Como fazer um relatório - Biologia e Geologia Nome: _________________________________________________________ Nº: ___ Turma: ___ Como redigir um Relatório Científico Em Ciência, a comunicação/informação é muito importante, uma vez que qualquer descoberta só se torna parte da Ciência quando é dada a conhecer, passando, assim, do domínio privado para o público. Quando se pretende comunicar os resultados de trabalhos científicos é necessário elaborar um registo ordenado de todo o trabalho, registo esse que constitui um relatório. O que é um relatório? Um relatório de uma actividade laboratorial é, uma exposição, por escrito, dessa actividade, narrada pelo(s) seu(s) autor(es). Não se pretende que o relatório seja uma mera descrição do modo de proceder, ou seja, não deve ser a descrição minuciosa das técnicas, reagentes e respectivas quantidades, etc., que foram usados na realização do trabalho; a tal conjunto de informação dá-se, geralmente, o nome de protocolo. Um relatório é sim o conjunto da descrição da realização experimental, dos resultados nela obtidos bem como das ideias que lhe estão associadas, devendo ser de tal forma redigido e organizado que um leitor, devidamente preparado, possa não só repetir a experiência relatada como também verificar a exactidão das observações e conclusões do autor. Linguagem e Estilo Num relatório deve ser utilizada uma linguagem simples, explícita e objectiva. Assim, deve ser rejeitada a linguagem rebuscada e elaborada, em favor da clareza e precisão. A clareza de raciocínio, que é uma característica do método científico, deverá também transparecer na linguagem e forma de apresentação do relatório. Um relatório deverá ser tão curto e conciso quanto possível. Assim, deverá incluir a informação mínima indispensável à compreensão do trabalho que foi efectuado, devendo rejeitar-se tudo o seja supérfluo. A forma como alguma informação pode ser apresentada (quadros, gráficos, esquemas, ilustrações, etc.) pode contribuir consideravelmente para reduzir a extensão do relatório. Embora curto e conciso, o relatório deverá ser completo, no sentido de, através da sua leitura, ser possível seguir um raciocínio lógico, pois em linguagem científica nada deve ficar implícito ou deixado à imaginação do leitor. Embora não exista uma forma única e rígida para apresentar um relatório, é normal que ele obedeça à seguinte estrutura. Folha de Rosto Esta primeira folha é a “capa” do relatório e não é numerada. Nela devem constar o título completo do trabalho, a data em que o trabalho foi realizado, o(s) nome(s) completo(s) do(s) autor(es), além de outras indicações que se consideram úteis como a Escola, a disciplina, a turma, o grupo, etc. Título 1/7 Escreve-se em maiúsculas, no começo da primeira página (a numeração das páginas do relatório começa aqui). O título deve ser curto e preciso. Por vezes pode ser apresentado sob a forma de uma pergunta. Por baixo do título escreve-se o(s) nome(s) do(s) autor(es) do relatório. (Ex.: se o autor se chamar Manuel Ferreira de Brito, ele deverá indicar o seu nome da forma seguinte: Brito, M.) Se forem vários autores, escrevem-se os nomes da mesma forma, mas separados por ponto e vírgula e por ordem alfabética dos respectivos apelidos. (Ex.: Almeida, J.; Brito, M.; Silva, F.) 1. Introdução Na introdução deve fazer-se uma breve referência ao problema que vai ser tratado e à sua importância, explicitando os objectivos do trabalho. É na introdução que devem ser apresentadas todas as questões que se pretendem respondidas com o trabalho realizado, bem como as hipóteses que tenham surgido. A introdução deve corresponder às seguintes finalidades: • chamar a atenção do(s) autor(es) e do leitor para os pontos importantes do trabalho; • ajudar o(s) autor(es) a pensar acerca do que vai dizer no relatório; • ajudar o(s) autor(es) a ter presente o que se pretende com o trabalho experimental, de modo a que posteriormente, na “Conclusão” possa(m) efectivamente discutir até que ponto o trabalho foi conseguido, sem se perder(em) em pormenores. 