SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] ORPLANA INFORMA N° 38 – 24 de Setembro de 2012 PREÇOS DO AÇÚCAR, DO ETANOL ANIDRO E HIDRATADO CARBURANTE E HIDRATADO INDUSTRIAL MANTEM QUEDA POSIÇÃO: Semana de 17 a 21/09/2012 1. Preços médios do açúcar e do etanol levantados pela ESALQ/CEPEA SEMANA 17 a 21/09/2012 PRODUTO R$ ABMI – R$/saco EAC – R$/m3 EHC – R$/m3 EHI – R$/m3 Dólar – R$ 49,50 1190,00 1047,80 1104,60 2,0245 R$/kg ATR 0,4609 0,4225 0,3882 0,4093 VARIAÇÃO 10 a 14/09/2012 R$ 50,49 1211,50 1076,70 1110,10 2,0212 R$/kg ATR R$ % 0,4700 0,4301 0,3989 0,4113 -0,98 -21,50 -28,90 -9,50 0,0033 -1,95 -1,77 -2,68 -0,50 0,16 Figura 1. Comportamento dos preços do kg de ATR do ABMI, do EAC, do EHC e do EHI no mês de setembro de 2012 2. Preço líquido do açúcar ao produtor PRODUTO ABMI 17 a 21/09/2012 10 a 14/09/2012 R$/t R$/saco R$/t R$/saco R$/t VARIAÇÃO R$/saco % 812,93 40,65 829,09 41,45 -16,16 -0,81 -1,95 1 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] O preço do açúcar apresenta no mês de setembro uma queda de 8,6% (R$ 75,54/t) e na safra apresenta uma queda de 15,1% (R$ 144,32/t ou R$ 7,22/saco). 3. Projeção de preços semanal A projeção de preços da safra 2012/2013 apresentada a seguir, foi elaborada com base nos preços do açúcar e do etanol praticados no mercado interno, divulgados pelo CEPEA/ESALQ e da cotação de preços médios de açúcar branco e VHP, projetados com base nas Bolsas de Nova York. Mês Maio Junho Julho Agosto Setembro 2ª 0,4987 0,4987 0,5095 0,5017 0,4978 0,5033 0,4723 0,4931 0,4745 0,4883 0,4691 0,4826 Fechamento 3ª 0,4959 0,4959 0,5039 0,5022 0,4980 0,5034 0,4713 0,4929 0,4697 0,4871 0,4653 0,4819 4ª 0,4973 0,4973 0,5065 0,5039 0,4976 0,5030 0,4725 0,4941 0,4688 0,4869 0,4976 0,5109 0,4943 0,4702 0,4651 4. Mercado Futuro No mercado futuro, os preços da Bolsa de Nova York fecharam a semana de 17 a 21/09/2012 em alta, enquanto que os preços do Etanol Hidratado Paulínia (SP) e a cotação do dólar fecharam a semana em queda, em relação à semana anterior (10 a 14/09/2012). Figura 2. Comportamento dos preços do açúcar de mercado interno (ABMI) e externo (ABME e AVHP), nos meses de abril a agosto de 2012 e os projetados para o mês de setembro - SAFRA 2012/2013. 80 TIPOS DE AÇÚCAR 70 60 R$ POR SACO DE AÇÚCAR Abril/12 PROJEÇÃO SEMANAL 1ª 0,4996 0,4996 0,5118 0,5048 0,4975 0,5030 0,4710 0,4927 0,4787 0,4894 0,4737 0,4835 50 40 30 20 10 A B R I L M A I O J U N H O J U L H O A G O S T O S E T E M B R O A B R I L J M U A N I H O O J U L H O A G O S T O S E T E M B R O A B R I L M A I O J U N H O J U L H O A G O S T O S E T E M B R O 3. Variação dos Preços líquidos do etanol anidro carburante (EAC), do etanol hidratado carburante (EHC) e industrial (EHI), devidos ao produtor, praticados e acumulados na Safra 2012/2013. 2 0,4976 0,5066 0,5020 0,4922 0,4858 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] VARIAÇÃO No Mês Na Safra EAC EHC % EHI -4,4 -7,1 -3,4 -13,4 -1,4 -11,1 Figura 3. Comparação entre os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI), expresso em preço do etanol anidro e os do Etanol de todos os tipos, nos meses de abril a agosto e os projetados para o mês de setembro de 2012 - SAFRA 2012/2013. 1600 1500 R$/m3 de anidro 1400 1300 1200 1100 1000 900 ABMI EAC EHC EAI EHI EAE EHE ATIVIDADES DA SEMANA Dia 17 – O Presidente e a Assessoria Técnica participaram da palestra sobre Imposto Territorial Rural – Controvérsias e Precauções, na Sociedade Rural Brasileira, no período da manhã e da reunião do CONSECANA, no período da tarde, onde foram tratados os seguintes assuntos: 1. Aprovação da ATA da reunião realizada em 20/08/2012; 2. Safra 2012/2013: Moagem de cana-de-açúcar e produção de açúcar e etanol; Perspectivas para a moagem; Qualidade da matéria prima; 3. Estudos visando ao Aperfeiçoamento do Sistema de Pagamento da cana-de-açúcar: Indicadores de preço do Açúcar no mercado interno; informações do SAPCANA; Grupos de Comercialização – Posição atual e providências; Estudos da CANATEC – Atualização; 4. Setor da Agroindústria da canade-açúcar: Etanol Anidro – ANP; Processos de proibição da queima – Andamento dos processos; Revogação do Artigo 36 – posicionamento; 5. Outros Assuntos – Homologação do Sacarímetro de bancada da ATAGO. Dias 17 a 19 – A Assessoria Técnica esteve realizando curso de reciclagem em Procedimentos e Métodos de Análise da Qualidade da Cana de Açúcar, para fiscais de laboratórios da ASSOCANA, em Assis. Dia 21 – A Assessoria Técnica participou da 7ª Reunião de 2012 do Grupo Técnico da ORPLANA, realizada no auditório da CANASOL, em ARARAQUARA/SP, para cumprir a seguinte programação: 1. Avaliação do desempenho dos Laboratórios de analise de cana-de- açúcar das Unidades Industriais – Problemas e soluções: Responsáveis pela fiscalização dos laboratórios; 2. SAFRA 2012/2013: Números atualizados da Safra: Moagem de cana-de-açúcar e produção de açúcar e etanol; Qualidade da matéria prima; Informações do Sistema ATR; Perspectivas de produção de cana-de-açúcar de 3 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] fornecedores; Projeção de preço do kg de ATR para SETEMBRO; Custos de Produção – agosto de 2012; Outras informações; 3. Estudos da CANATEC em andamento; 4. Outros Assuntos: Data, local e tema para a próxima reunião. Participaram da reunião, representantes das Associações de Fornecedores de Cana de: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bariri, Barra Bonita, Capivari, General Salgado, Guariba, Jaú, Lençóis Paulista, Monte Aprazível, Orindiuva, Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, Serrana e Sertãozinho. NOTÍCIAS DA SEMANA Preços do açúcar têm forte queda no mercado interno Os preços do açúcar no mercado interno entraram em forte declínio na última semana e, na sexta-feira fecharam no menor patamar desde setembro de 2010. O indicador CEPEA/ESALQ para o cristal encerrou o último dia útil da semana