INFECÇÕES
PARASITÁRIAS DA PELE
Professora: Janine Fernandes
ESCABIOSE

A escabiose (também conhecida como sarna) é uma
reação comum da pele acompanhada por prurido
causada por um ácaro parasita, o Sarcoptes scabiei,
que afeta apenas seres humanos.

O ácaro é muito pequeno e só pode ser visto com o
auxílio de um microscópio. A fêmea do ácaro se enterra
sob a pele para se alimentar e depositar seus ovos.
Esses parasitas não conseguem saltar nem voar.

Na maioria dos casos, não conseguem sobreviver
mais do que três dias fora do organismo. Uma
pessoa infestada tem, geralmente, 10 a 15 ácaros
em seu corpo. A escabiose existe no mundo todo e
afeta pessoas de todas as raças e classes sociais.
•
Cosmopolita, democrático;
•
300 milhões de casos
•
Parasita de seres humanos e outros mamíferos
(existem variedades com diferentes preferências:
S. scabiei canis, S.scabiei cuniculi, S.scabiei ovis
etc.)
MORFOLOGIA E BIOLOGIA
•
Macho (0,2 mm) e fêmea (0,4 mm);
•
Os ácaros migram na epiderme, depositam ovos,
dos
quais eclodem larvas (depois 3-4 dias), que
se desenvolvem para ninfas que ficam adultos (4
dias);
•
Fêmea: 3-4 ovos/dia (durante até 50 dias), ciclo
total: 20 dias.
, nas
TRANSMISSÃO

Muito freqüente em ambientes de confinamento
como hospitais, creches, presídios, alojamentos,
asilos, etc.;

A transmissão ocorre pelo contato direto com a
pele ou roupas, lençóis e toalhas de pessoas
contaminadas como também durante o ato sexual;

Os ácaros podem se enterrar sob a pele em
alguns minutos.

Não é considerada uma doença de transmissão
sexual clássica já que a transmissão não depende
fundamentalmente do parceiro sexual e por atingir,
com muita freqüência, idosos e crianças;

A transmissão pode ocorrer durante todo o período
da infestação e até que todos os ácaros e seus
ovos tenham sido destruídos por tratamento.
SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas incluem uma erupção cutânea que provoca
coceira intensa acompanhada de pequenos nódulos
(bolinhas) vermelhos e túneis que têm a aparência de
linhas finas, onduladas, brancas ou acinzentadas;

As erupções e os túneis aparecem, geralmente, entre
os dedos das mãos, ao redor dos pulsos e cotovelos,
nas axilas e ao redor da cintura, embora a escabiose
possa também se localizar em outras áreas do corpo;

Em bebês e crianças pequenas, as regiões da
cabeça, pescoço, palmas das mãos e solas dos
pés também podem ser afetadas;

A erupção provoca muita coceira, em especial à
noite. A coceira pode ser causada por uma reação
alérgica ao ácaro, a seus ovos ou dejetos;

Os ácaros não são por si só perigosos, mas as
pessoas ao se coçarem podem provocar o
aparecimento
de
infecções
secundárias
bactérias, que às vezes são perigosas.
por

Os sintomas da escabiose podem ocorrer entre
duas e seis semanas após o contato com uma
pessoa infestada ou com seus objetos pessoais,

As pessoas que já tiveram escabiose no passado
poderão desenvolver os sintomas poucos dias
após a exposição porque já foram sensibilizadas
pelos ácaros. Seus sintomas poderão também ser
mais leves.

As áreas mais atingidas são o abdômen, nádegas,
flancos, coxas e mãos. Em homens, a região
genital é freqüentemente atingida, em mulheres na
região ao
redor dos seios. O tempo de
aparecimento dos sintomas varia com a resposta
do sistema imunológico.

Clientes soro positivo ou imunossuprimidos, ocorre
dermatite generalizada com grandes áreas de pele
comprometidas,
altíssimo
número
de
ácaros
presentes e o indivíduo é forte transmissor de
Scabies
DIAGNÓSTICO

Clínico:

Anamnese, o prurido, a localização e o aspecto das
crostas são muito sugestivos para o diagnóstico
clínico;

levando-se em conta informações sobre as lesões
e o acometimento do parceiro sexual, membros da
família ou da instituição onde o paciente está
inserido;

Laboratorial: Pode ser feito de duas maneiras:

Aderindo-se uma fita gomada sobre as crostas; as
formas aí presentes;ficarão presas na fita; esta é
colocada depois sobre uma lâmina ( como se fosse uma
lamínula) e examinada em microscópio com aumento
10 e 40 x;

Raspar profundamente a epiderme no limite das crostas
e pele sã (crostas mais recentes); colher o raspado em
lâmina; colocar algumas gotas de NaOH ou lactofenol;
deixar em repouso por cinco e 10 minutos e examinar
em microscópio com 10 e 40x.
TRATAMENTO

Recomenda-se ao cliente banho morno, demorado,
com sabão próprio, para amolecer e retirar as
crostas.
Em
seguida,
aplicar
localmente
o
medicamento;

Medicamentos: Benzoato de benzila (escabiol),
Deltametrina(
deltacid-
loção),
Thiabendazole(
foldan). Esses são encontrados sob forma líquida,
pomada e sabonete.

