pedro luís tempo de menino pedro luís tempo de menino 1 2 3 Nas Estrelas (Pedro Luís e Sérgio Paes) Crise (Pedro Luís e Ivan Santos) Imbora (Zé Renato e Pedro Luís) Participação especial Milton Nascimento 4 Os Beijos (Pedro Luís e Ivan Santos) Participação especial Roberta Sá 5 Menina do Salão de Beleza (Pedro Luís, Beto Valente e Rodrigo Cabelo) 6 7 Bela Fera (Pedro Luís) Tempo de Menino (Pedro Luís) Participação especial Erasmo Carlos 8 Na Medida do Meu Coração (Ricardo Silveira e Pedro Luís) 9 10 11 12 13 Tá? (Pedro Luís, Roberta Sá e Carlos Rennó) Hoje e Amanhã Não Saio de Casa (Luiz Melodia) Só o Esqueleto (Ricardo Coelho e Pedro Luís) Rio Moderno (Pedro Luís e Carlos Rennó) Lusa (Antonio Saraiva e Pedro Luís) Participação especial Carminho Palavra Assessoria em Comunicação Tel.: (55 21) 3204 3124 www.palavraonline.com Paula Catunda: (55 21) 8795-6583 - [email protected] pedro luis_release.indd 1-2 Universal Music Brasil :: Departamento de Imprensa Kélita Myra – (21) 2108-7657 ([email protected]) Bribba Castro – (11) 2589.7655 ([email protected]) Mariana Dresch – (21) 2108-7656 ([email protected]) www.universalmusic.com.br Pedro Luís é um raro artista auto-suficiente e multifacetado - afinal canta, compõe letra e música, toca, arranja, produz e pode fazer sozinho o que mais for necessário - que ao mesmo tempo tem uma rara vocação gregária. Foi roqueiro no Urge, nos anos 80, deu forma musical ao funk poético do Boato nos 90, nos 2000 tornou-se e é até hoje argamassa da usina musical chamada A Parede, arrasta multidões no carnaval carioca com o Monobloco, compõe lindas canções para a MPB inteira com parceiros variados, faz trilhas para cinema, para a TV. Tem uma hora em que o gregário tem que dar vez ao indivíduo, ao artista por trás de tantos grupos e trabalhos coletivos. “Tempo de menino”, inacreditavelmente o primeiro e aguardado CD solo de Pedro depois de mais de três décadas de carreira, é e não é isso. Explico: se pela primeira vez Pedro consegue botar num trabalho todas as suas (multi) facetas individuais, ele não escolhe fugir do espírito gregário que norteia e explica sua criação musical. Senão, com perdão do clichê didático, vejamos (e à guisa de descrever o que há no CD). O Urge está lá, em “Só o esqueleto”, que embora um Rock típico tem uma característica também muito típica da obra de Pedro, um certo som de rua e uma observação da vida nelas, as ruas: “Calmamente o indigente/ Deposita suas tralhas no asfalto/Instalado em seu lar/Tranca a porta, tranca a rua/ Tranca a fome”. 10/6/11 5:12 PM O Boato está lá no reggae carioca e funkeado “Menina do salão de beleza”, nova parceria de Pedro com os Boatos originais Beto Valente e Cabelo. Trata-se de mais uma deliciosa musa carioca, no caso ninguém menos que as próprias manicures e funcionárias, a que não sai do salão e com um verso-cantada de antologia: “Eu coloramo você (todinha)”. As grandes canções estão ali. A toada “Imbora” é mais uma de suas lindas parcerias com Zé Renato, e mostra como Pedro dialoga com a melhor tradição musical brasileira e tem direito à nobre participação de Milton Nascimento. “Os beijos” é uma magnífica list song feita em parceria com o letrista Ivan Santos e já gravada por Elba Ramalho no instigante e moderno CD “Qual o assunto que mais lhe interessa”, produzido por Lula Queiroga em 2007. Agora, Pedro refaz a canção de forma nitidamente amorosa, em dueto com sua mulher, Roberta Sá, uma das melhores (e mais clássicas, no sentido brasileiro da expressão) cantoras surgidas na última década, o que reforça o caráter perene da música. “A medida do meu coração” é um samba lindo e consistente em parceria com o violonista Ricardo Silveira e que já havia sido gravado por Maria Rita no CD “Outro rio”, do parceiro. Na letra, Pedro revela seu diálogo com a corrente central da música brasileira: “E eu visto as notas da canção/Com versos na medida do meu coração”. No arranjo, guiado pelo violão de 7 cordas e pelo cavaquinho de Rodrigo Campello e pela guitarra distorcida de Jr. Tostoi, os produtores do disco, Pedro apresenta sua visão do samba, ao mesmo tempo clássica e irreverente, carioca sempre. “Tá?” é menos clássica, mais experimental, latina, uma parceria com Roberta Sá e com o letrista