passada a R$ 49,81 a saca de 50 quilos e acumula no mês uma retração de 6,61%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ). O mercado doméstico abastecido, aliado à percepção de grande oferta disponível do produto, explicam a retração nos preços. Com o tombo da semana passada, o açúcar de mercado externo passou a remunerar melhor a usina que o produto de mercado interno. Segundo levantamento da consultoria DATAGRO, o preço de sexta-feira do açúcar cristal é equivalente a 19,46 centavos de dólar por libra-peso. Ficou, portanto, abaixo do fechamento do contrato para outubro do açúcar na bolsa de Nova York (19,91 centavos por libra-peso). Heloísa Burnquist, pesquisadora do CEPEA, explica que, assim como ocorre no mercado internacional, a demanda também está fraca internamente. "As indústrias de alimentos já firmam contratos antecipados de uma fatia grande de sua necessidade de açúcar. Portanto, neste momento estão abastecidas e não precisam ter pressa de voltar ao mercado", completa (Valor, 17/9/12). Governo não entendeu o senso de urgência da crise do etanol O presidente da Bunge no Brasil, Pedro Parente, disse hoje ao ministro da Fazenda, Guido Mantega que o governo federal não compreendeu o "senso de urgência" da crise que assola a produção de etanol no Brasil. Segundo ele, a indefinição das regras sobre os preços da gasolina travou os investimentos na produção do biocombustível. "O governo fez uma opção em relação ao preço da gasolina. O que eu não sei é se ele tem o senso de urgência do problema, mas gostaríamos que governo recuperasse a prioridade ao etanol", afirmou Parente, em debate no Exame Forum, em São Paulo. Segundo o executivo, que também é presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a manutenção dos preços da gasolina retirou a competitividade do setor e já fez com que 41 usinas sucroalcooleiras, que somam uma capacidade de moagem de 30 milhões de toneladas, paralisassem suas atividades desde 2008. "Perdemos entre 10 a 15 mil empregos", disse Parente. Em resposta, o ministro Guido Mantega defendeu a manutenção dos preços da gasolina como uma forma de ajudar o país na batalha pela redução de custos. Além disso, acrescentou ele, o preço do combustível fóssil do Brasil é o mais caro 4 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] da América Latina. "E por circunstâncias da crise internacional, não é bom que suba muito". Para Mantega, os problemas do etanol transcendem a perda de competitividade frente à gasolina. "O fato é que o etanol entrou em crise em 2008 e depois disso vieram safras ruins. Então, não podemos atribuir tudo isso ao preço da gasolina", justificou o ministro (Valor Online, 14/9/12). Açúcar: Pequena alta na Bolsa de Nova York As cotações do açúcar demerara fecharam com uma alta marginal ontem na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em março de 2013 (atualmente, os de maior liquidez) avançaram 0,04% (1 ponto), a 20,78 centavos de dólar por libra-peso. "O mercado está um pouco nervoso", afirmou Michael MCDOUGALL, da NEWEDGE USA, à agência Dow Jones NEWSWIRES. A percepção é que a demanda não está seguindo a escalada de preços. Adam Sarhan, do Sarhan Capital, disse que o excesso global do produto está pressionando os preços, mas as preocupações com a produção da Índia estão "suportando" as cotações do produto. No mercado doméstico, o indicador açúcar cristal CEPEA/ESALQ ficou a R$ 49,47 a saca de 50 quilos, queda de 0,68% sobre o dia anterior (Valor, 18/9/12). Governo estuda reduzir PIS/COFINS do etanol Anúncio de conjunto medidas de estímulo pode ser feito até o fim do ano. O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Marco Antonio Martins Almeida, afirmou hoje que o governo estuda a desoneração de PIS/COFINS do etanol. "Recebemos a solicitação (por parte do setor). É um dos pontos estudados, não há uma posição", disse a jornalistas na Rio Oil & Gas. De acordo com ele, um conjunto de medidas está sendo estudado para estimular o mercado de etanol. Além de estímulos fiscais, outra medida é a previsibilidade do mercado, com o estabelecimento do porcentual de etanol anidro misturado à gasolina. "A previsibilidade é fundamental", disse, Almeida afirmou que o porcentual (hoje em 20%) para o ano que vem deve ser adiantado ao mercado. Ele não deu uma data mas disse ser possível que o anúncio ocorra dentro de semanas ou até o fim do ano. O presidente interino da UNICA, Antonio de Pádua Rodrigues, também presente no evento, calcula em R$ 0,07 por litro de etanol o efeito da possível desoneração. Hoje, PIS e COFINS somam R$ 0,12/litro, mas apenas a parte destinada às distribuidoras (60%) poderia ser reduzida. Também é discutida desoneração de ICMS, mas Almeida considera menos provável esta solução, já que dependeria de um acordo entre estados produtores e consumidores. "Alguma desoneração pode ser boa, toda, não", disse o secretário (Agencia Estado, 17/9/12). Açúcar despenca na Bolsa de Nova York O açúcar demerara despencou ontem em Nova York. Os contratos para março fecharam em queda de 63 pontos, a 20,15 centavos de dólar por libra-peso. Para Bruno de Lima, consultor da INTL FCStone, o recuo se deveu ao cenário macro, em especial às incertezas na zona do euro e à reavaliação dos reais efeitos 5 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] do afrouxamento monetário, anunciado pelos EUA na semana passada. "Ainda assim, existe otimismo em relação aos preços", diz Lima. Há chuvas previstas para o Brasil (o que pode voltar a atrasar a moagem), a seca põe em risco os canaviais da Ásia e há a expectativa de haver uma recompra de posições no grão com a expiração do contrato de outubro, o que sustentaria o mercado. No mercado interno, o indicador CEPEA/ESALQ para a saca de 50 quilos subiu 0,51%, para R$ 49,72 (Valor, 19/9/12). Ruralistas desafiam Dilma na votação da lei florestal Câmara aprova medida com norma mais frouxa para