Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Lousã, Maio de 2011 Estudo efetuado no âmbito do Programa de Saúde Escolar da UCC Arouce. Autores do estudo: Equipa de Saúde Escolar Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Lousã, Maio Página 1 de 2011 Enf. Amélia Lopes Enf. Anabela Girão Enf. Cristiano Gonçalves Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce RESUMO O piolho da cabeça (Pediculus Capitis) é atualmente considerado um problema mundial não estando relacionado com fatores económicos (classes desfavorecidas), falta de higiene, desmazelo. A prevalência deste problema de saúde pública é elevada na idade escolar entre os três e os doze anos. Quando uma criança “apanha” piolhos, tem um sentimento de vergonha, deixa de ir à escola comprometendo o rendimento escolar devido à diminuição da autoestima, e também as suas atividades diárias – raramente é encaminhada para cuidados médicos. Geralmente para o controle, as famílias utilizam substâncias tóxicas na cabeça das crianças; acreditam que os piolhos podem transmitir doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar conhecimentos, práticas e atitudes dos educadores de infância e dos professores do 1º e 2º ciclo do ensino básico das escolas do Concelho da Lousã, relativamente à pediculose. Esta análise ocorreu através de um questionário constituído de 10 perguntas abertas e 14 fechadas (de concordo plenamente a discordo em absoluto) permitindo avaliar os seus conhecimentos sobre diagnóstico, prevenção, tratamento e transmissão do piolho da cabeça. Este trabalho foi realizado em doze Jardins-de-Infância (23 educadores) e vinte e três escolas do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico (82 professores). Todos os dados foram introduzidos no programa SPSS Versão 17.0 e as análises foram realizadas com base na estatística descritiva, não paramétrica, e por tabelas de frequência. A análise estatística dos dados obtidos mostrou como resultados mais pertinentes que 95,2% dos educadores/professores falam sobre piolhos na sala de aula, sendo que destes, apenas 1,9% falam sempre e 60,0% falam de vez em quando; apenas um educador de infância proíbe o aluno infestado com piolhos de frequentar as aulas e 5,7% não utilizariam o pente-fino, 29,1% acreditam que há maior incidência de piolhos em todas as estações e 30,1% não sabe; 67,3% avisam aos pais e indicam algum tipo de tratamento, sendo que 90,3% dos profissionais utilizariam tratamento químico, e destes 44,2% associavam a este tratamento a utilização de pente fino. Estas escolas não têm um responsável para diagnosticar e tratar piolhos segundo 71,8% dos profissionais inquiridos, sendo o diagnóstico efetuado pela presença de piolhos, lêndeas e comichão (52,3%) na cabeça das crianças; para 25,7% dos profissionais, a incidência de piolhos é em todas as crianças. Por outro lado, a grande maioria deles, afirmou não ser importante ensinar sobre piolho e que o ensino não contribui para a diminuição da infestação entre os alunos. A partir desta avaliação Página 2 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce pudemos sugerir projetos de formação continuada em pediculose para que este tema seja trabalho no programa curricular ao longo do ano letivo e ocorra o controlo destas infestações. Palavras-chave: avaliação de conhecimentos de educadores/professores, piolho da cabeça, educação em saúde, questionário. Página 3 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce ABSTRACT The head louse (Pediculus capitis) it is now considered a global problem, not related to economic factors (underprivileged classes), lack of hygiene, carelessness. The prevalence of this public health problem is high in school age between three and twelve years. When a child "catches" head lice, has a sense of shame, stops going to school compromising academic performance due to reduced self-esteem, and also their daily activities; this problem is rarely referred for medical care. Usually, for the control, families use toxic substances in children’s head, believing that lice can transmit diseases. The aim of this study was to assess knowledge, attitudes and practices of kinder gardens teachers and teachers of the 1st and 2nd cycle of basic education schools in the municipality of Lousã, for the lice. This analysis took place through a questionnaire consisting of 10 open questions and 14 closed (strongly agree to strongly disagree with) allowing assess their knowledge about diagnosis, prevention, treatment and transmission of head lice. This work was carried out in twelve kinder gardens (23 educators) and thirteen schools from the 1st and 2nd cycle of basic education (82 teachers). All data were entered using SPSS Version 17.0® and analysis was based on descriptive statistics, nonparametric and by frequency tables. Statistical analysis of data obtained showed, has most relevant results, 95.2% of kinder gardens teachers/teachers talk about lice in the classroom, and of these, only 1.9% always speak , and 60.0% speak from time to time; only a kindergarten teacher forbids students infested with lice attend classes, and 5.7% would not use the fine-toothed comb; 29.1% believe there is a higher incidence of head lice in all seasons and 30.1% do not know; 67.3% warn parents and indicate some type of treatment, and 90.3% of professionals would use chemical treatment, and of these 44.2% associated with this treatment using fine-toothed comb. These schools do not have a person witch is responsible to diagnose and treat head lice in the opinion of 71.8% of the professionals surveyed, the diagnosis being made by the presence of lice, nits and itching (52.3%) in the heads of children, to 25.7% of professionals the incidence of lice is in all children. Moreover, the vast majority of them said it was not important to teach about lice and that education cannot provide reduction of infestation among the students. From this assessment, we suggest continuing education projects in pediculosis, and that this issue should be worked in the curriculum throughout the school year, due to control the occurrence of these infestations. Keywords: assessment of knowledge of educators / teachers, head lice, health education questionnaire. Página 4 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição dos professores/educadores por anos de experiência (%)..... 16 Tabela 2 – Distribuição dos procedimentos adotados por categoria profissional (%) .. 16 Tabela 3 – Distribuição por categoria profissional da frequência que falam sobre piolhos aos alunos ...................................................................................................... 17 Tabela 4 – Distribuição do diagnóstico de pediculose por categoria profissional (%) .. 18 Tabela 5 – Tratamentos da pediculose mais indicados pelos profissionais (%) .......... 19 Tabela 6 – Distribuição dos profissionais por experiência profissional acerca do procedimento adotado quando há alunos com piolhos na escola. .............................. 20 Página 5 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Distribuição dos profissionais por estação do ano em que há maior ocorrência de pediculose (%)...................................................................................... 17 Gráfico 2 – Distribuição dos métodos de diagnóstico de pediculose mais utilizados pelos profissionais (%) ................................................................................................ 