Jornal do Commercio - PE 19/06/2015 - 08:17 Solidariedade em meio ao desespero Menina de 3 anos, baleada na festa de seu batizado em Carpina, morreu e os pais decidiram doar os órgãos dela. Mas apenas os rins foram aproveitados Arrasados, revoltados, cheios de dor, mas solidários. Em meio ao sofrimento com a tragédia da morte da filha, Isabel Kelly Leandro de Souza, 3 anos, os pais da menina tomaram a difícil decisão de doar seus órgãos. Atingida por um tiro na cabeça, no domingo, durante a festa de seu batizado, em Carpina, na Zona da Mata Norte, Kelly morreu na noite da quarta-feira e ainda ontem à noite seria feito o transplante de seus rins para um receptor de 18 anos. "Não foi fácil decidir. A mãe ficou aperreada pensando que iam tirar partes da filha, mas conversamos e ela concordou. Conforta saber que podemos salvar outra vida", declarou o pai da menina, o servente de pedreiro Tácio José Fernando de Souza, 23, enquanto aguardava, desolado, a liberação do corpo de Kelly no Instituto de Medicina Legal (IML), ontem à tarde, para enterrá-lo em Carpina. Tácio é separado da mãe da garota há cerca de dois anos e não estava no batizado. "Eu ficava com ela nos fins de semana. Esse batizado ia acontecer há um mês, mas foi adiado e acabou desse jeito", lamentou. Quem disparou contra a criança e outras duas pessoas foi Carlos Antônio de Lima, conhecido como Moreno, marido de uma tia-avó de Kelly, que está preso. Ele era convidado da festa, brigou com a esposa por ciúmes, puxou um punhal, mas foi contido e retirado do local. Depois voltou, com um desconhecido, atirando na intenção de acertar Israel José de Lima, baleado na perna, e acabou ferindo também a mulher de Israel, Miriam Kelly do Nascimento Farias, 27, que passou na frente dele e morreu na hora. Kelly brincava em frente de casa. A coordenadora da Central de Transplante de Pernambuco, Noemy Gomes, explica que só foram retirados os rins para doação porque ela teve uma parada cardíaca e foi preciso correr contra o tempo. "Sem o coração batendo, fazendo o sangue circular, os órgãos vão deixando de funcionar", esclarece. "Também não tínhamos doador compatível para os outros órgãos, não daria tempo de enviar para outro Estado." Como a criança era pequena os dois rins precisaram ser transplantados em uma mesma pessoa. Até maio, 521 transplantes foram realizados no Estado, sendo 220 órgãos (coração, fígado, rins e pâncreas) e o restante, tecidos (córnea, medula, válvula cardíaca). "Houve um aumento de 34% no número de doações de órgão em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda há um índice de negativa familiar em torno de 54%", salienta Noemy Gomes. Jornal do Commercio - PE 19/06/2015 - 08:17 Resposta ao Leitor Medicamentos A Farmácia de Pernambuco esclarece que a licitação do medicamento azatioprina deu esvaziada. Nenhuma empresa apresentou proposta. Está sendo agilizado novo processo para reabastecimento. Em relação ao mesalazina, o medicamento já foi comprado. Mas houve atraso na entrega por parte do fornecedor, que já foi notificado. Assessoria de imprensa Foco de dengue A gerência de Vigilância Ambiental do Recife informa ao leitor Iranildo Gomes que o lago do Cemitério Parque das Flores é monitorado pela equipe de ponto estratégico com visita a cada 15 dias, realizando tratamento biológico ou químico, como forma de controle do aedes aegypti. Assessoria de imprensa Folha de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 07:32 Casos de dengue diminuem Parceria entre a Prefeitura da Cidade e o Exército poderá ser prorrogada no segundo semestre deste ano A parceria entre o Exército e Secretaria de Saúde do Recife no combate à dengue começou a surtir efeito. Desde o início do ano, mais de mil casos eram notificados a cada semana, chegando a quase 2 mil. Na última semana, o boletim divulgado apontou 871 notificações e 516 confirmações. A presença dos militares as ruas foi apontada pela Secretaria de Saúde do Recife como um dos fatores de freio da epidemia da doença, uma vez que eles incrementaram o trabalho dos agentes de vigilância - que hoje são cerca de 900 - na eliminação de focos do Aedes aegypti. A redução nos registros levou a prefeitura e o Comando Militar do Nordeste (CMNE) a prorrogarem a parceria até o próximo dia 30 e negociarem para que se estenda no segundo semestre. Os 150 militares que estão nas ruas desde o dia 18 de maio deveriam voltar para