o reflorestamento. Texto, que agora vai para o Senado, deve ter mudanças vetadas pela presidente; MP perde validade no dia 8. Em nova derrota do governo federal, a Câmara aprovou a medida provisória (MP) do Código Florestal com diversas alterações do interesse da bancada ruralista. A MP foi enviada ao Congresso Nacional para preencher as lacunas na legislação geradas pelos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff a artigos do código aprovado pelos parlamentares em abril deste ano. A vitória dos ruralistas ontem, no entanto, não foi comemorada, uma vez que as mudanças feitas por eles no texto da MP possivelmente serão, de novo, vetadas pela presidente da República. Isso pode levar o governo a mandar mais uma vez ao Congresso uma outra norma. Se o Planalto decidir por uma futura nova proposta, vai criar outro capítulo de uma discussão legislativa que já dura anos. Antes de ser encaminhada para a presidente, a proposta ainda precisa ser votada no Senado, que deverá convocar uma sessão extraordinária na próxima semana para isso. Como a MP perde a validade no próximo dia 8, os senadores terão, em tese, somente duas sessões para discutir e votar a matéria. "ESCADINHA" O texto votado ontem havia sido mudado pelos ruralistas na comissão mista que analisou a MP. Eles alteraram a regra de recomposição da vegetação desmatada nas beiras de rio, diminuindo em alguns cenários a área do reflorestamento obrigatório -um sistema apelidado de "escadinha", segundo o qual a recuperação tem de ser proporcional ao tamanho da propriedade. No texto original, por exemplo, na parte que tratava das fazendas com área de mais de dez módulos fiscais, as bordas dos rios deveriam ter no mínimo 30 metros das margens recompostas com vegetação. Na proposta dos ruralistas, o tamanho mínimo para recomposição de margens de rios para os mesmos tipos de propriedade caiu para 20 metros. Outra mudança abriu a possibilidade do replantio com árvores frutíferas, o que é questionado por ambientalistas pelo uso de agrotóxicos nessas plantações. STF Além de analisar o Código Florestal, os senadores devem, na sessão extra da semana que vem, também sabatinar Teori Zavascki, indicado por Dilma ao Supremo Tribunal Federal. Se isso ocorrer, ele poderá ser empossado antes do fim do julgamento do processo do mensalão (Folha de S. Paulo, 19/9/12). 6 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] Governo estuda desonerar etanol, mas pede maior produtividade do setor para baixar preços A solução para reduzir o preço do etanol nas bombas, atualmente pouco competitivo em relação à gasolina, pode ser a desoneração de impostos que incidem em parte da cadeia produtiva -- como o PIS e a COFINS - aliada ao aumento de produtividade do setor. A avaliação foi feita ontem (17/09/2012) pelo secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins, durante debate com representantes de usineiros no primeiro dia da feira Rio Oil & Gas, no Riocentro. "O importante é que tenha etanol para o consumidor. A desoneração é um dos pontos que estão sendo estudados. Não temos posição ainda, mas foi um pleito apresentado pela indústria e o governo está analisando", disse Martins. Na visão do secretário do ministério, mesmo que uma desoneração ocorra, ela por si só não vai gerar grande impacto no preço do combustível para o consumidor final. "Entendo que alguma desoneração pode ser boa para o setor. O que não tenho convicção hoje é que o benefício, com uma desoneração pequena, justifique todo o processo. O tributo que o etanol tem é muito pequeno em relação ao da gasolina. O benefício total que se consegue com uma eventual desoneração tributária do PIS e da COFINS é pequeno." Para ele, é preciso aumentar a produtividade das lavouras de cana a fim de promover a redução no preço do etanol. "O etanol tem que ser competitivo com a expectativa de preço de longo prazo do petróleo. Nossa gasolina hoje está atrelada a um petróleo de US$ 90 [o barril]. O custo de produção precisa baixar, a produtividade precisa crescer. Para eles [usineiros], é mais importante a subida da gasolina do que a desoneração do etanol, porque o nível de desoneração é tão pequeno, em termos de impacto, que não agrega tanto." Outro fator que deve ser perseguido, segundo Martins, é um aumento da eficiência energética dos automóveis Brasileiros. "Precisamos ter veículos mais econômicos. A gente precisaria chegar a [carros que percorressem] 16 quilômetros com um litro. Temos que começar a cobrar da indústria automotiva eficiência nesse processo." Presente à mesa de debate, o presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Pádua Rodrigues, disse que os usineiros têm feito a parte deles. "Mais de 70% do problema estão com o Governo Federal. A questão de aumentar a produtividade e reduzir custo o setor já está fazendo. Mais de 20% da área do canavial está sendo renovada. O setor está investindo em logística, para reduzir o custo do transporte. Nossa parte, estamos fazendo mas isso não vem do dia para a noite", destacou Pádua. Segundo o presidente da UNICA, só a desoneração do PIS e da COFINS não será suficiente para resgatar a competitividade do etanol em relação à gasolina. "Você não vai tornar o etanol competitivo do dia para a noite, dada a situação de mercado da gasolina. Não tem realmente muita desoneração em âmbito federal para que se aumente a competitividade. O PIS e a COFINS representam R$ 0,12 por litro, sendo que 40% são recolhidos pelo produtor e 60%, pela distribuidora. Desonerando na distribuidora, representa R$ 0,07 [a menos] por litro", calculou Pádua. Apesar de classificar como válida a possibilidade de retirar parte do tributo, ele acredita que a solução virá de um conjunto de ações. "Todas as medidas são positivas. Você não vai ter uma solução única. Esta pode fazer parte de um pacote de soluções para aumentar a competitividade e a rentabilidade do etanol." 