18 Gráfico 3 – Distribuição dos profissionais por tempo de serviço que fazem diagnóstico de pediculose aos alunos ........................................................................................... 21 Gráfico 4 – Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e método de diagnóstico de pediculose........................................................................................... 22 Gráfico 5 - Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e tipo de alunos com maior incidência de piolhos (%) .................................................................................. 23 Gráfico 6 – Distribuição dos profissionais por tipo de tratamento aconselhado e anos de experiência profissional ......................................................................................... 24 Gráfico 7 – Distribuição dos profissionais com 17 ou mais anos de experiência por outros aconselhamentos ............................................................................................. 24 Gráfico 8 – Distribuição dos profissionais relativamente às questões fechadas (%) ... 25 Página 6 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 – Percentagem de profissionais que referem que os pais reclamam ser a escola a principal fonte de contágio de piolhos nos seus filhos ................................................................ 19 Quadro 2 – Estação do ano com maior incidência de piolhos por anos de experiência (%) .... 20 Página 7 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce SIGLAS E ABREVIATURAS 1º CEB – 1º Ciclo do Ensino Básico 2º CEB – 2º Ciclo do Ensino Básico Página 8 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 1. METODOLOGIA ................................................................................................. 15 2. RESULTADOS .................................................................................................... 16 2.1. QUESTÕES ABERTAS ................................................................................ 16 2.2. QUESTÕES ABERTAS/EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL ............................ 19 2.3. QUESTÕES FECHADAS ............................................................................. 25 3. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 27 4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 33 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 35 ANEXOS ANEXO 1 – Questionário de Conhecimentos Sobre Pediculose ............................. 42 Página 9 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce INTRODUÇÃO O piolho da cabeça, Pediculus capitis, convive com a espécie humana há vários séculos. Duas espécies de piolhos são encontradas em humanos, o Pediculus humanus Linnaeus – piolho do corpo e o Pediculus capitis De Geer – o piolho da cabeça (LINARDI et al., 1998). Existem relatos de pentes com mais de 2 mil anos encontrados com este parasita (MUMCUOGLU e ZIAS, 1988). REINHARD e BUIKSTRA (2003) efetuaram estudos no Perú onde encontraram múmias, com idade de 1000-1250 DC, infestadas com Pediculus humanus. Piolhos preservados têm sido encontrados em fios de cabelo de múmias do Egito há 5000 anos (CANYON et al., 2002). Recentemente, Araújo et al. (2000) encontraram ovos de Pediculus capitis em múmias no Piauí com 10.000 anos (BARBOSA e PINTO, 2003). O piolho de cabeça, para sobreviver, depende totalmente dos humanos, não tendo nenhuma outra espécie como hospedeiro (CANYON et al., 2002). Qualquer pessoa pode ser infestada por piolhos (PIQUERO-CASALS et al., 2004). É um inseto hematófago com habitat no couro cabeludo com temperatura e humidade relativa ideais a rondar os 30ºC e os 70%, respetivamente (PIQUERO-CASALS et al., 2004) O ciclo de vida destes ectoparasitas inclui ovos, ninfas e adultos. As fêmeas adultas têm aproximadamente 2,7 mm de comprimento e machos têm 2,4 mm. São ápteros (sem asas) em todas as fases de desenvolvimento (LINARDI et al., 1988) O ciclo tem a duração de 3 semanas, sendo que a fêmea vive entre 3 a 4 semanas pondo durante o seu ciclo vital +/- 10 ovos por dia. A fase embrionária dos ovos dura entre 7 a 11 dias, média de 8,4 dias, após este período as ninfas saem e iniciam o seu desenvolvimento, atingindo a fase adulta passados 9 a 10 dias. (FRANKOWSKI e WEINER, 2002; TAKANO-LEE et al., 2003; LEUNG et al., 2005). Os ovos são firmemente fixados no fio de cabelo por uma substância que a fêmea expele durante a postura (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). Os ovos ou lêndeas são brancos translúcidos, aderentes ao fio de cabelo e pode ser confundida com caspa (PIQUERO-CASALS et al., 2004). O modo de locomoção do piolho é lateral (CANYON et al., 2002), por possuir garras (NUTALL`S, 1917) que lhe permitem segurar-se firmemente ao fio de cabelo (NASH, 2003; LEUNG et al., 2005; NUTALL`S, 1917). Movem-se rapidamente, podendo Página 10 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce percorrer 6 a 30 cm por minuto (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). Podendo andar e escalar, mas não saltam nem voam (LEUNG et al., 2005). O piolho passa a maior parte da sua vida nos fios de cabelo, deslocando-se ao couro cabeludo somente para se alimentar cerca de 3 vezes ao dia por +/- 15 minutos (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). Pelo facto de permanecer a maior parte do tempo no cabelo (FRANKOWSKI e WEINER, 2002), a infestação é mal diagnosticada, porque vulgarmente as pessoas procuram os piolhos no couro cabeludo. Os piolhos podem sobreviver aproximadamente de 12 a 24 horas fora do corpo, mais de 50% deles morrem antes das 12 horas após serem retirados do hospedeiro (BASTOS et al., 2004). Enquanto se alimenta de sangue o piolho injeta saliva no couro cabeludo e esta pode provocar comichão. Quando se “apanha” piolhos pela primeira vez a reação de hipersensibilidade à saliva do piolho pode demorar entre 4 a 6 semanas a manifestarse (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). A comichão é o principal sintoma de infestação (ASSOCIAÇÃO AMERICANA PEDIATRIA, 2003; KO e ELSTON,2004 e LEUNG et al., 2005), mas o melhor diagnóstico é encontrar o piolho vivo na cabeça (LEUNG et al., 2005), ninfas ou ovos viáveis perto do couro cabeludo (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). A transmissão na maioria dos casos ocorre por contato direto cabeça – cabeça (JONES e ENGLISH, 2003; FRANKOWSKI e WEINER, 2002; ROBERTS, 2002; SPEARE e BUETTNER, 2000; LEUNG et al., 2005). Pode também ocorrer indiretamente através da partilha de pentes, escovas de cabelo, bonés, chapéus (BURKART e BURKART, 1999 e FRANKOWSKI e WEINER, 2002). A Pediculose pode ser considerada um problema de saúde pública que afeta todos os anos milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que mais de 100 milhões de pessoas estejam infestadas por este parasita. As estatísticas de alguns países apontam para prevalências diferenciadas deste problema, demonstrando no entanto o impacto mundial que este tem, afetando não só países em vias de desenvolvimento, mas igualmente aqueles considerados desenvolvidos. Em Israel há estudos que apontam para uma prevalência de 56,7%, na Coreia 5,8%, no Egipto 21,8%, em França 49% das crianças e nos Estados Unidos da América entre 6 e 12 milhões de Página 11 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce pessoas