstico, prevenção, tratamento, biologia, transmissão), o diagnóstico
do piolho e a forma de tratamento com pente-fino são os mais importantes no controle
da infestação. Quanto à prevenção a forma mais importante de atuar é sempre falar de
piolhos às crianças em contexto escolar, principalmente nos locais em que este
problema for mais prevalente.
As instituições escolares devem contar com a ajuda dos profissionais, pais e da
comunidade em geral para melhorar os índices de infestação, bem como esclarecer
sobre o tema em questão dentro do programa curricular proposto no início de cada
ano letivo. Há muitas deficiências de trabalhos educativos na área de saúde pública,
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os quais devem ser estabelecidos por meio de informação objetiva e ideal à
população.
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ANEXOS
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ANEXO 1 – Questionário de Conhecimentos Sobre Pediculose
No âmbito do Programa de Saúde Escolar, a UCC Arouce criou o “Projecto Cabeças
Limpinhas”. Este Projecto tem como objectivo promover a saúde individual e colectiva
das comunidades escolares, no âmbito da pediculose. Este questionário surge da
necessidade de avaliar os conhecimentos, atitudes e comportamentos no âmbito desta
problemática, a ser aplicado a todos os professores do Pré-Escolar e Ensino Básico do
1º e 2º Ciclos.
Assim, solicita-se a vossa excelência a agilização do preenchimento do seguinte
questionário, para que identifiquemos as áreas de atenção a intervir.
DADOS GERAIS
1. Nome da escola _________________________________________
2. Categoria Profissional_____________________________________
3. Ano de Ensino: Pré-Escolar
1º Ciclo
2º Ciclo 
4. Anos de experiência  1 a 5
6 a 10
 11 a 16
 17 ou mais.
PERGUNTAS
1. Qual o procedimento adoptado pela escola quando há algum aluno com
piolhos?
Tratamento
Aviso aos pais
Orientação
1
2
3
Proíbe-o de frequentar as aulas
4
2. Com que frequência fala sobre piolhos aos seus alunos?
Nunca
Só quando há infestação
1
De vez em quando
2
Sempre
3
4
3. Se nunca fala, porquê?
Não tenho
tempo
Nunca pensei em falar
sobre o assunto
Não tenho informações
suficientes
Não faz parte do
meu trabalho
Não considero que
seja importante
1
2
3
4
5
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4. Qual a estação do ano em que há maior incidência de piolhos?
Verão
Inverno
Outono
Primavera
Todas
Não sei
1
2
3
4
5
6
5. Faz o diagnóstico de piolhos aos seus alunos?
Sim Não
6.
Se sim, como?
Pela presença de lêndeas
Pela presença de piolhos
Utilização de pente-fino
Comichão (quando se coçam)
Outro. Qual? _________________________________________
7. Da sua experiência, em que alunos há maior número de casos de piolhos?
_____________________________________________________________________
8.
Qual o tratamento que aconselharia?
Nenhum
Tratamento químico (creme, loção, medicamentos)
Pente fino
Outro. Qual? ___________________
9.
 Sim
Na sua escola há um responsável para diagnosticar e tratar piolhos?
Não
Não sei 
10. Os pais reclamam que os seus filhos apanham piolhos na escola?
 Sim
Não
Não sei 
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NAS FRASES ABAIXO, ASSINALE SE CONCORDA OU DISCORDA
11. O piolho é mais frequente em crianças com menores recursos financeiros.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
12. O piolho é mais frequente em famílias com maus hábitos de higiene.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
13. O piolho pode ser apanhado através do contacto com animais.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
14. Coçar a cabeça é sinal de presença de piolhos
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
15. Os piolhos saltam e voam.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
16. Os piolhos transmitem doenças.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
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17. Os piolhos também aparecem em adultos.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
18. As meninas têm mais piolhos que os rapazes.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
19. Lidar com o problema dos piolhos é da exclusiva responsabilidade dos
pais.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
20. A criança com piolhos é discriminada pelos colegas.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
21. A escola é a principal fonte de transmissão de piolhos para os alunos.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
1
2
3
4
5
22. É importante o professor ensinar sobre os piolhos.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
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Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose
Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB
UCC Arouce
23. O professor ao ensinar sobre piolhos pode diminuir a infestação dos
alunos.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
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5
24. O ensino sobre os piolhos pode trazer algum benefício à escola.
Concordo Plenamente
Concordo
Não Concordo Nem Discordo
Discordo
Discordo Absolutamente
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5
Muito Gratos.
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