7 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] O presidente da UNICA prevê a normalização do mercado de etanol só em 2015, com a retomada dos níveis históricos de produção. "Até 2015 haverá aumento de oferta de cana, muito mais pela recuperação do canavial e da capacidade ociosa. Hoje tem indústria para processar 120 milhões de toneladas de cana adicionais, o que chega a quase 30% [de ociosidade]. Falta cana. O Brasil está processando 560 milhões de toneladas. Temos capacidade instalada para processar 750 milhões de toneladas. Essa correção da capacidade vai ocorrer até 2015, 2016." O presidente da UNICA reconhece que a produtividade atual está baixa e culpa o envelhecimento das lavouras. Segundo ele, a meta é alcançar em 2016 a produtividade de 7,1 mil litros de etanol por hectare. No ano passado, foram 5,6 mil litros. Este ano, 6,2 mil litros. A produtividade está baixa porque o canavial está velho. Mas se o Governo Federal quer que o etanol resolva o problema do déficit de combustível do país, [então] vai ter que achar uma condição que recupere a rentabilidade (Agência Brasil, 18/9/12). Câmara aprova texto da medida provisória do Código Florestal Para permitir votação, governo fez acordo para aprovar texto de comissão. Planalto defendia texto de medida provisória, com reflorestamento maior. Após acordo entre governo e uma parcela da bancada ruralista, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18) o texto da versão da medida provisória do Código Florestal que beneficia médios produtores. Todos os destaques, que poderiam introduzir alterações no texto original aprovado em comissão especial, foram rejeitados. A proposta agora segue para apreciação do Senado. Para viabilizar a votação, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), teve que ceder e não se opor à versão aprovada na comissão especial que analisou a MP. A versão aprovada pela comissão especial beneficia os médios produtores por prever que, nas propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar será de 15 metros. A redação original do governo era mais rígida e determinava recomposição de 20 metros em propriedades de 4 a 10 módulos. Segundo Chinaglia, a divisão na bancada ruralista foi crucial para que a votação nesta terça se tornasse viável. "A principal mudança [que viabilizou a votação] foi o fato de figuras expressivas da Frente Parlamentar Agropecuária estarem divididas. Perceberam que o preço a ser pago ia ser alto demais", disse Arlindo Chinaglia. O deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR), ex-ministro da Agricultura, afirmou que a maioria dos ruralistas já aceita a possibilidade de Dilma vetar o artigo que reduziu a taxa de reflorestamento de médios produtores. Antes, a bancada ruralista condicionava a votação do Código Florestal a uma garantia de que a presidente não vetaria a flexibilização para propriedades entre 4 e 15 módulos fiscais. "É melhor alguma coisa razoavelmente equilibrada e debater os problemas da nova lei à medida que forem surgindo. Deixar a presidente vetar, dois ou três itens. Se não votar, é ruim para os agricultores em parte e ruim para os ambientalistas", disse. O texto da comissão também trouxe alterações propostas pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC) que ampliam a proteção de rios. A proposta determina cinco 8 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] metros de área de preservação permanente (APP) para rios temporários de até dois metros. Não necessitam de APP apenas os cursos d’água efêmeros. Após a aprovação do texto-base, três propostas de alteração da redação do texto da MP foram rejeitadas. Uma delas, de autoria do PV-PPS, pretendia resgatar as regras de recomposição de áreas de preservação permanente (APP) previstas no texto original da medida provisória. Também foi rejeitado destaque do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) que pretendia excluir os princípios no Código Florestal. Foi derrubado ainda emenda do mesmo deputado que sugeria manter todas as atividades rurais em áreas desmatadas antes de 22 de julho de 2008 sem a necessidade de recomposição da mata ciliar e de outras áreas de preservação permanente. Tenho que reconhecer o peso do Palácio do Planalto, a pressão nessas últimas horas. O governo sabe que está construindo um vazio político. " Ronaldo Caiado, deputado pelo DEM-GO Senado O governo corre para concluir a aprovação da MP porque ela perde a validade no dia 8 de outubro. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), já afirmou que poderá convocar sessão extraordinária na próxima semana para votar a medida provisória. Por causa das eleições municipais, tanto Senado quanto Câmara estão em "recesso branco". As casas estão funcionando em regime de esforço concentrado e não têm sessões deliberativas marcadas para todas as semanas. Obstrução O Planalto queria a aprovação da versão original da medida provisória, sem alterações na chamada “escadinha”– regra de composição segundo a qual quanto maior a propriedade, maior o reflorestamento exigido. Diante da obstrução de parcela dos ruralistas, Chinaglia se comprometeu, em reunião de líderes, a não orientar a base aliada a votar o texto original da MP. Parcela dos ruralistas, o PSDB e o DEM estavam obstruindo as votações, usando instrumentos previstos no regimento para adiar ao máximo a deliberação. A principal mudança (que viabilizou a votação) foi o fato de figuras expressivas da Frente Parlamentar Agropecuária, estarem divididas. Perceberam que o preço a ser pago ia ser alto demais. Arlindo Chinaglia, deputado pelo PT-SP e líder do governo na Câmara. "Os primeiros rounds nós ganhamos. Rompemos com a obstrução. Se derrota houve, foi na comissão especial", afirmou Chinaglia. Ele explicou que aceitou aprovar o texto da comissão especial para não correr o risco de faltar quórum. Com a discussão prolongada pela obstrução, parlamentares