2. Fundamentação Teórica Nesta parte deverão constar as noções teóricas que servem de base ao trabalho experimental realizado. No entanto, o fundamento teórico não deve ser a apresentação de “tudo” o que possa estar relacionado com o título do trabalho. Assim, deve ser curto (1 ou 2 páginas chegam perfeitamente para a maior parte dos trabalhos realizados nas aulas), contendo apenas a informação estritamente indispensável à compreensão do trabalho. 3. Procedimento experimental 3.1. Material Deve indicar-se, numa lista, todo o material que foi utilizado. 3.2. Metodologia Tal como as outras partes do relatório, a descrição da metodologia deve ser tão curta quanto possível. Deve, todavia, conter informações com pormenor suficiente para que, no caso da experiência vir a ser repetida por outra pessoa, possam ser obtidos resultados idênticos. A melhor maneira de apresentar esta parte do relatório, incluindo toda a informação de modo resumido e agradável, mas também sem ser uma repetição do protocolo, será sob a forma de um fluxograma. Este consiste numa apresentação esquemática, sob a forma de ilustrações ou dentro de “caixas”, ligadas entre si por setas que indicam o sentido do andamento do trabalho. Aqui usa-se o máximo de símbolos e abreviaturas e, no caso de se recorrer a ilustrações, estas devem ser claras e simples. O fluxograma deve caber numa única página, de modo a que o leitor possa facilmente seguir toda a experiência, sem ter que virar a folha. 3.3. Registo de Resultados ou Registo de Observações 2/7 Nesta secção faz-se o registo dos resultados das observações feitas, o que pode ser apresentado sob a forma de tabelas, gráficos, esquemas, com as respectivas legendas, ou de forma descritiva. Neste ponto não se devem comentar os resultados ou interpretá-los. Procede-se apenas ao registo dos mesmos. Porém, consoante o tipo de trabalho e o tipo de resultados obtidos, pode variar a sua forma de apresentação. Assim, se se tratar, por exemplo, do registo das alterações de coloração de soluções em tubos de ensaio, os resultados podem estar incluídos no fluxograma, pintando nos respectivos tubos a cor observada. Neste caso não existirá a secção “Registo de Resultados” e a secção anterior seria intitulada “Metodologia e Resultados”. Por outro lado, se os resultados obtidos forem valores numéricos, a melhor apresentação será na secção “Registo de Resultados”, sob a forma de quadros/tabelas. Se os valores numéricos tiverem que sofrer cálculos ou representações gráficas, estes também devem ser apresentados nesta secção que, assim, poderá designar-se: “Registo e Tratamento de Resultados”. Também pode acontecer que surja um trabalho em que seja mais fácil incluir o registo de resultados em conjunto com a sua interpretação. 4. Interpretação dos Resultados É neste ponto que deve ser feita a interpretação dos resultados obtidos, procurando explicar por que ocorreram. (Interpretar = Explicar). Todas as alterações observadas em relação ao que seria de esperar, mesmo que pequenas, devem ser mencionadas e, se possível, deve tentar-se explicar as suas causas. A “Interpretação dos Resultados” é a parte mais importante do relatório, uma vez que é nela (e não nos “Fundamentos Teóricos”) que o(s) autor(es) evidencia(m) todos os conhecimentos adquiridos através da maturidade com que discute(m) os resultados obtidos. 