infestadas por ano. Em Portugal, num estudo desenvolvido ao nível da Saúde Escolar em S. Mamede de Infesta, verificou-se que apenas 2% das crianças em idade escolar no primeiro ciclo do ensino básico apresentam Pediculose Ativa Confirmada, apesar de todos os anos se sinalizarem infestações em larga escala pelas instituições escolares. (Melo, P., 2007) Apesar de ser um problema muitas vezes negligenciado, pode associar-se a consequências graves, tais como: Infeções oportunistas bacterianas (Ex: estafilocócicas); Febre Maculosa; Alterações nos padrões de sono; Insucesso laboral ou escolar; Isolamento Social; Discriminação; Diminuição da Autoestima. Na escola muitas atividades e brincadeiras são desenvolvidas em grupo favorecendo a transmissão pelo contato direto entre as crianças. Por ser uma fase de formação a criança, nessa faixa etária não possui muitas noções básicas de higiene, assim muitas vezes não sabem que estão com piolhos e muito menos conseguem constatar que estão infestadas. Somando a isso, geralmente, os pais por trabalharem fora de casa alegam falta de tempo para verificar a presença de piolhos nos seus filhos ou até mesmo por não possuírem informações corretas para tratar a infestação. Sousa (2008) cita estudos demonstrando que orientações sobre prevenção da pediculose dadas a um grupo de mães levaram a uma queda significativa na frequência da infestação e também que os professores exercem uma forte influência orientando os pais. Segundo o mesmo autor, foi observado, no México, que as escolas onde os professores não dão informação sobre prevenção e controlo da pediculose apresentavam um grande número de crianças infestadas. Alencar et al. (2005) efetuaram uma pesquisa no Brasil, entrevistando os pais de 118 crianças, em que destes, 65% afirmaram que o sono dos seus filhos é afetado quando estes têm piolhos; um número menor (18%) relatou causar irritação nas crianças. Atualmente a principal forma de combate à pediculose, utilizada pela população, são os tratamentos químicos. Eles são facilmente encontrados na farmácia, mas na maioria dos casos constata-se que são utilizados de forma errada, nomeadamente por Página 12 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce utilização de dosagens baixas (quando usado com o cabelo molhado), sendo um dos principais fatores que leva ao aparecimento da resistência dos piolhos aos produtos químicos que compõe os antiparasitários (Burgess, 1995). O diagnóstico incorreto leva à aplicação de pediculicidas sem necessidade e ao mau uso dos produtos químicos (Monsen e Keller, 2002), levando ao gasto desnecessário de dinheiro, por parte dos pais. O uso repetitivo do medicamento pode causar o aparecimento de resistência na população de piolhos. Piolhos resistentes aos piretróides, droga utilizada no controle, varia entre as populações de piolhos. Vassena et al., (2003) efetuaram um estudo em Buenos Aires onde concluíram que a taxa de resistência mais baixa foi cerca de 2% e a mais alta cerca de 89%, assim não se mostrando uma forma eficaz de combate. A utilização indiscriminada e o mau uso dos piretróides podem levar à adoção de medidas de controlo prejudiciais para as crianças. Em contrapartida, o uso do pente fino como forma de tratamento é mais barato e tem sido amplamente utilizado nos países desenvolvidos, podendo a sua eficiência ser superior ao tratamento químico (HILL et al, 2005). O pente fino, quando utilizado para diagnóstico, chega a ser cinco vezes mais eficiente do que as outras formas utilizadas para a verificação da presença da pediculose nas crianças a frequentar estabelecimentos de ensino (MUMCUOGLU et al, 2001). A aquisição de conhecimentos sobre pediculose é um fator importante para a compreensão e prática dos pais e encarregados de educação, pois muitas vezes são capazes de combater a infestação, se adquirirem conhecimentos e receberem instruções (SILVA et al., 2008). A escola pode ensinar os pais a lidar com esta problemática (pediculose), devendo ser encorajados a verificar a cabeça dos seus filhos, ou outras pessoas treinadas podem verificar a cabeça dos estudantes se apresentarem sintomas (FRANKOWSKI e WEINER, 2002). Quando a pediculose se instala nos alunos de uma sala, deve-se realizar um diagnóstico correto para não cometer equívocos, saber quando há lêndeas e quando há caspa, seborreia ou sujidade no cabelo (HERNÁNDEZ et al., 2004). Este procedimento torna-se de extrema importância para não causar vergonha e outros sentimentos no aluno. Na escola, encontram-se crianças com piolhos e sem nenhum sintoma aparente e crianças com comichão, mas sem piolhos. Daí, a importância de passar o pente fino semanalmente. Tirar o aluno da escola para que não contagie os outros não é uma medida eficaz. Segundo Madureira (1992), associar a pediculose à falta de higiene pessoal contribui Página 13 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce para aumentar a discriminação de crianças infestadas. É necessário tomar medidas de controlo que dêem um resultado eficaz para diminuir a infestação. Nos EUA foi calculado, que apenas para tratamento dos piolhos, os pais gastam um total de 240 milhões de dólares por ano. (HANSEN E O’HAVER, 2004). As autoridades escolares não têm normas específicas a serem adotadas em situações de ocorrência de parasitoses e os próprios pais começam a não tomar providências face a este problema (CATALÁ et al., 2004). O tratamento individual da pediculose é ineficaz quando a criança frequenta ambientes com outras, pelo que o tratamento deve ser feito coletivamente, para que todos os alunos infestados e os familiares com que convive frequentemente sejam tratados ao mesmo tempo, diminuindo assim as reinfestações (SLONKA, 1976). Num estudo efetuado por BARBOSA e PINTO (2003) em crianças em idade escolar no Rio de Janeiro, Brasil, verificou-se uma prevalência inicial de piolhos de 67% nas meninas e 30% nos meninos, depois de três meses de trabalho Educacional, com o uso do pente-fino, verificaram uma redução dessa prevalência para 4% de meninos contra 6% de meninas infestadas com piolhos. No âmbito do Programa de Saúde Escolar, inserido no Projeto de Prevenção da Pediculose – “Cabeças Limpinhas”, surge a necessidade de determinar o grau de conhecimentos dos educadores de infância e dos professores do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico (CEB) do Concelho da Lousã e as práticas e atitudes que estes têm face ao problema da pediculose. Para efetuar esse diagnóstico, foi elaborado e aplicado um questionário de avaliação de conhecimentos, atitudes e comportamentos dos professores relacionados com a pediculose. Página 14 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 1. METODOLOGIA Foi elaborado um questionário para os professores do ensino pré-escolar e do 1º e 2º CEB do Concelho da Lousã, com o intuito de descobrir as principais dúvidas e conhecimentos dos professores sobre pediculose. Foram aplicados 105 questionários. A elaboração do questionário foi baseada nas informações selecionadas em artigos científicos, da OMS, na observação de portais e outras de práticas sobre pediculose em países como Inglaterra, México, Estados Unidos da América e Austrália. O questionário (Anexo 1) conteve 24 questões, sendo 10 abertas e 14 fechadas/frases (de concordo plenamente a discordo em absoluto), além de dados dos professores (anos de experiência e área de ensino). Este trabalho foi