os quarteis ontem. No entanto, permanecerão em campo na campanha contra o mosquito transmissor da doença. Segundo a secretária executiva Cristiane Penaforte, a curva ascendente da dengue vem ficando menor. “No começo do no tivemos uma subida grande nos casos e notificações. Agora, estamos estabilizando. Acredito que seja o começo do controle do surto. Isso é fruto de vários esforços como os plantões da vigilância nos fins de semana, da presença do Exército e da notificação dos imóveis em que o agente não conseguia entrar”, comentou. O aumento em uma semana foi considerado pequeno diante de outros períodos, quando em uma semana o incremento superou mil em ambos os casos. O Recife tem hoje oito mortes suspeitas pela enfermidade, com dois óbitos já confirmados. Em 2014, no mesmo período foram três mortes confirmadas. De acordo com a atual distribuição de casos por bairro, 37,3% das notificações estão concentradas em dez localidades: Cohab (829 casos), Ibura (586), Boa Viagem (500), Água Fria (484), Imbiribeira (469), Iputinga (459), Várzea (455), Areias (443), Casa Amarela (423) e Santo Amaro (373). São nesses bairros que a atuação dos militares tem sido mais incisiva. A Imbiribeira esteve, ontem, no alvo de um dos grupos de praças. Os militares encontraram em um terreno, com 12 casas, vários focos de dengue. No espaço mora dona Alzira Oliveira, 76 anos, que por sorte ainda não ficou doente já que vários criadouros do mosquito foram encontrados. Havia larva até mesmo nas vasilhas de água do cachorro e das galinhas. Na casa de Gabriela Kelle, 20, a situação não foi diferente. Lá uma bacia sanitária quebrada servia de foco. Os militares contaram que durante este mês nem todos os moradores quiseram abrir as portas das casas para a fiscalização. “Enfrentamos algumas recusas por medo da população. Algumas pessoas chegam a pedir nossa identificação pessoal”, comentou o sargento Natan Passos. BALANÇO - O balanço geral da ação com o Exército será divulgado hoje pela Secretaria de Saúde. Até 5 de junho cerca de 35.400 imóveis foram vistoriados no Recife durante a parceria com a Prefeitura. Somente o grupo de 18 soldados que atua na Imbiribeira visitou, ontem, cerca de 700 imóveis. Folha Resume: O número de notificações de casos de dengue caiu na última semana. A redução, segundo a Secretaria de Saúde, é atribuída também ao trabalho de prevenção que foi intensificado em parceria com equipes do Exército. Cerca de 150 militares estão nas ruas desde o dia 18 de maio. Diario de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 08:05 Óculos poderão mudar vida de deficientes visuais Desenvolvido em Pernambuco, equipamento que detecta obstáculos foi premiado em evento internacional da ONU em São Paulo Mariana Fabrício Uma ferramenta desenvolvida em Pernambuco para melhorar a locomoção de deficientes visuais foi premiada pela ONU. Conhecido como Projeto PAW, o Project Annuit Walk é um par de óculos especial que auxilia cegos a localizar obstáculos através de raios ultrassônicos, em um ângulo de 120 graus. Ainda em fase de protótipo, a ideia foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa pernambucano WearIT, e ganhou o prêmio global da ONU no World Summit Youth Awards (WSYA). O evento, voltado para inovadores digitais e sociais, aconteceu na noite da quarta-feira, em São Paulo. A competição se dividiu em seis premiações. Além do concurso global, o grupo ainda venceu a categoria Combater a pobreza, a fome e a doença. Desenvolvido no início de 2013, com seis pesquisadores de diferentes áreas, entre elas psicologia, computação e engenharia, o protótipo chegou a ser uma espécie de controle remoto, que logo foi descartada para não ocupar as duas mãos do cego. “Fizemos pesquisas e percebemos que eles já usam a bengala, instrumento importante e que não pode ser substituído. Criamos um óculos que identifica o que está na parte superior através de um feedback tátil”, explica o estudante universitário Marcos Oliveira, um dos criadores do projeto. Funcionando como um sensor de ré de um automóvel, os óculos vibram quando um objeto se aproxima. Além disso, uma pulseira pode ser usada para que o sensor vibre em outra parte do corpo, como braço ou pulso. Um dos principais fatores de inovação do projeto é um aplicativo que identifica rotas que funciona de forma integrada ao óculos. “Eles interagem de maneira acessível, então o aplicativo vai