5. Conclusão Deve indicar-se a conclusão a que se chegou no final do trabalho, respondendo às questões e problemas levantados na “Introdução” e, se conveniente, podem levantar-se outras questões/problemas sugerindo trabalhos que possam ajudar a responder-lhes. 6. Bibliografia No fim do relatório deve sempre figurar uma lista bibliográfica da qual constem as referências de todos os livros consultados para a elaboração do relatório. As referências bibliográficas devem obedecer às seguintes normas: Apelido, Inicial do primeiro nome. (Ano). Título sublinhado ou em itálico. Cidade: Editora. Exemplos: • Silva, M.; Xavier, L. (1994). Técnicas Laboratoriais de Biologia - Bloco II - Guia de Trabalhos Práticos. Lisboa: Lisboa Editora. ou • Silva, M.; Xavier, L. (1994). Técnicas Laboratoriais de Biologia - Bloco II - Guia de Trabalhos Práticos. Lisboa: Lisboa Editora. 3/7 Algumas sugestões a ter em conta na elaboração de relatórios: exemplo de um relatório sobre a dissecção do encéfalo de carneiro. Capa • Não se usam dois pontos nos títulos ou ponto final no final do título do relatório. Título Resumo • • Observação da estrutura externa e interna do encéfalo de um vertebrado mamífero (carneiro) O resumo deve resumir claramente o que foi feito. Não é uma repetição do protocolo, da introdução experimental, dos resultados, da discussão, etc. Aqui fica um exemplo de resumo: A presente actividade experimental engloba o estudo do sistema nervoso central (especialmente o encéfalo e também a medula espinal, ambos frescos) de um vertebrado mamífero, o carneiro. Procedeu-se ao exame e observação à vista desarmada de parte dos constituintes do sistema nervoso (não foram observados elementos do sistema nervoso periférico) em vista dorsal, ventral e em corte longitudinal mediano. Foi possível estabelecer a relação estrutura/função de cada um dos constituintes deste sistema, especialmente no que toca à morfologia apresentada por cada um dos constituintes e sua posição e dimensões relativas, bem como estabelecer comparações em termos evolutivos com outros animais de outros filos. A presença de hemisférios cerebrais extremamente desenvolvidos e com circunvoluções, aumenta grandemente a área de córtex cerebral disponível para o processamento e integração da informação vinda de zonas periféricas e a disposição das substâncias cinzenta e branca permitiram extrapolar a posição das células que compõem o sistema nervoso. A forma como o sistema nervoso central está protegido encontra-se em perfeita harmonia com as funções de coadjuvantes nutritivos desempenhadas por algumas estruturas (meninge interna e líquido cefalorraquidiano). Poder-se-ia ter conseguido um trabalho mais conclusivo, caso se tivesse observado simultaneamente um encéfalo conservado em formol. Introdução São sempre de referir numa introdução alguns aspectos básicos: • Objectivo do trabalho experimental. Ou seja, o que se pretende ou propõe atingir ou fazer no trabalho a que o relatório se refere. • A pertinência daquele estudo. Por quê fazer este estudo? Em que unidade de ensino aparece na presente disciplina. Contextualizar o assunto abrangido e narrado no relatório. Por que razão se está a estudar o sistema nervoso central de um vertebrado mamífero (e anteriormente se deveria ter estudado o de um invertebrado). Qual a importância da existência de um sistema nervoso. Por que razão estudar agora, neste ponto, o sistema nervoso? Etc. • Uma revisão bibliográfica que permita compreender tudo o que se vai falar no relatório, principalmente na discussão. Sempre que retiram uma frase, um texto ou uma ideia, copiadas ou por palavra vossas, de uma determinada fonte bibliográfica, devem mencioná-lo no próprio texto, usando o sistema autor-data. Por exemplo, sobre o encéfalo: “Podemos considerar [por conveniência de estudo] o sistema nervoso do Homem, assim como o dos outros vertebrados, especialmente mamíferos, como um sistema duplo, tanto sob o ponto de vista anatómico como do ponto de vista fisiológico”. (Roque, M. et al., 1986). Cá está a referência bibliográfica. Ela virá mais completa na bibliografia final. Se não se fizer esta referência está a plagiar-se, o que é uma atitude fraudulenta. • • Se o trabalho se refere a