realizado em doze Jardins-de-Infância (23 educadores) e vinte e três escolas do 1º e uma do 2º Ciclo do Ensino Básico (82 professores) do Agrupamento de Escolas da Lousã. A Direção do Agrupamento de Escolas da Lousã foi consultada para obtenção da permissão dos professores em participar na pesquisa. Todos os dados foram introduzidos no programa SPSS Versão 17.0 (2009) e as análises foram realizadas com base na estatística descritiva, não paramétrica, e por tabelas de frequência. Posterior a esse procedimento, foram construídas tabelas de contingência e submetidas ao teste do qui-quadrado para estudo da relação bivariada entre as variáveis em função do tempo de exercício profissional, formação educacional obtidas de cada um dos educadores/professores. Página 15 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 2. RESULTADOS 2.1. QUESTÕES ABERTAS Dos profissionais inquiridos (105) dez (9,5%) não responderam à questão tempo de experiência profissional. Dos profissionais que responderam a esta questão (95), 61,1% têm 17 ou mais anos de experiência (Tabela 1). Experiência Profissional Percentagem 1 a 5 Anos 6 a 10 Anos 11 a 16 Anos 17 ou mais anos 1,9 21,0 12,4 55,2 Tabela 1 – Distribuição dos professores/educadores por anos de experiência (%) A conduta praticada pelos profissionais em relação à pediculose na escola processouse de diferentes formas. Pela análise da Tabela 2, podemos verificar que muitos professores/educadores (67,3%) avisam aos pais, e 26% avisam e orientam os pais quando há alunos com piolhos. Relativamente aos educadores de infância, podemos verificar que 50% destes profissionais avisa os pais e orienta-os no tratamento, enquanto 73,8% dos professores apenas avisa os pais da existência de piolhos. Categoria Profissional Procedimentos Efetuam Tratamento Aviso aos Pais Orientação Total Educador de Infância Professor 0% 1,3% 1,0% 45,8% 73,8% 67,3% 0% 1,3% 1,0% Proíbe de Frequentar Aulas 0% 1,3% 1,0% Aviso aos pais e orientação 50,0% 18,8% 26,0% 0% 3,8% 2,9% 4,2% 0% 1,0% Efetuam tratamento, aviso aos pais e orientação Aviso aos pais, orientação e proíbe de frequentar aulas Tabela 2 – Distribuição dos procedimentos adotados por categoria profissional (%) Como se pode verificar através da Tabela 3, há uma prática regular em esclarecer os alunos quanto à pediculose, sendo que 93,3% dos professores/educadores o fazem Página 16 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce pontualmente durante o período letivo; apenas 1,9% afirma fazê-lo sempre e destes, apenas os educadores de infância o fazem. Outro valor que nos parece significativo é o facto de apenas 8% do total dos educadores afirmarem falar sempre sobre piolhos aos alunos, sendo que nenhum professor do ensino básico afirmou ter o mesmo procedimento. Categoria Profissional Com que frequência fala sobre piolhos aos seus alunos Total Educador de Infância Professor 0% 6,2% 4,8% Só quando há infestação 32,0% 33,8% 33,3% De vez em quando 60,0% 60,0% 60,0% Sempre 8,0% 0% 1,9% Nunca Tabela 3 – Distribuição por categoria profissional da frequência que falam sobre piolhos aos alunos Dos profissionais que responderam ao questionário apenas 29,1% acredita não haver relação entre a estação do ano e a pediculose, considerando que esta pode ocorrer em qualquer estação do ano; 12,6% considerem o outono e a primavera como o período mais propício e 30,1% não sabia qual a estação do ano mais propícia ao aparecimento dos piolhos (Gráfico 1). 1% 1% Verão 3% Inverno 7% 12% 7% Outono 10% Primavera Todas Não sabe 30% Outono e Primavera 29% Inverno e Primavera Inverno e Outono Gráfico 1 – Distribuição dos profissionais por estação do ano em que há maior ocorrência de pediculose (%) Página 17 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Grande parte das escolas não tem uma pessoa responsável em diagnosticar a infestação, segundo 71,8% dos inquiridos; 24,3% não sabem e apenas 3,9% afirmaram haver alguém com esta função. O diagnóstico é efetuado por 62,1% dos profissionais, sendo que dos educadores de infância, 84% faz o diagnóstico e dos professores apenas 55,1% o faz (Tabela 4). Faz o diagnóstico de piolhos aos seus alunos Sim % Por Categoria Profissional Categoria Profissional Educador de Infância Professor 84,0% 55,1% % Total Não Total 62,1% % Por Categoria Profissional 16,0% 44,9% % Total 37,9% Tabela 4 – Distribuição do diagnóstico de pediculose por categoria profissional (%) Através da análise ao Gráfico 2, podemos constatar que a presença de lêndeas/piolhos e o prurido são os métodos de diagnóstico de pediculose mais utilizados, correspondendo a 52,3%. 3,1% 3,1% 1,5% Presença de Lêndeas 13,8% Quando se coçam 15,4% 52,3% 10,8% Presença de Lêndeas e Piolhos Presença de Lêndeas, piolhos e comichão Presença de Lêndeas, piolhos, comichão e pente fino Outro Utilização de Pente Fino e Comichão Gráfico 2 – Distribuição dos métodos de diagnóstico de pediculose mais utilizados pelos profissionais (%) Página 18 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce O tratamento mais indicado foi o tratamento químico (46,2%) e o tratamento químico associado ao pente fino foi mencionado por 44,2% (Tabela 5). Método Diagnóstico mais Utilizado Percentagem Nenhum 1,0 Tratamento Químico 46,2 Pente Fino Tratamento Químico e Pente Fino 1 Outro 5,8 44,2 2,9 Tabela 5 – Tratamentos da pediculose mais indicados pelos profissionais (%) Analisando os dados do Quadro 1, podemos verificar que segundo 54,4% dos professores, os pais reclamam que a escola é a principal fonte de contágio de piolhos nos seus filhos. Pais reclamam que os filhos apanham Percentagem piolhos na escola Sim 54,4 Não 29,1 Não sei 16,5 Quadro 1 – Percentagem de profissionais que referem que os pais reclamam ser a escola a principal fonte de contágio de piolhos nos seus filhos 2.2. QUESTÕES ABERTAS/EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Através da análise efetuada à Tabela 6 podemos constatar que os professores com mais anos de experiência profissional avisam os pais das crianças quando há alunos com piolhos na escola, em que a maior percentagem incidiu nos profissionais com 11 a 16 anos de experiência (69,23%), sendo também nestes profissionais que se verificou a proibição de frequência de aulas quando os alunos estão infestados com piolhos. 1 Os outros tratamentos aconselhados pelos profissionais inquiridos foram o aconselhamento com médico de família; higienização de vestuário e utensílios; limpar e vigiar a cabeça com frequência; permanência em casa até limpar a cabeça; rapar o cabelo; Supervisão; Vigilância e Observação; Vinagre ou limão diluído em água. Página 19 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Qual o procedimento adotado quando há algum aluno com piolhos na escola 1a5 Anos Anos de Experiência 6 a 10 11 a 16 Anos Anos 17 ou mais anos 50% 63,64% 69,23% 68,42% Orientação 0% 0% 0% 1,75% Proíbe de Frequentar Aulas 0% 0% 7,69% 0% Aviso aos pais e orientação 50% 31,82% 15,38% 28,07% 0% 4,55% 7,69% 1,75% Aviso aos Pais Efetuam tratamento, aviso aos pais e orientação Tabela 6 – Distribuição dos profissionais por experiência profissional acerca do procedimento adotado quando há alunos com piolhos na escola. Relativamente às estações do ano, pela análise ao Quadro 2, verificamos que os profissionais inquiridos, de uma maneira geral, revelam desconhecimento sobre qual a estação do ano em que há maior incidência de piolhos ou consideram