começaram a deixar o plenário. "Com o passar do tempo dá sono, tem gente que gosta de ver a novela", brincou o deputado. Há duas semanas, a votação da MP no plenário da Câmara teve de ser adiada por falta de quórum. Sem acordo entre governo e bancada ruralista, oito partidos orientaram seus deputados a não registrar presença no plenário e, assim, forçarem o adiamento da votação da matéria. Divisão A votação do Código Florestal no plenário ocorreu em meio à uma divisão de opiniões entre parlamentares ruralistas, que na semana passada impediram a apreciação da matéria. Parte dos deputados da bancada ruralista, entre os quais o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Homero Pereira (PSD-MT), defendeu a votação 9 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] nesta terça do texto aprovado na comissão especial, mesmo sem garantias de que a presidente Dilma Rousseff não vetará trechos que beneficiam os agricultores. Outra parcela da bancada, liderada pelo deputado Ronaldo Caiado (DEMGO), tentou obstruir a votação, usando instrumentos previstos no regimento interno para adiar ao máximo a deliberação no plenário. “Tenho que reconhecer o peso do Palácio do Planalto, a pressão nessas últimas horas. O governo sabe que está construindo um vazio político. O governo quase não cedeu nada e ainda querem tripudiar em cima do produtor rural”, afirmou Caiado na tribuna, antes da aprovação da proposta. O “racha” na bancada que representa interesses dos produtores rurais permitiu a votação e o acordo com a liderança do governo para agilizar a deliberação. Para a maioria dos ruralistas, deixar a medida provisória perder a validade seria mais prejudicial do que aprová-la. Marco Maia destacou, contudo, que a presidente não fechou as portas para novas negociações quando o texto for apreciado pelo Senado. “Temos recebido sinais de que a presidenta não fechou a negociação sobre o texto. O diálogo está aberto no Senado”, afirmou. O texto da comissão especial O texto aprovado pela comissão especial beneficia os médios produtores ao prever que, nas propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar será de 15 metros. O percentual de recomposição estabelecido é chamado pelos parlamentares de “escadinha”, já que quanto maior a propriedade, maior o reflorestamento exigido. O texto original era mais rígido e determinava que propriedades de 4 a 10 módulos teriam que recompor 20 metros. A comissão aprovou também alterações propostas pelo relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que ampliam a proteção de rios. O texto acordado determina cinco metros de área de preservação permanente (APP) para rios temporários de até dois metros. Não necessitam de APP apenas os cursos d’água efêmeros. O governo já antecipou que é contra as propostas. A tramitação do Código Florestal O novo Código Florestal foi aprovado pela Câmara em maio de 2011. Em dezembro do mesmo ano, chegou ao Senado. Com isso, teve que voltar para a Câmara, que alterou novamente a matéria e enviou para a sanção da presidente Dilma Rousseff. Insatisfeita com o projeto aprovado pela Câmara, a presidente vetou 12 artigos e editou uma medida provisória com um novo texto. A MP foi analisada por uma comissão mista no Congresso. Dentro da comissão, a MP foi modificada, o que não agradou ao governo. O texto aprovado na comissão precisa ser votado no plenário da Câmara e depois no do Senado. Se houver modificação no Senado, volta para a Câmara mais uma vez. Se isso não acontecer até 8 de outubro, a MP perderá a validade (G1, 19/9/12). HSBC vê produção de açúcar e etanol menor que esperado por UNICA A produção de etanol e de açúcar do centro-sul do Brasil deve ficar abaixo dos números previstos inicialmente pela indústria, com as chuvas intensas e 10 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] atípicas no começo da safra 2012/13 afetando a qualidade da cana, apontou relatório de setembro do banco HSBC. O HSBC estima a produção de açúcar em 32,1 milhões de toneladas, versus 33,1 milhões de toneladas previstas pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), em seu único relatório até o momento, de abril. Para o etanol, o HSBC aponta uma produção de 20,8 bilhões de litros, contra 21,5 bilhões de litros estimados pela Unica. "Não esperamos que os níveis de ATR (teor de açúcares recuperáveis) se recuperem para os níveis que a Unica estava esperando em abril, uma vez que estas perdas são em sua maior parte irreversíveis", apontam os analistas Pedro Herrera, Diego T. Maia, Ravi Jain e Thilan Wickramasinghe em relatório ao mercado. As previsões do HSBC foram divulgadas na semana em que a Unica anunciará a sua primeira revisão da projeção para a safra de cana e produção de etanol e açúcar no centro-sul do ciclo 2012/13. A estimativa será divulgada na quinta-feira. "Por isso, acreditamos que as estimativas de produção de açúcar em 32,1 milhões de toneladas e de etanol em 20,8 bilhões de litros no ano fiscal 2013 são as projeções mais realistas", acrescentaram. Apesar de ver uma produção menor que a projetada inicialmente, o HSBC avalia que o volume de etanol e de açúcar ainda será maior do que o registrado na safra passada. Na temporada passada, o centro-sul do Brasil, que responde por cerca de 90 por cento da produção de cana do país, produziu 31,3 milhões de toneladas de açúcar e 20,5 bilhões de litros de etanol. Os analistas ponderam também que, com um tempo mais seco nas últimas semanas, a maior parte das usinas deverá conseguir cumprir suas metas de moagem neste ano. Segundo eles, esta estimativa foi feita com base na evolução da colheita vista até o momento. Superávit Global neste ano A estimativa do HSBC para o superávit global de açúcar neste ano é de um intervalo entre 4 e 5 milhões de toneladas, menor que a projeção anterior de 5,6 milhões de toneladas. "A diferença se dá principalmente pelos números menores para a produção