informar qual o melhor roteiro a ser feito. Mas os dois também podem ser usados de forma separada”, conta. Outra solução desenvolvida pelos pesquisadores foi uma plataforma colaborativa, na qual é possível reportar obstáculos das rotas traçadas, para tornar o dispositivo atualizado e cada vez mais natural. “As pesquisas foram essenciais para o sucesso porque pudemos entender as necessidades de uma forma que foi bastante emotiva. Ao testar o dispositivo nas associações, muitos queriam comprar porque percebiam no quanto auxiliava”, lembra Marcos. O grupo agora procura parceiros para viabilizar o produto comercialmente. Diario de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 08:05 Ensaio para aliviar a cegueira Pernambucanos levam prêmio da ONU com óculos cujos sensores avisam a portador de deficiência visual sobre ocorrência de obstáculos no caminho Luce Pereira Qualquer argumento utilizado por uma pessoa que enxerga se mostra insuficiente para traduzir o sofrimento diário de quem vive, sem visão ou com pouca, em um centro urbano. Tais como se encontram hoje, as cidades brasileiras são verdadeiras sentenças para os cegos e fica fácil concluir por quê: os governantes estão pouco interessados em mudar esta realidade. Apesar das leis, as muitas barreiras persistem no caminho deles e a maior é justamente a indiferença do poder público e da população: o primeiro não faz o mínimo que lhe compete – garantir acessibilidade – e a outra parte deixa por isso mesmo. Porém, a ciência vem em socorro e, se não pode apontar a saída para todos os problemas, ao menos vai aumentando o nível de protenção, imprescindível para o portador de deficiência visual que precisa se locomover sozinho. E foi graças a esforços para aliviar o efeito de tantas dificuldades, que na noite de quarta-feira, em São Paulo, mãos pernambucanas ergueram o prêmio global da ONU, com um protótipo de óculos capazes de, através de raios ultrassônicos, avisar sobre a existência de obstáculos em um ângulo de 120 graus. Conhecido como Projeto Paw (Project Annuit Walk), o trabalho destacou-se no World Summit Youth Awards (WSYA), edição 2014, inclusive na categoria “Combater a pobreza, a fome e a doença”, utilizando uma tecnologia vestível, com sensor que sinaliza quando da proximidade com objetos. Não só: também pode ter função de GPS, pois utiliza um aplicativo que identifica e alerta sobre a ameaça, sugere rotas seguras, além de mapear os pontos mais críticos da cidade, em termos de barreiras. Segundo declarou Marcos Antônio da Penha, 27 anos, um dos integrantes do grupo de pesquisa WearlT – especializado em tecnologias acopladas ao corpo (vestíveis) e destinadas a simplificar atividades do cotidiano –, a alegria com a premiação foi tanta que quase não conseguiu parar de gritar, após o anúncio. Pudera: o protótipo deixou para trás invenções de grande importância social como a representante da Guatemala, destinada a diminuir o risco de gravidez na adolescência, e arrancou do presidente do WSA, Peter Bruck, declaração efusiva. Ao jornal Folha de São Paulo, Bruck disse tratar-se realmente de “um salto em inovação tecnológica”. Não menos eufóricos ficaram cegos de associações nas quais o protótipo foi apresentado e testado, antes de virar atração no prêmio da ONU. O interesse, perfeitamente compreensível, revelou-se no razoável número de ansiosos em que o aparelho esteja disponível, o que, contudo, ainda não foi definido pelos pesquisadores. Enquanto o invento não chega às ruas, integrantes dessas entidades experimentam o doce sabor da certeza de que a preocupação em melhorar a mobilidade dos mais de 16 milhões de cegos brasileiros passeia por muitas cabeças país afora. Algumas delas estão em várias universidades, como é o caso da USP, que em 2012 ganhou o terceiro lugar na Imagine Cup, o concurso de inovação da Microsoft. Alunos do curso de Ciência da Computação inventaram o aplicativo Smart Audio City Guide, um tipo de sistema colaborativo, baseado em GPS e indicativos de geolocalização, onde as pessoas podem enviar e receber informações sobre um local. Quanto mais, melhor. Porém, revolucionário mesmo seria a ciência construir uma máquina com poder de modificar o nível de sensibilidade dos governos para a rotina dos portadores de deficiência visual. Enquanto ela não chega, a melhor invenção destinada a este fim continua sendo o voto, que não só parece capaz de remover obstáculos