que este problema pode ocorrer em todas as estações do ano. Podemos também verificar que 50% dos profissionais com 1 a 5 anos de serviço afirmam ser na primavera que ocorrem maior número de casos de pediculose. Qual a estação do ano com maior incidência de piolhos Anos de Experiência 1a5 Anos 6 a 10 Anos 11 a 16 Anos 17 ou mais anos Verão 0% 4,5% 0% 0% 1,1% Inverno 0% 9,1% 7,7% 7,0% 7,4% Outono 0% 0% 15,4% 7,0% 6,4% Primavera 50,0% 18,2% 7,7% 3,5% 8,5% Todas ,0% 13,6% 30,8% 31,6% 26,6% Não sabe 50,0% 31,8% 30,8% 31,6% 31,9% Outono e Primavera 0% 18,2% 0% 15,8% 13,8% Inverno e Primavera 0% 4,5% 7,7% 1,8% 3,2% Inverno e Outono 0% 0% 0% 1,8% 1,1% Total Quadro 2 – Estação do ano com maior incidência de piolhos por anos de experiência (%) Página 20 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Dos profissionais inquiridos os que têm 17 ou mais anos de experiência profissional são os que apresentam maior percentagem de indivíduos que fazem diagnóstico de pediculose aos alunos (66,7%). Outro dado relevante foi verificar que nenhum profissional com menos de 6 anos de serviço faz diagnóstico de pediculose às crianças que frequentam os estabelecimentos de ensino onde exercem a sua atividade (Gráfico 3). No Gráfico 4 podemos constatar que os profissionais efetuam diagnóstico de piolhos aos seus alunos através da presença de lêndeas, piolhos e comichão (prurido). A maior percentagem deste método de diagnóstico verifica-se nos profissionais com 17 ou mais anos de experiência. Nos profissionais com 6 a 10 anos de experiência também verificamos que diagnosticam pediculose aos seus alunos através da presença de lêndeas e piolhos. 0% 20% 40% 60% 80% 100% Sim 1 a 5 Anos ,0% Não 100,0% Anos de Experiência 6 a 10 Anos 11 a 16 Anos 57,1% 61,5% 42,9% 38,5% 17 ou mais anos 66,7% 33,3% Gráfico 3 – Distribuição dos profissionais por tempo de serviço que fazem diagnóstico de pediculose aos alunos Página 21 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Anos de Experiência 17 ou mais anos 11 a 16 Anos 6 a 10 Anos 0% 20% 40% 60% 80% 100% 6 a 10 Anos 8,3% Anos de Experiência 11 a 16 Anos 25,0% 17 ou mais anos 12,8% 16,7% 12,5% 15,4% 33,3% ,0% 7,7% Presença de Lêndeas, piolhos e comichão 33,3% 50,0% 56,4% Presença de Lêndeas, piolhos, comichão e pente fino 8,3% 12,5% ,0% Utilização de Pente Fino e Comichão ,0% ,0% 2,6% Presença de Lêndeas Quando se coçam Presença Piolhos de Lêndeas e Gráfico 4 – Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e método de diagnóstico de pediculose Relativamente à questão “Da sua experiência, em que alunos há maior n.º de casos de piolhos?” por experiência profissional, os dados obtidos são os apresentados no Gráfico 5, onde podemos verificar não ser homogénea a opinião dos profissionais inquiridos, sendo que na opinião de todos os professores com menos de 6 anos de experiência, a pediculose é mais comum nas crianças com menores cuidados de higiene. A mesma opinião é partilhada por 40,9% dos profissionais com 6 a 10 anos de experiência; os alunos mais desfavorecidos economicamente são os mais referenciados por 38,5% dos profissionais com 11 a 16 anos de experiência. Estes resultados contrapõem a opinião de 29,3% dos profissionais com 17 ou mais anos de experiência, que consideram não haver grupos específicos de crianças com incidência de piolhos. Dos inquiridos, 20% não responderam à questão, sendo que a maior taxa de não resposta se verificou nos profissionais com 17 ou mais anos (25,9%). Página 22 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Anos de Experiência Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 17 ou mais anos 11 a 16 Anos 6 a 10 Anos 1 a 5 Anos 0% 50% 100% Anos de Experiência 1 a 5 Anos 6 a 10 Anos 11 a 16 Anos 17 ou mais anos Alunos com menores cuidados de higiene 100,0% 40,9% 15,4% 19,0% Alunos com pouca supervisão dos pais ,0% 4,5% ,0% 6,9% Alunos desfavorecidos economicamente ,0% 18,2% 38,5% 10,3% Alunos do 1º e 2º Ciclo ,0% 4,5% ,0% ,0% Crianças com cabelos muito compridos ,0% 4,5% ,0% 3,4% Crianças com idades inferiores ,0% ,0% ,0% 1,7% Em todas as crianças ,0% 9,1% 30,8% 29,3% Nas meninas ,0% ,0% ,0% 1,7% Nunca vi alunos com piolhos ,0% 4,5% ,0% ,0% Pais com baixo nível socioeconómico ,0% ,0% ,0% 1,7% Pré-Escolar e classes desfavorecidas ,0% 4,5% ,0% ,0% Sem Resposta ,0% 9,1% 15,4% 25,9% Gráfico 5 - Distribuição dos profissionais por Anos de Experiência e tipo de alunos com maior incidência de piolhos (%) Pela análise ao Gráfico 6, podemos verificar que os profissionais com 17 ou mais anos de experiência e os profissionais com 6 a 10 anos de experiência afirmam aconselhar tratamento químico associado ao pente fino (45,6% e 45,5%, respetivamente), em contraposição aos professores com menos de 6 anos e 11 a 16 anos de experiência (100% e 76,9%, respetivamente) que referem aconselhar apenas o tratamento químico. Outro dado importante verificado foi o facto de apenas os profissionais com 17 ou mais anos de experiência serem os únicos a aconselharem outro tipo de tratamento. De referir que apenas um profissional referiu não aconselhar qualquer tipo de tratamento, sendo que este pertencia ao grupo dos profissionais com 17 ou mais anos de experiência. Página 23 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Outro Tratamento Químico e Pente Fino Pente Fino Tratamento Químico Nenhum 0% 20% 40% 60% 80% 100% Nenhum Tratamento Químico Anos de Experiência 1 a 5 Anos ,0% 100,0% ,0% Tratamento Químico e Pente Fino ,0% Anos de Experiência 6 a 10 Anos ,0% 45,5% 9,1% 45,5% Anos de Experiência 11 a 16 Anos ,0% 76,9% ,0% 23,1% ,0% Anos de Experiência 17 ou mais anos 1,8% 42,1% 5,3% 45,6% 5,3% Pente Fino Outro ,0% ,0% Gráfico 6 – Distribuição dos profissionais por tipo de tratamento aconselhado e anos de experiência profissional Através do Gráfico 7 podemos verificar que há uma distribuição homogénea dos outros aconselhamentos dados pelos profissionais com 17 ou mais anos de experiência, no entanto sobressai o aconselhamento com médico de família, referido por 27,3% dos inquiridos. Aconselhamento com médico de família Indicado pelo médico de família Limpar e vigiar a cabeça com frequência Permanência em casa até limpar a cabeça Vigilância e Observação Vinagre ou limão diluído em água 9,1% 27,3% 9,1% 9,1% 9,1% 9,1% Gráfico 7 – Distribuição dos profissionais com 17 ou mais anos de experiência por outros aconselhamentos Página 24 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 2.3. QUESTÕES FECHADAS Dentro do conteúdo das frases pretendemos abordar itens relacionados com conhecimento da biologia do piolho, diagnóstico, prevenção, tratamento, atitude e prática de controlo da infestação. Das 14 frases elaboradas com opção de resposta “Concordo Plenamente” a “Discordo Absolutamente” apresentamos os resultados em forma de percentagem no Gráfico 8. Discordo Absolutamente Discordo Não Concordo nem Discordo Concordo Concordo Plenamente 0% 20% 40% 60% 80% 100% Concordo Plenamente Concordo Não Concordo nem Discordo Discordo Discordo Absolutament e O piolho é mais frequente nas crianças com menores recursos financeiros 1,0% 21,4% 16,5% 39,8% 21,4% O piolho é mais frequente em famílias com maus hábitos de higiene 17,1% 39,0% 10,5% 22,9% 10,5% O piolho pode ser apanhado através de contacto com animais 1,0% 23,8% 31,7% 28,7% 14,9% Coçar a cabeça é sinal de presença de piolhos 1,9% 12,5% 24,0% 49,0% 12,5% Os piolhos saltam e voam 13,5% 42,3% 