LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Ana Letícia Naldi*
Crisciene Dias Poças*
Jessica Amanda da Silva*
Jhenyffer Paola Dorini*
Lourdes Alice Honório Mendes∗
Rosália Hernandes Fernandes Vivan∗∗
INTRODUÇÃO
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune, podendo
consequentemente afetar a pele, as articulações, os rins e outros órgãos. (ANDRADE;
BONFÁ, 2010)
Há uma desorganização no sistema imunológico que se dá através de fatores
genéticos, ambientais (luz solar, medicamentos, infecções) e hormonais (estrógenos). O
peso de cada um desses fatores vão se diferenciar de paciente a paciente. (LATORE;
MORAIS, 2011)
O lúpus se difere em três tipos, sendo eles:
- Lúpus discóide, o qual é ilimitado a pele, identificado por inflamações
cutâneas que aparecem na face, nuca e couro cabeludo.
- Lúpus sistêmico, mais grave que o lúpus discóide, pode afetar todos os órgãos
ou sistemas, predomina em lesão na pele e juntas, afetando os rins, os pulmões e o
sangue.
- Lúpus induzido, ocorre com consequência de uso de algumas drogas ou
medicamentos. O próprio medicamento para tratamento do lúpus pode levar ao estado
∗
Discente
Docente
∗∗
1
do lúpus induzido, por isso é preciso ter a certeza do diagnóstico antes de iniciar o
tratamento. (SILVA; LANA, 2009)
DESENVOLVIMENTO
O lúpus é uma doença que prevalece em mulheres na idade fértil. Os sinais e
sintomas iniciam-se entre a segunda e terceira década de vida. É predominante em
mulheres na proporção de 10:1. (ANDRADE; BONFÁ; BORBA, 2010)
Na fase inicial acomete com maior frequência o sistema ósteo-articular e o
cutâneo e de forma mais grave, o renal e sistema nervoso central. A tabela 1 mostra as
manifestações clínicas mais frequentes observadas no início e durante a evolução de
grandes series de pacientes. (SATO, 2008; SILVA; LANA, 2009)
Tabela 1 - Frequência das manifestações clínicas do Lupus Eritematoso Sistêmico (%)
Canadá
Europa
EUA
Brasil
Manifestações
Início Evolução Início Evolução Evolução Evolução
376
750
1000
1000
464
685
Número de Pacientes
53
77
36
52
41
Manifestações gerais
44
46
69
84
91
82
Artrite
55
78
55
51*
Lesões cutâneas
21
52
11
24
19
Lesões mucosas
16
30
17
36
31
24
Pleuris
7
14
3
7
Comprometimento pulmonar
13
23
12
15
Pericardite
33
60
18
34
24
49
Fenômeno de Raynaud
23
56
51
Vasculite
38
74
16
39
28
52
Comprometimento renal
7
5
Azotemia
24
53
12
27
11
5** 8***
Comprometimento do SNC
30 / 31
Leucopenia / Trombocitopenia
16
32
7
12
10
19
Linfadenomegalia
Fonte: Lupús Eritematoso Sistêmico – Emilia Inoue Sato, 2008
*eritema malar
**psicose
***convulsões
Os sintomas são extremamente frequentes e inespecíficos, dentre os mais
comuns podemos salientar, febre, problemas de pele, como vermelhidão, queda de
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cabelo, fenômeno de Raynaud (coloração nas mãos e pés), feridas no nariz e boca, bem
como cansaço, perda de peso, problemas renais, pulmonares, cardíacos, depressão e até
complicações neurológicas e psicóticas. Esses sintomas diferem de pessoa a pessoa
tornando difícil o diagnóstico. Contudo, novas técnicas laboratoriais vêm sendo criadas
para facilitar a identificação e minimizar a dificuldade do diagnóstico. (SILVIA;
LANA, 2009)
Sem manifestações clínicas patogênicas ou testes laboratoriais sensíveis e
específicos, o diagnóstico é dificultado pelo pleiomorfismo das manifestações. Se os
pacientes apresentarem quatro ou mais dos critérios a seguir, apresentam sensibilidade e
especificidade em torno de 96%: lesão discóide, eritema malar, artrite não orosiva,
fotossensibilidade, úlcera e muco oral e nasal, pericardite ou pleuris, comprometimento
neurológico (psicose ou convulsão), comprometimento renal (proteinuria ou cilindrúrica
anormal), comprometimento hematológico (anemia hemolítica, leucopenia, linfopenia
e/ou plaquetopenia), anticorpos antinúcleo positivo e presença de anticorpos
antifosfolipide, anti-Sm e/ou anti-DNA nativo. Testes laboratoriais são importantes para
os diagnósticos e também para o desenvolvimento do envolvimento sistêmico. (SATO,
2008; SILVIA; LANA, 2009)
Embora não tenha cura, o seu tratamento é bem definido com o objetivo de
permitir vida longa, produtiva e de boa qualidade. Os medicamentos para tratamento
variam desde simples analgésicos até medicamentos mais fortes como os
imunossupressores (diminuem a produção de anticorpos). O uso de antimaláricos é
extremamente útil no controle das manifestações da pele e articulações. (LATORRE;
MORAIS, 2011)
CONCLUSÃO
O lúpus é uma doença autoimune que até o momento não apresenta cura, atinge
com maior frequência as mulheres na idade fértil, e é causado por um desequilíbrio
3
imunológico. Por apresentar diversas manifestações clínicas o seu diagnóstico é
complicado.
Pessoas
que
apresentam
essa
doença
devem
seguir
o
tratamento
cuidadosamente, com um médico especialista, podendo assim levar uma vida normal.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Daniele Castro de Oliveira; BONFÁ, Eloisa Silva Dutra de Oliveira;
BORBA, Eduardo Ferreira Neto. Lúpus eritematoso sistêmico. 2012. Disponível
em:<http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/65/lupus_eritematoso_sistemic
o.htm >. Acessado: 11 jun.2012.
SZAJUBOK, José Carlos Mansur; LATORRE, Luiz Carlos; MORAIS, Maria Veras de.
Saiba mais sobre o lúpus. Associação brasileira superando o lúpus. Vista Bela – SP,
2011. Disponível em: <http://superandolupus.org.br/site/saiba-mais-sobre-o-lupus/>.
Acessado 11 jun. 2012.
SATO, Emilia Inoue. Lúpus eritematoso sistêmico. 2008. Disponível em:
<http://www.fmrp.usp.br/cg/novo/images/pdf/conteudo_disciplinas/lupuseritematoso.pd
f>. Acessado 12 jun.2012.
SILVA, Seilayne Oliveira; LANA, Claudia Silva. Lúpus. 2009. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/artigos/lupus-eritematoso-sistemicoles/27540/#ixzz1xXv8MRmw>. Acessado: 11 jun.2012.
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