do Brasil ante as previsões atuais de mercado", explicaram os analistas do banco. O banco ressalta que, embora esteja confortável com as projeções da Unica para a moagem, uma vez que os trabalhos devem se estender até meados de dezembro para recompor perdas vistas em maio e junho, há riscos nas perspectivas para o ATR. "Acreditamos que será difícil recuperar o teor de sacarose para 140 kg por tonelada até o final da colheita. Por isso, esperamos produção de 32 milhões de toneladas de açúcar neste ano", disse o banco. Próxima Safra Apesar da ressalva de que ainda é cedo para avaliar a próxima safra (ciclo 2013/14), já que o clima terá peso importante, os analistas do HSBC afirmam que a expectativa de melhores condições climáticas e produtividade devem elevar a disponibilidade de cana para moagem. Com base em um cenário de condições climáticas normais e produtividade acima de 80 toneladas de cana por hectare, o HSBC projeta a moagem da cana em 2013/14 (ano fiscal 2014) entre 540 milhões e 600 milhões de toneladas. 11 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] Os analistas ressaltam que diante da baixa capacidade ociosa para produzir açúcar, os volumes adicionais de cana deverão ser revertidos em 2013/14 para a produção de etanol, que poderá atingir entre 23 e 26 bilhões de litros, enquanto a produção de açúcar é prevista entre 34 milhões e 38 milhões de toneladas. Diante disso, eles acreditam em uma predisposição do governo de elevar a mistura do etanol à gasolina dos atuais 20 por cento para 25 por cento a partir de março de 2013. Em evento realizado na terça-feira, no Rio de Janeiro, o presidente interino da UNICA, Antonio de Pádua Rodrigues, disse que a entidade está negociando com o governo federal a elevação da mistura a 25 por cento no próximo ano (Reuters, 18/9/12). UNICA revisa projeção para safra 2012/2013, aponta moagem maior mas queda na produção total de açúcar e etanol no Centro-Sul São Paulo, 20 de setembro de 2012 - A União da Indústria de Cana-deAçúcar (UNICA), em conjunto com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), demais sindicatos e associações do setor SUCROENERGÉTICO, divulgou hoje uma projeção revisada para a safra 2012/2013. A nova projeção indica uma moagem de 518,50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região Centro-Sul, aumento de 1,87% sobre a estimativa de 509,00 milhões de toneladas divulgada originalmente em abril e alta de 5,14% em relação ao volume processado na safra 2011/2012, que atingiu 493,16 milhões de toneladas. A expansão no volume de cana é consequência principalmente das chuvas não previstas que ocorreram nos primeiros meses da safra, permitindo um acúmulo de biomassa superior ao projetado inicialmente. De acordo com o CTC, o mês de junho exemplifica o que aconteceu: o índice de precipitação pluviométrica para a área canavieira da região Centro-Sul superou em mais de 200% a média histórica para esse mês. Essas chuvas mais intensas viabilizaram um aumento na produtividade agrícola da área colhida. Dados coletados pelo CTC em agosto mostram que a produtividade agrícola no Centro-Sul atingiu 76,60 toneladas de cana por hectare, contra apenas 66,80 toneladas por hectare observadas no mesmo período de 2011. No acumulado desde o início da safra até 1º de setembro, a produtividade atingiu 76,10 toneladas por hectare, 5,40% acima do total registrado para o mesmo período da safra anterior. Para o presidente interino da UNICA, Antonio de Pádua Rodrigues, “diante dos valores apurados, a expectativa é que a produtividade agrícola ao final da safra 2012/2013 fique próxima de 74 toneladas por hectare, superior à prevista no início do ano, justificando o crescimento da moagem”. Apesar de favorecerem a produtividade agrícola, as intensas chuvas no início da atual safra impactaram severamente a qualidade da cana-de-açúcar colhida. Até o início de setembro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana totalizou apenas 129,49 kg, valor abaixo dos 132,56 kg observados no mesmo período da safra 2011/2012. A projeção revisada indica uma qualidade da matéria-prima de 135,40 kg por tonelada de cana ao final da safra 2012/2013, valor 3,28% inferior à estimativa de 140,00 kg por tonelada, divulgada no início da safra. Dessa forma, apesar do aumento esperado na moagem, a quantidade de produtos obtidos a partir da cana processada será 1,48% inferior ao total divulgado 12 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] em abril, atingindo 70,21 milhões de toneladas de ATR, contra 71,26 milhões de toneladas estimadas no início da safra. “O crescimento da moagem não foi suficiente para compensar a queda na qualidade da cana e, em termos de produtos disponíveis para a produção de açúcar e etanol, a safra deverá ser menor que a nossa projeção divulgada em abril”, esclarece Rodrigues. Aproveitamento de tempo e evolução da moagem As chuvas em maio e junho também dificultaram a operacionalização da colheita. Levantamento realizado pela UNICA indica que nesses meses, o aproveitamento médio de moagem das usinas tradicionais da região Centro-Sul ficou abaixo de 65%, contra cerca de 80% verificado no mesmo período nas safras anteriores. O ritmo de colheita mais lento nos primeiros meses da safra, associado ao início tardio da moagem pelas unidades produtoras, levaram a um atraso significativo no processamento de cana: 307,60 milhões de toneladas foram processadas até 1º de setembro, contra 339,51 milhões de toneladas no mesmo período da safra 2011/2012. Segundo o presidente interino da UNICA, “o maior atraso na moagem está concentrado no Estado de São Paulo, que até o início de setembro deste ano processou 29,66 milhões de toneladas de cana a menos que no ano passado.” Dependendo das condições climáticas nos próximos meses e da evolução da produtividade agrícola, Rodrigues alerta para a possibilidade de um volume adicional de