Existem medicações de uso em dose única ou por
alguns dias, sob a forma de loções, soluções ou
cremes, devendo ser repetido após 7 a 10 dias,
quando
eclodem
os
ovos.
Há
também
medicamentos de uso oral;

O prurido pode persistir por várias semanas,
havendo necessidade, nestes casos, de associar
um anti-hestamínico.
os

Todas as roupas, especialmente as roupas de baixo e
de dormir, as roupas de cama e toalhas que estiveram
em contato com a pele da pessoa infestada nas últimas
48 horas antes do tratamento devem ser lavadas em
máquina de lavar roupas, com água quente e
detergente, e secadas em secadora com ar quente.

Todos os objetos que não podem ser lavados, como
brinquedos de pelúcia e travesseiros, devem ser
mantidos em sacos plásticos bem fechados durante 14
dias antes de usá-los novamente;

Isto acarretará a morte de todos os ácaros que
estejam nesses objetos. Os carpetes e móveis
estofados devem ser limpos cuidadosamente com
aspirador de pó.
ORIENTAÇÕES

Evitar coçar para não causar ferimentos;

Iniciar o tratamento o mais precocemente possível;

A escola deve ser comunicada quando a criança
apresentar a doença;

Não mandar para a escola as crianças enquanto
não estiverem adequadamente tratadas;

Manter as unhas sempre curtas para evitar maiores
arranhaduras.
PROFILAXIA

Verifique se pessoas que convivem no mesmo
domicílio ou parceiros sexuais demonstram sinais
da infestação;

Aqueles que tiveram contato direto, pele com pele,
deverão
ser
tratados
para
desenvolvimento da escabiose.
prevenir
o

Evite o contato direto da pele com a pele de
qualquer pessoa que recebeu recentemente um
diagnóstico de escabiose e não use as roupas
pessoais, roupas de cama ou toalhas dela. As
crianças que receberam diagnóstico de escabiose
não devem voltar à escola até serem tratadas.
PEDICULOSE

A pediculose é uma doença que vem sendo
descrita desde os tempos mais remotos até os dias
atuais;

Essa infecção é considerado um sério problema de
Saúde Pública em todas as Américas, estimando
que, mais de 100 milhões de pessoas estejam
infectadas. No Brasil a pediculose atinge cerca de
30% das crianças em fase escolar.

Basicamente o homem é parasitado por 3 tipos de
espécies:

Pediculus humanus capitis: piolho da cabeça;

Pediculus humanus corporis: piolho do corpo;

Phthirus púbis: piolho da região pubiana.

Ectoparasitos
cosmopolitas
exclusivamente
humanos;

Todos os estádios hematófagos.
de

O piolho não está associado à baixa renda ou a
falta de higiene;


Pelo contrário, piolho gosta de cabelo limpo;
Por isso, quem lava o cabelo diariamente também
pode ter piolho, independente de raça, sexo, classe
social ou renda familiar, a pessoa pode ser
infestada.
MORFOLOGIA

Todos são piolhos pequenos (3mm), sem assas
mas dotados de patas que facilitam os movimentos
através dos pêlos.
BIOLOGIA

Os piolhos são insetos hematófagos obrigatórios
em todos os estágios evolutivos e sexos;

Alimentam-se várias vezes por dia;

Ciclo: ovoeclosãoninfa I,II,IIIadulto

Cada fêmea de P. capitis bota de sete a dez ovos
diariamente e cerca de 200 ovos durante toda a
vida, pode viver até 40 dias;

Fora do hospedeiro, sobrevive poucas horas;

Período de incubação é de oito a nove dias;

A incubação é feita pelo calor do corpo humano: de
ninfa I até adulto, o ciclo demora cerca de 15 dias.
PEDICULOSE PUBIANA

Também conhecida por ftiríase, é de uma espécie
menor e morfologia característica, acomete os
pêlos pubianos, sendo o piolho (Phthirus púbis)
popularmente conhecido como “chato”;

Na manifestação clínica, observam-se escoriações
e
crosta
e
algumas
manchas
azuladas,
principalmente na região pubiana. Pode haver
acometimento das regiões perianais, axilares e
palpebrais.

Os sintomas dessa doença sexualmente transmissível
(DST) têm início de uma a duas semanas após o
contato com o parasita.

A principal queixa é a coceira. Nos locais da picada,
podem ocorrer alterações da pele semelhantes à
urticária, bolhas e manchas azuladas.