15,4% 21,2% 7,7% Os piolhos transmitem doenças 3,0% 30,0% 40,0% 18,0% 9,0% Os piolhos também aparecem em adultos 1,0% 0% 0% 50,5% 48,6% As meninas têm mais piolhos que os rapazes 1,0% 13,3% 22,9% 45,7% 17,1% Lidar com o problema dos piolhos é da exclusiva responsabilidade dos pais 5,8% 21,2% 12,5% 49,0% 11,5% A criança com piolhos é discriminada pelos colegas 4,8% 24,8% 13,3% 50,5% 6,7% A escola é a principal fonte de transmissão de piolhos para os alunos 1,0% 25,0% 23,1% 43,3% 7,7% É importante o professor ensinar sobre os piolhos 1,0% 4,8% 13,5% 57,7% 23,1% O professor ao ensinar sobre os piolhos pode diminuir a infestação dos alunos 1,0% 8,7% 12,5% 63,5% 14,4% O ensino sobre piolhos pode trazer algum benifício à escola 0% 1,0% 10,6% 65,4% 23,1% Gráfico 8 – Distribuição dos profissionais relativamente às questões fechadas (%) Página 25 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Pela análise da Gráfico 8, podemos verificar que 61,2% dos profissionais inquiridos não consideram que as crianças com menores recursos financeiros tenham maior incidência de piolhos (39,8% Discorda e 21,4% Discorda Absolutamente). Para 55,1% dos profissionais inquiridos os piolhos são mais frequentes nas crianças com maus hábitos de higiene (17,1% Concordam Plenamente, 39,0% Concorda). Alguns profissionais (24,8%) acreditam que se possa adquirir piolhos através do contacto com animais e 33% acreditam que eles transmitem doenças. Para 51,5% dos profissionais inquiridos, coçar a cabeça não é sinónimo de presença de piolhos; 55,8% afirmam que os piolhos saltam e voam (13,5% Concordam Plenamente e 42,3% Concordam). O piolho não aparece em adultos segundo a opinião de 99% dos profissionais. A maioria dos profissionais (72,3%) discorda da afirmação que diz que as meninas têm mais piolhos que os meninos (45,7% Discorda e 17,1% Discorda Absolutamente). A maioria dos inquiridos (57,2%) afirma discordar quanto às crianças serem discriminadas pelos colegas por estarem infestadas. Dos profissionais inquiridos, 51% discorda que a escola possa ser a principal fonte de transmissão de piolhos, e para 60,5% não é da exclusiva responsabilidade dos pais lidar com o problema da pediculose (49% Discorda e 11,5% Discorda Absolutamente). Apenas 5,8% dos profissionais afirmam ser importante ensinar as crianças sobre piolhos em contexto de aula, sendo que 57,7% Discordam e 23,2% Discordam Absolutamente com essa afirmação. Os profissionais inquiridos (77,9%) afirmam que ensinar sobre piolhos não contribui para a diminuição da infestação das crianças, que também afirmam discordar da afirmação que refere que “O ensino sobre piolhos pode trazer algum benefício à escola” (65,4% Discorda e 23,1% Discorda em Absoluto). Página 26 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 3. DISCUSSÃO O presente estudo procurou caracterizar os funcionários identificando variáveis profissionais (experiência profissional em anos, ano que lecionam), além da experiência prévia com a pediculose. Da pesquisa efetuada, encontrámos apenas publicado um artigo de estudo português, relacionado com a temática da pediculose. Como referido nos resultados, a maioria dos funcionários afirma ter 17 ou mais anos de experiência, sendo os professores do 1º e 2º CEB a categoria profissional mais representativa. Muitos dos mitos e tabus continuam enraizados na nossa sociedade, dificultando assim o combate à infestação por piolhos. Relativamente ao comportamento deste ectoparasita, a maioria da população deste estudo referiu que muitos são capazes de voar e/ou saltar, e não têm uma estação do ano específica, provêm da falta de higiene, que não aparecem em adultos, etc.. O piolho pertence à Ordem Phthiraptera, da Classe Insecta, são invariavelmente Ápteros (a = sem + pteros = asas), ou seja, a sua transmissão ocorre por contato, seja direto (pessoal) ou através de utensílios (bonés, pentes, almofadas, bandoletes, etc.), e são incapazes de voar ou saltar. Estes ectoparasitas reproduzem-se, principalmente, em ambientes quentes e húmidos, talvez daí a impressão de que preferem o verão. Porém as medidas preventivas devem ser mantidas durante todo o ano. A sua incidência não tem relação direta com a higiene, muito menos com barreiras sociais, económicas ou geográficas, (Andrade C. F. S., Santos L.U. dos, 1998). Infelizmente ainda faltam estudos relativos ao motivo da predisposição que algumas pessoas têm para adquirir mais piolhos que outras, todavia, segundo Linardi (2002) e Andrade C. F. S., Santos, L. U. dos (2000), não há relação com o nível de açúcar no sangue. As lêndeas são ovais, pequenas, de coloração branco-amarelada, hermeticamente fechadas que se fixam rente ao couro cabeludo pela ação de um “cimento”, ou seja, uma substância quitinosa de difícil remoção. Convém salientar que não existem pesquisas que comprovem a ação do sal e do vinagre no combate ao piolho e à Página 27 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce lêndea, porém alguns estudos afirmam que podem facilitar a dissolução dessa substância (LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000). WILLEMS, S. et al. (2005) efetuaram um estudo na Bélgica em que concluíram que a cor do cabelo e o tamanho deste têm influência no risco de contrair piolhos, assim como o número de crianças do agregado familiar e o status socioeconómico (relação estatisticamente significativa). O uso irracional e disseminado de produtos piolhicidas teve como consequência uma grande resistência desses ectoparasitas a alguns desses produtos, à semelhança do que aconteceu com as bactérias relativamente aos antimicrobianos, motivo pelo qual a indústria farmacêutica está sempre a modificar e a lançar novas fórmulas (CATALÁ, S. et al., 2004; LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000). Outro mito encontrado é a afirmação de que cabelo curto e liso tem menos piolhos, visto que esse tipo de cabelo permite uma maior facilidade na visualização e “catação” dos ectoparasitas. Este conceito estende-se aos que consideram que meninas têm mais piolhos que os meninos (LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000). Há que salientar que há doenças que são predominantes entre a população infantil, seja de natureza ectoparasitária (pediculose, verminoses, etc.) ou infeciosas transmissíveis (infeções respiratórias agudas, infeções urinárias, etc.). Cabe aos profissionais de saúde promover estratégias que previnam complicações dessas doenças, além da deteção precoce e ações articuladas de educação permanente dirigidas aos educadores/professores e familiares (pais, tutores, encarregados de educação). Dentre os meios de tratamento, não há dúvida que a forma mecânica preventiva é a mais eficaz, ou seja, “catação” manual com uso de pente fino (LINARDI, 2002; ANDRADE C. F. S., SANTOS, L. U. dos, 2000). No presente estudo, este método foi muito pouco cotado como tratamento isolado, contudo foi muito cotado associado ao tratamento químico, sendo este (isoladamente) o que teve maior cotação dentre todos os métodos. A proliferação no mercado de produtos piolhicidas com promessas milagrosas, associado à globalização e amplas jornadas de trabalho dos familiares responsáveis, levou a que caísse em desuso a forma mecânica de combate à pediculose. É essencial retomar esta forma de combate à pediculose (“catação” e pente fino), uma vez que dos artigos de investigação encontrados, em todos se refere que