um ser vivo em especial, deve referir-se a classificação taxonómica do ser, o mais completa possível. E, se for pertinente, aspectos relacionados com a sua ecologia (modo de vida, hábitos, alimentação, reprodução, nutrição, etc.). São também de referir aspectos evolutivos relacionados com o tema em estudo. Por exemplo, seria de referir que: O encéfalo é o principal centro regulador dos órgãos dos sentidos e da locomoção, entre outros. O seu desenvolvimento não é igual em todos os diferentes grupos de animais vertebrados. As aves, por exemplo, com os seus grandes e penetrantes olhos, possuem um encéfalo, em grande parte, adaptado para coordenar e transmitir impulsos visuais. Animais com grande capacidade de movimento apresentam o cerebelo muito desenvolvido; os que rastejam, pelo contrário, apresentam-no bastante reduzido. Nos mamíferos, estímulos da visão, audição, sensibilidade cutânea e profunda e estímulos motores voluntários e involuntários atingem continuamente o cérebro onde são analisados e transformados. A característica principal do encéfalo é o grande desenvolvimento dos hemisférios cerebrais. Estes podem ter a superfície lisa (como por ex. no rato) 4/7 ou apresentar numerosos sulcos que delimitam circunvoluções, como no Homem. Os caracteres observados no encéfalo dos mamíferos são os que, no seu conjunto, se encontram no Homem. Daí poder fazer-se um estudo comparado do encéfalo de carneiro com o encéfalo humano. No entanto, há que ressalvar que o encéfalo humano apresenta uma inflexão craniana muito nítida, relacionada com a sua posição erecta, mostrando-se o eixo do bolbo raquidiano quase vertical. (Roque, M. et al., 1986). Procedimento experimental: (Material e Metodologia) • • Refiram apenas o material que foi utilizado na actividade assim como o procedimento realmente seguido.Notem que, por vezes, é necessário efectuar alterações ao protocolo, o que implica a utilização de material um pouco diferente. Por exemplo, neste caso, não se usou o encéfalo conservado em formol. Devem descrever a metodologia utilizando o “fez-se, observou-se”, etc. e NUNCA, “observe, faça, etc.”, no fundo a cópia do protocolo. É que um relatório funciona como uma acta do que se fez e não do que se deveria ter feito. O que se deveria ter feito pode ser referido na discussão e/ou na conclusão. Também não se deve utilizar o fizémos, observámos, etc. Resultados • • Quando a actividade experimental envolver a feitura de esquemas, esboços ou desenhos que vão ser integrados no relatório, há que ter em atenção alguns pormenores. Assim, por exemplo, devem ser feitas, aliás como todo o relatório em folhas brancas A4, limpas, não dobradas e sem furacão. Deve tentar-se centrar-se os esquemas na folha. Se forem observações microscópicas, geralmente não se faz um círculo em torno do esquema (a simular o campo de visão). No entanto, pode-se, no caso da estrutura que for observada se repetir no espaço, desenhar apenas uma secção (como é o caso das observações de cortes transversais de raízes, caules ou folhas). Frequentemente os alunos confundem ou esquecem a forma correcta de legendar um esquema e de o situar e identificar correctamente numa página. Assim, deve ter-se em atenção o título, a legenda do esquema e a legenda da figura. Veja-se o exemplo apresentado em seguida. Título Observação macroscópica da morfologia interna do encéfalo de um vertebrado mamífero 1 2 3 4 6 5 1 - Hemisfério cerebral direito 2 - Corpo caloso 3 - Protuberância anular 4 - Hemisfério cerebeloso direito 5 - Medula espinal 6 - Hipófise Legenda da figura Figura 1. Corte sagital (longitudinal) efectuado no encéfalo de um vertebrado mamífero (carneiro), evidenciando a sua estrutura interna. 