Os diagnósticos resumem-se no encontro do piolho e
de
suas
sexualmente
lêndeas.
Consideradas
transmissível,
é
uma
doença
encontrada
em
adolescentes e adultos jovens, sendo assim, pessoas
de qualquer idade, sexo e raça;
DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO

O diagnóstico pode ser feito pela observação dos
piolhos e das lêndeas na base dos pelos e da
presença de parasitas na pele da região afetada;

A única forma de evitar a pediculose pubiana é
impedir o contato com os piolhos e a fixação das
lêndeas.
TRATAMENTO

Os medicamentos usados para a combater a
escabiose devem ser aplicados nas áreas afetadas
(púbis, coxas, tronco, axilas, etc.) duas vezes
seguidas e depois de sete dias novamente. A
aplicação deve ser feita localmente e repetida entre
sete e dez dias depois, para combater os ovos que
ainda não haviam eclodido.

O objetivo da primeira aplicação é eliminar os
insetos adultos; o da segunda é acabar com
aqueles que ainda não haviam eclodido na primeira
aplicação;

Quem vive na mesma casa do portador de
pediculose
preventivo;
pubiana
deve
receber
tratamento
RECOMENDAÇÕES

Trocar as roupas diariamente. Fazer o mesmo com
a roupa de cama e de banho todos os dias;

Lavar as roupas em água quente;

Procurar certificar-se de que todas as pessoas da
família estão tomando os mesmos cuidados;

Não esquecer de repetir a aplicação do remédio
sete dias depois da primeira aplicação.
PEDICULOSE DO COURO CABELUDO

O Pediculus capitis vive agarrado aos fios de
cabelos e ataca o couro cabeludo, passando
principalmente de uma cabeça para a outra pelo
contato direto. É o mais comum. Podem também
infestar as pessoas pelo uso compartilhado de
tiaras de cabelo, escovas e pentes, capacetes,
bonés, etc...

Os surtos epidêmicos acontecem em instituições
fechadas: creches, orfanatos, hospitais e escolas.

Para P. capitis, o sexo feminino é o mais afetado,
em todas as faixas etárias. Os índices de
infestação são variáveis por raça humana, podendo
estar
relacionados
não
apenas
a
aspectos
genéticos dos cabelos (forma e tipo), como
também a hábitos
culturais
e status
sócio-
econômico das comunidades.

Sendo a prevalência nos períodos das atividades
letivas (David, 2000).
SINTOMAS

Forte coceira na cabeça, além de irritação,
pequenas feridas e vermelhidão na nuca e na parte
de trás das orelhas são alguns dos sintomas mais
comuns da infestação por piolhos;

O piolho se alimenta de sangue (hematófago) e,
nas regiões da nuca e por trás da orelha, ele
encontra um ambiente propício para isso.

A picada deixa lesões, que são porta de entrada
de bactérias e, por isso, há possibilidade do
surgimento de infecções.Os piolhos não voam ou
pulam de uma cabeça para outra passam pelo
contato
direto
entre
os
fios
de
cabelo.
PROFILAXIA

Lave com água quente toda a roupa de cama, capas de
sofá, almofadas e toalhas;

O meio mais simples de prevenir o piolho é observar
quando as crianças coçam freqüentemente a cabeça;

Principalmente a nuca e atrás das orelhas. Nesse caso,
deve ser iniciado rapidamente o tratamento, antes que
os piolhos se espalhem para você ou para os colegas
da turma.

Nesse caso, deve ser iniciado rapidamente o
tratamento, antes que os piolhos se espalhem para
os familiares e pessoas do convívio,

Os piolhos também gostam de cabelos limpos,
assim, manter os cabelos limpos (seu e de seus
filhos) não muda em nada o risco de infestação.
TRATAMENTO

Usar loção capilar de permetrina a 1%, aplica-se a
loção em todo couro cabeludo, em volume
suficiente para atingir todos os fios.

Deixar agir por 10 a 20 minutos e enxaguar. Não
lavar os cabelos nas próximas 24 horas e repetir o
tratamento após 7 a 10 dias.

A retirada de lêndeas viáveis pode auxiliar no
tratamento, processo este facilitado pelo uso de
água e vinagre, em partes iguais, e pente fino.

Interromper a medicação ou deixar de passar o
pente fino por apenas um dia já é o suficiente para
voltar à estaca zero;

A medida mais radical, o corte de cabelo, apresenta
bons resultados. Isso porque o piolho, a caspa e a
lêndea não terão mais o fio para grudar.
PEDICULOSE DO

CORPO
O Pediculus corporis pode comprometer qualquer
área da pele, principalmente regiões peludas sendo
os ombros, axilas e glúteos setores preferidos;

Também pode situar-se nas pregas das roupas,
saindo somente no momento do uso (tal fato
enfatiza a importância da transmissão pelo uso de
vestimentas contaminadas).

As lesões iniciais são máculas purpúricas e
pápulas , que predomina nas áreas em contato
com as roupas. O prurido favorece o aparecimento
de lesões
secundárias, como
: escoriações,
descamações e crostas;

A pediculose do corpo só é observada em pessoas
com péssimos hábitos de higiene. O tratamento
consiste na lavagem e desinfecção das roupas e
em banho do paciente e uso de benzoato de
benzila.
Download

Infecções parasitárias da pele Professora: Janine Fernandes