os produtos Página 28 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce químicos não são eficazes contra as lêndeas, aconselhando a que se faça a remoção destas por via mecânica. Um estudo para analisar a perceção das mães e educadoras relativamente aos cuidados oferecidos pelas creches do município de São Paulo, concluiu que não há articulação entre os Centros de Educação Infantil e os serviços de saúde, sendo que, quando há aproximações, são de nível local, por questões circunstanciais, e não pelo estabelecimento de relações formais entre as diferentes instituições (BÓGUS, C.M., et al., 2007). A pediculose é vista como uma ectoparasitose prevalente entre a população infantil e de difícil resolução. Apesar dos profissionais inquiridos vivenciarem frequentemente a presença de infestação, seja nos seus núcleos familiares ou profissionais, muitas das suas práticas ainda se baseiam no senso comum, sem conhecimentos ou bases científicas. O uso de medicamentos é feito, muitas vezes, empiricamente e sem orientação de um profissional ligado à área da saúde. Existem muitas dúvidas e dificuldades relacionadas com a prevenção e tratamento, corroborando a necessidade de atenção especial ao tema abordado. O procedimento adotado pelas escolas é correto, pois os pais são avisados, no entanto é necessário melhorar a comunicação solicitando que estes entrem em contato com a escola para juntos tentarem solucionar o problema (PATTON, et al., 2003). Muitas vezes o tratamento indicado pelo professor não é o melhor para o aluno, por exemplo, o tratamento químico por champôs provoca resistência (GRATZ, 1997; ANDRADE e SANTOS, 1998; VASSENA et al., 2003) e os tratamentos caseiros prejudicam o couro cabeludo da criança. A não proibição do aluno em frequentar as aulas facilita o bom relacionamento e a permanência do aluno na escola mesmo quando está com problemas. Através desta atitude podem-se desenvolver atividades com os seus colegas para aprender a controlar a infestação. Quanto à frequência com que os docentes falam de piolhos na escola, é imperativo falar sempre, por forma a controlar a infestação, já que esta é constante no ambiente escolar. É necessário criar hábitos de higiene e incentivar a utilização do pente fino diariamente (MONSEN e KELLER, 2002). Página 29 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Os piolhos podem persistir ao longo de todas as estações do ano, mas é nas estações mais amenas e húmidas que o ambiente se torna mais favorável à reprodução dos piolhos. Nestas estações ocorrem as infestações mais graves e de difícil intervenção. O principal diagnóstico é feito quando vemos os piolhos, mas o prurido é o principal sinal de alerta para a infestação. Muitas vezes é confundido com outros problemas do couro cabeludo como alergias, caspa, seborreia. A presença de lêndeas pode indicar o estágio de infestação e deve-se começar logo o tratamento, recorrendo ao pente fino seguido da remoção com as mãos dos piolho e lêndeas. As crianças dos infantários e do 1º CEB têm uma maior probabilidade de prevalência de piolhos pelo fato de terem mais atividades de grupo e por passarem mais tempo na escola (LINARDI e BOTELHO, 1989; DOWNS et al., 1999; BARBOSA e PINTO, 2003; CATALÁ, et al., 2004) O melhor tratamento é o pente fino, sendo economicamente acessível e fácil de utilizar. Os champôs e outros tratamentos químicos favorecem a resistência dos piolhos por não serem utilizados corretamente e dificultam o controlo e a diminuição da infestação (BURGESS, 1995; BURKHART e BURKHART, 1999; IBARRA et al., 2007). É bastante compreensível que os pais não gostem que os seus filhos “apanhem” piolhos e reclamem na escola sempre que tal acontece. No entanto a sua atitude deveria ser diferente, e em vez de reclamar junto dos professores e funcionários, deveria procurar ajuda, esclarecimentos e oferecer-se para ajudar, ser parte da solução e não do problema. O piolho não escolhe pessoas, escolas, classes sociais, hábitos de higiene, recursos financeiros para se instalar, não depende da etnia, nem da genética. Está presente há mais de 1 milhão de anos e permanece porque as condições são favoráveis à sua reprodução e sobrevivência. Prefere cabeças limpas na maioria dos casos e fica nos lugares mais quentes, atrás das orelhas e na nuca, pois assim garante a sua reprodução (LEUNG et al., 2005). Por existirem vários tipos de piolhos, é frequente pensar-se que estes podem ser adquiridos através de animais ou mesmo, transmitir doenças. No caso do pediculus capitis, as pessoas não sabem que este é específico da espécie humana, logo o seu hospedeiro natural, instalando-se na cabeça. Os Humanos podem ser infestados por três tipos de piolhos; púbicos, do corpo, e o piolho da cabeça. Estes não são transmitidos para os animais de estimação mas sim para adultos e crianças. Página 30 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce Afirmar-se que as meninas têm mais piolhos só é verdadeiro caso possuam cabelos longos, o deixem solto, tenham maior contato umas com as outras nas suas brincadeiras, com maior contato das cabeças, trocando pentes, chapéus, bandoletes e outros utensílios pessoais, enquanto os meninos têm habitualmente cabelo curto e as suas brincadeiras requerem menos contato, jogam futebol, à apanhada, às escondidas, etc.. Mede em média entre 2 a 3 mm de comprimento e desloca-se rapidamente (6 a 30 cm/min) tendo em conta o seu tamanho. Possui 3 pares de patas e garras muito eficientes para se fixar ao cabelo, movimenta-se lateralmente quando os fios do cabelo estão em paralelo. Hoje, muitos professores, alunos e a comunidade em geral pensam que os piolhos saltam como as pulgas e voam como as melgas e os mosquitos, no entanto eles não possuem asas, nem patas articuladas para saltar. (FRANKOWSKI, B.L.; WEINER, L.B., 2002). Muitas vezes coçar a cabeça não é sinónimo de presença de piolhos, no entanto esta observação pode levar à realização do exame manual, usando o pente fino, o que nos permite encontrar e diagnosticar pediculose. Muitas vezes este ectoparasita é confundido com caspa e o prurido pode levar a um falso diagnóstico, pelo que é necessário um cuidado extremo na avaliação, pois as crianças são discriminadas pelos colegas, fazem troça e afastam-se delas por estarem infestadas, provocando-lhes constrangimento, o que as pode levar ao desejo de abandonar a escola. Como as crianças passam a maior parte do dia na escola, tornam-se na principal fonte de transmissão dos piolhos. É na escola que se relacionam, fazem amizades e despertam para a cidadania. Conhecem o certo e o errado, levam para casa e para os amigos o que vivenciam durante a idade escolar. O ensino gera o conhecimento e este, o hábito, então, o educador/professor ao ensinar sobre piolhos pode contribuir para diminuir a infestação na sala de aula e na escola, consequentemente, a escola é beneficiada por possuir educadores em saúde, por possuir alunos disciplinados que frequentam as aulas e partilham esses ensinamentos com as suas famílias, nas comunidades, nas relações sociais em geral (LIMA, 1985; SHALL et al., 1987; MOHR e SAHLL, 1992). A escola é o melhor instrumento de coparticipação que auxilia o processo de formação de hábitos e atitudes da população. É também o ponto de partida eficiente para a Página 31 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce educação relacionada com a saúde pública, envolvendo