cana-de-açúcar não ser processado no período normal de moagem, ficando para o início da próxima safra. Produção de açúcar e etanol A nova projeção da UNICA aponta para uma produção de 32,70 milhões de toneladas de açúcar, 1,21% abaixo do estimado no início da safra. Mas o total previsto para a atual safra ainda será 4,46% superior às 31,30 milhões de toneladas fabricadas na safra 2011/2012. Já a projeção revisada para a produção de etanol soma 21,05 bilhões de litros, queda de 2,03% em relação ao total estimado inicialmente, mas 2,47% superior ao valor final da safra anterior. Do volume total esperado para a atual safra, 12,75 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado e 8,30 bilhões de litros ao etanol anidro. No caso do anidro, a nova projeção representa aumento expressivo sobre a estimativa inicial, de 19,42%. O crescimento se justifica pelo aumento das exportações e pela maior necessidade de anidro para o abastecimento regular do mercado doméstico. O presidente interino da UNICA ressalta que o volume de anidro a ser produzido é compatível com a demanda esperada no mercado interno. Para o executivo, “é essencial que o nível de mistura de etanol na gasolina para a próxima safra seja definido antecipadamente, para que as usinas possam planejar suas atividades.” Em relação ao mercado externo, a projeção revisada para a safra 2012/2013 indica que as exportações de etanol poderão atingir 2,55 bilhões de litros e as de açúcar, 23,50 milhões de toneladas. Senado tem recesso suspenso para votar Código Florestal Mesmo às vésperas do 1º turno das eleições municipais, senadores devem aprovar o texto da medida provisória antes do dia 8. 13 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] Para evitar que a medida provisória do Código Florestal perca a validade, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), suspendeu o recesso da Casa na próxima semana, apesar de ser véspera do primeiro turno das eleições municipais. A MP do Código Florestal perderá a validade se não for aprovada até o próximo dia 8, uma segunda-feira. Os senadores deverão votar o texto aprovado pelos deputados, que alterou a proposta original enviada pela presidente Dilma Rousseff. As mudanças beneficiaram médias e grandes propriedades na exigência de recuperação da vegetação desmatada ilegalmente às margens dos rios. Como o governo não participou do acordo, há a possibilidade de a presidente Dilma vetar as modificações. Mas o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), diz que a presidente da República deveria aceitar o acordo feito no Congresso. “Eu, se fosse a presidente, deixaria do jeito que está. O que têm uns metros a mais ou a menos na recuperação das margens dos rios? Para que ficar fazendo onda, mantendo o assunto na pauta, quando ele pode ser resolvido agora de uma vez por todas?” Indagado se faria essa sugestão a Dilma, sua companheira de partido, Maia disse que só o fará se ela o chamar. “Eu não gosto que ela dê palpites aqui na Câmara. Não vou lá dar palpites.” Tumulto. A tramitação do Código Florestal no Congresso tem sido tumultuada. No primeiro semestre, o Congresso votou uma proposta de mudança, mas concedeu anistia aos desmatadores, o que a presidente Dilma Rousseff não aceitou. Parte da lei foi vetada. Isso provocou tantas lacunas na legislação que foi criada uma insegurança jurídica para todos os lados ruralistas e ambientalistas. A presidente então enviou ao Congresso uma MP tentando tapar os buracos da lei. Mas a comissão especial do Congresso, criada para examinar o projeto, fez novas mudanças, reduzindo a área de recomposição das margens dos rios nos casos de desmatamento ilegal. Informada de que fora feito um acordo para as modificações, Dilma cobrou num bilhete – cujo teor foi fotografado pelo Estado – enviado às ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) o fato de ela não ter sido informada de nada. Na resposta, as ministras disseram que não tinham participado de nenhum acordo, porque este tinha sido feito no Congresso. Ontem, a ministra Izabella não quis comentar a tramitação da medida provisória (O Estado de S. Paulo, 20/9/12). Governo quer mudar lei florestal sem Congresso Planalto busca caminhos para alterar o código livre da influência de ruralistas. Setores do governo estudam complementar o Código Florestal com normas que não precisem passar pelo Congresso, no qual a bancada ruralista derrotou várias vezes a gestão da presidente Dilma Rousseff. A Folha apurou que a presidente já decidiu vetar as alterações feitas pelos ruralistas na medida provisória aprovada anteontem pela Câmara e cujo texto deve ser corroborado pelo Senado na semana que vem. Os complementos estudados devem ser necessários para preencher lacunas deixadas com os vetos. A própria MP era uma tentativa de complemento do governo à lei ambiental, após os vetos feitos de Dilma ao Código aprovado em abril. 14 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] Mas seu projeto original voltou a ser alterado de novo em favor da bancada ruralista. A maior mudança foi diminuir a área que fazendeiros terão de replantar das matas desmatadas ilegalmente em beiras de rio. A proposta original previa que, em propriedades médias, o reflorestamento seria de 20 metros na beira de rios com até 10 metros de largura. No texto aprovado, essa mesma metragem de recomposição passou a ser aceita até para grandes propriedades. A ideia do governo é evitar novas derrotas, e por isso a complementação pode ocorrer por meio de decretos, portarias e instruções normativas, que não passam pelo crivo dos congressistas. Um grupo de trabalho deverá discutir o assunto. As soluções encontradas deverão ser anunciadas 15 dias depois de a MP chegar ao Planalto, quando devem ser apresentados os vetos (Folha de S.Paulo, 20/9/12). TIME FRACO - Arnaldo Luiz Corrêa O mercado de açúcar fechou a semana com o vencimento outubro/2012 cotado