5/7 Legenda do esquema Discussão • • • • • Ainda antes da extracção do encéfalo, observou-se (imaginando a posição da cabeça do animal no corpo do mesmo) a posição dorsal do sistema nervoso. Observaram-se os órgãos que fazem parte do sistema nervoso central. Esta designação de sistema nervoso central prende-se apenas com a divisão que se faz, em termos de localização, para simplificar o estudo e para distinguir estes centros nervosos dos nervos e gânglios, que constituem o sistema nervoso periférico. Realmente, se se imaginar o animal vivo e a posição dos centros nervosos (ou parte deles) observados no interior do seu corpo, estes ocupam uma posição mais centralizada e comunicam, então com os órgãos receptores e efectores através do sistema nervoso periférico. Quando se procedeu à extracção do encéfalo foi possível constatar que este se encontrava protegido pelos ossos que constituem a caixa craniana. Tal estrutura óssea permite proteger o encéfalo dos choques a que eventualmente venha a estar sujeito. Foi difícil fazer o corte com o cutelo para a separar em duas metades semelhantes, o que revela a sua resistência. Foi também possível observar meia vértebra de bovino (após se perceber como era a estrutura integral da mesma) e, extrapolando, perceber como estava protegido um outro centro nervoso que faz parte do sistema nervoso central, a medula espinal. Nessa vértebra havia um canal central de forma aproximadamente circular (canal raquidiano), que permitia abrigar esse “cordão” nervoso. Assim, o conjunto de vértebras protege a medula espinal. Os ossos da caixa craniana acomodam perfeitamente o encéfalo. De facto, após a extracção completa do encéfalo era visível a marca das circunvoluções na parte interna superior (“tecto da caixa craniana”) das estruturas ósseas. Não foi apenas visualmente que se fez esta constatação pois, passando a polpa do dedo no interior da caixa craniana foi possível sentir as elevações e depressões correspondentes às circunvoluções e aos sulcos essencialmente do cérebro. • Enquanto se procedia à extracção do encéfalo da caixa craniana foi possível observar uma estrutura membranar fina e bastante aderente à caixa craniana e que, simultaneamente, envolvia também todo o encéfalo. Embora fina, essa membrana revelou-se ter uma certa resistência, notada, por exemplo, pela dificuldade que se sentiu ao cortar certas zonas onde estava bastante aderente à caixa craniana. Quando se extraiu o encéfalo e se observou à luz um pedaço deste tecido, observou-se o seu brilho pois a sua superfície estava húmida. Esta membrana corresponde, pensa-se, à membrana mais externa das três que revestem os centros nervosos encéfalo e medula, ou seja, a dura-máter. Não foi possível distinguir a aracnóide (ou sequer concluir se a membrana que atrás se referiu era somente a dura-máter ou o conjunto dura-máter/aracnóide). Talvez o brilho e “viscosidade” observada na meninge se devesse ao próximo contacto com o líquido cefalorraquidiano, que existe entre a aracnóide e a pia-máter, envolvido também no amortecimento de choques bem como na nutrição do tecido nervoso. Observou-se, posteriormente, o canal do epêndimo ao nível da medula espinal, que se sabe estar preenchido por este líquido, embora aqui não se tenha conseguido observar. • Quando se estava a extrair o encéfalo (e já se tinha o mesmo somente numa das metades da caixa craniana) foi possível localizar a hipófise numa espécie de reentrância óssea, ligada ao encéfalo propriamente dito (na zona do hipotálamo) por um pedúnculo que se teve o cuidado de não arrancar. Também os nervos ópticos (que se mantiveram mais ou menos intactos devido ao facto de os cortes usados para a extracção do encéfalo terem sido feitos, no que toca à zona das órbitas, muito próximos do globo ocular) se puderam observar e, portanto, manter num estado mais ou menos preservado, a zona relativa ao quiasma óptico. • Uma vez retirado o encéfalo este foi colocado com a face dorsal voltada para cima. Quando, com o auxílio de uma pinça e de uma agulha de dissecção