diversas questões como, por exemplo, a gripe, helmintíases e a pediculose muito frequente no meio escolar. Página 32 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 4. CONCLUSÃO Conforme os dados obtidos através da aplicação do questionário, somos da opinião que estes resultados poderão auxiliar uma futura proposta de Formação Continuada em Pediculose para a realização de ações formativas de atualização destes conhecimentos aos educadores e professores 1º e 2º CEB do Conselho da Lousã. Acreditamos que esta avaliação nos permite ajudar a propor outras medidas de atuação na escola para diminuir o número de infestações. A abordagem educacional envolvendo conhecimento, atitude e prática parecem-nos fundamentais no sentido de permitir aos educadores e professores adquirirem conhecimentos sobre o tema e a sua importância como educador e transmissor de atitudes corretas na área de saúde, uma vez que existem tantos mitos que são necessários esclarecimentos para os desmistificar. A pediculose é um problema atual e social, pelo que se deve incentivar as comunidades a participar através de forma ativa para que se possam desenvolver atitudes preventivas e ações de controlo da infestação, sendo de primordial importância envolver todos, independentemente da sua classe social, formação, etc.. Mais estudos são essenciais para compreensão do conhecimento dos professores e pais a relativamente a este tema, bem como as suas práticas diante de infestações com o piolho de cabeça. A avaliação deste questionário permite-nos observar que dentro dos 5 assuntos trabalhados (diagnóstico, prevenção, tratamento, biologia, transmissão), o diagnóstico do piolho e a forma de tratamento com pente-fino são os mais importantes no controle da infestação. Quanto à prevenção a forma mais importante de atuar é sempre falar de piolhos às crianças em contexto escolar, principalmente nos locais em que este problema for mais prevalente. As instituições escolares devem contar com a ajuda dos profissionais, pais e da comunidade em geral para melhorar os índices de infestação, bem como esclarecer sobre o tema em questão dentro do programa curricular proposto no início de cada ano letivo. Há muitas deficiências de trabalhos educativos na área de saúde pública, Página 33 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce os quais devem ser estabelecidos por meio de informação objetiva e ideal à população. Página 34 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce BIBLIOGRAFIA ALENCAR, R. A. SILVA S. MADEIRA, N.G. – Avaliando o conhecimento, a prática e a atitude BRASILEIRA da população DE em MEDICINA pediculose. TROPICAL, In: 41., CONGRESSO 2005, SOCIEDADE Florianópolis. Anais… Florianópolis: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2005. P. 30. AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS – Pediculosis capitis (head lice). In: PICKERING, L.K.(Ed.). Red book: 2003 Report of the committee on infectious diseases. Elk groove Village(IL): American Academy of Pediatrics, 2003. p. 463-465. 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Página 40 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce ANEXOS Página 41 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce ANEXO 1 – Questionário de Conhecimentos Sobre Pediculose No âmbito do Programa de Saúde Escolar, a UCC Arouce criou o “Projecto Cabeças Limpinhas”. Este Projecto tem como objectivo promover a saúde individual e colectiva das comunidades escolares, no âmbito da pediculose. Este questionário surge da necessidade de avaliar os conhecimentos, atitudes e comportamentos no âmbito desta problemática, a ser aplicado a todos os professores do Pré-Escolar e Ensino Básico do 1º e 2º Ciclos. Assim, solicita-se a vossa excelência a agilização do preenchimento do seguinte questionário, para que identifiquemos as áreas de atenção a intervir. DADOS GERAIS 1. Nome da escola _________________________________________ 2. Categoria Profissional_____________________________________ 3. Ano de Ensino: Pré-Escolar 1º Ciclo 2º Ciclo 4. Anos de experiência 1 a 5 6 a 10 11 a 16 17 ou mais. PERGUNTAS 1. Qual o procedimento adoptado pela escola quando há algum aluno com piolhos? Tratamento Aviso aos pais Orientação 1 2 3 Proíbe-o de frequentar as aulas 4 2. Com que frequência fala sobre piolhos aos seus alunos? Nunca Só quando há infestação 1 De vez em quando 2 Sempre 3 4 3. Se nunca fala, porquê? Não tenho tempo Nunca pensei em falar sobre o assunto Não tenho informações suficientes Não faz parte do meu trabalho Não considero que seja importante 1 2 3 4 5 Página 42 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 4. Qual a estação do ano em que há maior incidência de piolhos? Verão Inverno Outono Primavera Todas Não sei 1 2 3 4 5 6 5. Faz o diagnóstico de piolhos aos seus alunos? Sim Não 6. Se sim, como? Pela presença de lêndeas Pela presença de piolhos Utilização de pente-fino Comichão (quando se coçam) Outro. Qual? _________________________________________ 7. Da sua experiência, em que alunos há maior número de casos de piolhos? _____________________________________________________________________ 8. Qual o tratamento que aconselharia? Nenhum Tratamento químico (creme, loção, medicamentos) Pente fino Outro. Qual? ___________________ 9. Sim Na sua escola há um responsável para diagnosticar e tratar piolhos? Não Não sei 10. Os pais reclamam que os seus filhos apanham piolhos na escola? Sim Não Não sei Página 43 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce NAS FRASES ABAIXO, ASSINALE SE CONCORDA OU DISCORDA 11. O piolho é mais frequente em crianças com menores recursos financeiros. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 12. O piolho é mais frequente em famílias com maus hábitos de higiene. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 13. O piolho pode ser apanhado através do contacto com animais. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 14. Coçar a cabeça é sinal de presença de piolhos Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 15. Os piolhos saltam e voam. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 16. Os piolhos transmitem doenças. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 Página 44 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 17. Os piolhos também aparecem em adultos. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 18. As meninas têm mais piolhos que os rapazes. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 19. Lidar com o problema dos piolhos é da exclusiva responsabilidade dos pais. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 20. A criança com piolhos é discriminada pelos colegas. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 21. A escola é a principal fonte de transmissão de piolhos para os alunos. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 22. É importante o professor ensinar sobre os piolhos. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 Página 45 Avaliação de Conhecimentos sobre Pediculose Avaliação de Conhecimentos dos Educadores de Infância e Professores do 1º e 2º Ciclo do EB UCC Arouce 23. O professor ao ensinar sobre piolhos pode diminuir a infestação dos alunos. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 24. O ensino sobre os piolhos pode trazer algum benefício à escola. Concordo Plenamente Concordo Não Concordo Nem Discordo Discordo Discordo Absolutamente 1 2 3 4 5 Muito Gratos. Página 46