a 19,38 centavos de dólar por libra-peso, queda de 53 pontos (11,68 dólares por tonelada) em linha com os demais vencimentos ao longo de toda a curva que se estende até julho de 2015, apresentando queda média de 10 dólares por tonelada. Neste mês o açúcar já se desvalorizou 2% em relação ao fechamento do final de agosto. A demanda no mercado internacional continua bem devagar e o cenário macroeconômico acaba tendo seu peso nas commodities de uma maneira geral. Os grãos despencaram no mês: milho 10%, soja 7,5%, e o petróleo 4%. Até que o açúcar se comportou bem. Na semana passada comentamos que o Rabobank acredita que o preço médio do açúcar para esta safra deverá ficar em 19 centavos de dólar por librapeso, não considerado pelo modelo um eventual reajuste de preço nos combustíveis. O banco holandês informa que o período compreendido para essa análise é de outubro/2012 até setembro/2013 e não de abril/2012 a março/2013, como mencionado no ultimo comentário. Minhas desculpas. Um executivo do mercado conta que em reunião com representantes do governo, ouviu o seguinte argumento sobre a situação do mercado de etanol no Brasil: “que o problema do etanol é que a cana é muito cara. E a cana está muito cara por causa do açúcar. Se as usinas reduzissem o preço do açúcar, então o etanol ficaria mais competitivo e o equilíbrio de preços entre os dois produtos faria com que o setor produzisse mais etanol e voltasse a crescer”. Já volto ao assunto. Não duvido que essa frase tenha sido pronunciada. Já participei de apresentações feitas por alguns burocratas do governo e senti aquilo que se chama de vergonha alheia. Por exemplo, em um seminário em São Paulo no começo deste ano, num painel apresentado pelo Ministério das Minas e Energia, por um ocupante de importante cargo no próprio ministério, ouviram-se preciosidades matemáticas do tipo: “as exportações de etanol de 2011 caíram 160% em relação a 2008”. A matemática usada pelo palestrante mostrava a exportação de etanol de 2008, de 5,12 bilhões de litros comparando-a com a de 2011, de 1,97 bilhão de litros e concluiu que “houve uma queda de 160%” (sic). O slide consta da apresentação do Ministério para quem quiser ver para crer. O que incomoda é que esses são os interlocutores com os quais o setor se vê muitas vezes obrigado a sentar, expor ideias e negociar. No fundo, só dá para sentar e chorar. 15 SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -232 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 SITE: www.ORPLANA.com.br E-mail: [email protected] No mesmo seminário citado, os representantes do governo fabricaram suas próprias conclusões sobre o comportamento dos preços da gasolina e do etanol com argumentos difíceis de passar pelo crivo de qualquer iniciante. Entre eles, o de “que o preço da gasolina é aderente ao preço do petróleo no mercado internacional”. Fosse verdadeira a afirmação do burocrata, a estatal do petróleo repassaria ao consumidor o custo da importação do petróleo, o que não ocorreu, não porque ela não quisesse, mas porque o ministro da fazenda não autorizou. Outra conclusão não menos surpreendente foi a de que o etanol hidratado perdeu competitividade no Brasil, e isso se deveu “não porque a gasolina subiu de preço, mas porque o custo de produção do etanol aumentou”. Que conversa é essa? O famoso escritor e cronista carioca, Sérgio Porto, se vivo fosse, certamente colocaria a frase acima no seu igualmente famoso “Festival de Besteiras que Assola o País”. Essa gente do governo tem material farto para a comédia com suas parvoíces de toda sorte. Pena que o desfecho de seus desmandos seja trágico. Por último, mas não menos importante, ainda citando a tal apresentação do Ministério das Minas e Energia, para fechar com chave de ouro, o representante do governo, lembrando que esse cidadão é pago com o dinheiro do contribuinte, finalmente conclui que o principal motivo da perda de competitividade do etanol é o custo de oportunidade de produção. Só faltou sugerir, no slide que apresentou à plateia, a imediata revogação da lei da oferta e procura. Os exemplos se sucedem. Como disse na semana passada num Fórum patrocinado por uma revista de economia, o presidente de uma das mais importantes multinacionais do país ligada ao açúcar, conhecido pelo perfil equilibrado e conciliador, “o ministro da fazenda não entendeu ainda o senso de urgência” da crise do etanol. E não entendeu mesmo. Na entrevista que deu ao Estadão no domingo passado, o ministro da Fazenda disse que “não dá para ficar pensando em reajuste toda hora, já reajustamos duas vezes esse ano e o consumidor não percebeu”. O antecessor de Dilma tinha muita gente competente no seu governo, interlocutores que sabiam do que estavam falando e possuíam larga experiência nas áreas nas quais atuavam, facilitando o diálogo e a troca de ideias e buscando soluções adequadas para os problemas que apareciam: Roberto Rodrigues, Reinhold Stephanes e Henrique Meirelles, por exemplo. O time de Dilma, com honrosas exceções, além de ser fraco, tem aquele viés esquerdista retrógrado que acha que lucro é pecado e que quem ganhou dinheiro no passado tem obrigação de ajudar o Brasil agora. Ou seja, às favas o acionista. Nem o Hu Jintao, presidente chinês e Secretário Geral do Partido Comunista, pensa assim. Segundo a Future Analysis Consultoria - www.futureanalysis.com.br, inovador no quesito análise técnica, o preço médio das posições compradas no março de 2013 é de 21,19 centavos de dólar por libra-peso, ou seja, os comprados estão no momento suando frio mas se o mercado quebrar esse nível pode disparar. Fique de olho. O hidratado negociado a R$ 1,2450 o litro equivale hoje a um açúcar a 17,50 centavos de dólar por libra-peso FOB Santos. Isso é o mesmo que vender açúcar a 260 pontos de desconto FOB contra o março/2013. O hidratado apreciou 60 pontos nos últimos 45 dias comparativamente ao açúcar. 16