se retirou um pouco do invólucro que envolvia o encéfalo, pode observar-se que os vasos sanguíneos se mantinham como que unidos num mesmo plano pois muitos deles estavam envolvidos numa finíssima membrana que recobria todos os constituintes do encéfalo (e especialmente visível no cérebro). Pensa-se tratar-se da pia-máter, a meninge vascularizada com um papel relevante no apoio à nutrição das células neuronais e da glia que constituem o sistema nervoso. O encéfalo fresco observado, apresentava uma cor rosada e era bastante “mole”. Dever-se-ia ter observado um encéfalo conservado, durante 5 dias, numa solução de formol a 10%. Tal não foi possível. Se tivesse sido feito, a observação de certas estruturas teria sido facilitada pois o formol permite endurecer os tecidos. Quanto à coloração que o mesmo iria apresentar, a contrastar com o tom rosado do encéfalo fresco, estaria um cinzento-escuro. Muitos não referiram convenientemente a observação, QUE FOI FEITA, do corte transversal da medula de porco, onde foi possível observar à vista desarmada, a disposição relativa das substâncias branca e cinzenta bem como o canal do epêndimo. Observou-se apenas um pedaço de medula, inferindo-se que se tratava de um cordão comprido de cor esbranquiçada, que a revesti-lo tinha também as meninges, não tão “grossas” como no encéfalo. No entanto, a interna revelou-se bastante vascularizada. Assim, o contraste entre o vermelho da vascularização e o branco da própria medula, davam ao “cordão” um tom rosado. • • 6/7 a • Outros aspectos a referir estão mais ou menos focados na documentação fornecida sobre como redigir um relatório (páginas 1,2 e 3). Conclusão • A conclusão deve ser generalista. Deve abrir pistas para investigações futuras. Deve ser uma súmula de todo o trabalho e fechar o que foi apresentado na introdução, como sendo o objectivo e demais aspectos com ele relacionados. Exemplo de conclusão: • O presente trabalho permitiu verificar que, em termos evolutivos, o carneiro está num dos filos mais evoluídos quando se considera o sistema nervoso. Um encéfalo com hemisférios cerebrais que possuem circunvoluções (ao contrário do que acontece com outros mamíferos) e muito desenvolvidos, cobrindo completamente os lobos ópticos (ou tubérculos quadrigémeos) e parte do cerebelo, são característicos de filos cuja posição na escala evolutiva é superior. Os lobos ópticos e olfactivos são relativamente pouco desenvolvidos e o cerebelo bastante volumoso, quando comparado com outros animais de diferentes categorias taxonómicas. Conclui-se assim, tratar-se de um vertebrado (posição dorsal do sistema nervoso, entre outras características) e mamífero (pelas características atrás referidas). Se se observasse um encéfalo humano esperarse-ia encontrar uma estrutura semelhante, embora com dimensões um pouco maiores bem como uma flexão craniana um pouco maior , o que se relaciona com a sua posição erecta. Embora não tenha sido feita, aconselha-se a dissecção simultanea de um encéfalo conservado em formol. Bibliografia • Atenção à forma como se faz a bibliografia. Deve vir ordenada alfabeticamente pelo apelido dos autores. O apelido do autor que aparece em primeiro lugar no livro e, consequentemente na bibliografia, escreve-se em maiúsculas. E não deve ser feita ao mesmo nível – a segunda linha deve estar identada. Exemplo: ROQUE, M e Castro, A., Biologia 12.º ano, vol. 2, 2.ª ed., Porto Editora, Porto, 1986, pp. 158-176. SILVA, A. D. et al., Novo Vida Humana – Ciências Naturais 8.º ano, 1.ª ed., Porto Editora, Porto, 1996, pp. 164-170. Nota: Quando é manuscrito, o título deve ser sublinhado. Usando computador ou outro meio que não o manuscrito, deve usarse o itálico. Deve deixar-se este espaço! Índice No índice só se escrevem as páginas de início de cada “capítulo”. Não é necessário colocarem o índice e a respectiva página no índice geral. 7/7