AS DIFICULDADES DAS MULHERES EM EXERCER A PARENTALIDADE EM CONFIGURAÇÃO FAMILIAR MONOPARENTAL Me. Tatiana Lima Both; Ariele Faverzani da Luz [email protected]; [email protected] Faculdade Meridional – Escola de Psicologia com a lei. (PRIULI; MORAES, 2007; MULLER et al, 2009) Conforme, Trentin INTRODUÇÃO (2011) a ausência dos limites, predominantemente associada à função paterna, Nas últimas décadas, a família tem passado por inúmeras transformações, sendo, faz com que o adolescente não encontre internamente referenciais de lei, portanto, composta de novas e diferentes configurações familiares, sendo muito buscando na sociedade os limites que lhe faltaram. Todavia, é importante ressaltar comum a composição de famílias monoparentais com predominância do sexo que outros vários fatores de vulnerabilidade estão envolvidos na questão do feminino. Neste sentido, a proposta deste estudo é verificar as dificuldades das adolescente em conflito com a lei. A família enfrenta contínuos desafios no que mulheres que desempenham, além da função materna, a função paterna no diz respeito à manutenção de padrões de concentração de riqueza e baixo grupo familiar monoparental. investimento social, bem como fracos laços afetivos (SANTOS, 2007; TRENTIN, OBJETIVO 2011). Verificar as dificuldades das mulheres em exercer a parentalidade em De qualquer forma, dentre as análises disponíveis sobre o olhar da mãe em configuração familiar monoparental. relação METODOLOGIA responsabilidades que são concebidas como próprias da figura paterna, como Neste estudo será realizada uma revisão bilbiográfica, que envolverá o resolução de problemas no espaço público, encaminhamento de situações mapeamento da base de dados Scielo. O objetivo é examinar as dificuldades culturalmente caracterizadas como tarefas masculinas e a figura de autoridade encontradas pelas mulheres para desempenhar a parentalidade em ararnjo vinculada familiar monoparental. desempenhando funções paternas e maternas (PERUCCHI, BEIRÃO, 2007). RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS Constata-se que as demandas de uma família em termos de afeto, subsistência Família monoparental feminina: entre mãe e filho econômica, tempo dedicado aos filhos para carinho, educação e limites, tempo A expressão famílias monoparentais designa as unidades domésticas em que as para descanso, para o trabalho formal e doméstico são tarefas que exigem pessoas vivem sem cônjuge, com um ou vários filhos com menos de 25 anos e equilíbrio emocional, planejamento familiar e esforço físico. Portanto, se a solteiros (BRITO, 2008). configuração monoparental tem apenas uma fonte para dinamizar todo o processo Atualmente, houve um significativo crescimento da monoparentaliodade feminina, causadas por inúmeras formas de ruptura das à ausência ao pai. do cônjuge, Porém, revela-se verifica-se que a a dificuldade maioria em delas se assumir as reconhece que requer uma família, a sobrecarga parece ser constante. uniões, contudo, a viuvez, o divórcio e a maternidade “solteira” constituem as CONCLUSÃO explicações mais frequentes para a monoparentalidade (SOUSA, 2008). Conclui-se que as dificuldades das mulheres em exercer a parentalidade em O modelo familiar monoparental, consequentemente, desecandeia transformações não apenas na mulher-mãe, mas também na prole. Deste modo, a constituição de um ambiente familiar monoparental compreende variadas mudanças: estrututurais, financeiras, psicológicas, relacionais, entre outras, que envolvem todos os membros da família (SOUSA, 2008). configuração monoparental estão em desdobrarem-se nas funções materna e paterna para cuidar de sua família nos aspectos financeiros, afetivos e sociais. Quanto a esse último aspecto, em relação a dar limites aos filhos, como uma das dificuldades enfrentadas, pode ocorrer em virtude dos limites estarem associados a uma característica da figura paterna e não serem entendidos como uma atribuição da função paterna, que, então, poderia ser exercida por qualquer uma A figura materna é colocada em relevância em razão de representar a das partes. responsabilidade pelo cuidado integral dos filhos, além das atividades externas. REFERÊNCIAS Esta condição, muitas vezes, sobrecarrega e, inclusive, acarreta certas dificuldades. Neste sentido, as dificuldades perpassam desde a queda no nível de vida, aparecendo os problemas financeiros, obrigando-a a investir na atividade profissional, o que acarreta a diminuição do tempo dedicado aos filhos e acentua as dificuldades de administrar a vida doméstica (SOUSA, 2008 apud GARBAR; THEODORE, 2000, p. 139). Dificuldades essas que podem repercutir em todos os membros da família. Chama a atenção, por exemplo, que a família monoparental chefiada por mulheres seja a configuração prevalente das famílias de adolescentes em conflito BRITO, F. S. Mulher chefe de família: um estudo de gênero sobre a família monoparental feminina. Rev. Uurutágua. Nº 15 (2008). PERUCCHI, J.; BEIRÃO, A. M. Novos arranjos familiares: paternidade, parentalidade e relações de gênero sob o olhar de mulheres chefes de família. Rev. Psic. Clin. Vol. 19, Nº 2 (2007), p. 57-69. MULLER et al. Perspectivas de adolescentes em conflito com a lei sobre o delito, a medida de internação e as expectativas futuras. Rev. Bras. Adolescência e Conflitualidade, v. 1, n. 1, 70-87, 2009. PRIULI, Roseana Mara Aredes; MORAES, Maria Silvia de. Adolescentes em conflito com a lei. Revista Ciência & Saúde Coletiva, V. 12, n. 5, p. 1185-1192, 2007 SANTOS, F. V. G. Família: peça fundamental na ressocialização de adolescentes em conflito com a lei?. Recife: UCP, 2007. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica), Universidade Católica de Pernambuco, 2007). SOUSA, A. P. Estudo comparativo das famílias monoparentais masculinas x monoparentais femininas: a influência do genitor no desenvolvimento familiar. Franca: UNESP, 2008. Dissertação (Mestrado em Serviço Social), Universidade Estadual Paulista, 2008. TRENTIN, A. C. Adolescentes em conflito coma lei e a família: um estudo interdisciplinar. Congresso Internacional de Ciências Criminais, II Edição, 2011.