Carlos Rennó, gravada originalmente por Mariana pedro luis_release.indd 3-4 Aydar, outra cantora importante surgida nos últimos anos. Revela em Pedro outra faceta interessante, o artesanato de sua composição, um lado formalista, de brincar com as formas, no caso a construção de uma canção omitindo a sílaba “tá”. “Lusa” é a mais vanguardista e elaborada das canções de “Tempo de menino”. É uma parceria com Antonio Saraiva, compositor da mesma geração de Pedro, e autor de música rica e inventiva, e que emula a origem portuguesa de ambos. Pedro começou a fazer a canção em Lisboa, vendo a lua sobre o Tejo, e propôs a parceria por telefone a Saraiva, autor com quem tem intimidade total, com quem ora faz música, ora faz letra. O resultado tem a beleza e a estranheza da fonte de inspiração, a lua sobre “Lisabone/Plenilúnio em Portucale”, e revela mais uma faceta talvez menos conhecida de Pedro, valorizada pela participação da cantora portuguesa Carminho, uma das novas vozes expoentes do fado. cidade natal que dialoga com a célebre “Rio antigo”, Tem o sabor dos tempos de menino a própria sucesso de Alcione composto por Nonato Buzar e produção do CD, seja na verdadeira brincadeira Chico Anisio. Trata-se de um retrato contemporâneo musical proposta pelos produtores, a dupla e original da cidade tão cantada, com referências até MiniStereo, formada por Jr. Tostoi e Rodrigo às Olimpíadas: “O Rio, cidade que é sede/Dos jogos Campello, sempre brincando entre o pop e o do amor, excede/Em convites que são mais de mil/E experimental, entre brasileiro e o eletrônico, entre o vão do mais óbvio e vil/Ao mais tênue, mais sutil/E clássico e o irreverente, ou nos parceiros da Parede, fazem do Rio o Rio”. A música acabou não entrando C.A. Ferrari, Celso Alvim, Mario Moura e Sidon Silva na série mas agora está aí. espalhados pelo CD como que lembrando, mais Tal diversidade e tal gosto algo infantil (no melhor sentido do termo, o da invenção e do descompromisso) uma vez, que mesmo solo Pedro não abre mão de ser gregário. pela criação fizeram Pedro batizar seu primeiro “Tempo de menino” encarna mesmo é no samba disco solo de “Tempo de menino”, ou aquele tempo pop homônimo em que Pedro presta homenagem em que se fica nas tardes vazias e vagabundas ao bairro em que foi criado, a Tijuca, aquele canto sonhando com o futuro. Esse espírito infantil se na Zona Norte do Rio de Janeiro que vai do Estácio reflete explicitamente em vários momentos, como ao Alto da Boavista e que talvez seja o maior celeiro na própria faixa de abertura, “Nas estrelas”, uma de compositores do mundo. “Alô Tijuca/Você tá no capoeira-reggae que, logo nos primeiros versos, já cancioneiro/Desde os sambas de terreiro/Até o pop convida a jogar: “Capoeira nas estrelas/Eu quero nacional/Tim Maia/Jorge Ben, Erasmo Carlos/O Numa outra vertente de seu trabalho, a veia afiada de compositor pop está muito presente. Como no reggae funkeado “Crise”, outra list song composta em parceria com o especialista Ivan Santos. Ou, mais ainda, no petardo “Bela fera”, mais uma cantada de Pedro para mulher carioca, feita para a abertura da série da TV Globo “As cariocas”, cuja trilha sonora Pedro concebeu a convite do diretor Daniel Filho. jogar/Vendo um céu bem azulzinho/Me alumiar”. Aldir e o Roberto/Fazem seu manancial”, celebra Para a mesma série, Pedro compôs com Carlos Rennó “Rio moderno”, uma celebração da sua compositor nas tardes vazias da adolescência e tudo É do tempo de menino, também, a única faixa de “Tempo de menino” que não é composta por Pedro: “Hoje e amanhã não saio de casa”, um Luiz Melodia de boa safra, 1980, compositor que encanta Pedro desde que surgiu, em 1972, justamente por sua diversidade, sua mistura de ritmos e gêneros, sua observação da vida da rua, tudo que encantava o que ele faria como artista nos anos seguintes. o samba, feito originalmente para o filme tijucano “Praça Saenz Peña”, de Vinicius Reis. A faixa, que celebra o bairro, a música e o espírito lúdico, traz outro sonho de infância, a participação autoreferente de Erasmo Carlos. Claro, mesmo no momento mais íntimo, quando vai falar da sua infância, Pedro prefere não ficar sozinho. Quer companhia, quer o grupo, afinal. Hugo Sukman • Outubro de 2011 10/6/11 5:13 PM