como montanhas. Diario de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 08:05 Síndrome chega à Tailândia A epidemia de Mers chegou ontem a outro país asiático, com um caso detectado na Tailândia. Autoridades pediram para que a população “não entre em pânico”. “Os exames demonstram que é o coronavírus Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio, que já deixou 20 mortos na Coreia do Sul), disse o ministro Rajata Rajatanavin. Diario de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 08:05 Diario Econômico Expansão no polo médico O Hospital Santa Joana, que a partir de hoje se chama Santa Joana Recife, vai expandir sua estrutura em 2016. Construirá um edifício de 12 andares no mesmo endereço, nas Graças. Serão mais 128 leitos e quatro andares de edifício garagem, além de um novo prédio para o setor de oncologia. Diario de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 08:05 Quatro unidades de saúde serão inauguradas As comunidades do Quadro, Jardim Jordão, Guararapes e Dois Carneiros recebem hoje Unidades de Saúde da Família (USF). Os postos irão contar com salas de vacina, farmácia, sala de nebulização, sala de curativo, e consultórios médicos e odontológicos. Diario de Pernambuco - PE 19/06/2015 - 08:05 Campanha de saúde no Marco Zero Hoje, Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme, a Secretaria da Mulher de Pernambuco, em parceria com a Comissão de Mulheres Negras, realiza, na Praça do Marco Zero, a partir das 10h, um conjunto de ações para esclarecer à população. Jornal do Commercio - PE 19/06/2015 - 08:17 JC Negócios Hospitalmed A Hospitalmed, feira de produtos, equipamentos, serviços para hospitais e laboratórios do Nordeste, no Centro de Convenções, prevê R$ 200 milhões em negócios, de 2 a 4 de setembro. Jornal do Commercio - PE 19/06/2015 - 08:17 ANS abre consulta sobre tratamentos Agência usará lista de tratamentos e medicamentos oferecidos pelo SUS como referência para a saúde privada. Isso pode retirar procedimentos da cobertura obrigatória A lista de tratamentos e medicamentos oferecidos na rede pública passará a ser uma das principais referências consideradas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para definir o que os planos de saúde deverão cobrir. Hoje, muitos procedimentos oferecidos na saúde privada não são cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entidades médicas, de pacientes e de direito do consumidor criticam a ideia de aproximar as duas listas. Para as instituições, os beneficiários perderão coberturas. A partir de hoje, a ANS abre consulta pública para avaliar as tecnologias que serão incluídas e excluídas do rol de procedimentos de cobertura obrigatória, atualizado a cada dois anos. Pela primeira vez, a ANS prevê a exclusão de um medicamento oncológico com base em uma decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Em 2014, o medicamento everolimus, quimioterápico oral indicado para câncer de mama com metástase, passou a compor a lista de cobertura obrigatória. Na revisão que vai a consulta pública, a ANS retirou o medicamento da relação com base em decisão da Conitec de não incorporar o remédio na rede pública. "A Conitec tem uma avaliação mais criteriosa e verificou que não há ganho real de sobrevida com o medicamento", afirma Raquel Lisboa, gerente-geral de regulação assistencial da ANS. Segundo ela, a comissão, criada em 2011, pode ser um dos principais grupos a serem ouvidos na decisão de inclusões ou exclusões no rol. "A Conitec faz um trabalho técnico. Vários países já usam essa metodologia", afirma. Os quimioterápicos orais entraram no rol em 2014 por determinação de uma lei federal que obriga a ANS a inclui-los assim que obtenham registro de comercialização no País. Embora a inclusão seja automática, a exclusão pode ocorrer por recomendação técnica. Pacientes e médicos criticam a decisão. "Os planos de saúde deveriam funcionar como saúde suplementar. Se a agência começar a se basear pela lista da Conitec, ela estará nivelando por baixo", diz Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. Diagnosticada com câncer de mama há oito anos, a funcionária pública Jussara Del Moral, 50 anos, teve metástase nos ossos. Ela começou a tomar o medicamento everolimus, coberto pelo plano, em outubro. "É isso que mantém a doença controlada. No meu caso, retirar o remédio da cobertura do plano significa uma condenação", diz.